1 Diário Oficial Eletrônico do Município de Nova Serrana-MG / Edição Nº 1149 – Ano 6 – 10/07/2020
Edição Nº 1149 – Ano 6 – 10/07/2020
Licitações e Contratos
MUNICÍPIO DE NOVA SERRANA-MG, torna
pública a data de abertura do processo licitatório
no 126/2020, pregão presencial no 60/2020
AQUISIÇÃO DE REAGENTES PARA
REALIZAÇÃO DE EXAMES DE
BIOQUÍMICA COM CESSÃO DE 01 (UM)
EQUIPAMENTO ANALISADOR
AUTOMÁTICO DE BIOQUÍMICA COM
IMPRESSÃO GRÁFICA DOS RESULTADOS
DE ACORDO COM A DEMANDA MENSAL
DO LABORATÓRIO MUNICIPAL DE
NOVA SERRANA. Entrega dos Envelopes –
dia 24 de julho de 2020 às 12:30 horas. Mais
informações pelo telefone 37–3226.9011. Edital
site www.novaserrana.mg.gov.br. Nova Serrana,
10 de julho de 2020. Adriana Martins Nogueira
Lima – Pregoeira
MUNICIPIO DE NOVA SERRANA-MG, torna
público o extrato da ata 147/2020 do processo
licitatório no 104/2020, pregão presencial no
54/2020 - Objeto – AQUISIÇÃO DE
APARELHOS DE GINÁSTICA AO AR
LIVRE, PARA COLOCAR EM PRAÇAS,
PARQUES E PISTA DE COOPER DO
MUNICÍPIO DE NOVA SERRANA – MG,
conforme descrito no termo de referência.
Empresa ganhadora: ROTOFABRIL
PRODUTOS E SERVICOS DE
ROTOMOLDAGEM LTDA CNPJ:
01.481.148/0001-58 venceu o lote I no valor
total de R$ 96.129,00 (Noventa e seis mil cento
e vinte e nove reais). Nova Serrana, 10 de julho
de 2020. Euzébio Rodrigues Lago – Prefeito
Municipal.
MUNICÍPIO DE NOVA SERRANA-MG, torna
público o resultado do processo licitatório no
114/2020, pregão presencial no 59/2020 -
Objeto – PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE
INSTALAÇÃO DE FORRO DE PVC,
INCLUINDO O FORNECIMENTO DE TODO
O MATERIAL NECESSÁRIO PARA
ATENDER AS NECESSIDADES DAS
SECRETARIAS MUNICIPAIS DE NOVA
SERRANA/MG, conforme descrito no termo de
referência. Empresas ganhadoras: DEPOSITO
JOAO PAULO LTDA - EPP CNPJ:
66.402.934/0001-68 venceu o item 01 no valor
total de R$ 168.000,00 (Cento e sessenta e oito
mil reais); TIRADENTES & CIA LTDA CNPJ:
31.108.672/0001-49 venceu o item 02 no valor
total de R$ 200.000,00 (Duzentos mil reais).
Nova Serrana, 10 de julho de 2020. Adriana
Martins Nogueira Lima Pregoeira.
MUNICIPIO DE NOVA SERRANA-MG, torna
público o extrato da ata 147/2020 do processo
licitatório no 104/2020, pregão presencial no
54/2020 - Objeto – AQUISIÇÃO DE
APARELHOS DE GINÁSTICA AO AR
LIVRE, PARA COLOCAR EM PRAÇAS,
PARQUES E PISTA DE COOPER DO
MUNICÍPIO DE NOVA SERRANA – MG,
conforme descrito no termo de referência.
Empresa ganhadora: ROTOFABRIL
PRODUTOS E SERVICOS DE
ROTOMOLDAGEM LTDA CNPJ:
01.481.148/0001-58 venceu o lote I no valor
total de R$ 96.129,00 (Noventa e seis mil cento
e vinte e nove reais). Nova Serrana, 10 de julho
de 2020. Euzébio Rodrigues Lago – Prefeito
Municipal.
2 Diário Oficial Eletrônico do Município de Nova Serrana-MG / Edição Nº 1149 – Ano 6 – 10/07/2020
Secretaria de Administração
ATO N.º 902/2020
“CONCEDE FÉRIAS-PRÊMIO A
SERVIDOR”.
O Prefeito Municipal de Nova
Serrana/MG, em plenas funções de seu cargo,
regido pela Lei Delegada nº001/2009 e no uso
das atribuições que lhes são conferidas pela
legislação em vigor, RESOLVE:
Art. 1º - Conceder ao servidor
FABRÍCIO SILVA GIORDINI, Professor de
Educação Física, 3(três) meses de férias-
prêmio, referente ao período aquisitivo
01/02/2008 a 31/01/2013, a serem gozados de
14/05/2020 a 11/08/2020.
Art. 2º - Este Ato entrará em
vigor na data de sua publicação, retroagindo
seus efeitos a partir de 14 de Maio de 2020.
Nova Serrana, 08 de Julho de 2020.
EUZÉBIO RODRIGUES LAGO
Prefeito Municipal
ATO N.º 903/2020
“CONCEDE FÉRIAS-PRÊMIO A
SERVIDOR”.
