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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS GRADUAÇÃO “LATU SENSU”
PROJETO VEZ DO MESTRE
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E O
SISTEMA DE ALFABETIZAÇÃO
POR
MARILENE TEIXEIRA DE MEDEIROS MOREIRA
ORIENTADOR: PROF. CARLOS ALBERTO CEREJA
DE BARROS
ABRIL/2005
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS GRADUAÇÃO “LATU SENSU”
PROJETO VEZ DO MESTRE
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E O
SISTEMA DE ALFABETIZAÇÃO
MONOGRAFIA APRESENTADA A UNI-
VERSIDADE CÂNDIDO MENDES
COMO REQUISITO DO CURSO
PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU
ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR.
3
AGRADECIMENTOS
À
Deus a benção da vida e por ter me dado uma família
maravilhosa.
À
Ébio Willis meu esposo pelo apóio, carinho e
compreensão.
Aos
meus pais, José (In memórian) e Marlene , a minha
querida irmã , sobrinho e cunhado. Obrigada pela força, e
orientação precisa nos momentos certos
As
Minhas amigas de todas as horas ,Adriana ,Carla Aviz
Jelma ,Sandra por terem compartilhado desta luta árdua ,
com carisma e amizade comigo.
4
DEDICATÓRIA
Ao meu pai onde quer que esteja, obrigada por incentivar-me a retornar meus estudos e pela sua luta constante durante toda sua vida para que eu pudesse ter uma boa educação.
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RESUMO O presente estudo abordará várias reforma educacionais da época do Brasil Colonial e até os dias atuais. A proposta da Educação de jovens e Adultos tem como objetivo atingir o universo de brasileiros que não conseguiram completar seus estudos no período regular. Nesse contexto não podemos ignorar as causas provocadoras do distanciamento dos bancos escolares , tendo como fato importante o desnível social provocando então formas de exclusão econômica e política. Na sociedade brasileira atual o desenvolvimento econômico exige dos trabalhadores um preparo educacional.A Educação na sua função política tem como via principal a conquista do status do cidadão. O adulto retorna à escola inicialmente, movido pela esperança de conseguir um emprego melhor ou então são levados pelo desejo de aumentar sua auto-estima, permitindo aos indivíduos se situarem melhor face aos desafios da vida moderna.A escola para o indivíduo precisa ter o sentido real , despertando o sentido e o prazer de estar e permanecer ali, prosseguindo o seu estudo. O adulto busca seu lugar na sociedade e sendo um ser criativo , crítico e consciente de seus direitos e deveres. A Educação é um direito de todos os cidadãos brasileiros e o que rege na Constituição Federal.
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METODOLOGIA
Ao longo do tempo, se tem discutido a democratização
do ensino, que ora toma uma direção quantitativa, em
defesa da ampliação de ofertas educacionais, (aumento do
número de escolas para as classes populares,
obrigatoriedade e gratuidade do ensino), ora se volta
para a melhoria qualitativa do ensino, (reformas
educacionais, reformulação da organização escolar,
introdução de novas metodologias de ensino e
aperfeiçoamento de professores).
A educação brasileira enfrenta dificuldades ao que
diz respeito aos recursos financeiros definidos por
orçamentos no âmbito federal, estadual e municipal,
obtido por diversas entidades. Assim pode-se dizer que as
escolas públicas necessitam buscar suplementação
financeira, apelando ao bolso do usuário e recorrendo a
expedientes que variam dos círculos de pais e mestres à
realização de feiras. Porém para que haja mudança, a
escola precisa repensar seu papel na sociedade em que
está inserida estabelecendo objetivos, critérios em seu
planejamento e projeto político-pedagógico.
Para se trabalhar na alfabetização, seja ela de
jovens e adultos ou de educação infantil, é necessário
conhecer a realidade dos educandos. Devido a esse fator,
a metodologia escolhida para ser aplicada neste trabalho
baseia-se em pesquisas. As quais definem-se como
abordagens e qualitativas, pois visa comparar a coleta
de dados arrecadados na pesquisa bibliográficas(livros, revistas ,
internet).
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CAPITULO I
“Estar no mundo sem fazer História, sem pôr ela ser
feito, tratar sua própria presença no mundo, sem sonhar, sem
cantar, sem música, sem pintar , sem cuidar da terra (...),
sem apreender, sem ensinar, sem idéias de formação, sem
politizar não e possível. É na inclusão do ser, que se sabe
como tal, que se funda a Educação como processo permanente”.
PAULO FREIRE
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SUMÁRIO
Introdução................................................................................ 01 1- Fundamentação Teórica da Educação de Jovens e Adultos .....................................................................................
14
1.1- A origem da Educação de Jovens e Adultos... 14 1.2- A definição de educação segundo Paulo Freire.........................................................................................
23
1.3- A educação à serviço da cidadania.................. 28 1.4- O atual conceito quanto ao processo de alfabetização..........................................................................
31
2- Educação de Jovens e Adultos numa Gestão Democrática..............................................................................
35
2.1-Gestão democrática da Educação.......................... 35 2.2- A escola participativa e o papel do Gestor Escolar.......................................................................
37
Conclusão.................................................................................. 40 Referências Bibliográficas........................................... 44
9
INTRODUÇÃO
A Educação no Brasil iniciou-se no período
Colonial, era voltada para a população adulta tendo um
caráter religioso do que educacional. Naquela época a
visão que eles tinham sobre a educação era muito frágil.
A educação não era responsável pelo aumento da
produtividade, pois se dava a partir do aumento no número
de escravos o que refletia o desinteresse dos governantes
com a educação.
Aconteceram várias mudanças significativas na
educação da época do Brasil Império. Surgiu classe
noturna, de “ensino elementar para adultos analfabetos”.
O desenvolvimento industrial brasileiro contribuiu para
uma visão diferentes sobre educação de educação de jovens
e adultos ,entretanto havia uma linha que entendiam
como domínio da língua falada e escrita com possibilidade
de ter sucesso profissional; outro ainda como meio de
progresso do país e aqueles que viam como possibilidade
de conseguir mais votos. Em 1920 realizou-se movimento
de educadores e a própria população dispostas a lutar
pelas melhorias da qualidade de ensino nas escolas.
Na década de 40, ainda existia grande número de
analfabetos no País, a partir daí houve a preocupação de
criar um fundo ã alfabetização e a educação da população
adulta analfabeta. A identidade de educação de adultos
ocorre quando há um a proposta de campanha de educação de
Adultos, em 1947, na qual numa primeira etapa de três
meses, a alfabetização e depois a implantação do curso
primário e logo depois se constituiria em capacitação
profissional e desenvolvimento comunitário. O
analfabetismo como empecilho do desenvolvimento
brasileiro. O preconceito era direcionado ao adulto
10 analfabeto, titulado como indivíduo incapaz e a margem da
sociedade com passar do tempo essa visão preconceituosa
foi sendo superada, passando –se “reconhecer o adulto
analfabeto como indivíduo, capaz de raciocinar e
revolver problemas”.
