Drª Bartira De Aguiar Roza
Prof. Adjunto da Universidade Federal de São Paulo - NIFESP
Consultora do Sistema Nacional de Doação de Órgãos – SNT/MS Brasil
Coord. do Dep. de Ética da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO)
Lei nº Lei nº 54795479
MédicoMédico
Morte Morte
Res.CFM Res.CFM
13461346
Diag. ME Diag. ME
para para
maiores de maiores de
2a2a
Lei nº 8489Lei nº 8489
Torna Torna
obrigatória obrigatória
notificação notificação
de MEde ME
19619688
19911991 19919922
DOAÇÃO CONSENTIDADOAÇÃO CONSENTIDA
Lei nº 9434 Lei nº 9434
e Decreto e Decreto
nº 2268nº 2268
SNT,SNT,
CNCDO,CNCDO,
doador vivodoador vivo
20012001
Lei nº Lei nº
10.21110.211
necropsia,necropsia,
doador vivodoador vivo
DOAÇÃO CONSENTIDADOAÇÃO CONSENTIDA
Doação Presumida ForteDoação Presumida ForteDoação Presumida ForteDoação Presumida Forte
Doação Presumida FracaDoação Presumida FracaDoação Presumida FracaDoação Presumida Fraca
Med
idas
pro
visó
rias
Doação e Transplantes no
Brasil
Doação e Transplantes no
Brasil19919977
Alterações legais
Impacto cultural a longo
prazo
Centrais EstaduaisCentrais Estaduais
SISTEMA ESTADUAL DE TRANSPLANTES
População:16.000.000 HAB
População:18.000.000 HAB
SECRE TARIA DE ESTADO DA SAÚDESISTEM A ESTAD UAL DE TRA NSPLANTES
ORGANIZAÇÕES DE PROCURA DE ÓRGÃOS DO ESTADO DE SÃO PAULOORGANIZAÇÕES DE PROCURA DE ÓRGÃOS DO ESTADO DE SÃO PAULOCNCDO2CNCDO2
S.J .RIO PRETOS.J .RIO PRETO1.900.000 HAB1.900.000 HAB
MARÍLIAMARÍLIA1.500.000 HAB1.500.000 HAB
RIBEIRÃO PRETORIBEIRÃO PRETO3.000.000 HAB3.000.000 HAB
BOTUCATUBOTUCATU1.200.000 HAB1.200.000 HAB
SOROCABASOROCABA1.800.000 HAB1.800.000 HAB
CAMPINASCAMPINAS6.600.000 HAB6.600.000 HAB
SISTEMA ESTADUAL DE TRANSPLANTES
SEC RETARIA DE ESTADO DA SAÚD ESISTEMA ESTAD UAL DE TRANSPLANTE S
HCFMSP-USP4.900.000 habHCFMSP-USP4.900.000 hab
HSP-EPM4.3 mi ha bHSP-EPM4.3 mi ha b
DANTE 5.4 mi habDANTE
5.4 mi hab
S. CASA3.5mi hab S. CASA3.5mi hab
ORGANIZAÇÕES DE PROCURA DE ÓRGÃOS DO ESTADO DE SÃO PAULOORGANIZAÇÕES DE PROCURA DE ÓRGÃOS DO ESTADO DE SÃO PAULOCNCDO1CNCDO1
SISTEMA ESTADUAL DE TRANSPLANTES
SUB-DIVISÕES DO CADASTRO TÉCNICO SUB-DIVISÕES DO CADASTRO TÉCNICO
IVIII
II
IIII
II
II
I
IIIII
IVIV
V
VIVII
VIII
IX
X
Coração ePâncreasCoração ePâncreas
FígadoFígado
RimPânc/RimRimPânc/Rim CórneaCórnea
PA 1,3MA 1,6
CE 10,3
GO 2,0
SP 12,0
RJ 4,6
MG 5,7
AL 1,3
PR 6,4
SC 16,7
Fonte: Associação Brasileira de Transplante de Órgãos
BA 3,4
RS 12,2
MT 2,1
Fonte: ABTO
2,84,4
5
7,36,3 6 6,2
7,28,6
0123456789
10
1998 2001 2003 2004 2005 2006 2007 2008 jun/09
nº
Doadores pmp no Brasil. 1998 a Jun/2009.
