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www.folhaopiniao.com.brTerça-feira, 16 de junho de 2015
Virada Cultural acontece neste final de semana Um dos maiores eventos
culturais do mundo, a Virada Cultural chega a sua 11ª edi-ção nos dias 20 e 21 de junho. Refletindo o espírito da “cidade que nunca dorme”, a Virada oferece, durante 24h, atrações gratuitas nos mais variados gêneros artísticos.
Com o objetivo de descen-tralizar sua grade de progra-mação e estar ao alcance de um número maior de pessoas, a Virada deste ano acontece em várias regiões de São Paulo. Bairros como Campo Limpo, Penha, Ermelino Matarazzo, Itaim Paulista, Heliópolis, Cida-de Tiradentes, Jaraguá, Santa-na, Belém, Pinheiros, Interlagos
Terça-feira, 16 de junho de 2015
Johnny Marr se apresenta no Festival Cultura InglesaO Festival, que marca os 80
anos da Cultura Inglesa, trará para o final de semana da Virada exposições, shows e espetáculos internacionais
A 19ª edição do Cultura Inglesa Festival, que acontece em São Paulo, de 04 a 21 de ju-nho, fará parte da programação oficial da Virada Cultural 2015, evento promovido pela Prefei-tura de São Paulo por meio da Secretaria Municipal de Cultura, no final de semana dos dias 20 e 21 de junho.
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‘Retorno a Ítaca‘,em cartaz noReserva Cultural
e Pompéia, receberão música, saraus, afoxés e apresentações nos CEUs, SESCs e equipamentos da Secretaria de Cultura.
A Virada reforçou a multi-disciplinaridade da curadoria colegiada e conta com represen-tantes de áreas diversas, como Alex Atala em gastronomia; Mar-tinho Lutero, maestro do Coral Paulistano Mário de Andrade, em música erudita; Thomas Haferlach, criador do coletivo Voodoohop, na consultoria das festas de rua; e Henrique Rubin, que atua na Gerência de Ação Cultural do Sesc-SP. O evento tem início com a Orquestra Paulistana e com encerramento de Caetano Veloso.Pagina 3
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Folha Opinião Comunicação, Eventos e Jornalismo Ltda - cnpj: 11.603.231/0001-06
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Reportagem: Bianca Fernandes Editoração eletrônica: Rebecca Sá e Rafaela Mansano
Colaboradores: Éssio Minozzi Júnior, Lucas Goulart e Tarcílio de Souza Barrros.Editor: Maurício Araújo
A reportagem, eu encontrei no Independent (4/6), mas originou--se de uma matéria da CNN Money (3/6) de autoria do enge-nheiro Ray Kurzweil. Tratava de inteligência artificial e seu título era “Humanos serão híbridos em 2030”. O futurista e principal engenheiro do Google no assun-to acredita que nanoimplantes feitos de fios de DNA dentro de nossos cérebros estarão conec-tados “à nuvem” e aumentarão nossas inteligências em um futuro muito próximo.
“Nosso pensamento será um híbrido de biológico e não bioló-gico”, ele previu. Segundo o autor, mais à frente em seu artigo, a inteligência humana aumenta-rá à medida que “maior e mais complexa” ficar a colossal rede de servidores que a turma da tecnologia convencionou cha-mar de “nuvem”. Cabem aqui algumas perguntas: será quer o autor acredita que o avanço da nossa inteligência vai passar a depender de uma rede mundial de servidores? Só cresceremos intelectualmente pela “nuvem”? E quais serão as qualidades, habilidades e qualidades que nos aguardam, segundo o autor, nas “névoas digitais”?
Ray Kurzweil é um inventor conhecido por fazer previsões acertadas. É um engenheiro de alta qualificação e o que ele diz merece ser ouvido. Mas o homem também é um executivo, um en-genheiro envolvido em projetos
do Google que tem um interesse imenso em inteligência artificial e seu futuro monopólio. Kurzweil é também o garoto-propaganda das ambições do Google na área e o que ele diz deve ser filtrado para extrairmos os interesses mercantis embutidos em seus discursos.
Para aqueles que acreditam ainda em mitos da era pré-ciber-nética, o autor assegura que não haverá o perigo de revoluções robóticas. E que cada um de nós tem a responsabilidade de “controlar a tecnologia e seus perigos”, adicionou ele à CNN.
O cérebro do homem ainda não foi inteiramente decifrado e estudado pela medicina e pela comunidade científica inter-nacional. Conectar um cérebro humano a uma rede de computa-dores hoje ainda nos parece uma forma de brutalização, redução e sujeição do ser humano. Afinal, nenhuma máquina ou progra-mação cibernética é capaz de re-plicar as imensas, insondáveis e profundas capacidades da mente humana. E “turbinar” o cérebro através de implantes não é au-mentar a inteligência: é fazer contínuas atualizações de dados. Aumentar a memória e a capa-cidade de armazenamento do cérebro não significa aumento de inteligência: é contentar-se em viver a vida como um terminal digital com muita informação e nenhuma interação.