Aconteceram várias críticas ao método de
alfabetização da população adulta, pôr não ser adequada
ao tipo da população adulta, pôr não ser adequada ao tipo
do aluno e pela curta duração, surgindo uma nova
pedagogia de alfabetização de adultos que como principal
referência o educador Paulo Freire, esse paradigma
pedagógico se pautou num novo entendimento da relação
entre a problemática educacional e a problemática social.
Na época era apontada como causa da pobreza e da
marginalização, sendo visto como uma necessidade social
que o processo educativo interferisse na sociedade na
sociedade pois é ela que produzia o analfabetismo. A
visão de Paulo Freire, sobre os conceitos de
alfabetização e educação esta muitos próximos.
“Alfabetização é mais que o simples
domínio mecânico de técnicas para escrever e
ler.Com efeito, ela é o domínio dessas
técnicas em termos consciente”.( Cunha,2000,
pág 12).
O Golpe Militar de 64, causou a interrupção do
trabalho de alfabetização que vinha sendo realizado,
exatamente pela sua ação concretizadora. Surgiram as
experiências com base na filosófica de conscientização,
intervenção e mudança foram vistas com ameaça a ordem
imposta pela revolução, e seus autores e promotores foram
reprimidos. Foram dadas as autorizações para programas de
alfabetização de adultos assistencialistas e
11 conservadores, em 1967, surgiu o MOBRAL – Movimento
Brasileiro de Alfabetização.
O MOBRAL se voltou para a população analfabeta
entre 15 e 30 anos, objetivando sua atuação. Objetivou
sua atuação em termos de alfabetização funcional, deveria
visar a valorização do homem e a integração Social
através de reajustamento ã comunidade e ã pátria. Os
métodos metodológicos e os materiais didáticos usados
pelo o MOBRAL reproduziam muitos procedimentos
consagrados nas experiências de inicio dos anos 60, mas
esvaziando-se de todo sentido crítico e problematizador.
Houve na década de 70, uma expansão do MOBRAL de
vista territorial, quanto do ponto de vista de
continuidade de estudos através de educação entrega
(conclusão do antigo curso primário), para os recém
alfabetizados e para os alfabetizados funcionais que
usavam a leitura e a escrita com dificuldades.
Existiam, na época , grupos que atuavam na linha de
Paulo Freire, com a oportunidade de abertura política dos
anos 80, tais experiências foram tomando forma, nos
projetos de pós-alfabetização, nos quais houve um grande
avanço na linguagem escrita e nas operações matemáticas
básicas.
O MOBRAL foi extinto e em seu lugar surgiu a
Fundação Educar, que abriu mão de executar diretamente os
programas, passando a apoiar financeira e tecnicamente as
iniciativas do governos, entidades civis e empresas
conveniadas.
No plano legislativo a anterior Lei de Diretrizes e
bases da Educação Nacional Nº 5.692/71, elaborada pelo
governo militar, deu resposta ao grande movimento da
década antecedente, pelo pensamento Freireano e
12 movimentos populares, com a implantação do Ensino
Supletivo.
Na década de 80, aconteceram pesquisas sobre língua
escrita com pontos positivos na alfabetização.
Com a constituição promulgada em 1980 deve do Estado
com a educação de jovens e adultos é ampliado ao ensino
Fundamental obrigatório e gratuito, para todos os que a
ele não tiveram acesso na idade apropriada. Assim sendo,
a educação de jovens e adultos, nos anos 90 é o
estabelecimento de uma política e de metodologia
criativa, com a finalidade de se garantir aos adultos que
não tiveram possibilidade Ter acesso a cultura letrada e
possibilitando uma participação mais ativa e não
esquecendo que o educando tem sua cultura e sua
experiência.
Quando falamos na área de Educação de jovens e
Adultos , temos que mostrar a importância dos aspectos
quantitativos e qualitativos, pois retrata a
universalização do Ensino sem perder o padrão de
qualidade.
É interessante ressaltar, que em nível inter-
nacional , há uma crescente reconhecimento da importância
da Educação de adultos para o fortalecimento da cidadania
e da formação cultural da população, para a qualidade de
vista da população em geral.
A pesquisa sobre Educação de Jovens e Adultos
desenvolverá em três Capítulos detalhados.
O capítulo I –A ORIGEN DA EDUCAÇÃO DE JOVENS
E ADULTOS – Tem como objetivo entendermos melhor o
surgimento da Educação no Brasil. Que aconteceu no
período Colonial até nos dias de hoje.
13 O capítulo II – A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NUMA
GESTÃO DE DEMOCRÁTICA –Tem como objetivo de
conscientização da participação de todos os cidadãos ,
exercendo sua cidadania plena.
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1- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA EDUCACÃO DE
JOVENS E ADULTOS
1.1 - A ORIGEM DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E
ADULTOS
A educação no Brasil teve início no período
colonial, onde os jesuítas exerciam o papel de educador
missionário em grande parte com adultos além disseminar o
evangelho, tais educadores ensinavam normas de
comportamento e ensinavam também os ofícios necessários
ao funcionamento da economia colonial inicialmente aos
indígenas e, posteriormente com a entrada dos negros que
eram escravos . Mais tarde os jesuítas se encarregavam
das escolas de humanidades para os colonizadores e sues
filhos.
Em 1824, surgiu a implantação de uma escola de
qualidade para todos, a qual avançou lentamente ao longo
da nossa história, dando oportunidade apenas para as
crianças, em uma população estimada em 14 milhões.Ao
final dão império,82% da população com idade superior a
cinco anos era alfabetizada (Revista Brasileira de
Educação).
Na primeira República Brasileira teve uma concepção
de federalismo, em que responsabilidade pública pelo
ensino básico foi desvinculado poder central mas
províncias e municípios .O período da Primeira República
se caracterizou pela grande quantidade de mudanças
educacionais que, de alguma maneira, procuraram um
princípio de normalização e houve a preocupação com o
estado precário do ensino básico.
15 A longo dos anos 20, acontecerão vários movimentos
sociais e políticos, no ano de 1920, foi realizado o
censo indicando que 72% da população acima de cinco anos
permaneciam analfabeta.A partir daí realizou-se um
movimento de educadores e da população em prol da
ampliação do número de escolas e da melhoria de sua
qualidade começou a estabelecer condições favoráveis a
implantação de políticas públicas para educação de jovens
e adultos.
Durante o período de Vargas, a revolução de 1930
aconteceu reformulações do papel do Estado no Brasil,
reforçou-se os interesses das oligarquias regionais,
agora era a nação como um todo que estava sendo
reafirmada.Nos aspectos educacionais, a nova constituição
de 1934 reconheceu pela primeira vez em âmbito nacional,
a educação como direito de todos e deve ser coordenada
pela família e pelos poderes públicos.(art.149).
A constituição de 1934, então, põe o ensino primário
extensivo aos adultos como componente da educação e como
dever do Estado e direito do cidadão. Esta formulação
demonstra bem os movimentos sociais da época em beneficio
da escola como democrática.
