DIREITO DO TRABALHO
Interpretação da norma jurídica
Prof. Antero Arantes Martins
Interpretação da norma jurídica. Conceito.
• INTERPRETAÇÃO DA NORMA
JURÍDICA
Interpretação da norma jurídica. Conceito.
• Conceito: Interpretar a norma é atribuir-lhe um significado, medindo-lhe a exataextensão e a possibilidade de suaaplicação no caso concreto.
• Consiste em buscar a razão de ser danorma, no sentido de existência, da suautilidade social, no seu caráter de justiça.
• Fundamental para que o operador dodireito não se transforme em mero“leitor” da norma.
Interpretação da norma jurídica. Classificações.
• Quanto ao intérprete;– Autêntica;
– Doutrinária;
– Jurisprudencial;
• Quanto à forma;– Gramatical;
– Lógico;
– Sistemático;
– Teleológico;
– Histórico-evolutivo;
• Quanto ao efeito;– Declarativa;
– Extensiva;
– Restritiva
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Intérprete.
• Autêntica: Consiste na interpretação da
norma feita pelo próprio legislador. É
encontrada, comumente na própria lei, na
exposição de motivos da Lei, nos anais da
casa legislativa que registram os debates
políticos sobre a norma e em outras leis
que a ela se referem.
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Intérprete. Autêntica
• Art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso,correspondente à relação de emprego.
• Itens 44 a 46 da exposição de motivos:
– “44. ...o deliberado propósito de se reconhecer acorrespondência e equivalência entre a ‘relação deemprego’ e o ‘contrato de trabalho’, para os efeitos dalegislação social, ...
– 45. ... Admitido, como fundamento de contrato, o acordotácito, é lógico que a ‘relação de emprego’ constitui o atojurídico suficiente para provocar a objetivação das medidastutelares ...
– 46. O conceito firmado na consolidação é tanto mais justo erelevante quanto é o que se evidencia em face de contratosformalmente nulos ou substancialmente contrários à ordempública dos preceitos da legislação de proteção”
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Intérprete. Autêntica
• Art. 2º, § 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora,
cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a
direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo
industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica,
serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente
responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.
– Há solidariedade ativa e passiva ou apenas
passiva?
– Item 52 da exposição de motivos: “... Inseriu a
definição de empregador, que integra o conceito
definitivo da relação de emprego, acompanhando-a
da noção legal de empregadora única dada pela Lei
435 de 17/05/1937...”
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Intérprete.
• Doutrinária: Consiste na interpretação
da norma feita pela “opinio juris”, que
decorre da pesquisa científica, sem o
compromisso de solucionar uma hipótese
concreta.
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Intérprete. Doutrinária.
• Art. 2º, § 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cadauma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controleou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou dequalquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação deemprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma dassubordinadas.
– Há solidariedade ativa e passiva ou apenas passiva?
– “A revogada Lei 435, de 17 de maio de 1937 dispunha que (...). Noparágrafo único a mesma lei dispunha que ‘..., a não ser para o fimúnico de se considerarem todas elas com um mesmo empregador’.Neste ponto a lei fixava a solidariedade ativa.
– Este parágrafo que estabelecia a solidariedade ativa foi revogado.A CLT (art. 2, § 2º) manteve (...) a solidaridade passiva.
– Discutível é a concepção do grupo econômico como empregadorúnico, afirmada por parte da doutrina mas ainda sem base legal”
– (Nascimento, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho –Saraiva – 23ª Edição, p. 687)
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Intérprete.
• Jurisprudencial: Realizada pelos Tribunais
(envolve todos os profissionais da área
jurídica, ou seja, os advogados, o Ministério
Público e os Magistrados). Nascerá a
jurisprudência baseada na fundamentação de
cada um destes profissionais. Tem por objetivo
a solução de hipóteses concretas
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Intérprete. jurisprudencial.
• Art. 2º, § 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada umadelas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ouadministração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou dequalquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação deemprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma dassubordinadas.
– Há solidariedade ativa e passiva ou apenaspassiva?
– Nº 129 CONTRATO DE TRABALHO. GRUPOECONÔMICO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20e 21.11.2003
– A prestação de serviços a mais de uma empresa domesmo grupo econômico, durante a mesma jornadade trabalho, não caracteriza a coexistência de maisde um contrato de trabalho, salvo ajuste emcontrário.
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma.
• Gramatical: o método é o básico, mera
análise sintática da construção gramatical.
• A norma jurídica é uma figura de
linguagem com sujeitos interlocutores e
objeto.
– Interlocutor ativo: Emissor da norma.
– Interlocutor passivo: Destinatário da norma.
– Objeto: Conteúdo da norma.
• Consiste na verificação da construção
gramatical e análise sintática do texto.
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Gramatical.
• XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas
diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de
horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho
• O acordo também deve ser coletivo ou
pode ser individual?
