Isaura Maria Bata Henriques Peixoto Branco
EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE: CONTRIBUTOS PARA A
PREVENÇÃO DO CANCRO
MODELO CANCRO DO COLO DO ÚTERO
Tese de Candidatura ao grau de
Doutor em Ciências de Enfermagem submetida
ao Instituto de Ciências Biomédicas Abel
Salazar da Universidade do Porto.
Orientador - Professor Doutor Carlos Alberto da Silva Lopes
Categoria - Professor Catedrático
Afiliação – Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da
Universidade do Porto.
Co-orientador – Professor Doutor João Manuel da Costa Amado
Categoria – Professor Associado com Agregação
Afiliação – Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da
Universidade do Porto.
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Agradecimentos
Ao Senhor Professor Doutor Carlos Lopes meu actual orientador que, com os seus
conhecimentos científicos, permitiu a concretização desta investigação.
Ao Senhor Professor Doutor Nuno Grande, orientador inicial deste trabalho, por quem
nutro grande consideração e amizade, pelo constante estímulo, compreensão,
capacidade de escuta, saber transmitido e exemplo a seguir. Agradeço ter acreditado,
desde o primeiro momento, que eu seria capaz de terminar este estudo. Sem a sua
motivação esta investigação não teria chegado ao fim…
Ao Senhor Professor Doutor João Amado pela sua orientação e preciosa colaboração na
elaboração dos instrumentos de colheita de dados.
Às Utentes das Extensões e Centros de Saúde de Barroselas e de S. Julião de Freixo,
“razão de ser desta investigação”, que participaram e colaboraram no estudo.
Aos Médicos e Enfermeiros dos Centros e Extensões de Saúde de Barroselas e de S.
Julião de Freixo que, amavelmente, se disponibilizaram para colaborar.
À população que, sem promessas ou recompensas, assistiu às actividades de Educação
Para a Saúde.
À Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo que autorizou a realização do estudo e aos
Directores e Enfermeiras Chefes destes Centros de Saúde pelo seu empenho e
preocupação para que o mesmo fosse efectuado.
A todos os funcionários dos Centros e Extensões de Saúde de Barroselas e de S. Julião
de Freixo, Presidentes de Junta e Párocos pela colaboração.
À Dr.ª Ângela Leão responsável pelo Programa Tumores Malignos e à Dr.ª Mercedes
Pardo, em substituição do Coordenador do Programa, que em épocas diferentes
partilharam conhecimentos e apoiaram a realização do trabalho.
À Dr.ª Sandra Ramos pela colaboração no tratamento estatístico dos dados.
À Drª. Celeste Patrocínio pelo estímulo e amizade demonstrados.
Ao meu Médico e amigo Dr. João Ramos que, conhecedor dos meus problemas de
saúde, acreditou que eu seria capaz de levar a cabo este projecto, incentivando a
prosseguir, mesmo quando a energia faltava ou o desânimo surgia.
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Ao conjunto da minha pequena, “grande” Família pelo seu apoio, ânimo e coragem que
incondicionalmente me deu, principalmente nos momentos difíceis deste percurso,
exprimo a minha gratidão. Menciono a minha mãe Maria da Conceição e a minha irmã,
Maria Amélia, pela sua disponibilidade e ajuda técnica, sem a qual não teria sido possível
realizar o estudo.
Ao meu filho Eduardo Miguel que soube, com inteligência, compreender as minhas
fragilidades e momentos difíceis.
A Todos aqueles que contribuíram, de algum modo, para a concretização deste estudo, o
meu agradecimento.
Dedico ao meu pai e ao meu filho este trabalho, grandes incentivadores da realização do
mesmo …
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Resumo
Educar Para a Saúde (EPS) constitui uma actividade importante no quotidiano das
práticas dos Profissionais de Saúde. O Cancro e o Cancro do Colo do Útero (CCU)
consistem em problemáticas de saúde que têm repercussões a nível do indivíduo como
um todo. Face à taxa de incidência e mortalidade urge prevenir no sentido de diminuir a
morbi-mortalidade, atendendo a que o Cancro do Colo do Útero é evitável e curável.
O estudo apresentado teve como objectivos analisar os contributos da Educação Para a
Saúde realizada pelos Profissionais de Saúde dos Cuidados de Saúde Primários na
Prevenção do Cancro; sugerir estratégias de EPS ao nível dos Cuidados de Saúde
Primários, no âmbito da Prevenção do Cancro, em particular o do Colo do Útero e
contribuir para as condições de funcionamento e desenvolvimento do Rastreio deste
Cancro na Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo.
Para a consecução destes objectivos delineou-se um estudo descritivo, exploratório e
misto, que se enquadra nas características de um Estudo de Casos. Considerou-se
“policalizado” por se ter realizado em dois Centros de Saúde e respectivas Extensões.
Os instrumentos utilizados na colheita de dados foram questionários e a observação não
participante (diário de bordo).
Os resultados evidenciaram que os Profissionais de Saúde não efectuam Educação para
a Saúde nas áreas do Cancro e Cancro do Colo do Útero; os registos são incompletos,
inexistentes e sem critério. Não existe uniformidade na periodicidade de pedido de
citologias.
As actividades de EPS individuais e a grupos, realizadas durante o presente estudo,
motivaram as mulheres para a realização de citologias e foram muito valorizadas. A maior
fonte de informação sobre CCU foi os media e as actividades efectuadas. Constatou-se
grande necessidade de informação.
Sugere-se que a EPS nos Cuidados de Saúde Primários privilegiem estratégias que se
coadunem com o perfil do utente.
Recomenda-se que a Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo re (active) o Registo
Oncológico por forma a existirem dados estatísticos actualizados a nível do Cancro do
Colo do Útero.
A principal finalidade deste estudo prende-se com a posterior implementação de um
instrumento de registo de citologias facilitador do Registo Oncológico bem como fomentar
actividades de EPS.
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Résumé
Eduquer Pour la Santé (EPS) constitue une activité importante dans le quotidien des
pratiques des Professionnels de la Santé. Le Cancer et le Cancer du Col de l’Utérus
(CCU) forment des problématiques de santé qui ont des répercussions au niveau de
l’individu comme un tout. Face au taux d’incidence et de mortalité, il est urgent de
prévenir à fin de diminuer la morbi-mortalité, puisque le Cancer du Col de l’Utérus peut
être évité et est curable.
Cette étude a eu pour objectifs, d’analyser les contributions de l’Education Pour la Santé
réalisée par les Professionnels de la Santé des Soins de Santé Primaires dans la
Prévention du Cancer, de suggérer des stratégies de EPS au niveau des Soins de Santé
Primaires en ce qui concerne la Prévention du Cancer et en particulier celui du Col de
l’Utérus et de collaborer pour des conditions de fonctionnement et de développement du
Dépistage de ce Cancer dans la sub-région de Viana do Castelo.
Pour réussir ces objectifs, on a ébauché une étude descriptive, exploratrice et mixte, qui
s’encadre dans les caractéristiques d’une Etude de Cases. On l’a considérée “policalisée”
car elle s’est réalisée dans deux Centres Médicaux et leurs Extensions respectives.
Les outils utilisés dans le recueil de données ont été des questionnaires et l’observation
non participante (journal de bord).
Les résultats ont mis en évidence que les Professionnels de la Santé n’effectuaient pas
l’Education pour la Santé dans les domaines du Cancer et du Cancer du Col de l’Utérus;
les registres étaient incomplets, inexistants et sans critères. Il n’existait pas d’uniformité
dans la périodicité de demande de cytologies.
Les activités d’ EPS individuelles et en groupes, réalizées durant cette étude, ont motivé
les femmes dans la réalisation de cytologies et ont été beaucoup valorisées. La plus
grande source d’information en ce qui concerne le CCU a été les médias et les activités
effectuées. Il a été constaté un gros besoin d’information.
Il est proposé que l’ EPS dans les Soins de Santé Primaires privilégie des stratégies qui
s’adaptent au profil du patient.
Il est recommandé que la Sub-Région de Santé de Viana do Castelo ré (active) le
Registre Oncologique à fin qu’il existe des données statistiques mises à jour au niveau du
Cancer du Col de l’Utérus.
La principale finalité de cette étude s’est attachée à l’implémentation postérieure d’un
instrument de registre de cytologies qui facilite le Registre Oncologique ainsi que la
promotion d’activités de EPS.
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Abstract
Education for Health (EH) is an important activity in the daily practice of all health
professionals. Cancer and cervical cancer are health problems which affect the individual
on all levels. The incidence and mortality rate urge prevention with the aim of reducing
disease related deaths especially as cervical cancer can be prevented and is curable.
The objective of the present study was to analyse the benefits of Education for Health
sessions carried out by health professionals in primary health care in cancer prevention;
suggest EH strategies within primary health care in the area of cancer prevention, in
particular cervical cancer; and provide assistance in the implementation and management
of screening for this type of cancer in the health sub-region of Viana do Castelo.
A descriptive, investigative and mixed study which encompasses the characteristics of a
cases study was selected to attain the objectives. It was considered a multi-location study
as it was carried out in two health centres and associated sub-centres. Questionnaires
and non-participatory observation (logbook) were chosen as the instruments for data
collection.
Results showed that health professionals did not use Education for Health activities in the
areas of cancer and cervical cancer. Registers were incomplete, inexistent and followed
no criteria. There was no uniformity in the interval between cytology requests.
Individual or group EH sessions, which took place during the present study, were well
appreciated and motivated women to take screening tests. The major source of
information of cervical cancer was from the media and from the EH sessions. It was
evident the participants were eager to receive further information.
It is recommended that EH sessions in primary health care should privilege strategies that
take the individual needs of the users into consideration. The health sub-region of Viana
do Castelo should re(activate) the oncology register to permit updated statistical data on
cervical cancer.
The main objective of this study is closely linked to the implementation of an instrument to
register screenings in order to provide information for the oncology register as well as the
promotion of EH activities.
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Abreviaturas e Siglas
AC – Antes de Cristo
AJCC – American Joint Committee on Cancer
ARS – Administração Regional de Saúde
CCU – Cancro do Colo do Útero
DTS – Doenças Sexualmente Transmissíveis
EPS – Educação Para a Saúde
FIGO – Federação Internacional de Ginecologia e Obstretrícia
HPV – Papilomavirus Humano
HSL – Hospital de Santa Luzia
OMS – Organização Mundial de Saúde
ONS – Oncology Nursing Society
PS – Promoção da Saúde
SLS – Sistema Local de Saúde
SPSS – Statical Package for the Social Sciencies
TNM – Tumor, Nódulo, Metástase
UICC – International Union Against Câncer
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ÍNDICE GERAL
INTRODUÇÃO 31
CAPÍTULO I – DO PROCESSO SAÚDE/DOENÇA À PREVENÇÃO 41
1. A SAÚDE E A DOENÇA AO LONGO DOS TEMPOS 43
2. O CONCEITO DE PREVENÇÃO NO PROCESSO SAÚDE/DOENÇA 46
3. A INFLUÊNCIA DA CULTURA NA DÍADE SAÚDE/DOENÇA 49
CAPÍTULO II – DO DOMÍNIO CIENTÍFICO DO CANCRO À SUA PREVENÇÃO 53
1. O CONCEITO DE CANCRO E O PROCESSO DE CANCERIGÉNESE 55
2. A PREVENÇÃO DO CANCRO 59
2.1 O PAPEL DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DO CANCRO 67
CAPÍTULO III – DO DOMÍNIO CIENTÍFICO DO CANCRO CÉRVICO-UTERINO À
SUA PREVENÇÃO E CONTROLO 71
1. CANCRO DO COLO DO ÚTERO: INCIDÊNCIA E MORTALIDADE 73
2. CLASSIFICAÇÃO CITO-HISTOPATOLÓGICA DE LESÕES CERVICO-UTERINAS 78
3. ESTADIAMENTO DAS LESÕES DO COLO DO ÚTERO 80
4. HISTÓRIA NATURAL DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO 83
4.1 EPIDEMIOLOGIA E FACTORES DE RISCO 84
5. PREVENÇÃO DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO 88
5.1 RASTREIO DO CANCRO DO COLO UTERINO 91
CAPÍTULO IV – EDUCAR PARA A SAÚDE: DA TEORIA À PRÁTICA 95
1. O CONCEITO DE EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE - EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS 97
2. MODELOS OU PARADIGMAS DA EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE 99
2.1 PAPEL DO ENFERMEIRO NA EPS 102
CAPÍTULO V – MATERIAL E MÉTODOS 105
1. DESENHO E CENÁRIO DO ESTUDO 107
2. DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO E POPULAÇÃO ALVO 113
3. ESTRATÉGIA DE COLHEITA DE DADOS 114
4. INSTRUMENTOS DE RECOLHA DE DADOS 116
5. ANÁLISE DOS DADOS 123
6. CONSIDERAÇÕES ÉTICAS 124
7. LIMITAÇÕES DO ESTUDO 125
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CAPÍTULO VI – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 127
1. RESULTADOS 129
2. “ADESÃO” DAS MULHERES À CITOLOGIA PAPANICOLAOU 130
2.1 CARACTERIZAÇÃO 130
2.2 CITOLOGIAS CERVICAIS EFECTUADAS NOS ANOS 2003 E 2004 133
2.3 CONSULTAS ONDE AS MULHERES REALIZARAM CITOLOGIA 134
2.4 PROFISSIONAL DE SAÚDE QUE EFECTUOU A CITOLOGIA 135
2.5 INFLUÊNCIA DA REALIZAÇÃO DA CITOLOGIA 136
2.6 REALIZAÇÃO DE CITOLOGIA NAS CONSULTAS PRIVADAS 137
2.7 RESULTADO DA CITOLOGIA E INTERVENÇÃO 137
3. REPRESENTAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE 141
3.1 CARACTERIZAÇÃO 141
3.2 EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS 146
3.3 OPINIÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE CANCRO 151
3.4 OPINIÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE CANCRO DO COLO DO ÚTERO 156
4. ACTIVIDADES EDUCATIVAS INDIVIDUAIS ÀS UTENTES 159
4.1 CARACTERIZAÇÃO 159
4.2 ABORDAGEM DO CANCRO NO CENTRO DE SAÚDE 163