Mas, foi somente ao final da década de 1940 que q
política nacional.O Plano Nacional de Educação de
responsabilidade da União, deveria incluir em suas normas
o ensino primeiro integral gratuito e de freqüência
obrigatória. Esse ensino deveria ser extensivo aos
adultos.
Pela 1ªvez a educação de educação de educação de
jovens e Adultos era reconhecida e recebia um tratamento
particular. Em 1946 com a constituição reconhecendo a
educação como direito de todos (art.166) e no seu para
todos... entretanto a oposição, as lutas para definir os
16 limites entre o público e privado e a questão da
laicidade por um bom tempo, a inexistência de uma
legislação própria.
A nossa primeira lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional Lei nº 4024/61, reconhece a educação
como direito de todos e no titulo VI.Capitulo II ao
Tratar do Ensino primário diz art.27.
“O ensino primário é obrigatório a
partir dos 7 anos e só será ministrado na
língua nacional.Para os que o iniciarem
depois dessa idade poderão ser formadas
classes especiais ou cursos supletivos
correspondentes ao seu nível de
desenvolvimento.”
Em 1958,realizou-se o II Congresso Nacional de
Educação de Adultos no Rio de Janeiro, percebia-se uma
grande preocupação dos educadores em redefinir as
características específicas e um espaço próprio para essa
modalidade de ensino.Reconhecia-se que a atuação dos
educadores de adultos apesar de organizadora como
subsistema próprio, reproduzia, de fato.As mesmas ações e
características da educação infantil.Até então, o adulto
não-escolarizado era percebido como um ser inativo e
ignorante, que deveria ser atualizado com os mesmos,
concepção esta que reforçando assim o preconceito contra
o analfabetismo .
Neste período percebe-se que o interesse do governo
era alfabetizar jovens e adultos, tendo como finalidade
prepara-los para sua tão sonhada cidadania, ou seja,
votar, porém a educação oferecida a esta clientela era
chamada educação funcional, em que o indivíduo mal
aprendia a rabiscar palavras.Sendo assim não tinham
17 consciência de sua participação política, tampouco do
poder que exerciam diante a sociedade.
Alguns anos depois, as características próprias da
educação de adultos passaram a ser
reconhecidas,conduzindo a exigência de um tratamento
específico nos planos pedagógicos e didáticos,
finalmente, foi lhe atribuída uma forte missão de resgate
e valorização do saber popular, tornando a educação de
adultos o mentor de um movimento amplo de valorização da
cultura popular.
O Golpe Militar de 1964, Produziu uma ruptura
política em função da qual os movimentos de educação e
cultura populares foram reprimidos, sues dirigentes,
perseguidos, sues ideais , censurados.O programa nacional
de Alfabetização foi interrompido e desmantelado, seus
dirigentes presos e os materiais apreendidos pelos
militares.As lideranças estudantis e os professores
universitários que estiveram presentes nas diversas
práticas foram cassados nos sues direitos políticos ou
tolhidos no exercício de suas funções.
A constituição de 1967 mantém a educação como
direito de todos (art.168) e, pela primeira vez ,estende
a obrigatoriedade da escola até os quartoze anos.Esta
extensão parece incluir a categoria dos adolescentes na
escolaridade apropriada ,propiciando,assim a emergência
de uma outra faixa etária, a partir dos 15 anos, sob o
conceito jovem.Este conceito será uma referência para o
ensino supletivo. Esta mesma constituição quer retirar o
vínculo constitucional de recursos para a educação,
obriga as empresas a manter o ensino primário para os
empregados e os filhos destes de acordo com o art.170.
A repressão foi a resposta do Estado autoritário à
atuação daqueles programas de educação de adultos cujas
18 ações de natureza política contrariavam os interesses
pelo golpe militar.Na verdade esse setor da educação que
oferece escolarização básica dos jovens e adultos não
poderia ser abandonado por parte do aparelho do Estado,
uma vez que tinha nele um dos canais mais importantes de
mediação com a sociedade.Perante as comunidades nacional
e internacional, seria difícil conciliar a manutenção dos
baixos níveis de escolaridade da população com a proposta
de um grande país como os militares se propôs a
construir.Havia também a necessidade se dar respostas a
um direito de cidadania cada vez mais identificado com
legitimo.As respostas vieram com a fundação do Mobral –
Movimento Brasileiro de Alfabetização- 1947,e,
posteriormente,com a implantação do Ensino Supletivo, em
1971, quando da promulgação da lei Federal nº 5.697,que
reformulou as diretrizes de ensino de 1º e 2º graus.O
mobral-
Movimento Brasileiro de Alfabetização como fundação
Mobral,com o objetivo de erradicar o analfabetismo e
propiciar a educação continuada de jovens e adultos.
A Lei nº 5.400de 21/03/1968, relativa ao
recrutamento militar o ensino, também se refere à
alfabetização de recrutas e diz no seu art.1º.Os
brasileiros,que aos dezessete anos de idade, forem ainda
analfabetos, serão obrigados, serão obrigados ao serviço
militar deveriam encaminhar às autoridades educacionais
competentes os alistados analfabetos.O funcionário
público que alfabetizasse mais de 10 listados teria
registrado em seu prontuário a distinção de serviço
meritório.Os civis não funcionário públicos ganhariam um
diploma honorífico.
Em 1970, o MOBRAL chegava com a promessa de acabar
em dez anos com o analfabetismo, classificando como
19 “vergonha Nacional”.Ao final desta década passaria por
modificações nos seus objetivos ampliando para outro
campos de trabalho, desde a educação comunitária até a
educação de crianças, processo permanente superar o
analfabetismo no Brasil.
O ensino supletivo, com a Lei nº 5692 de 11 de
agosto de 1971 ganhou capitulo próprio com cinco artigos:
Um deles dizia que este ensino se destinava a suprir a
escolarização regular. Este processo não abrangeu o
processo de alfabetização regular, a aprendizagem a
qualificação e a atualização de algumas disciplinas. A
qualificação foi a função do SENAI E SENAC A
profissionalização que, algumas disciplinas e também com
a educação geral, atenderia ao objetivo prioritário de
formação de recursos humanos para o trabalho.
O Ensino Supletivo, pôr sua flexibilidade, seria a
nova possibilidade dos que perderam a possibilidade de
escolarização em outras épocas, ao mesmo tempo em que
seria chance de atualização para os que gostavam de
acompanhar o movimento de mobilização da nova sociedade
que se implantava dentro da lógica “Brasil Grande da era
Médici”. Foi um movimento histórico em que antigos e
novos movimentos sociais e atores da sociedade civil que
haviam emergido e se desenvolvido ao final dos anos 70 ,
ocupavam espaços crescente na cena pública adquiriram
originalidade e institucionalidade, renovado as
estruturas sindicais e associativas preexistente, ou
criando novas formas de organização , modalidade de ação
são meios de expressão. Representam um período de
democratização das relações sociais e das instituições
políticas brasileiras ao qual corresponde um alargamento
do campo dos direitos sociais. A história da Educação
20 jovem e adulto a educação básica , de um lado, a sua
negação pelas políticas públicas concretas.
