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O Plgio em Contexto Escolar: Estudo de caso numa escola
do Ensino Secundrio
Ana Isabel Lzaro Canadas Valadar
Dissertao apresentada Escola Superior de Educao de Bragana para obteno do
Grau de Mestre em TIC na Educao e Formao.
Orientado por
Manuel Florindo Alves Meirinhos
Bragana
2012
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Agradecimentos
Depois de todo o trabalho realizado, importante agradecer a algumas pessoas e
instituies, sem as quais no teria sido possvel concretizar este longo e rduo estudo, que
nos acompanhou durante meses.
Importa agradecer Escola Superior de Educao de Bragana, bem como ao
Agrupamento de Escolas do distrito de Bragana, onde se realizou a investigao, que
possibilitaram a realizao deste trabalho. Alm disso, destaca-se a disponibilidade e simpatia
do orientador, Professor Doutor Manuel Meirinhos.
Devo tambm agradecer a todos os amigos que, de mais perto, seguiram o meu
trabalho, me apoiaram e perderam por vezes o seu tempo ouvindo as minhas dvidas, lendo
os meus rascunhos ou dando sugestes. E no posso esquecer os alunos e professores que
participaram na minha aventura.
E, por fim, tenho de agradecer profundamente minha famlia, em especial ao Miro e
ao Fbio, os meus amores, por todo o apoio, carinho, pois nunca permitiram que eu
fraquejasse, mesmo nos piores momentos.
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Resumo
As tecnologias de informao (TIC) so as ferramentas chave da sociedade onde
atualmente nos inserimos. Em contexto escolar a sua presena comea ser notvel, embora
muitas vezes se possa questionar os processos de utilizao. A Internet, como qualquer
tecnologia pode ser bem ou mal utilizada. A Informao utilizada por este meio, pode ser
utilizada para a construo de conhecimento ou como recurso para prticas menos honestas e
censurveis, como o caso da prtica do plgio. Com o presente estudo pretendemos
averiguar a prtica do plgio em contexto escolar. Conhecer o nvel de conscincia dos alunos
e professores relativamente ilegalidade desta prtica. Observar as causas e consequncias do
plgio. Aclarar formas de combate ao plgio e conhecer mais em pormenor as prticas do
plgio no ensino secundrio.
A investigao seguiu a metodologia de estudo de caso, recorrendo a um inqurito aos
alunos do ensino secundrio de um agrupamento de escolas do distrito de Bragana, na
consulta de documentao e numa entrevista a 4 professores do Ensino Secundrio. Atravs
dos inquritos e das entrevistas conseguimos analisar causas e consequncias do plgio no
ensino secundrio, apuramos tambm a necessidade sentida pela escola, pelos professores e
pelos alunos em se manterem ao corrente desta prtica, tentando encontrar algumas formas de
a combater.
Definimos os objetivos pretendidos para a nossa investigao. Acrescentmos a descrio
da opo metodolgica que nos levou a escolher o estudo de caso. Tambm contextualizmos
o estudo, descrevendo a escola onde ele levado a cabo. Descrevemos o estudo e clarificmos
as tcnicas e instrumentos usados na recolha e tratamento de dados.
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Abstract
The Information Technologies (IT) are key tools in the society where we currently operate.
In the educational context their presence begins to be impressive, though often the processes
of its use may be questionable. The Internet, just like any other technological tool, can be used
positively or negatively. The information used by this means can be applied in the conception
of knowledge or for a less honest and objectionable purpose, such as the practice of
plagiarism. With the present study we intend, firstly, to carry out research on the practice of
plagiarism in a school context. Secondly, we intend to acknowledge the level of awareness of
students and teachers regarding the illegality of this practice. Thirdly, we shall observe the
causes and consequences of plagiarism. And finally, we intend to clarify the ways of striving
plagiarism and learn in detail about the practices of plagiarism in secondary schools.
The research followed the methodology of case study, using a survey of secondary school
pupils of the group of schools of district Bragana, the reading of documentation was also
used, as well as and an interview with four teachers of Secondary Education. With the results
of the surveys and interviews we were able, in the first place, to analyse the causes and
consequences of plagiarism in secondary education; secondly, we have become aware of the
need felt by the school board, by teachers and students to be updated about this practice, in
order to find some ways to hinder it.
The intended goals for our research are set. A description of the methodological approach
that led to the selection of the case study was also added. We contextualized and defined the
study, and illustrated the school where it is carried out. In addition, we clarified the techniques
and instruments used in collecting and processing data.
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ndice
NDICE DE TABELAS ................................................................................................... 8
INTRODUO ............................................................................................................... 9
Contextualizao da investigao ......................................................................................................... 9
Objetivos da investigao .................................................................................................................... 10
Estrutura da investigao ..................................................................................................................... 10
Captulo 1 Os Jovens e a Internet na Sociedade da Informao ................................. 12 1.1- Sociedade da Informao e a escola ................................................................................. 12 1.2- A importncia da utilizao das Tecnologias da Informao na construo do conhecimento .................................................................................................................................... 18
Captulo 2 O plgio e a legislao ............................................................................... 24 2.1- Origem do termo plgio .......................................................................................................... 24 2.2- Diferentes tipos de plgio ........................................................................................................ 26
2.2.1- Plgio intencional .............................................................................................................. 26 2.2.2- Plgio acidental .................................................................................................................. 26 2.2.3 - Plgio quanto ao modelo de cpia .................................................................... 27
2.3- Legislao e plgio .................................................................................................................... 27 2.4- Legislao da Unio Europeia ................................................................................................ 28
Captulo 3 Causas do plgio no ensino secundrio ................................................... 31 3.1- Perfil dos alunos plagiadores ................................................................................................... 31 3.2- A regulamentao na escola sobre a prtica de plgio ........................................................ 35 3.3- Software existente para deteo de plgio ............................................................................ 36
Capitulo 4 Metodologia ............................................................................................... 38 4.1- Definio dos objetivos ........................................................................................................... 38 4.2- Opo metodolgica ................................................................................................................ 40 4.3- Instrumentos de recolha de informao ............................................................................... 43 4.4- Descrio do estudo ................................................................................................................. 46
4.4.1- O contexto da escola ........................................................................................................ 47 4.4.2- Realizao da investigao ............................................................................................... 49
Capitulo 5 - Apresentao e anlise dos resultados ....................................................... 54 5.1- Conhecer o nvel de conscincia dos alunos em relao ilegalidade da prtica de plgio. 58 5.2- Conhecer o nvel de conscincia dos professores em relao prtica de plgio por parte dos alunos. ............................................................................................................................... 61 5.3- Conhecer prticas de plgio no Ensino Secundrio. ..................................................... 63 5.4- Analisar as causas e consequncias do plgio no Ensino Secundrio. ........................ 67 5.5- Verificar as consequncias derivadas da prtica do plgio. ........................................... 78 5.6- Apurar formas de combate ao plgio em ambiente escolar. ........................................ 80
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CONCLUSO ................................................................................................................ 87
Limitaes da investigao ................................................................................................. 90
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................................... 91
ANEXOS ........................................................................................................................ 96
Anexo 1 .................................................................................................................................................. 96
Anexo 2 ................................................................................................................................................ 108
Anexo 3 ................................................................................................................................................ 109
ndice de figuras
Figura 1 Ilustrao do conhecimento sobre o plgio ................................................................... 37
ndice de grficos
Grfico1 Gnero ................................................................................................................................ 54
Grfico 2 - Morada ............................................................................................................................... 55
Grfico 3 - Ano de escolaridade ......................................................................................................... 55
Grfico 4 - Nmero de anos de reteno .......................................................................................... 56
Grfico 5 - reas de estudo ................................................................................................................. 57
Grfico 6 - Internet em casa ................................................................................................................ 57
Grfico 7 - Ouviste falar em plgio acadmico ................................................................................ 58
Grfico 8 - Informao sobre o plgio .............................................................................................. 59
Grfico 9 - Definio do conceito de plgio..................................................................................... 60
Grfico 10 - Frequncia com que os professores verificam se os trabalhos so plagiados ....... 62
Grfico 11 - Os professores deveriam preocupar-se mais com esta prtica do plgio ............... 63
Grfico 12 - Frequncia com que recorrem ao plgio ..................................................................... 64
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Grfico 13 - Frequncia com que os alunos copiam trabalhos j feitos na Internet .................. 64
Grfico 14 - Frequncia com que os alunos recorrem ao processo Copiar-Colar ...................... 65
Grfico 15 - Frequncia com que os alunos compram trabalhos j feitos ................................... 65
Grfico 16 - rea que recorrem mais prtica do plgio ............................................................... 66
Grfico 17 - Preocupao por parte dos alunos com a fonte da informao recolhida ............. 67
Grfico 18 - Pela facilidade que a Internet oferece para copiar informao ................................ 68
Grfico 19 - Por falta de tempo para escrever o trabalho .............................................................. 69
Grfico 20 - Porque os professores no se interessam pelo facto do trabalho estar copiado ... 69
Grfico 21 - Porque todos os colegas o fazem de forma natural .................................................. 70
Grfico 22 - Porque costumo deixar os trabalhos para a ltima hora .......................................... 70
Grfico 23 - Porque os professores no costumam fornecer regras para realizar os trabalhos 71
Grfico 24 - Porque no tenho grande capacidade de escrita ........................................................ 72
Grfico 25 - Porque os trabalhos so muito complicados de fazer ............................................... 72
Grfico 26 - Porque tudo o que existe na Internet pode ser copiado livremente ....................... 73
Grfico 27 - Porque nos trabalhos copiados a classificao costuma ser melhor ....................... 73
Grfico 28 - Porque os professores no orientam na realizao dos trabalhos........................... 74
Grfico 29 - Porque se pode fazer um melhor trabalho com menos esforo ............................. 74
Grfico 30 - Porque os prazos para a realizao dos trabalhos costuma ser curto ..................... 75
Grfico 31 - Porque a escola no nos informa das consequncias do plgio .............................. 76
Grfico 32 - Pela facilidade que hoje existe de partilhar, copiar e colar informao .................. 76
Grfico 33 - Porque domino muito bem a Internet e tecnologias associadas ............................. 77
Grfico 34 - Porque j o fazia no Ensino Bsico ............................................................................. 77
Grfico 35 - O plgio contribui para o aumento dos conhecimentos cientficos dos alunos ... 78
Grfico 36 - O plgio uma prtica que deveria ser eliminada das escolas porque desonesta
................................................................................................................................................................. 79
Grfico 37 - A prtica do plgio ajuda a obter melhores classificaes nas disciplinas ............. 79
Grfico 38 - Os professores devem ensinar os alunos a consultar e organizar informao seja
de que fonte for: Internet, pesquisa bibliogrfica, comunicao social, etc. ................................ 80
Grfico 39 - Conhecimento dos alunos sobre o software existente para a deteo do plgio .. 81
Grfico 40 - Os trabalhos plagiados deveriam ser anulados .......................................................... 82
Grfico 41 - As escolas deveriam consciencializar toda a comunidade escolar sobre a
problemtica do plgio ......................................................................................................................... 82
Grfico 42 - O Ministrio da Educao deveria tomar medidas para que o tema fosse debatido
nas escolas .............................................................................................................................................. 83
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Grfico 43 - Os professores deveriam fornecer regras claras sobre a realizao dos trabalhos 84
Grfico 44 - Os professores deveriam acompanhar a realizao dos trabalhos .......................... 84
Grfico 45 - Os alunos plagiadores deveriam chumbar na disciplina onde cometem plgio .... 85
ndice de tabelas
Tabela 1 - Relao entre os objetivos e o nmero das questes .................................................... 52
Tabela 2 - Categorias da entrevista dos professores ........................................................................ 53
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Introduo
A sociedade da informao tem-se caracterizado como por uma constante mudana
suportada pelas novas tecnologias. Estas desempenham um papel fundamental no acesso,
criao e difuso da informao.