4.3 EXISTÊNCIA DE FAMILIAR COM CANCRO 165
4.4 REPRESENTAÇÃO SOBRE CANCRO 166
4.5 IMPORTÂNCIA ATRIBUÍDA À EPS SOBRE O CANCRO 167
4.6 ÁREAS DE INTERESSE PARA AS UTENTES RELACIONADAS COM CANCRO 168
4.7 CONHECIMENTO DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO 169
4.8 OPINIÃO SOBRE CANCRO DO COLO DO ÚTERO 174
4.9 FACTORES QUE PODEM LEVAR AO APARECIMENTO DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO 176
4.10 REALIZAÇÃO DA CITOLOGIA 178
4.11 INDICAÇÃO DA CITOLOGIA 180
4.12 PERIODICIDADE DE REALIZAÇÃO DA CITOLOGIA 181
4.13 DATA DA ÚLTIMA CITOLOGIA 182
4.14 AVALIAÇÃO DA ACTIVIDADE DE EPS 184
5. ACTIVIDADES EDUCATIVAS A GRUPOS 186
5.1 PRIMEIRAS ACTIVIDADES 186
5.1.1 CARACTERIZAÇÃO 186
5.1.2 ABORDAGEM DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO 190
5.1.3 OPINIÃO SOBRE CANCRO DO COLO DO ÚTERO 194
5.1.4 MOTIVOS QUE PODIAM LEVAR AO APARECIMENTO DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO 195
5.1.5 REALIZAÇÃO DA CITOLOGIA 197
5.1.6 UTILIDADE DA CITOLOGIA 200
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5.1.7 FACTORES QUE LEVARAM A PARTICIPAR NA ACTIVIDADE DE EPS 201
5.2 SEGUNDAS ACTIVIDADES 203
5.2.1 CARACTERIZAÇÃO 203
5.2.2 ABORDAGEM DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO 207
5.2.3 OPINIÃO SOBRE CANCRO DO COLO DO ÚTERO 210
5.2.4 FACTORES QUE PODIAM LEVAR AO APARECIMENTO DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO 211
5.2.5 REALIZAÇÃO DA CITOLOGIA 213
5.2.6 UTILIDADE DA CITOLOGIA 215
5.2.7 “RAZÕES” QUE LEVARAM A PARTICIPAR NA ACTIVIDADE DE EPS 215
CAPÍTULO VII – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 217
1. DISCUSSÃO 219
CAPÍTULO VIII – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 225
1. CONTRIBUTOS DA EPS PARA A PREVENÇÃO DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO 227
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 231
ANEXOS
ANEXO I REGISTO DE PEDIDOS DE CITOLOGIA CERVICAIS
ANEXO II QUESTIONÁRIO DE “ADESÃO” DAS MULHERES À CITOLOGIA PAPANICOLAOU
ANEXO III QUESTIONÁRIO DIRIGIDO A PROFISSIONAIS DE SAÚDE
ANEXO IV QUESTIONÁRIOS DAS ACTIVIDADES DE EPS INDIVIDUAL
ANEXO V QUESTIONÁRIOS DAS ACTIVIDADES DE EPS A GRUPOS
ANEXO VI AUTORIZAÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO
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ÍNDICE DE FIGURAS, QUADROS E TABELAS
Figuras Págs
1. Modelo corpo/mente de desenvolvimento do cancro 58
2. Modelo corpo/mente de recuperação do cancro 58
3. Medidas de Prevenção Primária dirigidas ao Controlo de Factores de
Risco do Cancro 62
4. Processo de Rastreio 64
5. Sistema TNM 81
6. Distribuição das Mulheres por Grupo Etário 130
7. Idade versus Profissão 141
8. Distribuição dos Profissionais de Saúde por Género 142
9. Distribuição dos Profissionais de Saúde por Estado Civil 142
10. Distribuição dos Profissionais de Saúde por frequência de
Especialização 143
11. Distribuição dos Profissionais de Saúde por área de Especialização 144
12. Distribuição dos Profissionais de Saúde por Serviço onde exerciam a
Profissão 146
13. Melhor estratégia para realizar EPS 147
14. Contexto mais apropriado para efectuar EPS 148
15. Temáticas mais abordadas quando era realizada EPS 149
16. Objectivos dos Profissionais de Saúde quando realizavam EPS 150
17. Opinião sobre o Cancro 151
18. Circunstância em que os Profissionais realizavam EPS sobre o
Cancro 152
19. Objectivos esperados quando realizavam EPS sobre o Cancro 153
20. Sentimento de constrangimento quando abordaram a temática
do Cancro 154
21. Distribuição das respostas à questão “Palavras que representassem
Cancro” 155
22. Distribuição da opinião dos Profissionais sobre o Cancro do Colo
do Útero 157
23. Estratégias para a Profilaxia do Cancro do Colo do Útero 157
24. Distribuição das Utentes por Estado Civil 160
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25. Distribuição das Utentes por Nível de Escolaridade 161
26. Abordagem do Cancro no Centro de Saúde 163
27. Antecedentes ou Presença de Familiares com Cancro 166
28. Conhecimento do Cancro do Colo do Útero Antes EPS 170
29. Conhecimento do Cancro do Colo do Útero Após EPS 171
30. Conhecimento dos Factores que podiam levar ao aparecimento
do Cancro do Colo do Útero Antes e Após EPS 176
31. Realização da Citologia Antes e Após EPS 178
32. Intervalo de realização das Citologias 182
33. Ano de realização da última Citologia 183
34. Resultado da Citologia 184
35. Distribuição das Participantes por Estado Civil 187
36. Distribuição das Participantes por Nível de Escolaridade 188
37. Conhecimento do Cancro do Colo do Útero (Antes EPS) 190
38. Conhecimento do Cancro do Colo do Útero (Após EPS) 191
39. Conhecimento do Cancro do Colo do Útero versus Idade das Mulheres 192
40. Conhecimento dos Factores que podiam levar ao aparecimento do
Cancro do Colo do Útero Antes e Após EPS 195
41. Realização da Citologia Antes e Após EPS 198
42. Distribuição das Mulheres por Estado Civil 204
43. Distribuição das Mulheres por Nível de Escolaridade 205
44. Conhecimento da existência do Cancro do Colo do Útero (Antes EPS) 207
45. Conhecimento da existência do Cancro do Colo do Útero (Após EPS) 208
46. Conhecimento dos Factores que podiam levar ao aparecimento do
Cancro do Colo do Útero Antes e Após EPS 211
47. Realização do Teste Papanicolaou 213
Quadros
1. Incidência do Cancro e do Cancro do Colo do Útero em Mulheres
por anos 74
2. Classificação adoptada desde 1994, pela FIGO, para o Estadiamento
do Cancro do Colo do Útero 82
3. Citologias realizadas nos Anos 2003 e 2004 134
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4. Distribuição das Citologias por Consulta e Anos de Referência 135
5. Distribuição das Citologias por Profissional de Saúde que as realizou
e Ano de Referência 136
6. Distribuição dos Resultados das Citologias por Anos de Referência 138
7. Resultados do Teste Papanicolaou versus intervenções (2003) 139
8. Resultados do Teste Papanocolaou versus intervenções 2004 140
9. Opinião das Utentes sobre o que gostariam de saber sobre Cancro 168
10. Grupo Etário versus Nº de Mulheres que realizaram Citologia 179
11. Grupo Etário versus Nº de Mulheres que realizaram Teste
Papanicolaou 199
12. Grupo Etário versus Nº de Mulheres que efectuaram o Teste
Papanicolaou 214
Tabelas
1. Distribuição das Mulheres por Escolaridade 131
2. Distribuição das Mulheres por Estado Civil 131
3. Distribuição das Mulheres por Religião 132
4. Distribuição das Mulheres por Profissão 132
5. Distribuição das Mulheres por Médico de Família 133
6. Distribuição da Influência da realização da Citologia por Pessoa no
Ano de 2003 136
7. Distribuição da Influência da realização da Citologia por Pessoa no
Ano de 2004 137
8. Distribuição dos Profissionais de Saúde por Categoria Profissional 143
9. Distribuição dos Profissionais de Saúde por Tempo de Serviço
na Profissão 145
10. Distribuição dos Profissionais de Saúde por Tempo de Exercício
no Serviço Actual 145
11. Opinião sobre a EPS nos Cuidados de Saúde Primários 146
12. Situações em que era realizada EPS 149
13. Resultados Esperados com a EPS 151
14. Reacção das Utentes quando lhes falaram de Cancro 154
15. Existência de familiares/amigos com Cancro 156
16. Influência da existência de Familiares ou Amigos com Cancro no
Desempenho da EPS 156
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17. Distribuição das Utentes por Grupo Etário 160
18. Distribuição das Utentes por Profissão 162
19. Distribuição das Utentes por Centros/Extensão de Saúde 163
20. Profissional de Saúde que abordou o Cancro no Centro de Saúde 164
21. Objectivos com que foi abordado o Cancro 165
22. Local onde ouviram falar do Cancro no Centro de Saúde 165
23. Opinião das Utentes sobre o Cancro 167
24. Opinião das Utentes acerca da EPS sobre o Cancro 168
25. Profissional de Saúde que falou com mais frequência do Cancro do
Colo do Útero 172
26. Local onde ouviu falar do Cancro do Colo do Útero (Antes EPS) 173
27. Local onde ouviu falar do Cancro do Colo do Útero (Após EPS) 174
28. Opinião das Utentes sobre o Cancro do Colo do Útero (Antes EPS) 175
29. Opinião das Utentes sobre o Cancro do Colo do Útero (Após EPS) 175
30. Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do
Colo do Útero (Antes EPS) 177
31. Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do
Colo do Útero (Após EPS) 177
32. Utilidade da Citologia 180
33. Local onde habitualmente efectuava a Citologia 181
34. Opinião das Utentes sobre a Educação para a Saúde realizada 185
35. Distribuição das Participantes por Grupo Etário 187
36. Distribuição das Participantes por Profissão 189
37. Distribuição das Participantes por Centros/Extensão de Saúde 190
38. Local/Circunstância onde ouviram falar do Cancro do Colo do
Útero (Antes EPS) 193
39. Local/Circunstância onde ouviram falar do Cancro do Colo do
Útero (Após EPS) 193
40. Opinião das Mulheres sobre o Cancro do Colo do Útero
(Antes EPS) 194
41. Opinião das Mulheres sobre o Cancro do Colo do Útero
(Após EPS) 195
42. Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do Colo
do Útero (Antes EPS) 196
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43. Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do Colo
do Útero (Após EPS) 197
44. Local onde realizaram a Citologia 200
45. Indicação da Citologia 201
46. Motivos que levaram a assistir à EPS (Antes EPS) 201
47. Opinião das Mulheres sobre a EPS (Após EPS) 202
48. Distribuição das Mulheres por Grupo Etário 203
49. Distribuição das Mulheres por Profissão 206
50. Distribuição das Mulheres por Centros/Extensão de Saúde 206
51. Local/Circunstância onde ouviu falar do Cancro do Colo do
Útero (Antes EPS) 209
52. Local/Circunstância onde ouviu falar do Cancro do Colo do
Útero (Após EPS) 209
53. Opinião das Mulheres sobre o Cancro do Colo do Útero (Antes EPS) 210
54. Opinião das Mulheres sobre o Cancro do Colo do Útero (Após EPS) 211
55. Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do Colo do
Útero (Antes EPS) 212
56. Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do Colo do
Útero (Após EPS) 213
57. Local onde realizaram a Citologia 214
58. Indicação da Citologia 215
59. Motivos que levaram a assistir à actividade (Antes EPS) 216
60. Opinião das Mulheres sobre a EPS (Após EPS) 216
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INTRODUÇÃO
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A Educação Para a Saúde constitui um aspecto crucial na sociedade actual. De facto,
nenhuma sociedade será saudável, de uma forma global, se não estiver esclarecida dos
factores de risco que podem influenciar o aparecimento das doenças e,
consequentemente, a perda de saúde.
O grande objectivo da Educação Para a Saúde consiste em transmitir informação
adequada ao indivíduo, tendo em vista a Promoção da Saúde e a Prevenção da Doença,
por forma a que os cidadãos melhorem a sua qualidade de vida e possam tomar decisões
conscientes e autónomas.
Na sociedade portuguesa a cultura da Promoção da Saúde parece não estar muito
enraizada, embora a Medicina moderna esteja desenvolvida ao ponto de conhecer muito
bem a causa da maior parte das doenças. No entanto, verifica-se que a população
parece estar pouco e, por vezes, mal informada sobre as doenças e os factores de risco.
Este facto pode relacionar-se com a mentalidade dos portugueses ou com a influência
dos media pelos grupos de pressão económica e financeira ou, ainda, uma “aparente”
falta de organização das autoridades oficiais de saúde que, em determinadas épocas se
tem verificado.
A Educação Para a Saúde, como um processo que visa ajudar as pessoas a adoptar, ou
modificar, comportamentos, mediante a utilização de estratégias que favoreçam o seu
estado de saúde, continua a ser alvo de preocupação de alguns governos, instituições de
saúde, grupos profissionais e, principalmente, de alguns autores isolados em artigos de
literatura específica.
Promover e Educar Para a Saúde tornou-se uma questão de cidadania, sendo emergente
o investimento de toda a sociedade nesta área, sobretudo, daqueles que têm como dever
fornecer serviços que contribuam para a promoção e manutenção da saúde, prevenção
da doença e bem-estar do indivíduo.
Os Profissionais de Saúde, nomeadamente os Médicos e os Enfermeiros, constituem um
dos grupos sociais com maior responsabilidade, competência e capacidade de
intervenção ao nível da Promoção e da Educação Para a Saúde, bem como da
Prevenção da Doença, junto da comunidade onde exercem a sua actividade profissional.
A sua intervenção é influenciada pela dimensão social, cultural, espiritual e económica,
sendo o conhecimento do contexto onde se insere essa população, assim como as suas
crenças, costumes e hábitos de vida de primordial importância.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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O Enfermeiro é o elemento que, por norma, permanece mais tempo com o utente. Sendo
assim, sempre que está junto dele (doente ou saudável) ou, ainda, por exemplo, na
Consulta de Enfermagem, deve privilegiar as áreas acima mencionadas, levando-o a
descobrir novas motivações tendo em vista a adopção voluntária de hábitos de vida
saudáveis.
Os tumores malignos apresentam taxas de mortalidade elevadas que, de um modo geral,
têm vindo a aumentar ao longo dos tempos, quer a nível nacional quer a nível mundial.
De acordo com Sikora, referenciado por Dias (2002), as estimativas da Organização
Mundial de Saúde, a nível mundial, apontam no sentido de um crescimento exponencial
desta doença, nas próximas duas décadas, duplicando de 10 para 20 milhões o número
de novos casos que serão anualmente diagnosticados.
Freireich (2001) menciona que o envelhecimento da população e a relação existente
entre a doença oncológica e a idade faz com que o Cancro se torne um dos maiores
problemas de saúde do século XXI.
Actualmente, este constitui a segunda causa de morte em Portugal o que,
indubitavelmente, o torna um problema de Saúde Pública, uma vez que está sempre
incluído entre as primeiras causas de morte nas diferentes regiões do país.
