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ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL NÃO É FAVOR,
É DIREITO!
Apoio
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Diretório Central dos Estudantes Mário Prata
DCE UFRJ
ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL NÃO É FAVOR,
É DIREITO!
Proposta de discussão ampla sobre assistência estudantil na Universidade.
8 de maio de 2014
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ApoioApoio
Documento sobre Assistência Estudantil na UFRJ
Elaborado pela Campanha:
“Assistência Estudantil não é favor, é direito”
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Apresentação Adufrj-SSind
1. Apresentação da campanha
2. Introdução
3. Breve avaliação sobre o PNAES
4. UFRJ
4.1 Alimentação
4.2 Moradia
4.3 Inclusão e Acessibilidade
4.4 Saúde
4.5 Bolsas
5. Demais demandas da permanência
5.1. Transporte
5.2. Materiais didáticos e acadêmicos
5.3. Unidade de Educação Infantil
Sumário
68
912
1315
1921
2222
24
2729
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Uma das palavras de ordem mais fortes da Greve de 2012 vinha do coro que
gritava nas ruas e assembleias: “o professor é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo”. Este grito sintetizava, naquele momento e de forma potente, uma necessidade histórica que ainda deve ser aprofundada: a luta integrada pela educação pública. Descortinando o senso comum de que a greve prejudica os estudantes e de que a luta é oposta à aprendizagem, as ações do DCE Mário Prata trouxeram avanços significativos para a formação de espaços e tempos de construção de uma educação libertária, laica e de qualidade socialmente referenciada: ocupando o Canecão, lutando contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), batalhando pelo aprofundamento da frágil democracia interna da universidade, ampliando sua atuação junto aos Centros Acadêmicos e promovendo, felizmente, boas festas!
O material que eles trazem nesta publicação mostra as demandas concretas da assistência estudantil e indica encaminhamentos para sua execução. A assistência estudantil não é um problema unicamente relacionado aos estudantes. Não há como compreender suas falhas de maneira dissociada da contrarreforma universitária iniciada com a implementação do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), com as tentativas de consolidação da Ebserh, com a aprovação do novo Plano Nacional de Educação... A precarização
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da oferta de um direito social que é a educação pública está diretamente relacionada à forma de seu financiamento. A escassez de recursos atinge diretamente a assistência estudantil, impedindo que uma desejada e necessária expansão do ensino superior seja realizada plenamente pela classe trabalhadora brasileira. Somente com mais recursos conseguiremos uma política plena de permanência dos estudantes na UFRJ e somente assim conseguiremos um espaço democrático em nossas salas de aula. Ao mesmo tempo, internamente, o necessário aprofundamento da democracia na universidade é também fator determinante para que ela passe a ser o local de realização de uma educação para a liberdade. Nesta direção, o aumento da participação estudantil (e também dos Técnicos-Administrativos) nos colegiados deliberativos da UFRJ deve ser incentivada.
A ADUFRJ-SSind apoia estas ações e acredita que somente a partir do reforço de nossas lutas comuns (e sempre autônomas) é que conseguiremos transformar a UFRJ em um espaço onde o público seja a tônica do ensino e da aprendizagem: o estudante é nosso amigo, mexeu com ele, mexeu comigo!
Cláudio Rezende RibeiroPresidente da Adufrj-SSind
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1. Apresentação da campanha
Este documento foi criado durante o processo de luta, ainda em vigor, pelo direito à assistência estudantil ampla e plena na UFRJ. A partir de um con-selho de centros acadêmicos, que ocorreu em 27/03/2014, no qual essa pauta foi definida como prioritária, foram realizados atos em todos os campi, ativi-dades culturais e reuniões para fortalecer essa luta. Com muita força de von-tade preparamos “almoções” e “jantões” nos locais onde não há bandejão, afinal “quem tem fome, tem pressa!”. Os estudantes do alojamento se orga-nizaram para pautar o descaso com a política de moradia, enquanto acon-teciam as mobilizações dos campi do interior.
O acúmulo desse processo nos levou em ato ao Conselho Universitário do dia 8 de maio, onde apresentamos este documento que faz uma avaliação de todas as metas traçadas pela reitoria expostas no Plano Diretor UFRJ 2020.
Esse é o nosso “Plano Estudantor”, o contraponto que desmistifica as ilus-trações apresentadas pela reitoria e as coloca em cheque com a nossa reali-dade. A realidade do ônibus lotado, de não ter lugar para comer e de voltar para casa porque não foi contemplado pelo edital de bolsas.
A diretoria de assistência estudantil do DCE Mário Prata se compromete a continuar com essa campanha na UFRJ. Mas sabemos que para obter con-quistas, temos que unir forças nacionalmente e disputar o orçamento do go-verno federal.
Essa luta foi pauta da greve das federais de 2012, com a reivindicação de R$2,5 bilhões para o PNAES. Naquele ano, conquistamos um aumento que passou o orçamento de R$550 milhões para R$670 milhões e possibilitou a ampliação de bolsas em todo o país. Mas sentimos na pele que ainda é mui-to pouco e nos colocamos em luta até que a democratização da universida-de seja de fato uma realidade.
Convidamos a todos e todas a se somarem nessa luta conosco. Temos que cobrar do governo federal 10% PIB para a educação pública e provar que as-sistência estudantil não é favor, é direito!
Luiza Foltran Aquino
Diretora de Assistência Estudantil do DCE Mário Prata
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2. Introdução
A universidade pública brasileira ainda não conseguiu superar o seu histórico caráter elitista e restritivo. Hoje, passados 94 anos da criação da primeira universidade pública no Brasil, somente 13% dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos estão matriculados no ensino su-perior, sendo que somente 20% destes em universidades públicas. In-felizmente, ingressar no ensino superior público brasileiro é ainda um privilégio, algo para poucos, o que significa que o diploma de en-sino superior no Brasil ainda atende a uma lógica de distinção e hie-rarquização social.