A escola, enquanto instituio ligada informao e ao conhecimento, no pode estar
alheada dos fenmenos emergentes desta nova sociedade. necessrio que a escola reconhea
que, num contexto mais amplo, no apenas a sociedade que muda, mas tambm, num
mbito mais especfico, os alunos desenvolvem novas estratgias de aceder e tratar e difundir a
informao. Esta nova relao dos alunos com a informao, difundida pelas redes nova
para a escola e dela emergem alguns fenmenos, entre os quais o plgio acadmico.
neste contexto que se encontra o nosso estudo, o qual procuraremos explicitar melhor,
nesta introduo, atravs da contextualizao, da apresentao dos objetivos e da descrio da
estrutura da investigao.
Contextualizao da investigao
Atualmente a escola, os docentes e os alunos debatem-se com um enorme desafio
relacionado com a prtica do plgio em contexto escolar. A multimdia e as novas tecnologias
so uma realidade inegvel na nossa sociedade, e fazem parte da grande maioria de crianas e
jovens. A imensa quantidade de informao, em formato digital, que disponibilizada atravs
da Internet, suscita nos jovens novos hbitos de trabalho e novas formas de lidar com essa
informao de fcil acesso. A facilidade de trabalhar a informao digital diferente de
trabalhar com a informao em suporte papel. Tanto professores como alunos devem estar
conscientes das ocorrncias que podem emergir dessa facilidade, como a prtica do plgio.
Com o presente estudo pretendemos averiguar se os alunos do ensino secundrio recorrem
ou no prtica do plgio no seu percurso escolar. Pretendemos tambm conhecer se de facto
eles tm conscincia da ilegalidade desta prtica. Contudo iremos demonstrar quais as causas e
as consequncias da prtica do plgio. Vamos aclarar algumas das possveis formas de
combate ao plgio.
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Parece-nos, portanto, deveras importante que toda a comunidade escolar se consciencialize
que esta prtica do plgio com recurso Internet est cada vez mais enraizada nos nossos
alunos, pois fazem desta uma prtica usual e comum.
Objetivos da investigao
No mbito da temtica do nosso trabalho sobre a prtica do plgio em contexto escolar no
ensino secundrio, tivemos necessidade de elaborar um conjunto de objetivos que nos
permitissem direcionar e orientar o nosso trabalho de pesquisa e investigao, mas apesar de
estarem definidos separadamente, estes esto interrelacionados dependendo uns dos outros.
Assim, pretendendo-se com esta investigao conhecer a informao que os professores e
os alunos do ensino secundrio tm sobre a prtica de plgio, para um melhor esclarecimento
procurou-se responder aos objetivos do estudo a seguir listados:
Conhecer o nvel de conscincias dos alunos em relao ilegalidade da prtica de
plgio.
Conhecer o nvel de conscincias dos professores em relao prtica de plgio por
parte dos alunos.
Conhecer prticas de plgio no Ensino Secundrio.
Analisar as causas e consequncias do plgio no Ensino Secundrio.
Apurar formas de combate ao plgio em ambiente escolar.
Foram estes cinco objetivos gerais que orientaram a nossa investigao e que descrevemos,
mais pormenorizadamente, na metodologia do trabalho.
Estrutura da investigao
O presente trabalho constitudo por seis partes complementares.
Na introduo feita a contextualizao da investigao, so apresentados os objetivos da
investigao, assim como a estrutura da investigao.
No primeiro captulo fazemos uma abordagem ao tema, as crianas e a Internet na
Sociedade da Informao. Comeamos por retratar a sociedade da informao, demonstrando
os seus desafios para a educao. Expusemos a importncia da utilizao das Tecnologias da
Informao na construo do conhecimento dos jovens.
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No segundo captulo, o plgio e a legislao, fizemos uma abordagem origem do termo
plgio. Descrevemos os diferentes tipos de plgio, se este praticado de forma intencional ou
acidental e contextualizamos a plgio na legislao.
No terceiro captulo, centramo-nos no assunto o plgio no ensino secundrio, fizemos uma
caracterizao do perfil dos alunos plagiadores. Tentamos identificar a existncia ou no de
regulamentao na escola sobre a prtica de plgio. Apresentamos ainda diferentes tipos de
software existente para deteo de plgio.
No quarto captulo, referimo-nos metodologia, onde apresentamos os objetivos da
investigao e as opes metodolgicas. Indicam-se as tcnicas de recolha de dados e
descrevem-se os instrumentos. Neste captulo descrevemos ainda o estudo, apresentando o
contexto da escola onde se realizou a investigao e fizemos uma breve explicitao da
realizao da investigao.
No quinto captulo, expusemos a apresentao e anlise de dados. Procedemos
apresentao dos dados graficamente fazendo a sua anlise e tendo como principal referncia
os objetivos gerais e especficos que delinemos para este trabalho.
Por ltimo, respeitante concluso, procedeu-se s consideraes e reflexes, s limitaes
da investigao.
Terminamos com as referncias bibliogrficas e, em anexo, os instrumentos que utilizamos
no nosso estudo.
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Captulo 1 Os Jovens e a Internet na Sociedade da Informao
1.1- Sociedade da Informao e a escola
A Sociedade da Informao, tambm conhecida por Sociedade do Conhecimento surge em
consequncia do nascimento da to falada sociedade da Globalizao. Esta sociedade tem-se
caracterizado como estando em constante mudana impulsionada pelas novas tecnologias e
onde a informao se transformou cada vez mais num meio de criao de conhecimento.
As transformaes socorridas a nvel de suportes de informao, velocidade de criao e
circulao da informao, facilidade de acesso a essa mesma informao suscitam o repensar
de uma srie de atitudes que suportam decises e determinam, em certa medida, vida forma
como nos relacionamos com a informao e o conhecimento.
Ao longo dos tempos, as Tecnologias da Informao e Comunicao (TIC), conseguiram
transformar os nossos hbitos, tornando-se imprescindvel na nossa vida tanto pessoal como
profissional, conseguindo muita da nossa ateno. Segundo Junior (2007) O computador e a
Internet, enquanto ferramentas de informao, foram sem dvida as tecnologias que tiveram aceitao mais
rpida e que continuam a ser implementadas e aperfeioadas a cada dia, penetrando em todas as esferas sociais
(p.25).
Nos ltimos 20 anos, as tecnologias de informao foram responsveis por uma profunda
reorganizao do modo como as pessoas vivem, comunicam e aprendem. Estas alteraes tm
permitido o aparecimento de novas prticas e hbitos associados com as novas geraes. O
impacto do uso intensivo de tecnologias de informao e comunicao, bem como a maior
oferta de servios e informao a que se assiste, provoca naturalmente uma modificao na
vida das novas geraes.
O facto que a utilizao das TIC tem transformado profundamente a forma como as
pessoas vivem, como aprendem, trabalham, ocupam os tempos livres e interagem, tanto nas
relaes pessoais como profissionais.
Segundo Galanter (1984):
()hoje estamos no limiar de uma nova idade da alfabetizao alfabetizao computacional , cujas exigncias em matria escolar, j e no futuro imediato, podem muito bem ultrapassar as do passado. As necessidades dos educandos perante este novo tipo de instruo crescem constantemente e as nossas escolas, o
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agente central de tal crescimento, vo naturalmente receber dele uma nova vitalidade, requerem uma reordenao das foras intelectuais (p. 89).
Enquanto seres sociais, os seres humanos procuram constantemente interagir com outros,
nas mais diversas ocasies. Esta realidade tambm se aplica ao mundo da Internet, tanto mais
que esta permite que as pessoas comuniquem umas com as outras de qualquer parte do
mundo.
Seja l qual for o nome que se d, era digital, cibercultura, sociedade de informao ou
sociedade em rede, o facto que no nosso tempo a interatividade desafio no s para os
jovens, mas para todos os agentes do processo de comunicao.