Os Cuidados de Saúde Primária são aqueles que, por excelência, devem privilegiar a
Promoção da Saúde e a Prevenção da Doença.
A Prevenção do Cancro e o seu rastreio são uma preocupação, cada vez mais
consensual, entre diversos autores da literatura consultada, como por exemplo Amado
(1994), Frank-Stromborg (1997), Durá (2002).
O Rastreio do Cancro reveste-se de especial interesse, uma vez que existem provas e
relatos escritos da sua eficácia, principalmente em situações pré-malignas ou quando
diagnosticado precocemente.
Em Portugal o rastreio está implementado, em quase todo o país, inclusive na região de
Viana do Castelo, muito embora, praticamente inactivo nos últimos anos (RORENO,
Instituto Português de Oncologia, 1988).
Entre os vários cancros existentes, o Cancro do Colo do Útero é um dos que, se
diagnosticado ou tratado em fase precoce, tem grandes possibilidades de cura. A nível
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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mundial a sua incidência tem sofrido oscilações ao longo dos anos. No entanto, nos
países que possuem programas de detecção precoce e tratamento organizados tem-se
verificado, nas últimas duas décadas, que a taxa de mortalidade específica por este
cancro tem diminuído.
Blake et al. (1988) referiram que, em termos teóricos, as neoplasias cervicais no período
pré-invasivo são curáveis.
Em Portugal, no ano 2002, registaram-se duzentas e vinte mortes por cem mil habitantes
por Cancro do Colo do Útero (220/100000), das quais nove (9) pertenciam ao distrito de
Viana do Castelo (DGS/DSIA, 2002).
Na Região Norte verificámos um aumento do número e da taxa de incidência do Cancro
do Colo do Útero, nomeadamente entre os anos 2000 e 2002, passando de 261 - 15,9%
para 313 - 18,7% (RORENO, Instituto Português de Oncologia, 1999-2000).
A Promoção e a Educação Para a Saúde, áreas tão importantes no âmbito da Saúde,
parecem não estar a ser devidamente reconhecidas e valorizadas, tendo em conta o
elevado número de casos existentes a nível da Prevenção do Cancro, em geral e do
Cancro do Colo do Útero, em particular.
A justificação da opção pela problemática decorreu da nossa experiência como
Enfermeira e como Professora de Enfermagem, quer na área dos Cuidados de Saúde
Primários, quer Diferenciados (Ensino Teórico e Clínico), quer ainda, no contacto com os
Profissionais de Saúde (nomeadamente, Médicos e Enfermeiros), para além de alguns
dos resultados da investigação realizada no Mestrado em Ciências de Enfermagem.
A dissertação de Mestrado - “A Prática Educativa dos Enfermeiros em Cuidados de
Saúde Diferenciados” – levou-nos a observar o que se passava nos Cuidados de Saúde
Diferenciados em relação à Educação Para a Saúde, pois constatámos que os
entrevistados, à data, opinavam que esta deveria ser, preferencialmente, aí realizada
(Branco, 1995).
Nos Ensinos Clínicos e durante o trabalho de campo da dissertação de Mestrado
observámos, que as práticas de Educação Para a Saúde face à Prevenção do Cancro
eram pouco desenvolvidas porque, muitas vezes, estavam associadas a preconceitos e
tabus dos doentes e seus familiares, e mesmo dos Profissionais de Saúde. Deparamo-
nos, então, com a dificuldade de adesão dos indivíduos aos comportamentos preventivos.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 36 -
No Ensino Teórico sobre o Cancro, e com os alunos de Enfermagem, encontrámos, de
igual modo, a existência de conceitos errados, medos e tabus, o que dificultava a
abordagem inicial do tema.
As práticas educativas relacionadas com as doenças crónicas como, por exemplo, a
Diabetes ou o Acidente Vascular Cerebral eram mais frequentes do que sobre o Cancro,
porque para muitos, este último, estava, intimamente, relacionado com sofrimento e
morte ou situação perante a qual nada se podia fazer.
Atendendo a que o Cancro do Colo do Útero é um dos que se pode prevenir, e a
constatação de que continua a existir mortalidade causada pelo mesmo em Portugal e no
distrito de Viana do Castelo, constituiu também, uma das razões de opção por este
estudo.
Antes de iniciarmos a pesquisa colocaram-se-nos um conjunto de questões que serviram
de ponto de partida:
- Qual será a adesão das mulheres, inscritas em Centros de Saúde, à citologia
Papanicolaou?
- Que representação terão as mulheres que frequentam esses Centros de Saúde
sobre Cancro, sua Prevenção e Prevenção do Cancro do Colo do Útero?
- Que importância atribuirão essas mulheres à Educação Para a Saúde sobre
Cancro?
- Que conhecimentos possuirão sobre Cancro e Cancro do Colo Uterino?
- Onde foram adquiridos estes conhecimentos?
- Será que a sua representação de Cancro interferirá na utilização de medidas
preventivas ou na adesão a rastreios?
- Qual a sua opinião sobre as actividades educativas realizadas no Centro de
Saúde e Prevenção do Cancro?
- Que representação terão os Profissionais de Saúde dos Cuidados de Saúde
Primários (Médicos e Enfermeiros) sobre Educação Para a Saúde, Prevenção,
Cancro, Cancro do Colo do Útero e sua Profilaxia?
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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- De que forma as suas representações de Cancro poderão influenciar o
desempenho profissional ao nível da Educação Para a Saúde, no âmbito da
Prevenção do Cancro?
- Que estratégias serão utilizadas por esses Profissionais para realizar Educação
Para a Saúde?
- De que forma será feita a Educação Para a Saúde sobre Cancro?
- A história familiar de Cancro influenciará a prática de quem faz Educação Para a
Saúde?
- Quais os contributos da Educação Para a Saúde na Prevenção do Cancro,
especificamente do Cancro do Colo Uterino?
O terreno de pesquisa, bem como a selecção do tipo de cancro a estudar – Cancro do
Colo do Útero – surgiu, após a apresentação do Relatório do 1º Ano de Doutoramento,
em Provas Públicas. Após discussão dos resultados do estudo exploratório, “Educação
Para a Saúde – Contributos Para a Prevenção do Cancro”, e tendo em conta que o
Projecto – Prevenção do Cancro do Colo do Útero constituía um dos implementados na
Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo, no seu Plano de Acção 2000 – 2003,
considerámos oportuno incidir a investigação sobre a Educação Para a Saúde e a
Prevenção deste Cancro, face à possibilidade efectiva de prevenção e cura.
A partir daí reformulámos o planeamento da pesquisa, reajustámos a metodologia,
seleccionámos a população e elaborarámos os instrumentos de colheita de dados.
Para compreendermos os comportamentos das pessoas envolvidas no estudo utilizámos
uma abordagem metodológica que possibilitasse uma verdadeira interacção com as
mesmas e na qual obtivéssemos os seus significados que nos movessem para uma
determinada acção.
Nesta perspectiva, desenvolvemos esta investigação na abordagem metodológica
qualitativa, especificamente a do método etnográfico, usando o estudo de casos.
Trata-se de um estudo descritivo, de natureza exploratória, embora, tenhamos recorrido,
sempre que necessário, à metodologia quantitativa, pelo que, sob este ponto de vista, se
possa considerar um estudo misto.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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O cenário do estudo foi o Centro de Saúde de Barroselas, o Centro de Saúde de S. Julião
de Freixo e respectivas Extensões de Saúde, daí designarmos esta pesquisa como um
estudo de casos “polilocalizado”.
Tendo dificuldade em estudar todas as utentes inscritas nos Centros de Saúde, optámos
por definir um grupo específico, constituído por mulheres com idades compreendidas
entre os 25 e os 64 anos de idade, inclusive (data de nascimento entre 01/01/1938 e
31/12/1977).
Na recolha de dados utilizámos como procedimentos básicos a observação não
participante e o questionário.
Para a análise e tratamento dos mesmos recorremos ao software SPSS 12.0 (SPSS Inc.,
Chicago, Illinois, USA) no caso dos questionários e à análise documental para os
documentos e dados inerentes à observação.
Esta investigação teve como Objectivos Gerais:
- Analisar os contributos da Educação Para a Saúde realizada pelos Profissionais
de Saúde dos Cuidados de Saúde Primários na Prevenção do Cancro;
- Sugerir estratégias de Educação Para a Saúde ao nível dos Cuidados de Saúde
Primários, no âmbito da Prevenção do Cancro, em particular do Cancro do Colo do Útero;
- Contribuir para as condições de funcionamento e desenvolvimento do Rastreio
do Cancro do Colo do Útero na Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo.
A pesquisa visou, ainda:
- Verificar a “adesão” das mulheres à citologia cervical nos anos 2003 e 2004;
- Identificar a Representação Social dos Profissionais de Saúde (Médicos e
Enfermeiros) e das Utentes que frequentaram os Centros de Saúde onde estava a ser
realizado o estudo sobre Educação Para a Saúde, Prevenção e Prevenção do Cancro,
Cancro do Colo Uterino e sua Profilaxia;
- Identificar os contributos das actividades de Educação Para a Saúde realizadas.
Inicialmente, era nossa intenção que o instrumento médico – “Registo de Pedido de
Citologias” – constituísse um documento de colheita de dados. A forma como estava
construído e como eram efectuados os registos foi o motivo pelo qual o rejeitámos, uma
vez que não permitia ter informações precisas, proceder à analise e chegar a conclusões.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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A análise que realizámos desse documento dos anos de 2001 e 2002 serviu de base
para a construção e implementação do questionário «“Adesão” das Mulheres à
Citologia”» durante o trabalho de campo (2003-2004).
O estudo, bem como determinadas áreas da sua Fundamentação Teórica, baseou-se em
alguns dos pressupostos da Antropologia Médica, uma vez que era nossa intenção
compreender aspectos subjectivos dos intervenientes, tais como crenças, valores e
comportamentos em saúde (Jupiassu, 2002).
No primeiro Capítulo, discutímos alguns aspectos sobre a Saúde e a Doença ao longo
dos tempos e o conceito de Prevenção no processo Saúde/Doença. Tendo em conta que
a Cultura atravessa todo este processo, esta constituiu, também, um ponto do mesmo.
No Capítulo seguinte, abordámos áreas relacionadas com o conhecimento científico do
Cancro, tais como o seu conceito e o processo de cancerigénese, bem como a
Prevenção do Cancro e o papel da Enfermagem.
No Capítulo III, desenvolvemos a temática Cancro Cérvico-Uterino, já que constituiu o
modelo do estudo. Entre os principais elementos que compõem a sua estrutura teórica
referimos a incidência e mortalidade por Cancro do Colo do Útero, a classificação cito-
histopatológica e o estadiamento das lesões. Na história natural da doença mencionámos
alguns aspectos relacionados com a epidemiologia deste cancro e seus factores de risco.
Descrevemos a Prevenção do Cancro do Colo do Útero, o Plano Oncológico Nacional, no
que se refere ao Rastreio deste cancro, bem como o grupo alvo e periodicidade da
citologia.
No Capítulo IV, expusemos alguns dos pressupostos inerentes à Educação Para a Saúde
e sua relação com a Promoção da Saúde. Abordámos alguns modelos utilizados nesta
área, nomeadamente em Saúde Comunitária. Fizemos uma breve referência a Modelos
ou Paradigmas da Educação Para a Saúde.
No Capítulo V centrámo-nos na descrição e justificação das opções metodológicas.
Assim, apresentámos o desenho e o cenário do estudo, descrevemos a população,
indicámos a população alvo, relatámos a estratégia de colheita de dados, bem como os
instrumentos utilizados e a metodologia adoptada para a análise dos dados. No final,
para além das considerações de ordem Ética, referimos as limitações do estudo, ou seja,
as dificuldades e obstáculos que sentimos neste processo de pesquisa.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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O Capítulo VI consistiu na Apresentação dos Resultados de acordo com os instrumentos
utilizados.
A Discussão dos resultados obtidos, Capítulo VII, foi efectuada tendo por base os
objectivos propostos.
O Capítulo VIII destinou-se às Conclusões e Recomendações, tendo em vista contribuir
para a Prevenção do Cancro do Colo do Útero.
Reforçámos a importância do Cancro, em geral, e do Cancro do Colo do Útero, em
particular, como um problema de Saúde Pública, no nosso país. Realçámos a
necessidade de Educar Para a Saúde, visando a promoção da mesma e a adopção por
parte das pessoas de estilos de vida e comportamentos saudáveis, bem como a
intervenção ao nível da prevenção da doença.
No entanto, como já foi referido, entendemos que é importante a alteração das
representações dos Profissionais de Saúde sobre o Cancro, para que seja possível
desmistificar a opinião pública.
Apesar de existir um Programa Oncológico Nacional e um Projecto de Prevenção do
Cancro do Colo do Útero em curso os resultados deste estudo demonstraram haver
desarticulação entre o que é legislado, planeado e realizado.
Verificámos, também, que alguns Profissionais de Saúde e Utentes não revelaram
grandes conhecimentos e motivação para a problemática do Cancro e do Cancro do Colo
do Útero.
Constituía nossa meta que alguns dos resultados desta pesquisa permitissem a melhoria
dos registos em geral, bem como a implementação efectiva de um instrumento de
Registo de Citologia Cervical, que favorecesse a (re)activação do Rastreio Oncológico na
Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo.
Esperamos que, embora com as suas lacunas, esta Investigação possa trazer contributos
para as profissões da área da Saúde, mas sobretudo para as Ciências de Enfermagem,
onde como Enfermeira e como Professora, estamos inseridas.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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CAPÍTULO I
DO PROCESSO SAÚDE/DOENÇA À PREVENÇÃO
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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1. A SAÚDE E A DOENÇA AO LONGO DOS TEMPOS
Ao longo da história da humanidade, a saúde como uma qualidade ou estado pessoal de
bem-estar, tem sido procurada e valorizada por todos os seres humanos. No entanto,
durante muitos anos, as tentativas feitas para definir saúde tiveram como referência a
“falta de saúde”, ou seja, a doença.
A primeira vez que apareceu o termo saúde foi na língua inglesa, por volta do ano 1000
A.C. com um significado amplo de qualidade de saúde e integridade, incluindo aspectos
físicos, intelectuais e espirituais. (Greene et al., 1984).
As descobertas científicas, que se deram a partir do século XIX, como as de Robert Koch
e de Louis Pasteur, trouxeram contributos importantes para a identificação das doenças e
suas causas, bem como para o controle e irradicação de diversas patologias infecciosas,
mas não foram suficientes para construir um conceito de saúde.
Muitos estudiosos têm tentado encontrar conceitos de saúde e de doença que
satisfaçam, o que não tem sido fácil, uma vez que estes são muito relativos e estão,
normalmente, relacionados com uma diversidade de factores.
