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CURSO DEDROGAS DE ABUSO
(Lcitas e Ilcitas)
MDULO I
Ateno: O material deste mdulo est disponvel apenas como parmetro de estudos para estePrograma de Educao Continuada, proibida qualquer forma de comercializao do mesmo.Os crditos do contedo aqui contido dado a seus respectivos autores descritos nasreferncias bibliogrficas.
Programa de EducaoContinuada a Distncia
CURSO DEDROGAS DE ABUSO
(Lcitas e Ilcitas)
Aluno:
Educao a Distncia: Parceria entre Portal Farmcia On-line, Conselho Regional de Farmcia e Sindicato dos
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MDULO I
HISTRICO
O Uso indiscriminado das drogas de abuso (lcitas e ilcitas) um tema que est
sempre em evidncia, seja nas escolas, em casa, no trabalho, na mdia. Abordaremos
aqui vrios tpicos sobre este problema, que est desestabilizando as estruturas
familiares, sociais e que precisa ser abordado de forma esclarecedora e sem
preconceitos. Vamos iniciar nossos estudos falando um pouco sobre o histrico das
drogas.
H mais de 4.000 anos a. C. os Sumerianos (atual Ir), utilizavam a papoula de
pio como a "planta da alegria", que traduzia o contato com os Deuses.
Em 500 a. C o povo Cita (habitantes do Rio Danbio/Rio Volga - Europa Oriental),
queimavam a maconha (cnhamo) em pedras aquecidas e inalavam os vapores dentro de
suas barracas ou tendas. Na Antigidade, o lcool ou mais comumente o vinho, era
conhecido como a ddiva de todos os deuses, sendo BACO o Deus do Vinho.
Aproximadamente no ano de 1.500 o CACTUS PEYOTE era utilizado em cerimnias
religiosas (no descobrimento da Amrica).
O pio foi por muito tempo cultivado livremente por camponeses, por volta dosculo XVI, era usado como fonte de alvio de sua triste realidade sofredora.
Na mesma poca, os espanhis utilizavam as drogas alucingenas como uma forma de
auto-castigo, pois para este povo DROGA significa "DEMNIOS".
Em 1776, o pio (morfina/anestsico) incentivado na guerra civil americana era utilizado
para fornecer alvio dolorosa vida dos soldados.
Em 1890, iniciou-se a livre comercializao do vinho, elaborado com extratos de
coca e xaropes, com as mesmas composies. Em 1914, deu-se a proibio da livre2
Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.
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negociao, com isto iniciou-se o Mercado Negro - ilcito (os Estados Unidos faturou cerca
de 100 a 200 bilhes de dlares). Por volta de 1920, os Estados Unidos instauraram a
"LEI SECA" - Proibio do comrcio de lcool - lei esta que prorrogou-se por 13 anos.
Durante a 2 Grande Guerra Mundial, receitas de anfetaminas (estimulantes) eram
utilizadas para combater a fadiga.
Os Barbitricos/Hipnticos (ex: Gardenol) teve seu auge em 1950 "VIVA MELHOR
COM A QUMICA" (Lema utilizado pelos laboratrios).
Em 1960 foi o auge do LSD (a era dos cidos), muitos psiquiatras receitavam
impiedosamente o consumo deste tipo de droga.
Em 1970 proliferao da cocana e seus derivados, entre eles o "crack", e mais
recentemente aparecendo o ecstasy, mais popular entre as classes mdia e alta.
Na tabela abaixo mostramos a trajetria das substncias psicotrpicas ao longo
dos sculos:
Trajetria das Substncias Psicotrpicas
5400 - 5000 A.C.Um jarro de cermica descoberto no norte do Ir, com resduos de vinhoresinado, considerado a mais antiga evidncia da produo de bebidaalcolica
4000 A.C. Os chineses so, provavelmente um dos primeiros povos a usar a maconha.Fibras de cnhamo descobertas no pas datam dessa poca
3500 A.C.Os sumrios, na Mesopotmia, so considerados o primeiro povo a usarpio. O nome dado por eles papoula pode ser traduzido como "flor doprazer"
3000 A.C.
A folha de coca costumeiramente mastigada na Amrica do Sul. A coca
tida como um presente dos deuses
2100 A.C. Mdicos sumrios receitam a cerveja para a cura de diversos males,segundo inscries em tabuletas de argila
2000 A.C.Hindus, mesopotmios e gregos usam o cnhamo como planta medicinal.Na ndia, a maconha considerada um presente dos deuses, uma fonte deprazer e coragem
100 A.C. Depois de sculos, o cnhamo cai em desuso na China e empregadoapenas como matria-prima para a produo de papel
Sculo 11Hassan Bin Sabah funda a Ordem dos Haximxim, uma horda de guerreirosque recebia, em sua iniciao, uma grande quantidade de haxixe, a resinada Cannabis
1492 O navegador Cristvo Colombo descobre os ndios usando tabaco durante
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suas viagens ao Caribe
Sculo 16 Amrico Vespcio faz na Europa os primeiros relatos sobre o uso da coca.
Com a conquista das Amricas, os espanhis passam a taxar as plantaesSculo 16 Durante a expanso martima para o Oriente, os portugueses adotam a
prtica de fumar pio
1550 Jean Nicot, embaixador francs em Portugal, envia sementes de tabacopara Paris
Sculo 17 O gim inventado na Holanda e sua popularizao na Inglaterra no sculo18 cria um grave problema social de alcoolismo
Sculo 18 O cnhamo volta a ser usado no Ocidente, como planta medicinal. Algunsmdicos passam a us-lo no tratamento da asma, tosse e doenas nervosas
Sculo 19 Surgem os charutos e cigarros. At ento, o tabaco era fumadoprincipalmente em cachimbos e aspirado na forma de rap
1845 O pesquisador francs Moreau de Tours publica o primeiro estudo sobredrogas alucingenas, descrevendo seus efeitos sobre a percepo humana
1850-1855 A coca passa a ser usada como uma forma de anestesia em operaes degarganta. A cocana extrada da planta pela primeira vez.
1852 O botnico Richard Spruce identifica o cip Banisteriopsis caapi como amatria-prima de onde extrada a ayahuasca
1874 Com a mistura de morfina e um cido fraco semelhante ao vinagre, aherona inventada na Inglaterra por C.R.A. Wright
1874A prtica de fumar pio proibida em San Francisco (EUA). A Sociedadepara a Supresso do Comrcio do pio fundada na Inglaterra, e s quatroanos depois as primeiras leis contra o uso de pio so adotadas
1884
O uso anestsico da cocana popularizado na Europa. Dois anos depois,John Pemberton lana nos EUA uma beberagem contendo xarope decocana e cafena: a Coca-Cola. A cocana s seria retirada da frmula em1901
1896 A mescalina, princpio ativo do peyote, isolada em laboratrio
1898 A empresa farmacutica Bayer comea a produo comercial de herona,usada contra a tosse
1905Cheirar cocana torna-se popular. Os primeiros casos mdicos de danosnasais por uso de cocana so relatados em 1910. Em 1942, o governo dosEUA estima em 5.000 as mortes relacionadas ao uso abusivo da droga
1912 A indstria farmacutica alem Merck registra o MDMA (princpio ativo doecstasy) como redutor de apetite. A substncia, porm, no chega a sercomercializada.