Segundo Penzias (1992), na verdade, a tecnologia tem vindo rapidamente a tornar quase irrelevantes as
barreiras impostas pela distncia. Hoje as barreiras fsicas so, de longe, muito menos significativas do que as
barreiras lgicas que separam as fontes dos utilizadores de dados (p.151).
Atualmente a Internet um fenmeno marcante nas sociedades desenvolvidas, estando a
modificar a forma professores e alunos lidam com a informao. Hoje, no parece haver
dvidas que o futuro da aprendizagem escolar ou acadmica passar significativamente pela
Internet e tecnologias associadas.
A par de todas as possibilidades e benefcios da utilizao das TIC, nomeadamente no
acesso ao conhecimento, na colaborao entre pessoas e organizaes, na incluso social e na
criao de riqueza, necessrio assegurar, como para qualquer outro meio de interao,
mecanismos e estratgias apropriados para minimizao de eventuais abusos ou ilegalidades
que ocorram com a utilizao destas tecnologias.
Os jovens cresceram rodeados de tecnologias de comunicao, como a Internet ou os
telemveis. verdade que atualmente a tecnologia faz parte da vida das pessoas de grupos
etrios muito variados, mas um jovem de 16 anos que esteja agora no ensino secundrio
constitui um exemplo do que Prensky (2001) designa de nativo digital, por oposio s
pessoas que no foram to precocemente expostas a tecnologias como a Internet, e que, por
isso, tendem a fazer um uso menos instintivo da tecnologia.
A Internet, tal como qualquer outra tecnologia crida pelo Homem, pode ser bem ou mal
utilizada. Milhes de utilizadores de todas as idades usam diariamente esta ferramenta. Apesar
de ser um meio verstil e uma fonte de inesgotveis recursos, apresenta alguns perigos
associados, decorrentes de uma utilizao menos correta. Qualquer cidado dever estar
consciente desses perigos, a fim de se proteger da melhor forma e educar os mais jovens a
fazer o mesmo. Ao desenvolver certas atitudes e hbitos de utilizao da informao da
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Internet, poder desfrutar com maior segurana das inmeras vantagens que a Internet lhe
permite.
Previsivelmente, a mudana que ocorreu na Internet, em termos tecnolgicos, com o
aparecimento das ferramentas de Web 2.0 est tambm associada a mudanas psicolgicas
importantes, nas pessoas que as usam. Os alunos que pertencem Gerao Net tm sido
expostos s tecnologias digitais em praticamente todas as facetas das suas vidas, o que
influenciou a forma como estabelecem relaes interpessoais, e o modo como perspetivam o
mundo (Tapscott,1997). De acordo com Prensky (2001), estes jovens desenvolveram
particularmente a capacidade para realizar diversas tarefas em simultneo, e habituaram-se a
esperar interaes rpidas e eficazes atravs dos seus canais de comunicao (Tapscott, 1997;
Prensky, 2001).
Tapscott (1997) props que o primeiro grupo de seres humanos que cresceu num mundo
com Internet apresenta globalmente alguns traos distintivos. Embora, uma vez mais, no se
possam prever caractersticas pessoais a partir de aspetos geracionais, o impacto do ambiente
tecnolgico na Gerao Net manifesta-se, segundo este autor, pela maior prevalncia neste
grupo geracional de comportamentos e atitudes como:
- Capacidade para desempenhar diversas tarefas em simultneo.
- Preferncia marcada para a construo ativa de conhecimento, e reduzida tolerncia a
ambientes instrutivos.
- Baixa tolerncia a atrasos na comunicao.
- -vontade em ambientes interativos, em que devem assumir o papel de atores, e no
apenas de espectadores.
Oblinger e Oblinger (2005) refletem sobre a divergncia, que muitos educadores tm vindo
a constatar, entre a naturalidade com que os jovens usam a tecnologia e as dificuldades que
tm em julgar a qualidade da informao que obtm a partir de servios de pesquisa como o
Google competncia muitas vezes designada como capacidade de descobrir informao ou
detetar informao crtica. Referem que, ainda que estes jovens possam ser digitais nativos,
isso no significa que eles compreendam a forma como o uso da tecnologia afeta a sua literacia
e os seus hbitos de aprendizagem dissociando o processo do prprio contedo. Os
mesmos autores acrescentam ainda que seria um erro tentar motivar os jovens da Gerao Net
com base apenas em artifcios tecnolgicos apelativos, em vez de se por a nfase no
desenvolvimento da sua literacia e das suas competncias de raciocnio crtico.
J referia Campos (1994) que, a utilizao da tecnologia informtica em todas as reas do currculo
vir a ter um forte impacto nas intenes e objetivos curriculares, nas estratgias de ensino e no ambiente de
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aprendizagem (p.13).A verdade que esse impacto ainda no se tem evidenciado com muito
sucesso nas nossas escolas. Houve sim um grande avano e uso das TIC na sociedade mas,
ainda h muito para fazer para as implementar com mais sucesso em contexto de
aprendizagem escolar.
Aceita-se, hoje, que a escola no pode recuar perante as descobertas tcnicas, ela tem que
aceitar a sua presena dentro e fora dos seus muros. Esta deve pensar nos problemas atuais e
adaptar-se a esta sociedade de avanos tecnolgicos. Pois, segundo Ponte (1986), O
conhecimento, tal como a sociedade, est em permanente evoluo. O professor tem de estar constantemente a
aprender e a renovar-se. Professores e alunos passam a ser companheiros de um processo de aprendizagem. (p.
107). As novas tecnologias so um destes avanos que, ao serem introduzidas nas atividades
escolares, podem contribuir para uma reflexo sobre a influncia que exercem no pensamento
dos jovens. Contudo, a utilizao destas na escola, embora esteja j difundida, muitas vezes, e
ainda hoje alguns dos professores utilizam-nas apenas no estrito servio de documentao.
Os meios de comunicao, ao serem introduzidos nas atividades letivas, devem abarcar
essencialmente os conhecimentos relevantes que os alunos tm que adquirir para interpretar o
mundo onde tm que viver.
Para que isso comece a acontecer nas escolas, indispensvel que a formao aborde a
temtica das TIC e fenmenos associados.
Sendo a escola considerada como o local privilegiado de aprendizagem e de
desenvolvimento do esprito crtico dos alunos sobre os mais variados aspetos da nossa
sociedade, lgico que se considere como indispensvel, uma formao bastante ampla dos
professores tocando os aspetos que em cada momento preocupam a nossa sociedade. Por
isso, entende-se que as novas tecnologias deviam ser objeto de estudo durante a formao
inicial de professores e terem a ateno devida na formao contnua, proporcionando aos
professores uma viso crtica das mesmas, de forma a adquirirem competncias para tratar o
uso correto das novas tecnologias com os alunos de uma forma segura, demonstrando-lhes os
seus benefcios mas tambm os possveis perigos, que com o seu mau uso muitas vezes da
possam advir. O jovem por natureza curioso, esta curiosidade natural de certa forma
satisfeita por parte dos que o rodeiam. O universo das novas tecnologias permite esse tipo de
interao imediata, pois por exemplo no caso da Internet, e atravs dela e da sua utilizao,
eles sentem que tm um mundo aos seus ps, tudo ali possvel, por isso o seu uso os
deslumbra, muitas vezes sem calcularem os perigos que possam estar a correr. Assim, ao
integrar-se as TIC no processo educativo, ser possvel por parte dos alunos a obteno de
respostas e muitas vezes questionar de forma crtica os assuntos apresentados.
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Hoje em dia, a tecnologia na educao estendeu-se a novas modalidades de formao e
comunicao atravs de redes informticas, a utilizao de computadores no ensino
aprendizagem est cada vez mais patente, da que os alunos sintam cada vez mais necessidade
que a escola e os professores os acompanhem nesta nova era informtica.
O grande desafio que se coloca como aproveitar o potencial destas tecnologias de
comunicao no contexto escolar.
A utilizao das novas tecnologias da informao e comunicao na escola no um
fenmeno recente. Tambm no tem sido um problema fcil nem um tema pacfico, na
medida em que exige uma mudana de prticas e mentalidades.
Para Ramiro Marques (2001), A escola deve educ-los para que eles estejam preparados para exercer
ocupaes tpicas de sociedades tecnologicamente desenvolvidas, dando-lhes ao mesmo tempo, as capacidades para
continuarem a estudar e a aprender (p. 37).
Ento teremos que pensar em educar para o novo mundo, onde as descobertas digitais
definem os limites do saber e aprender. Neste novo paradigma que nos proposto, s tem
capacidade de optar, participar, trabalhar, aqueles que tm informao, ou acesso
disponibilizado a ela.
Os softwares educativos, bem como a Internet, podem ser utilizados com diversas
finalidades, de forma a proporcionar a construo do conhecimento, possibilitam a
informao de contedos, a aplicao de jogos para favorecer a aprendizagem de modo mais
divertido, podem ser repetidos quantas vezes for necessrio para uma melhor compreenso
dos conceitos que se pretendem transmitir.
Em relao ao computador, uma das suas grandes vantagens a interatividade e a
capacidade de ser utilizado como uma ferramenta para facilitar a aprendizagem
individualizada, uma vez que ele s executa o que lhe solicitado. Uma das outras vantagens
do computador, a possibilidade de representar e experimentar novos conceitos criando a
possibilidade de um mundo abstrato e simblico, criando interao entre as pessoas. Esta
interao desenvolve a racionalidade tcnico-operacional e lgico-formal e amplia a
compreenso dos aspetos scio afetivos e tornam evidentes fatores pedaggicos, sociolgicos
e epistemolgicos.
O uso das redes como uma nova forma de interao no processo educativo, amplia a ao
de comunicao entre o aluno e o professor e o intercmbio educacional e cultural, desta
forma, o ato de educar (com a ajuda da Internet), proporciona a quebra de barreiras, de
fronteiras e remove o isolamento da sala de aula, acelerando a autonomia da aprendizagem dos
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alunos ao seu prprio ritmo, assim a educao pode assumir um carcter coletivo e tornar-se
acessvel a todos.
