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DIREITO CONSTITUCIONAL I
Constituição Federal
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DIREITO CONSTITUCIONAL I
CONSTITUCIONALISMO: é como se denomina o movimento social, político e jurídico e até mesmo ideológico, a partir do qual emergem as constituições nacionais.
Traços marcantes: 1. Organização do Estado2. Limitação do Poder Estatal: Previsão dos direitos e garantias
individuais.
Estado: Resultado da lenta e gradual organização jurídica do poder.
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DIREITO CONSTITUCIONAL I
é o movimento de caráter político e jurídico, de cunho liberal, em voga entre o final do século XVIII e o término da Primeira Guerra Mundial, cujo objetivo é o estabelecimento de Estados de direito baseados em regimes constitucionais, isto é, fundados numa Constituição democrática, que delimita claramente a atuação do Poder Público, mediante a separação dos poderes, e assegura ampla proteção aos direitos dos cidadãos, impondo o exercício, no plano político, do chamado "governo das leis e não dos homens".Mais sobre: constitucionalismo
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DIREITO CONSTITUCIONAL I
Constitucionalismo na idade média: foi um simples princípio, muitas vezes pouco eficaz, porque faltava um instituto legítimo que controlasse, baseando-se no direito, o exercício do poder político e garantisse aos cidadãos o respeito à lei por parte dos órgãos do Governo.
Surgimento: Magna Charta: documento de 1215 que limitou o poder dos monarcas da Inglaterra, impedindo assim o exercício do poder absoluto. Rei submisso à lei.
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DIREITO CONSTITUCIONAL I
Constitucionalismo moderno:Estados Unidos; 1787: Independência das treze colônias.Declaração da Virginia: concretismoFrança: 1791: pós revolução francesa: universalidade. Marcado pela existência de documentos constitucionais
amplos, analíticos, extensos;Necessidade de uma Constituição escrita para limitar o
poder e garantir a liberdade.
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DIREITO CONSTITUCIONAL I
Constitucionalismo escrito surge com o Estado incumbido da função de racionalização e humanização trazendo a necessidade da proclamação de declarações e direitos.
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DIREITO CONSTITUCIONAL I
Constitucionalismo no Brasil: A evolução histórica do constitucionalismo no Brasil coincide com as transformações substanciais do próprio Estado.
A prática do nosso constitucionalismo se esboçou, sem sucesso, com o movimento revolucionário ocorrido em Pernambuco, em 1817, de inspiração republicana. Foi elaborado um Projeto de Lei Orgânica, de autoria de Antonio Carlos Ribeiro de Andrada, para ser a Constituição da nova República.
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DIREITO CONSTITUCIONAL I
Primeira Fase: Liberal-centralizador, que corresponde ao Império.
CF/1824: aponta os vícios político-administrativos da centralização e a necessidade da sua extinção para o desenvolvimento, com a República nos moldes das instituições norte-americanas.
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DIREITO CONSTITUCIONAL I
Segunda Fase: republicana, é dominada pelo pensamento de Rui Barbosa, autor principal do projeto da Constituição de 1891.
Rui foi o defensor do hábeas corpus e do controle de constitucionalidade pelo Poder Judiciário
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DIREITO CONSTITUCIONAL I
Terceira fase: A autoritária (Constituição de 1937), é marcada pelo período em que se desenvolvem as idéias contrárias a um constitucionalismo liberal e um nascente decisionismo autoritário.
- Plebiscito não realizado.
- Ditador que enfeixava em suas mãos todos os poderes do Estado
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DIREITO CONSTITUCIONAL I
Quarta Fase: É a do período liberal-social, abrangendo as Constituições de 1946, e a de 1988, com o hiato das de 1967/1969, em que houve retorno ao modelo estatizante e centralizador.