O governo civil pós-64, marcou com a extinção do
MOBRAL. Estigmatizando como modelo de educação doméstica
e de baixa qualidade, já não existia no contexto
inaugural da Nova República. A fundação Educar assumir a
responsabilidade de articular, em conjunto o sistema de
ensino, a política nacional de educação, cabendo-lhe
fomentar o atendimento nas séries iniciais de ensino, a
política nacional de educação, promover a formação e o
aperfeiçoamento dos educadores , produzir material
didático, supervisionar e avaliar as atividades. O
objetivo era induzir que as atividades diretas da
fundação fossem progressivamente absorvidas pelos
sistemas de ensinos supletivos estaduais e municipais, de
fato com o processo de redemocratização política do paris
, a reorganização partidária , a promoção de eleições
diretas nos níveis subnacionais de governo e a liberdade
de expressão e organização dos movimentos sociais e
rurais alargaram o campo para a experimentação e a
inovação pedagógicas na educação de jovens e adultos.
Uma das medidas adotadas em março de 1990, logo no
início do governo Fernando Collor de Mello, foi ‘a
extinção da Fundação Educar. Esse fato fez parte de um
extenso rol de iniciativas que visavam a retirada de
subsídios estatais ajuste das contas públicas e controle
da inflação. Nesse mesmo pacote de medidas foi suprimido
o mecanismo que facultada ‘as pessoas jurídicas
direcionar 2% do valor do imposto de renda devido ‘as
atividades de alfabetização de adultos , recursos esses
que conformavam o fundo que nas duas décadas anteriores
financiara o MOBRAL e a Fundação Educar.
21 Essa medida representou um marco no processo de
descentralização de jovens e adultos, pois embora não
tenha sido negociador entre as esferas do governo ,
representou a transferência direta de responsabilidade
pública dos programas de alfabetização e pós
alfabetização de jovens e adultos de reunião para os
municípios.
E 1993 houve a formulação de outro plano de política
educacional, cuja existência era requisito para que o
Brasil na condição de um dos nove países que mais
contribuem para o elevado número de analfabetos pudesse
Ter acesso prioritário a créditos internacionais
vinculados aos compromissos assumidos na Conferencia
Mundial de Educação para todos, fixou metas de prover
oportunidade de acesso e progressão no ensino fundamental
a 3,7 milhões de analfabetos e 4,6 milhões de jovens e
adultos pouco escolarizados.
Eleito para a presidência da República em 1994 e
reeleito em 1998, o governo de Fernando Henrique Cardoso,
priorizou a implantação de uma reforma política
institucional da educação pública que compreendeu
diversas medidas, dentre as quais a aprovação de uma
emenda constitucional, quase que simultaneamente a
promulgação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB).
A seção dedicada à educação básica de jovens e
adultos resultou certa e pouco inovadora. Seus dois
artigos reafirmam o direito dos jovens e adultos
trabalhadores ao ensino básico adequado as suas condições
peculiares de estudo, e o dever do poder publicam em
oferece-lo gratuitamente na forma de cursos e exames
supletivos.
22 A única dessa seção da lei foi o rebaixamento das
idades mínimas para os candidatos que se submetem ao
exames supletivos, fixadas em 15 anos para o ensino
fundamental e 18 anos para o ensino médio.
A década de 1990 tem sido marcada o ensino
relatividade, no plano cultural, jurídico e político dos
direitos educativos das pessoas, jovens e adultos
conquistados no movimento anterior. A continuidade no
processo de democratização , que implica transpor para as
políticas públicas efetivas, os direitos educacionais
conquistados no plano jurídico, foi obstado pela crise de
financiamento e dos serviços, bem como de jovens e
adultos nas propriedades de política educacional.
Um dos fatos associados a esse processo é recuo do
ministério da educação no exercício de suas funções de
coordenação ação supletiva e redistribuitiva na previsão
da educação da educação básica de jovens e adultos. Na
previsão desses serviços, pois outras instâncias
governamentais acabaram pôr tomar a iniciativa a colher
demanda de segmentos organizados da sociedade civil,
assumido para se a tarefa de promover programas de
alfabetização e elevação da escolaridade da população
jovens e adultos, de fato, ao longo da Segunda metade dos
anos 90 foram concebidos e tiveram inicio três programas
federais de formação de jovens e adultos de baixa renda e
escolaridade, que guardam entre si pelo menos dois traços
comuns deles é coordenado pelo ministro da Educação e
todos são desenvolvidos em regime de parceria, envolvendo
diferentes instâncias, governamentais, organizações da
sociedade civil e instituições de ensino e pesquisa.
Ao longo do século XX, o percentual de
analfabetismo absoluto no conjunto da população vem
declinando continuamente, alcançando na metade dos anos
23 90 um patamar próximo a 75% dos jovens e adultos. Em
1996, entretanto, quase um terço da população com mais de
14 anos não havia concluído sequer quatro anos de estudos
e aqueles que não haviam completado o ensino obrigatório
de oito anos de escolarização bem sucedida para um
cidadão adquira as habilidades e competência cognitivas
que caracterizam um sujeito plenamente alfabetizado
diante ás exigências de sociedade contemporânea, o que
coloca na categoria de analfabetos funcionais
aproximadamente a metade da população jovem e adulta
brasileira.
1.2 – A DEFINIÇÃO DE EDUCAÇÃO SEGUNDO
PAULO FREIRE
Pesquisando sobre estudos realizados por
especialistas da área educacional. Comungando do ideal
de Paulo Freire, o educador por excelência dedicado a
essa temática de alfabetização de jovens e adultos,
permanece vivo no, prolongamento de seus ideais e
filosofia de vida que era e é acreditar nas
possibilidades humanas de gerar neste país uma educação
integrada, onde todo ser humano tenha possibilidade e
cidadania de optar e propor conhecimentos novos que
interaja com a ação social, isto é, que seja
significativo para seu cotidiano, e reconhecido como
sujeito construtor de uma página da história,
transformando a obrigatoriedade dos estudos em um ato
prazeroso de construí-se como pessoa integrada no mundo
da cultura e da sociedade que o cerca, pois considerando
seus conhecimentos prévios propomos contribuir como meio
facilitador para reconstruir e desenvolver seus
conhecimentos a partir de dados científicos e
24 pedagógicos que favoreçam esta consciência crítica de
estrutura humana na sociedade.
“Toda sua obra é voltada para uma
teoria do conhecimento aplicada á educação,
sustentado por uma concepção dialética em
que o educador e educando aprendem juntos
numa relação dinâmica na qual a pratica,
orientada pela teoria, reorienta essa
teoria, num processo de constante
aperfeiçoamento.” (GADOTTI, p. 253,2001)
O título “Pedagogia do Oprimido”, não foi escolhido
a toa por Freire. Percebe-se a perfeita sugestão do tema,
em demonstrar os princípios da educação oferecida em
nosso país as camadas sócio-econômicas inferiores, após a
II Guerra Mundial, cujo objetivo era oprimir.