A introduo das novas tecnologias no diminui em nada a importncia do professor.
Sendo assim, no se pode colocar o professor e o computador em dois pontos extremos, mas
sim fazer com que a combinao dos dois permita um aumento das potencialidades de ambos.
Tal como refere Joo Ponte (1986), O conhecimento, tal como a sociedade, est em permanente evoluo.
O professor tem de estar constantemente a aprender e a renovar-se. Professores e alunos passam a ser
companheiros de um processo de aprendizagem (p. 107).
Muitas experincias de utilizao da Internet no contexto escolar falham porque os
professores restringem a atividade dos alunos a critrios extremamente estruturados, o que faz
com que estas sejam, para os alunos, uma experincia de escrita por obrigao, que eles
abandonaro assim que a sua avaliao final esteja concluda. Neste contexto, o papel do
professor dever ser o de facilitar a aprendizagem e a experimentao dos alunos, dando-lhes
algum espao de liberdade.
Atualmente as novas tecnologias no so s uma concorrente na transmisso de
conhecimentos da escola, mas uma prtica social que necessrio ter em considerao.
Segundo Lvy (1987) A utilizao multiforme dos computadores no ensino estende-se escola e casa,
na formao profissional e contnua (p. 26 e 27).
Assim, se partimos de uma filosofia que tem como um dos seus princpios bsicos a
incluso natural de todos os indivduos numa sociedade, no podemos deixar de recusar que,
sistematicamente, determinadas parcelas dessa sociedade sejam privadas dos avanos
tecnolgicos e das alteraes das formas de conviver, de brincar, de trabalhar, de aprender e
de ensinar, de viajar, de comunicar, etc., que vo alterando profundamente a nossa forma de
viver, tornando vulgar e acessvel o que at h pouco era do domnio tcnico e restrito a
determinados grupos profissionais. Esses meios tecnolgicos que individualizam e
simultaneamente generalizam, possibilitando o relacionamento do particular com o geral,
numa atitude to sistemtica que chega necessariamente s atitudes e aos valores das pessoas,
podem no entanto, no passar para o dia-a-dia de determinados grupos sociais, que pelas suas
caractersticas dependem inicialmente da fora poltica, social e tambm do saber profissional
de quem os rodeia e que podero constituir-se, como as grandes resistncias s vrias
possibilidades de acesso a uma nova maneira de viver e conviver.
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1.2- A importncia da utilizao das Tecnologias da Informao na construo do conhecimento
A Internet veio provocar verdadeira revoluo na organizao no mundo da informao e
do conhecimento. O acesso aberto informao cada vez mais uma realidade. Surgiu um
como conceito que veio revolucionar a difuso da informao, falamos pois do termo open
access, "Acesso Livre" (ou Acesso Aberto). Significa a disponibilizao livre, na Internet,
de literatura de carcter acadmico ou cientfico (em particular os artigos de revistas cientficas
com reviso pelos pares), permitindo a qualquer utilizador ler, descarregar, copiar, distribuir,
imprimir, pesquisar ou referenciar o texto integral dos documentos.
Por outro lado, com a emergncia recente de fenmenos como os Blogues ou os Wikis, e
redes sociais, os jovens passam a dispor de um meio que lhes permite a expresso fcil. A
Internet passou a ser um espao mais descentralizado, em que os indivduos podem facilmente
aceder, e de forma colaborativa, editar e transformar a informao.
Surge ento o interesse em contextualizar a escola na sociedade da informao, e forma
como toda a comunidade escolar reage relativamente insero das novas tecnologias na
educao. Atualmente, professores e alunos podem utilizar ativamente as novas tecnologias,
no contexto ensino aprendizagem. Estas assumem-se, hoje, como importantes instrumentos
que tornam mais atrativo e motivador o processo de ensino aprendizagem, conduzindo ao
crescimento e edificao da personalidade humana.
O facto que as ferramentas de Web Social, como os Blogues ou os Wikis, redes sociais,
podem ser integrados em ambientes presenciais e virtuais de aprendizagem. No entanto, a sua
utilizao em contextos mistos, de Blended-Learning, em que os alunos podem interagir de
diversas maneiras com outros alunos, professores e a comunidade em geral, aquela que tem
tido mais aceitao junto dos educadores. Neste tipo de modelo, os alunos podem ser autores
criativos de contedos, produzindo e manipulando imagens de vdeo (disponibilizando-as
depois em servios como o YouTube), usando palavras-chave (Tags) para criar taxonomias
que tornam mais fcil e eficaz a procura de informao em Blogues, ou participando dinmica
e coletivamente na construo de espaos Wiki. tambm possvel, com o uso de ferramentas
como estas, ir de encontro s expectativas dos estudantes da Gerao Net, no que respeita a
facilidade de acesso a informao e abertura e flexibilidade dos contedos (Oblinger e
Oblinger, 2005; Tapscott, 1997).
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Nos dias de hoje, a introduo das tecnologias, principalmente do computador e da
Internet, desperta expectativas demasiado otimistas como por exemplo um maior sucesso
escolar, tornar o ensino mais motivador e o trabalho menos repetitivo.
A implementao das novas tecnologias na educao indispensvel porque uma forma
de aproximar o contexto escolar sociedade global, onde as tecnologias se vo expandindo
cada vez mais.
As tecnologias devem orientar as prticas docentes no se limitando apenas a uma melhoria
do ensino dito tradicional ou a uma simples utilizao dos instrumentos informticos, mas sim
utilizar esses meios para dinamizar e motivar todos os intervenientes e melhorar o processo de
ensino aprendizagem.
Na educao, as tecnologias assumem um papel fulcral, pois podem proporcionar novos
saberes na formao de alunos participativos, com esprito crtico e com uma conduta
cooperativa. Nesta linha de pensamento, as tecnologias, permitem novos contactos com
outras escolas e instituies, interao fcil entre professores e alunos e entre alunos, aceder
facilmente informao e, em consequncia, possibilitam expandir a escola para alm dos
prprios muros
A escola no tem como funo nica a transmisso de saberes, tem tambm
responsabilidades na promoo do desenvolvimento psicossocial e moral, na valorizao do
ensino e aprendizagem e na construo do conhecimento.
A educao sustentada pelo uso das novas tecnologias tornou-se cada vez mais uma prtica
educativa, ou seja, de interao pedaggica, em que os objetivos, os contedos e os resultados
obtidos se identificam com aqueles que constituem, nos diversos tempos e espaos, a
educao como projeto e processo humanos, histrica e politicamente definidos na cultura de
diferentes sociedades.
Segundo Ramiro Marques (2001) A escola deve educ-los para que eles estejam preparados para
exercer ocupaes tpicas de sociedades tecnologicamente desenvolvidas, dando-lhes ao mesmo tempo, as
capacidades para continuarem a estudar e a aprender (p. 37).
As tecnologias esto a tornar-se, de forma crescente, importantes instrumentos da nossa
cultura e na nossa sociedade, fazendo da sua utilizao um meio concreto de incluso e
interao com o mundo. Neste sentido, podem ser um instrumento de grande utilidade numa
construo do conhecimento, vez que facilitam uma aprendizagem construtiva e novos
modelos de ensinar e aprender.
A integrao das Tecnologias de Informao e Comunicao (TIC) no processo de ensino
aprendizagem promove novas formas de aprender, de ensinar e de pensar. Uma vez que h
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fortes razes para se esperar que os alunos que cresceram com tecnologias como a Internet (e
mais recentemente com a Web 2.0), apresentem formas de se expressar e de pensar distintas
em relao s geraes precedentes.
A acessibilidade s novas tecnologias fundamental, pois o seu papel deveras importante
na sua utilizao como recurso pedaggico, uma vez que criou novas valncias e novas
perspetivas na eterna procura de solues, que visam potencializar a interao do indivduo
com o meio e possibilitar-lhe o acesso a funes compatveis com as suas competncias
tornando-o um cidado pleno com direitos e deveres.
Embora a educao resulte da comunicao de informaes e conhecimentos, do estmulo
ao desenvolvimento de habilidades e atitudes, constituem o que denominamos ensino, implica
tambm a apropriao, por parte dos sujeitos, das informaes e conhecimentos comunicados,
das habilidades e atitudes estimuladas, apropriao denominada aprendizagem. Alm disto, a
educao envolve processos pessoais e sociais de relao entre os professores e os alunos.
Ao longo do tempo, a forma de ensinar e aprender tem mudado. Esta mudana deve-se
principalmente ao uso das novas tecnologias na educao.
De facto, a Internet exerce um papel cada vez mais importante em diversas reas, nas quais
se inclui, obviamente, a educao. A possibilidade de acesso a uma quantidade quase ilimitada
de informao e de interao entre pessoas faz com que o leque de ferramentas de ensino
aprendizagem disposio de docentes e alunos cresa de uma forma abrupta. No entanto,
para que essas ferramentas possam estar disponveis a todos, independentemente do seu grau
de conhecimento ou limitao fsica e/ou cognitiva, imprescindvel que seja acessvel a todos
e que permita a participao de todos os alunos, proporcionando, assim, oportunidades iguais.
A educao informatizada oferece comunidade educativa uma educao acessvel, flexvel
e de qualidade que atende s suas necessidades e expectativas. Promove o crescimento pessoal
dos alunos e provoca mudanas tanto a nvel familiar como profissional e social.
Segundo Villate (2005) () cada ano os nossos alunos esto mais motivados para as tecnologias
informticas e menos motivados para os mtodos tradicionais de ensino. Para conseguir cumprir a nossa misso
de formar os alunos, temos a obrigao de adaptar os nossos mtodos de ensino s novas tecnologias (p. 39).
A distncia fsica professor-aluno, a presena fsica do professor, da pessoa com quem o
aluno vai dialogar no necessria e indispensvel. Ela pode dar-se de outra forma,
virtualmente. Com um estudo individualizado e independente, reconhece-se a capacidade do
aluno em construir o seu conhecimento, de se tornar autor de suas prticas e reflexes.