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DIREITO CONSTITUCIONAL I
No constitucionalismo moderno temos:Estado de direito e Estado democrático de direito.Estado de direito: -primazia das leis-hierarquia de normas relacionadas com a segurança
jurídica.- Observância da legalidade- Separação de Poderes- Personalidade jurídica do Estado- Controle de constitucionalidade das leis
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DIREITO CONSTITUCIONAL I
Estado democrático de Direito: - Evita o autoritarismo, - Evita a concentração do poder. - O estado rege-se por normas democráticas.
(representatividade)- Observância obrigatória da principiologia que
rege o direito.
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Conceito de Constituição: Lei fundamental e suprema de um Estado, que contém normas referentes à estruturação do Estado, à formação de poderes públicos, forma de governo e aquisição do poder de governar, distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos.
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CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
1. QUANTO AO CONTEÚDO:1.1- MATERIAIS: o conjunto de regras de matéria de
natureza constitucional, isto é, as relacionadas ao poder, quer esteja no texto constitucional ou fora dele.
1.2 - Formais: o texto votado pela Assembléia Constituinte, para um documento solene são todas as regras formalmente constitucionais = estão inseridas no texto constitucional.
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CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
2. QUANTO AO FORMA:2.1-Escrita:a)- sintética: resumida, (Constituição dos Estados Unidos) b)- analítica: expansiva, (a Constituição do Brasil). A ciência
política recomenda que as constituições sejam sintéticas e não expansivas como é a brasileira.
2.2- Não escrita: é a constituição cuja as normas não constam de um documento único e solene, mas se baseie principalmente nos costumes, na jurisprudência e em convenções e em textos constitucionais esparsos.
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CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
3. QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO:
3.1-Dogmática: é Constituição sistematizada em um texto único, elaborado reflexivamente por um órgão constituinte. É a que consagra certos dogmas da ciência política e do Direito dominantes no momento.
Podem ser: a)- ortodoxa: quando segue uma só linha de raciocínio, tem um único
pensamentob)- eclética: não há um fio condutor, temos dispositivos completamente
antagônicos em razão da divergência que existiam entre os parlamentares, já que cada um visava os seus próprios interesses. - é uma dogmática que mistura tudo).
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CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
3.2- Histórica: é sempre não escrita e resultante de lenta formação histórica, do lento evoluir das tradições, dos fatos sócio-políticos, que se cristalizam como normas fundamentais da organização de determinado Estado.
OBS: A Const. escrita é sempre dogmática.
A Const. não escrita é sempre histórica.
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CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
4- QUANTO A SUA ORIGEM OU PROCESSO DE POSITIVAÇÃO:
4.1- Promulgada: O processo de positivação decorre de convenção, são votadas, originam de um órgão constituinte composto de representantes do povo, eleitos para o fim de elaborá-las. Também chamada de populares, “democráticas”.
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CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
4.2- Outorgada: são impostas, decorrem do sistema autoritário. São as elaboradas sem a participação do povo. Ex.: Constituição de 1824, 1937, 1967, 1969.
4.2-Pactuadas: os poderosos pactuavam um texto constitucional, o que aconteceu com a Magna Carta de 1215.
OBS: O simples fato de ser promulgada não significa que seja democrática. (Democracia = vontade da maioria, consenso). A constituição outorgada também pode ser democrática, se a maioria concordar com ela.
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CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
5- QUANTO À ESTABILIDADE OU MUTABILIDADE:
5.1-Imutável: vedada qualquer alteração, constituindo-se relíquias históricas – imutabilidade absoluta.
5.2- Rígida: permite que a constituição seja mudada mas, depende de um procedimento solene que é o de Emenda Constitucional que exige 3/5 dos membros do Congresso Nacional para que seja aprovada.
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CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
5.3- Flexível: pode ser alterada por um simples procedimento legislativo. Ex.: as constituições não escritas, na sua parte escrita elas são flexíveis.
5.4- Semi-rígida: aquela em que o processo de modificação só é rígido na parte materialmente constitucional e flexível na parte formalmente constitucional.