O Prefeito Municipal de Nova
Serrana/MG, em plenas funções de seu cargo,
regido pela Lei Delegada nº001/2009 e no uso
das atribuições que lhes são conferidas pela
legislação em vigor, RESOLVE:
Art. 1º - Conceder ao servidor
ARLEN TEIXEIRA DUTRA, Professor de
Educação Física, 3(três) meses de férias-
prêmio, referente ao período aquisitivo
01/02/2008 a 31/01/2013, a serem gozados de
14/05/2020 a 11/08/2020.
Art. 2º - Este Ato entrará em
vigor na data de sua publicação, retroagindo
seus efeitos a partir de 14 de Maio de 2020.
Nova Serrana, 08 de Julho de 2020.
EUZÉBIO RODRIGUES LAGO
Prefeito Municipal
DECISÃO FINAL
Processo Administrativo nº 002/2019
Processo Licitatório nº 204/2018
Pregão Presencial nº 111/2018
Registro de Preços nº 093/2018
RELATÓRIO
Tratam os autos acerca de Processo
Administrativo em face da Empresa Castro
Comércio e Serviços Ltda, inscrita no CNPJ sob
o nº 20.018.766/0001-00, nos termos do Decreto
Municipal nº 52/2018.
Deflagrou-se, pois, o presente processo
administrativo para apurar a suposta
irregularidade diante da recusa em assinar a Ata
de Registro de Preços concernente ao processo
licitatório acima mencionado, envolvendo os
seguintes itens a ela adjudicados:
- item 02, abóbora italiana especial –
íntegras em manchas, coloração e tamanho
uniformes, intacta, sem lesões.
- item 10 – banana caturra fresca, bem
desenvolvido, médio amadurecimento, com
tamanho e cor uniformes, firme.
Salienta-se que o objeto do presente
processo administrativo consiste na recusa da
supramencionada empresa em assinar a Ata de
Registro de Preços.
Extrai-se dos autos que a empresa Castro
Comércio e Serviços Ltda, apresentou no
processo licitatório correspondente um Pedido
de Desistência de Item, justificando não possuir
condições financeiras para cumprir o contrato,
em razão de um erro interno da empresa no
momento da cotação dos preços.
3 Diário Oficial Eletrônico do Município de Nova Serrana-MG / Edição Nº 1149 – Ano 6 – 10/07/2020
Em continuidade, foi emitido Parecer
Jurídico manifestando pelo não acolhimento do
pedido, eis que uma empresa ao apresentar uma
proposta em um processo licitatório deve ter
ciência das responsabilidades envolvidas em seu
ato.
Diante disso, instaurou-se o presente
Processo Administrativo Disciplinar, o qual
constato que foi observado os princípios da
legalidade, publicidade, ampla defesa e
contraditório.
Após o exame acurado dos autos,
constata-se a notificação assinada pelo
presidente da comissão processante, bem como
o Aviso de Recebimento – AR com a
informação pelos Correios que a empresa se
mudou, (fls.47/48).
Diante disso, a empresa foi notificada
via edital publicado no Diário Oficial do
Município em 04/10/2019, (fls.50).
Eis que a empresa se manteve inerte,
deixando transcorrer “in albis” o prazo para
apresentação de sua defesa escrita, sendo
decretada sua revelia (fls.51).
Relatório Preliminar (fls.52).
Parecer Jurídico da Procuradoria Geral
do Município (fls.53).
Parecer Final da Comissão Processante
(fls. 54/55).
É, no essencial, o relatório.
FUNDAMENTAÇÃO
A Lei n° 8.666/93, que regulamenta o
art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal,
institui normas para licitações e contratos da
Administração Pública e dá outras
providências.
Inicialmente, cumpre evidenciar que a
entrega dos itens a ela adjudicados em
dimensões e espessuras inferiores às
contratadas, acarretou a falta dos materiais que
~soa destinados à manutenção básica dos órgãos
municipais.
Assim, quando da aplicação da sanção
administrativa, o administrador deve atuar
pautado nos princípios da proporcionalidade e
razoabilidade, aplicando a pena de acordo com a
gravidade da infração e ainda, seguindo os
parâmetros traçados no edital e na própria Ata
de Registro de Preços, bem como na legislação
em vigor.
Nesse contexto, o princípio da
proporcionalidade avulta-se como meio de
garantir que a penalidade aplicada pelo gestor
público seja condizente com a severidade da
violação contratual praticada, de modo que as
sanções mais graves sejam aplicadas apenas às
condutas mais reprováveis.
Concluídos os trabalhos, a referida
Comissão processante sugeriu a aplicação das
seguintes penalidades previstas no edital, veja-
se:
“(...) Oportunizada a
defesa e permanecendo
inerte não resta à
Administração outra
opção que não seja as
previstas no item 14 do
edital, subitem b. Afirma
ainda que a aplicação
de tal sanção não exclui
a possibilidade da
aplicação de outras,
previstas na Lei Federal
nº 10.520/02 e Lei
Federal nº 8.666/93.”
Por sua vez, dispõe o art. 81 da Lei
Federal nº 8.666/93:
“Art. 81. A recusa
injustificada do
adjudicatário em
assinar o contrato,
aceitar ou retirar o
instrumento equivalente,
dentro do prazo
estabelecido pela
Administração,
caracteriza o
descumprimento total da
obrigação assumida,
sujeitando-o às
penalidades legalmente
estabelecidas.”