1914 A cocana banida dos EUA
1930 Num movimento que comea nos Estados Unidos, a proibio da maconhaalcana praticamente todos os pases do Ocidente
1943O qumico suo Albert Hofmann ingere, por acidente, uma dose de LSD-25,substncia que havia descoberto em 1938. Com isso, ele descobre osefeitos da mais potente droga alucingena
1950-1960 Cientistas fazem as primeiras descobertas da relao do fumo com o cncerdo pulmo
1953 O exrcito norte-americano realiza testes com ecstasy em animais. O
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objetivo era investigar a utilidade do agente em uma guerra qumica1956 Os EUA banem todo e qualquer uso de herona
1965 O LSD proibido nos EUA. Seus maiores defensores, como os americanosTimothy Leary e Ken Kesey, comeam a ser perseguidos
1965 Alexander Shulgin sintetiza o MDMA em seu laboratrio. Ao mastig-lo,sente "leveza de esprito" e apresenta a droga a psicoterapeutas
Anos 70O uso da cocana torna-se popular e passa a ser glamourizado. Nos anos80, o preo de 1 Kg de cocana cai de US$ 55 mil (1981) para US$ 25 mil(1984), o que contribui para sua disseminao
1977 Incio da "Era de Ouro" do ecstasy. Terapeutas experimentais fazempesquisas em segredo para no chamar a ateno do governo
Dcada de 80 Surge o crack , a cocana na forma de pedra. A droga, acessvel scamadas mais pobres da populao tem um alto poder de de pendncia
1984 A Holanda libera a venda e consumo da maconha em estabelecimentosespecficos - os coffee shops
1984 O uso recreativo do MDMA ganha as ruas. Um ano depois, a droga proibida nos EUA e inserida na categoria dos psicotrpicos mais perigosos
2001 Os EUA do apoio financeiro de mais de US$ 2 bilhes ao combate aotrfico e produo de cocana na Colmbia
2003O governo canadense anuncia que vai vender maconha para doentes emestado terminal. a primeira vez que um governo admite o plantio ecomercializao da droga
Fonte: Revista Galileu Especial n3 - Agosto/2003
O INCIO DA PROCURA PELAS DROGAS
H algumas fases da vida em que as pessoas ficam mais expostas s drogas. Os
adolescentes, curiosos e contestadores por natureza, so aqueles que mais
experimentam drogas. Os adolescentes so leais aos amigos. Desse modo, curiosidade,
contestao e lealdade so qualidades naturais do adolescente. Quando se juntam a um
grupo que usa drogas, se sentem impelidos a experimentar tambm. Todos querem se
sentir iguais, dividir as mesmas experincias, angustias e solucionarem juntos as suas
dificuldades.
Muitas pessoas iniciam ou aumentam o consumo de drogas em idades mais
avanadas. o caso das mulheres que a partir dos quarenta anos vem seus filhos
sarem de casa para estudar, trabalhar ou casar. Elas se sentem deprimidas e pensam
que sua vida perdeu o sentido. Passam ento a tomar calmantes (benzodiazepnicos) e
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acabam por se tornar dependentes destes. J os homens tendem a aumentar o consumo
de lcool quando se tornam vivos ou se aposentam e experimentam o cio dentro de
casa.
Abaixo colocamos um belo trecho do artigo de Cid Martins Batista (scio do RC de
Viosa/MG), sobre o porqu da procura das drogas pelo homem:
... a nica capaz de levar algum a usar drogas, o famigerado esprito grupal ou a
identificao com os dolos. O jovem s consegue ingressar num grupo de maconheiros
se ele tambm comear a usar maconha. Isto vale para a cocana, o crack, ou qualquer
outra droga. interessante observar que o esprito grupal manifesta-se mais
intensamente em relao aos dependentes do crack, porque em grupo eles se
consideram mais protegidos, alm de ocorrer, quando necessrio, um emprstimo de
droga entre eles. Outra causa capaz de levar algum a usar drogas a identificao com
os dolos. Isto nos preocupa de maneira assustadora porque aumenta a cada dia o
nmero de atletas, cantores, msicos e artistas do cinema e da televiso, que esto
usando drogas. E eles passam para os fs a imagem do sucesso, da fama, da idolatria e
da riqueza. Como sabido, os jovens procuram imitar os dolos em tudo que fazem,
inclusive no uso das drogas. Ainda hoje, a mdia sensacionalista est explorando a tristeimagem do mais famoso jogador de futebol da dcada de 80, o fenomenal Maradona,
vtima da cocana que j destruiu, segundo os mdicos que o atendem, dois teros de seu
corao. Sua fotografia estampada nos jornais mostra, de maneira cruel, todo o estrago
feito pela cocana no seu organismo. E nos perguntamos, por qu? Por que um jovem
que teve o mundo a seus ps, que foi idolatrado, endeusado e rico, se aniquila usando tal
droga?
Por outro lado, duas ou trs causas juntas, como, por exemplo, curiosidade,desinformao e falta de perspectiva, transformam os jovens nas mais indefesas vtimas
dos traficantes de drogas. Quem no gostaria de experimentar o xtase (a droga do
amor), se algum lhe disser que esta droga aumenta seu desejo sexual, prolonga sua
ereo, melhora sua aprendizagem na escola e no faz nenhum mal? Claro que tudo isso
mentira. Mas e da? Curioso por natureza, desinformado por omisso de quem devia
orient-lo e sem perspectiva de um futuro melhor, certamente ele ir experiment-la. E
da ao vcio apenas questo de tempo.6
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Drogas no escolhem vtimas
O problema das drogas muito maior "do que a nossa v filosofia imagina" e no
ser solucionado enquanto a sociedade no se conscientizar da sua importncia nesta
luta, principalmente porque as drogas no escolhem vtimas, no respeitam classes
sociais e nem mesmo se preocupam com o poder aquisitivo das pessoas. Simplesmente
elas chegam e se apossam dos indivduos, que, salvo raras excees, tornam-se seus
escravos. Para todos os que acham que seus filhos jamais sero atingidos pelas drogas,
devo mencionar o provrbio chins que diz: "A chuva no cai apenas no telhado do
vizinho, ela cai no nosso telhado tambm."
Aceitando como verdade o que est escrito acima, e considerando o que disse
Mariz de Oliveira no seu artigo "Os equvocos de sempre" (O Estado de S.Paulo,
14.05.1991), a soluo do problema torna-se muito mais difcil numa sociedade em que o
indivduo passou a ser valorizado pelo sucesso financeiro que conseguiu obter e pelo
patrimnio que conseguiu amealhar. Assim, a substituio do Ser pelo Ter, inverteu a
escala de valores sociais e morais. Atualmente, o indivduo vem sendo avaliado pelo que
tem e no pelo que . A angstia gerada por esse contexto pode, e seguramente , uma
das causas fundamentais do maior consumo de drogas, porque as pessoas procuram,com essa prtica, camuflar suas insatisfaes.
indiscutvel que a sociedade gera, permanentemente, fatores crimingenos, que
provocam reaes de efeitos diversos, dependendo do carter e da personalidade de
cada um. Nem todo menor carente um infrator ou poder se tornar um marginal, em
funo da misria e do abandono em que se encontra. No entanto, suas necessidades
culturais e afetivas constituem um campo frtil a impulsion-lo para a marginalidade.
Da, uma sociedade que passou a valorizar o Ter em detrimento do Ser, que sevangloria de tentar levar vantagem em tudo e aplaude e busca solues fora da lei,
agindo de tal forma, e medida que volta as costas para os menos afortunados, somente
provoca situaes de convite violncia e de estmulo criminalidade. Essas verdades
incomodam, porque somos todos responsveis, desde o governo s elites dirigentes e,
tambm, classe mdia, entregue aos prazeres dos pequenos delitos e adotando como
valores morais os pregados na novela das 8 horas.