Na opinião de Nogueira (2001, p. 43), a saúde “entendida durante muito tempo como
«ausência de doença», desenvolveu-se no contexto da medicina e relaciona-se a uma
visão negativa e redutora do problema”, pelo que se centrava mais na doença e na sua
cura do que na Promoção da Saúde (PS) ou na prevenção da doença.
A visão de saúde descrita, focalizada, sobretudo, na Biologia e na Medicina, cujo
interesse principal era a procura constante da descoberta da origem das doenças e onde
as formas mais comuns de luta eram as intervenções médicas, constituía o discurso
típico do modelo biomédico. Estava aqui bem presente a unicausalidade do processo
saúde/doença assente no Positivismo dominante e seguido naquela época. Esta teoria
científica e metodológica não aceitava, por exemplo, que a cultura pudesse moldar os
comportamentos humanos e que estes, muitas vezes, são determinantes no
aparecimento, agravamento e mesmo propagação de doenças (Berlinguer, 1988).
No entanto, esta visão reducionista do processo saúde-doença foi, passado algum
tempo, colocada de parte.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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A definição de saúde proferida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1946,
como ”…completo bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença
ou enfermidade…” tentou fazer uma ruptura com o modelo biomédico tradicional e a
saúde surgiu como “algo” positivo” que deve ser promovido (Meade et al., 1988).
Inicialmente, este conceito foi inovador e mesmo elogiado pela sua positividade,
abrangência e multidimensionalidade mas, posteriormente, foi criticado pela sua
subjectividade, amplitude e difícil operacionalização, sofrendo alterações ao longo dos
tempos.
Assim, para além da supressão do termo “completo” foi objectivo da OMS que todos os
indivíduos ou grupos participassem na sua comunidade, satisfizessem as suas
necessidades e aspirações e, se possível, conseguissem alterar o meio que os rodeia
(OMS, 1985, 1986).
Na realidade, a saúde e a doença constituem, sempre, estados relativos e subjectivos da
vida humana, pelo que necessitam de conceitos mais operacionais. A saúde absoluta ou
perfeita é inatingível tendo em conta a natureza aberta e dinâmica dos sistemas
biológicos (Dubos, 1959; San Martin, 1984; citados por Simões, 1989).
Na tentativa de apresentar conceitos mais realistas de saúde e, ou, doença vários
autores manifestaram-se, acrescentando-lhes outras dimensões ou aspectos o que fez
com que os mesmos sofressem variações.
Dubos (1965, p. XVII) entendeu que a doença seria uma inadaptabilidade entre o
organismo e o ambiente natural, social, económico e cultural e a saúde “algo” dinâmico
pelo que, para o autor, “saúde e doença são a expressão do sucesso ou falhanço
experimentado pelo organismo nos seus esforços de responder adaptativamente aos
desafios do ambiente”.
Audy (1971, p. 142) referiu que “ a saúde é uma propriedade continuada que pode ser
avaliada pela capacidade individual de restabelecimento de uma grande diversidade de
“ataques”, sejam eles químicos, físicos, infecciosos, psicológicos, sociais”, enquanto que
Nogueira (2001, p. 44), tendo por base o conceito de doença de May (1961), definiu-a
“como uma alteração das células ou tecidos vivos que ponha em perigo a sobrevivência
no seu ambiente”.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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Nesta perspectiva, na opinião de vários autores (Mayer, 1982; Meade et al. ,1988;
Santana, 1995), a saúde e a doença são influenciadas por inúmeros factores, tais como,
biológicos, sociais, económicos, culturais, étnicos, psicológicos e tecnológicos e, ainda,
podem variar conforme o nível de desenvolvimento da população.
Fornecendo uma interpretação mais abrangente do estado saúde-doença e abarcando
questões anteriormente negligenciadas, as várias revisões do conceito da OMS
continuaram a ser, no entanto, criticadas por alguns autores, devido à necessidade de
recorrer a técnicas que permitissem fazer a avaliação de saúde, baseada na auto-
percepção e no conceito de qualidade de vida.
O conceito de qualidade de vida (muito mais abrangente que o de saúde) descrito “como
um juízo subjectivo do grau em que se alcançou a satisfação ou um sentimento de bem-
estar pessoal, mas associada a determinados indicadores objectivos biomédicos,
psicológicos, comportamentais e sociais” permite operacionalizar o de saúde (Amorim,
1999, p. 28).
Importava mencionar que os progressos da Medicina foram de extrema importância na
evolução do conceito saúde-doença. No entanto, este capítulo não ficaria completo se
não fizéssemos referência ao modelo ou paradigma biopsicossocial de doença, que
sofreu influência da teoria de Engel (Bolander, 1998). O modelo, ao considerar o
indivíduo como um ser biopsicossocial (visão holística do ser humano), adverte para a
interferência de factores biológicos, psicológicos e sociais no processo saúde e doença.
A situação de saúde e doença são processos dinâmicos, multicausais, pelo que não se
pode focalizar unicamente nos aspectos objectivamente observáveis e explicados ao
nível de processos celulares e moleculares, mas é necessário valorizar a narrativa da
pessoa, as suas emoções, o que ela diz ou refere sentir.
Vários autores têm mencionado, analisado e reflectido sobre o modelo anteriormente
abordado, tais como: Engel (1977); Bolander (1998); Puustienen et al. (2003); Borrell-
Carrió et al. (2004).
O conceito de saúde pode, ainda, sofrer ligeiras alterações segundo a sociedade dentro
da qual é produzido. Isto parece significar que não existe um conceito universal de saúde,
mas conceitos histórica e socialmente determinados.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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2. O CONCEITO DE PREVENÇÃO NO PROCESSO SAÚDE/DOENÇA
Praeventione é a palavra latina que deu origem ao termo Prevenção, derivada de
praevenire, significando antecipar, acautelar, precaver, evitar e impedir.
Ao longo dos tempos, quer na literatura, quer na práxis tem-se utilizado, abusivamente, o
termo prevenção, contudo, na prática, a maior parte das vezes, é pouco efectivada.
O processo saúde e doença está relacionado, desde há muitos anos, com as práticas de
prevenção, existindo relatos de condutas preventivas, no âmbito da prática médica
individual e de medidas preventivas nas práticas sociais, conforme relata Teixeira (2001).
Em Saúde, nas discussões sobre prevenção, é comum o aparecimento do conceito de
Promoção da Saúde (PS). Prevenção da doença e Promoção da Saúde são conceitos
distintos que é importante clarificar.
Jekel et al. (1999) referiram que Hugh Leavell desenvolveu um conceito de Prevenção
que veio a ser conhecido como os níveis de Leavell. Para este, as actividades
desenvolvidas pelos Profissionais de Saúde visavam a Prevenção.
Os autores acima mencionados, tendo por base o conceito de Leavell, consideraram
existir três níveis de Prevenção: Primária, Secundária e Terciária.
A Prevenção Primária consistia na Promoção da Saúde e na protecção específica. A
finalidade era alterar ou eliminar os factores de risco e, se possível, melhorar as
condições de vida das pessoas.
A Prevenção Secundária pretendia o tratamento imediato, face ao diagnóstico precoce.
Dentro do possível a doença devia ser evitada ou interrompida, por forma a prevenir
sequelas permanentes.
No que concerne à Prevenção Terciária o objectivo era restringir incapacidades ou
reabilitá-las.
Nestes níveis de Prevenção o rastreio era de extrema importância porque permitia,
atempadamente, detectar doenças latentes em indivíduos assintomáticos, de risco ou,
ainda, efectuar o follow-up nos doentes.
Os pressupostos referidos mantêm-se verdadeiros, muito embora se tenham verificado
grandes avanços nesta área.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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O conceito de Prevenção está intimamente ligado ao de Promoção da Saúde. Este último
surge, nos dias de hoje, enquadrado em muitos dos discursos político-administrativos da
saúde e tem como referência a Declaração de Alma-Ata, a Estratégia Regional Europeia
“Saúde Para Todos no Ano 2000” e a Carta de Ottawa.
Freitas (2003) refere que os elevados custos dos tratamentos curativos e a assistência
médica diminuída à população, com limitações a nível económico, conduziu, em 1974, no
Canadá, ao conceito de Promoção da Saúde. Este começa a ganhar força em 1986, em
Ottawa – Canadá, na 1ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde. Desta
conferência resultou a carta onde PS era definida como “o processo que visa aumentar a
capacidade dos indivíduos e da comunidade para controlarem a sua saúde no sentido de
a melhorar.” (http://www.dgsaude.pt., p. 2).
Nesse momento, a equidade foi considerada o principal foco a ser atingido para se ter
acesso à PS, entendendo-se que consegui-la consistia em eliminar as diferenças
desnecessárias, evitáveis e injustas que limitam as oportunidades do indivíduo a atingir o
direito ao bem-estar.
Na Segunda Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, no ano de 1988 em
Adelaide – Austrália, foram consideradas prioritárias as políticas públicas saudáveis,
entre as quais, o apoio à saúde da mulher, alimentação e nutrição, redução de consumo
do tabaco e do álcool e, ainda, criação de ambientes favoráveis.
A Terceira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde decorreu em Sundsvall
(Suécia), em 1991. A temática “Ambientes Favoráveis à Saúde” saiu, ainda mais,
fortalecida desta conferência. Para além do enfoque dado a este aspecto, a procura da
equidade e da educação foi, também, valorizada. Propunha, ainda, o aumento de poder
de decisão e de participação comunitária dos indivíduos, tendo por base um processo
democrático de PS.
Em Bogotá (Colômbia), no ano de 1992, realizou-se uma outra conferência, na qual
foram realçados os problemas enfrentados pela América Latina, ou seja, a necessidade
de solidariedade e equidade social como condições indispensáveis para a saúde e o
desenvolvimento.
A Declaração de Jakarta (Indonésia), em 1997, resultou da 4ª Conferência Internacional
sobre Promoção da Saúde. Esta deu origem à declaração subordinada ao tema “Novos
Actores para uma Nova Era: Adoptar a Promoção da Saúde ao Século XXI”, onde a PS
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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era encarada como um processo que permite ao indivíduo maior controlo sobre a sua
saúde e, assim, maior poder para a melhorar.
O principal objectivo destas conferências foi aumentar as expectativas de saúde e reduzir
as diferenças entre países e grupos, sendo considerada a pobreza a maior ameaça à
Saúde Pública.
As cinco prioridades estabelecidas para a PS no século XXI foram a: promoção da
responsabilidade social para com a saúde; o aumento dos investimentos para fomentar a
saúde; a consolidação e expansão de parcerias a favor da saúde; o aumento da
capacidade comunitária, dando direito à palavra ao indivíduo e obtenção de infra-
estrutura para a Promoção da Saúde.
A Quinta Conferência Global sobre PS, sob o lema “Promoção da Saúde: Rumo a uma
Maior Equidade”, realizou-se no México em 2000. Teve como principais objectivos
mostrar a importância da Promoção da Saúde, de modo particular, para indivíduos que
vivem em condições adversas; promover alianças entre os indivíduos nos diferentes
níveis sociais; bem como o desenvolvimento social da responsabilidade dos governos
partilhada pelos diversos sectores da sociedade. Desta conferência adveio a reafirmação
da importância da procura da equidade.
As conferências mencionadas para além de ditarem metas que ajudaram os países a
diminuírem as injustiças e as desigualdades sociais contribuíram também, através de
avanços ideológicos, políticos e conceptuais, para a evolução das propostas com vista à
melhoria da qualidade de vida dos indivíduos.
Segundo Guimarães et al. (2004) é necessário actuar sobre os factores sociais que são
determinantes da saúde para se alcançar qualidade de vida.
Face aos desígnios da OMS e das Conferências sobre Promoção da Saúde os
Profissionais de Saúde devem cooperar com o indivíduo, a família e o meio envolvente
de forma a melhorar as condições de vida, fornecendo informação/educação.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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3. A INFLUÊNCIA DA CULTURA NA DÍADE SAÚDE/DOENÇA
A abordagem desta temática levou-nos a aludir a alguns aspectos culturais, uma vez que
estes ao influenciar o comportamento humano repercutem-se no processo saúde/doença.
A Antropologia da Saúde, disciplina da área das Ciências Sociais e da Saúde, segundo
Iriart (2003, p. 2) “tem como objecto de estudo a forma como, em diferentes contextos
socioculturais, as pessoas interpretam, atribuem significados e lidam com o processo
saúde-doença”, pelo que os diferentes conceitos e representações de saúde e doença
nos diversos grupos socioculturais deveriam ser considerados.
Na perspectiva Antropológica, a cultura, de acordo com Geertz, citado por Iriart (2003,
p.2) pode ser definida “como um sistema simbólico; formas de pensar que confirmam a
visão do mundo; valores e motivações conscientes e inconscientes; uma espécie de lente
através da qual as pessoas interpretam e dão sentido ao seu mundo” existindo, quase
sempre, grupos sociais dominantes na produção cultural.
Os indivíduos transmitem de geração em geração princípios, conceitos, regras e
significados que se reproduzem e manifestam na sua forma de vida.
A sociedade elabora códigos culturais diversos, nomeadamente sobre saúde e doença,
originando uma matriz cultural ou um sistema simbólico.
A cultura não deve ser encarada de uma forma homogénea e coerente de significados,
pois tal como “a sociedade ela é complexa e multifacetada, comportando contradições e
a coexistência no mesmo contexto social, de diferentes visões do mundo e quadros de
referência” Iriart (2003, p. 2).
Inúmeros estudos sócio-antropológicos têm sido realizados no âmbito do processo
saúde/doença e da prestação de cuidados. Estes tiveram como finalidade compreender a
concepção dos Profissionais de Saúde sobre saúde/doença/prestação de cuidados que
considere a cultura, o meio social, a importância dos usuários acerca dos procedimentos
que lhe dizem respeito e, até de práticas alternativas (Rangel, 2005).
As condições de vida e o tipo de ocupação/trabalho das pessoas na sua relação com o
processo saúde/doença, bem como a forma como elas reagem em diferentes contextos
de trabalho é muito importante para a reflexão e intervenção dos Profissionais de Saúde
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 50 -
no que concerne ao planeamento de actividades de promoção e prevenção nos sistemas
locais de saúde.
A cultura, de uma forma geral, é constituída por conhecimentos, crenças, valores, normas
e símbolos. Estes transmitiam-se de geração em geração e possuíam uma grande
quantidade de conhecimentos práticos (Marconi; Presotto, 2001). Tem uma dimensão
criadora e dinâmica, fazendo parte de uma realidade onde a mudança é um aspecto
crucial.