Há décadas, a opressão a indivíduos sem estudos,
geralmente assalariados, resultava no “medo da
liberdade”, assim deixaram de exercer sua participação
de homem como sujeito na sociedade, cultura e
história, preferindo a gregarização. O principal fator
responsável por esta forma de agir, é a então conhecida
“educação bancaria”, que para Paulo Freire , fundamenta-
se no depósito de conteúdos, onde os depositários, eram
os educandos. A “educação bancaria” funcionava da
seguinte forma:
“(...) o educador é o que educa; os
educandos os que são educados. O educador é o
que sabe; os educandos, os que não sabem. O
educador é o que pensa; os educandos, os
pensados. O educador é o que diz a palavra;
os educandos, os que a escutam docilmente.”
(FREIRE, P.59,1987).
25
Constata-se que existem ainda no Brasil, práticas na
educação que possuem uma proposta ultrapassada, gerando
conseqüências preocupantes baseadas numa concepção
equivocada de que a educação está marcada por
características assistencialistas, sem considerar as
questões de cidadania ligadas a ideais de liberdade e
igualdade que acaba dificultando o processo de
aprendizagem.
Trabalhar a cidadania e ideais de liberdade é
indispensável na alfabetização de jovens e adultos, já
que esta representa uma dívida social não reparada para
com os que não tiveram acesso e nem domínio da escrita e
leitura como bens sociais, na escola ou fora dela. Ser
privado deste ingresso é, de fato, a perda de instrumento
imprescindível para presença significativa na convivência
social.
Algumas vezes, o termo “ambiente alfabetizador”, tem
sido confundido com a imagem de uma sala com paredes
cobertas de textos, o que é uma forma de demonstrar aos
educandos a escrita. Sendo que, não somente em ambientes
fechados que se desenvolve o processo ensino-
aprendizagem, este, faz parte do dia-a-dia de todos os
seres racionais. Desenvolvendo-se em espaços peculiares
como: igrejas, praias, clubes, praças, cinema ,teatro,
etc.
Assim, percebe-se que o modelo ideal para
alfabetização de jovens e adulto, não se limita a
decodificação de letras e sinais, mas também a formação
do indivíduo, como cidadão crítico e participante, com
diz Freire “alfabetizar é conscientizar”.(p.11, 1987).
O governo e as famílias investem pouco e mal na
educação escolar, os professores são mal pagos e tem
formação frágil, as escolas não oferecem a necessária
26 qualidade no ensino, além disso, cada vez mais os jovens,
por diversos motivos, estão sem motivação para o esforço
que o estudo requer.
Sabemos que o sistema público de educação não está
aparelhado para oferecer um ensino de qualidade para
todos, sabemos que milhões de trabalhadores não têm
acesso aos conhecimentos básicos indispensáveis à
modernidade que queremos. O país não pode mais tolerar
uma situação caracterizada por baixíssima produtividade
de sistema educacional. A educação tem de ajudar a
despertar em cada homem e mulher a consciência de sua
própria dignidade, e, também, a sua capacidade de assumir
a responsabilidade de fazer a sua parte para possibilitar
vida, e vida de qualidade para todos .
O desafio central para educação hoje é exercer seu
papel de instrumento de promoção humana, acabar com esta
sociedade de exclusão, onde grande número de pessoas é
simplesmente considerado dispensável. Há um novo mundo
surgindo, mudanças tecnológicas, políticas, culturais e
econômicas transformam a vida, produzem um batalhão de
excluídos. Cresce em muitas pessoas o desejo de
participar, construindo um mundo novo com outros
critérios, que coloquem a pessoa humana no centro de
desenvolvimento.
O que ocorrerá através do diálogo, da troca de
opiniões, onde a reciprocidade de pensamentos e
experiências que só enriquecem o sujeito quanto à
formação de sua consciência crítica. A educação, como uma
chave indispensável, para o exercício da cidadania, vai
se impondo cada vez mais, nestes tempos de grandes
mudanças e inovações nos processos produtivos. Ela
possibilita ao indivíduo jovem e adulto retomar seu
potencial, desenvolver suas habilidades adquiridas na
27 educação extra-escolar e na própria vida. Essa mudança
educacional, tornou-se real pela perseverança de
profissionais com nosso saudoso Paulo Freire, “o pensador
comprometido com a vida” (FIORI, p. 9, 1987), que criou
um novo método de alfabetização.
“...método de Paulo Freire, não
ensina repetir palavras, não se restringe a
desenvolver a capacidade de pensa-las segundo
as exigências lógicas do discurso abstrato;
simplesmente coloca o alfabetizando em
condições de poder re- existenciar
criticamente as palavras do seu mundo, para,
na oportunidade devida, saber e poder dizer a
sua palavra.” (FREIRE, p. 13, 1987).
A construção do conhecimento nesta área de estudo
não é modismo, muito menos um assunto esgotado, mas um
compromisso pessoal com a educação, pois sabemos que a
formação e herança histórica brasileira demonstram que
são mais interessantes as elites terem uma população
pobre e analfabeta para ser oprimida e explorada, do que
conscientizada de seu papel de agente social, para
exercer sua cidadania de fato.
É bem verdade que as tendências construídas
historicamente vem se fazendo presente no cotidiano
escolar. Porém, não podemos negar que a pratica
tradicional ainda é uma realidade, embora já se perceba
no cenário educacional brasileiro um caráter educativo
que volte para um ensino critico, no qual o indivíduo é
sujeito do processo de crescimento.
Este tipo de educação escolar criado no inicio da
era moderna permanece até os dias atuais, embora muitas
outras teorias já tenham criticado e reformulado o
28 conceito de educação. O que justifica esse fato é a
alienação presente na formação do professor, um
profissional medíocre que aceita o que está estabelecido
socialmente. Portanto, se considerarmos a escola um local
aberto para a reflexão critica estaremos permitindo a
concepção dialética de educação que a fundamenta as
teorias educacionais progressistas. Dentro dessa
concepção, a aula não precisa ser simplesmente
memorização ou mais um momento de confrontar com o objeto
de conhecimento e refleti-lo, a fim de construir a partir
dele seu próprio conceito.
Para tanto, é de fundamental importância que a
escola esteja preparada para garantir esse nível de
formação aos educandos em que a contextualização como
recurso, a alfabetização de jovens e adultos, é vista
como proposta educacional do futuro, onde os indivíduos
são estimulados a adaptar situações cotidianas ao
currículo escolar, tornando as aulas mais atrativas e
significativas.
Dessa forma, pode-se dizer que se trata de uma
metodologia dialógica que proporciona não só a apreensão
dos temas geradores, mas também a conscientização destes.
Assim é considerada a educação como um processo contínuo
de tomada de consciência e de modificação de si própria e
do mundo, ou seja, alfabetizar jovens e adultos significa
dar oportunidade para que aprendam o conhecimento e as
dinâmicas de um mundo desconhecido.