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Embora de difcil soluo, porm no impossvel, devemos comear agora com
dedicao, perseverana e competncia, tentar solucion-lo. Se no fomos ns que
criamos tal problema, no adianta tambm ficar jogando a culpa no vizinho. Mesmo
porque somente ele no o responsvel. O que importa agora no nos omitirmos, mas
participarmos do mutiro que se prope a resolv-lo.
A primeira etapa seria um processo educacional, comeando nas nossas casas e
continuando nas escolas, onde os jovens teriam oportunidade de retomar antigos valores
perdidos no tempo, tais como tica, moral e cidadania. Consolidados esses valores,
dificilmente algum seria envolvido pelos prias da sociedade, os narcotraficantes,
porque ele saberia neutralizar seus argumentos.
Somente isto no resolveria o problema, mas seria o ponto de partida para vivermos os
prximos anos em paz, harmonia e felicidade. Que Deus nos ajude...
Os Professores Sollero T. C.S. e Amaral J.R. da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, enquadram as razes das pessoas utilizarem drogas em quatro grupos:
1. Para reduzir sentimentos desagradveis de angstia e depresso. Estes sentimentos
seriam :
Gerais, decorrentes da prpria condio humana. A angstia do ser humano
diante da vida foi muito bem descrita pelos filsofos da corrente
existencialista. Para eles o ser humano, sem saber porqu e para que,
jogado no mundo hostil ou indiferente. Durante sua vida o ser humano
permanentemente ameaado pelo aniquilamento, confrontado com o
absurdo, tendo apenas uma certeza em relao ao seu futuro a sua
inevitvel morte, que ocorrer em data e condies desconhecidas. Deacordo com os conceitos existencialistas poderamos, pois, definir a vida
como uma aventura trgica, absurda e ilgica, que sempre termina em
morte. Considerando a situao existencial do homem alguns autores
afirmam que no de se estranhar que ele se angustie e sim que ele se
angustie to pouco.
Especficas, prprias de cada indivduo originadas por experincias
traumticas ou condies patolgicas. Constituiriam exemplos o uso de8
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drogas por veteranos de guerras ou por pessoas com fobia social ou
depresso.
2. Para exaltar sensaes corporais e provocar gratificaes sensoriais de natureza
esttica e, especialmente, erticas. Dizem os usurios de drogas que a msica soa
melhor, as cores so mais brilhantes e o orgasmo se torna mais intenso, durante o uso de
sua droga preferida.
3. Para aumentar rendimentos psicofsicos, reduzindo sensaes corporais
desagradveis, como dor, insnia, cansao ou superando necessidades fisiolgicas como
o sono e a fome. Durante o imprio Inca a folha de coca era mascada por mensageiros e
carregadores para aumentar sua resistncia e velocidade.
freqente o uso de anfetaminas por choferes de caminho que desejam encurtar
a durao de suas viagem. Um exemplo curioso foi o caso de um psicopata, visto por um
de ns, internado por intoxicao anfetamnica. Empregado de um traficante de drogas,
este rapaz passara a usar os anfetamnicos para permanecer mais tempo acordado e
poder vender mais drogas, ganhando assim o reconhecimento de seu chefe. Dorescrnicas e insnia persistente constituem causas bem reconhecidas de abuso de
analgsicos e hipnticos diversos.
4. Como meio de transcender as limitaes do corpo e o jugo da espao-temporalidade,
unindo-se realidade por trs de todos os fenmenos ou, mais limitadamente, a alguma
entidade espiritual qualquer, capaz de conferir-lhe, pelo menos temporariamente, poderes
especiais.So bem conhecidos os relatos de uso de cactos e fungos por diversas naes
indgenas, em ocasies especiais, como uma forma de unir-se a seus deuses ou
antepassados. Tambm documentados esto o uso de drogas pelos shamans durante
suas atividades curativas e a ingesto de lcool por mdiuns possuidos por entidades
espirituais nos rituais de cultos afroamericanos. Comumente nestes casos o uso das
drogas faz-se somente em situaes bem definidas, culturalmente aceitas e
reconhecidas, no comprometendo o desempenho social das pessoas. Por outro lado,9
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muitos usurios de drogas, como por exemplo alguns hippies dos anos 60, procuraram
em drogas diversas (principalmente alucingenos) um substituto para experincias
religiosas.
O NARCOTRFICO
Baptista G.C (2001) cita que o Brasil , nos dias de hoje, o maior corredor de
passagem de drogas do mundo. Com algumas poucas excees de esforos policiais
localizados, no observa-se, nacionalmente, uma poltica efetiva de combate ao
narcotrfico. Os problemas so resolvidos medida em que eles, sem o devido
questionamento acerca dos objetivos das polticas adotadas. A Amaznia, a ttulo de
exemplo, tradicionalmente lembrada nas salas de aula pelos seus recursos naturais. Ela
se notabiliza pela primazia entre os maiores sistemas biolgicos, rios, bacias
sedimentares e florestas do mundo (Branco, 1989). A nova ordem mundial, entretanto,
com o final da diviso das naes em dois blocos antagnicos, mostrou uma alterao
neste quadro. Neste contexto, a Amaznia, juntamente com os pases que a compe
(Brasil, Bolvia, Peru, Equador, Colmbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana
Francesa) continuam sendo temas em inmeros debates acerca do meio-ambiente, mas
tambm esto relacionados a um flagelo que cada vez mais dita as diretrizes das relaes
geopolticas desta regio o narcotrfico (Procpio, 1999).
Pode-se dizer que desde a dcada de oitenta o narcotrfico o negcio mais
lucrativo do planeta (Magalhes, 2000; Procpio, 1999). Segundo estimativas da ONU,
movimenta mais de quatrocentos bilhes de dlares por ano, o que significa cerca de 8%
do comrcio internacional. Isto se deve ao fato de o carter ilcito do narcotrfico permitir
uma diferena colossal entre o preo das matrias primas e o do entorpecente que chega
ao consumidor final. No caso da cocana, por exemplo, a folha deste narctico vale cerca
de US$ 2,50 o quilo, na Bolvia e na Colmbia. Transformado em cocana, o quilo passa a
valer US$ 1.500,00. Ela chega ao narcotraficante norte-americano por US$25.000,00,
que, por sua vez, a revende ao consumidor final por um preo proporcional a US$
110.000,00 (Magalhes, 2000).
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Conforme ressaltou-se no "Relatrio da Comisso Parlamentar de Inqurito
destinada a Investigar o avano e a impunidade do Narcotrfico" (Brasil, 2000a), a
lucratividade tornou o comrcio ilegal de narcticos altamente eficiente, constituindo a
diviso mais lucrativa das vastas redes do crime organizado, customeiramente
denominadas "mfias". Estas organizaes mantm uma ampla gama de outras
atividades criminosas, incluindo-se a o contrabando de armas, a lavagem de dinheiro, a
prostituio adulta e infantil, o roubo de carros e de cargas, dentre outros. Para acobertar
ou fornecer apoio operacional a suas aes, seus membros cometem uma infinidade de
delitos, como subornos, extorses, homicdios, tortura, estelionato, lavagem de dinheiro,
roubos, apoio a guerrilhas, controle poltico de reas e territrios por meio de
organizaes paramilitares. interessante observar que, como resultado disso, as mfias
buscam incorporar a sua rea de influncia policiais, magistrados, polticos, e outras
autoridades - e com isto efetivamente chegando ao poder em alguns pases (Procpio,
1999; Brasil, 2000a).