O Frankenstein cibernético
Do Observatorio de Imprensa
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O negócio chamado comunicaçãoAntes, uma entre as muitas
definições do jornalista era a de reportar ao grande público informações e imagens do que acontecia nas ruas. Atualmente, qualquer adolescente com seu smartphone pode em segun-dos enviar fotos e textos para qualquer pessoa ou veículo, e em qualquer parte do mundo. Existem hoje aparelhos e aplica-tivos que permitem ao cidadão comum viver seu momento de repórter. Condições e capacita-ções recomendáveis à profissão passaram, com os anos, de obri-gatórias para opcionais. Mas, em que momento a tecnologia rela-tiviza o jornalismo e o ameaça?
As mudanças não apenas tornaram mais difícil conceituar os profissionais de comunicação, como trouxeram crise aos negó-cios. As empresas que tinham por hábito procurar profissio-nais com “tarimba” para a eles associar suas marcas, atual-mente pesquisam referências de popularidade com o objetivo de expandir seu alcance e aumentar o número de cliques.
Os reflexos do cenário são perceptíveis. Isso porque qual-quer veículo de comunicação é, antes de tudo, um negócio, e como tal preza por fontes de receita. Mas tais fontes se sustentam, e em grande parte, na publicidade, que por sua vez se abriga onde há audiência. Em paralelo, o fenômeno de as pessoas se informarem mais por
redes sociais do que por veículos tradicionais de informação faz a receita com a propaganda se dis-persar, em velocidade crescente. Isso obriga as grandes mídias a cortar gastos, a enxugar a folha de pagamento e, em alguns casos, ao encerramento das atividades.
Na maioria das vezes, os jor-nalistas não trabalham para outro jornalista. Antes, se reportam a um empresário. O fato revela hierarquia e aponta para quem tem a última palavra. A tomada de decisão é, em geral, coerente com o que ele entende por prioridade.
Não se pretende aqui sinalizar que a tecnologia e seus avanços são algo ruim. O desenvolvimento de novas ferramentas propi-cia um processo de quebra de paradigmas. Tal processo, por estar ainda em ebulição, promo-ve mudanças de mercado que, neste instante, não nos permitem vislumbrar novos modelos de negócio/comunicação ainda não criados, ou mesmo imaginados. Há hoje mais dúvidas que res-postas. Algo não muito palatável, mas natural do movimento de renovação na era da informação.Espaço pensante
O comunicador moderno se percebe diante da necessidade de dar novos significados ao que já tinha por concreto. Reflexões sobre novas medições de feed-backs, sobre avaliações do que se entende por sucesso no jornalis-mo atual, ou ainda sobre a busca de sincronia entre ser ao mesmo
tempo rentável e relevante vieram substituir outros questionamentos que faziam parte da sala de aula nas faculdades de comunicação social, como, por exemplo, a exis-tência de imparcialidade, ou não. Os tempos são outros, as questões também. E ainda não há respostas prontas.
A ameaça ao futuro do jornalis-mo não está no avanço da tecnolo-gia. Antes, os riscos se encontram se o universo acadêmico não se apresentar como espaço pensan-te para novas ideias e buscas (ou construção) de novas respostas. Há certo tempo, as instituições tidas por academias abriram mão do experimento e da criação. Com isso deixaram de oxigenar o mercado para apenas produzir profissionais pasteurizados e em fôrmas. É cada vez mais rara a originalidade na academia. Cada vez mais os dife-renciais das faculdades evaporam, para se apresentarem como irmãs gêmeas.
É preciso ousar. O risco, o pen-sar, o cair e o levantar cabem à atmosfera das universidades. Elas precisam se mostrar como esperança na construção de novos horizontes. Para a comunicação, o exterminador do futuro não são as máquinas, mas a acomodação. A essas instituições roga-se ousadia para não se conformarem com o status quo. Assim como a tecno-logia, devem quebrar paradigmas e assegurar vida longa ao negócio chamado comunicação.Leonardo Rodrigues do Observatorio de Imprensa
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3 CULTURA
Virada Cultural acontece neste final de semana Um dos maiores eventos
culturais do mundo, a Virada Cul-tural chega a sua 11ª edição nos dias 20 e 21 de junho. Refletindo o espírito da “cidade que nunca dorme”, a Virada oferece, durante 24h, atrações gratuitas nos mais variados gêneros artísticos.
Com o objetivo de descentra-lizar sua grade de programação e estar ao alcance de um número maior de pessoas, a Virada deste ano acontece em várias regiões de São Paulo. Bairros como Campo Limpo, Penha, Ermelino Matarazzo, Itaim Paulista, Heli-ópolis, Cidade Tiradentes, Jara-guá, Santana, Belém, Pinheiros, Interlagos e Pompéia, receberão música, saraus, afoxés e apresen-tações nos CEUs, SESCs e equipa-mentos da Secretaria de Cultura.