Na opinião de Minayo (1993, p. 15), a cultura
“não é um lugar subjetivo, ela abrange uma objetividade com a
espessura que tem a vida, por onde passa o econômico, o político, o
religioso, o simbólico e o imaginário. Ela é o locus onde se articulam os
conflitos e as concessões, as tradições e as mudanças e onde tudo
ganha sentido ou sentidos, uma vez que nunca há apenas um
significado”.
O conceito de cultura, na perspectiva de Marconi e Presotto (2001) varia no tempo, no
espaço e na essência. Esta pode centrar-se, entre outras, em ideias, crenças, valores,
normas, atitudes, padrões de comportamento, instituições familiares e sistemas
económicos.
A Antropologia Médica Anglo-Saxónica desenvolveu os conceitos de disease, illness e
sickness, apresentados por Kleinman e Young em, respectivamente, 1980 e 1982, que
permitem compreender os aspectos objectivos e subjectivos da doença (Iriart, 2003).
O termo disease refere-se à doença, tal como é entendida pela Medicina, e está
associado a patologia, independentemente de ser ou não culturalmente reconhecido.
Ilness ou enfermidade corresponde à percepção e vivência do paciente da doença ou de
outras situações, por vezes “desvalorizadas socialmente”. Esta nem sempre é
reconhecida pela Medicina como doença. Assim, illness (enfermidade) refere-se ao
significado que o indivíduo atribui aos seus sinais e sintomas, enquanto que disease
(patologia) pode ocorrer sem illness.
Segundo Kleinmnan (1980) citado por Iriart (2003, p. 6) “o conceito de illness remete
assim ao modo como a doença é trazida à experiência individual e se torna significativa
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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para o paciente, pois para que a pessoa se reconheça doente, é necessário que ela
interprete os sintomas experienciados como sinais de uma doença”. Como se pode
verificar, o contexto cultural onde o indivíduo está inserido está bem patente nesta
definição.
Ainda na opinião de Kleinman e mencionado por Iriart, por vezes, os Médicos encontram
algumas dificuldades na sua intervenção, principalmente, quando, esquecem o aspecto
subjectivo – illness - e se centram, apenas, na cura da patologia – disease. Surgem,
assim, outros conceitos designados de curing (cura da patologia), como oposto ao de
healing (cura da enfermidade). Este último conceito está integrado nos modelos
terapêuticos culturais, bastante diferentes dos antigos modelos médicos.
De acordo com Iriart, Young, em 1982, apresentou o conceito de sickness – doença –
focalizando a dimensão social da enfermidade e acrescentou a compreensão dos
aspectos sociais, políticos e económicos, determinantes sociais das doenças e já,
anteriormente, mencionados por Kleinman.
Na realidade, Kleinman foi um antropólogo que, com a construção do seu Modelo
Explicativo, reconheceu a necessidade de se incorporar os processos culturais na saúde,
nas vertentes cognitivas e sociais, sem esquecer as representações individuais do
sujeito.
No entanto, o seu modelo foi criticado por diversos autores, como, por exemplo, Coelho e
Almeida Filho (2002) por considerarem que se limitou às práticas curativas, encarou a
saúde como ausência de doença, pouco mencionou a prevenção e não se referiu à
Promoção da Saúde.
O aconselhamento médico, numa perspectiva de Promoção da Saúde e como vertente
da Educação Para a Saúde (EPS), cujo objectivo era motivar a adopção por parte das
pessoas de mudanças de comportamento voluntárias com impacto positivo na saúde,
tinha já sido referido por Green, de acordo com Adell (2001) ao abordar “O
Aconselhamento e a Promoção da Saúde”.
Foram vários os modelos teóricos explicativos de mudança de comportamento, como
processo de adopção de hábitos saudáveis que foram propostos nas últimas décadas.
Destes, enumeramos os seguintes: Teoria da Aprendizagem Social; Teoria do
Processamento da Informação do Consumidor; Autoterapia Comportamental; Modelo das
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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Crenças de Saúde; Modelo PRECEDE; Teoria da Acção Reflectida; Modelo ASE; Teoria
dos Estádios de Mudança de Prochaska (Adell, 2001).
Os diferentes modelos, com as suas características próprias, têm vantagens e
desvantagens, pelo que não existem receitas. O importante é conhecer o sujeito, na sua
globalidade e inserido no seu contexto de vida. Na prática retirar e adequar os contributos
de cada um às características particulares do indivíduo pode favorecer a mudança
voluntária de comportamentos.
A dimensão cultural e a intersubjectividade dos conceitos saúde/doença são, na
realidade, de extrema importância nas relações terapêuticas dos Profissionais de Saúde
com os Utentes e, ou, Pacientes, uma vez que as suas representações irão influenciar os
seus comportamentos.
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CAPÍTULO II
DO DOMÍNIO CIENTÍFICO DO CANCRO À SUA PREVENÇÃO
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1. O CONCEITO DE CANCRO E O PROCESSO DE CANCERIGÉNESE
O Cancro é o termo comum para todos os tumores malignos. Segundo Nogueira (2001,
p. 21), “é uma doença de topografia extremamente diversificada, que pode ocorrer em
praticamente qualquer parte do corpo humano”. O vocábulo Cancro, provavelmente, veio
do latim e poderia ser traduzido como “caranguejo” porque “adere a qualquer local que
acomete, de forma obstinada como um caranguejo”.
O Cancro (neoplasia maligna) pode ser descrito como “uma desordem onde o
crescimento celular deixa de ser coordenado pelas necessidades do organismo de novas
células, formando uma colónia de células relativamente indiferenciadas” e que, com o
tempo, “ultrapassa o número de células saudáveis à sua volta.” (Learmonth, 1988, p. 22).
Esta massa anormal não apresenta nenhum propósito e consome o hospedeiro, já que o
crescimento neoplásico compete com as células de tecidos normais pelos suprimentos de
energia.
Segundo Simonton et al. (1987), o Cancro aparece quando células normais se
transformam em células com informações genéticas incorrectas, de tal forma que se
tornam incapazes de cumprir as funções para as quais estavam designadas. Nas células
malignas as mudanças celulares que ocorrem vão permitir que elas se multipliquem
rapidamente e invadam tecidos e órgãos adjacentes. Ao processo de invasão e
reprodução de novos tumores para outras partes do corpo chama-se metastização.
O Cancro como “uma única célula transformada que não obedece ao regulamento da
diferenciação, proliferação celular, forma um clone e continua a crescer sem respeitar as
necessidades do corpo” foi considerada, na altura, uma boa definição. (Clark et al.,1997,
p. 263)
A carcinogénese consiste no processo de transformação de uma célula normal em célula
cancerosa, passando por diversas fases. Engloba diversos tipos de lesões, desde as pré-
cancerosas até aos tumores de grande malignidade.
De acordo com Harrison (1994) o Cancro é definido pelas seguintes características:
1. Clonalidade – alterações genéticas numa única célula, que se desenvolve para
formar o clone de células malignas.
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2. Autonomia – crescimento descontrolado, que não obedece ao controlo das
substâncias bioquímicas e físicas normais do ambiente.
3. Anaplasia – carência de diferenciação normal e coordenada das células.
4. Metástases – as células malignas têm a capacidade de crescer
descontinuamente e de disseminar para outras áreas do corpo.
Não existe uma causa única para o aparecimento do Cancro, no entanto são conhecidos
vários agentes responsáveis por esta transformação maligna. Estes são designados por
agentes carcinogéneos e para que o Cancro se desenvolva é necessário que eles
actuem de forma cumulativa e continuada de tal forma que se produzam alterações
celulares durante um largo período de tempo.
Actualmente, são conhecidos inúmeros factores carcinogéneos que, não actuando
normalmente de forma isolada, são responsáveis pelo aparecimento de Cancro, o que
explica o longo período de latência do seu aparecimento (Meade et al., 1988).
Alguns factores responsáveis pelo Cancro, para além da base genética, estão ligados a
aspectos comportamentais e a estilos de vida, tais como o tabaco, álcool, alimentação,
exposição solar,… Há, ainda, a considerar os derivados de outras exposições, como as
ambientais ou ainda as relacionadas com a actividade profissional. É de referir que nos
últimos anos tem-se descoberto associações de localizações tumorais com factores
infecciosos, nomeadamente bactérias e vírus.
Os factores da personalidade, como as defesas psicológicas mal sucedidas, a angústia
psíquica, a perda de um relacionamento e a inabilidade de expressar emoções e
sentimentos hostis têm sido associados quer ao aparecimento do Cancro, quer à sua
rápida disseminação (Arán et al., 1996; Deitos et al., 1997; Potter, 1999).
A investigação psicológica, ultimamente, tem vindo a preocupar-se com a associação
entre algumas variáveis da personalidade e a incidência das doenças oncológicas. De
vários estudos efectuados há a realçar o de Grossarth-Maticek, na antiga Jugoslávia e
Alemanha onde existe uma “relação nítida entre o funcionamento da personalidade e a
incidência de doenças oncológicas” (Justo, 2002, p. 53).
Estas características fazem parte de um tipo de personalidade onde a autonomia
emocional e auto-estimulação estão bastante afectadas.
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Parece existir uma relação entre factores psicológicos, nomeadamente o stresse e o
funcionamento imunológico. Assim, os problemas psicológicos ao deprimirem os órgãos
do sistema imunológico favorecem o aparecimento e a progressão do Cancro. Segundo
Maier & Watkins, referenciados por Justo (2002), não está, completamente, explicada a
forma como o sistema neuro-endócrino interage com o sistema imunitário.
Na opinião de Carvalho (1994) e Moreira (1998) o stresse facilita a exposição a factores
carcinogénicos, desencadeia a predisposição genética latente através de alterações
hormonais e bloqueia células imunológicas, o que permite pensar na existência da
associação entre o stresse e o Cancro.
Segundo a “teoria de vigilância imunológica”, o organismo das pessoas produz
diariamente células anormais, quer por razões externas, quer por divisão celular
incorrecta. É função do sistema imunológico reconhecer essas células e destruí-las.
Quando o stresse por algum motivo inibe este sistema pode desencadear o
desenvolvimento do Cancro (Siegel, 1989).
De acordo com Simonton et al. (1987) a Psiconeuroimunologia tem vindo a explicar a
relação existente entre corpo-mente e como as emoções desencadeiam substâncias
químicas que actuam no sistema imunológico. Os autores elaboraram o modelo corpo-
mente com a finalidade de mostrar como os factores psicológicos, nomeadamente o
stresse, podem influenciar o aparecimento do Cancro.
No modelo corpo-mente os sistemas envolvidos são o límbico, o imunológico e o
endócrino, conforme se pode verificar nas Figuras 1 e 2.
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Stresse psicológico
Depressão, desespero
Supressão da actividade
imunológica
Actividade hipotalâmica
Actividade pituitária
Sistema imunológico (contém mecanismos
anticancro)
Sistema endócrino (cria desequilíbrio
hormonal)
Aumento das células normais
Sistema límbico
Crescimento do cancro
Intervenção psicológica
Esperança, expectativa
Aumento da actividade imunológica
Actividade hipotalâmica Actividade pituitária
Sistema imunológico (contém mecanismos
anticancro)
Sistema endócrino (restabelece equilíbrio
hormonal)
Diminuição das células anormais
Sistema límbico
Regressão do cancro
Figura 1 - Modelo corpo/mente de desenvolvimento do cancro Figura 2 - Modelo corpo/mente de recuperação do cancro.
Fonte: Simonton et al., 1987
O mecanismo de funcionamento destes sistemas é o seguinte: o sistema límbico tem por
função registar a informação e enviá-la ao hipotálamo; este ao controlar o sistema
imunológico vai regular, também, a acção da glândula pituitária; esta exerce uma
actividade reguladora sobre o sistema endócrino.
Nestes esquemas podemos observar como determinados estados emocionais,
sentimentos ou mesmo doenças psíquicas (stresse, desespero, isolamento, depressão,
entre outros) podem predispor o indivíduo para o desenvolvimento do Cancro ou para a
sua recuperação (Simonton et al., 1987; Le Shan, 1992; Caetano et al., 1999).
Segundo Justo (2002), para considerar o sistema imunitário como o principal mediador
entre o psíquico e o Cancro, é imprescindível que estejam presentes duas condições: a
sensibilidade do sistema imunológico às alterações do funcionamento psicológico, de
modo particular em situações de stresse; alterações do sistema imunológico dos
indivíduos com problemas psicológicos como, por exemplo, doentes deprimidos.
Os Profissionais de Saúde devem ser capazes de reconhecer o stresse e promover no
indivíduo estratégias de coping, para que este seja capaz de lidar com situações de
doença e outras situações desfavoráveis do quotidiano.
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2. A PREVENÇÃO DO CANCRO
Em termos conceptuais a Prevenção do Cancro reside em minimizar ou eliminar a
exposição aos agentes carcinogénicos, assim como reduzir a susceptibilidade do
indivíduo à acção destes agentes (OMS, 1995).
Várias abordagens podem ser seguidas na sua prevenção e controlo, nomeadamente a
educação do indivíduo, a investigação científica, a eliminação ou controlo dos factores de
risco ou agentes que o podem provocar e o diagnóstico precoce ou o tratamento curativo
quando, ainda, é possível.
Na Prevenção do Cancro é fundamental a informação à população sobre os
comportamentos de risco, os sinais de alerta e a frequência com que se deve realizar os
exames de vigilância médica. É, também, importante que os serviços que actuam nesta
área sejam dotados de recursos humanos e reorientados para os aspectos culturais do
Cancro.
Em Oncologia interessa considerar todas as áreas de Prevenção. No entanto, daremos
enfoque à Prevenção Primária e Secundária.
A Prevenção Primária refere-se ao período anterior ao aparecimento do Cancro incluindo
medidas de Promoção da Saúde e de redução da população à exposição a factores de
risco.
A Prevenção Primária do Cancro consiste numa “tentativa de modificação de factores
promotores ou protectores contra a carcinogénese” Kennedy (2001, p. 64).
Os principais factores de risco, segundo Johnston et al., (2001) são entre outros,
carcinogénicos químicos, radiações (ultravioletas e ionizantes), vírus e oncogénes.
Kennedy (2001), considera que os estilos de vida actuais, como por exemplo, o tabaco, a
alimentação, o álcool, o sedentarismo e a poluição, favorecem o desenvolvimento do
Cancro.
O Plano Oncológico Nacional – 2001-2005, em termos de Prevenção Primária, refere que
“a implementação de uma estratégia de prevenção deve ser estruturada, sob a
responsabilidade da Direcção-Geral da Saúde, tendo como objectivo modificar alguns
dos factores que provocam o cancro, potenciando os factores protectores e inibindo os
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factores de risco, através do desenvolvimento de intervenções que promovam uma vida
saudável.” (Resolução de Conselho de Ministros n.º 129, 2001, p. 5241).
