UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM ARTETERAPIA
NA EDUCAÇÃO E SAÚDE PROJETO A VEZ DO MESTRE
A ARTETERAPIA NA TRANSFORMAÇÃO DA AUTO-ESTIMA DE PESSOAS PORTADORAS DE
DEFICIÊNCIA AUDITIVA
PAULA RAMALHO CAMURATE FULY
RIO DE JANEIRO 2005
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM ARTETERAPIA
NA EDUCAÇÃO E SAÚDE PROJETO A VEZ DO MESTRE
A ARTETERAPIA NA TRANSFORMAÇÃO DA AUTO-ESTIMA DE PESSOAS PORTADORAS DE
DEFICIÊNCIA AUDITIVA
PAULA RAMALHO CAMURATE FULY
ORIENTADORA: FABIANE
RIO DE JANEIRO 2005
AGRADECIMENTOS
3
♦ Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado fôlego de vida, forças para não desistir da caminhada; ♦ A minha orientadora Fabiane pela paciência e interesse
em ajudar no meu trabalho, mostrando–me os rumos a seguir; ♦ Aos meus pais Carlos e Zilma (portadores de deficiência auditiva),
que foram minha fonte de inspiração para esse trabalho; ♦ À instituição e demais professores; ♦ Aos colegas de turma que caminharam comigo ; ♦ A todos que, direta ou indiretamente, me ajudaram.
DEDICATÓRIA
4
Dedico este trabalho ao meu marido Claylson, que esteve esteve comigo durante todo tempo ajudando-me, incentivando-me,
dando forças para não parar mas sim prosseguir nessa caminhada da vida, agradeço a Deus por essa pessoa maravilhosa que Ele me deu.
RESUMO
5
O objetivo desta pesquisa é mostrar que o deficiente auditivo e a arteterapia
podem conviver juntos.
Sabemos que os deficientes auditivos comunicam através de gestos, sinais,
oralidade, LIBRAS, enfim, mas muitas vezes os surdos se sentem incapazes,
diferentes dos outros, acham que só por serem surdos não conseguem fazer
aquilo que querem, é lógico que eles podem mas eles mesmo criam essa
barreira com ele mesmo.
É exatamente nesse momento, em que o surdo se achando incapaz que a
arteterapia entra para mostrar que não, que todo ser humano é capaz, basta
deixar fluir a criatividade, as emoções e se relacionar com o mundo e assim
descobrirá as potencialidades e construirá modos mais criativos de lidar com os
problemas.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada neste trabalho foi a pesquisa bibliográfica
onde tiveram duas etapas para a produção deste.
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A primeira voltada para o levantamento do material bibliográfico
no que tange a ampliar os instrumentos para a análise abrangente da questão
proposta.
Um segundo momento constou do exame criterioso do ponto de
vista de autores, consideradas como um todo, ora reforçando-se, ora
completando-se uns aos outros.
Finalmente, foi procedida a redação do texto monográfico em que
foram apuradas as teorias que explicam que a arteterapia pode ajudar e muito
na auto-estima de qualquer deficiente auditivo.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO......................................................................................8
I- O PORTADOR DE NECESSIDADES ESPECIAIS..............................9
7
II- DEFINIÇÃO DE SURDEZ...................................................................13
2.1- CAUSAS DA PERDA AUDITIVA................................................16
2.2- CONCEPÇÃO SÓCIO-ANTROPOLÓGICA DA SURDEZ.........18
2.3- HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DOS SURDOS NO BRASIL..........21
III- A ARTETERAPIA DO PASSADO E NOS DIAS DE HOJE ...............23
3.1- O QUE É ARTETERAPIA?..........................................................25
IV- A ARTETERAPIA E O DEFICIENTE AUDITIVO...............................28
4.1- A AUTO-ESTIMA.........................................................................31
CONCLUSÃO..........................................................................................33
BIBLIOGRAFIA........................................................................................34
ANEXOS..................................................................................................36
ÍNDICE....................................................................................................37
INTRODUÇÃO
Será que todos nós e principalmente os portadores de necessidades
especiais se sentem incapazes?
Nessa proposta, considerando-se que o portador de deficiência auditiva
se sinta incapaz de se relacionar com o mundo em que vivem como os
“normais”, mostraremos que com a ajuda da arteterapia como uma terapia com
8
os surdos, mudará esse conceito que eles carregam, pois ela possibilitará
ainda, por meio do trabalho com a arte, o desenvolvimento das capacidades
de fluência, elaboração , flexibilidade, originalidade, imaginação e confiança em
si mesmo.
Iniciamos o presente trabalho, no capítulo 1 fazendo um breve histórico
sobre o Portador de Necessidades Especiais no geral.
Logo em seguida, no capítulo 2, daremos uma definição a surdez,
mostrando as causas, concepção para os tipos de surdez existentes,
abrangendo também a história da educação dos surdos no Brasil.
Após esse assunto, introduzimos no capítulo 3 o assunto: a Arteterapia,
dando uma explicação sobre o tema.