Acreditamos que democratizar a universidade implica em mais do que a abertura de novas vagas. Apesar de recentes medidas no intuito da ampliação do acesso à universidade, estudantes que possuem per-fil diferente do padrão elitizado que a universidade brasileira vinha mantendo desde sua criação ainda se deparam com grandes barrei-ras tanto no acesso quanto — se conseguem ser aprovados — durante a graduação. A primeira destas barreiras são justamente os concursos de acesso, hoje majoritariamente via Enem/Sisu.
Ao longo do primeiro semestre de 2014, entramos em contato com diversos casos de alunos oriundos de outros estados esperando al-gum tipo de suporte para permanecer na UFRJ. Em 2010, 75% dos alu-nos ingressantes vinham do município do Rio de Janeiro e apenas 1% de fora do Estado do Rio. No ano de 2014 caiu para 56% a taxa de in-gresso dos cariocas e saltou para 22% os aprovados de outros esta-dos. O lado perverso desta progressiva nacionalização da universida-de aparece quando este estudante, com poucos recursos e muitas ve-zes sem família no Rio, chega à UFRJ e se dá conta de que o sonho do diploma pode se transformar em pesadelo. Urge uma definição de po-lítica de permanência que contemple esses estudantes.
Neste contexto, a luta pela assistência estudantil vem ganhando cada vez mais prioridade. Ainda que esta possa parecer, à primeira vista, uma luta pontual, específica dos estudantes, cada vez mais se compre-ende que a democratização do ensino depende totalmente dela. Sendo
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assim, preferimos nos referir às políticas de assistência estudantil pelo termo “políticas de permanência”, ao adotar uma compreensão global das necessidades financeiras, físicas, psicológicas, culturais e sociais que perpassam a vida do estudante universitário durante a graduação.
O entendimento de que se a educação é um direito e são necessárias condições universais de acesso e permanência nas universidades opõe-se a uma visão assistencialista e focada onde ações só devem ser toma-das em casos específicos e para um público restrito de baixa renda. No geral, mesmo para essa parcela com maior necessidade as políticas de assistência estudantil são ineficazes, principalmente quando elas se re-sumem a bolsas estudantis.
Sem perder de vista as especificidades e a realidade dos estudantes com dificuldades financeiras, que devem vir sempre em primeiro lugar, é preciso avançar para políticas mais amplas e universais, consolidando um modelo em que encontramos muito mais residências e restaurantes universitários do que bolsas-moradia, bolsas-alimentação — contem-plando assim um número muito maior de estudantes. Equilibrar esses investimentos com as necessidades imediatas é uma difícil tarefa, que deve aliar a rapidez na conclusão das obras com a existência de políticas a curto prazo, com o cuidado de não transformar políticas transitórias em soluções parciais e eternas.
Este documento se propõe a abrir um debate na UFRJ. Precisamos ur-gentemente de uma política da universidade com planejamento em re-lação à Assistência Estudantil. Precisamos recorrer a todos os níveis e enfrentar este problema de frente. Não existe hoje em nossa universida-de um fórum político que elabore e acompanhe ações de permanência de maneira constante. A estrutura administrativa atual já não consegue dar conta da crescente demanda, com seus poucos recursos e servidores. Esse cenário deixa a universidade à deriva, e crises — que poderiam ser evitadas com planejamento — explodem de tempos em tempos. Todas as nossas metas atuais, além de atrasadas, se encontram desatualizadas, pois foram estabelecidas antes da adoção de cotas para 50% dos ingres-sos via ENEM. Precisamos, urgentemente, de um Plano de Assistência Estudantil da UFRJ, que sistematize e oriente as ações que precisam ser implementadas, readequando as metas à nova realidade da universida-de e garantindo que as mesmas saiam do papel.
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Tal análise é corroborada por apresentação recente da PR-1 (Pró-rei-toria de Graduação) sobre o perfil do ingressante na UFRJ, realizada em Plenária de Decanos e Diretores. Esta apresentação demonstra dentre suas conclusões que há uma “Pressão sobre aumento de assistência es-tudantil”, “Necessidade urgente de se instituir políticas efetivas para di-minuição das (ainda altas em alguns cursos) taxas de retenção e evasão” e “Necessidade de ampliação de PAE (moradia)”.
Este documento visa, portanto, traçar diretrizes gerais para a elabora-ção desse Plano, além de apresentar propostas concretas — imediatas e em médio prazo — para certas demandas dos estudantes da UFRJ. A par-tir de uma análise das ações e do planejamento em curso, da efetividade da sua implementação e da realidade cotidiana da universidade é possí-vel reorientar nossa política e mudar radicalmente a maneira como tra-tamos as questões da permanência estudantil. Sistematizamos os prin-cipais pontos em uma proposta de resolução — a ser apreciada pelo Con-selho Universitário.
Efetivar todos esses pontos depende, por um lado, da ampliação da estrutura e das verbas por parte do Ministério da Educação, por outro, do estabelecimento da Assistência Estudantil enquanto uma prioridade para nossa universidade. Entendemos que dado seu peso institucional e acadêmico, a UFRJ tem plena capacidade de impulsionar junto a outras universidades demandas nacionais por mais verbas, sendo esta uma de suas responsabilidades para com o Brasil e seu futuro.