Também preocupada em ampliar o leque de linguagens artísticas presentes no evento, a Virada reforçou a multidiscipli-naridade da curadoria colegiada e conta com representantes de áreas diversas, como Alex Atala em gastronomia; Martinho Lute-ro, maestro do Coral Paulistano Mário de Andrade, em música erudita; Thomas Haferlach, cria-dor do coletivo Voodoohop, na consultoria das festas de rua; e Henrique Rubin, que atua na Gerência de Ação Cultural do Sesc-SP, representando a institui-ção que promove todos os anos diversas atrações da Virada. Pela primeira vez, a programação de cinema será coordenada pela Spcine, empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo.
Abertura Junina
A Praça da República recebe o “Arraial da
Inezita Barroso”, que homenageia a cantora,
compositora e pesquisadora cultural popular que
faleceu em março deste ano. Celebrando a música
caipira e de raiz, o palco recebe a abertura oficial
da virada, realizada pela Orquestra Paulistana de
Viola Caipira, regida pelo maestro Rui Torneze. A
dupla mineira Zé Mulato e Cassiano, os paulistas
Pedro Bento e Zé Estrada, e os grupos Matuto
Moderno – acompanhado do violeiro índio
Cachoeira – e Os Favoritos da Catira se apre-
sentam no local. Na praça também poderão ser
encontradas diversas opções de comidas típicas
das festas juninas, entre elas, milho, canjica,
quentão, vinho quente e churrasco.
Jovem Guarda
Os 50 anos da Jovem Guarda, símbolo do
rock nacional que influenciou a música, moda
e comportamento da juventude das décadas
de 1960 e 1970, serão homenageados em
palco montado na Av. São João. Durante 24h,
integrantes do movimento como Jerry Adriani,
Leno e Lilian, Golden Boys, Paulo Cesar Barros,
Martinha, Vanusa, Wanderléa e Erasmo Carlos
cantam seus maiores sucessos.
Viradinha
A “Viradinha” se concentra no entorno
da Praça Rotary, onde se localiza a Biblioteca
Infantojuvenil Monteiro Lobato, e acontece em
parceria com o programa São Paulo Carinhosa.
A atração reúne atividades para toda a família,
como oficinas de produtos recicláveis, horta,
grafiti e músicas e sensações para bebês; shows
de grupos como o grupo Palavra Cantada, Gru-
po Tri e Trupe Pé de História; espaço de dança
e bate-papo para mães; feira gastronômica de
alimentação saudável e diversas brincadeiras.
Nos CEUs também haverá programa-
ção voltada ao público infantil, que poderá
participar de contação de histórias, teatro e
espetáculos circenses.
Gastronomia
Nesta edição da Virada Cultural, mais uma
vez, a Gastronomia ganhou atenção especial.
Além do “Galinhódromo”, espaço onde restau-
rantes apresentam suas receitas de galinhada,
que funcionará na Praça Roosevelt, o evento
terá diversas opções para o público recarregar
as energias durante as 24 horas do evento.
Na região da Luz, a nova tendência de
comida de rua, os “bike foods”, ocuparão as ruas
com opções de comidas brasileiras, peruana,
japonesa, vegetariana, cachorro quente, paletas
mexicanas, bolos e waffles, entre outras. Já no
Largo São Francisco estará a feira gastronômica
que é uma das principais responsáveis pela
popularização da comida de rua, o Chefs na Rua.
Para as crianças, além das comidinhas
saudáveis que vão estar à disposição na região
da Rua General Jardim, próximo da Biblioteca
Monteiro Lobato, onde deve ficar concentrada a
“Viradinha”, haverá uma novidade, que ocupará
o Pátio do Colégio: pela primeira vez, a Virada
Cultural recebe a Feira Gastronômica da Magali,
em homenagem aos 50 anos da personagem,
comemorados neste ano. O cardápio foi prepa-
rado especialmente para a ocasião, inspirado
nos pratos preferidos dos personagens da
Turma da Mônica. Cada barraca faz alusão a
um personagem diferente, e serão servidas
comidas brasileira e italiana, espetinhos e bar-
raquinhas especializadas em comida saudável.
Piano na Praça
Atração tradicional da Virada, a Praça Dom
José Gaspar recebe o projeto “Piano na Praça”
com Nelson Ayres, Clara Sverner e Adilson Godoy
ao longo do evento que tocam desde músicas
eruditas até populares.
Palco Júlio Prestes
O palco localizado na Praça Júlio Prestes
terá como programação de abertura a cantora
Margareth Menezes, às 21h, que faz uma ho-
menagem aos 30 anos do axé. O cantor Fábio
Jr. traz seu repertório romântico pela primeira
vez ao evento, às 3h. No domingo, às 15h, Emi-
cida comanda uma apresentação com diversos
convidados.
200 corais em toda a cidade
Nesta edição, pela primeira vez, a Virada
Cultural contará com uma programação especial
de corais. O Coral Paulistano Mário de Andrade,
corpo artístico do Theatro Municipal de São
Paulo, se apresenta em diversos espaços, como
o Cemitério da Consolação, Palácio da Justiça
e Sala do Conservatório da Praça das Artes. O
Coral “A Tempo” se apresenta no Mosteiro de São
Bento e na Igreja do Pátio do Colégio. Ao todo,
cerca de 2000 vozes irão compor o programa
dos corais.