Ainda conforme Baptista G.C (2001), mfias de inmeros pases, como as italianas
(Cosa Nostra, Camorra, Ndranghetta), americanas (La Cosa Nostra), os crteiscolombianos, japonesas (Yakuza), russas, chinesas (Trades) e as incipientes
organizaes criminosas brasileiras (Comando Vermelho, Terceiro Comando, PCC)
recrudesceram nas ltimas duas dcadas em grande parte devido aos lucros obtidos com
a globalizao do narcotrfico. Isto as tornou progressivamente mais complexas, fazendo
com que suas estruturas hierrquicas se assemelhassem a de empresas multinacionais.
Conseqentemente, estas grupos se associaram e passaram a dividir funes com o
objetivo de ampliar seus ganhos. Uma intricada economia subterrnea foi formada,
permitindo-lhes, em qualquer parte do mundo, o acesso a diversos tipos de armas, de
drogas, de meios de transporte e de comunicao, e a remessa de seus lucros para
"parasos fiscais" (Procpio, 1999; Magalhes, 2000).
Existe um grande nmero de adolescentes entre 15 e 17 anos de idade envolvido
em atividades criminosas, e um aumento progressivo na quantidade de crianas entre 13
e 17 anos de idade envolvidas em esquemas de narcotrfico. importante salientar,
entretanto, que o que os dados sugerem, e vrios pesquisadores confirmam, que a11
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idade das crianas empregadas pelo comrcio de drogas est diminuindo, o que
preocupante.
A determinao do motivo pelo qual uma criana entra ou no para o trfico
somente pode ser analisada por meio de uma combinao de diversos fatores. Assim, o
curso das vidas de indivduos de diversos grupos sociais determinado com base nas
influncias recprocas dos atributos subjetivos pessoais e os da rede social qual eles
pertencem. Fazendo parte de determinadas redes sociais tanto famlia, vizinhana,
igreja, escola, etc. a forma singular pela qual um indivduo se relaciona com diversos
grupos e com sua prpria experincia so as variveis que podem melhor levar algum a
entender porque uma criana ser cooptada pelo trfico enquanto seu irmo ou irm
prosseguiro como trabalhadores. Os pontos de vista sobre porque as crianas no
ingressam no narcotrfico reforam esta premissa.
De um modo bastante sinttico, pode-se dizer que as atividades que envolvem o
narcotrfico compreendem: a) produo; b) transporte pas produtor pas de trnsito; c)
transporte pas de trnsito pas consumidor; d) distribuio; e) venda ao consumidor
final; f) lavagem do dinheiro. O Brasil hoje o principal pas de trnsito da cocana que
levada para os Estados Unidos e, segundo diversos autores, o segundo maior consumidorde entorpecentes do planeta (Procpio, 1999; Magalhes, 2000). Isto se relaciona ao fato
da fronteira brasileira ser notoriamente extensa e desguarnecida, o que faz com que os
entorpecentes entrem no territrio nacional tanto pelo Par, quanto pelo Amazonas,
Roraima, Acre, Rondnia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paran (Magalhes, 2000;
Brasil, 2000a).
Segundo Procpio (1999), enquanto os governos dos demais pases amaznicos
colocam em destaque o tpico do combate ao narcotrfico em suas polticas externas, o
governo brasileiro permanece alheio ao assunto. Este fato agravado pois, conforme
ressaltou-se no relatrio da CPI do Narcotrfico (2000a), "o Brasil encontra-se totalmente
despreparado para enfrentar o crime organizado; na verdade, sequer existe conscincia
da verdadeira natureza e dimenso do problema".
Quem quem no trfico
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- Soldado: o traficante que anda armado dentro da favela e protege as bocas-de-fumo.
Ele mora no morro
- Boca-de-fumo: o local dentro do morro ou da favela onde os traficantes passam a
droga para os distribuidores
- Vapor: o morador do morro que vende a droga na boca-de-fumo. Ele tambm faz
entregas na estica
- Estica: um posto avanado das bocas-de-fumo da favela no asfalto. Os moradores das
redondezas ficam na estica e revendem a droga vinda do morro
- Formiguinha: o microtraficante que compra pequenas quantidades e revende aos
amigos nos bares, academias e escolas. Com o pequeno lucro, custeia o prprio vcio
- Disque-drogas: o servio bancado pelo traficante autnomo, que compra nos morros
boas quantidades, com maior grau de pureza. Ele entrega o produto por meio de
motoboys e entregadores de pizza
- Quiosques: alm de gua-de-coco e refrigerantes, vendem entorpecentes e servem de
ponto de contato entre os consumidores e os formiguinhas
- Fume-txi: motoristas de txi de fachada utilizam os carros para entregar drogas em
pontos chiques da cidade
ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES
Abuso: Caracteriza-se pela forma inadequada de consumir alguma substncia qumica.
Alcalides: Qualquer das substncias de um extenso grupo encontrado nos vegetais,
com pronunciada ao fisiolgica sobre os animais.
lcool Etlico: Ou simplesmente lcool, uma droga psicotrpica que atua no sistema
nervoso central, provocando mudanas de comportamento em quem o consome e, no
raro, Dependncia Qumica. Tem seu consumo admitido e at incentivado pela
sociedade, sendo proibido, todavia, em alguns pases por questes religiosas. Sua
aceitao social concorre fundamentalmente para que seja encarado de forma diferente
das demais drogas. Alm dos inmeros acidentes de trnsito e da violncia, sobretudo
domstica, associada a episdios de embriaguez, o consumo de lcool a longo prazo,
13Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.
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dependendo da dose, freqncia e circunstncias, pode provocar estados demenciais e a
morte. Assim, o consumo do lcool um grave problema de sade pblica, acarretando
altos custos e grandes danos para a sociedade.
Alcoolismo: uma doena progressiva, incurvel e que pode levar morte. Ela no faz
distino entre classe social, idade, cor, condio tnica, nvel cultural e financeiro. Como
qualquer outra doena, necessita de tratamento, envolvendo o alcolatra e todas as
pessoas que se relacionam com o mesmo.
Alucingenos: Drogas que "geram" alucinaes. Alucinao significa percepo sem
objeto; isto , a pessoa percebe coisas sem que elas existam, ouve sons imaginrios. As
alucinaes podem aparecer espontaneamente no ser humano em casos de psicoses (ex.
esquizofrenia) ou podem ocorrer em pessoas normais, ao usarem drogas alucingenas.
Grande nmero de drogas alucingenas vm da natureza, principalmente de plantas. So
conhecidas h centenas de anos e algumas so consideradas como "plantas divinas", isto
, que faziam com que quem as ingerisse recebesse mensagens divinas. Assim, at hoje
em algumas culturas o uso destas plantas alucingenas tem este significado religioso.
Alguns autores tambm as chamam de psicodlicas.
Alucingenos Primrios: Agem em doses muito pequenas e praticamente s atingem o
crebro, quase no alterando portanto, qualquer outra funo do corpo da pessoa: so os
alucingenos propriamente ditos.
Alucingenos Secundrios: Drogas que alm de atuar no crebro, produzindo efeitos
mentais, tambm afetam de maneira importante vrias outras funes. Exemplos: a
Datura, uma planta conhecida no Brasil sob vrios nomes populares e o remdio Artane
(sinttico).