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CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
Constituição Federal de 1988 é: Escrita. Analítica. Dogmática: Eclética.Promulgada.Rígida.
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Estrutura normativa da Constituição vigente
1- Disposição Permanente (250 artigos)
1.1- Preâmbulo: documento de intenções do texto constitucional. Abre o texto constitucionalRuptura com o ordenamento anteriorSurgimento de uma nova ordemProclamação de princípios que serão delineados pela
constituição.Elemento de integração e interpretação do texto
constitucional
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Estrutura normativa da Constituição vigente
2 correntes que envolvem o preâmbulo:1ª corrente: Não é norma, é somente a abertura da
CF.2ª corrente: é vinculante. A sociedade deve segui-
lo.
OBS: A 1ª é majoritária e ambas concordam que o preâmbulo não é norma constitucional.
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Estrutura normativa da Constituição vigente
O PREÂMBULO NÃO PODERÁ SER USADO EM DOIS CASOS:
a)- Quando contrariar norma expressa da CF. Não terá efeito nem interpretativo.
b)-Não será usado como paradigma para o controle de constitucionalidade.
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Estrutura normativa da Constituição vigente
2- Atos das disposições constitucionais transitórias (94 artigos)
São dispositivos de direito intertemporal destinado a regular a transação constitucional, isto é, as situações em curso durante a mudança de uma Constituição para outra. Ex: art. 4º dos ADCT determinou que o Presidente iria tomar posse no dia 15/03/1990 e o próximo, no dia 01/01.
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Estrutura normativa da Constituição vigente
3- Emendas Constitucionais (70 emendas): Alteração das normas constitucionaisDiscutida e votada em cada casa do CN, em
dois turnos, aprovada por 2/5 de seus membros. Não tem participação do Executivo.
Cláusulas pétreas: art. 60, par. 4º CF
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Estrutura normativa da Constituição vigente
Art. 60 - A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
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Estrutura normativa da Constituição vigente
4- Elementos Organizacionais ou Orgânicos4.1- Normas que tratam da organização (estruturação)
do poder: Forma do Estado: Federal. Forma de Governo: República. Sistema de Governo: Presidencialista. Sistema tripartíde: Poder Legislativo, Poder Executivo e
Poder Judiciário. Organização, funcionamento e órgãos.
4.2- Normas que definem a forma de exercício e aquisição do poder.
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Estrutura normativa da Constituição vigente
FORMAS DE ESTADO: distribuição geográfica do Poder político. Podem ser:
a)- Estado Federal: união ou aliança dos Estados membros. Surge através de uma Constituição.
ES + EA (tripla capacidade: auto administração; auto organização e auto governar).
O estado federal aparece através de uma constituição que tem a obrigação de enumerar a competência de seus entes. Inexiste o direito de secessão.
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Estrutura normativa da Constituição vigente
EA
EA
EA
ES: Independência interna e externa
Estado Federal
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Estrutura normativa da Constituição vigente
b)- Estado Confederado: distribuição do poder político no qual todos os entes são soberanos. Existência do direito de secessão. Surge através de um tratado internacional ou acordo entre entes soberanos.
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Estrutura normativa da Constituição vigente
.
ES ES ES ES ES
Estado Confederado
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Estrutura normativa da Constituição vigente
FORMAS DE GOVERNO: relação entre o governo e governadosa)- Monarquia: critério sanguíneo hereditariedade Rei é o chefe de estado e vitalício.
a.1)- Monarquia absoluta: Soberania do rei. Arábia Saudita, Brunei, Omã, Suazilândia, Vaticano.
a.2)- Monarquia constitucional: Soberania do rei baseado na Constituição. Reino Unido, Austrália, Suécia, Noruega, Dinamarca, Canadá, Japão, Espanha, Bélgica etc.
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Estrutura normativa da Constituição vigente
b)- República:Elegibilidade: eleição pelos cidadãosPrincipio da responsabilidade (o chefe maior
é responsável pela política que desenvolve).Presidente é o chefe do estado.Chefia por tempo determinado.