Theatro Municipal
O palco do Theatro Municipal mais uma
vez recebe atividades durante as 24h do evento.
A abertura será realizada pela Orquestra Sinfô-
nica Municipal sob a regência do maestro John
Neschling. O trio Hermeto Pascoal, Arismar do
Espírito Santo e Nenê também se apresentam
no local. O já tradicional projeto Discos do
Municipal, que acontece desde 2007, recebe
artistas como Alaíde Costa, Laércio de Freitas
e Diana Pequeno.
Teatro, musicais e circos
O teatro será fortemente representado no
evento pelo palco instalado na Rua Araújo, onde
se localiza o Copan, e por intervenções de rua.
O palco Princesa Isabel, por sua vez,
recebe diversas peças musicais. Tiago Abra-
vanel canta Tim Maia, Rita Lee Mora ao Lado
e Mundo Mágico de Oz são algumas das opções
no local.
Já o Largo do Paissandu, a Ladeira da
Memória, a Praça Júlio Prestes e o Centro
de Memória do Circo receberão atividades
circenses como oficinas, espetáculos, jogos
e competições.
Festivais na Virada
Parcerias da Prefeitura de São Paulo,
por meio da Secretaria Municipal de Cultura,
democratizam e ampliam o alcance da Virada
Cultural deste ano.
Ação conjunta com o Consulado Geral de
Portugal em São Paulo dá origem ao evento
“Experimenta Portugal”, que celebra o Dia de
Portugal, de Camões e das Comunidades Por-
tuguesas por meio de ações de gastronomia,
música, literatura, cinema e turismo no Parque
Ibirapuera e no Pavilhão de Cultura Brasileira
(PACUBRA).
Já o Cultura Inglesa Festival traz a São
Paulo o melhor da cultura britânica, com
exposições, leituras dinâmicas e shows de
Johnny Marr, dos irlandeses The Strypes e de
Gaby Amarantos cantando as Divas Britânicas.
O Dia da Música, evento que acontece
simultaneamente em mais de 700 cidades de
100 diferentes países, também se une à Virada
Cultural. No centro da cidade serão montados
dois palcos onde irá acontecer shows das ban-
das mais votadas pelo público na Fan Page do
evento. Na região da Paulista se apresentarão
diversos grupos do cenário independente.
Programação Territorializada
Unidades do CEU também farão parte
da programação oficial da Virada Cultural
2015. Através delas, o evento torna-se mais
democrático e chega a outras regiões além do
centro da cidade.
A programação promove o encontro de
artistas locais e outros de grande visibilidade,
que ocorrem dentro e fora dos CEUs, além das
atividades infantis.
Destaque para as participações de
Ludmila, Planta e Raiz, Sampagode com par-
ticipação especial de Leci Brandão e Batalha
do Passinho.
Vale do Anhangabaú
No Vale do Anhangabaú, o público tam-
bém poderá conferir shows de artistas ligados
à cultura de rua, como o Rapper Dexter, a Ban-
da Opalas com Sandra de Sá, Milton Salles, um
dos precursores do Hip Hop, ex-produtor dos
Racionais MCs e criador do MH2O (Movimento
Hip Hop Organizado), Pepeu, Thaíde, Posse
Mente Zulu (Rappin Hood), Duckjam.
Encerramento
Para fechar com chave de ouro a Virada
Cultural 2015, Caetano Veloso se apresenta
no palco Júlio Prestes no domingo, 21, às
18h, fazendo um bis de sua performance do
Abraçaço.
Infraestrutura
A São Paulo Turismo – SPTuris, empresa
de turismo e eventos ligada à Prefeitura de São
Paulo – é responsável por praticamente toda
infraestrutura da Virada Cultural. Montagem
dos palcos, equipamentos de som, postos
médicos, ambulâncias, distribuição de totens
de sinalização, banheiros químicos, grades e
outras estruturas são planejadas pela empresa
com antecedência.
Algumas estruturas começam a ser mon-
tadas a partir de terça-feira (16 de junho) e
continuam durante a semana, sem interferir
na rotina da região central, para que tudo
esteja pronto no fim de semana do evento. Há
contratação de equipes de segurança, carre-
gadores, de limpeza, produção de eventos e
outros, totalizando cerca de 2,5 mil pessoas.
Confira abaixo alguns números da Vira-
da Cultural 2015:
• 700 pessoas de serviço contratadas
(bombeiros, carregadores e limpeza)
• 4 Postos Médicos por 24 horas com 42
ambulâncias, sendo 16 com UTI
• 1.200 metros de fechamento metálico
• 10 telões de 4×3 metros cada
• 800 cavaletes e 100 cones para interdi-
ção das vias + 2 km de fita zebrada
• 50 geradores, gerando 10.500 kVA
• 1.000 sanitários entre padrão e adap-
tados para PNE
Acessibilidade
Em sua 11ª edição, a Virada traz 35
atrações especiais com acessibilidade. Serão
33 atividades com libras (incluindo o encer-
ramento), uma com audiodescrição e uma
sessão com vários filmes para crianças com
e sem autismo, que recebe cuidados como luz
acesa, som em menor volume e monitores.