Esta estratégia propôs-se alcançar os objectivos abaixo mencionados:
� no domínio da informação da população
� implementação sistemática de acções de informação ao grande público através
dos meios da comunicação social, com particular relevo para a televisão;
� organização de campanhas de informação para grupos populacionais específicos
previamente definidos;
� melhoria da eficácia da comunicação das mensagens de informação,
nomeadamente o Código Europeu Contra o Cancro, através de técnicas de
promoção da saúde;
� desenvolvimento de acções específicas de informação e sensibilização dos
grupos populacionais abrangidos pelos programas de rastreio sistemáticos, dos
cancros do colo uterino, da mama e colo rectal;
� divulgação de informação sobre educação para a saúde nas escolas e locais de
trabalho com a participação dos professores e das organizações dos
trabalhadores;
� elaboração de material de informação contendo recomendações específicas para
a prevenção do cancro, nomeadamente as relacionadas com a alimentação, o
tabaco, a exposição ao sol e o ambiente ocupacional.
� na área da nutrição
� promover a organização de inquéritos alimentares com o objectivo de se conhecer
a realidade portuguesa no que respeita aos hábitos alimentares e à frequência
com que são consumidos alimentos reconhecidamente cancerígenos;
� dar a conhecer à população quais são esses alimentos e o risco que corre com o
seu consumo.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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� no que se refere ao tabaco
� o reforço da informação à população sobre o papel do consumo de tabaco na
incidência do cancro;
� a eleição da população juvenil como alvo prioritário das campanhas de
sensibilização antitabágica;
� a informação das populações trabalhadoras particularmente na área industrial,
para a existência da interacção com outros factores de risco;
� o reforço de legislação de protecção aos não fumadores nos locais públicos;
� a implementação de medidas restritivas à publicidade que estimula o consumo de
tabaco;
� acções de apoio aos fumadores que pretendam abandonar o hábito de fumar;
� colaboração com todas as instituições envolvidas na luta antitabágica;
� o aumento do imposto que incide sobre a venda do tabaco.
� relativamente ao ambiente (poluentes químicos, nomeadamente no ar, solos e água)
� promover a informação e sensibilização das populações para o risco de cancro
ambiental;
� pugnar pela aplicação de medidas preventivas e de controlo da poluição;
� desenvolver um programa de investigação sobre higiene e saúde ambiental.
Na Figura 3 podemos identificar algumas medidas de Prevenção Primária dirigidas ao
controlo de factores de risco do cancro.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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Figura 3 – Medidas de Prevenção Primária dirigidas ao Controlo de Factores de Risco do Cancro
Existem estudos epidemiológicos a comprovar a incidência e a mortalidade de
determinados Cancros em localizações específicas do corpo humano, relacionados com
estilos de vida e o local/país de origem ou onde habita o indivíduo Kennedy (2001).
FACTORES DE RISCO MEDIDAS PREVENTIVAS
TABACO
● Informar a população sobre os malefícios do tabaco; ● Ajudar o fumador a deixar de fumar; ● Proteger os não fumadores; ● Colaborar com as entidades públicas e associativas em acções educativas.
ALIMENTAÇÃO
● Incentivar a ingestão diária de frutas, vegetais, cereais e leguminosas; ● Reduzir a ingestão de gorduras e carnes; ● Evitar conservas, salgados e fumados; ● Evitar o abuso de bebidas alcoólicas; ● Aconselhar a manutenção do peso ideal.
AGENTES FÍSICOS,
QUÍMICOS, INDUSTRIAIS E MEDICAMENTOSOS
RADIAÇÕES
AGENTES INFECCIOSOS
● Evitar traumatismos repetidos; ● Proteger os indivíduos no ambiente de trabalho e no ambiente geral; ● Desincentivar a auto-medicação ou o uso de medicamentos susceptíveis de facilitar o aparecimento de cancro.
● Evitar a exposição excessiva à luz solar; ● Reduzir a ingestão de gorduras e carnes; ● Evitar conservas, salgados e fumados; ● Aconselhar a manutenção do peso ideal.
● Evitar agentes infecciosos: vírus da hepatite B e C; HIV; Epstein-Barr vírus; Human papilloma vírus; ● Educação sobre práticas sexuais saudáveis; ● Promover a vacinação.
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A intervenção eficaz e atempada a este nível pode diminuir a incidência de alguns
Cancros e a sua mortalidade como, por exemplo, o do estômago, pulmão, colon, útero,
pâncreas, fígado, pele, orofaringe, laringe, entre outros.
A Prevenção Secundária do Cancro, consiste na “identificação precoce e tratamento
imediato de lesões pré-malignas ou malignas em estadios iniciais. Insere o rastreio
(screening) da população, a vigilância de grupos de alto risco, bem como testes de
susceptibilidade genética” Kennedy (2001, p. 63).
O rastreio, de acordo com Teixeira et al. (2002, p. 36), reside num “exame que permite
identificar um problema potencial de saúde numa fase precoce, numa altura em que pode
ser mais prontamente tratável, ou em que é mais fácil lidar com as suas consequências”,
sendo exequível para a detecção precoce de determinados Cancros como: mama, colo
do útero, próstata, colon, testículo e pele.
Esta opinião é corroborada pelo Conselho da União Europeia, na sua Recomendação de
2 de Dezembro de 2003, sobre o rastreio do cancro, considerando que era importante
continuar a realizar o desenvolvimento de programas de rastreio de acordo com a
legislação nacional, as responsabilidades nacionais e regionais em termos de
organização, de prestação de serviços de saúde e de cuidados médicos.
As suas recomendações aos Estados-Membros foram:
� Implementação de programas de rastreio do cancro;
� Registo e gestão dos dados provenientes do rastreio;
� Monitorização periódica da metodologia e dos resultados do rastreio organizado,
bem como a sua comunicação à população e pessoal envolvido;
� Formação adequada do pessoal;
� Adesão elevada aos programas, assegurando a igualdade de acesso ao rastreio;
� Introdução de testes de rastreio inovadores, com base nos resultados de
investigação a nível internacional;
� Apresentação de relatório sobre a implementação e acompanhamento das
recomendações.
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O processo de rastreio é complexo e envolve diversas acções que devem seguir várias
etapas ao longo das avaliações efectuadas.
Figura 4 - Processo de Rastreio.
Fonte: Jekel F. J. et al. (1999)
A política de rastreio trará melhoria de saúde conforme as características da doença, dos
exames e da população submetida a rastreio. Assim, existem critérios para a realização
do mesmo.
Relativamente às características da doença podem considerar-se cinco critérios:
� efeito significativo na qualidade ou duração de vida;
� prevalência alta que justifique os custos;
� métodos de tratamento disponíveis e aceitáveis;
� existência de período sem sintomas durante o qual a detecção e o tratamento
reduzam a morbilidade e, ou a mortalidade de forma significativa;
Resultado negativo Efectuar teste de rastreio
Registar o resultado
Informar o indivíduo
Fazer o diagnóstico
Registar o resultado
Informar o paciente
Iniciar o tratamento
Rever o tratamento e
reavaliar
Continuar o tratamento e
reavaliar
Resultado positivo
Resultado positivo
Resposta positiva
Resultado negativo
Resposta negativa
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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� tratamento no período assintomático conduzir a um melhor resultado terapêutico
do que o tratamento no período sintomático.
O exame deve ter em atenção pelo menos as seguintes características:
� sensibilidade adequada para detectar a doença durante a fase assintomática;
� específico, o suficiente que permita encontrar um valor preditivo positivo e
aceitável;
� aceitável para o indivíduo.
Características da população submetida a rastreio:
� Prevalência da doença que justifique o rastreio;
� Fácil acessibilidade;
� Possibilidade de efectuar posteriormente exames de diagnóstico e terapêutica,
quando necessário.
O rastreio pode ser de base populacional ou oportunístico, de acordo com os objectivos
pretendidos. O rastreio de base populacional é realizado à população, requer uma
cobertura mínima de, aproximadamente, 60% da população alvo e um programa bem
definido, enquanto que o oportunístico é efectuado durante consultas de rotina. (Moutinho
et al., 2004)
De acordo com a Avaliação do Plano Oncológico Nacional 2001 – 2005
(http://wwwarsnorte.min-saude.pt), efectuada pela A.R.S. Norte, existem três formas de
rastreio:
���� Oportunista (case finding, opportunistic screening), realizado no decurso da
actividade diária e continuada do Médico de Família;
���� Sistemático (screening, mass screening) ou “rastreio própriamente dito”,
efectuado através de processos de convocação-reconvocação populacionais. Pressupõe
uma organização específica para que sejam conseguidos bons níveis de qualidade, bem
como facilidade de acesso, avaliação dos indicadores de desempenho, formas de
tratamento imediatas e informação centralizada.
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���� Organizado, adopta uma solução mista, associando o rastreio oportunista ao
sistemático. Utiliza uma organização e um sistema de informação de maneira a garantir a
qualidade do rastreio.
Actualmente, os avanços científicos que se têm verificado nas áreas da investigação
clínica, genética e os avanços da biotecnologia levam a que se encare de outra forma o
Cancro e a sua prevenção.
Na opinião de Dias (2002, p. 258) acontece que a prevenção é, muitas das vezes,
encarada “pelo público como restrição de liberdade, na medida em que impõe uma
escolha entre prazer e dever”, verificando-se por parte do mesmo dificuldade em adoptar
estilos de vida saudáveis, procura de cuidados de saúde e adesão a rastreios.
O desenvolvimento do Cancro é um processo moroso e para que a maioria “se
estabeleça” é necessário um longo período de latência, pelo que, segundo Amado (1994,
p. 63), “o tempo estará ao lado da prevenção”.
Conscientes de que nem todos os tumores são evitáveis é indiscutível a prática da
Prevenção do Cancro. No entanto, Coelho (1994) considera que a mesma nem sempre é
aplicada pois depende de factores políticos, sócio-económicos, da sensibilidade dos
Profissionais de Saúde e da vontade do indivíduo.
Em Portugal, segundo Amado (1994), as primeiras tentativas de implementação de um
Registo Oncológico devem-se a João Alberto de Azevedo Neves, professor da Faculdade
de Medicina de Lisboa, que no período de 1901 a 1907 desenvolveu trabalhos
estatísticos nesta área.
Posteriormente, Francisco Gentil, professor da mesma faculdade, em colaboração com
Raposo de Magalhães, professor da Faculdade de Medicina de Coimbra, criaram a
consulta e o serviço para doentes com Cancro no Hospital Escolar de Santa Marta.
Em Dezembro de 1923, foi criado o Instituto Português para o Estudo do Cancro, com
sede provisória no Hospital Escolar de Santa Marta.
O Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil foi criado e institucionalizado em
1944 existindo uma consulta de “profilaxia” gratuita vocacionada para o rastreio do
Cancro Genital e um serviço de visitação domiciliaria. Mais tarde, foram
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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institucionalizados os Centros Regionais do Porto e de Coimbra do Instituto Português de
Oncologia.
Importa mencionar que Viana do Castelo foi dos primeiros locais do país a ter um Registo
Oncológico implementado (Registo Oncológico Regional Norte) que foi decaindo após a
morte do Médico (Dr. José Maria de Carvalho) que o pôs em prática, podendo dizer-se
que os últimos dados mais completos são de 1999.
Em Viana do Castelo, nos últimos anos, tem havido dificuldade em encontrar registos
oncológicos de base populacional actualizados (RORENO, Instituto Potuguês de
Oncologia 1999-2000).
2.1 O PAPEL DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DO CANCRO
A Enfermagem, como ciência e profissão autónoma, conforme Costa et al. (2005, p. 107),
“compreende conhecimentos científicos e técnicos, acrescido das práticas sociais, éticas
e políticas vivenciadas no ensino, pesquisa e assistência” estimulando os Enfermeiros a
adquirir qualificações de maior nível e especializações em diversas áreas de intervenção.
Na actualidade, a Enfermagem ocupa um papel de destaque nas equipas de saúde,
constituindo o Enfermeiro o elemento que mais tempo dedica ao utente/paciente, pelo
que, segundo Helman (2003) não se justifica a inexistência da sua intervenção no
contexto da Prevenção do Cancro.
De acordo com o mesmo autor, o rácio de Enfermeiros disponíveis para a população
varia nos diferentes países do mundo, sendo no Reino Unido e no Brasil o maior grupo
de Profissionais de Saúde. A maioria dos Enfermeiros são do género feminino. A situação
apresentada pelo autor, segundo a Ordem dos Enfermeiros, é semelhante à que se vive
em Portugal.
O papel preponderante do Enfermeiro na assistência prestada ao indivíduo como um todo
biopsicossocial, cultural e espiritual, no processo saúde/doença e, nomeadamente, no
âmbito da prevenção do Cancro, quer em actividades individuais ou em grupos sociais
requer competências além da esfera técnico-científica. A componente humana, a
capacidade de escuta e de comunicação, entre outras, têm que estar presentes.
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- 68 -
O respeito da singularidade do indivíduo, como ser único e indissociável, do livre arbítrio
consciente e informado, bem como de outros princípios éticos constituem aspectos que o
Enfermeiro deve considerar na prática da Prevenção do Cancro.
Os Enfermeiros que exercem ou já exerceram a sua actividade profissional em
instituições especializadas em Oncologia (Institutos de Cancro) tiveram, regra geral, uma
preparação teórico-prática, humana e comportamental específica, o que lhes facilita o
desenvolvimento de actividades de Prevenção do Cancro.
Os Cuidados de Enfermagem incluem actividades de Promoção da Saúde, Prevenção
Primária e Secundária do Cancro, referindo Cutler (1999) que o Enfermeiro deveria
constituir o profissional-chave, bem como o elo de ligação com os outros profissionais da
equipa multidisciplinar de saúde.
A prática da Enfermagem preventiva é da competência de todos os Enfermeiros, sejam
generalistas, graduados ou especialistas uma vez que, nos dias de hoje, o Cancro
constitui uma problemática muito frequente, havendo necessidade de efectuar EPS tanto
nos Cuidados de Saúde Primários quanto nos Diferenciados.
O Enfermeiro Generalista constitui, normalmente, a categoria mais representativa da
classe nos Serviços de Saúde, pelo que deve ser capaz de prestar cuidados ao nível da
Prevenção do Cancro, quer individualmente, quer em parceria com outros elementos da
equipa de saúde (ONS, 2004).
O desempenho do Enfermeiro ao nível da Prevenção do Cancro é semelhante ao da
prevenção, em geral. No entanto, acontece que o termo “cancro” é assustador, quer para
o Utente dos Serviços de Saúde, quer para o Enfermeiro ou para outros Profissionais de
Saúde, devido aos preconceitos, crenças e tabus a que está, ainda, associado. Assim,
sucede, muitas vezes, recusarem ouvir falar do tema ou terem dificuldade ou
constrangimentos em abordá-lo.