1.3 – A EDUCAÇÃO A SERVIÇO DA CIDADANIA
O Brasil, aparentemente, está em busca de uma
mudança sensível em relação à escolarização, seu maior
desafio está relacionado à qualidade da aprendizagem,
29 pois não basta ocupar todas as carteiras. É preciso
apreender conhecimentos.
Nos dias atuais em que o mundo atravessa uma fase de
crise econômica, social e educacional, é necessário que
toda proposta de educação traga expressa seu objetivo,
sua pretensão quanto ao público alvo e a definição do
educador, com o qual pretende desenvolver este trabalho,
a fim de preparar o educando para o exercício de sua
cidadania.
A sociedade evoluiu, os educandos mudaram, a
educação necessita adaptar-se e responder aos estímulos
do progresso social para assim atender as necessidades do
indivíduo. Por este motivo à mesma deve proporcionar aos
discentes momentos de investigação, de pesquisa, de
discussão e de questionamento. “Só existe saber na
invenção, na reinvenção, na busca inquieta, impaciente,
permanente, que os homens fazem do mundo, com o mundo e
com os outros”. (Freire, p. 58, 1987).
Refletir criticamente sobre a problemática
educacional é buscar caminhos para promoção de uma ação
educativa multidimensionada, do processo de ensino
aprendizagem pelas dimensões técnicas, humanas e
política, no centro configurador de sua temática,
tornando-se um desafio ao educador enquanto formador das
futuras gerações, cabe a ele ser o intermediário entre o
conhecimento espontâneo e o formal.
Assim pode-se dizer que alfabetizar é construir um
novo conhecimento, é um processo evolutivo, ou seja, é a
passagem de uma didática centrada na transmissão do
conhecimento para outra baseada na sua construção, em que
o indivíduo toma consciência do próprio pensamento e
começa a utilizá-lo de maneira mais aperfeiçoada, mais
generalizada.
30 Dessa forma torna-se perceptível que para a formação
de cidadãos conscientes, críticos e inovadores, deve-se
praticar o exercício da curiosidade e da busca do saber,
ou seja, praticar a “pedagogia libertadora”. Com ela, o
educando desperta o verdadeiro conhecer, uma vez que este
nasce de uma necessidade concreta, capaz de compartilhar,
debater e construir com outros indivíduos.
Uma aprendizagem significativa acontece quando o
educando sente, com a própria vivência, o que está
aprendendo, já que ele precisa ter a oportunidade de
ligar teoria e prática, pois aprender de verdade é
manejar os conhecimentos com eficácia, ter capacidade de
resolver problemas, lembrando que a prática não deve ser
repetida, nem passiva, e sim estimulada em situações
cotidianas.
Com isto, percebe-se que o ideal de uma educação
voltada para o cultivo de valores identificados com
exercício da cidadania, não é uma simples proposta de
renovação didática, trata-se de um ideal educativo e de
luta que coloca em campos opostos concepções e práticas
que valorizam a educação por seu impacto na vida privada
dos indivíduos e aqueles que a concebem como um “bem
comum” e um valor social. Assim uma educação para a
cidadania tem como objetivo promover a igualdade e não
estabelecer distinções sociais.
Segundo Paulo Freire “o processo educativo seria um
ato político, uma ação que resultaria na relação de
domínio ou de liberdade entre as pessoas. De um lado
estaria a burguesia, e de outro, os operários” (p.31,
1987), ou seja, uma pedagogia que libertasse as pessoas
oprimidas teria como instrumento um intenso diálogo entre
professores e alunos, a fim de demonstrar que não bastam
os códigos de leitura e escrita, tampouco relacionar os
31 sons às letras. É preciso tornar os educandos capazes de
compreender o significado dessa aprendizagem e usá-la no
dia a dia, de forma a atender as exigências da própria
sociedade. Em outras palavras promover o letramento.
Promover o letramento na alfabetização de jovens e
adultos é tarefa árdua, mas não impossível. Para Freire,
letramento é a capacidade de instrução por meio da
leitura. O indivíduo considerado letrado, possui
competência para selecionar entre muitas afirmações,
aquela que mais o interessa, interpretando palavras,
frases e textos. “Considera-se que uma sociedade letrada
é menos vulnerável, pois, interfere positivamente,
analisando, criticando e idealizando propostas de
melhorias para construção de uma sociedade mais
igualitária e mais justa”. (Freire, p.21, 1987).
Contudo, reavaliar a prática da alfabetização é
submeter-se a análise reflexiva e criteriosa das teorias
da educação e suas implicações nos aspectos afetivos,
emocionais, cognitivos e sociais, promovendo a melhoria
global desse processo fundamental para o educando como um
todo.
1.4 O ATUAL CONCEITO QUANTO AO PROCESSO DE
ALFABETIZAÇÃO
Desde os anos de 1980, não é possível tratar de
alfabetização sem falar de Emília Ferreiro. A discípula
de Jean Piaget, revolucionou o conhecimento que se tinha
sobre a aquisição da leitura e escrita quando lançou, com
Ana Teberosky, o livro “Psicogênese da Língua Escrita”,
em que descreve os estágios pelos quais as crianças
passam até compreender o ler e o escrever. Crítica
fanática da cartilha, ela defende que os alunos ainda
32 analfabetos, devem ter contato com diversos tipos de
textos.
Hoje, o tema permanece no centro dos interesses da
pesquisadora, que se revolta com quem defende o método
fônico da alfabetização, baseado em exercícios para
treinar a correspondência em grafemas e fonemas. Apesar
do trabalho de Emilia, está inteiramente ligado ao
processo de alfabetização infantil, a metodologia
utilizada adequasse perfeitamente a alfabetização de
jovens e adultos. Já que estes possuem uma extensa
experiência de vida.
“A medida que desvendamos a
alfabetização, passamos a perceber também que
o crescimento intelectual não se dá apenas
pela acumulação de uma serie de
conhecimentos, mas também por grandes
períodos de reestruturação; reestruturação
das mesmas informações anteriores que mudam
de natureza ao em num novo sistema de
relações.”(Ferreiro, 2000, p.164 e 165)
Percebe-se então, que a alfabetização não é um
estado, mas um processo, que tem inicio cedo e nunca
termina. Sendo que este processo não ocorre igualmente
para todos, cada uma tem suas facilidades e dificuldades,
ou seja, facilidade para ler determinados textos e evitar
outros. Então, devido a esse fator, seguir os
ensinamentos de Emília Ferreiro, é alfabetizar por
prazer. Já que este trabalho desenvolve-se através de
textos que podem ser: músicas, artigos de jornais e
revistas, poesias, internet... Segundo Emília:
“Com o advento da internet nasceu
também o espaço mais variado que existe, mais
33 até que uma biblioteca, ou seja, quem está
alfabetizando com textos variados prepara sua
turma muitíssimo mais para a internet do que
quem faz uma trabalho mostrando primeiro uma
letrinha e depois a outra.”
(Pellegrini por Ferreiro, p. 2003,30, Nova
Escola).