– Pode ser individual. Se o adjetivo
“coletiva” se referisse também ao sujeito
“acordo”, então teria que ser colocado no
plural e no masculino: “coletivos”
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Gramatical.
• Ocorre que nem sempre o legislador
prima pela boa técnica redacional.
• Assim, a mera interpretação gramatical
nos leva a dilemas insuperáveis para
determinar o exato alcance da norma
jurídica.
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Gramatical.
• Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua
anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se
considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança
do seu domicílio .
• “Domicílio”: O lugar onde o cidadão tem a sua
residência permanente.
• Dilema:
– Se não transfere o domicílio, não é transferência
segundo o “caput” supra transcrito.
– Se transfere o domicílio a transferência é definitiva e
não tem direito ao adicional do parágrafo terceiro do
mesmo artigo.
– Quanto o adicional será devido?
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Gramatical.
• Art. 495 - Reconhecida a inexistência de falta grave praticadapelo empregado, fica o empregador obrigado a readmiti-lo noserviço e a pagar-lhe os salários a que teria direito no períododa suspensão.
• Reintegração pressupõe o retorno ao posto detrabalho com o pagamento dos salários edemais vantagens contratuais desde a ilegaldispensa. Retorno ao “status quo”.
• Readmissão considera o período entre adispensa e o retorno como suspensão docontrato de trabalho.
• É readmissão ou reintegração?
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Gramatical.
• Evidente que o exame gramatical do texto
normativo é o primeiro passo para o
trabalho de interpretar.
• Claro está, porém, que a busca do sentido
exato da norma não passa pelo mero
exame gramatical do texto normativo,
sendo necessárias outras técnicas de
hermenêutica.
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma.
• Lógica: Consiste no uso do raciocínio
indutivo e dedutivo, através de proposições
lógicas, como, por exemplo, “se, então”,
“inclusão e exclusão”, “silogismo” (Premissa
maior, premissa menor e conclusão).
• É algo que fazemos inconscientemente, porque
a mente rejeita conclusões que sejam
logicamente contrárias entre si.
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Lógica. Silogismo
• Art. 3º - Considera-se empregado toda
pessoa física que prestar serviços de
natureza não eventual a empregador, sob
a dependência deste e mediante salário.
(Premissa maior)
• João é pessoa física que trabalha de
forma subordinada a empregador de
forma não eventual, pessoal e mediante
salário (premissa menor).
• Logo, João é empregado (conclusão).
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Lógica. Inclusão.
• Nº 331 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE
• I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal,formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo nocaso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974).
• ...
• III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação deserviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação elimpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meiodo tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta.
• Quando forma vínculo de emprego com o tomador deserviços conforme previsão do inciso I?
• Quando for em atividade-fim, porque não forma ematividade-meio (exclusão).
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Lógica. Se, então
• Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços denatureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediantesalário.
• Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos osefeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador,como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.
• Se gorjeta não se confunde com salário, sendoespécie diversa de remuneração. (Art. 457).
• Se o contrato de trabalho tem como elementode onerosidade o salário e não a remuneração(art. 3º)
• Então, a gorjeta não compõe o elemento deonerosidade do contrato de trabalho.
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma.
• Sistemática: Consiste na análise da norma em
face à sua posição dentro do sistema jurídico como
um todo e, ainda, buscar o sentido do dispositivo
onde está inserido. O parágrafo guarda relação com o
“caput” do artigo, o artigo, com a seção, a seção com
o Título, o Título com o Livro e o Livro com o
Código.
• Um dispositivo de Lei não pode ser examinado sem o
seu referencial, sob pena de perder (o intérprete), a
noção da estrutura organizacional do ordenamento
jurídico.
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Sistemática.
• CF: Art. 7º, XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos
de trabalho;
• A leitura isolada deste inciso pode fazer crer aointérprete que devem ser reconhecidas todas asconvenções coletivas e todos os acordos coletivos detrabalho. Façamos a leitura com o “caput”.
• CF: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além deoutros que visem à melhoria de sua condição social:
• ...
• XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
• Percebe-se que o reconhecimento das Convenções eAcordos Coletivos é um direito dos trabalhadores enão dos empregadores e quando visem a melhoria desua condição social.
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Sistemática.
• CLT: Art. 651 § 3º- Em se tratando de empregadorque promova realização de atividades fora do lugardo contrato de trabalho, é assegurado ao empregadoapresentar reclamação no foro da celebração docontrato ou no da prestação dos respectivos serviços.
• A Leitura deste dispositivo isoladamente podefazer crer que toda vez que o empregadorealizar trabalho em localidade diversa docontrato tem este o direito de optar por interpora ação no local da prestação de serviços ou nolocal de trabalho. Vamos ler o art. 651, § 3º emconjunto com o seu “caput”.
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Sistemática.
• Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento édeterminada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado,prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutrolocal ou no estrangeiro.
• § 3º- Em se tratando de empregador que promova realização de atividadesfora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregadoapresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestaçãodos respectivos serviços.
• Vê-se, portanto, que a regra é no sentido de que areclamação será proposta no local da prestação deserviços mesmo que tenha sido contratado em outrolocal. Como interpretar o § 3º em relação ao “caput”?
• A opção ocorre apenas quando o empregadorpromover atividades fora do seu local, ou seja, aoempregador itinerante. (Circo, por exemplo).
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma.
• Teleológica: Também chamada definalística, consiste em buscar a “menslegis” da norma e protege três sentidos básicos
– “ratio leges” - razão da lei
– “vis leges” - sentido da lei
– “ocasio leges” - época da lei.
• O art. 5º da L.I.C.C. determina ao intérpreteque se faça a seguinte pergunta: Por que anorma existe?
• Art. 5° - Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais aque ela se dirige e às exigências do bem comum.
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Teleológica.
• Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art.
7º, I, da Constituição:
• II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:
• b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses
após o parto.
• Para qual razão existe tal norma?
• A mim parece que a norma surgiu para evitar a
dispensa discriminatória, ou seja, dolosa,
aquela em que o empregador, ao ter
confirmada a gestação, dispensa a empregada
para “livrar-se do problema”. Daí a expressão
“confirmação”.
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Teleológica.
• Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderesda União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aosprincípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade eeficiência e, também, ao seguinte:
• II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovaçãoprévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordocom a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma previstaem lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em leide livre nomeação e exoneração;
• A quem esta norma protege?
• A mim protege a sociedade e não aadministração pública. Aliás, protege asociedade da administração pública,preservando o Princípio da Impessoalidade
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma.
• Histórica-evolutiva: O sistema histórico-evolutivo, parte da premissa de que a norma tem vidaprópria, tem força expansiva, pelo qual é possível aointerprete atribuir-lhe um sentido novo, de acordocom a sociedade atual, no momento da aplicação danorma.
• Consiste em analisar qual era a sociedade ao tempoem que a norma foi promulgada e verificar se taiscondições continuam as mesmas ou foram alteradas.
• Fundamental na aplicação da teoria tridimensional deMiguel Reale (Fato-valor-norma), ou seja, verificar seo fato ainda existe e, em caso afirmativo, qual é o seuvalor atual.
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Histórica.
• Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo
empregador:
• f) embriaguez habitual ou em serviço;
• A interpretação meramente gramatical nos leva à
conclusão que a expressão “ou”, que é disjuntiva,
permite a dispensa por justa causa do empregado que
é ébrio contumaz mesmo fora do serviço.
• Historicamente a embriaguez habitual era vista como
desvio de caráter.
• Atualmente, sabe-se, é doença.
• Ninguém pode ser dispensado, e muito menos por
justa causa, porque é doente.
Interpretação da norma jurídica. Conflitos entre formas.
• Por vezes a aplicação dos diversos métodos de
interpretação nos leva a resultados
interpretativos diferentes.
• Nestas ocasiões, no Direito do Trabalho,
especificamente, há que se aplicar o Princípio
“in dubio pro operario”.
• Nos demais ramos do Direito (e também no
Direito do Trabalho), o intérprete deve valer-se
de uma base teórica sólida, consistente em
Princípios Gerais e específicos do direito e
equidade, sobre os quais trataremos adiante.
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Exemplo.
• CF: Art. 7º, IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capazde atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdênciasocial, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendovedada sua vinculação para qualquer fim;
• A interpretação gramatical da parte em destaque (a que, aliás, foifeita pelo STF na Súmula vinculante nº 04) nos leva à conclusãode que nenhum benefício pode ser calculado sobre o saláriomínimo.
• Sabe-se, porém, que historicamente (em 1.988) o país viviaperíodo de alta inflação e, para proteger-se da corrosão da moeda,contratos civis, comerciais, etc eram celebrados em saláriomínimo.
• Para evitar a corrosão da moeda ainda maior, o governo nãoaumentava o salário mínimo, prejudicando os trabalhadores.
• Esta, portanto, é uma norma de proteção aos trabalhadores (como,aliás, está no “caput’ - sistemática) e não para seu prejuízo.
Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma.
• Declarativa: quando a sua interpretação forsuficiente em si mesma para o entendimento.
• Restritiva: quando a interpretação diminuir oalcance da norma, ou seja, quando o textodisser mais do que seu objetivo. Ocorre com oscontratos benéficos, as cláusulas penais, e asnormas de exceção em geral.
• Extensiva: quando a interpretação ampliar oalcance da forma, quando o texto disser menosdo que seu objetivo. Ocorre com a análise dedispositivos que versem sobre direitos humanosfundamentais e direitos constitucionaisfundamentais, por exemplo.