Anabolizantes: Substncia geralmente sinttica que estimula o crescimento da massa
muscular.
Analgsico: Sedativo que capaz de diminuir a dor.
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Anfetaminas: Drogas estimulantes da atividade do sistema nervoso central, deixando as
pessoas "ligadas" , ou com "menos sono". As anfetaminas so drogas sintticas,
fabricadas em laboratrio. No so, portanto, produtos naturais. Existem vrias drogas
sintticas que pertencem ao grupo das anfetaminas, algumas delas inclusive so
comercializadas sob a forma de remdio. Os motoristas de caminho que as utilizam para
dirigir por vrias horas as chamam de "rebite". Tambm so conhecidas como "bolinhas".
Entre outros efeitos, podem causar insnia, taquicardia e agressividade.
Ansioltico: Medicamento que exerce a sua ao, predominantemente, sobre estados
exagerados de ansiedade e tenso nervosa, sem ter ao hipntica direta, podendocontudo, dependendo da dose administrada e do paciente, ter efeito hipntico.
Anticolinrgicos: Substncias que bloqueiam a ao de nervos parassimpticos. Drogas
capazes de, em doses elevadas, alm dos efeitos no nosso corpo, alterar as nossas
funes psquicas. Drogas que produzem efeitos colinrgicos: a planta Trombeteira ou
Lrio e o medicamento Artane.
Antiepilpticas: Drogas capazes de acalmar o crebro hiperexcitado dos epilpticos,prevenindo as convulses destes doentes.
Barbitricos: Substncias psicoativas sintticas, utilizadas farmacologicamente como
medicao quando se desejam efeitos depressores, j que so capazes de diminuir a
atividade em vrias reas do crebro, provocando, sonolncia e relaxamento. Estas
drogas foram descobertas no comeo do sculo XX e como curiosidade conta-se que o
qumico europeu que fez a sntese de uma delas pela primeira vez foi comemorar num
bar. L, encantou-se com a garonete, que se chamava Brbara. Num acesso de
entusiasmo, deu ao composto recm-descoberto o nome de barbitrico.
Benzina: Inalante com utilizaes diversas, seja industrialmente ou mesmo em uso
domstico, principalmente como solvente ou tira-manchas.
Cnhamo: Planta herbcea, da famlia das canabidceas, amplamente cultivada em
diversas partes do mundo. As folhas das plantas femininas segregam uma resina, a partir15
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como o caso da cocana p, e por no ser solvel em gua tambm no pode ser
injetado. Para passar do estado slido ao de vapor quando aquecido, o crack necessita
de uma temperatura relativamente baixa (95 C) o mesmo ocorrendo com a merla, ao
passo que o "p" necessita de 195 C, por esse motivo o crack e a merla podem ser
fumados e o "p" no.
Datura: Planta alucingena, conhecida no Brasil sob vrios nomes, entre os quais
Trombeta e Lrio.
Dependncia Fsica: Situao em que o usurio apresenta problemas orgnicos
decorrentes da falta da substncia.
Dependncia Psquica: Desejo compulsivo de usar a droga regularmente, por seus
efeitos psicotrpicos.
Dependncia Qumica: caracteriza-se por um desejo incontrolvel (compulso) de
consumir uma substncia, que tanto pode ser o lcool, quanto o cigarro, a maconha, a
cocana, etc, havendo persistncia no uso, apesar das conseqncias danosas seremevidentes. A Dependncia Qumica hoje, uma doena catalogada pela Organizao
Mundial de Sade.
Dimorfinas: Cada um de um grupo de peptdeos opiides encontrados no sistema
nervoso, tanto central quanto perifrico.
Droga: toda e qualquer substncia, natural ou sinttica que, introduzida no organismo
modifica suas funes. As drogas naturais so obtidas atravs de determinadasplantas,de animais e de alguns minerais. Exemplo a cafena (do caf), a nicotina
(presente no tabaco), o pio (na papoula) e o THC tetrahidrocanabiol (da maconha). As
drogas sintticas so fabricadas em laboratrio, exigindo para isso tcnicas especiais. O
termo droga, presta-se a vrias interpretaes, mas comumente suscita a idia de uma
substncia proibida, de uso ilegal e nocivo ao indivduo, modificando-lhe as funes, as
sensaes, o humor e o comportamento. As drogas esto classificadas em trs
categorias: as estimulantes, os depressores e os perturbadores das atividades mentais. O17
Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.
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termo droga envolve os analgsicos, estimulantes, alucingenos, tranquilizantes e
barbitricos, alm do lcool e substncias volteis. As psicotrpicas, so as drogas que
tem tropismo e afetam o Sistema Nervoso Central, modificando as atividades psquicas e
o comportamento. Essas drogas podem ser absorvidas de vrias formas: por injeo, por
inalao, via oral, injeo intravenosa ou aplicadas via retal (supositrio).
Encefalinas: Cada unidade de um par de pentapeptdeos que tm funo como
neurotransmissor.
Endorfinas: Certos peptdeos que ocorrem no crebro e em outros tecidos, capazes deproduzir efeitos semelhantes ao da morfina.
Epadu: Nome dado pelos ndios brasileiros cocana.
xtase: Ou Ecstasy, como conhecida em ingls, ou metilenodioximetanfetamina
(MDMA), uma droga produzida sinteticamente com intensa atividade psicotrpica e
vendida de forma ilcita como comprimidos de forma e cor variveis. Normalmente, em
sua forma pura, um p branco cristalino e usualmente vendido como drgeas ou emcpsulas, sendo ilegal na maioria dos pases. Potencializa os sistemas nervosos central e
perifrico, devido ao aumento na produo do neurotransmissor acetilcolina. Os principais
efeitos mentais que o MDMA provoca devem-se sua interferncia no sistema serotonina
(ou 5-HT). o mesmo stio ativado por drogas psicodlicas.
Gamma: O Gamma Hidroxibutirato (GHB), tambm conhecido como lquido X e "leso
corporal grave" (trocadilho com a sigla GHB em ingles --> "grievous bodily harm"), um
depressor do sistema nervoso central, cujo abuso decorrente de sua caracterstica de
produzir estados de euforia e alucinaes, sua alegada capacidade de liberar um
hormnio de crescimento e estimular o desenvolvimento muscular. O GHB pode produzir
sonolncia, vertigens e tonteiras, nusea, estado de inconscincia, ataques, profundas
depresses respiratrias e at coma. encontrado em forma lquida ou sob a forma de
um p branco.
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Haxixe: Resina extrada das folhas e das inflorescncias do cnhamo, mascado ou
fumado, de uso comum no oriente e de efeitos estupefacientes.
Herona: Alcalide obtido pela ao do anidrido actico sobre a morfina, com ao
fisiolgica mais acentuada e poderosa que esta.
Hiperemia: Superabundncia de sangue em qualquer parte do corpo.
Hipntico ou sonfero: Sedativo capaz de afastar a insnia, produzindo o sono.
Ice: Palavra em ingls que significa "gelo", designando vulgarmente a metanfetamina (umtipo de anfetamina). Nos EUA, tem sido muito consumida fumada em cachimbos.
Inalantes: Assim so conhecidas genericamente as substncias qumicas de uso
industrial, comercial e domstico, altamente volteis em contato com o meio externo, que
provocam efeitos psicossomticos em quem as utilizam como drogas. Seu uso causa
dependncia qumica. Em altas doses podem causar queda de presso arterial,
diminuio da respirao e dos batimentos cardacos, podendo levar morte. O uso
constante causa problemas nos rins e podem arruinar os neurnios. Principais exemplos:
cola de sapateiro, esmalte, benzina, lana-perfume, etc.