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O processo de ensino aprendizagem mediatizado deve oferecer suportes e estruturar um
sistema que viabilize e incentive a autonomia dos alunos no processo de construo do
conhecimento.
O uso de tecnologias permitem romper as barreiras da distncia, da dificuldade de acesso
educao e dos problemas de aprendizagem por parte dos alunos que estudam
individualmente, mas no isolados e sozinhos. Oferecem possibilidades de se estimular e
motivar o aluno, de armazenar e divulgar dados, acesso s informaes mais distantes e com
rapidez.
A utilizao de pesquisas na Internet no ensino cada vez mais importante nos dias de
hoje. Um aluno motivado tornar-se sujeito da sua prpria aprendizagem, ao aplicar o que
apreende consegue autoavaliar-se, deve receber, atravs do processo, um suporte pedaggico,
administrativo, cognitivo e afetivo, atravs da integrao dos meios e da comunicao
bidirecional. No entanto, a Internet que oferece recursos e oportunidades de aprendizagem
excecionais, contm tambm muita informao que pode no ser til nem fivel. Dado que
qualquer pessoa pode colocar comentrios ou informaes na internet, os alunos tm de
desenvolver competncias de pensamento crtico, para avaliarem informao que encontram
online.
Para Durkheim e Skinner () a criana um ser que preciso modelar, integrar por diferentes formas
de coao, numa dada organizao social (p.43).
Esta abordagem no d importncia atividade do sujeito, nem condio de receo das
mensagens. Segundo Durkheim (citado por Lazar,1987), o social coage sobre os indivduos e
influencia-os, mas no reconhece as interaes inter-individuais, nem as componentes psicolgicas dentro do
processo de socializao (Lazar,1987, p.32).
A socializao das crianas/alunos realiza-se com a interao dos mesmos com o seu meio.
Durante este processo, vrios mecanismos interferem e formaro os diferentes indivduos que
iro constituir a futura sociedade, sendo um deles e cada vez mais a utilizao das novas
tecnologias.
Segundo Piaget, () a socializao da criana no uma evoluo passiva, deixada ao encargo da
famlia, da escola, das diferentes instituies, mas em parte ela compreende a participao ativa da criana. O
meio que a rodeia impe-lhe a sua realidade, mas ela constri o seu terreno e o seu campo de representao. (cit.
por Lazar, 1987) (p. 38).
Para Lazar (1987), reside numa certa inteno de outrem, no sentido de uma dependncia
acompanhado da tcnica da comunicao. Ao crescer, a criana pouco a pouco afasta-se da
coao familiar e atribui uma maior importncia ao peer-group.
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Todas as crianas/alunos so em simultneo, pessoas independentes, membros de uma
classe social, a famlia, de uma categoria social de idade e de sexo.
No processo de socializao intervm trs fatores: as crianas, os educadores e o mundo
exterior. As novas tecnologias, em especial a Internet, so consideradas meios de socializao.
No passado, a famlia era a fonte de transmisso de todos os conhecimentos. Depois surgiu
a escola como outro lugar de transmisso social. Com o aparecimento das novas tecnologias a
complexidade da socializao aumentou ainda mais.
Para Lazar (1987), a aprendizagem das condutas culturais est ligada a um progresso na
disposio da criana em tornar-se atenta s mensagens de outrem e a lev-la a partilhar os
seus prprios sentimentos ou invenes, ou seja, tudo se centra nos progressos da
comunicao.
Constata-se hoje, que os jovens de todo o mundo passam a maior parte dos seus tempos
livres diante de um ecr de computador, confirmando assim a influncia deste na sua vida
quotidiana. Existe uma grande semelhana dos resultados nos diversos pases, quer isto dizer
que as condies econmicas no so determinantes, mas antes os () horizontes culturais e as
opes comportamentais que se colocam s pessoas (e as condicionam) na sociedade atual (Bandeira, 1998,
p.25).
Quando observamos a facilidade com que as crianas e jovens manipulam as novas
tecnologias, ficamos, na maior parte dos casos, impressionados pela forma como elas se
sentem fascinadas, pela seduo e poder quase hipntico que a sua utilizao exerce sobre as
suas mentes.
Cada vez mais as Tecnologias surgem e identificam-se como uma ferramenta dinamizadora
para uma pedagogia de sucesso, porm estas no substituem o professor, mas sim, so mais
um meio de chegar a cada aluno em particular.
Convm salientar que, o uso das TIC no soluciona os problemas educacionais, no entanto,
elas devem ser encaradas como ferramentas capazes de modelar e alargar o processo de ensino
aprendizagem. Compete a este processo ser o mais participado possvel, onde dever ser o
aluno, com a ajuda necessria construir o seu prprio saber. Esse processo dever
compreender atividades que sejam motivadoras para o aluno, dever ainda recorrer ao uso de
recursos que tornem possvel essa tarefa. De forma a que, leve o aluno a pesquisar, a explorar
novos ambientes, a interagir, despertando-lhes sempre o paradigma interacionista e
construtivista.
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Os alunos de hoje tm uma grande vivncia, rica e socivel transmitida pelo uso da
Internet. Ser pertinente encarar as TIC como uma rea transversal presente em todo o
processo formativo, tendo como principal objetivo incluir o aluno nas demais tarefas.
Muitas questes surgem, nos interessam e intrigam sobre a relao e a forma como os
jovens utilizam as novas tecnologias e s consequncias que da possam advir. Todo este tema
e tudo o que o rodeia considera-se bastante atual, na medida em que se tem gerado muita
polmica em relao aos benefcios e s consequncias que a sua utilizao possa ter junto da
chamada Gerao Net. A utilizao destas assume-se hoje como um importante instrumento
que torna mais complexo todo o processo de crescimento e edificao da personalidade
humana.
O uso das tecnologias de Web 2.0 no ensino pode servir para promover a autonomia dos
alunos, as suas capacidades para trabalharem de forma colaborativa e a eficcia pedaggica do
processo de ensino-aprendizagem. Mas a simples utilizao de novas tecnologias em atividades
de sala de aula tradicionais no produz, por si s, resultados positivos na aprendizagem dos
alunos, sendo necessrio adaptar as prticas educativas s potencialidades oferecidas pelas
novas ferramentas, criando novas dinmicas de interao social e de colaborao. nossa
convico que s ferramentas inovadoras que emergem no momento, tem de necessariamente
se associar tambm estratgias inovadoras no processo de ensino-aprendizagem: s dessa
forma, se poder estar altura dos desafios que a educao da Gerao Net exige.
Pois para um aluno da Gerao Net, a sala de aula centrada na transmisso de saberes
estar cada vez mais chata, os alunos estaro cada vez mais desinteressados nesse modelo
tradicional de ensino.
A atualidade carateriza-se cada vez mais pela chamada: era digital, a sociedade em rede, a
sociedade de informao, a cibercultura.
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Captulo 2 O plgio e a legislao
2.1- Origem do termo plgio
O plgio uma prtica que existe h muito tempo. Com a utilizao crescente da Internet e
da facilidade em copiar e colar tem merecido destaque e preocupao no meio escolar.
Entende-se por plgio a utilizao de uma obra de outrem, ou parte dela, assumindo-a como
sua.
Segundo Ernesto Hartmann (2006),
A reproduo integral de uma propriedade intelectual e ou artstica denominada plgio. A palavra plgio teve origem no grego plgios, que significa oblquo, assinar ou apresentar como seu (obra artstica ou cientfica de outrem), imitar (trabalho alheio). Esta definio necessariamente convoca os conceitos de autenticidade e originalidade.1
Independente da forma que apresenta, o plgio uma prtica ilegal que fere os direitos de
autor ou de quem realmente o criador da obra.
Segundo a enciclopdia livre Wikipdia,
O plgio o ato de assinar ou apresentar uma obra intelectual de qualquer natureza (texto, msica, obra pictrica, fotografia, obra audiovisual, etc.) contendo partes de uma obra que pertena a outra pessoa sem colocar os crditos para o autor original. No ato de plgio, o plagiador apropria-se indevidamente da obra intelectual de outra pessoa, assumindo a autoria da mesma.
A origem etimolgica da palavra demonstra a conotao de m inteno no ato de plagiar; o termo tem origem do latim plagiu que significa oblquo, indireto, astucioso. O plgio considerado antitico (ou mesmo imoral) em vrias culturas, e qualificado como crime de violao de direito autoral em vrios pases.
Plgio no a mesma coisa que pardia. Na pardia, h uma inteno clara de homenagem, crtica ou de stira, no existe a inteno de enganar o leitor ou o espectador quanto identidade do autor da obra.
Para evitar acusao de plgio quando se utilizar parte de uma obra intelectual na criao de uma nova obra, recomenda-se colocar sempre crditos completos para o autor, seguindo as normas da ABNT (Associao Brasileira de Normas Tcnicas), especialmente no caso de trabalhos acadmicos onde normalmente se utiliza a citao bibliogrfica (s/p).2
O significado desta palavra teve sempre um sentido pejorativo e depreciativo. Atualmente
se fizermos uma busca nos dicionrios, associa plgio a atos moralmente condenveis, como o
roubo literrio ou cientfico (Dicionrio, 2008)
1 Retirado in : http://www.confrariadovento.com/revista/numero8/ensaio03.htm
2 Retirado in: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pl%C3%A1gio
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Segundo Shneider (1990),
Originalmente, a palavra plgio e o verbo plagiar designavam o crime de quem transviava os filhos dos outros, aliciava os seus escravos ou deles se apropriava, a venda de uma pessoa por quem dela no dispunha. Foi s mais tarde que passou a designar a apropriao por outro e a apresentao como prprios de fragmentos de livros ou pensamentos escritos. A palavra deriva do baixo latim plagium, que por sua vez, seria uma deformao grega, plgios (oblquo, trapaceiro) (p. 129).