Perfil do público e turistas
A última pesquisa feita pelo Observató-
rio de Turismo e Eventos na Virada Cultural
de 2013 revelou que o perfil do público que
é composto principalmente por pessoas com
idade de 18 a 24 anos.
Do público total, quase 80% era residen-
te na capital paulista, e pouco mais de 20%
tinha origem na Grande São Paulo ou eram
turistas. Destes últimos, a maioria era com-
posta de turistas domésticos, com origem no
interior de São Paulo e estados como Minas
Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e Paraná.
O presidente da SPTuris e secretário
municipal para Assuntos de Turismo, Wilson
Poit, ressalta ainda a importância desses
visitantes para a cidade. “Eles ficaram quase
três dias em média em São Paulo e gastaram
cerca de R$ 1.200 no período, o que repre-
senta uma grande movimentação e retorno,
porque eles também acabam usufruindo da
oferta de toda cadeia turística da capital,
como restaurantes, bares, casas noturnas,
lojas e diversos estabelecimentos”.
Este ano, será feita nova pesquisa na
Virada Cultural com 1,2 mil entrevistas em
15 locais com 20 pesquisadores. Além disso,
duas Centrais de Informação Turísticas
móveis (em vans) estarão em funcionamen-
to durante o evento para distribuição da
programação e fornecer informações sobre
atrativos da cidade.
www.folhaopiniao.com.brTerça-feira, 16 de junho de 20154 CULTUIRA
Johnny Marr se apresenta no Festival Cultura InglesaO Festival, que marca os
80 anos da Cultura Inglesa, trará para o final de semana da Virada exposições, shows e espetáculos internacionais
A 19ª edição do Cultura Inglesa Festival, que acontece em São Paulo, de 04 a 21 de junho, fará parte da progra-mação oficial da Virada Cul-tural 2015, evento promovido pela Prefeitura de São Paulo por meio da Secretaria Mu-nicipal de Cultura, no final de semana dos dias 20 e 21 de junho. Na ocasião, o Festival oferecerá uma programação diversificada com o melhor da cultura britânica, com duas exposições, um espetáculo selecionado no Fringe Festival de Edimburgo, duas leituras dramáticas e ainda o show de encerramento com o presen-ças do veterano Johnny Marr, dos irlandeses do The Strypes e também Gaby Amarantos, cantando as Divas Britânicas.
Conheça a programação do Cultura Inglesa Festival que integrará a Virada Cultural 2015:
MúsicaO lineup desse ano traz ar-
tistas de diferentes gerações e influências, prontos para fazer um evento inesquecível. No show que encerrará o Festival, no dia 21 de junho no Memo-rial da América Latina – Av. Auro Soares de Moura Andra-de, 664, Barra Funda, a partir das 12h – a banda de alunos Blue Drowse e a banda de professores da Cultura Inglesa Staff Only, compartilharão o palco com grandes artistas,
como os jovens The Strypes, a paraense Gaby Amarantos, e o veterano Johnny Marr. Gaby Amarantos fará um tributo às divas britânicas, acrescentando ao repertório seu tempero tec-nobrega para botar todo mundo pra dançar. O set list foi escolhido a dedo pela cantora, que pro-mete homenagear Adele, Amy Winehouse e até mesmo o ícone Freddie Mercury. Com seu rhythm and blues, o quarteto irlandês The Strypes virá pela primeira vez ao Brasil, para apresentar um rock’n roll de primeira. A banda é formada por jovens, mas que têm referências no blues clássi-co e fazem releituras de alguns nomes tradicionais do gênero. Para completar, o ex-guitarrista e compositor da clássica banda The Smiths, Johnny Marr, traz ao Brasil o show do álbum Playland, lançado em 2014. O músico, que também tocou com The Cribs e Modest Mouse, tocará músicas de seu novo álbum e relembrará sucessos de sua longa carreira. Classificação livre, menores de 14 anos somente acompanhados pelos responsáveis.
Os ingressos precisam ser solicitados e retirados com an-tecedência em um dos pontos de distribuição (abaixo) ou no site, app ou fanpage da LivePass.
Pontos físicos para retirada de ingressos do show:
• Teatro Gazeta – Av. Paulista, 900 – Piso Térreo. Horário de Fun-cionamento: De Terça a Domingo – das 14h às 20h
• Estádio do Morumbi (Bi-lheteria 4) Praça Roberto Gomes Pedrosa, S/N – Morumbi. Horário de Funcionamento: De segunda a
domingo – das 10h às 18h (Não funciona em dias de jogos)
ExposiçõesFantástico Mundo BritânicoA exposição Fantástico Mun-
do Britânico acontece no Centro Cultural São Paulo, situado à Rua Vergueiro, 1000, Paraíso, nos dias 20 e 21 de junho, das 10h às 18h. Nela, o visitante terá a chance de vivenciar uma expe-riência única de transposição da realidade a um mundo mágico, onde fantasia e realidade esta-rão lado a lado. A construção deste universo foi idealizada pelo renomado Atelier Marko Brajovic, responsável por outras mostras de sucesso como “Da-vid Bowie” e “Stanley Kubrick“, exibidas no MIS. Classificação livre. Não é necessária retirada de ingressos.