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Estrutura normativa da Constituição vigente
SISTEMA DE GOVERNO: relação entre os Poderes executivo e legislativo.
a)- Presidencialismo: Identidade entre chefia de estado (representante
do país) e chefia de governo.Mandatos fixos (4 anos com uma reeleição
consecutiva)Inexistência de identidade entre Legislativo e
Executivo.
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Estrutura normativa da Constituição vigente
b)- Parlamentarismo:Não há identidade entre chefe de governo e
chefe de Estado.Inexiste mandatos fixos (não cumpriu, perde o
poder. Dissolução do parlamento pelo gabinete ou queda do governo pelo parlamento).
Identidade entre Legislativo e Judiciário. o Poder Executivo depende do apoio direto ou indireto do parlamento para ser constituído e para governar
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Estrutura normativa da Constituição vigente
REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Forma do Estado: Federal.Forma de Governo: República.Sistema de Governo: Presidencialista.
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CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Breve histórico:Desde 1964 o Brasil estava sob uma ditadura militar, e a partir de 1967 sob uma constituição imposta pelo governo.
O regime de exceção, fez crescer, durante o processo de abertura política, o anseio por dotar o Brasil de uma nova Constituição, defensora dos valores democráticos.
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CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Seria a 7º ou 8º CFB:
Em 1969 = falecimento de Artur da Costa e Silva = Junta Militar = Promulgação a emenda constitucional Nº 01 que instituía:
a)- Lei de Segurança Nacional,
b)- restrição as liberdades civis, e a Lei de Imprensa, regulamentando a censura oficial.
c)- 1988- crimes inafiançáveis: Tortura e AGCMCOCED (art. 5º, XLIV)
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CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
O partido dos trabalhadores inicialmente não aceitou a Constituição, pois acreditava que ela impedia a reforma agrária e mantinha a estrutura militar. Apesar das ressalvas, o diretório do partido assinou o texto constitucional.
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Assembléia Nacional Constituinte de 1987-1988,foi instalada no Congresso Nacional, em Brasília, a 1º de fevereiro de 1987, com a finalidade de elaborar uma Constituição democrática para o Brasil, após 21 anos sob regime militar. Os trabalhos da Constituinte foram encerrados em 2 de setembro de 1988, após a votação e aprovação do texto final da nova Constituição brasileira.
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"Essa será a Constituição cidadã, porque recuperará como cidadãos milhões de brasileiros, vítimas da pior das discriminações: a miséria [...] O povo nos mandou aqui para fazê-la, não para ter medo. Viva a Constituição de 1988! Viva a vida que ela vai defender e semear!
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CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Estrutura Título I- Princípios Fundamentais Título II –Direitos e Garantias Fundamentais Título III- Organização do Estado Título IV- Organização dos Poderes Título V – defesa do Estado e das Instituições Título VI – Tributação e Orçamento Título VII – Ordem Econômica e Financeira Título VIII – Ordem Social Título IX – disposições Gerais
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Fenômenos constitucionais
1- Recepção: assegura a preservação do ordenamento jurídico anterior e inferior à nova constituição que com ela se mostre
Requisito indispensável: compatibilidade material com a nova ordem constitucional = “Processo abreviado de criação de normas”. Sua não observação causa revogação da norma anterior
O status pode ser modificado. Ex: o CPB era Decreto-lei na antiga constituição, mas não existe mais tal instituto. Foi recepcionado na CF/88 como Lei Ordinária.
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Fenômenos constitucionais
2- Represtinação: Volta expressa da vigência de uma lei já revogada em virtude da revogação da lei revogadora.
Esta verdadeira restauração de eficácia é proibida em nosso Direito, em nome da segurança jurídica, salvo se houver expressa previsão da nova lei (art. 2º, § 3 º, da LIN D B). Não é automática.