Inquestionavelmente, o futuro brasileiro está na
alfabetização. É enorme o desafio para nos redimirmos dos
erros do passado, investindo na mobilização da
consciência nacional. Governo, empresários e educadores
devem ser portanto, agentes dessa grande obra. Trata-se
na verdade de indicar pela reflexão como melhorar o
desempenho dos indivíduos, pois apesar das manifestações
de intenção e de princípios, a escola não tem conseguido
realizá-lo de modo satisfatório, ou seja, ainda hoje
algumas instituições continuam ensinando como vinte anos
atrás, tornando-se evidente um dos mais fortes fracassos:
a inadequação entre o que e como se ensinava.
Assim a adoção de uma metodologia de ensino, passa
pelo critério de atendimento as necessidades
diagnosticadas no ato da aprendizagem dos educandos,
dentro de um planejamento escolar, de acordo com as
perspectivas sociais existentes. Num ato de ensino
contextualizado, o papel da escola deve ser o de
aperfeiçoar os conhecimentos dos indivíduos já
adquiridos, ensinando-lhes a transformá-lo para a
escrita.
34
CAPÍTULO II
“Escola é ...
O lugar onde se faz amigos
Não se trata só de prédios, salas, quadros,
Programas , horários, conceitos...
Escola é, sobretudo, gente, gente se
Alegra, se conhece se estima.”
PAULO FREIRE
35
2 – EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NUMA
GESTÃO DEMOCRÁTICA.
2.1 – GESTÃO DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO
O povo brasileiro ,não tem acesso a informação
sobre o porque está acontecendo com a qualidade do
ensino, pois são raras as oportunidades de participar das
decisões sobre a política educacional. Sendo assim sua
cidadania e fortemente atingida: como o direito à
informação e a participação. A participação aparecem para
alguns dirigentes ,sem a mínima importância assim a
sociedade perde sua força na luta pelo seu direito à
educação de boa qualidade garantida pela constituição à
todos cidadãos. A população participando na tomada de
decisões no da educação tem um papel fundamental para
melhoria do ensino no Brasil.
Democratizar a gestão da Educação, precisa Ter uma
contribuição de cidadãos consciente de sua participação,
melhorando cada vez mais o processo de formulação e
avaliação da política de educação e na fiscalização de
sua execução ,através de diversos mecanismos
institucionais. Esta presença da sociedade pode ser
representada através incorporações de categorias e grupos
sociais envolvidos direta e indiretamente no processo
educativo, que , normalmente , estão excluídos pôr
exemplo: pais, alunos, funcionários e professores .
A democratização da gestão se dá através de ações
estruturadas, permitindo que vários setores relacionados
à educação, contribuam na elaboração da política
municipal da educação. Sendo assim , ganhos em qualidade
das decisões , pois estas podem refletir a pluridade de
36 interesses de visões que existem entre os diversos atores
sociais envolvidos .
Com a Criação de Instâncias participativas na
gestão da educação , aumento a capacidade de fiscalização
da sociedade .Depende da administração de aumentar os
espaços de participação de aumentar da sociedade na
gestão escolar.
Reza na Constituição Brasileira o direito de
todos ã educação. Portanto para valer nosso direto é
imprescindível a participação de todos lutando para que o
ensino tenha uma boa qualidade. A mola mestra do
desenvolvimento de um país é a educação. Houve através de
movimento sociais pela primeira vez a inclusão do
princípio da gestão democrática na educação. A
participação e a tomada possibilitando a formações de
conselhos ,colegiados e comissões . Na área da educação
os segmentos democráticos e progressistas defendiam a
formulação “gestão democrática do ensino público , na
forma da lei”. (art.206,VI).
No ato da gestão democrática da educação , alguns
indicadores são indispensáveis: a autonomia , a
representação atividade social e a formação da Cidadania.
Assim ,a gestão democrática da educação. Tem um objetivo
estratégico , no processo de superação do autoritarismo ,
do individualismo e das desigualdades socioeconômicas.
Deve contribuir para que as instituições educacionais
(escolas), junto com outras organizações da comunidades ,
participar do ato de uma sociedade baseada na justiça
social , na igualdade e na democracia.
37
2.2- A ESCOLA PARTICIPATIVA E O PAPEL DO
GESTOR ESCOLAR
A escola participativa é aquela que envolve todos
seus profissionais nos seus projetos, incluindo os
docentes no exercício de uma liderança pedagógica
dividindo com todas a equipe com toda equipe escolar
,apoio cada vez mais constantes dos envolvidos nos
projetos no sentido da realização de novas tarefas no
ambiente de trabalho .O bom gestor transforma a escola em
participativa, o gestor escolar tem que envolver todos da
equipe e aceitar sugestões.
A Liderança Participativa tem que existir a união
para um trabalho eficaz, desta forma ele cria e
desenvolve um visão compartilhada.O líder participativo
contagia a todos da a sua equipe e resultados com toda
certeza serão positivos.
A Liderança deve ter uma visão de sua escola a ter a
consciência de que seu papel ´transformador a realidade.A
confiança é o principal elemento de uma organização
unida, assim podendo acontecer uma boa comunicação, no
momento propicio corrigindo falhas inoportunas,
possibilitando o atendimento de objetivos e criando as
condições para o sucesso organizacional.O relacionamento
entre liderança e seus liderados deve ser claro e
recíproco, a comunicação se faz eficaz ,quando os lideres
e os liderados são a base para criação da confiança da
integração.A participação integral a sua equipe, ter
habilidade, procurar manter a equipe de trabalho buscando
mais participação nas decisões ea harmonia entre todos. O
encorajamento ao grupo a participar é fundamental , a
enfrentar as dificuldades do dia a dia ajudando-o nas
suas dificuldades e coordenando as atividades e sugerindo
38 novas idéias, valorizando a cada vez mais útil e que ele
se sinta cada vez mais útil e fique mais comprometido com
os objetivos da escola.
A tomada de desisões com facilidade, característica
de um gestor eficaz.A teoria sugere que o processo de
solucionar problemas , surja a necessidade de uma
abordagem estruturada e ordenada, flexível e dinâmica.Sem
essa teoria, a equipe escolar pode sentir-se oprimida
pela enormidade da tarefa e ficar confusa com a dispersão
dos diversos fatores que interferem.
A autonomia escolar concede poder para decidir , a
participação de toda a comunidade escolar e
descentralização do poder .Uma gestão é democrática está
ligado à realidade da escola se preocupando com problemas
locais.
2.3 – ALFABETIZAÇÃO,DESENVOLVIMENTO, E
SOCIEDADE
Na sociedade moderna a alfabetização esta ligada ao
desenvolvimento,por isso o analfabetismo realça a relação
entre educação e sociedade. A formação sócio-pedagógica
as consiste num exercício reflexivo tanto para os
educadores ,quanto para educandos.
Uma educação comprometida com a autonomia do homem
deve está centrada no indivíduo enquanto ser
social,preocupada em torná-lo livre.Podemos destacar o
papel da cultura como elemento mantenedor da própria
identidade, já que ela constitui-se através da aquisição
crítica dos conhecimentos e experiências,adquirida a
longo do tempo.