Fonte: Registro Brasileiro de Transplantes (RBT). ABTO.
7,3
1,0
18,810,8
8,9
2,06,0
6,80,2 5,3
16,2
20,3
1.2
0,2
2,9
PaísPopulação
(milhões)
doadores (n)
doadores(pmp)
Brasil 172 1.232 7,3
México 110 320 2,9
Colombia 43 258 6,0
Argentina 37,1 403 10,8
Peru 27,8 28 1,0
Venezuela 26 51 2,0
Chile 15,2 134 8,9
Equador 13 18 1,4
Cuba 11,3 182 16,2
Guatemala 11 2 0,2
Bolivia (2003) 9 11 1,2
El Salvador (2003)
6 0 0
Paraguai 5,2 3 0,2
Puerto Rico 3,8 77 20,3
Costa Rica 3,9 20 5,3
Uruguai 3,2 60 18,8
Panama 3 20 6,8
489,4 2.909 5,7
América LatinaPopulação : 520 milhões
Doadores: 2.909
Doadores pmp: 5,4
1,4
Doadores efetivos 2004Doadores efetivos 2004
Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP
Medina-Pestana et al. Transplant Proc. 2004, 34:799-801
Número de Transplantes durante o Ano de 2005 em 6 Países de Acordo com o Tipo de Doador (Falecido ou Vivo)
Número de transplantes
15.993
3.234 (1678 -1556)
2.186
1.765
5.501
3.406
Irã
Espanha
Brasil
Índia
China
EUA
Doador falecido Doador vivo
16000
Doadores Efetivos BrasilDoadores Efetivos Brasil
Doadores Efetivos Brasil
R2 = 0,7455
0
5
10
15
20
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Doador pmp Meta Linear (Doador pmp)
40 pmp notif icação40% de efetivação
Doadores Efetivos Brasil
0
5
10
15
20
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030
Doador pmp Meta Linear (Doador pmp)
40 pmp notif icação40% de efetivação
83,6 75,5 71,2 78,2116,2
169,6
258,0 280,5333,9
412,9
521,8
820,0
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2008
Valores investidos em Doação/Transplante no Brasil. 1995 a 2008.
Fonte: MS. 2008.
Marinho, A. Os Transplantes de Órgãos nos Estados Brasileiros. IPEA, 2007.
Os Transplantes de Órgãos nos Estados Brasileiros
Esse enredo não traduz a realidade brasileira
"Eu proponho o termo Bioética como forma de enfatizar os dois componentes mais importantes para se atingir uma nova sabedoria, que é tão desesperadamente necessária: conhecimento biológico e valores humanos.”
1970-1971
Van Rensselaer Potter Bioethics, a bridge to the future. 1971©Goldim/2008
É uma reflexão complexa, compartilhada e
interdisciplinar sobre a adequação das ações
que envolvem a vidavida e o viverviver.
José Roberto GoldimBioética: origens e complexidade.
Revista HCPA 2006;26(2):86-92.
Bioética Bioética ComplexaComplexa
Bioética Bioética ComplexaComplexa
©Goldim/2008
Acta Paul Enferm - UNIFESP. 2008
Células tronco embrionárias: back to 70.s
DeveresDeveres Prima Facie
Princípios
OutroAlteridade
IndivíduoVirtudes
DireitosDireitos
Humanose Direitos
Fundamentais
ReferencialTeórico
É a realização de uma reflexão
disciplinada das intuições morais e
das escolhas morais que as pessoas fazem.
Robert M. VeatchMedical Ethics.
Boston: Jones and Bartlett, 1997:1.