Não contrariedade com a CF.LA LB LC
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Fenômenos constitucionais
3- Desconstitucionalização: possibilidade de recepção, pela nova ordem constitucional, como lei ordinária, de regra formalmente constitucional da constituição anterior, não repetidas e nem contrariadas, em Processo de queda hierarquizada - é uma desconstitucionalização (regra constitucional passa a ser lei ordinária). Se fossem repetidas continuariam sendo regras constitucionais e, se contrariadas teriam sido revogadas. Esta teoria não tem aplicação em nosso sistema.
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Fenômenos constitucionais
4- Recepção material das normas constitucionais: normas da constituição anterior permanecem com status constitucional, mesmo a anterior tendo sido revogada.
Requisitos:Não haver contrariedade com a nova CFExistência por prazo determinadoDeverá haver manifestação expressa do poder
constituinte.
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Fenômenos constitucionais
5- Mutação: Mudança informal da Constituição, ou seja, o texto da norma constitucional permanece o mesmo, mas com uma nova releitura, reinterpretação.
Ex: Constituição Americana de 1787. Permanece a mesma, modifica apenas as interpretações.
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DIREITO CONSTITUCIONAL: conceito
1- CONCEITO: Direito constitucional é o ramo do direito público que estuda os princípios e normas estruturadoras do Estado e garantidoras dos direitos e liberdades individuais” (cf. Paulino Jacques), estando tais normas em geral expressas no texto de uma ou de várias leis fundamentais, que recebem a denominação de Constituição.
Instrumento formal: Constituição Ramo do direito público responsável pelo seu
estudo: direito constitucional
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RELAÇÃO DO DIR. CONSTITUCIONAL COM OUTROS RAMOS DO DIREITO.
1- COM O DIREITO ADMINISTRATIVO:
Relacionam-se quando: Discrimina as atribuições do Presidente da
República; Discrimina as atribuições dos Ministros de
Estado; Quando regula os direitos e deveres dos
funcionários públicos, etc.,
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RELAÇÃO DO DIR. CONSTITUCIONAL COM OUTROS RAMOS DO DIREITO.
2- COM O DIREITO TRIBUTÁRIO E FINANCEIRO:
As normas básicas de administração Financeira do Estado estão contidas na nova Constituição com capítulos voltados ao Sistema Tributário Nacional e ao Sistema Financeiro Nacional, traçando os princípios, a limitação do poder de tributar, impostos da União, Estados e dos Municípios, da repartição das receitas, do orçamento, etc.
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RELAÇÃO DO DIR. CONSTITUCIONAL COM OUTROS RAMOS DO DIREITO.
3- COM O DIREITO PENAL: a lei constitucional, procura limitar, exata e perfeitamente, a competência punitiva do Estado.
quando dispõem que não haverá pena de morte ou banimento;
estabelece a competência originária do STF para processar e julgar o Presidente da República nos crimes comuns
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RELAÇÃO DO DIR. CONSTITUCIONAL COM OUTROS RAMOS DO DIREITO.
4- COM O DIREITO DO TRABALHO: Inúmeros são os dispositivos contidos na nova Constituição, de proteção aos trabalhadores, consagrando, assim, fortíssima entre os dois ramos, tais como:
salário mínimo, seguro desemprego, fundo de garantia por tempo de serviço,
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CONSTITUCIONALISMO
sistema jurídico que tenha uma Constituição regulamentando o poder do Estado.
estabelece um leque de direitos e garantias
fundamentais dos cidadãos. Será visto como um sistema jurídico dotado de uma constituição do regime democrático, que se consolidou a partir das revoluções do século XVIII.
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PODER CONSTITUINTE
1ª TEORIA: Emmanuel Sieyes
“O que é o terceiro Estado ‘’
Existência de um poder imanente à nação, superior aos poderes ordinariamente constituídos e por eles imodificáveis: o poder constituinte .