Ketamina: A Ketamina um anestsico dissociativo, desenvolvido em meados da dcada
de 60, usada inicialmente com finalidades veterinrias provocando efeitos psicodlicos,
no sendo depressora da respirao ou da circulao. A Ketamina usada com fins
recreativos primariamente sob a forma de um p branco cheirado e para fins terapeuticos
e psicodlicos, ela freqentemente injetada por via intra-muscular. Seus efeitos variam(em pequenas doses) de um suave entorpecimento, pensamento areo, tendncia a
tropear, movimentos desajeitados ou 'robticos', sensaes atrasadas ou reduzidas,
vertigem, algumas vezes sensaes erticas e aumento de sociabilidade. A Ketamina
tambm conhecida por ser mais viciante psicologicamente que a maior parte das
substncias psicodlicas.
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Lana-Perfume: Inalante que tem sua utilizao associada principalmente ao Carnaval,
poca quando costuma ter larga utilizao, havendo registros de seu uso desde os
carnavais do incio do sculo.
LSD: Ou cido Lisrgico, so substncias alucingenas que foram sintetizadas em
laboratrio e dos quais o LSD-25 o mais representativo. A curiosidade a respeito que
sua sigla advm da msica "Lucy in the Sky with Diamonds", dos Beatles, numa poca
em que eles faziam uso da substncia.
Maconha: Composto obtido da planta Cannabis Sativa, normalmente fumada sob a forma
de cigarros feitos a mo (baseados). Produzida a partir das folhas e inflorescncias,
dessecadas e trituradas do cnhamo e usada como droga alucingena, causando
excitao seguida de relaxamento, euforia, problemas com o tempo e o espao,
taquicardia, olhos avermelhados, diminuio dos reflexos e prejuzo da ateno e
memria recente.
Merla: Pasta base da cocana, preparada de forma diferente do crack, sendo tambm
fumada. Enquanto o crack ganhou popularidade em So Paulo, Braslia foi a cidade vtimada merla. Pesquisa recente mostra que mais de 50% dos usurios de drogas da Capital
Federal fazem uso de merla e apenas 2% de crack. Tambm conhecida como mela, mel
ou melado. Por apresentar um aspecto de "pasta", a merla no pode ser transformada
num p fino, no podendo, portanto ser aspirada como o caso da cocana p, e por no
ser solvel em gua tambm no pode ser injetada. Veja tambm Cocana.
Meperidina: Substncia sinttica, com efeitos semelhantes morfina, usada sob a forma
de sal do cido clordrico;
Mescalina: Alcalide alucingeno encontrado em certas espcies de cactus.
Metadona: Substncia sinttica, usada como sedativo e no tratamento de dependentes
em morfina, pois alivia a sndrome de abstinncia.
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Morfina: O principal e mais ativo alcalide obtido do pio, branco, cristalino, usado como
sedativo. Inicialmente foi utilizado na guerra por soldados feridos para alvio de dores
originadas pelos ferimentos.
Narcticos: pio e seus derivados (herona, morfina, codena), extrato de papoula ou
quaisquer produtos sintticos obtidos em laboratrio que causam sensao de leveza e
prazer, sonolncia, amnsia, analgesia, dilatao da pupila e presso arterial alta, entre
outros efeitos.
Neurotransmissores: Molculas que transmitem sinais qumicos entre os neurnios.
Nicotina: Alcalide existente nas folhas de tabaco, lquido, incolor e venenoso, presente
nos cigarros. Veja tambm Tabaco.
Oligospermia: Escassez de espermatozides no smen.
pio: Substncia extrada dos frutos imaturos de vrias espcies de papoula, utilizado
como narctico.
Opiides: Qualquer substncia, sinttica ou no, com ao semelhante do pio, mas
que no derive dele.
Opiide endgeno: Qualquer substncia de um grupo de peptdeos existentes
naturalmente que se ligam a receptores de opiceo de membranas celulares, ou neles
influem de outra forma; podem ter ao semelhante ou antagnica de opiceo. O grupo
compreende dimorfinas, endorfinas e encefalinas.
Overdose: Consumo excessivo de algumas drogas que pode levar morte.
Papoula: Planta herbcea da famlia das papaverceas, da qual se obtm o pio;
Peptdeos: Qualquer substncia formada por dois ou mais aminocidos unidos por
ligaes peptdicas.
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Peyote: Cactus que contm a mescalina, encontrado numa regio restrita do Mxico,
originalmente utilizada pelos ndios em cerimnias religiosas. Normalmente consumido
sob a forma de pedaos secos de seu topo.
Psicodlicas: A palavra Psicodlico vem do grego (psico = mente e delos = expanso) e
utilizada quando a pessoa apresenta alucinaes e delrios em certas doenas mentais
ou por ao de drogas. Veja tambm Alucingenos.
Psicoticomimticas: Drogas assim chamadas por "mimetizarem" um dos mais evidentes
sintomas das psicoses - as alucinaes. Veja tambm Alucingenos.
Psicotrpicos: Substncias que agem sobre o psiquismo, seja agindo como calmantes
ou como estimulantes.
Psilocibina: Alcalide alucingeno encontrado em certos cogumelos.
Skank: Supermaconha produzida em laboratrio por processos industriais, com nveis de
THC mais elevados que a maconha comum. O skank tem efeito at 10 vezes mais forte
que o da maconha e custa quase o dobro do ouro. Tem cotao em dlar e se tornou uma
das drogas preferidas entre os jovens mais ricos. Normalmente importado da Holanda
para o Brasil.
Sedativos: o nome que se d aos medicamentos capazes de diminuir a atividade do
crebro, principalmente quando num estado de excitao acima do normal. O termo
sedativo sinnimo de calmante ou sedante. Veja tambm Hipnticos, Ansiolticos,
Antiepilpticas e Analgsicos.
Sndrome de abstinncia: Sintomas desagradveis apresentados pelo dependente aps
ter ficado algumas horas sem usar a substncia na qual viciado.
Tabaco: Extrato da folha do fumo, sob a forma de cigarros, charuto ou simplesmente o
fumo mascado. Estimulante, causa uma sensao de prazer e reduz o apetite. Seu uso
prolongado provoca problemas circulatrios, cardacos e pulmonares. Uma das maiores
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causas de cncer de pulmo, bexiga, prstata e boca. Aumenta exponencialmente o risco
de aborto e parto prematuro. Mulheres que fumam durante a gravidez aumentam as
chances de gerarem filhos com peso abaixo do normal.
Tensioltico: Veja Ansiolticos
Tetraidrocanabinol: Substncia fenlica, encontrada nas folhas e flores da maconha e
principal responsvel pelos efeitos - narctico, alucingeno e antiemtico - causados pelo
consumo desta; THC.
Tranquilizantes: Veja Ansiolticos
THC: Ver tetrahidrocanabinol.
Uso: Utilizao adequada de alguma substncia qumica sob orientao mdica.
Vitamina K: Veja Ketamina
Xarope: Composto farmacutico, originalmente utilizado para alvio da tosse. Algumas
dessas formulaes, por conter codena e pela sua facilidade de obteno em farmcias,
so utilizadas como narcticos.
Xerostomia: Secura excessiva da boca.