Finalizamos o trabalho falando sobre a Arteterapia e o Portador de
Deficiência Auditiva.
Em suma, tentaremos mostrar neste trabalho que é muito importante o
trabalho da Arteterapia com os portadores de Deficiência, independente de
qual deficiência seja.
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CAPÍTULO 1
O PORTADOR DE NECESSIDADES
ESPECIAIS
Neste texto, cujo objeto de análise é a diferença, tem como propósito
abordar os aspectos éticos da percepção social das diferenças de pessoas
com deficiência , isto é, os juízos de apreciação , segundo os valores que a
nossa sociedade cultua em torno da “normalidade”. Para maior comodidade na
apresentação desse trabalho faremos uso de todas essas criações e , ainda,
utilizaremos o termo portador de necessidades especiais que, embora
consideremos todos os humanos aí enquadrados, é a expressão mais em voga
para englobar os que necessitam de maior atenção.
Pensar em diferença ou no diferente, é pensar na dessemelhança, na
desigualdade, na diversidade ou, como na matemática, num grupo de
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elementos que não pertencem a um determinado conjunto, mas que pertencem
a outros. De modo geral, toda a retórica tem se construído tendo como critério
a oposição entre “normalidade” e “anormalidade”, numa leitura binária do tipo:
“ou é isso ou é aquilo.
No caso das pessoas com deficiência, os juízos de apreciação a seu
respeito têm se inspirado nessa oposição binária, predominantemente
quantitativa e referida aos aspectos mórbidos.
As comparações entre o Eu e o Outro ( quando deficiente) , ocorrem
numa dimensão de alteridade comprometida pelo modelo clínico ou pelo
modelo matemático que, segundo a teoria dos conjuntos, organiza e separa os
grupos em função de suas características diferenciadas.
Com muita propriedade Larrosa e Perez de Lara (1998), citados por
Skliar(2000) afirmam:
A alteridade do outro permanece como que reabsorvida em nossa
identidade que a reforça ainda mais; torna-a, se possível, mais arrogante, mais
segura e satisfeita de si mesma. A partir desse ponto de vista, o louco confirma
a nossa razão; a criança a nossa maturidade; o selvagem a nossa çivilização; o
marginal a nossa integridade; o estrangeiro o nosso país; o deficiente a nossa
normalidade(p.05).
Nesta perspectiva binária, o “ser” e o “não ser” deficiente aparecem
como as duas únicas opções possíveis, uma contrária a outra. Poder-se-ia ,
então dizer que o portador de necessidades especiais é todo indivíduo que
apresenta uma característica que foge aos padrões da normalidade
convencional.
Diante disso, entende-se que todos os desvios e os termos, deficiente
visual, físico, auditivo e mental, superdotados ou com altas habilidades,
estariam dentro dessa denominação, portador de necessidades especiais.
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Até o século XVIII, as noções a respeito da deficiência eram
basicamente ligadas ao misticismo e ocultismo, não havendo base científica
para o desenvolvimento de noções realísticas. O conceito de diferenças
individuais não era compreendido ou avaliado (MAZZOTTA, 1996).
A aceitação de indivíduos diferentes e as explicações sobrenaturais por
explicações naturais foi , e tem sido, um processo lento e , nem sempre,
contínuo e equivalente nas diferentes culturas de uma mesma época. Ainda
hoje, em grandes nações como a China, existe, ainda, a tendência , o hábito de
abandonar crianças pequenas com deficiência ao Deus dará, em locais
ermos... ( XAVIER,1997).
O excepcional, tido como um possuído, passou a ter um conceito clínico,
a ser visto como um doente. Segundo KIRK & GALLAGHER(1996), pode- se
assim reconhecer através da história quatro fases de desenvolvimento das
atitudes em relação as crianças excepcionais.
Primeiramente, na era pré-cristã, tendia-se a negligenciar e a maltratar
os deficientes. Depois, numa segunda fase, com a divisão do cristianismo,
passou-se a protegê-los e compadecer-se deles. Num terceiro momento, nos
séculos XVIII e XIX, foram fundadas instituições para oferecer-lhes uma
educação à parte. Finalmente, na ultima parte do século XX, observa-se um
movimento que tende a aceitar as pessoas deficientes e a integrá-las na
sociedade.
Alguns brasileiros, já no século XIX, por influências vindas de fora,
haviam –se organizado para atendimentos a cegos, surdos, deficientes mentais
e deficientes físicos . Mas o atendimento escolar especial no Brasil teve início
em 1854, quando D. Pedro II, através do Decreto Imperial 1428 de 12 de
setembro, fundava, no Rio de Janeiro, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos,
que muitos atribuíram à influência de José Álvares de Azevedo que estudara
no Instituto dos Jovens Cegos de Paris.
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O Instituto dos Meninos Cegos mudou de nome várias vezes, ao que se
indica é conhecido como Instituto Benjamim Constant, mas transformado no
Centro de Excelência e de Referência Nacional para a Educação Especial.