POVO
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PODER CONSTITUINTE
PODER CONSTITUINTE: Tem o poder de elaborar, modificar e de completar a constituição. É aquele que instaura uma nova ordem jurídica, rompendo por completo com a ordem jurídica precedente. Tem como objetivo criar um novo Estado, diverso do que vigorava. Cria uma CF.
art.1º, parágrafo único da CF
“Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”
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PODER CONSTITUINTE
Poder Constituinte: Poder que Constitui Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo:
poderes constituídos.
OBS: podemos concluir que existe um poder maior que os 3 poderes, o Poder Constituinte. Assim, a Constituição Federal é fruto de um poder distinto daqueles que ela institui.
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Poder Constituinte originário: características
-Superior: hierarquicamente superior a qualquer outro poder.
-Inicial: Aparece sempre em momento de ruptura com a ordem jurídica anterior.
-Ilimitado: do ponto de vista anterior, pois a partir do momento que ele começa discutir texto da constituição, ele rompe com as regras do O. J. anterior e todos os poderes do Poder Constituinte são ilimitados.
-Incondicionado: não obedece a nenhuma regra prefixada pelo O. J. anterior.
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PODER CONSTITUINTE
Surgimento: Surge no fim do século XVIII contrapondo-
se ao poder decadente e absoluto das monarquias
de direito divino, invoca a razão humana ao mesmo
passo que substitui “Deus” pela Nação como titular
da soberania.
Titularidade: pertence ao povo.
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Divisão do Poder Constituinte
Poder Constituinte originário: cria a Constituição e se divide em:
1- Poder Constituinte Derivado
2- Poder Constituinte Decorrente
![Page 63: Direito Constitucional I- Slides](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022061210/54915ff2b479598e6a8b53e6/html5/thumbnails/63.jpg)
Poder Constituinte derivado
O poder constituinte derivado é aquele poder de deriva do originário, ou seja, o derivado é instituído pelo originário.
Tem como características às regras impostas pelo originário, sendo limitado e condicionado aos parâmetros a ele impostos.
Ele se divide em, revisor e reformador.
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Poder Constituinte Derivado Revisor
Revisor: O procedimento de revisão constitucional
foi previsto no art. 3º do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias (ADCT).
O estabelecimento desse processo simplificado de
reforma teve razões históricas, relativas ao
desenvolvimento dos trabalhos da Assembléia
Nacional Constituinte de 1988
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Poder Constituinte Derivado Revisor
Área cinzenta: 01/02/1987 (inicio das discussões) até 05/10/1988 (promulgação). Como o tempo previsto para a conclusão dos trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte ficou curto, os constituintes resolveram estabelecer um procedimento simplificado, menos rígido, para o eventual aperfeiçoamento de sua obra, cinco anos após sua promulgação.
Esse procedimento encerrou-se em junho de 1994. Não há mais, com base no art. 3º do ADCT, a
possibilidade de modificação do texto constitucional mediante o processo simplificado ali estabelecido.
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Poder Constituinte Derivado Reformador
Reformador: Tem a capacidade de modificar a Constituição em vigor, por meio de um procedimento específico, estabelecido pelo poder constituinte originário, sem que haja uma verdadeira revolução, verificado através das emendas constitucionais (arts. 59, I, e 60 da CF).
![Page 67: Direito Constitucional I- Slides](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022061210/54915ff2b479598e6a8b53e6/html5/thumbnails/67.jpg)
Poder Constituinte Decorrente
Decorrente: É o poder que a CF/88 atribui aos estados-membros para se auto-organizarem, por meio da elaboração de suas próprias Constituições. É, portanto, a competência atribuída pelo poder constituinte originário aos estados-membros para criarem suas Constituições, desde que observadas as regras e limitações impostas pela Constituição Federal.
![Page 68: Direito Constitucional I- Slides](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022061210/54915ff2b479598e6a8b53e6/html5/thumbnails/68.jpg)
AGENTE DO PODER CONSTITUINTE.