Abaixo trazemos algumas linguagem tpicas utilizadas no mundo das drogas:
A
- cido - LSD (cido lisrgico)
- Acochar - apertar o cigarro de maconha
- Apagar - entregar-se, etorpecer
- Arpo - seringa de injeo
B
- Babila - carto onde se pe o p para aspirar23
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- Baga - tco de cigarro de maconha
- Bagana - o mesmo que baga; tco de cigarro
- Bagulho - maconha
- Bandeira - bobeira
- Banho - plena exaltao
- Barrufo - trago de cigarro de maconha
- Beata - o mesmo que baga ou bagana
- Bhang - maconha
- Boca - local de venda ou reunies
- Boca de asfalto - local de venda na rua, em esquina ou praa pblica
- Boca de fumo - local de venda, sob teto
- Bode - aquele que apaga, entorpece
- Bolinha - anfetaminas, excitantes geralmente ingeridos com guaran ou coca-cola.
C
- Cachimbo da paz - cigarro de maconha fumado por grupo
- Cafungar - aspirar o p (cocana)- Caminho - frao de p na babila
- Cana - priso, cadeia, presdio, xadrez
- Careta - o que no usa drogas
- Castigar - usar drogas, txicos
- Cemitrio - local de emergncia onde se depositam ou escondem as bagas, em caso de
perseguio
- Charo - cigarro de maconha
- Cheirinho da lol - drogas aspiradas, ter, leno embebido em ter
- Cheiro - cocana, herona
- Cherubim - o mesmo que cheirinho da lol
- Chincheiro - vendedor auxiliar, atravessador, intermedirio
- Chinfra - turma de viciados
- Chocar - modalidade de trfico: enterrar a maconha na areia da praia para evitar o
flagrante policial, em local previamente marcado.
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- Coisa - maconha
- Curtio - efeito forte, degustao do efeito
D
- Da poltica - o que acompanha a turma no vcio
- Desarvorao - alucinao
- Desarvorado - alucinado
- Desembelotar - desembaraar
- Devagar - no muito viciado, fuma pouco
- Dlar - cigarro grosso de maconha
E
- Embandeirar - jactar-se de ser viciado
- Erva - maconha
- Esquadrilha da fumaa - turma de maconheiros
- Estar na sua - ausentar-se mentalmente, entorpecer
F- Fajuto - tolo, idiota, fingido
- Fariseu - o que no fuma
-Fininho - cigarro fino de maconha
- Fumo - maconha
- Furo - revelar-se como alucinado (deu o furo)
G
- Gelado - o que est afastado do vcio
- Gerere - maconha
- Grilado - preocupado, atemorizado
- Grilo - preocupao, temor
J
- Jogada - participao em atos delituosos
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L
- Ligado - o que est sob ao dotxico
- Loque - bobo, otrio
M
- Manga-rosa - maconha de boa qualidade
- Marica - aparelho prprio para fumar, podendo ser papelo enrolado ou mesmo caixa de
fsforos, onde se pe, as bagas
- Marijuana - maconha
- Moc - local onde se estoca a droga
N
- Nego - viciado esperto, safo
O
- Ourio - viciado nervoso, impaciente, ouriado
P- Paiol - local de estocagem da droga (moc)
- Pico - (picada) - picada de seringa, injeo
- Pirado - chagado ao auge da alucinao
- Pitus - pequenas muito jovens levadas ao vcio
- P - qualquer txico de absoro nasal
- Puxar - fumar maconha
Q
- Quadrado - o que no entra na jogada, fora de moda
R
- Refrescar - fazer pausa no vcio, sem o abandonar
- Ritual - preparao de sesso de intoxicao
- Rebite - anfetamina
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S
- Sauna - fumar maconha, em grupo, em recinto fechado s vezes at dentro de um carro
T
- Transa - transao, comrcio entre traficantes
V
- Vapor - vendedor, fumaa da sauna
- Viagem, vinte e cinco - alucinao pelo LSD
Iami Tiba, em seu livro Anjos Cados, traz tambm algumas grias utilizadas por
usurios de drogas:
queimar um - fumar
mocosar - esconder
caretao - livre de qualquer efeito da maconha
sussu - sossegorol - volta
pifo - bebedeira
rolar - preparar um cigarro
cabea feita - fuma antes de ir a um lugar
chapado - sob o efeito da maconha
bad trip - viagem ruim, com sofrimentos
nia - preocupao
marofa - fumaa da maconha
tapas - tragadas
palas - sinais caractersticos das drogas
larica - fome qumica
matar a lara - matar a fome qumica
maricas - cachimbos artesanais
pontas - parte final da maconha no fumada
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cemitrio de pontas - caixinha ou recipientes plsticos usados para guardar as pontas
pilador - socador para pressionar a maconha j enrolada dentro da seda
dichavar o fumo - soltar a maconha compactada em tijolos ou seus pedaos e separar as
partes que lhe do gosto ruim
sujeira - situao perigosa
danou - usurio que foi flagrado fumando
mocs - esconderijos de droga
"pipou uma vez, est fisgado"
MECANISMO DE AO
Segundo os Prof. Sollero T. C.S. e Prof. Amaral J.R., quando uma pessoa usa
uma droga psicoativa e o efeito por ela produzido de alguma forma agradvel, este
efeito adquire para aquela pessoa o carter de uma recompensa. Como o comprovam
estudos experimentais realizados por psiclogos comportamentalistas, todos os
comportamentos que so reforados por uma recompensa tendem a ser repetidos e
aprendidos. E as sucessivas repeties tendem a fixar no s o comportamento que
conduz recompensa, mas, tambm, estmulos, sensaes e situaes indiferentes
eventualmente associados a esse comportamento. Os usurios de drogas referem, por
exemplo, que o ver certos lugares ou pessoas, o ouvir certas msicas, etc.,
desencadeando-lhes a vontade de usar sua droga preferencial.
Usando tomografia com emisso de psitrons (PET), a Dra. Edythe D. London e
seus colegas do Centro de Pesquisa em Adio, em Baltimore, obtiveram imagens
mostrando que em pessoas que haviam usado cocana, deixas associadas ao uso dacocana, disparavam aumento no metabolismo da glicose em regies cerebrais
associadas com a memria e o aprendizado (crtex pr-frontal lateral, amgdala e
cerebelo). Estudos recentes indicam que h uma cadeia de reaes, envolvendo diversos
neurotransmissores, que culmina com a liberao do neurotransmissor dopamina em uma
regio do crebro chamada ncleo accumbens. Este ncleo, que recebe projees de
clulas dopaminrgicas situadas na rea tegmental ventral, um local de convergncia
para estmulos procedentes da amgdala, hipocampo, rea entorrinal, rea cingulada28
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anterior e parte do lobo temporal. Deste ncleo partem eferncias para o septo,
hipotlamo, rea cingulada anterior e lobos frontais. Devido s suas conexes aferentes e
eferentes o ncleo accumbens desempenha importante papel na regulao da emoo,
motivao e cognio.
Robinson e Kolb verificaram que a administrao repetida de anfetaminas, em
ratos, produzia alteraes morfolgicas no ncleo accumbens e no crtex pr-frontal, que
duravam mais de um ms. A exposio anfetamina produzia aumento no comprimento
dos dendritos, na densidade das espinhas dendriticas e no nmero de espinhas
ramificadas dos neurnios espinhosos mdios do ncleo accumbens e efeitossemelhantes nos dendritos apicais da camada III de neurnios piramidais no crtex pr-
frontal.