39 Tais concepções constituem-se uma educação inovadora
por perceber o indivíduo com três
vertentes:humanas,intelectual e social .
Educar,respeitando a diversidade dos sujeitos é
assegurar aos nossos alunos o direito de pensar
,analisar,agir e sonhar.Educar jovens e adultos
respeitando seus sonhos e valores,etc.
A função da EJA é uma proposta educacional
libertadora , a deve considerar em seus princípios e
proposições curriculares ,metodológicas e avaliativas, a
evidência e relevância dos saberes produzidos fora do
ambiente escolar, nas experiências de cada um ,em
integração com os saberes, contextualizando-se em relação
as tendências políticas e socioeconômicas do mundo
globalizado,na perspectiva de subsidiar um processo de
formação integral e autônomo, capaz de criar condições
para que o educando venha reconhecer como autor de sua
própria história,construindo o conhecimento critico de si
mesmo, sobre o mundo a sua volta e reconhecendo-se
enquanto sujeito participativo na transformação do mundo.
40
CONCLUSÃO
Na sociedade Moderna, o conceito de alfabetização
significa desenvolvimento do educando e automaticamente
da Nação. Nos dias atuais há uma mudança sensível em
relação à escolarização e seu maior desafio está
relacionado a qualidade da aprendizagem.
A educação comprometida com a autonomia do homem
deve está centrada no indivíduo enquanto ser social,
preocupado em torná-lo um ser crítico ,reflexivo e
criativo para enfim ser consciente de seus direitos e
deveres.
Houve uma mudança considerável em relação ao
conceito de analfabetismo. Nos dias atuais existem o
absoluto, temos o funcional e mais moderno o digital. O
alfabetização deve ser a primeira etapa de um processo de
aprendizagem e o momento mais importante da formação
escolar de uma pessoa, assim com a invenção da escrita
foi o momento mais importante da humanidade. Porém para
aquelas que chegara a idade adulta sem a iniciação
escolar dada as circunstancias da vida social, econômica
e sem perspectiva de transformação.
A Educação de Jovens e Adultos constitui-se num
sistema de ensino voltado para o atendimento das
necessidades básicas que pôr sua vez ,pôr uma série de
razões que vieram pôr algum motivo a escola ou sequer não
chegaram e ingressar em quaisquer experiências no âmbito
da educação formal.
O sistema de Educação de Jovens e Adultos atinge
várias pessoas em todas as idade, nelas adolescente ,
adultos e idosos que poderão retornar e ou atualizar seus
conhecimentos e havendo também uma troca de experiências
41 , possibilitando o educando a Ter oportunidades melhores
em relação ao campo de trabalho que antes não o teria.
O EJA, não é apenas um processo de iniciação da
alfabetização, mas constrói o indivíduo a ser tornar um
estudante dinâmico e um leitor com capacidade de avaliar
e questionar pôr só.
O fundamento da escola democrática está relacionada
com o principio da igualidade e da liberdade dando o
indivíduo ã possibilidade de Ter opção de escola.
O Brasil luta através de seus projetos, leis ,
para que a educação tenha prioridade no âmbito Nacional
pois precisamos Ter como garantia o exercício da
cidadania plena.
Um país sem Educação ,não tem a possibilidade de
desenvolvimento Social e economicamente. Exercer a
cidadania é um dever de todos os cidadãos brasileiros.
Acontecerá o aperfeiçoamento da gestão ,segmentos da
comunidade escolar , baseando na construção de projetos
político-pedagógicos participativos e convivem com os
colegiados e as representações dos grupos sociais
existentes no interior das instituições dos grupos
sociais existentes no interior das instituições
escolares.
A gestão democrática é um processo mutável
implicando valores e vinculados à própria dinâmica
social.
Alguns mecanismos são extremamente importância para
a concretização de uma gestão educacional.Destacam-se
alguns entre esses mecanismos , os Conselhos:Conselho
Nacional de Educação (CNE), Conselho Estadual de Educação
(CEE), Conselho Municipal de Educação (CME), Conselho
Municipal de Educação participativo e representativos dos
segmentos sociais , ter caráter normativo , deliberativo
42 e representados pela sociedade civil.E também temos o
Fórum Nacional de Educação , o projeto-pedagógico das
instituições e eleições diretas para os diretores das
mesmas.
“No artigo 14 da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB):
Os sistemas de ensino definição as normas da gestão
democrática do ensino pública na educação básica , de
acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes
princípios:
I – participação dos profissionais da educação na
elaboração do projeto pedagógico da escola,
II – participação das comunidades escolar e local em
conselhos escolares ou equivalentes”.
Para que aconteça a mudança da escola onde se vá
vivenciar a plenitude da democracia, existem fatores que
contribuem com a construção de uma política pública que
a necessidade se faz presente com a participação
constante dos diversos setores sociais do mundo escolar :
diretores, professores, coordenadores, alunos pais e
comunidades, na construção e na implantação da gestão
democrática. O processo deve acontecer harmoniosamente e
com isso não pode pretender que seja eliminado conflito
ou divergências, pois fazem parte dessa construção.
O Conselho Estadual e o Conselho Municipal de
Educação são órgãos consultivos ,
normativos,fiscalizadores e deliberativos do sistema
estadual e municipal de ensino a sociedade também faz
parte como poder de articulação.
O Conselho Escolar é constituído pela direção da
escola e representantes da comunidade da escola.A
comunidade escolar entende-se como o conjunto dos alunos,
pais e responsáveis pelos os mesmos, membros de
43 professores e demais servidores públicos em exercício na
unidade escolar. Ainda na nossa sociedade , surgiu a
necessidade de grandes campanhas de esclarecimentos o que
diz respeito a participação da comunidade nos Conselhos
Escolares.
Nas instituições educacionais públicas ocorrem
eleições diretas e cada candidato apresenta o seu projeto
pedagógico da instituição, tem como objetivo o
desenvolvimento e a melhor qualidade do ensino e
conseqüentemente a transformação da escola e da sociedade
como um todo.
As instituições educacionais são avaliadas, interna
e externa, levando em conta os seus recursos,
organização, condições de trabalho. Esse processo
avaliatório a coordenação é feita pelos Conselhos
Superiores e Conselhos Escolares nas unidades
escolares.Sendo a educação um dever do Estado a
responsabilidade pela qualidade da educação, oferecida
através do ensino público ou particular.Em todos os
níveis.
44 BIBLIOGRAFIA
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Aprova Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e
Adultos.
ELIAS, Marisa Del Cioppo. De Emilio a Emilia a
trajetória da alfabetização.1ª edição. São Paulo. Editora
Se, 2000.
FREIRE,Paulo,Pedagogia do Oprimido.17ª edição. Rio
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GADOTTI,Moacir. Histórias das idéias pedagógicas. 8ª
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HADDAD,Sergio e Pierrô,Maria Clara Di, Escolarização
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maio/junho/agosto, 2000.
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