Artes VisuaisTrês projetos vencedores
do edital da Cultura Inglesa na categoria de artes visuais com-põem a programação: “Portrait Gallery”, releitura de retratos da história da arte, “Princípia”, uma homenagem aos proce-dimentos de Isaac Newton e “Utopian News From Nowhere”, um registro sobre a produção de estampas e desenhos, baseado no livro Utopian News From Nowhere, de William Morris. As três exposições, poderão ser vistas no Centro Brasileiro Britâ-nico – R. Ferreira de Araújo, 741, Pinheiros – 20 e 21 de junho, das 10h às 16h. Classificação livre. Não é necessária retirada de ingressos.
EspetáculosBiding Time (remix)O espetáculo baseia-se nas
experiências vividas pela cantora e compositora Louise Quinn no mundo da música. Concebido pela banda A Band Called Quinn, a sessão é uma inovadora his-tória musical, uma resposta às situações, contradições e expec-tativas das mulheres no mundo da música. (Espetáculo em in-glês, legendado). A peça acontece no dia 20/06, na Oficina Cultural Oswald de Andrade – Rua Três Rios, 363, Bom Retiro – às 20h. Classificação 14 anos. Retirada de ingressos no local, 1 hora antes do espetáculo.
Traverse PlayReadinG SeasonSérie de leituras dramáticas
que reúne seis peças que esti-veram em cartaz em agosto de 2014 no Traverse Theatre, em Edimburgo, durante o Edinburgh Fringe Festival, na Escócia. Na programação da Virada Cultural, serão exibidas realizadas duas leituras em português, “Homens nas Cidades” e “Espólio”.
Homens nas Cidades –
Storytelling contemporânea. Os personagens vão desde um garoto de 10 anos até o pai do próprio autor de 80 anos de idade. O suicídio de um jovem gay e a morte de um soldado britânico por uma ação terro-rista entrelaçam as histórias. A leitura acontece no dia 20/06, às 16h, no Núcleo Experimental – Rua Barra Funda, 637, Barra Funda. Classificação 16 anos. Retirada de ingressos no local, 1 hora antes do espetáculo.
Espólio – Diante da mídia mundial, a Ministra para As-suntos Externos está prestes a fazer um pequeno discurso dando uma ideia ao mundo do que será a relação da mais nova nação independente do mundo com o Reino Unido. A leitura acontece no dia 21/06, às 16h, no Núcleo Experimental – Rua Barra Funda, 637, Barra Funda. Classificação 16 anos. Retirada de ingressos no local, 1 hora antes do espetáculo.
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www.folhaopiniao.com.brTerça-feira, 16 de junho de 20156 ESPETÁCULO
www.folhaopiniao.com.brTerça-feira, 16 de junho de 20157 CULTURA
Amigos que apreciam a boa
mesa sugeriram ao jornalista e
sua convidada que fossem co-
nhecer a culinária do Restaurante
Club da Montanha, sob a orienta-
ção da chef Joyce Fernandes, que
obteve honrarias nas cozinhas dos
melhores restaurantes da Itália, e
seu marido Denis Martinho.
Este restaurante está situ-
ado dentro do Atibaia Club da
Montanha, um Condomínio de
luxo, situado a 1.700 metros de
altitude no topo da linda Serra da
Mantiqueira. Frente ao mesmo um
imenso lago de águas límpidas à
refletir o azul do céu, lembrando
os lagos chilenos. Fomos em esta-
ção outonal sob o perpassar dos
ventos frios dobrando as ramas
das árvores floridas.
Afinal desejávamos almoçar
um prato de peixe, seguido após
por um prato de massa. No car-
dápio vimos assinalado - Meka
à moda Provençal. Este peixe é
oriundo das águas frias do sul do
Brasil; se assemelha ao célebre
Congrio, também encontrado nas
águas geladas dos fiordes chile-
nos. Pablo Neruda poeta de Chile
o cantou em versos: “Caldillo de
Congrio, con su carne blanca, si
no conoce, no conece lo bueno
pescado de nuestro país”.
Nosso Meka também pos-
sui carne branca, um peixe sem
espinhas. Ordenamos sua vinda
à mesa. Chegou numa terrina de
barro fumegando, veio grelhado.
Pressentimos no paladar o sabor
das ervas da Provence, o untar de
honesto óleo de oliva prensado
à frio, o toque sutil na carne do
pescado umedecido pelo gene-
roso vinho branco. Estava bem
guarnecido por batatas rústicas
levados ao forno, e acompanhado
por um risoto provençal, regado
Só queria almoçar um prato de peixe
TARCÍLIO DE SOUZA BARROS
ESPECIAL
Tarcílio de Souza Barros é crítico de arte e analista de temas culturais
Uma surpresa gastronômica a cozinha do restaurante Club da Montanha
por suculento molho de tomates
frescos, aromatizado discreta-
mente pelas ervas das campinas
da Provence.