Em setembro de 1857, D. Pedro II funda, também no Rio de Janeiro, o Imperial
Instituto dos Surdos-Mudos, conhecido como INES, Instituto Nacional de
Educação de Surdos.
No Rio Grande do Sul, por inspiração da Pedagogia Social do suíço
Henrique Pestalozzi, foi criado em 1926, para atendimento do retardo mental, o
Instituto Pestalozzi que foi precursor de um movimento que se expandiu pelo
Brasil e pela América do Sul.
Já para os deficientes físicos e visuais, foi criado em 1905, no Rio de
Janeiro, a escola Rodrigues Alves e na Santa Casa de Misericórdia de São
Paulo, em 1931 onde teve início a educação de DF não sensorial; entretanto
atribui-se o atendimento escolar ao deficiente físico o ano de 1600, promovido
pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, época do Brasil colônia.
13
CAPÍTULO II
DEFINIÇÃO DE SURDEZ
II– DEFINIÇÃO DE SURDEZ
A partir de agora daremos uma definição de surdez para que depois
possamos explorar o assunto proposto.
A audição é geralmente medida e descrita em decibéis (dB), uma medida
relativa da intensidade do som. Zero decibéis representa audição normal e uma
perda auditiva de até 25 decibéis não é considerada uma deficiência
significativa. Quanto maior o número de decibéis necessários para que uma
pessoa possa responder ao som, maior a perda auditiva.
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As definições de perda auditiva e graus de perda ainda são dados em
decibéis, embora haja uma tendência nessa área, bem como em outras, de
enfatizar as implicações educacionais e sociais da deficiência.
A criança com dificuldade de audição é aquela que, com o auxílio do
aparelho auditivo, ainda consegue compreender a fala, enquanto a surda não
consegue. As definições aceitas que se seguem levam em conta tanto as
dimensões físicas quanto as educacionais da deficiência auditiva.
São necessárias para avaliar a perda auditiva, duas dimensões: freqüência
e intensidade. A freqüência refere-se ao número de vibrações (ou ciclos) por
segundo de uma determinada onda de som: quanto maior a freqüência maior a
intensidade do som.
Um indivíduo pode ter dificuldade para ouvir sons de certas freqüências,
enquanto escuta bem os de outras freqüências. Por outro lado, a intensidade
se refere à altura relativa do som.
O grau da perda auditiva tem um significado educacional importante,
pois determina o tipo e a quantidade de treinamento especial necessários, se
os aparelhos e amplificadores são adequados, e se devem ser ensinados
meios alternativos de comunicação.
Além dos testes de puro som, outros testes, que utilizam listas de
palavras cuidadosamente elaboradas , podem ser empregados para avaliar a
capacidade da criança para ouvir palavras faladas,
a seguir mostraremos as categorias comumente aceitas de nível de perda
auditiva.
As três primeiras categorias são de grupo de crianças com audição
reduzida e as duas últimas de um grupo de crianças surdas. À medida que a
perda auditiva aumenta, também aumenta a necessidade de ajuda profissional
intensiva.
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Segue abaixo, uma tabela de níveis de perda da audição para que se
possa entender melhor os níveis que existem:
Nível de perda
Intensidade do som para a percepção
Implicações para a educação
Leve
27-40 decibéis
Pode ter dificuldade de ouvir sons distantes. Pode precisar sentar-se em lugar preferencial e de terapia de fala.
Moderada
41-55 decibéis
Compreende a fala de uma conversa. Pode não acompanhar as discussões em classe. Pode precisar de aparelhos auditivos e terapia especial.
Moderadamente grave
56-70 decibéis
Precisará do aparelho auditivo, treinamento intensivo de em fala e linguagem.
Grave
71-90 decibéis
Consegue ouvir somente sons próximos, às vezes é considerado surdo. Precisa de educação especial intensiva, aparelhos auditivos, treinamento de fala e linguagem.
Profunda
91 decibéis +
Pode perceber sons altos e vibrações. Confia mais na visão do que na audição para o processar de informações. Considerado surdo.
* Fonte: RUSSO,Leda C.Pacheco.Audiologia infantil/ Leda C.Pacheco,Tereza Momensohn dos Santos- 4 ed.ver.e amp.-cortez,1994.
Qualquer condição que obstrua a seqüência das vibrações ou que as
impeça de chegar ao nervo auditivo pode causar uma perda condutiva. Um
problema condutivo raramente causa uma perda auditiva de mais de 60 ou 70
decibéis, pois as vibrações levadas pelo osso ao ouvido interno ainda são
capazes de levar o som que não pôde ser conduzido através dos ouvidos
internos e médios.
O audiômetro tem um receptor de condução óssea e um receptor de
condução do ar podendo, consequentemente, medir a capacidade do indivíduo
de receber o som através da condução óssea. As perdas condutivas levam à
situação de audição reduzida, mas não à surdez. O próprio nervo auditivo
precisa estar danificado para provocar a surdez.