Em 2011, o Diretório Central dos Estudantes trouxe ao Conselho Uni-versitário uma proposta de documento, elaborado a partir das necessi-dades dos estudantes em relação à Assistência Estudantil. Desse rico de-bate foram aprovadas resoluções específicas para os temas intrínsecos à pauta, como Restaurante Universitário, Residência Estudantil, Bibliote-cas e creche universitária (que com a Resolução nº09/2013 se tornou Es-cola de Educação Infantil).
Acreditamos que, passados quase três anos, faz-se necessária uma avalia-ção das medidas que foram tomadas visando dar consequência à resolução aprovada. O processo de melhoria e efetivação da Assistência Estudantil na UFRJ deve passar por constantes reavaliações e decisões, por isso defende-mos que esta temática volte a ser tema de discussão aprofundada no con-selho, sob pena de termos uma crise ainda maior envolvendo esta questão.
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3. Breve avaliação do PNAES
A análise do financiamento em nível federal é importante para que possamos compreender seus reflexos na UFRJ. Em dezembro de 2007, o governo instituiu através da Portaria Normativa nº 39 do MEC o Pro-grama Nacional de Assistência Estudantil, a ser implementado a partir de 2008. O programa entende assistência estudantil como: moradia, ali-mentação, transporte, assistência à saúde, inclusão digital, cultura, es-porte, creche, apoio pedagógico e acessibilidade. Suas despesas ocorrem através de dotações orçamentárias ao Ministério da Educação que faz a descentralização dos recursos.
Em 19 de julho de 2010 o PNAES foi transformado no Decreto Pre-sidencial nº 7234. No decreto foram relacionados os objetivos do programa que são: I- democratizar as condições de permanência nas IFES;II-minimizar os efeitos das desigualdades sociais e regionais na permanência e conclusão da educação superior;III-reduzir as taxas de retenção e evasão; IV-contribuir para a promoção da inclusão social pela educação.
Umas das críticas necessárias ao PNAES é seu caráter ainda de política compensatória e focalizada, pois identificamos a necessidade de priori-zar políticas universais de permanência, já que a entendemos enquanto direito. Isto se reflete em nosso Orçamento para 2014 da matriz PNAES: de um total de R$42.729.149,00, apenas R$5.000.000,00 são destinados a Investimentos, sendo os demais recursos de Custeio. Ou seja, o PNAES é ainda orientado no sentido de fornecer bolsas e não de construir a infra-estrutura necessária para a permanência. Além disso, a decisão da alo-cação de recursos não passa em momento algum pelos estudantes, que são objeto direto dessas políticas.
Em 2014, são apenas R$670 milhões destinados às IFES por este plano, o que significa que a verba atual sequer contempla a demanda dentro do próprio recorte sócio econômico proposto pelo decreto do PNAES. No caso da UFRJ, se descontarmos a inflação, o aumento da verba PNAES de 2013 para 2014 é de somente 0,46%.
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Ainda assim, avaliamos a criação do Plano enquanto avanço para a compreensão da assistência estudantil enquanto direito e defende-mos sua ampliação para R$2,5 bilhões, com reorientação para uma política de permanência estudantil universal.
Garantir os recursos necessários para se efetivar a política de as-sistência estudantil na UFRJ passa necessariamente pela defesa dos 10% do PIB para a educação pública, medida que certamente torna-ria possível este maior aporte para o PNAES. Sendo assim, também julgamos importante a atuação da UFRJ na sociedade em defesa des-te orçamento.
4.UFRJ
Toda a gerência sobre a assistência estudantil hoje na UFRJ é de com-petência da Superest — Superintendencia Geral de Políticas Estudantis. Tratar em nível de uma superintendência executora um assunto que é complexo e fundante da universidade que projetamos é restringir sua política de diversas formas: não possui nenhuma representatividade nos Colegiados Superiores, não é uma unidade orçamentária, possui estru-tura muito aquém do quantitativo de funcionários que administra, sen-do diretamente subordinada ao gabinete do reitor. Como explicitado no relatório de gestão da Superest de 2013:
“A UFRJ ainda está em tamanho descompasso com as questões nor-teadoras da assistência estudantil, a ponto de muitos julgarem que o assunto é do âmbito da Escola de Serviço Social ou da Faculdade de Educação! A experiência de 2 anos à frente da Secretaria do Fó-rum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (FONAPRACE – Órgão Assessor da Andifes) possibilitou-me conhecer diversas instituições em que a assistência estudantil é regida por cole-giados específicos, compostos por representações de todos os segmen-tos da comunidade universitária; instituída por Pró-reitoria específi-ca, com status acadêmico.”
(Antônio José Barbosa de Oliveira)
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A inexistência de uma política coerente de permanência demandaria um posicionamento claro da UFRJ sobre questões candentes como a de-mocratização do acesso ao ensino superior e a função social da univer-sidade pública. Enquanto não se estabelece um debate amplo com a co-munidade acadêmica que vise definir claramente as diretrizes nortea-doras da assistência estudantil, o tema continua sendo erroneamente encarado como assunto estritamente burocrático, administrativo. Para trazer a discussão ao âmbito político e pedagógico, é fundamental a con-solidação de um Órgão paritário da Assistência Estudantil, com status deliberativo, e que compreenda a assistência estudantil em sua totalida-de. Este Órgão poderia ser vinculado aos Colegiados Superiores - CEG, CEPG e CONSUNI.
Uma das possibilidades a se considerar seria avançar para uma Pró- Reitoria de Assistência Estudantil, o que garante maior estrutura, como já ocorre na maioria das universidades brasileiras.
Centralmente, para nós é fundamental que a assistência estudantil deixe de ser tratada apenas pela superintendência, que é vinculada di-retamente ao gabinete do reitor. A ausência de órgão deliberativo sobre o tema apenas evidencia uma coisa: diante da inexistência de um plano de assistência estudantil, esta é encarada apenas de um ponto de vista: o financeiro.