4 Diário Oficial Eletrônico do Município de Nova Serrana-MG / Edição Nº 1149 – Ano 6 – 10/07/2020
No caso em questão, a recusa em assinar
a ata de registro de preços, sujeita a empresa as
penalidades que estão previstas na Lei do
Pregão nº 10.520/2002, conforme art. 7º in
verbis:
“Art. 7º Quem,
convocado dentro do
prazo de validade da
sua proposta, não
celebrar o contrato,
deixar de entregar ou
apresentar
documentação falsa
exigida para o certame,
ensejar o retardamento
da execução de seu
objeto, não mantiver a
proposta, falhar ou
fraudar na execução do
contrato, comportar-se
de modo inidôneo ou
cometer fraude fiscal,
ficará impedido de
licitar e contratar com
a União, Estados,
Distrito Federal ou
Municípios e, será
descredenciado no
Sicaf, ou nos sistemas
de cadastramento de
fornecedores a que se
refere o inciso XIV do
art. 4º desta Lei, pelo
prazo de até 5 (cinco)
anos, sem prejuízo das
multas previstas em
edital e no contrato e
das demais cominações
legais.” (Grifo nosso).
Insta mencionar ainda, o disposto no
item 14.1 do edital, subitem “b”, senão vejamos:
“b. Multa
compensatória no
percentual de 10% (dez
por cento), calculada
sobre o valor total
estimado do contrato,
pela recusa em assiná-lo
no prazo máximo de 05
(cinco) dias após
regularmente
convocada, sem prejuízo
da aplicação de outras
sanções previstas no art.
87 da lei Federal nº
8.666/93.”
Isto posto, não resta dúvidas que a
empresa desidiosa responderá pela inexecução e
estará sujeita às penalidades supramencionadas,
obviamente que dentro da legalidade e
observado o devido processo legal. Ocorre que a
pretensão administrativa se restou fracassada,
todo processo licitatório emana de uma
necessidade e a inexecução contratual, ou a
negativa em assinar o contrato, frustra o objeto
pretendido que se concretiza apenas precedido
de licitação pública.
O disposto acima se refere a licitante
vencedora do certame, ou seja, o adjudicatário
que ofertou o menor valor e foi considerado
habilitado para contratar com a Administração
Pública. O referido artigo é claro quanto à
penalidade da empresa que se comporta de
forma inidônea. Tal recusa por parte da licitante
vencedora equivale ao inadimplemento do
contrato, muito embora ainda o instrumento
contratual não fosse formalizado,
Segue a seguinte decisão do Tribunal de
Justiça de Minas Gerais:
“EMENTA: APELAÇÃO
CÍVEL - AÇÃO
ANULATÓRIA -
CONSTITUCIONAL -
ADMINISTRATIVO -
PROCESSUAL CIVIL -
INTERVENÇÃO DO
MINISTÉRIO PÚBLICO
- DESNECESSIDADE -
EMPRESA
VENCEDORA EM
PREGÃO
ELETRÔNICO -
INTIMAÇÃO PARA
ASSINATURA DO
CONTRATO -
REITERADA INÉRCIA -
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CONFIGURAÇÃO DE
INJUSTIFICADA
RECUSA - ARTS. 64 E
81 DA LEI N.º 8.666/93
- DECADÊNCIA DO
DIREITO À
CONTRATAÇÃO -
SANÇÕES DE
SUSPENSÃO
TEMPORÁRIA DE
PARTICIPAR DE
LICITAÇÃO E DE
IMPEDIMENTO DE
CONTRATAR -
OBSERVÂNCIA DA
AMPLA DEFESA E DO
CONTRADITÓRIO -
HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS -
APRECIAÇÃO
EQUITATIVA -
MANUTENÇÃO.
1. Por se tratar de ação
anulatória movida por
empresa vencedora de
processo licitatório
contra a aplicação de
pena administrativa pelo
Município, não há falar
em interesse público
justificador da
intervenção do
Ministério Público como
'custos legis' (CPC, art.
82, inc. III), a qual não
decorre da só
circunstância de pessoa
jurídica de direito
público figurar no pólo
passivo da demanda.
2. Evidenciada a
injustificada recusa da
adjudicatária em
assinar o contrato, nos
termos do art. 64 da Lei
n.º 8.666/93, a
declaração da perda do
direito à contratação é
consectário lógico e
imediato daquela
recusa, a tornar
dispensável a prévia
intimação da requerente
para apresentar defesa e
produzir provas,
sobretudo se ela fora
reiteradamente instada
a providenciar a
assinatura daquele
instrumento.
3. Não há falar em
violação às garantias da
ampla defesa e do
contraditório se a parte
autora foi regularmente
intimada da decisão
que, em decorrência da
inexecução total do
contrato (art. 81 da Lei
n.º 8.666/93), lhe
aplicou as penas de
suspensão temporária
de participar de
licitações e de
impedimento de
contratar, com a
possibilidade de
apresentar defesa e de
interpor recurso.
4. Nas causas em que
não houve condenação,
a fixação dos honorários
advocatícios por
apreciação equitativa
(CPC, art. 20, § 4º) deve
atender aos critérios
estabelecidos nas
alíneas do § 3º do art.