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2.1- Causas da perda auditiva Nesse item, falaremos sobre as causas da perda auditiva, onde várias
possibilidades de perda acontecem. A maior parte das informações disponíveis
sobre a causa da deficiência auditiva trata da surdez em oposição às perdas
auditivas leves.
Existem cinco causas principais identificadas para a surdez infantil:
hereditariedade, rubéola materna, nascimento prematuro (ocorre muitas das
vezes pois a mãe é muito nova não tem condições de fazer um pré natal e a
criança nasce antes do tempo), meningite e incompatibilidade de sangue entre
a mãe e a criança . O tipo de doença que existe também é o Tifo-febre tifóide.
As deficiências auditivas menos graves são freqüentemente causadas
pela otite média, uma infecção comum do ouvido médio na infância. Pode ser
surpreendente saber que, apesar da existência de instrumentos sofisticados de
diagnóstico, a maior porcentagem dos casos de deficiência auditiva (30 por
cento) é relegada a categoria de causa desconhecida.
♦ Hereditariedade: muitas condições genéticas diferentes podem levar a
surdez. As transmissões tem sido atribuídas a genes dominantes, genes
recessivos e genes ligados ao sexo. Embora concorde-se com o fato de a
hereditariedade ter um papel importante, é difícil estabelecer a
porcentagem exata de crianças cuja surdez é devida à hereditariedade. As
estimativas variam entre 30 e 60 por cento. A determinação da influência
hereditária não é simplesmente uma questão de interesse intelectual. A
nova área de aconselhamento genético, que procura informar os casais
sobre a possibilidade de transmitirem um problema específico a seus filhos,
pode ser um recurso importante para os deficientes auditivos.
♦ Rubéola materna: Quando a rubéola afeta uma mulher durante os três
primeiros meses de gravidez , os seus efeitos sobre a criança são muitas
vezes bastante sérios.
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♦ Nascimento prematuro: As crianças nascidas com o peso de 2,5 Kg, ou
menos, são geralmente consideradas prematuras. O nascimento prematuro
é a causa da surdez em 53,7 entre 1.000 crianças matriculadas nas escolas
para deficientes auditivos. Também é causa de deficiência mental e visual.
Ë bastante duvidoso que o simples nascimento prematuro seja o caso da
surdez. A verdadeira causa pode estimular um nascimento prematuro.
Ainda, a perda de oxigênio ou uma lesão cerebral ocorrida durante o parto
prematuro pode ser a verdadeira causa da deficiência auditiva. De qualquer
modo, as crianças prematuras correm um risco maior de terem deficiência
auditiva e muitos outros distúrbios.
♦ Incompatibilidade de sangue entre a mãe e a criança: Sangue RH positivo
e RH negativo são incompatíveis. Quando uma mulher cujo sangue é Rh
negativo gera uma criança com Rh positivo, o sistema da mãe desenvolve
anticorpos que podem passar para o feto e destruir as células de Rh
positivo. Esta condição pode ser fatal. As crianças que sobrevivem podem
Ter vários distúrbios, inclusive a surdez. Se a incompatibilidade de Rh é
diagnosticada durante a gravidez, a condição pode ser tratada para impedir
que prejudique a criança.
♦ Meningite: 8,1 por cento das crianças deficientes auditivas perdem a sua
audição após o nascimento como conseqüência da meningite, que envolve
uma invasão bacteriana, que ocorre freqüentemente através do ouvido
médio. Das causas pós natais ou exógenas da surdez, a meningite tem
encabeçado a lista. A incidência de surdez devido à meningite tem
diminuído nos últimos, possivelmente graças ao uso crescente de
antibióticos e quimioterapia.
♦ Otite média: Esta condição refere-se a infecções que provocam acúmulo de
fluídos no ouvido médio. Se a condição for crônica ou não for tratada, pode
causar perdas auditivas de leves a moderadas, pois a condução do som
através do ouvido médio é perturbada.
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Como esta é uma das doenças infantis mais comuns atacando uma em
cada oito crianças- estima-se que a otite média ocorra seis ou mais vezes
antes dos 6 anos de idade- não se deve negligenciar o tratamento imediato e a
avaliação auditiva cuidadosa na fase pré-escolar no caso de suspeita de perda
auditiva.
2.2 - Concepção sócio-antropológica da surdez Falaremos um pouco sobre a concepção sócio-antropológica da surdez,
explicando como foi a um tempo atrás. Na década de sessenta, antropólogos,
lingüistas, sociólogos, psicólogos começaram a ter um certo interesse pelo
surdo, por sua cultura, sua língua e sua educação.
Este fato foi fundamental para iniciar a mudança da Representação Social,
que até esta data a sociedade ouvinte tinha construído a respeito destes
indivíduos. Uma nova concepção filosófica, não mais baseada na patologia,
começa a surgir.