ÉticaÉticaÉticaÉtica
Amor Humor Boa-fé Doçura Pureza Simplicidade Tolerância Humildade Gratidão Misericórdia Compaixão Generosidade Justiça Coragem Temperança Prudência FidelidadePolidez
Virtudes
André Comte-SponvillePequeno tratado das grandes virtudes.
São Paulo: Martins Fontes: 1996.
DireitosDeveres
Indivíduo
Outro
Beneficência Negativa: evitar o MalPositiva: fazer o Bem
Respeito à pessoaPrivacidadeVeracidade Auto-determinaçãoVoluntariedade
JustiçaNão-discriminaçãoVulnerabilidadeControle Social
Deveres prima facie
The Belmont Report: Ethical Guidelines for the Protection of Human Subjects. Washington: DHEW Publications (OS) 78-0012, 1978 Beauchamp TL, Childress JF. The Principles of biomedical ethics. 4ed. New York: Oxford, 1978.
DireitosDeveres
Indivíduo
Outro
James ChildressTom Beauchamp
Álcool e Transplante de Fígado
NãoTransplantar
História dealcoolismo
como critério
negativo menor
Transplantarsomente
osregenerados
Transplantartodos,
inclusive os
alcoolistas ativos
BeneficênciaBeneficênciaRelação Risco-Dano/BenefícioRelação Risco-Dano/Benefício
Deveres prima facie
©Goldim/2008
De natureza:
• clínico-biológica;
• Geográfica
• Cultural e moral
• Logístico-administrativa
• Econômica
Pessini; Barchifontaine, 2000.
Problemas ÉticosProblemas Éticos
Problemas ÉticosProblemas Éticos
pessoa juridicamente capaz pode dispor gratuitamente de T/O/PCH para fins
terapêuticos:
em cônjuges ou parentes consangüíneos até o 4º grau, inclusive, ou
em qualquer outra pessoa mediante autorização judicial.
Doadores VivosDoadores Vivosrelacionados/não relacionadosrelacionados/não relacionados
Doadores VivosDoadores Vivosrelacionados/não relacionadosrelacionados/não relacionados
Comercializaçãoórgãos e tecidosComercializaçãoórgãos e tecidos
Declaração de Istambul2009
Declaração de Istambul2009
Declaração de Istambul2009
Declaração de Istambul2009
• Tráfico de órgãos – recrutamento, transporte, transferência, refúgio
ou recepção de pessoas vivas ou mortas ou respectivos órgãos por intermédio
de ameaça, utilização da força ou outra forma de coação, rapto, fraude, engano,
abuso de poder ou de uma posição de vulnerabilidade, ou da oferta ou
recepção por terceiros de pagamentos ou benefícios no sentido de conseguir a
transferência de controle sobre o potencial doador, para fins de exploração
através da remoção de órgãos para transplante.
The Declaration of Istambul on Organ Trafficking and Transplant Tourism. Jornal Brasileiro de Transplantes, 2009.
Declaração de Istambul2009
Declaração de Istambul2009
• Comercialização dos transplantes - é uma política ou
prática segundo a qual um órgão é tratado como mercadoria.
• Viagens para fins de transplantação – são a circulação de
órgãos, doadores, receptores ou profissionais do setor de transplantação
através de fronteiras juridicionais para fins de transplantação.
The Declaration of Istambul on Organ Trafficking and Transplant Tourism. Jornal Brasileiro de Transplantes, 2009.
Recomenda avaliação Psico-social para os transplantes intervivos.
RecomendaçõesRecomendaçõesRecomendaçõesRecomendações
Projeto de Criação do Comitê Avaliação de Transplante Intervivos Não Relacionado
1. Objetivo do Comitê:
Promover a segurança do paciente candidato a transplante intervivos não relacionado, na SBIBAE.
Avaliar os candidatos a transplante intervivos não relacionado, doador/receptor, para emissão de autorização do procedimento, na SBIBAE.
Resguardar a SBIBAE de situações que possam comprometer a transparência do programa de transplante no que diz respeito ao comércio de órgãos.