20, don de impositiva a
manutenção da
importância arbitrada
em conformidade com
aqueles parâmetros.
(TJMG - Apelação
Cível
1.0079.13.003292-
7/001, Relator(a):
Des.(a) Edgard Penna
Amorim , 8ª CÂMARA
CÍVEL, julgamento em
16/04/0015, publicação
6 Diário Oficial Eletrônico do Município de Nova Serrana-MG / Edição Nº 1149 – Ano 6 – 10/07/2020
da súmula em
28/04/2015).”
A vinculação da Administração aos
estritos termos do edital que disciplina o
certame é exigência contida nos artigos 3º e 41
da Lei Federal nº 8.666/93, cuja redação é a
seguinte:
“Art. 3º A licitação
destina-se a garantir a
observância do
princípio constitucional
da isonomia, a seleção
da proposta mais
vantajosa para a
administração e a
promoção do
desenvolvimento
nacional sustentável e
será processada e
julgada em estrita
conformidade com os
princípios básicos da
legalidade, da
impessoalidade, da
moralidade, da
igualdade, da
publicidade, da
probidade
administrativa, da
vinculação ao
instrumento
convocatório, do
julgamento objetivo e
dos que lhes são
correlatos.”
Art. 41. A
Administração não
pode descumprir as
normas e condições do
edital, ao qual se acha
estritamente vinculada.”
(Grifo nosso).
Dessa forma, diante da conduta da
empresa em recusar assinar a ata de registro de
preços com os itens por ela adjudicados,
conforme previsto no edital do Processo
Licitatório nº 204/2018, Pregão nº 11/2018,
Registro de Preços nº 093/2018 DETERMINO
a aplicação da penalidade de impedimento de
licitar e contratar com o Município de Nova
Serrana devendo ser descredenciado no
Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de
fornecedores a que se refere o inciso XIV do
art. 4º da Lei 10.520/2002, pelo prazo de 05
(cinco) anos, nos termos do art. 7º da Lei do
Pregão nº 10.520/2002.
DETERMINO ainda, a aplicação da
Multa prevista no item 14.1 do edital,
subitem “b” que corresponde a 10% (dez por
cento) calculada sobre o valor total do
contrato, no caso em tela, o que equivale ao
valor de R$ 2.300,00 (dois mil e trezentos
reais), eis que o valor total do contrato é de
R$ 23.000,00 (vinte e três mil reais).
Sendo assim, por meio desta decisão,
fica a empresa Castro Comércio e Serviços Ltda
intimada de seu inteiro teor e para que efetue o
pagamento da multa no valor de R$ 2.300,00
(dois mil e trezentos reais), sob pena de
inscrição em dívida ativa. Valendo-se essa
decisão como intimação, devendo ser publicada
no Diário Oficial do Município, em razão da
empresa se encontrar em local incerto e não
sabido e, apesar de ter sido decretada sua revelia
nos autos.
Publique-se. Intime-se.
Nova Serrana, 09 de julho de 2020
Márcio José de Souza
Secretário Municipal de Administração
DECISÃO FINAL
Processo Administrativo nº 001/2019
Processo Licitatório nº 184/2018
Pregão Presencial nº 101/2018
Registro de Preços nº 087/2018
RELATÓRIO
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Tratam os autos acerca de Processo
Administrativo em face da Empresa Wtrade
Intermediações de Negócios Ltda ME, inscrita
no CNPJ sob o nº 21.856.981/0001-43, nos
termos do Decreto Municipal nº 52/2018.
Deflagrou-se, pois, o presente processo
administrativo para apurar suposta
irregularidade acerca do descumprimento de
cláusulas constantes no edital em face da
empresa acima identificada. Verifiquei que o
Processo Administrativo Disciplinar foi
instaurado com observância dos princípios da
legalidade, publicidade, ampla defesa e
contraditório.
Salienta-se que o objeto do presente
processo administrativo envolve os itens 60 e 62
da Ata de Registro de Preço nº 257/2018, qual
seja, sacos de lixo entregues em dimensões e
espessuras inferiores àquelas especificadas.
Após o exame acurado dos autos,
constata-se a notificação assinada pelo
presidente da comissão processante, bem como
o Aviso de Recebimento com assinatura do
recebedor acostados aos autos (fls.40/41).
Eis que a empresa se manteve inerte,
deixando transcorrer “in albis” o prazo para
apresentação de sua defesa escrita, sendo
decretada sua revelia (fls.42).
Relatório Preliminar (fls.43).
Parecer Jurídico da Procuradoria Geral
do Município (fls.44).
Parecer Final da Comissão Processante
(fls. 45/50).
É, no essencial, o relatório.
FUNDAMENTAÇÃO
A Lei n° 8.666/93, que regulamenta o
art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal,
institui normas para licitações e contratos da
Administração Pública e dá outras
providências.
Inicialmente, cumpre evidenciar que a
entrega dos itens a ela adjudicados em
dimensões e espessuras inferiores às
contratadas, acarretou a falta dos materiais que
~soa destinados à manutenção básica dos órgãos
municipais.