Isto fica visível quando assuntos da assistência estudantil são apresen-tados pela Pró-Reitoria de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças (PR3). É fundamental que as decisões de alocação de recursos e priori-dades da verba de assistência estudantil não sejam realizadas por pou-cas pessoas da administração da UFRJ. Esta precisa ser uma decisão em que os estudantes sejam protagonistas ao lado dos demais segmentos.
Para isso torna-se urgente a necessidade de elaborar um plano de as-sistência estudantil da UFRJ, em conjunto com os três segmentos da uni-versidade a fim de definir metas, planejamento e pressionar o MEC para repassar verba suficiente para suprir as demandas reais da UFRJ e de-mais universidades do Brasil.
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4.1 Alimentação
De acordo com o Plano Diretor, aprovado em 2009, a UFRJ entende a Política de Alimentação como algo essencial para “concretizar a von-tade de garantir efetivas oportunidades de formação integral ao con-junto dos estudantes, em particular aqueles de famílias de baixa e mé-dia renda” (PD UFRJ 2020, p. 45), sendo, portanto, de fundamental im-portância sua concretização.
As Metas da Política de Alimentação nos Horizontes de Planejamen-to, contidas neste plano, estabeleciam a existência, em 2012, de 8.200 refeições diárias e, em 2016, 15.000 refeições (PD2020, p.47). No en-tanto, hoje contamos com um número muito aquém do planejado e necessário.
Em 2011, a Resolução nº 21/2011, estabelece em relação aos Restau-rantes Universitários (RU’s):
“a) Criar Comissão paritária composta por representantes de estu-dantes, técnico administrativos, docentes e Administração Central (Superintendência de Políticas Estudantis, PR6, PR3 e ETU), para promover ações destinadas a agilizar a conclusão e a abertura do Restaurante Universitário do Centro de Tecnologia; a obra de am-pliação da cozinha do Restaurante Universitário Central da UFRJ, com o necessário cronograma; bem como para avaliar alternati-vas de instalação de RU’s para atender aos estudantes da Praia Vermelha, Unidades Isoladas, Xerém, Macaé e CAp, entre outras medidas de caráter urgente. A Comissão deverá acompanhar tam-bém o desenvolvimento das demais ações e iniciativas previstas na presente Resolução, elaborando relatórios periódicos sobre o anda-mento dos trabalhos para ciência do CONSUNI. Os recursos previs-tos nos termos do item VIII da Resolução CONSUNI nº 14/2011 se-rão especificados no Orçamento UFRJ/2012 de modo a contemplar as alternativas apresentadas pela Comissão.
b) A UFRJ deverá promover ações junto aos cessionários de res-
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taurantes e lanchonetes da UFRJ, com o intuito de garantir as melhores condições de preço e qualidade do serviço prestado, as-sim como para apurar e sanar todas as eventuais irregularidades identificadas; c) “A UFRJ deverá, na medida de suas possibilidades, ampliar a ca-pacidade de serviço dos RU’s, para oferecimento de jantar aos estu-dantes e aos técnico-administrativos e docentes que trabalham em horário noturno”.
Destes itens, cabe ressaltar que a Universidade foi bem sucedida em ampliar a capacidade para oferecimento de jantar nos RU’s do CT e Central. No processo do bandejão da Praia Vermelha, diversas reuni-ões entre a comissão, o Escritório Técnico da Universidade e a equipe responsável pela administração dos Restaurantes Universitários pro-duziram relatórios para orientar a construção do RU e coube ao ETU ( Escritório Técnico da Universidade) a continuidade do processo. Após 3 anos, pouco se avançou e mesmo com as cobranças, ainda não exis-te licitação para o início das obras. Em Xerém, as questões relativas à consolidação do local da sede suspenderam as possibilidades de pro-jetos de construção do RU. Alternativas como parcerias com restau-rantes próximos foram levantadas, mas não foram concretizadas. Em Macaé a previsão é a de que o RU fique pronto em conjunto com o pré-dio D da Cidade Universitária, adiando o início da construção (o pré-dio B foi recentemente concluído). No centro, atendendo a unidades como IFCS/IH, FND e faculdade de Música pouco se avançou na esco-lha de um local para a construção de um RU, mesmo que a universi-dade conte com terrenos e prédios nos arredores. A previsão da UFRJ para o próximo ano era contar com cerca de 10 mil refeições/dia sen-do ofertadas. O cenário atual é inclusive de regressão. O RU da Letras se encontra fechado e com o atraso do Complexo Estudantil do CT/CCMN não foi possível cumprir com metas estabelecidas pela própria universidade.
Além da previsão de 15 mil refeições já no ano de 2016, o Plano Diretor 2020 inclui uma meta de 30 mil refeições em 2020. O PD por sua vez não explicita que RU’s seriam construídos a mais, ou qual a quantidade a mais de refeições seriam ofertadas em cada RU para se cumprir essa meta.
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Essa meta para 2020 do PD só pode se concretizar se no planejamen-to da UFRJ forem inseridas as construções dos RU’s descritos acima (Centro, Xerém, Macaé, Reitoria e PV).
Também é necessário que seja de amplo conhecimento da comunida-de acadêmica o destino dos recursos previstos nos termos do item VIII da Resolução do CONSUNI nº14/2011, que determina “que os recursos do Orçamento da UFRJ que deixarão de ser utilizados na elaboração e aplicação da prova de acesso próprio, devido à adoção do ENEM/SiSU, sejam destinados exclusivamente a programas de melhoria do ensino de graduação e de assistência estudantil, com prioridade para a construção de restaurantes universitários”.