De acordo com a concepção de Carlos Skliar(1995), o surdo é um ser
sociolingüístico diferente, pertencente a uma comunidade lingüística minoritária
caracterizada por compartilhar o uso da Língua Brasileira de Sinais e valores
culturais, hábitos e modos de socialização.
A Língua Brasileira de Sinais é um elemento aglutinante e identificatório
dos surdos, constituindo seu modo de apropriação com o mundo, o meio de
construção de sua identidade, sendo através dela e de outros tipos de
linguagem que o surdo põe em funcionamento a faculdade da linguagem,
inerente a sua condição humana.
Isto não significa que a oralização seja desconsiderada, pelo contrário,
como veremos mais a frente, a capacidade de articulação é muito desejável. O
essencial é que as pessoas surdas não conseguem falar naturalmente, esta
habilidade tem que ser ensinada, através de um penoso e prolongado trabalho,
durante muitos anos.
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Portanto, não é possível esperar por este ensino individual e intensivo,
para depois transmitir informações, cultura e habilidades mais complexas. É
preciso que o surdo tenha acesso ao conhecimento através da sua língua
natural, resultando daí sua condição bilingüe e bicultural.
O que é ser surdo? Para nós que ouvimos responder a essa pergunta
talvez seria muito difícil pois não faz parte da nossa vida, mas tentaremos
responder a essa pergunta.
Ser surdo, em um mundo onde a palavra ouvida ocupa um papel
preponderante, é uma situação de grande complexidade e difícil de ser
imaginada. O surdo habita um corpo diferente, sem voz, a realidade externa é a
mesma, porém o mundo interno é imaginado de forma muito diferente.
Diferenças estas que impossibilitam a criança surda de construir uma
identidade, caso algumas providências não forem tomadas. Os surdos
enfrentam extraordinários desafios de terem que se esforçar para conseguirem
entrar nesse mundo dos ouvintes, quando não adquirem uma verdadeira
linguagem, pois mesmo com inteligência normal demonstram limitações em
seu funcionamento intelectual.
De acordo com Oliver Sacks (1998), ele considera que a ausência de
uma língua não despoja o ser humano de uma mente ou a torna mentalmente
deficiente, porém fica gravemente restrito no alcance de seus pensamentos,
confinado de fato, a um mundo imediato pequeno.
Já Vigotsky sempre destacou o papel social e intelectual da linguagem,
não desconhecendo entretanto a relação cognição, linguagem e afeto. Na
criança surda este equilíbrio se altera, havendo portanto conseqüências para
os três aspectos.
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Para Schlesinger e Meadow resumem esta situação no livro “Sound an
Sign”, com a seguinte frase: “a surdez profunda na infância é mais do que um
diagnóstico médico, é um fenômeno cultural com padrões e problemas sociais,
emocionais, lingüísticos e intelectuais que estão intimamente ligados”.
Os surdos dão muita importância para a sua língua natural, consideram
como parte de sua pessoa, possuem também um certo medo inconsciente de
que lhes possa ser retirada, paradoxalmente, com uma certa freqüência.
Em 1972, Kannapel fundou uma organização “Deaf Prid”(Orgulho Surdo),
com a finalidade de despertar a consciência dos surdos e anular os
sentimentos que até o final da década de 70 eram comuns, não só em relação
a depreciação de sua língua natural, como também no que refere e submissão,
passividade e até vergonha, que os surdos sentiam de sua condição.
2.3 - História da Educação dos Surdos no Brasil
Faremos um breve histórico da educação dos surdos no Brasil que data
de cerca de 400 anos, sendo que nos seus primórdios havia pouca
compreensão da psicologia do problema, e os indivíduos deficientes eram
colocados em asilos.
A surdez, e a conseqüente mudez, eram confundidas com uma
inferioridade de inteligência. É verdade, porém, que a ausência da linguagem
influi profundamente no desenvolvimento psico-social do indivíduo. Felizmente,
o deficiente auditivo pode aprender a se comunicar utilizando a língua dos
sinais, ou a própria língua falada.
Os primeiros educadores de surdos surgiram na Europa, no século XVI,
criando diferentes metodologias de ensino, as quais se utilizavam da língua
auditiva-oral nativa, língua de sinais, datilologia (representação manual do
21
alfabeto) e outros códigos visuais, e podendo ou não associar estes diferentes
meios de comunicação.
A partir do século XVIII, a língua dos sinais passou a ser bastante
difundida, atingindo grande êxito do ponto de vista qualitativo e quantitativo, e
permitindo que os surdos conquistassem sua cidadania.
Porém, devido aos avanços tecnológicos que facilitavam o aprendizado
da fala pelo surdo, o oralismo começou a ganhar força a partir da Segunda
metade do século XIX, em detrimento da língua de sinais, que acabou sendo
proibida. A filosofia oralista baseia-se na crença de que a modalidade oral da
língua é a única forma desejável de comunicação para o surdo, e que qualquer
forma de gesticulação deve ser evitada.
Na década de 60, a língua dos sinais tornou a ressurgir associada à
forma oral, com o aparecimento de novas correntes, como a Comunicação
Total e, mais recentemente, o Bilingüísmo.