Alonso (2003), refere que o conjunto de conceitos de crenças e valores podem influenciar
as interpretações das actividades de prevenção bem como o comportamento dos
indivíduos.
No que concerne às crenças e valores dos Enfermeiros, Friedrich e Sena (2002),
efectuaram um estudo sobre a práxis do cuidado no trabalho das Enfermeiras das
Unidades Básicas de Saúde de Juiz de Fora-MG e concluíram que o cuidar em
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- 69 -
Enfermagem é uma prática em mudança cuja actividade depende, também, de aspectos
subjectivos da Enfermeira que a efectua.
O contexto cultural do indivíduo, assim como o contexto cultural onde estão inseridos os
Cuidados em Saúde, podem facilitar ou dificultar a adesão do utente às práticas
preventivas.
Os recursos técnicos, humanos e financeiros do Sistema Local de Saúde podem
constituir elementos facilitadores ou não das práticas de prevenção. O Enfermeiro ao
planear as suas intervenções de prevenção tem, necessariamente, de ter em atenção
estes factores.
É imprescindível que o Enfermeiro conheça a comunidade onde intervém no âmbito da
Prevenção do Cancro, pois só desta forma pode estabelecer uma relação de confiança
com a população atendida. Relativamente ao aspecto mencionado, Oliveira (2003)
considerou que os Profissionais de Enfermagem não estavam, ainda, preparados para
esta prática.
As intervenções preventivas consistem, grosso modo, em dotar de conhecimentos, quer
os utentes quer a população, quanto aos factores de risco do Cancro e às medidas
preventivas, através de actividades de EPS individuais ou a grupos.
Ensinar e avaliar a aprendizagem de técnicas de auto-exame, como, por exemplo, mama
e testículo constitui uma função do Enfermeiro, muito embora, também possa ser de
outros Técnicos de Saúde.
Para além das actividades relatadas o Enfermeiro deve colaborar em técnicas de
screening da cavidade oral, região uterina, rectal e mamas, com o objectivo de detectar
alterações a esses níveis (Frank-Stromborg, 1997).
A realização de práticas educativas sobre o modo como detectar o Cancro deveria seguir
protocolos (Guidelines), pois ajudam a população a decidir sobre os comportamentos
preventivos assim como, a adesão a programas de detecção precoce e aconselhamento
genético (ONS, 2004).
A intervenção da Enfermagem na educação profissional e pública, bem como nos
serviços de detecção da doença, na investigação científica e nas políticas de saúde é
considerada importante pela Oncology Nursing Society (ONS) dos Estados Unidos da
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- 70 -
América. Esta pensa, ainda, ser necessária a implementação de estratégias para a
Prevenção do Cancro, entre as quais a criação de guidelines para o screning do Cancro.
A especialidade em Enfermagem Oncológica constitui uma necessidade que se vem
sentindo, há alguns anos, e que a própria ONS reconheceu, uma vez que o Cancro
constitui uma das principais causas de morte (ONS, 2004).
A inexistência, até ao momento, de uma especialidade em Enfermagem Oncológica, em
Portugal, tem provocado um vazio no cuidado ao doente do foro oncológico. No entanto,
começam a surgir as pós-graduações, mestrados e doutoramentos em áreas afins, como,
por exemplo, Enfermagem Oncológica e Cuidados Paliativos.
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CAPÍTULO III
DO DOMÍNIO CIENTÍFICO DO CANCRO CÉRVICO-UTERINO À SUA
PREVENÇÃO E CONTROLO
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1. CANCRO DO COLO DO ÚTERO: INCIDÊNCIA E MORTALIDADE
O Cancro do Colo do Útero constitui um problema major de Saúde Pública, a nível
mundial, uma vez que existem estimativas a apontar que, aproximadamente, 50% dos
Cancros do aparelho reprodutor feminino se situam a este nível. A incidência global anual
ronda os 371000 novos casos, com uma mortalidade de, aproximadamente, 190000
casos por ano (http://www.spginecologia.pt/uploads/cancro_colo).
Segundo Price (2001) é o segundo tumor mais frequente em mulheres com idades à volta
dos 45 anos em, praticamente, todo o mundo.
A incidência das lesões precursoras dos tumores do Cancro do Colo do Útero ocorrem
em mulheres em idades jovens, sendo na opinião de Herbst et al. (1992), por volta dos
vinte anos de idade e, pontualmente, em grupos etários ainda mais jovens.
É um tipo de tumor que acomete, sobretudo, a população dos países sub-desenvolvidos
ou em desenvolvimento, uma vez que está, intimamente ligado a factores de índole
política, económica e sócio-culturais, onde os estilos de vida são pouco saudáveis. Em
países como, por exemplo, a Espanha, já quase não se verifica a presença deste Cancro;
por outro lado, no Brasil a sua incidência é bastante elevada.
No nosso país, a sua incidência tem sofrido flutuações, devido a factores políticos,
económicos e sociais que se têm vindo a operar, bem como à constante entrada de
emigrantes que tem originado picos na sua incidência, em determinadas regiões do país.
A incidência do Cancro do Colo do Útero, segundo o Comité Consultivo Sobre a
Prevenção do Cancro (Viena, 1999) é, à data, maior em Portugal (19/100000) e menor no
Luxemburgo (4/100000). Na Dinamarca, Áustria e Portugal a taxa de mortalidade (6-
7/100000) é maior do que no Luxemburgo e na Finlândia (aproximadamente 1/100000).
Em Portugal, como já foi referido, em 2002, verificaram-se 220 mortes por 100000
habitantes, provocadas pelo Cancro do Colo do Útero.
No distrito de Viana do Castelo, a incidência e a taxa por Cancro do Colo do Útero por
100000 habitantes, nos anos de 2001 e 2002, foi de 5 (3,8) e 9 (6,8), respectivamente
(DGS/DSIA, 2002).
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Segundo os dados da RORENO, na Região Norte, o número de casos por Cancro do
Colo Uterino no ano de 2001 foi de 281 e no de 2002 foi de 313. Relativamente a estes
anos as taxas específicas foram 16,9 e18,7 e as padronizadas 16 e 17,3 (Quadro 1)
Quadro 1– Incidência do Cancro e do Cancro do Colo do Útero em Mulheres por anos
Cancro em mulheres Colo Útero
Anos N Taxa de
incidência N Taxa Taxa
padronizada
1995 3854 210,3 297 16,2 16,7
1996 4339 236 311 16,9 17,2
1997 3973 247,7 247 15,4 15,4
1998 3900 242,2 237 14,7 14,7
1999 4252 263,3 259 16 15,6
2000 4338 265,1 261 15,9 15,6
2001 4576 275,1 281 16,9 16
2002 4989 298 313 18,7 17,3
Fonte: Dados fornecidos por RORENO, Instituto Português de Oncologia, 1999-2000
No Quadro acima apresentado, no que concerne aos anos de 1995 e 1996, a população
abrangia, para além dos cinco Distritos da Região Norte (Viana do Castelo, Braga, Vila
Real, Brangança e Porto) os concelhos de entre Douro e Vouga, S. João da Pesqueira e
Cinfães.
Na Região Norte verificámos um aumento do número e da taxa de incidência do Cancro
do Colo do Útero, nomeadamente entre os anos 2000 e 2002. De acordo com a mesma
fonte em 2000 a razão entre a Mortalidade (51) e a Incidência (261) foi de 20%.
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Quanto ao Distrito de Viana do Castelo, segundo informação da Epidemiologista
responsável pela RORENO, existem registos sem informação sobre Cancro, uma vez
que o Registo Oncológico desta região não está a funcionar nas melhores condições.
Nas últimas duas décadas as taxas de mortalidade específica por Cancro do Colo Uterino
têm vindo a diminuir nos países onde existem programas de detecção precoce e de
tratamento bem organizados (Alves O., et al., 2005).
Este Cancro pode ser evitado se a população tiver um estilo de vida saudável e utilizar
medidas preventivas. Em fases iniciais se detectado e tratado precocemente apresenta
índices elevados de cura, pelo que parece não existir justificação para que, no século
XXI, ocorram mortes provocadas pelo mesmo.
Esta constatação tem preocupado investigadores e técnicos de saúde em geral, razão
pela qual alguns estudos têm sido efectuados na tentativa de conhecer o comportamento
desta doença.
Devesa e colaboradores (1987) referem que nas últimas décadas a diminuição das taxas
de incidência e mortalidade por Cancro do Colo do Útero estava relacionada com vários
factores, sendo de evidenciar o Teste Papanicolaou e o aumento do número de mulheres
histerectomizadas, no período de 60 a 70, que contribuíram para a diminuição do risco de
Cancro Uterino.
Em 1993, Colemman e colaboradores analisaram as taxas de incidência e mortalidade
por Cancro do Colo Uterino em alguns países do mundo, bem como a tendência mundial
das mesmas, no período de 1965-1985.
Em 1965 as maiores taxas padronizadas de mortalidade situaram-se na Dinamarca, na
Roménia e em Portugal com 26,1/100000, 21,1/100000 e 18,9/100000, respectivamente.
As menores taxas verificaram-se na Grécia (1,1/100000), Espanha (1,6/100000) e Itália
(4,0/10000).
Na América Latina os estudos efectuados no Chile, Costa Rica, Panamá, Porto Rico,
Uruguai e Venezuela demonstraram elevadas taxas de mortalidade, relativamente à
maior parte dos países analisados.
A taxa padronizada mais elevada, em 1985, observou-se na Roménia (22,2/100000),
enquanto em Portugal essa taxa foi de (4,3/100000). No período estudado, em Portugal é
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de realçar uma diminuição considerável na taxa padronizada por Cancro do Colo do
Útero.
Franco e colaboradores (1999) realizaram em 1993 um estudo longitudinal em mulheres
com baixo nível económico, residentes na cidade de S. Paulo, Brasil e assistidas num
serviço materno-infantil. A finalidade foi conhecer a história natural da infecção por HPV e
a sua relação com cancro do cervix uterino. Da amostra constavam apenas as mulheres
que não apresentavam lesões intraepiteliais escamosas e que tinham efectuado teste
para HPV. Para os resultados dos testes foi utilizada a nomenclatura da OMS e a
Classificação do Sistema Bethesda. Os autores chegaram às conclusões de que segundo
o Sistema Bethesda a prevalência da infecção por HPV foi de 13,8% e o risco relativo de
lesão intraepitelial escamosa associada à positividade do HPV foi de 5,8, enquanto pela
nomenclatura da OMS o risco relativo foi de 1,4.
Na clínica ginecológica do Hospital Gaffreé Guinle, no Rio de Janeiro, entre 1990 e 1994,
Alvarenga e colaboradores (2000) efectuaram um estudo numa amostra de 381
mulheres, com diagnóstico de cervicite, CIN I, II ou III e carcinoma invasor, das 3287
observadas.
Os autores constataram que na maior percentagem dos exames, a cervicite estava
relacionada com modificações citopáticas associadas ao HPV, enquanto a menor
percentagem dizia respeito a lesões de CIN III.
Neste estudo verificou-se uma diminuição progressiva da presença do vírus no exame
citológico, à medida em que o grau da lesão era maior. Este facto pode significar que
para ocorrerem alterações do epitélio do colo do útero, a presença do HPV só por si não
é suficiente, sendo importante a presença de outros agentes, entre os quais o número de
parceiros sexuais, a paridade, as infecções associadas, os factores genéticos e o baixo
nível sócio-económico.
Para avaliar a correlação entre o exame colpocitológico de encaminhamento e dois
exames num determinado serviço; uma colpocitologia e um diagnóstico histológico, foi
efectuado um estudo em 213 mulheres, por Lapin e colaboradores (2000). As mulheres
foram atendidas periodicamente nos anos de 1989 a 1991. Noventa destas mulheres
encaminhadas apresentaram resultado de exame sugestivo de lesões HPV/CIN I e, 123
lesões sugestivas de CIN II ou III. Os autores concluíram que quer o resultado
colpocitológico, quer o diagnóstico histológico sofreu alterações quando efectuado no
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- 77 -
serviço de encaminhamento ou no serviço seleccionado para o efeito. Face às
disparidades encontradas nos resultados os autores consideraram que os exames
deveriam ser efectuados de uma forma mais criteriosa e por profissionais devidamente
preparados para o efeito.
Entre 1960 e 1995, Levi e colaboradores (2000), analisaram a mortalidade por Cancro do
Útero (colo, corpo e porção não especificada) em mulheres com idades compreendidas
entre os 20 e os 44 anos de idade, em alguns países da Europa. Neste período os
autores observaram que as taxas de mortalidade variaram entre 10,6/100000 na
Roménia e 0,5/100000 na Finlândia. Ao início do trabalho, na Inglaterra, a taxa de
mortalidade por Cancro do Útero era de 4,1/100000, passando para 2,6/100000 no
período que decorreu de 1995 a 1998.
Na União Europeia, Portugal apresentava uma alta taxa de incidência e uma das maiores
taxas de mortalidade por Cancro do Colo do Útero (17 por 100000), segundo Ferlay et al.,
2001 e Pinheiro et al. 2003, referenciados por Medeiros et al. (2005). Estes, em virtude
de não existirem estudos de prevalência na população portuguesa relativamente aos
diferentes tipos de HPV, consideraram oportuno realizar uma Investigação sobre
“Characterization of HPV genotype profile in squamous cervical lesions in Portugal,
southern European population at higt risk of cervical cancer”.
Os autores concluiram que existia uma alta prevalência de HPV-16 nas lesões
escamosas intraepiteliais e no Cancro Cervical Invasivo, referindo que a vacina e o
rastreio devem ser associadas como forma de evitar e prevenir a doença.
Em sintese, o Cancro do Colo do Útero afecta mulheres com idades que rondam os 45
anos, embora, actualmente, esteja a surgir mais precocemente. Constitui o segundo
Cancro mais comum, em mulheres, a nível mundial, mesmo nos países onde existem
programas de rastreio bem desenvolvidos. No entanto, tem-se verificado que a incidência
tem vindo a diminuir à medida que os países evoluem (Kennedy, 2001). Contudo, em
Portugal, como já mencionámos, tem vindo a aumentar.
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2. CLASSIFICAÇÃO CITO-HISTOPATOLÓGICA DAS LESÕES CÉRVICO-UTERINAS
As lesões cervicais evoluem através de estadios cito e histologicamente identificáveis que
progridem desde lesões pré-malignas até ao carcionoma invasivo. A primeira
classificação citológica foi proposta pelo Dr. George Papanicolaou, no ano de 1928,
sendo designada por Teste Papanicolaou.