Ainda, segundo os Professores Sollero T. C.S. e Amaral J.R. certas caractersticas
parecem ser comum a todas as drogas que levam ao abuso:
O desejo similar para todas as que produzem dependncia, embora diferentes
grupos de drogas tenham diferenas no efeito fisiolgico e comportamental,
Fatores ambientais influenciam no somente o efeito agudo da droga, mas tambm
a probabilidade de eventual dependncia, bem como a sua recada.
H uma predisposio gentica para a dependncia.
Na continua exposio droga, o desejo de consumi-la aumenta, embora em
muitos casos a capacidade da droga em produzir euforia apresente uma gradativa
diminuio.
Para muitas drogas o desejo no ocorre durante a sndrome de abstinncia, masquando o efeito mximo da droga comea a declinar.
fcil compreender a grande variedade de efeitos para diferentes classes de drogas,
porque cada classe afeta diferentes sistemas de neurotransmissores, no entanto, a
dependncia uma condio comum a todas as drogas.
Robinson e Berridge em 1993, demonstraram que diferentes classes de drogas
psicoestimulantes e o abuso de drogas levavam a um aumentam da concentrao
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extracelular de dopamina no ncleo accumbens, uma rea do sistema dopaminrgico
mesolmbico, incluindo as drogas: cocana, anfetamina, opiide, lcool, cafena,
barbitrico e nicotina.
Como foi descrito por Nastler (1994) a dopamina atua na protena G, alterando os
nveis de AMPc no ncleo accumbens. O AMPc ativa vrias protenas quinases que
regulam fatores de transcrio como CREB (elementos que se ligam protena em
resposta ao AMPc). Estes fatores de transcrio ligam-se a regies especificas no DNA
promovendo aumento ou diminuio na velocidade de certas transcries gnicas. O
stress agudo e principalmente crnico contribui com a liberao intensa de
glicocorticides, que so conhecidos por aumentarem a sensibilidade do ncleo
accumbens ao abuso de drogas, porque facilita a liberao da dopamina neste ncleo.
A base gentica da dependncia afeta mltiplos genes localizados no genoma.A
transcrio da ativao do receptor dentro do sistema dopaminrgico parece levar a
ativao de gens especifico (C-fos), que ativam a protena (protena relacionada Fos) que
pode ter um papel neuroadaptativo para administrao repetidas de drogas.Nova anlise
gentica como a manipulao do genoma molecular ajuda a identificao de elementosque podem conferir vulnerabilidade para abuso de drogas e dependncia.
EXAMES TOXICOLGICOS DE DETECO
O teste de uso de entorpecentes o mais eficaz procedimento para identificao
segura de usurios de drogas. Estes testes so usualmente baseados na anlise de
amostras de sangue e urina e possuem um alto grau de preciso, porm as drogas so
rapidamente metabolizadas e facilmente excretadas pelo corpo fazendo com que a janelade deteco destes testes dificilmente ultrapasse as primeiras 72 horas do consumo da
substncia entorpecente; Este perodo de deteco pode ainda ser influenciado pela
quantidade/qualidade da droga ingerida, logo o resultado negativo no significa que o
indivduo no realmente um usurio habitual de drogas e sim apenas que ele no a
consumiu nas ltimas horas.
Segundo um artigo do Hospital Israelita Albert Einstein, a anlise toxicolgica para
verificao do consumo de drogas vem sendo utilizada no meio profissional, no esporte,30
Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados a seus respectivos autores.
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no auxlio e acompanhamento da recuperao de usurios em clnicas de tratamento e
em pesquisas. H testes disponveis para a deteco de qualquer tipo de substncia
psicoativa (maconha, cocana, barbitricos, opiceos, anfetaminas e ecstasy).
H trs tipos de exames capazes de detectar a presena de drogas no organismo:
EXAME DE URINA
As drogas so geralmente destrudas (metabolizadas) pelo fgado e eliminadas
pela urina. Portanto, analisar a urina em busca de metablitos das drogas um dos
mtodos para se detectar a presena do consumo de drogas. A urina geralmente aceita
como amostra para verificar o uso recente de drogas de abuso, mas no permite distinguir
o usurio ocasional do abusivo ou do dependente. O perodo de durao da
detectabilidade das drogas varia de acordo com a freqncia e intensidade do uso das
mesmas. Este perodo pode variar de poucas horas at 27 dias (ver tabela abaixo). A
anlise de amostras de urina podem detectar o uso de maconha e de cocana em
perodos mais longos. J o lcool metabolizado e eliminado rapidamente e os exames
toxicolgicos detectam somente o uso feito nas ltimas horas. A exata concentrao da
droga ou de seu metablito presente na urina no pode ser estimada; oferecendo umresultado preliminar. A quantificao da droga realizada, quando solicitada, por
metodologia especfica em centros especializados. Portanto, a interpretao do resultado
desta triagem deve ser submetida considerao clnica e ao julgamento profissional do
mdico. Ainda, as concentraes de deteco do mtodo seguem as recomendaes da
"Substance Abuse and Mental Health Services Administration" SAMHSA, EEUU..
DURAO DA DETECTABILIDADE DAS DROGAS DEABUSO NA URINA:
Substncia Durao da Detectabilidade
Anfetamina 48 horas
Metanfetamina 48 horas
Barbitricos:Ao curta 24 horasAo Intermediria de 48 a 72 horasAo Prolongada 7 dias ou mais
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Benzodiazepnicos 3 dias (dose teraputica)
Metablitos da Cocana de 2 a 3 diasMetadona 3 dias aproximadamente
Codena / Morfina 48 horas
Canabinides (maconha):Uso nico 3 diasUso Moderado 4 diasUso Intenso (dirio) 10 diasUso Crnico de 21 a 27 dias
Metaquoalona 7 dias ou mais
Feniciclidina (PCP) 8 dias apoximadamente
Journal of the American Medical Associations Council onScientific Affairs, 1987, pp. 3, 112
EXAME DE SANGUE
Pesquisa direta da droga no sangue. O exame de sangue possibilita apenas
verificar o uso recente de substncias (algumas horas). Este exame realizado em
centros especializados.
TESTE DO CABELO
A anlise de amostras do cabelo ainda no considerada vlida por ter sua
eficcia e utilidade sendo discutida no meio cientifico. Portanto, a credibilidade deste
tipo de teste precisa de mais estudos. O cabelo cresce cerca de um centmetro por
ms. A base do fio est dentro do couro cabeludo e ricamente irrigada pelo sangue.
Quando algum usa uma droga, parte da substncia absorvida pelo sangue que irriga
o couro cabeludo e se deposita no cabelo. Quando ele cresce, leva a droga acumulada
consigo. Com isso, o teste do cabelo seria capaz de detectar o consumo de drogas por
vrios meses (cada centmetro de cabelo seria um ms de uso). importante salientar
que os teste de deteco de drogas s podem ser realizados aps autorizao do
indivduo por escrito ou em condies de urgncia clnica. No ambiente hospitalar a
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triagem para drogas de abuso realizada exclusivamente para avaliao e suporte da
conduta mdica, no podendo ser utilizado como subsdio para outras aes.
O RIAH Radioimmunoassy of Hair um teste para a deteco de usurios de
entorpecentes baseado na anlise de amostras de fios de cabelos. Vantagens: O
aumento da janela de deteco em at 45 vezes, a estabilidade da presena de traos
indicadores do consumo nos fios de cabelo e a possibilidade da coleta ser realizada em
um ambiente no-laboratorial.
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