Bem degustado fomos al
secondo piatto. Um formidável
nhoque feito com batata-doce,
com um quase nada de farinha
branca. Veio tenro, levíssimo, na-
dando num molho avermelhado
de tomates frescos, com sabor
suavizado por ervas campestres.
Veio quente à mesa. A casa tem
outras versões como o prato de
nhoque al pesto, la carbonara,
quatro formaggio, al ragu, e a la
bolonhesa. Esse prato foi desen-
volvido pela chef Joyce Fernanda
com base nos seus trabalhos
culinários na região da Toscana.
A casa trabalha com produ-
tos selecionados, adquiridos por
Denis Martinho nos melhores
fornecedores da praça.
Chamou nossa atenção os
préstimos dos garções no cortes
atendimento aos comensais.
Na tavola di dolci assina-
lamos à vinda do Tiramissú, e
porque? É que este doce clássico
do repertório italiano, é perso-
nalizado por Joyce, com adição
de biscoitos champagne, legitimo
queijo mascarpone, vem molhado
com café feito no Moka, e uso de
açúcar cristal, umedecido no vino
bianco de Marsala, célebre cidade
de Sicília, Itália.
Após a lauta refeição fomos
brindados por uma taça de café
feito com grãos selecionados. Um
café digno para bons gourmets.
Afinal o jornalista e sua
convidada só queriam almoçar
um prato que ostentasse um sa-
boroso peixe!
Porque optar por esse restau-
rante?
Observando sua cozinha, qualidade
dos pratos, higiene, paisagismo
natural, preços adequados, o custo-
-benefício é uma atração imperdível
aos apreciadores da boa mesa.
Serviço ao leitor.
Restaurante Club da Montanha
Onde fica? - Atibaia Club da Mon-
tanha
Como chegar? - Km. 50 da Rodovia
Fernão Dias, através do bairro do
Portão.
Contatos: 11 4416 9212/99795
3133 (VIVO)
e-mail: restaurantedamontanha@
gmail.com
Funcionamento: Sáb. e Dom. das 12
às 15,30hs.
Avaliação: Excelente
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Quanto Custa?Todos nós sabemos da importância que comer bem traz benefícios para a saúde, ajuda a nos manter ativos para realizar as tarefas do dia a dia e
melhora até o humor. Uma alimentação saudável é aquela que reúne todas as substâncias de que o corpo precisa para funcionar corretamente. Requer muita diversidade de ingredientes em todas as refeições, com equilíbrio entre carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais. Para continuar mantendo a forma, temos que ter uma alimentação adequada, então confira alguns produtos e onde você pode encontrá-los.
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Caixa de MorangoEste produto pode ser en-contrado por 3,99 no Su-permercado Ipanema, loca-lizado na A. Tabelião Passa-rella, 876- Tel: 4604-2554
Cereal SucrilhosEste produto pode ser encon-trado por 4,75 no Supermer-cado Ipanema, localizado na A. Tabelião Passarella, 876- Tel: 4604-2554
NestonEste produto pode ser en-contrado por 5,49 no su-permercado Quality, loca-lizada na Av. Tabelião Pa-sarella, 58- Tel: 4604-2650
Danone Danio Este produto pode ser en-contrado por 1,99 no Su-permercado Quality, loca-lizado na Av. Tabelião Pa-sarella, 58- Tel: 4604-2650
Suco de Uva Este produto pode ser encon-trado por 13,60 no Prima Natuirale, localizada na R. Antonio de Oliveira,164- Tel: 4619-2880
MamãoEste produto pode ser encon-trado por 1,59 no Super Vare-jão Mairiporã, localizado na R. Ipiranga, 225- Tel: 4604-3931
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HORÓSCOPO
ÁRIES - 21.mar a 20.abrO momento pede voltar a ter mais aventura, arriscando adentrar campos de experiência. Resolva as dívidas até a solução final. Desapegue--se de um passado que já morreu.
TOURO - 21.abr a 20.maiAs relações pessoais trazem momentos de inten-sidade, pois você volta a mergulhar fundo nas análises e objeções a estas relações Desapegue--se de quem não serve mais.
GÊMEOS - 21.mai a 20.junÉ tempo de você revisar o que concluiu e se desapegar do que não serve. Uma nova ordem em sua rotina se faz necessária, incluindo-se aí a saúde, os hábitos e o trabalho.
CÂNCER - 21.jun a 21.julSaturno indica você retomar questões afetivas que pareciam estar consolidadas. Mantenha atitude objetiva nas afeições. Desapegue-se dos amores que já morreram.
LEÃO - 22.jul a 22.agoO contato com suas raízes precisará ser retoma-do em outro nível. Nem tudo em sua casa estava tão pronto assim. Há ainda o que se desapegar mais antes de dar solução final.
VIRGEM - 23.ago a 22.setAs mudanças em seu cotidiano e no lar não estavam prontas como poderiam parecer. Re-tome os estudos, a melhoria da comunicação e se desapegue do velho estilo de vida.