Plagiar, diz o Dicionrio da Lngua Portuguesa da Porto Editora, apresentar como seu aquilo
que copiou ou imitou de obras alheias. Plagiar um verbo que muitos alunos portugueses conjugam
frente do computador, recorrendo a motores de busca da Internet e usando apenas trs
teclas: "Ctrl" e "C" para copiar e "Ctrl" e "V" para colar no trabalho que se vai apresentar ao
professor. "Copiar e colar" 3
O Plgio uma atitude individual ou coletiva de apropriao do conhecimento alheio. O
Plgio , por isso, uma questo de legitimidade dos direitos morais do autor (Morais: s/d) e
normalmente associado produo intelectual e ao seu resultado.
Contudo, no poderemos esquecer que o prprio plgio configura vrias formas, desde a
cpia integral ao texto reescrito mantendo as mesmas ideias, mas tem sempre uma
caracterstica comum que omitir referncias e fontes. (Sureda e Comas, 2011).
No atual estado de desenvolvimento da Sociedade de Informao, o plgio est cada vez
mais ligado Internet. Poder assim falar-se em Ciberplgio que consistir,
() no uso das TIC (principalmente e os recursos a ela associados sobretudo o WWW para o plgio (total ou parcial de trabalhos acadmicos por parte dos alunos. Isto , a localizao, adoo e apresentao de ideias, teorias, hipteses, resultados, textos, etc. alheios como prprios em qualquer trabalho acadmico. (Comas e Sureda, 2007)4
O plgio atual, sobretudo o acadmico, dispe de novas formas, meios e facilidades e por
essa razo as repercusses e profundidade so novas e parecem mais perigosas do que foram no passado.
(Comas e Sureda, 2007)5
3 Retirado in: Jornal Pblico, 2008-01-27
4 Retirado in: http://www.cibersociedad.net/textos/articulo.php?art=121
5 Retirado in: http://www.cibersociedad.net/textos/articulo.php?art=121
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2.2- Diferentes tipos de plgio
Existem dois modelos de plgio que abordaremos nesta seco, como o plgio intencional
e o plgio acidental. Numa outra vertente de classificao alguns autores falam de plgio
integral, parcial e conceptual.
2.2.1- Plgio intencional
Podemos considerar plgio intencional, quando nos apresentado como prprio qualquer
tipo de trabalho acadmico e no s, com contedo literalmente copiado ou reescrito sem a
devida indicao do autor original (citao) e identificao completa do documento consultado
(referncia) configura plgio.
Plagiar uma atitude desonesta e censurvel que pode envolver prejuzo aos sujeitos
envolvidos (pelo menos trs pessoas: o autor, o leitor e o redator) e instituio de ensino na
qual ocorre.
2.2.2- Plgio acidental
Nem sempre o plgio intencional. Pode ocorrer por descaso ou desconhecimento
tcnico, ou seja, incompetncia metodolgica em relao elaborao de citaes diretas,
indiretas (parfrases ou resumos) e sobre a importncia da identificao das fontes de
informao (referncias). Embora, nestas circunstncias plgio possa ter a atenuante da
involuntariedade, continua a ser caracterizado como: Foi sem querer ou eu no sabia,
podem servir como explicao, mas no negam nem justificam o facto em si. Alm disso,
obrigao ou pelo menos deveria ser, o aluno universitrio saber escrever cientificamente.
A Internet pode vir a ser um excelente recurso de pesquisa cientfica devido facilitao de
acesso informao e compartilhamento de conhecimento. Entretanto, devido justamente a
estas facilidades, facilidades de encontrar tudo, todas as novidades, as informaes, tudo o que
se possa imaginar, encontramos na Internet, mas tambm h muita informao publicada sem
valor acadmico, simplesmente porque qualquer pessoa pode publicar na Internet o que
quiser, sem controlo de qualidade editorial, contribuindo para incrementar o chamado lixo
informativo. Por esta razo, no contexto acadmico atual, no basta estar consciente das
prticas do plgio. tambm necessrio estar consciente da credibilidade da fonte
informativa.
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2.2.3 - Plgio quanto ao modelo de cpia
Numa outra vertente mas no menos importante podemos delinear tambm trs diferentes
tipos de plgio:
Plgio integral - entende-se por plgio integral, quando feita uma transcrio total de
um texto sem ser referida a fonte.
Plgio parcial entende-se por plgio parcial, quando feita a cpia de algumas frases ou
pargrafos de fontes diferentes, para dificultar a sua identificao.
Plgio conceitual entende-se por plgio conceitual, quando existe uma apropriao de
um ou vrios conceitos, ou de uma teoria, que o autor apresenta como seu sem de facto o ser.
2.3- Legislao e plgio
Com vista a proteger os direitos de autor na era digital, os pases necessitaram de atualizar a
sua legislao relativamente a estes direitos. Estas medidas devem permitir que os trabalhos
protegidos no sejam copiados e disponibilizados na Internet sem a respetiva permisso do
seu autor.
Cabe ao autor o direito exclusivo de utilizar, fruir e dispor da obra literria, artstica ou
cientfica, dependendo de autorizao prvia e expressa do mesmo, para que a obra seja
utilizada, por quaisquer modalidades, dentre elas a reproduo parcial ou integral.
Se considerarmos que plgio um roubo de pensamentos, ideias, opinies, palavras, frases,
factos, dados, resultados, nmeros e trabalho de outros, sem que o autor seja mencionado, no
nosso pas isso crime, e como tal punido, ou deveria ser.
Um plagiador um homem que a todo o custo quer ser um autor e no tendo nem gnio nem talento, copia no s frases, mas tambm pginas e passagens inteiras de outros autores e tem a m f de no os citar; ou aquele que com pequenas mudanas e adio de pequenas frases apresenta a produo dos outros como algo que fosse imaginado ou inventado por ele prprio; ou ainda aquele que reclama para ele a honra da descoberta feita por outro. (segundo Randall, que menciona o conceito de plagiador da enciclopdia de Diderot, do sculo XVI)6
Relativamente legislao portuguesa sobre os Direitos de Autor, lei que se aplica tambm
a prtica de plgio , Decreto-Lei n. 63/85, de 14 de Maro, retificado por Declarao de Retificao de
6 Citado por Carlos Fatorelli in: http://carlosfatorelli27013.blogspot.pt/2012/02/o-plagio-e-o-plagiador.html
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30 de Abril de 1985 - Aprova o Cdigo do Direito de Autor e dos Direitos Conexos (disposies criminais
nos artigos 195. a 203., 218. e 219. e 224. a 226.)
Esta foi alterada e regulamentada por: Lei n. 16/2008, de 1 de Abril - Transpe para a ordem
jurdica interna a Diretiva n. 2004/48/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de Abril,
relativa ao respeito dos direitos de propriedade intelectual () (altera os artigos 180., 185., 187., 201.,
205., 206., 209. e 211. / adita os artigos 210.-A a 210.-L, 211.-A e 211.-B / republicao)7
A legislao sobre o plgio define-se como nos indicado no Artigo 1.,
1 Consideram-se obras as criaes intelectuais do domnio literrio, cientfico e artstico, por qualquer modo exteriorizadas, que, como tais, so protegidas nos termos deste Cdigo, incluindo -se nessa proteo os direitos dos respetivos autores.
2 As ideias, os processos, os sistemas, os mtodos operacionais, os conceitos, os princpios ou as descobertas no so, por si s e enquanto tais, protegidos nos termos deste Cdigo.
3 Para os efeitos do disposto neste Cdigo, a obra independente da sua divulgao, publicao, utilizao ou explorao. (Lei n. 16/2008, de 1 de Abril)
Portugal dispe de um gabinete que presta apoio e esclarece sobre os direitos de autor. O
Gabinete do Direito de Autor um servio de apoio tcnico do Ministrio da Cultura no
domnio do direito de autor e dos direitos conexos. Atravs do seu site disponibiliza
informao, sempre atualizada, no que respeita ao Direito de Autor e Direitos Conexos a nvel
interno, comunitrio e internacional; informaes sobre congressos e seminrios, e
disponibilizada elenco de entidades de Gesto Coletiva e Associaes. Site do GDA:
http://www.gda.pt/8
2.4- Legislao da Unio Europeia
Na Unio Europeia definem-se certos objetivos, como a promoo do progresso
econmico e social equilibrado e sustentvel, com a criao de um espao sem fronteiras
internas, o reforo da coeso econmica e social e o estabelecimento da unio econmica e
monetria. Reforam-se as polticas comuns e destaca-se a defesa dos direitos e dos interesses
dos nacionais dos estados membros, com a institucionalizao de uma cidadania da Unio.
7 Retirado in: http://www.dgpj.mj.pt/sections/leis-da-justica/livro-iv-leis-criminais/leis-criminais/legislacao-penal-
avulsa/direito-de-autor-e 8 Retirado in: http://www.apel.pt/pageview.aspx?pageid=90&langid=1
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Todos estes objetivos respeitam o princpio da subsidiariedade. A harmonizao das polticas
e das legislaes, a nvel da Unio Europeia, contribuir para a prossecuo do mercado
interno; para a livre circulao de pessoas, capitais, servios e mercadorias; para a livre
prestao de servios; para a liberdade de concorrncia, para a igualdade ou no discriminao
e, finalmente, para a solidariedade entre os povos. A Comisso Europeia, de modo a cumprir
os objetivos da Unio, instituiu dois objetivos. Por um lado, preconizou a transformao do
direito de autor em matria de competncia comunitria. Por outro, estabeleceu um nvel de
proteo muito mais elevado (Ascenso, 2008 a) e (Vicente, 2008).
Num primeiro tempo, a relao da Comunidade Europeia com o direito de autor no se
processou da melhor forma, tanto mais que este domnio podia constituir um obstculo aos
princpios comunitrios da livre concorrncia. O Tribunal de Justia das Comunidades
Europeias desempenhou aqui um papel muito importante, numa tentativa de conciliar as
partes. Num segundo tempo, a Comunidade Europeia encara de outro modo o direito de
autor, procedendo a algumas alteraes, nomeadamente ao nvel do reforo da proteo, com
vista harmonizao (Ascenso, 2008 a).