O Orçamento da UFRJ, já em 2012, deveria instituir rubrica própria, de-finindo o montante de recursos alocados a esses programas e o detalha-mento das despesas a serem realizadas, no entanto isto não ocorre.
Temos uma dotação orçamentária de Investimentos em Assistência Estudantil de R$5.200.000,00 nos últimos 3 anos, porém ainda são ne-cessárias prestações de conta, pois já que não houve desde então início de novas obras de RU é preciso esclarecer quanto desta dotação foi de
2020 30.000 refeições
2016 15.000 refeições
• Restaurante Centro de Convergência CCJE-CFCH-CLA
2012 8.200 refeições diárias
• Restaurante próximo à Faculdade de Letras (já em operação) — 800 refeições
• Restaurante Edson Luiz (2009) — 4.000 refeições (atualmente
em operação parcial, servindo 1.200 refeições)
• Restaurante próximo ao CT (2009) — 1.000 refeições
• Restaurante próximo ao CCMN (2012) — 2.400 refeições
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fato executada e se ainda há previsão para seu uso nas obras de alimen-tação — o que, reiteramos, foi o aprovado pelo Consuni.
É necessário portanto:• Garantir a reabertura ainda neste semestre, trabalhando para a con-
clusão da obra em caráter emergencial, do RU da Faculdade de Letras;• Iniciar a licitação do RU da Praia Vermelha e reduzir a previsão da
conclusão das obras;• Iniciar a licitação do RU de Macaé ainda este ano, garantindo que
o início das obras não esteja atrelado a nenhuma outra construção da cidade universitária, e ampliando parcerias com as demais uni-versidades ali instaladas para que o RU seja de uso coletivo entre as instituições. Elaborar proposta para suprir a demanda dos estudan-tes do Pólo Barreto e Ajuda;
• Aprovar a construção de um RU que atenda os estudantes de unida-des do Centro da cidade do Rio de Janeiro. Ter como primeira inicia-tiva um estudo dos possíveis locais para a construção do mesmo fa-zendo um levantamento dos terrenos que a universidade possui no bairro e que ainda não tem destinação estabelecida (ex. Av Mem de Sá 78) levando em consideração demais demandas de uso dos imó-veis, bem como imóveis hoje sob responsabilidade do poder públi-co Municipal, Estadual ou Federal que possam ser cedidos. Ainda assim avaliar a possibilidade de intervenções dentro dos prédios do campus Largo São Francisco, da Faculdade Nacional de Direito e da Escola de Música para a instalação dos RU’s tendo em vista a deci-são dessas unidades em não aderir à transferência para o campus da ilha do Fundão.
• Aprovar a construção de um Restaurante Universitário que atenda às unidades instaladas no prédio da Reitoria da UFRJ;
• Efetivar construção de Restaurante Universitário para Xerém;• Garantir que todos os cursos noturnos da UFRJ tenham acesso à
janta em RU’s próximos;• Refazer as metas de número de refeições diárias servidas de acor-
do com a nova demanda a partir da aplicação das ações afirmati-vas na UFRJ;
• Fim das contratações terceirizadas de trabalhadores nos Restau-rantes Universitários da UFRJ e abertura de concursos;
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• Redução do Valor da refeição dos Restaurantes Universitários da UFRJ (O valor da refeição dos Restaurantes quando comparado ao valor das demais Universidades públicas do Estado do Rio de Janei-ro se mostra bastante alto);
• Compra de alimentos provenientes de áreas de reforma agrária.
4.2 Moradia:
A residência universitária deve ser não apenas um dormitório, mas um espaço de vivências, de estudo e de confraternização. Infelizmen-te o nosso “alojamento” de hoje se encontra em situação tão precária que os problemas mais recorrentes ainda são problemas nos encana-mentos dos banheiros, internet que não funciona, espaços de cultu-ra e lazer interditados, insalubridade, entre outros do mesmo gênero.
Sabemos que a UFRJ é reconhecida no exterior por ser uma univer-sidade de excelência, mas que se formos comparar com as residên-cias universitárias a fora devemos nos envergonhar. O Rio de Janei-ro é uma das cidades mais caras para se morar do mundo e por outro lado a UFRJ é uma das maiores detentoras de patrimônio da cidade.
A moradia deve ser uma prioridade para uma universidade que atrai tantos estudantes de fora do estado e se propõe a ser democrá-tica e acolhedora. Infelizmente, todo semestre estudantes chegam ao Rio e vão direto ao alojamento procurando uma vaga inexistente e por falta de possibilidades econômicas encontram uma forma impro-visada de se instalar, forma que muitas vezes passa por cima dos edi-tais e gera embates futuros entre a universidade e o estudante.
Resolver estes problemas é rever todas as metas – descumpridas — de moradia que foram traçadas pelo Plano Diretor e pensar em solu-ções globais que não punam o estudante individualmente, mas que compreendam os compromissos com a política de habitação que não vem sido cumpridos pela universidade também.
No Plano Diretor (PD UFRJ-2020) a meta prevista para 2020 é de 6.000 vagas gratuitas de moradia estudantil “dignas e saudáveis” à
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habitação universitária (página 42 do Plano Diretor da UFRJ 2020). De acordo com o Plano, em 2012 teríamos 1.000 vagas de habitação gratuitas e 3.000 habitações em 2016.
Hoje contamos com menos de 250 moradias habitáveis. Em seis anos de PD-UFRJ 2020, reduziu-se à metade o número de residên-cias. Por mais que consideremos excepcional o esvaziamento do alo-jamento feminino devido às reformas necessárias, se a meta traçada para 2012 era atingir 1.000 vagas, podemos avaliar que não houve ne-nhum avanço.