Indicação de TransplanteIntervivos não relacionado pela equipe
de Transplante
Avaliação inicialdo doador
Solicitação de avaliaçãoda Comitê de Avaliação
pelo responsável técnico da equipe
Avaliação da possibilidadede Transplante
Parecer favorável Parecer desfavorável
Retorno para o responsável técnicoda equipe e CIHDOTT Retorno para o responsável técnico
da equipe e CIHDOTT
Solicitação de autorização judicial
Dúvida
Comissãode Ética
Parecer parao Comitê
Indicação de TransplanteIntervivos não relacionado pela equipe
de Transplante
Avaliação inicialdo doador
Solicitação de avaliaçãoda Comitê de Avaliação
pelo responsável técnico da equipe
Avaliação da possibilidadede Transplante
Parecer favorável Parecer desfavorável
Retorno para o responsável técnicoda equipe e CIHDOTT Retorno para o responsável técnico
da equipe e CIHDOTT
Solicitação de autorização judicial
Dúvida
Comissãode Ética
Parecer parao Comitê
Transplante IntervivosTransplante IntervivosNão AparentadoNão Aparentado
Transplante IntervivosTransplante IntervivosNão AparentadoNão Aparentado
Transplante IntervivosTransplante IntervivosNão AparentadoNão Aparentado
Transplante IntervivosTransplante IntervivosNão AparentadoNão Aparentado
Decisão do Estado sobre a doação de partes do corpo.
Proposta de mudança na lei.
Consentimento presumidojaneiro 2008
Consentimento presumidojaneiro 2008
2009
Notificação da Morte Encefálica à Central de Transplante (Potencial doador UTI/ PA)
Avaliação clínica do potencial doador pela CIHDOTT, OPO ou CNCDO
Organização do Enf. para a retirada de órgãos
Retirada de múltiplos órgãos e tecidos doados pela família
Morte Violenta Morte Natural
Devolução do corpo para família
SVO
IML
SIM
Comunicação à Central de
Transplante
NÃO
Entrevista familiar para solicitar a doação de
órgãos e tecidos
SVO
Documentação específica
para Finalizaçãodo processo
Notificação de Doação de Órgãos
Informações sobre o doadorConsentimento livre e
esclarecidoDeclaração de Morte encefálica
Processo de Doação
Processo de Doação
Órgãos e tecidos que podem ser Órgãos e tecidos que podem ser doadosdoados
Tempo para retirada e
transplante de órgãos
Tempo para retirada e
transplante de órgãos
Órgãos Tempo/ retirada Tempo/ Tx.
Córneas 6h pós-PCR 7 diasCoração antes PCR 4 a 6hPulmões antes PCR 4 a 6hRins até 30’pós PCR até 48hFígadoPâncreas
antes PCR antes PCR
12 a 24h 12 a 24h
Ossos após PCR até 5 anos
Já passamos da fase heróica e
romântica do transplante.
Precisamos de
Profissionalismo!
AltruísmoAltruísmo
“Um gesto de amor faz
alguém sorrir
Só o doador faz a vida
prosseguir
Basta se conscientizar
A família querer aceitar
Pro sonho se realizar
Vem fazer o bem sem olhar a
quem!”
“Alô você!
Abrace essa corrente pela vida
Sou doador, sou mocidade!
Dou um alerta para o bem da
humanidade!”
Mocidade Independente de Padre Miguel - 2003
Para certos dilemas não existem soluções imediatas, Para certos dilemas não existem soluções imediatas,
pois as sociedades são pluralistas envolvendo pois as sociedades são pluralistas envolvendo
comunidades com uma diversidade de sentimentos e comunidades com uma diversidade de sentimentos e
crenças morais.crenças morais.
Trata-se, portanto de preservar as diferenças, para Trata-se, portanto de preservar as diferenças, para
que as identidades sejam mantidas.que as identidades sejam mantidas.
O controle não é TécnicoO controle não é Técnico
É ÉticoÉ Ético
O controle não é TécnicoO controle não é Técnico
É ÉticoÉ Ético
Humberto Eco e Giovanne Berlinguer, 2006.