A grande medida, no seio da Comunidade Europeia, consistiu na diretiva sobre programas
de computadores, que podem ser protegidos como obras literrias. Mais tarde, interveio
noutros domnios, como o aluguer e o comodato e certos direitos conexos, a radiodifuso por
satlite e retransmisso por cabo, o prazo de proteo, as bases de dados, o direito de
sequncia, a tutela dos direitos de propriedade intelectual e a gesto coletiva dos direitos de
autor. Todas estas diretivas implementadas seguem as grandes linhas de orientao da
Conveno de Berna e dos Tratados da Organizao Mundial da Propriedade Intelectual
(OMPI) (Ascenso, 2008 b) e necessitam de serem transpostas para as ordens jurdicas
internas dos estados membros, no sentido de proceder poltica de harmonizao da Unio
Europeia.
No sentido da poltica comunitria de harmonizao das legislaes, enunciamos as
principais diretivas comunitrias:
Comunidade Econmica Europeia (1986). Diretiva 87/54/CEE do Conselho de 16 de
Dezembro de 1986, alusiva proteo jurdica das topografias de produtos semicondutores,
importantes para o desenvolvimento industrial da Comunidade;
Comunidade Econmica Europeia (1991). Diretiva 91/250/CE do Conselho de 14 de
Maio de 1991, relativa proteo jurdica dos programas de computador;
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Comunidade Europeia (1992). Diretiva 92/100/CEE do Conselho de 19 de Novembro
de 1992, referente ao direito de aluguer, ao direito de comodato e a certos direitos conexos aos
direitos de autor em matria de propriedade intelectual;
Comunidade Europeia (1993a). Diretiva 93/83/CEE do Conselho de 27 de Setembro de
1993, relativa coordenao de determinadas disposies em matria de direito de autor e
direitos conexos aplicveis radiodifuso por satlite e retransmisso por cabo;
Comunidade Europeia (1993b). Diretiva 93/98/CEE do Conselho de 29 de Outubro de
1993, alusiva harmonizao do prazo de proteo dos direitos de autor e de certos direitos
conexos;
Unio Europeia (1996). Diretiva 96/9/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho de
Maro de 1996, relativa s bases de dados;
Unio Europeia (2000). Diretiva 2000/31/CE do Parlamento Europeu e do Conselho,
relativa a certos aspetos legais da sociedade de informao, em especial do comrcio
eletrnico, no mercado interno;
Unio Europeia (2001a). Diretiva 2001/29/CE do Parlamento Europeu e do Conselho
de 22 de Maio de 2001, respeitante harmonizao de certos aspetos do direito de autor e dos
direitos conexos na sociedade de informao;
Unio Europeia (2001b). Diretiva 2001/84/CE do Parlamento Europeu e do Conselho
de 27 de Setembro de 2001, referente ao direito de sequncia em benefcio do autor de uma
obra de arte original que seja objeto de alienaes sucessivas;
Unio Europeia (2002). Diretiva 2002/58/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de
12 de Julho de 2002, relativa ao tratamento de dados pessoais e proteo da privacidade no
sector das comunicaes eletrnicas;
Unio Europeia (2004). Diretiva 2004/48/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de
30 de Abril de 2004, referente ao respeito dos direitos de propriedade intelectual;
Unio Europeia (2006a). Diretiva 2006/115/CE do Parlamento Europeu e do Conselho,
de 12 de Dezembro de 2006, relativa ao direito de aluguer, ao direito de comodato e a certos
direitos conexos ao direito de autor em matria de propriedade intelectual;
Unio Europeia (2006b). Diretiva 2006/116/CE do Parlamento Europeu e do Conselho,
de 12 de Dezembro de 2006, relativa ao prazo de proteo do direito de autor e de certos
direitos conexos, revogando a Diretiva 93/98/CEE.
Como vimos, da parte dos pases da Unio Europeia existiu o reconhecimento da
importncia do direito de autor.
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Captulo 3 Causas do plgio no ensino secundrio
3.1- Perfil dos alunos plagiadores
Cristina Ponte, Coordenadora do EU Kids Online Portugal alerta para o aumento de
utilizao da Internet por crianas e jovens na realizao de trabalhos escolares, sobretudo
com o objetivo de plagiar. Segundo Cristina Ponte (2010), As crianas vo Internet fazer pesquisa
para o trabalho escolar e muitas vezes essa pesquisa um plgio. Para a investigadora, muitos
estudantes pensam que fazer uma pesquisa escrever o tema no google, ver o que aparece, fazer a
impresso e entregar na escola, desconhecendo muitas vezes que esto a fazer um plgio.
Muitas crianas pensam que fazer pesquisa ir Internet, est aqui, corta, cola, imprime e j est, disse a
investigadora, chamando a ateno para os efeitos negativos na qualidade do conhecimento que se
adquire.9
A investigadora da Faculdade de Cincias Sociais e Humanas da Universidade Nova de
Lisboa considerou que os pais devem intervir, perguntando aos filhos como esto a fazer o
trabalho. Cristina Ponte disse tambm que os professores na escola devem contrariar este mtodo.10
Para Tito Morais a insensibilizao para o plgio comea desde cedo. Muitas vezes ainda no pr-escolar.
Por exemplo, na pesquisa de imagens para ilustrar trabalhos escolares. (Morais, 2008)11 E acrescenta algo
que indiscutvel: os alunos esto cada vez mais, por vezes exclusivamente, dependentes da
Internet como nica ferramenta de pesquisa. O facto, em si mesmo, no o problema. Esse
est na educao e nos hbitos de utilizao que os alunos adquirem na utilizao das novas
tecnologias e, a sim, reside o problema e se torna necessrio que a escola reflita.
A verdade que os alunos praticam o plgio porque fcil e cmodo, basta muitas vezes ir
Internet e procurar o que pretendem no motor de busca. Em alguns casos os professores
tambm so permissivos com essa situao pela forma como observam os trabalhos que
solicitam aos alunos.
Segundo alguns investigadores, podem apontar-se vrios comportamentos dos professores
que concorrem para a prtica do plgio por parte dos seus alunos: () a leviana ou escassa
superviso dos trabalhos solicitados aos alunos; a fraca clareza das instrues dadas quando se solicitam os
9 Cristina Ponte in: http://expresso.sapo.pt/internet-jovens-confundem-pesquisa-com-plagio=f562506
10 Cristina Ponte in: http://expresso.sapo.pt/internet-jovens-confundem-pesquisa-com-plagio=f562506
11 Tito Morais in: http://www.miudossegurosna.net/artigos/2008-05-16.html
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trabalhos; a descoordenao com os outros professores do curso; o tipo e nmero de trabalhos que se pedem aos
alunos e a sua prpria ingenuidade (Sureda, Comas e Morey, 2009)12
A coordenadora do EU Kids Online Portugal, projeto que desde 2006 faz pesquisas a nvel
europeu sobre os usos da Internet, telemvel e outras tecnologias em linha por parte das
crianas, sublinhou que os pais portugueses no tm ideia de tudo o que as crianas fazem na Internet.
Acrescenta ainda que, Os pais portugueses veem com muito entusiasmo o acesso dos filhos Internet, porque
consideram a Internet como meio de aprendizagem. Mas no tm ideia, at porque so pouco utilizadores, de
tudo o que as crianas fazem na Internet.13
Segundo Cristina Ponte (2010), os pais dizem que os filhos utilizam a Internet para a preparao dos
trabalhos da escola e para a comunicao com os colegas, mas quando se pergunta a uma criana o que faz com
a Internet, v-se que tem muito mais atividades14 do que as enumeradas pelos pais.
A EU Kids Online est atualmente a desenvolver uma investigao em 25 pases europeus,
entre os quais Portugal, sobre o uso de tecnologias digitais, experincias e preocupaes sobre
risco e segurana online dos filhos por parte dos pais. Entre as preocupaes sobre a
utilizao das novas tecnologias encontra-se a prtica do plgio pelas crianas e jovens.
O fenmeno do plgio nos trabalhos acadmicos existiu desde sempre, mas tem vindo a
aumentar a necessidade de estudar este fenmeno medida que as crianas incrementam a
utilizao da Internet na realizao dos trabalhos escolares. Este fenmeno latente, poder
ainda no estar muito consciente nos responsveis pelas instituies dos vrios nveis de
ensino devido e responsveis pela poltica educativa. A maior parte dos estudos feitos neste
campo, enquadram-se na temtica do ensino superior, onde os efeitos prticos do plgio
podero ser mais visveis e ter mais consequncias.
O Plgio no ensino no superior uma prtica que deve ser refletida, pois para alm de ser
moralmente condenvel, pode desenvolver o hbito, assente na impunidade, de o praticar mais
tarde.
Identificam-se na bibliografia vrias razes que justificam o recurso ao plgio, como a
obteno de prestgio e boas avaliaes, a falta de tempo para fazer o trabalho, deixar andar e
fazer na ltima hora e obteno de prmios. Esta prtica pode tambm estra associada ao
desconhecimento ou falta de informao dos alunos sobre regras de elaborao de trabalhos.
Os alunos so confrontados com a necessidade de desenvolverem trabalhos individuais ou
de grupo ao longo das suas aprendizagens e dispem hoje de uma ferramenta que lhes d
12
Retirado in: http://www.rieoei.org/rie50a10.htm 13
Cristina Ponte in http://expresso.sapo.pt/internet-jovens-confundem-pesquisa-com-plagio=f562506 14
Cristina Ponte in http://expresso.sapo.pt/internet-jovens-confundem-pesquisa-com-plagio=f562506
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quase tudo para cumprirem aquela exigncia acadmica, a Internet e os inmeros espaos de
informao que a se encontram, para no falar j das inmeras ofertas, incluindo pagas, de
trabalhos j prontos a entregar, incluam-se ou no no mbito do conceito de plgio.