A comunicação total defende a utilização de todos os recursos
lingüísticos, orais ou visuais, privilegiando a comunicação , e não apenas a
língua. Já o Bilingüísmo acredita que o surdo deve adquirir a língua dos sinais
como língua materna, com a qual poderá desenvolver-se e comunicar-se com a
comunidade de surdos, e a língua oficial de seu país como segunda língua.
No brasil, a educação dos surdos teve início durante o segundo império,
com a chegada do educador francês Hernest Huet. Em 1857, foi fundado o
Instituto Nacional de Surdos-Mudos, atual Instituto Nacional de Educação dos
Surdos (INES), que inicialmente utilizava a língua dos sinais, mas que em 1911
passou a adotar o oralismo puro.
Na década de 70, com a visita de Ivete Vasconcelos, educadora de
surdos da Universidade Gallaudet, chegou ao Brasil a filosofia da Comunicação
Total, e na década seguinte, a partir das pesquisas da professora Lingüista
22
Lucinda Ferreira Brito sobre a Língua Brasileira de Sinais e da professora
Eulalia Fernandes, sobre a educação dos surdos, o Bilingüísmo passou a ser
difundido.
Atualmente, estas três filosofias educacionais ainda persistem
paralelamente no Brasil.
23
CAPÍTULO III
A ARTETERAPIA DO PASSADO E NOS DIAS DE HOJE
A Arteterapia existe no Brasil, aproximadamente 50 anos, quando, no Recife, surgiu a 1ª escola, dirigida por Noêmia Varela, que usava a arte como principal instrumento para fomentar a educação.
Mas esse benefício da arte se tornou mais notável a partir da década de
1980, na fase em que chamamos pós-modernista.
Não poderia deixar de falar sobre Nise da Silveira, onde teve um papel
importante dentro da arteterapia. Em 1946 fundou a Seção de Terapêutica
Ocupacional no antigo Centro Psiquiátrico Nacional. Em 1952, reunindo
materiais produzidos nos ateliers de pintura e de modelagem da Seção de
Terapêutica Ocupacional, fundou o Museu de Imagens do Inconsciente.
Em 1956, com a colaboração de colegas e amigos, fundou a CASA DAS
PALMEIRAS, clínica de reabilitação para doentes mentais, em regime de
externato, que utiliza as atividades expressivas como principal método
terapêutico.
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Em 1957/58 (abril a março) estudos no Instituto C.G.Jung de Zurique,
com bolsa no Conselho Nacional de Pesquisa.
O método de trabalho utilizado por Nise da Silveira consiste
principalmente no estudo de séries de imagens. Isoladas, parecem sempre
indecifráveis. Com surpresa verificar-se-á então que nos permitem acompanhar
o desdobramento de processos intrapsíquicos. Assim, são organizadas séries
de imagens de um mesmo doente, o que permite ao terapeuta melhor
compreender a situação psíquica do autor das imagens.
O trabalho nos ateliers revelam que a pintura não só proporciona
esclarecimento para compreensão do processo psicótico mas constitui
igualmente verdadeiro agente terapêutico.
A pintura permite detectar, mesmo nos casos mais graves, movimentos
instintivos das forças autocurativas da psique buscando diferentes caminhos. A
experiência demonstra que a pintura pode ser utilizada pelo doente como um
verdadeiro instrumento para reorganizar a ordem interna.
3.1 – O que é Arteterapia?
Existem vários conceitos de Arteterapia. Um deles é considerá-la um
processo terapêutico decorrente da utilização de modalidades expressivas
diversas, que servem à materialização de símbolos. Uma outra forma de dizer
poderá ser simplesmente “terapia através da arte”.
Segundo Philippini (1996), a arteterapia é um processo terapêutico que
tem como base a criação e análise de séries de produções artísticas, que
isoladas, poderão oferecer dificuldades para serem decodificadas, de acordo
com os símbolos, resultados nas produções artísticas que o arteterapeuta terá
condições para decodificar os trabalhos decodificados.
25
A arteterapia utiliza a arte como um instrumento de saúde e educação;
ela é o caminho para a expressão das emoções epara facilitar as relações com
o mundo, levando a pessoa a descobrir suas potencialidades e construir modos
mais criativos de lidar com os problemas.
A arteterapia possibilita ainda, por meio do trabalho com a arte, o
desenvolvimento das capacidades de fluência, elaboração, flexibilidade,
originalidade, imaginação e confiança em si mesmo.
O universo da arte fundamentado na materialização de imagens
mentais, formadas pelas idéias ou ideais, encontra no encontro com materiais
plásticos. A experiência do trabalho com a arteterapia proporciona a
possibilidade da reconstrução e de integração de uma personalidade.
O universo da arte como abordagem simbólica pode ser entendido
através do recurso metodológico dos procedimentos com arteterapia.