Urge destacar o disposto no art. 78 da
Lei 8.666/93, vejamos:
“Art. 78. Constituem
motivo para rescisão do
contrato:
I - o não cumprimento
de cláusulas
contratuais,
especificações, projetos
ou prazos;
II - o cumprimento
irregular de cláusulas
contratuais,
especificações, projetos
e prazos;
(...)
Parágrafo único. Os
casos de rescisão
contratual serão
formalmente motivados
nos autos do processo,
assegurado o
contraditório e a ampla
defesa.”
Assim, quando da aplicação da sanção
administrativa, o administrador deve atuar
pautado nos princípios da proporcionalidade e
razoabilidade, aplicando a pena de acordo com a
gravidade da infração e ainda, seguindo os
parâmetros traçados no edital e na própria Ata
de Registro de Preços.
Mesmo após a devolução e notificação
em razão dos itens estarem em desacordo com
as especificações do edital a empresa se
manteve, o que mostra total descaso com a
Administração, fato esse que culminou com a
instauração do presente processo
administrativo.
Nesse contexto, o princípio da
proporcionalidade avulta-se como meio de
garantir que a penalidade aplicada pelo gestor
público seja condizente com a severidade da
violação contratual praticada, de modo que as
sanções mais graves sejam aplicadas apenas às
condutas mais reprováveis.
8 Diário Oficial Eletrônico do Município de Nova Serrana-MG / Edição Nº 1149 – Ano 6 – 10/07/2020
Com sapiência, Hely Lopes Meirelles
ensina:
“A vinculação ao edital
significa que a
Administração e os
licitantes ficam sempre
adstritos aos termos do
pedido ou do permitido
no instrumento
convocatório da
licitação, quer quanto
ao procedimento, quer
quanto à documentação,
às propostas, ao
julgamento e ao
contrato. Em outras
palavras, estabelecidas
as regras do certame,
tornam-se obrigatórias
para aquela licitação
durante todo o
procedimento e para
todos os seus
participantes, inclusive
para o órgão ou
entidade licitadora.” (in
Licitação e contrato
administrativo, 14º ed.
2007, p. 39).”
Concluídos os trabalhos, a referida
Comissão processante sugeriu a aplicação das
seguintes penalidades previstas na Ata de
Registro de Preços nº 257/2018, veja-se:
“DAS SANÇÕES
Restando caracterizado
o descumprimento total
ou parcial das
obrigações assumidas e
sua consequente
inadimplência, poderá a
Administração aplicar
as sanções previstas,
nos termos da Cláusula
6, subitem “E”.
DO CANCELAMENTO
É incontestável que o
envio do produto
diferente daquele
registrado pela empresa
Wtrade Intermediações
de Negócios Ltda-ME,
caracteriza a
inadimplência da
adjudicatária em face
das obrigações
assumidas com a
Administração. Devendo
a Administração
proceder ao
cancelamento da Ata.
DA SUSPENSÃO
Assim, devidamente
amparada legalmente,
opina esta Comissão
pela aplicação do prazo
máximo de suspensão
previsto no Edital,
devendo a empresa
permanecer suspensa de
contratar com o
Município pelo prazo de
05 (cinco) anos.
DA MULTA
Referente a multa,
entende esta Comissão
que aplica-se a sanção
prevista no subitem E da
Cláusula 6, devendo ser
calculado o percentual
de 3% sobre o valor do
contrato pela ocorrência
de negligência de
fornecimento,
totalizando o montante
de R$4.278,15 (quatro
mil duzentos e senta e
oito reais e quinze
centavos),
correspondente do total
de R$142.605,24 (cento
e quarenta e dois mil
seiscentos e cinco reais
e vinte e quatro
centavos).
Em primeiro lugar, cabe chamar a
atenção para o fato de que na Ata de Registro de
Preços, nos termos da Lei 8.666/93, a cláusula 6
prevê as sanções para o caso de
inadimplemento.
9 Diário Oficial Eletrônico do Município de Nova Serrana-MG / Edição Nº 1149 – Ano 6 – 10/07/2020
No caso em questão, a entrega dos itens
fora das especificações contidas no edital pode
ensejar a aplicação de uma, ou mais, das
penalidades administrativas elencadas no artigo
87 da Lei 8.666/93, quais sejam: a) advertência,
b) multa, c) suspensão temporária e, d)
declaração de inidoneidade.
Assim dispõe o art. 87 da Lei n°
8.666/93:
“Art. 87. Pela
inexecução total ou
parcial do contrato a
Administração poderá,
garantida a prévia
defesa, aplicar ao
contratado as seguintes
sanções:
I - advertência;
II - multa, na forma
prevista no instrumento
convocatório ou no
contrato;
III - suspensão
temporária de
participação em
licitação e impedimento
de contratar com a
Administração, por
prazo não superior a 2
(dois) anos;
IV- declaração de
inidoneidade para
licitar ou contratar com
a Administração Pública
enquanto perdurarem os
motivos determinantes
da punição ou até que
seja promovida a
reabilitação perante a
própria autoridade que
aplicou a penalidade,
que será concedida
sempre que o contratado
ressarcir a
Administração pelos
prejuízos resultantes e
após decorrido o prazo
da sanção aplicada com
base no inciso
anterior.”