Agente do poder constituinte é = do titular do poder constituinte.
O agente é um grupo de homens, que em nome do titular do Poder constituinte estabelece a Constituição do Estado.
O ente coletivo, Assembléia Constituinte, costuma ser o agente do Poder Constituinte do povo.
![Page 69: Direito Constitucional I- Slides](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022061210/54915ff2b479598e6a8b53e6/html5/thumbnails/69.jpg)
Limitações ao Poder de Reforma Constitucional
Conforme dito anteriormente, o poder constituinte
derivado reformador é condicionado, submetendo-se
a algumas limitações, expressamente previstas, ou
decorrentes do sistema. Trata-se de limitações
expressas ou explícitas e implícitas.
![Page 70: Direito Constitucional I- Slides](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022061210/54915ff2b479598e6a8b53e6/html5/thumbnails/70.jpg)
Limitações Expressas ou Explícitas
Subdivide-se em:
- Formais ou procedimentais,
- Circunstanciais
-Materiais.
![Page 71: Direito Constitucional I- Slides](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022061210/54915ff2b479598e6a8b53e6/html5/thumbnails/71.jpg)
Limitações formais ou procedimentais (art. 60, I, II, III, e §§ 2º, 3º e 5º)
Iniciativa (art. 60, I, II, III): trata-se de iniciativa privativa e
concorrente. Então temos que a Constituição somente será
emendada por proposta de:
Um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados
ou do Senado Federal;
Do Presidente da República;
De mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades
da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria
relativa de seus membros.
![Page 72: Direito Constitucional I- Slides](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022061210/54915ff2b479598e6a8b53e6/html5/thumbnails/72.jpg)
Limitações formais ou procedimentais (art. 60, I, II, III, e §§ 2º, 3º e 5º)
a) quorum da aprovação (art. 60, § 2º): discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, sendo aprovada por 3/5 dos votos dos respectivos membros.
b) Promulgação (art. 60, § 3º): a promulgação da emenda seja realizada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com seu respectivo número de ordem;
c) PEC rejeitada ou havida por prejudicada (art. 60, § 5º): não poderá ser objeto de nova apresentação na mesma sessão legislativa. Sessão legislativa: 15-02 a 30-06 e 01-08 a 15-12.
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Limitações circunstanciais (art. 60, § 1º):
O constituinte originário vedou a alteração da CF em determinadas circunstâncias:
Intervenção federal;
Estado de defesa;
Estado de sítio.
![Page 74: Direito Constitucional I- Slides](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022061210/54915ff2b479598e6a8b53e6/html5/thumbnails/74.jpg)
Limitações materiais (art. 60, § 4º):
Trata-se daquelas matérias que não poderão ser objeto de emenda constitucional: clausulas pétreas
A forma federativa do Estado;
O voto direto, secreto, universal e periódico;
A separação dos Poderes;
Os direitos e garantias individuais.
![Page 75: Direito Constitucional I- Slides](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022061210/54915ff2b479598e6a8b53e6/html5/thumbnails/75.jpg)
Legitimados para a PEC
Somente os congressistas integrantes da Casa
Legislativa em que estiver tramitando a proposta
são legitimados para impetrar o mandado de
segurança com essa finalidade. A jurisprudência
do STF é firme nesse sentido, não
contemplando terceiros.
![Page 76: Direito Constitucional I- Slides](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022061210/54915ff2b479598e6a8b53e6/html5/thumbnails/76.jpg)
Controle judicial de emenda promulgada (Controle Amplo)
Com a aprovação de uma emenda constitucional passa ela a integrar o texto constitucional. Para tanto é necessário que a emenda tenha sido produzida segundo a forma previamente estipulada pelo poder constituinte originário e possua conteúdo por ele não proibido (art. 60).
Ao reformar a obra do poder constituinte originário, não pode o constituinte derivado desbordar dos limites impostos a sua atuação, sob pena de incorrer no vício de inconstitucionalidade.