Para Freud, a arte é um produto de uma neurose que se encontra
sublimado; isto é, a arte adquire uma característica defensiva bem sucedida de
um conflito, que por sua própria caracterização de foco de tensão, possibilita
uma adequação social ao ego.
A arte seria, por sua própria identidade um agente de criatividade, que é
um agente propiciador subordinado à vontade egóica. Desse modo, podemos
perceber que a arte é explicada como sendo a manifestação de um simples
sintoma, e não um ato genuíno de criatividade.
Já de acordo com Jung, a arte se vincula aos postulados de sua
Psicologia Analítica, por considerar suas configurações portadoras de
conteúdos simbólicos, que são originários do inconsciente como um
receptáculo e matriz dos mesmos, capazes de serem submetidos à
investigações psicológicas.
26
A importância terapêutica do imagético- simbólico e os benefícios que a
arteterapia acarreta principalmente na educação especial ( deficiênte auditivo)
e na autovalorização do ser humano.
Sabemos que a imagem simbólica transmite a força do Self. De acordo
com Jung, “ o Self é o principal arquétipo do inconsciente coletivo, assim como
o sol é o centro do sistema solar. O Self é o arquétipo da ordem, da
organização e da unificação; atrai a si e harmoniza os demais arquétipos e
suas atuações nos complexos e na consciência, une a personalidade,
conferindo-lhe um senso de “unidade”e firmeza.”
O universo das imagens é o universo das possibilidades infinitas que o
ser humano tem , e a partir daí pode levar ao autodescobrimento, à consciência
da capacidade que cada ser humano tem. Sabemos que são elas: capacidade
de criacão, o ser humano cria o que ele quiser, ao criar imagens, de alguma
forma estamos nos criando, nos reestruturando, nos transformando também
em uma obra artística, em busca de harmonia interior e de uma auto estima
adequada.
28
IV- A Arteterapia e o Deficiente Auditivo
Como já foi dito no capítulo anterior, a arteterapia é uma terapia através
da arte.
A arteterapia em deficientes auditivos será de grande valia, pois ajudará
o surdo a lidar não só com o mundo mas com si mesmo. A arte como sabemos,
pode ser um instrumento terapêutico que também funciona como um agente
transformador e promotor de criatividade e do auto-conhecimento , sem estar
necessariamente relacionada a testes ou exames diagnóstico.
Uma pessoa incapacitada pode sentir-se inferiorizada em algumas
situações, mas não em todas. Quando dizemos pessoas inferiorizadas nos
referimos aos próprios deficientes auditivos, pois muito deles se sentem assim,
incapazes e inferiores aos outros surdos e até mesmo os ouvintes.
A incapacidade pode levar a uma inferioridade quando o indivíduo
portador é percebido pelo grupo cultural e por si mesmo como menos capaz
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que os outros e até menos adequado. Esses sentimentos influem
significamente para o ajustamento do indivíduo.
Um deficiente auditivo passa por esse momento de incapacidade, onde
ele se julga pior, “diferente”, anormal e até mesmo menos inteligente do que os
outros.
A arteterapia vem nesse momento justamente para mostrar a eles que é
o contrário, independente de ser deficientes ou não, muitas vezes nos sentimos
incapazes, incompreendidos e até mesmo ignorados pela sociedade. Muitos
surdos reclamam pelo fato se comunicar e muitas vezes não são
compreendidos, e até mesmo tentam expressar seus sentimentos e não
conseguem, muitos deles dizem não saber como fazer isso.
Com a arteterapia essa situação muda, pois com a ajuda de materiais
plásticos e as atividades utilizadas na terapia, isso fará com que os surdos
entendam o mundo em que eles vivem de uma forma totalmente diferente de
como eles viam antes.
Para que isso dê resultados é necessário que o arteterapeuta esteja
sintonizado com o uso de técnicas as quais pretende utilizar com os seus
pacientes. De acordo com as imagens e o resultado das atividades, o
arteterapeuta saberá como ajudar o deficiente auditivo a se expressar a se
compreender e compreender melhor o outro.
Sabemos que não só as pessoas “normais” mas também os deficientes
auditivos sofrem com problemas de auto-estima. E a auto-estima é uma
experiência íntima que reside no ser de cada um; é o que a pessoa sente e
pensa sobre ela mesma e não o que outras pessoas sentem ou pensam a
respeito delas.
Nos parágrafos abaixo, falaremos a respeito da auto-estima e sua
importância na vida de qualquer ser humano, pois sem auto-estima fica difícil
entender a si mesmo e quanto mais o próximo.
30
E pior ainda será tentar resolver os problemas, se uma pessoa não
estiver bem estruturada não conseguirá resolver e muito menos entender o que
está acontecendo.
Falaremos da auto-estima ligado à arteterapia e o deficiente auditivo,
faremos um paralelo desse assunto.
4.1- A auto-estima
De acordo com Branden (1997,18) divide a auto-estima em seis pilares.
1. O primeiro seria a prática de viver conscientemente. O
arteterapeuta deve fazer com que o deficiente auditivo descubra em
qual área da vida do paciente funciona menos satisfatoriamente.