Insta mencionar ainda, o disposto na
Cláusula 6 da Ata de Registro de Preços nº
257/2018, item 6.1 alínea “g”, senão vejamos:
“No caso de abandono
do fornecimento, além
de outras combinações
legais, a multa será de
10% (dez por cento)
sobre o valor do
contrato.”
Em virtude da entrega dos itens 60 e 62
adjudicados pela empresa Wtrade
Intermediações de Negócios Ltda ME em
desconformidade do previsto no edital,
conforme comprovado nos autos, bem assim o
cumprimento do devido processo
administrativo, sendo oportunizado o direito ao
contraditório e ampla defesa à referida empresa
também comprovado nos autos, não resta à
administração outra alternativa a não ser o
cancelamento da Ata de Registro de Preços nº
257/2018 e aplicação de penalidade nos termos
do art. 87 da Lei 8.666/93.
Para que não paire dúvidas acerca dos
fatos do presente processo administrativo, segue
a seguinte decisão:
“ADMINISTRATIVO.
licitação. pregão
eletrônico. proposta
apresentada em
desacordo com o edital.
princípios da vinculação
ao instrumento
convocatório, do
julgamento objetivo e da
isonomia. artigos 3º e 41
da lei 8.666/93. O
Pregão Eletrônico,
enquanto modalidade
licitatória de
contratação com a
Administração Pública,
deve ser regido pelos
princípios que a
orientam, com especial
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relevo para o da
isonomia. Desse modo,
assegura-se a igualdade
de condições entre os
particulares que dela
participam,
consagrando-se
vencedora a proposta
que melhor atende, de
maneira objetiva, às
exigências do edital. In
casu, impõe-se a
anulação do ato
administrativo que havia
consagrado vencedora
proposta apresentada
inequivocamente em
desacordo com as
exigências do edital de
Pregão Eletrônico, em
atenção aos princípios
da isonomia entre os
licitantes, da vinculação
ao instrumento
convocatório e do
julgamento objetivo,
bem como dos artigos 3º
e 41 da Lei 8.666/93.
(TRF-4 - APL:
50069592220164047200
SC 5006959-
22.2016.4.04.7200,
Relator: VIVIAN
JOSETE PANTALEÃO
CAMINHA, Data de
Julgamento:
03/06/2020, QUARTA
TURMA.”
A vinculação da Administração aos
estritos termos do edital que disciplina o
certame é exigência contida nos artigos 3º e 41
da Lei Federal nº 8.666/93, cuja redação é a
seguinte:
“Art. 3º A licitação
destina-se a garantir a
observância do
princípio constitucional
da isonomia, a seleção
da proposta mais
vantajosa para a
administração e a
promoção do
desenvolvimento
nacional sustentável e
será processada e
julgada em estrita
conformidade com os
princípios básicos da
legalidade, da
impessoalidade, da
moralidade, da
igualdade, da
publicidade, da
probidade
administrativa, da
vinculação ao
instrumento
convocatório, do
julgamento objetivo e
dos que lhes são
correlatos.”
Art. 41. A Administração
não pode descumprir as
normas e condições do
edital, ao qual se acha
estritamente vinculada.”
(Grifo nosso).
Dessa forma, diante da conduta da
empresa em entregar itens por ela adjudicados
em desconformidade com as especificações
constantes no edital DETERMINO a aplicação
da penalidade de Suspensão temporária de
participação em licitação e impedimento de
contratar com a administração pelo prazo de
02 (dois) anos, nos termos do art. 87 da Lei
Federal nº 8666/93 e art. 3º, III do Decreto
Municipal nº 052/2018.
DETERMINO ainda, a aplicação da
Multa prevista na Cláusula 6 da Ata de
Registro de Preços nº 257/2018, item 6.1 e
alínea “g” que corresponde a 10% (dez por
cento) calculada sobre o valor total do
contrato, no caso em tela, o que equivale ao
valor de R$ 14.260,52 (quatorze mil duzentos
e sessenta reais e cinquenta e dois centavos),
eis que o valor total do contrato é de R$
11 Diário Oficial Eletrônico do Município de Nova Serrana-MG / Edição Nº 1149 – Ano 6 – 10/07/2020
142.605,24 (cento e quarenta e dois mil
seiscentos e cinco reais e vinte e quatro
centavos).
Determino ainda, apesar da decretação
da revelia, a intimação via Correios com Aviso
de Recebimento – AR, da empresa Wtrade
Intermediações de Negócios Ltda ME do inteiro
teor dessa decisão e para que que efetue o
pagamento no valor de R$ 14.260,52 (quatorze
mil duzentos e sessenta reais e cinquenta e dois
centavos), sob pena de inscrição em dívida
ativa. Valendo-se essa decisão como
intimação.
Publique-se. Intime-se.
Nova Serrana, 09 de julho de 2020
Márcio José de Souza
Secretário Municipal de Administração
DECISÃO FINAL
Processo Administrativo Disciplinar nº
005/2019
Servidor Indiciado: Bruno Pereira Borges
Apuração de Infração Funcional
RELATÓRIO
Tratam-se os autos acerca de Processo
Administrativo Disciplinar para apurar possível
infração funcional cometida, em tese, pelo ex-
servidor/indiciado Bruno Pereira Borges
enquanto exercendo o cargo comissionado de
Chefe do Departamento de Trânsito.