Segundo o ETU a previsão para entrega da moradia do CCMN é de início de 2015, o que ampliaria o atual quantitativo em 250 a 280 va-gas. A previsão para finalização da obra na ala feminina da antiga residência é de aproximadamente dois anos e a licitação da mora-dia ao lado da Faculdade de Letras está atrasada significativamente. Se essas previsões se confirmarem, a projeção para 2016 é de apenas de 500 vagas ao todo em residência universitária, muito aquém das 3.000 habitações previstas pelo PD 2020.
A situação é tão grave, dada inoperância da universidade nes-te quesito, que se torna difícil projetar novas metas a partir de um quantitativo de vagas que realmente supra as necessidades da nova lei de cotas.
A partir dessa avaliação, afirmamos:• Projetar novas residências estudantis para as unidades isoladas
e os campi do interior, a partir das propriedades e terrenos per-tencentes à UFRJ e em segundo plano negociar áreas e terrenos federais, estaduais e/ou municipais localizados próximos aos campi do Centro, Praia Vermelha, Xerém e Macaé;
• Acelerar a viabilização da residência universitária próxima à Fa-culdade de Letras, prevista pelo PD 2020;
• Criação de um novo processo seletivo para a integralização dos mais de 111 estudantes moradores do alojamento à política de permanência estudantil. Consequentemente, a expansão ime-diata das vagas de moradia;
• Prioridade para a manutenção do alojamento, com os reparos programados para a reforma;
• Democracia e respeito aos moradores — invalidade das decisões
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tomadas sem a participação dos moradores ou do CONARE, como a construção do posto da DISEG nas dependências da residência.
4.3 Inclusão e Acessibilidade
A acessibilidade é contemplada dentro do PNAES e vem sendo alvo re-cente de atenção da Superintendência de Assuntos Estudantis. Para nós este é um tema de extrema importância.
Na UFRJ, contudo, ainda vemos alguns exemplos de descaso com essa demanda, como elevador que conduz ao segundo andar do prédio da Es-cola de Serviço Social da Praia Vermelha, que se encontra pronto, mas não em funcionamento. Precisamos da garantia do alvará dele, para que estudantes e funcionários não sejam prejudicados.
É essencial que tornemos essas pautas visíveis para toda a comunidade acadêmica. A permanência estudantil de diversos estudantes depende da aquisição e desenvolvimento de material didático e pedagógico aces-sível, pois este tipo de tecnologia tem altos custos e se torna inacessível individualmente.
Por isso, defendemos: • Garantia de acessibilidade em todos os transportes internos da
UFRJ.• Adequação arquitetônica para acessibilidade nas instalações da
UFRJ, com destaque para a adequação sanitária - rampa, corrimão, barra de apoio, piso e sinalização tátil, alargamento de portas e vias, instalação de elevadores.
• Aquisição e adequação de mobiliário das instalações físicas da UFRJ para acessibilidade
• Adequação dos recursos de tecnologia para promoção de acessibi-lidade pedagógica, nas comunicações e informações, aos estudan-tes com deficiência e demais membros da comunidade acadêmica – computador com interface de acessibilidade, impressora de Brail-le, linha de Braille, lupa eletrônica, teclado colmeia e acionadores acessíveis.
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4.4 Saúde
Para a comunidade acadêmica em geral não existe atendimento de ur-gência e emergência. No campus fundão, em casos extremos, pode-se ser atendido pela emergência não oficial do Hospital Universitário, mas que é muito debilitado. Porém em casos graves, mas que não envolvem ris-co de vida, o hospital não é autorizado a tomar providências. O resultado disso é que o estudante, muitas vezes desacompanhado, tem que se virar para pegar um ônibus e procurar atendimento externo.
É fundamental pensar na criação de pequenos ambulatórios, dentro ou no entorno de cada prédio da universidade, para que se possa reali-zar o primeiro atendimento, e caso seja uma situação grave que a própria universidade se responsabilize por encaminhar e transportar o indiví-duo para um atendimento mais especializado.
A universidade também deve se comprometer a criar um projeto am-plo e universal de assistência à saúde do estudante, plano que utilizaria o conhecimento produzido pela própria universidade envolvendo o en-sino, pesquisa e extensão em benefício de seus próprios estudantes.
Reafirmamos as propostas:• Elaborar projeto amplo e universal de assistência à saúde do
estudante;• Viabilizar ambulatórios de pronto atendimento em todos os prédios
da universidade;• Ampliação e adequação dos atendimentos psicológicos ao
estudante.
4.5 Bolsas
A política de bolsas na universidade é uma política transitória, por es-tar diretamente vinculada ao indivíduo, e se encerra quando este deixa de cumprir os critérios socioeconômicos, ou quando o mesmo deixa a univer-
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sidade. Ela é fundamental neste momento pelo seu caráter emergencial de auxílio ao estudante para que ele possa concluir o curso.
Contamos com as seguintes modalidades: bolsa permanência, bolsa auxí-lio, bolsa auxílio moradia e bolsa auxílio moradia emergencial, que não têm suprido a necessidade nem mesmo dentre estudantes que se enquadram no critério socioeconômico de um salário mínimo e meio.
A implementação da bolsa permanência para todos os ingressantes pela ação afirmativa é sem dúvida um avanço que garantiu a esses estudantes a possibilidade real de se matricular na UFRJ. Porém a duração da bolsa é de um ano apenas, improrrogável, como se fosse implícito que ao final do ano ou o estudante não se enquadrará nos pré-requisitos, ou deverá se inscrever para concorrer a outra modalidade de bolsa.