2. A auto-aceitação é o segundo pilar da auto-estima, porque ela é a
pré-condição para a mudança e o crescimento. O arteterapeuta pode
ajudar o surdo a entender que quando experimentamos e aceitamos
os sentimentos negativos e conseguimos nos livrar deles, eles
permitem que se expressem melhor. Quando lutamos contra um
bloqueio elese torna mais forte e muitos deficientes criam esse
bloqueio por serem deficientes e é necessário que reconheça, viva e
aceite para que comece a dissolver e viver melhor.
31
3. A prática da auto-responsabilidade é o terceiro pilar da auto-
estima, pois ninguém resolve problemas de ninguém. Se eu não fizer
alguma coisa, nada irá melhorar, e cabe ao arteterapeuta mostrar ao
deficiente que é necessário tentar se ajudar e não ficar esperando
que alguém venha salvar.
4. Já o quarto pilar é a prática da auto-afirmação. Pois tanto
sustenta a auto-estima como é uma manifestação da mesma. O
deficiente auditivo precisa entender que as idéias dele e as vontades
são muito importante e a vida dele é mais importante ainda.
5. A atitude de viver intencionalmente é o quinto pilar da auto-
estima. O deficiente auditivo como qualquer outra pessoa “normal”
deve viver intencionalmente . Isso significa que agimos e vivemos por
intenção de alguma coisa. O deficiente deve assumir a
responsabilidade de tomar as iniciativas para atingir os objetivos dele
e viver intencionalmente corresponde de modo significativo à auto
responsabilidade. Assim, viver intencionalmente, não só traz prazer
como também aumenta a auto-estima.
6. Finalmente o sexto pilar seria a prática da integridade pessoal. A
integridade é a integração das idéias, das convicções, das crenças e
do comportamento, convicções morais sobre o que é e o que não é
apropriado como julgamentos sob ações que são certas ou errada. A
integridade só se coloca como questão para aqueles que professam
critérios e valores.
No trabalho de DUARTE (1995,23), desvelou-se a importância do
trabalho arteterapêutico no aumento da auto-estima de cada um.
Em suma, o trabalho da arteterapia com os portadores de deficiência
auditiva podem caminhar juntos e ajudar muito no desenvolvimento cultural e
pessoal da auto-estima.
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CONCLUSÃO
No trabalho apresentado sobre os tipos de linguagem para os
deficientes auditivos , tentamos mostrar que a LIBRAS ( Lingua Brasileira de
Sinais) é muito importante e fundamental para a comunicação do surdo com o
próprio surdo e com as pessoas sem problema de surdez .
Mas além da LIBRAS mostramos que existe outros tipos de comunicação
que é a expressão facial, a oralidade, a mímica, a dactilologia, enfim,
comunicações que qualquer pessoa ouvinte pode usar para se comunicar com
o deficiente auditivo.
A desculpa de muitas pessoas que ouvem é que, a comunicação com o
surdo é muito difícil, e para elas muitas das vezes, é melhor deixar eles de
lado, excluindo do mundo , pois acham que não tem capacidade de serem
alguém na vida, ou até mesmo terem alguma coisa, pois dizemos que não é
por aí.
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Sabemos de várias histórias de surdos que são muito inteligentes e que
fazem até muitas coisas que os próprios ouvintes não fazem, mas sabemos
que é uma questão de aceitação e a própria inclusão, não podemos querer que
tudo mude de um dia para o outro, mas podemos crer que isso vai mudar e
para melhor , pois eles são seres humanos como nós, agem muitas das vezes
como nós, pensam como nós, mas apenas não escutam.
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URRUTIGARAY, Maria Cristina. Arteterapia: a transformação pessoal pelas
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ANEXOS
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FOLHA DE ROSTO...............................................................................2 AGRADECIMENTO...............................................................................4 DEDICATÓRIA......................................................................................5 RESUMO...............................................................................................6 METODOLOGIA....................................................................................7 SUMÁRIO..............................................................................................8 INTRODUÇÃO.......................................................................................8 CAPÍTULO 1 O PORTADOR DE NECESSIDADES ESPECIAIS...............................9 CAPÍTULO 2 DEFINIÇÃO DE SURDEZ....................................................................13 2.1- Causas da perda auditiva.............................................................16 2.2- Concepção sócio-antropológica da surdez...................................18 2.3- História da Educação dos Surdos no Brasil..................................21 CAPÍTULO 3 A ARTETERAPIA DO PASSADO E NOS DIAS DE HOJE.................23 3.1- O que é Arteterapia?................................................................... 25 CAPÍTULO 4
39
4- A ARTETERAPIA E O DEFICIENTE AUDITIVO.............................28 4.1- a auto-estima................................................................................31 CONCLUSÃO......................................................................................33 BIBLIOGRAFIA....................................................................................34 ANEXOS..............................................................................................36 ÍNDICE.................................................................................................38