LIBRA - 23.set a 22.outVocê terá q voltar com velhas questões financeiras e materiais, de modo a resolvê-las por com-pleto. Não deixe as boas soluções incompletas. Desapegue-se do que não prospera.
ESCORPIÃO - 23.out a 21.novÉ tempo de voltar a pensar em você, de modo a afirmar com firmeza os valores e a orientação que pretende para si mesmo. Desapegue-se de velhos comportamentos.
SAGITÁRIO - 22.nov a 21.dezNem tudo fora resolvido nas questões íntimas e em relação ao passado. Há ainda o que cuidar. Por isso, você se recolhe. Desapegue-se de velhos vícios e medos profundos.
CAPRICÓRNIO - 22.dez a 20.janApesar de rever o valor de suas relações sociais, consolide as boas amizades. Por outro lado, tenha desapego em relação a velhos ambientes e lugares que não lhe servem mais.
AQUÁRIO - 21.jan a 19.fevRenasce a necessidade de aprimorar-se na atuação profissional. Há coisas no trabalho que precisam ser refeitas ou repensadas. Tenha desapego para com o que já passou.
PEIXES - 20.fev a 20.marSua filosofia de vida precisa ser redimensionada. Desapegue-se e descarte ideias velhas e embolo-radas. O sentimento é de renovação da esperança no lado bom da vida.
Saturno em seu movimento retrógrado ingressou ontem novamente no signo de Escorpião. As transformações e eliminações que pareciam resolvidas vão requerer uma limpeza mais a fundo, uma eliminação mais
completa, uma transformações mais total ainda. Escolhas de orientação que pareciam bem feitas exigem uma nova e melhor elabo-ração. Esta indicação celeste mostra que há soluções que não estão a contento no mundo emocional e quanto ao que precisamos nos desapegar por completo. Um desapego mais profundo é necessário
CRUZADAS
VARIEDADES
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GASTRONOMIA
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A panorâmica sobre Hava-na que abre Retorno a Ítaca, de Laurent Cantet, define o olhar do filme sobre aquele país – que é amoroso, realista e procura ser abrangente, nun-ca miúdo. Ou seja, explora as contradições do apego difícil por Cuba que une um quinteto de amigos maduros, cujo reen-contro move a trama.
Não fosse esse amplo e are-jado panorama, descortinado a partir de um terraço de um dos tantos prédios arruinados do centro velho da capital cubana, se poderia dizer que o filme é um huis clos quase teatral, em que a câmera circula na inti-midade destes personagens. Se não chega a sê-lo é também porque o mar e outras paisa-gens da ilha estão sempre pre-sentes no olhar dos amigos que se degladiam e se acolhem com tanta contundência e ternura ao longo da história, assinada por Cantet e pelo escritor cuba-no Leonardo Padura, a partir de personagens de uma de suas obras, La novela de mi vida.
Neste quinteto, está um mosaico humano exemplar da Cuba de hoje: Tania (Isabel Campos), uma médica que não consegue viver do minguado salário e cujos filhos e ex-mari-do se exilaram em Miami; Aldo (Pedro Julio Díaz Ferrán), en-genheiro que a custo consegue sobreviver reciclando baterias
CINEMA
RETORNO A ÍTACA
de automóveis; Rafa (Fernan-do Hechevarría), um pintor frustrado que vive de pinturas para turistas que detesta; Eddy (Jorge Perugorría), que deixou de ser escritor para tornar-se um bem-sucedido trambiquei-ro, ativo em esquemas de mer-cado negro; e Amadeo (Nestor Jimenez), cuja volta da Espanha, depois de 16 anos, é o motivo da reunião dos velhos amigos de juventude.
Nas conversas do grupo, que se estendem por toda uma tarde e noite afora, saltam as lembranças, cobrindo desde os romances consumados ou não ao engajamento de todos, ainda jovens, nas tarefas de constru-ção de uma revolução que lhes parecia então pura e justa – e
PONTO DE CULTURA
NEUSA BARBOSA
agora se lhes apresenta como um amontoado de desilusões, resultando num país que ne-nhum deles sabe em que vai dar.
Vencedor do prêmio de melhor filme na Giornate degli autori, importante mostra pa-ralela do Festival de Veneza, em 2014, Retorno a Ítaca equilibra--se num admirável tour de force destes ótimos atores, empenha-
dos sinceramente em reavaliar esse passado comum, oscilando entre a raiva, a amargura, a alegria e a compaixão com uma naturalidade sensível.
Sem dúvida, um dos segre-dos do êxito do diretor francês (vencedor da Palma de Ouro 2008 em Cannes pelo documen-tário Entre os muros da escola) foi apostar na manutenção da
língua local. Em nenhuma ou-tra, aliás, poderia capturar-se o peculiar humor e a ternura cubanos, aliás, muito próximos da sensibilidade brasileira.
Se o filme pode ser lido como um retrato de melancolia e decepção, certamente não o é em relação à amizade e à vida. Sua jornada é, acima de tudo, uma crônica de reconciliação.
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CIDADE
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14 CINEMA
PONTO DE CULTURA
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