Como na maioria dos casos o estudante após o primeiro ano ainda de-pende exclusivamente do auxílio para continuar o curso e a oferta de bolsa auxílio ou moradia a cada edital é muito inferior à oferta da bolsa permanência, muitos alunos não contemplados pelo ranking — porém cumprem com todos os requisitos socioeconômicos — são impulsiona-dos a trancar o curso.
A não continuidade da bolsa permanência também institucionaliza um hiato entre o último pagamento do ano, do mês de dezembro e a nova bol-sa que após o processo seletivo, a considerar um período de regularida-de na universidade, irá receber somente entre março e abril. São três me-ses em que os estudantes mais carentes ficam completamente desassisti-dos pela universidade abrindo mais uma vez grandes riscos de trancamen-to e desistências.
Segundo o relatório de gestão da SUPERST 2013: No primeiro semestre de 2013 na modalidade bolsa auxílio 1.623 alunos
cumpriam o critério socioeconômico de até 1 e ½ salários mínimos per capi-ta, porém somente 892 alunos foram contemplados pelo benefício. Ou seja 46% destes estudantes passaram a uma situação de instabilidade no curso.
Algumas universidades do Brasil como a Unicamp e mais recente-mente a UFF adotaram uma política de “bolsa emergência”, que consis-te em apoiar os estudantes que, por alguma questão recente e emergen-cial, não conseguem suprir suas despesas para estudar na universidade. Na Unicamp, para requisitar o Apoio Emergencial, o estudante deve en-caminhar uma carta à coordenação — que seria referente a nossa DAE —
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justificando sua solicitação. A “DAE” avalia a solicitação e procede com os encaminhamentos, entre eles: valores, prazos, etc. Já na UFF o estu-dante deve agendar uma entrevista. Essa modalidade na UFRJ poderia amenizar os casos extremos que chegam à Superest , principalmente du-rante esse período de transição de bolsas.
Resumidamente, propomos:• Correção anual do valor da bolsa de acordo com a inflação;• Aumento real no valor de todas as bolsas;• Novo aumento no número das bolsas, proporcional à entrada dos
estudantes cotistas;• Viabilização da bolsa emergencial;• Cumprimento no prazo do pagamento de todas as modalidades de
bolsa e fiscalização para que isso ocorra.
5.1.Transporte
A questão da mobilidade e transporte figura entre as principais defici-ências da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Esta visão já está conti-da no Plano Diretor UFRJ 2020 (p.32), aprovado em 2009, segundo o qual “(...)a Cidade Universitária oferece condições precaríssimas de acesso aos que lá estudam e trabalham, e o aumento da população universitá-ria tornaria a situação totalmente insuportável (na verdade, ela já o é)”.
O problema do transporte na ilha do Fundão tem atingido drastica-mente o rendimento dos estudantes, que passam entre 2 e 6 horas no trânsito diariamente.
Recentemente, o DCE Mário Prata realizou um questionário com os es-
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tudantes do Fundão para ouvir a opinião deles a respeito do transporte. O questionário foi disponibilizado através da internet no dia 2 de maio de 2014 e encerrado no dia 8 de maio de 2014 com 585 respostas. A partir do resultado obtivemos algumas respostas assustadoras.
Segue abaixo algumas delas relativas às linhas de transporte público que circulam dentro do Campus do Fundão:
Item 11: “Já demorou mais de três horas em algum destes trajetos? (da casa à faculdade ou vice-versa)”
73% responderam que Sim e 27% Não.
Item 18: “O que você acha da oferta desses ônibus durante o período da noite?”
93% dos entrevistados qualificaram como razoável ou insuficiente
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Item 20: “Já ficou mais de uma hora no ponto de ônibus esperando pela sua condução?”
73% responderam que sim
Item 21: “Já deixou de pegar o ônibus devido a superlotação?”
86% responderam que sim
As respostas acima demonstram o quão ineficiente é o serviço de transporte público na Cidade Universitária da UFRJ – Campus do Fundão, sendo este um reflexo do que vem ocorrendo no Estado do Rio de Janeiro.
O problema do transporte urbano resulta diretamente na queda do rendimento dos nossos estudantes, proporcionalmente a quão longe cada um habita. O tempo gasto pelo mesmo no trajeto campus – resi-dência/residência – campus poderia ser utilizado em horas de estudo ou em atividades extracurriculares, fora isso, além do tempo físico perdido, essa situação acarreta em forte desgaste emocional, o que contribui ain-da mais para a queda do seu desempenho acadêmico.
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Cabe ressaltar que, além de não terem sido resolvidos os graves pro-blemas do transporte público, ainda existem medidas como a de cerce-ar o uso do estacionamento por alunos, seja na Cidade Universitária ou na Praia Vermelha.
Além disso, se forem efetivados os planos de transferência para o Fundão previstos, o horizonte é de uma situação inviável.
A UFRJ possui um sistema de ônibus próprio e pode se utilizar disso enquanto uma solução para muito dos trajetos que não são contempla-dos. Se nossos ônibus passarem a fazer trajetos como Fundão-Gran-de Tijuca, Fundão-Leopoldina-Praça Onze (circular), bem como se au-mentarmos os horários dos ônibus intercampi, muitos estudantes se-rão atendidos e a mobilidade para o Fundão terá grande melhoria.
Além da pressão pela construção do terminal de barcas no Fundão, como previsto pelo PD2020, que realizará ligação hidroviária UFRJ- Praça XV-UFF- Praia Vermelha.
A partir disso, reafirmamos nossas propostas:• Criação de novas linhas de ônibus intercampi da universidade que li-
gue os campi da UFRJ à metrópole do Rio de Janeiro como a linha cir-cular Fundão – Praça XI , Fundão – Grande Tijuca e Fundão – Baixada;
• Aumento no número de ônibus e horários para as linhas internas que já existem como: Cascadura, Bonsucesso, Praia Vermelha e Praça XV;
• Mais opções de volta para o ônibus intercampi Xerém – Fundão e re-ativar a linha Fundão – Macaé;
• Contratação de mais ônibus internos, principalmente nos horários de pico.