Desde cedo que nas escolas se solicitam trabalhos aos alunos (grupo ou individuais), muitas
vezes sem preocupao das regras de conceo. A maior parte das vezes, apenas sugerido o
tema. Muitos alunos podero optar pelo mais fcil: colocam o tema num motor de busca
(geralmente o Google), vem o que aparece, copiam, colam, imprimem e entregam o trabalho.
Normalmente nem tm a preocupao de verificar a credibilidade da informao, de
selecionar o que mais interessa. A maioria dos alunos esquece de fazer referncias
bibliogrficas ou citaes mencionando a fonte e o autor, geralmente no o fazem ou porque
no sabem ou porque no o querem fazer para que as suas cpias no sejam descobertas to
facilmente. Por fim, ainda se enaltecem por terem boa classificao no trabalho, que foi to
fcil de fazer para eles, pois foi s roubar ideias de algum.
Os professores devem ensinar os alunos a consultar e organizar informao seja de que
fonte for: Internet, pesquisa bibliogrfica, comunicao social, etc. bvio que no fcil
trabalhar as informaes recolhidas, por isso, "Copiar" ser o mais fcil. Deste modo o
professor deve ensinar a utilizar estes recursos, a refletir sobre a origem da fonte e como
enquadrar a informao no plano de trabalho que se delineou. pois uma aprendizagem que
se deveria ir fazendo ao longo da escolaridade: diferenciar fontes, utilidade da informao
recolhida, trabalhar a informao, enquadr-la no plano de trabalho, previamente delineado,
citar fontes, indicao da bibliografia consultada, etc.
Esta ser uma forma de combater o plgio acadmico, mas podero utilizar-se outros
mtodos, como por exemplo, incentivar e premiar os alunos a inclurem nas suas pesquisas
para trabalhos escolares a utilizao de outras fontes de informao para alm da Internet.
Um maior uso da internet est associado a nveis mais elevados de educao, pelo que ser de esperar que os progressos educativos venham a aumentar o grau de utilizao e de sofisticao no seu uso. No entanto, devem ser combatidas as lacunas na proviso de TIC e a sua presena insuficiente ou desatualizada nas escolas. Do mesmo modo, a educao para os mdia deve ser reconhecida e trabalhada como um elemento central da estrutura e dos currculos escolares ( EU Kids Online, 2006-2009)15
No ensino superior, algumas instituies, utilizam ferramentas de deteo de plgio, quer
de contedos disponveis na Internet, quer de trabalhos de colegas da mesma ou de outras
instituies. Os prprios alunos o podero utilizar antes de entregarem os trabalhos.
15
Retirado in: http://www.fcsh.unl.pt/eukidsonline
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Se se persistir em continuar a fingir que a prtica de plgio no existe, corremos o risco de
os alunos terem cada vez mais dificuldade em expressar a sua forma de pensar, de interpretar,
de investigar, e na sociedade em que vivemos, temos cada vez mais de desenvolver esprito
crtico, autnomo e empreendedor. Se se continuar com a cabea debaixo da areia, fingindo
que o plgio no existe, no estaremos, certamente, a contribuir para aumentar o nvel de
literacia, e a fomentar a capacidade mental e o desenvolvimento da capacidade de pensar de
forma estruturada e a responder s exigncias desta nova sociedade com cidados autnomos
e ativos.
A prtica do plgio poder conduzir a falhas bsicas em termos de literacia de informao:
no definir com clareza o que se procura, no recorrer a fontes diversificadas, no utilizao
de estratgias adequadas para localizar informao, no saber selecionar a informao mais
pertinente em funo do objetivo final, no relacionar a informao com os conhecimentos
que j se possui, para produzir ideias novas.
Mesmo que muitos professores incentivem os alunos a pesquisarem, tendo em
considerao as fontes e os autores dos trabalhos, a verdade que as noes de tica no
adquiriro relevncia e por isso mesmo acabam por no vencer o facilitismo de escolher e
copiar aquilo que os outros se esforaram para desenvolver.
No entanto, atualmente a grande maioria das situaes de plgio esto associadas ao uso
incorreto da informao que a Internet oferece e podem identificar-se quatro razes que
conduzem os alunos a esta situao:
1-Tentar obter melhores classificaes e resultados acadmicos; 2- Preguia e m gesto do tempo dedicado
ao estudo e elaborao dos trabalhos; 3- Facilidade e comodidade de acesso a material via Internet; 4-
Desconhecimento das normas bsicas a seguir para a elaborao de um trabalho acadmico (Dordoy in
Comas e Sureda: 2007)16
Um aluno plagiador prejudicado quando entrega um trabalho com plgio, uma vez que
confia no contedo apresentado como sendo mrito seu e no de quem o escreveu, sabendo
que isto no verdade. Com esta atitude o aluno alm de prejudicar o autor do trabalho,
prejudica-se tambm a si mesmo, uma vez que deixa de desenvolver a prtica de escrita e
desenvolver a capacidade de fazer anlise, e snteses, necessrias para o pensamento lgico e
estruturado. A capacidade de ler, analisar e sintetizar ideias de vrios autores para depois
articular esses contedos num novo texto prprio, uma capacidade importante para o
desenvolvimento da competncia crtica e deveria ser valorizada no meio escolar.
16
Citado por A. Dordoy in: http://www.cibersociedad.net/textos/articulo.php?art=121
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3.2- A regulamentao na escola sobre a prtica de plgio
O plgio com recurso Internet parece ser um problema emergente nas escolas
portuguesas. No entanto, estas parecem ainda no ter acordado para esta realidade, uma vez
que em praticamente nenhuma existe nada regulamentado para a prtica do plgio.
Fazendo uma investigao dos regulamentos internos das escolas, e para conseguirmos
obter informaes sobre a sua regulamentao relativa prtica de plgio, pesquisamos um
nmero considervel de diferentes agrupamentos de escolas ao nvel do pas. Para esta recolha
de regulamentos internos dos agrupamentos, consultamos as pginas online de cada
agrupamento de escolas. Posteriormente, e depois de se fazer uma anlise pormenorizada dos
regulamentos internos, pode-se concluir que em nenhum dos agrupamentos de escolas
mencionado nada relativamente prtica de plgio. No existe qualquer tipo de
regulamentao referente a esta prtica. O que nos leva a refletir que ainda h muito trabalho a
ser desenvolvido pelas escolas relativamente a esta prtica, que cada vez est mais enraizada no
mundo estudantil.
Mediante o panorama que nos surge, urge tomar medidas por parte das escolas para tentar
travar esta prtica de plgio ou at quem sabe elimin-la na sua totalidade, uma vez que no
favorvel nem a alunos, nem a professores e nem s instituies.
Cabe s escolas alertar a comunidade estudantil sobre os possveis problemas que advm
da prtica do plgio, ou seja, estas deveriam fazer sesses de esclarecimento sobre esta prtica
e prevenindo os alunos que esta prtica considerada um crime que viola os direitos de autor.
O Plgio na escola um comportamento que deveria ser rejeitado e punido, pois todo o
aluno que plagia obtm prestgio e boas avaliaes a partir de trabalhos e ideias de outrem.
Se continuarmos a fingir que no existe plgio, que os alunos sabem pensar, interpretar,
investigar, que tm esprito crtico, autnomo e empreendedor, no estamos certamente a
ajud-los e a prepar-los para o futuro. Se se continuar a no punir quem plagia e a fomentar
esse ato. No estaremos, certamente, a contribuir para o aumento do nvel de literacia, e a
fomentar a capacidade mental e os pensamentos estruturados de cidados ativos, para
responder s exigncias desta nova sociedade que vive em busca de inovao de pesquisas e de
tecnologia.
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3.3- Software existente para deteo de plgio
Atualmente existe uma grande variedade de mtodos e ferramentas para identificar se os
trabalhos ou textos so copiados da Internet. Uma das mais simples escrever uma frase, ou
parte dela e coloc-la num motor de busca de busca.
Embora tenham sido desenvolvidos vrios softwares para detetar o plgio, entre os mais
conhecido podemos referir: Copy Tracker (Software Open Source desenvolvido por
estudantes da escola de Lile em parceria com a Universidade de Genebra); Approbo (software
desenvolvido em Espanha); Agente de Busca de Similares (Software desenvolvido por um
professor catedrtico brasileiro).
Para alm dos mtodos ferramentas ou softwares, existem tambm alguns truques que
podero ser utilizados pelos professores, para prevenir a prtica de plgio: Fazer perguntas que
necessitem de um elevado nvel de pensamento e para as quais seja difcil encontrar resposta
pronta; Ensinar os alunos a analisarem e subdividirem as perguntas; Pedir os projetos dos
trabalhos e os guies de pesquisa; Dar melhores notas a quem cumprir o ponto anterior;
Exigir indicao da bibliografia ou fonte de recolha; Fazer trabalhos ocasionais nas aulas como
se fossem testes para conhecer o estilo de escrita de cada aluno; Discutir o assunto plgio e
propriedade intelectual em contexto sala de aula, clarificando todos os aspetos negativos que
envolvem a sua prtica.
Existem j stios na Internet vocacionados para a deteo de plgio, algumas Universidades
Portuguesas subscrevem j os seus servios para utilizao pelos seus docentes.
Por outro lado, existe tambm software comercial, alguns a preos muitos acessveis, que
cumprem funo semelhante. Existe tambm mais de uma dezena de programas gratuitos que
satisfazem a mesma funo.
Confrontamo-nos com um grande desafio, o de incentivar os alunos a usarem este tipo de
software para detetarem eventuais problemas de plgio, antes de este ser detetados pelos seus
professores.
Existem j vrios programas informticos para detetar plgios, mas um tema que ainda
est no seu incio e com alguns em fase de projeto no completamente desenvolvido.
Nesta lista nem todos os programas esto atualizados ou trabalham da mesma forma no
reconhecimento de termos ou esto adaptados ao idioma