A Comissão Processante foi nomeada
por meio da Portaria 006/2018 e o processo foi
instaurado através da Portaria nº 032/2019.
Deflagrou-se, pois, o presente processo
administrativo disciplinar em razão de denúncia
apresentada na 27ª reunião ordinária da Câmara
Municipal de Nova Serrana por, supostamente,
o indiciado ter utilizado veículo e recursos
municipais para transporte de móveis e
utensílios particulares a outro município, em
proveito pessoal, sendo considerado como
atividade incompatível com o exercício das
funções, como previsto no artigo 185, incisos
IX, XIII e XV do Estatuto dos Servidores
Públicos do Município de Nova Serrana/MG-
Lei 1.548/2000.
Em análise detida dos autos, verifica-se
que a Comissão Processante observou a
regularidade formal e instrumental do processo
administrativo, bem como, a concessão do
exercício do direito de defesa ao indiciado,
conforme estabelece o Estatuto dos Servidores
Públicos de Nova Serrana/MG.
Examinando os trâmites do processo
administrativo, não vejo qualquer irregularidade
na sua condução, vez que a Comissão
Processante observou com rigor todas as fases,
que se desenvolveram nessa ordem:
- Citação e oitiva do indiciado, com
nomeação da Defensora Dativa Dra. Jaqueline
Aparecida Dias OAB/MG 193.548;
- Apresentação de Defesa Preliminar. Na
peça de defesa sustenta não concordar com a
acusação deduzida nos autos e se reserva no
direito de se manifestar em suas alegações
finais;
- Solicitação de prorrogação do prazo
para conclusão do processo administrativo, com
deferimento do pedido;
- Intimação e oitiva de testemunhas;
- Apresentação de Alegações Finais.
Defendeu que nos autos existem indícios
consubstanciados nos depoimentos que o
veículo utilizado não causou prejuízo ao erário,
consequentemente não afetou efetivamente o
bem jurídico tutelado, arguindo a aplicação do
princípio da insignificância e a absolvição do
indiciado, assim como o arquivamento do
presente feito. E,
- Relatório Final da Comissão
Processante, que por unanimidade opina de
conformidade com o artigo 12 da Lei 8.429/92 e
o artigo 189, § 1º da Lei 1.548/2000 que o
débito com o erário, seja liquidado/ressarcido na
forma do artigo 82 da referida lei, mais
especificamente as despesas com o frete de ida e
volta para a cidade de Araxá/MG que fica a
243,7 KM de Nova Serrana, despesa com
combustível de ida e volta e pagamento das
horas extraordinárias dos servidores que
ajudaram na mudança.
É o RELATÓRIO do quanto necessário.
Passo a FUNDAMENTAR e DECIDIR.
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FUNDAMENTAÇÃO
Inicialmente, é importante ressaltar que
o Estatuto dos Servidores Públicos do
Município de Nova Serrana é o instrumento
legal que regulamenta a situação funcional do
servidor efetivo municipal, estando previstas as
disposições que serão aplicadas àqueles.
Dentre os deveres do servidor público
encontra-se a obrigação de ser leal a instituição
a que serve, além de observar as normas legais e
manter conduta compatível com a moralidade
administrativa.
Além disso, o dever de conduta ética
decorre do princípio constitucional da
moralidade administrativa e impõe ao servidor
de jamais desprezar o elemento ético de sua
conduta.
Partindo dessa premissa, necessário
saber com exatidão os fatos devidamente
apurados em contraditório para, então, proceder
à sua qualificação e posterior decisão.
Cumpre esclarecer que o
servidor/indiciado foi exonerado do cargo
comissionado de Chefe de Departamento de
Trânsito em 31/08/2019, conforme Ato
Administrativo nº 508/2019, anexado aos autos,
e o fato apurado nestes autos ocorreu na data de
30/08/2019, enquanto exercia a função pública.
Em seu depoimento, o indiciado
confirmou que “o registro das imagens de
carregamento do mobiliário no veículo
municipal foi em frente a sua residência.”
A prova testemunhal dá conta que o réu
utilizou o veículo de propriedade do município
para uso pessoal. Registram os depoimentos que
os servidores que auxiliaram no carregamento
da mudança do imóvel do indiciado para o
caminhão de propriedade do município eram
subordinados à chefia do próprio indiciado.
Extrai-se do depoimento da testemunha
Saulo D´arimatéia Barbosa Silva, “(...) mas
naquele dia foi orientado pelo chefe Bruno a
não cumprir integralmente o horário de almoço
para ser liberado mais cedo a fim de realizar a
tarefa designada na mudança.”
A Comissão Processante explana da
seguinte forma acerca da responsabilização do
indiciado:
“A responsabilidade do
indiciado enquanto
servidor público, não
será passível de
aplicação das
penalidades
disciplinares previstas
no art. 192 da Lei
1.548/2000, eis que o
mesmo já foi exonerado
do cargo e a rescisão do
contrato de trabalho
também já foi paga,
sendo analisada
segundo as disposições
do art. 188 e seguintes
da Lei 1.548/2000 e da
Lei 8.429/1992 que
dispõe sobre as sanções
aplicadas aos agentes
públicos nos casos de
enriquecimento ilícito
no exercício do cargo.”