5.2. Materiais didáticos e acadêmicos
A democratização das condições de permanência dos jovens na educação superior pública passa necessariamente por seu acesso aos materiais didáti-cos. Hoje, inúmeros estudantes chegam a gastar mais de R$400,00 (valor da bolsa auxílio) em um mês na aquisição destes materiais, especialmente em cursos das áreas de saúde e artes, nos quais esse valor chega a R$ 2.000,00.
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Entendemos que o custo dos materiais didáticos não deve ser um im-peditivo à inscrição em disciplinas, como hoje ocorre. Ninguém deve deixar de se inscrever em uma disciplina por falta de recursos para comprar seus materiais.
A Resolução nº21/2011 estabelece em relação às Bibliotecas que “A UFRJ deverá elaborar proposta de criação de uma estrutura de reprodu-ção gráfica, ligada à Divisão Gráfica da universidade, para disponibili-zar textos de estudo a preço de custo para os estudantes”. Tal proposta nunca foi realizada, e acreditamos que está na hora de a concretizarmos.
Sendo assim, acreditamos que a UFRJ deveria se engajar para ofere-cer um serviço digno, fazendo jus ao seu posto como uma das maiores universidades do Brasil e de cursos de referência mundial. Portanto, à luz desta visão e do aprovado em 2011 pelo Conselho Universitário, rei-vindicamos — assim como ocorre em inúmeras universidades interna-cionais — que os textos obrigatórios para o semestre sejam concedidos pela universidade aos alunos e que seja organizada uma biblioteca vir-tual com os livros incluídos nos programas dos cursos e a digitalização dos textos das ementas. Sendo a democratização real do nosso espaço acadêmico um de nossos desejos, este é um dos passos que deve ser le-vado à frente.
Entendemos que ainda se utiliza muito o recurso das fotocópias e que estas não são somente um serviço, mas um direito dos estudantes e um dever da universidade em garantir o acesso aos textos. Portanto, seria uma possibilidade a aquisição de fotocopiadoras para os institutos, com funcionários concursados responsáveis, em que cada estudante pudes-se realizar sua própria fotocópia visando fins não lucrativos.
Fundamental questão é também a do horário de funcionamento das bibliotecas da UFRJ. Muitas delas permanecem sob uma lógica de uni-versidade em que apenas existem cursos diurnos, fechando antes do horário oficial de aula dos institutos. Para nós, é necessário e urgente ampliar o horário de funcionamento das bibliotecas, visando atender aos cursos noturnos recém-criados.
• Que os textos obrigatórios sejam concedidos pela universidade; • Biblioteca virtual organizada com os livros incluídos nos progra-
mas dos cursos;• Digitalização e acesso às ementas e textos dos cursos;
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• Ampliação do horário de atendimento das bibliotecas para os cur-sos noturnos e de finais de semana.
5.3. Unidade de Educação Infantil
É exposto no PNAES a importância das creches universitárias como pi-lar da assistência estudantil para as mulheres mães. Porém na nossa con-cepção, temos que avançar para além disso e reconhecer que a política de assistência para mães estudantes também tem que estar atrelado ao direi-to intrínseco da criança de ter acesso a uma educação infantil.
Nesse sentido entendemos como avanço que o Conselho Universitário da UFRJ aprovou por unanimidade em sessão no dia 29 de agosto de 2013 a resolução nº 9/2013 que insere a Escola de Educação Infantil (EEI) da UFRJ como um dos órgãos suplementares do CFCH. Isso é um avanço da universidade em compreender a importância da vivência de campo para a formação de estudantes de diversas áreas relacionadas à pequena infân-cia. Como órgão suplementar, a EEI-UFRJ passa a ser um espaço legitima-do de pesquisa, extensão e formação tanto para graduandos, como pós-graduandos e professores. A universidade é um espaço de questionamen-to, indagação e criação a partir da realidade, ter um locus para a realização de tais potências dentro da esfera da Educação Infantil é possibilitar um salto de qualidade em nossas pesquisas e proposições.
Para garantir a qualidade acadêmica das aulas ministradas e dos conte-údos produzidos pela EEI, reivindicamos:
• Que os professores da EEI estejam inseridos em uma carreira de Edu-cação Básica, Técnica e Tecnológica (EBTT) com os mesmos benefí-cios e progressões que o professores do Colégio de Aplicação da UFRJ;
• Que sejam realizados os concursos para professores efetivos da EEI, para que a Escola possa se desenvolver plenamente;
• Aumento do orçamento referente à Escola, de modo que esta possa garantir plenamente um ensino de qualidade e emancipador;
• Dado que as vagas são de ampla concorrência, que seus editais sejam amplamente divulgados, inclusive por sistemas como o SIGA e afins, para que alunos e alunas tenham acesso a tais informações.
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ONTE:
- PLANO DIRETOR UFRJ 2020, Conselho Universitário da UFRJ, Aprovado em 5 de novembro de 2009, Rio de Janeiro.
- Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das Universidades Federais Brasileiras, ANDIFES Julho 2011.
- Conselho Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Resolução Nº 03/01 aprovada na sessão de 28/06/2001
- Conselho Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Resolução Nº 21/2011
- Relatório de Gestão 2013, SUPEREST, Gabinete do reitor, UFRJ.
- O Ingresso na UFRJ: perfil do ingressante e análise do sistema ENEM/Sisu e cotas – apresentação feita pela Ângela Rocha dos Santos, Pró – reitora de Graduação da UFRJ.
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