Não há dúvidas, portanto, de que o
indiciado utilizou-se de veículo de propriedade
do município agindo, portanto, de modo que o
interesse pessoal prevalecesse frente ao
interesse público da Administração e,
consequentemente, de toda a coletividade.
Diante do contexto probatório, em
especial ao depoimento das testemunhas, restou
comprovado que o indiciado se valeu de veículo
público e de mão de obra de servidores públicos
subordinados à sua chefia para colocar objetos
pessoais, móveis e demais pertences do próprio
indiciado dentro do veículo público e efetuar
transporte até a cidade de Araxá/MG.
Não se deve olvidar da existência do
prejuízo ao erário, uma vez que o veículo e o
combustível pertencentes ao Município foram
utilizados para fins particulares, ademais os
depoimentos dos servidores dão conta que
realmente não houve contraprestação do serviço
executado da mudança.
Por essa razão, a conduta de utilizar o
veículo de propriedade do município para uso
particular, qual seja, transportar a mudança dos
móveis do indiciado de Nova Serrana até a
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cidade de Araxá afasta as alegações da defesa de
que não tenham causado prejuízo ao erário.
O servidor público deve zelar pela
probidade de seus atos e agir conforme a
legalidade e moralidade que exigem o serviço
público, entretanto, tendo o servidor praticado
ato ilícito está sujeito à responsabilização em
três áreas, quais sejam, civil, administrativa e
penal.
Relativamente à utilização da mão de
obra de servidores públicos para efetuar o
carregamento da mudança da residência do
indiciado para o caminhão que é de propriedade
do município, entendo que tendo os mesmos
informado que o fizeram por amizade e
voluntariamente sem receber qualquer
contraprestação por parte do Município, entendo
não ter havido prejuízo ao erário neste ponto.
Por fim, reafirmo o entendimento que as
provas coligidas nos autos corroboram a
imputação. Sendo poder-dever do administrador
público reprimir os desvios de conduta dos
servidores e aplicar-lhes as penalidades
previstas em lei.
O ressarcimento de prejuízos ao erário
tem uma função compensatória, visando reparar
prejuízos causados ao patrimônio público por
atos ilícitos, sejam eles crimes, infrações
disciplinares, atos de improbidade ou meros atos
de gestão ilícita de dinheiro público.
O ressarcimento de danos ao erário,
portanto, não deve ser considerado como uma
pena decorrente de condenação, tal como a
multa ou a perda de bens, mas apenas como
uma consequência patrimonial da aplicação de
uma penalidade.
E é precisamente esse
caráter compensatório do ressarcimento que
torna a pretensão reparadora independente da
pretensão punitiva.
O mesmo fenômeno ocorre no caso do
processo administrativo disciplinar, na medida
em que o art. 136 da Lei n. 8.112/90 determina
que a demissão ou a destituição de cargo em
comissão, nos casos de improbidade
administrativa, aplicação irregular de dinheiro
público, lesão aos cofres públicos e
corrupção implicam o ressarcimento ao erário.
Em ambos os casos, a legislação é clara ao
definir que o ressarcimento não é uma
penalidade, pois o seu caráter não é punitivo, e
sim compensatório.
Pela análise do fato, o conjunto
probatório, que revelou existirem indícios
suficientes de que o indiciado deixou de cumprir
os deveres que se espera de um servidor
público, estando em desacordo com as normas
legais e regulamentares, especialmente o inciso
IX do art. 184, bem como incorreu nas
proibições previstas nos incisos IX e XIII do
artigo 185. No entanto, a penalidade que
entendo ser cabível e que sua aplicação caberia
ao Chefe do poder Executivo, não seria possível
tendo em vista que o servidor foi exonerado em
31/08/2019. No entanto, entendo que, em razão
do comprovado prejuízo ao erário, é
perfeitamente cabível a indenização das
despesas com o frete de ida e volta para a cidade
de Araxá/MG que fica a 243,7 km de distância
de Nova Serrana/MG, despesa com combustível
(ida e volta), aplicando-se subsidiariamente o
artigo 82 da Lei Municipal 1.548/00.
Determinei a realização de três
orçamentos de frete compreendendo o trecho
Nova Serrana – Araxá para quantificar o valor a
ser indenizado. O menor preço encontrado foi
R$ 950,00 (novecentos e cinquenta reais).
Sendo assim, por meio desta decisão,
fica o indiciado intimado para no prazo de 60
(sessenta) dias efetuar o pagamento do débito no
valor de R$ 950,00 (novecentos e cinquenta
reais), sob pena de inscrição em dívida ativa,
nos termos do art. 82 do Estatuto dos Servidores
Públicos de Nova Serrana, tendo em vista que a
rescisão do contrato de trabalho já foi paga, não
havendo crédito financeiro com o Município.
Os autos do processo administrativo
deverão ser encaminhados à Procuradoria Geral
do Município para as providências que entender
cabíveis, inclusive Cível e Criminal.
Proceda a intimação do indiciado do
inteiro teor da presente decisão via Correios
com Aviso de Recebimento-AR.
Publique-se. Intime-se.
Nova Serrana (MG) 09 de julho de 2020
14 Diário Oficial Eletrônico do Município de Nova Serrana-MG / Edição Nº 1149 – Ano 6 – 10/07/2020
Márcio José de Souza
Secretário Municipal Administração