Este Teste visava identificar alterações sugestivas de lesões celulares que o autor
acreditava constituírem a representação de possíveis lesões neoplásicas para,
posteriormente, propor medidas de diagnóstico de certeza. Estava subdividido em
classes expressando cada uma a morfologia das células observadas: classe I – ausência
de células atípicas ou anormais; classe II – atipia, sem evidência de malignidade; classe
III – citologia sugestiva, mas não conclusiva de malignidade; classe IV – muito sugestiva
de malignidade; classe V – conclusiva de malignidade.
Reagan, no período de 1950-1969, na sua nomenclatura das Lesões Pré-malignas do
Colo do Útero, referiu-se aos graus evolutivos destas lesões agrupando-as, apenas, em
dois grandes grupos: Displasia leve, moderada e grave, e CIN 2 (Moutinho et al., 2004).
A OMS, por volta de 1953, trouxe algumas alterações em termos de denominação,
agrupando os vários estádios de evolução das lesões da seguinte forma: “normal” (sem
lesão), Atipia; Displasia leve; Displasia moderada; Displasia severa; Carcinoma in situ;
Carcinoma escamoso.
Richart, por volta de 1967, sugeriu a designação de Neoplasia Intraepitelial Cervical
(CIN). De acordo com a mesma, as lesões que atingissem o terço inferior ao epitélio
denominavam-se CIN I, as que envolvessem o terço médio CIN II e as que abrangessem
o terço superior CIN III.
Esta nomenclaura trouxe alguns problemas de diagnóstico, pelo que um grupo de
patologistas propôs, em 1988, o sistema de classificação Bethesda (Schiffman et al,
1993; Eifel et al, 1997, Moutinho et al., 2004).
Este sistema surgiu nos Estados Unidos e engloba vários conhecimentos já adquiridos,
nomeadamente, a diferenciação entre o diagnóstico citológico para células escamosas e
para células glandulares, a inclusão do diagnóstico citomorfológico sugestivo de infecção
por HPV e a introdução da análise da qualidade do esfregaço.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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Na prática ginecológica em Portugal “a classificação adoptada em 2001 é a que se
recomenda para os relatórios citológicos”, tendo sofrido poucas alterações relativamente
à classificação prévia datada de 1991 (Moutinho et al. 2004, p. 22).
As alterações consistiram na:
«substituição da palavra diagnóstico por “interpretação” ou “resultado”
sugerindo que a citologia não dá um diagnóstico definitivo. O
diagnóstico final, que orientará a conduta a seguir, deve integrar sempre
os dados clínicos e laboratoriais. …A presença de células atípicas de
significado indeterminado (ASCUS) passou a denominar-se (ASC) e foi
subdividida em duas categorias: ASC-US e ASC-H (não é possível
excluir uma lesão de alto grau). O termo AGUS foi substituido por
“células glandulares atípicas” (AGC) e inclui-se a categoria
“adenocarcinoma in situ endocervical” (AIS) » (Moutinho et al., 2004, p.
22).
De acordo com os autores a classificação das lesões intraepiteliais em baixo grau (LSIL)
e alto grau (HSIL) manteve-se.
A classificação cito-histopatológica constitui um procedimento muito importante em
Oncologia, embora seja necessário recorrer a outras formas de avaliação para o
diagnóstico definitivo e, ou tratamento tornando-se imprescindível efectuar o
estadiamento das lesões.
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3. ESTADIAMENTO DAS LESÕES DO COLO DO ÚTERO
Existem dois sistemas de classificação de estadiamento: o TNM (Tumor, Nódulo,
Metástase) e a FIGO (Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia).
O estadiamento consiste no resumo de toda a informação sobre o Cancro relativamente à
sua extensão anatómica, local, regional e à distância. Este é imprescindível para o
diagnóstico, tratamento e prognóstico do Cancro. Após o diagnóstico são efectuados
exames com o objectivo de avaliar se o tumor se disseminou para outras regiões do
organismo.
O Sistema TNM tem sido usado, com algumas modificações, há mais de 50 anos, sendo
as suas categorias definidas por forma a corresponder aos estadios da FIGO e aceite por
esta, bem como pelos Comités Nacionais do TNM incluindo a International Union Against
Cancer (UICC) e a American Joint Committee on Cancer (AJCC), visando a uniformidade
de critérios.
A designação do sistema TNM resulta de: T - extensão do tumor primário; N – ausência
ou presença de nódulos linfáticos; M – ausência ou presença de metástases à distância
(Cassidy J. et al, 2002).
A descrição do sistema TNM resume-se aos aspectos enunciados na Figura 5.
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T0 - tumor primário não evidente.
Tis – carcinoma in situ.
T1, T2, T3, T4 – aumento de tamanho do tumor e ou extensão local do tumor primário.
T – Tumor primário
Nx – impossibilidade de avaliação de nódulos linfáticos regionais.
N0 – ausência de metástase em nódulos linfáticos regionais.
N1,N2, N3 – aumento do comprometimento da metastização linfática regional.
N – Nódulos linfáticos regionais
Mx – impossibilidade de avaliação de metástases à distância.
M0 – ausência de metástases à distância.
M1 – metástases à distância.
M – Metástases à distância
Tx - impossibilidade de avaliação do tumor primário.
NOTA: Na categoria M1 a disseminação à distância pode ocorrer para vários órgãos, de acordo com o tumor primário, nomeadamente pulmões, ossos, fígado, cérebro, pele e peritoneu.
Figura 5 – Sistema TNM
Fonte: Cassidy J. et al., 2002
A classificação FIGO apresentada consiste num sistema utilizado para fazer o
estadiamento dos tumores do Colo do Útero e está subdividida conforme se pode
observar no Quadro 2.
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- 82 -
Quadro 2 – Classificação adoptada desde 1994, pela FIGO, para o Estadiamento do Cancro
do Colo do Utero
ESTADIOS TIPO DE ENVOLVIMENTO
0 Carcinoma in situ ou neoplasia intraepitelial cervical de grau III (CINIII).
I Carcinoma localizado ao colo.
IA Carcinoma invasor, cujo diagnóstico é microscópico.
IA1 Invasão do estroma “3mm em profundidade e extensão“ 7mm.
IA2 Invasão do estroma >3mm e “5 mm em profundidade e extensão” 7 mm.
IB Lesão limitada ao colo clinicamente visível ou de tamanho superior a IA.
IB1 Lesão limitada ao colo “4cm.
IB2 Lesão limitada ao colo > 4cm.
II Carcinoma para além do útero, mas não invade a parede pélvica ou o 1/3 inferior da
vagina.
IIA Paramétrios livres.
IIB Paramétrios invadidos.
III Carcinoma estende-se para a parede pélvica ou atinge o 1/3 inferior da vagina. Todos ao
casos com hidronefrose são excluídos excepto quando existem outras causas.
IIIA Invasão do 1/3 inferior da vagina, sem extensão à parede pélvica.
IIIB Extensão à parede pélvica, e/ou hidronefrose ou rim não funcionante.
IV Invasão para além da pelve ou invasão da mucosa vesical ou rectal.
IVA Invasão para órgãos adjacentes.
IVB Invasão para órgãos distantes.
Fonte: Osório et al., 2003
A FIGO, de acordo com Osório et al. (2003 p. 4), “limita os métodos de imagem ao RX
tórax, urografia endovenosa e ao clister opaco. O estadiamento do carcinoma do colo
assenta fundamentalmente numa avaliação clínica.”
Segundo os autores, a FIGO considera que o estadiamento tem como finalidade
comparar resultados e não a orientação terapêutica.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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4. HISTÓRIA NATURAL DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO
O útero situa-se na região inferior do abdómen, frente ao recto e por trás da bexiga. É
constituído pelo corpo, colo e endométrio. Segundo Koss e Compel (1997) o colo é a
parte inferior do útero que fica dentro da cavidade vaginal, cuja localização anatómica
facilita a acessibilidade quer a microorganismos externos ao organismo, quer a exames
clínicos.
A sua parte interna – canal cervical ou endocérvice – é revestida por epitélio colunar
simples com células que produzem muco. A parte externa ou ectocérvice é revestida por
epitélio escamoso estratificado, com camadas de células planas, sendo esta a zona que
mantém contacto com a vagina. O local de encontro dos dois epitélios denomina-se
junção exoendocervical constituindo uma região que tanto pode estar situada na ecto
como na endocérvice, tendo em conta a idade da mulher.
O local de encontro dos dois epitélios denominado, por vezes, como “zona de
transformação” é muito importante, pois é aí que se iniciam, na maior parte dos casos, os
processos neoplásicos.
O Cancro do Colo do Útero desenvolve-se, a maior parte das vezes, na “zona de
transformação” uma vez que constitui uma região sujeita a um permanente processo
regenerativo e mitoses frequentes, provocadas por factores que agridem a vagina, tais
como, o pH ácido e a presença de micoorganismos (Koss, 1988).
De acordo com Cassidy J. et al. (2002) quando as lesões estão confinadas ao cérvice
uterino podem surgir neste epitélio e, principalmente, na região acima descrita, um
determinado número de alterações, nomeadamente, ao nível de:
- arquitectura celular, com sinais de displasia leve;
- mudanças do citoplasma viral;
- NIC 1, 2 ou 3;
- Carcinoma micro invasor;
- Carcinoma invasivo.
Na opinião destes autores quer as alterações víricas, quer a displasia e as lesões NIC 1 e
2 podem reverter para a normalidade sem tratamento requerendo, apenas, uma vigilância
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regular. As lesões NIC 3, habitualmente, fazem parte de processos que progridem, ao
longo de meses ou anos, até ao carcinoma invasivo.
A invasão celular pode situar-se a alguns milímetros (mm) antes ou após a membrana
basal (entre 5 e 7 mm) – carcinoma micro-invasivo - ou ultrapassar muito esta barreira e
tornar-se em carcinoma invasivo.
4. 1 EPIDEMIOLOGIA E FACTORES DE RISCO
O desenvolvimento do Cancro do Colo do Útero está relacionado com a presença de
vários factores de risco.
A idade da mulher e a actividade sexual foram considerados, durante muitos anos, os
principais agentes etiológicos para este cancro. Jovens com menos de 17 - 18 anos e a
existência de múltiplos parceiros sexuais estiveram fortemente relacionados com um alto
risco de aparecimento do mesmo.
A existência de outros factores como multiparidade, deficiente higiene pessoal, doenças
sexualmente transmissíveis (DTS), promiscuidade sexual de um dos parceiros, infecções
vaginais e/ou uterinas têm, também, sido descritos (Goroll et al. ,1995).
A epidemiologia do Cancro do Colo do Útero, em constante aprofundamento, enfatiza
como factores de risco, o início precoce da actividade sexual, os múltiplos parceiros
sexuais, a infecção pelo HPV, particularmente as estirpes 16 e 18, muito embora
considere que não sejam os únicos responsáveis etiológicos.
Estudos realizados, nos últimos anos, demonstram a existência de associações entre
factores como: classe social baixa; multiparidade; fumadores; início precoce da actividade
sexual (antes dos 17 anos); não utilização de barreiras locais de contágio de DTS, que
contribuem para o aparecimento da doença (Cassidy, 2002).
O HPV como agente oncogénico de transmissão venérea, em mulheres jovens
sexualmente activas, aliado às características do epitélio cervical, particularmente
sensível a infecções víricas, constitui um factor de risco ao qual, cada vez mais, se tem
dado realce (Goroll et al. ,1995).
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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A Sociedade Portuguesa de Ginecologia, reunida no Consenso sobre Cancros do Colo,
Corpo do Útero e Ovário, em 2003, vem realçar a importância do papel do HPV no
desencadear do Cancro do Colo do Útero, ao referir:
“A infecção pelo papiloma vírus humano (HPV) é considerada o factor
etiológico necessário para o desenvolvimento do cancro cervical,
embora não suficiente, havendo uma relação entre a incidência deste
cancro e a prevalência de infecção por HPV na população.”
(http://www.sppinecologia.pt/uploads/cancro-colo,.p. 4)
A mesma fonte aponta como outros factores de risco associados a este cancro o
tabagismo, a multiparidade, o uso de contraceptivos orais, a multiplicidade de parceiros
sexuais e a história de doenças sexualmente transmissíveis.
Estudos realizados no Centro Médico da Universidade Nijmegen, na Holanda,
estabeleceram a relação entre o HPV genital e o Cancro do Colo do Útero. Segundo
Bekkers e colegas “os genótipos de alto risco do VPH foram detectados em quase 100%
de todos os cancros do colo do útero, e o processo de carcinogénese devido ao VPH já
foi parcialmente clarificado” (http://www.aidsportugal.com, p. 1).
De acordo com os autores, actualmente, a presença deste vírus é praticamente
obrigatória para que o Cancro do Colo do Útero se desenvolva. Esta constatação levou a
que fosse efectuada uma investigação com o objectivo de incluir a detecção do HPV em
programas de Prevenção do Cancro do Colo do Útero, na triagem de mulheres com
esfregaços do Colo do Útero anormais nos programas de rastreio e, ainda, no follow-up
de doentes tratados a neoplasia intraepitelial do colo uterino.
A infecção por HPV constitui uma DST, sendo a sua principal forma de contágio a via
sexual, referindo Medeiros que “Os estudos epidemiológicos têm demonstrado uma forte
associação entre o cancro do colo do uterino e padrões de comportamento sexual (2005,
p. 24).
No seu artigo Medeiros também menciona que têm sido descritos e bem aceites outros
factores de risco como a existência de múltiplos parceiros sexuais, os hábitos tabágicos,
o uso de preservativos orais, a presença de doenças venéreas, algumas deficiências
nutricionais e a raça/etnia.
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O autor relata, ainda, a importância de outros factores, para além do HPV, no
desenvolvimento deste Cancro na população portuguesa, que advêm de estudos
publicados pelo Instituto Português de Oncologia do Porto. Medeiros, considera que “O
vírus terá um papel como iniciador do tumor e existem cofactores que irão
facilitar/promover a evolução para cancro” (2005, p. 24), tais como o ”background”
genético e o fumo do tabaco.
Segundo o mesmo autor, nos países ocidentais as relações sexuais em mulheres jovens
e adolescentes fumadoras associadas a um vírus oncogénico agravam a situação, uma
vez que podem conduzir a que a evolução para Cancro ocorra cerca de dez anos mais
cedo, conforme investigação realizada pelo IPO-Porto, com o apoio do Ministério da
Saúde.
A Prevenção do Cancro do Colo do Útero assume, assim, uma importância major
atendendo à possibilidade que existe em o evitar e curar.
Os programas de prevenção deste Cancro assentam em áreas basilares de Promoção da
Saúde e Prevenção da Doença, que todas as mulheres deveriam conhecer e cumprir.
Baseiam-se, essencialmente, em:
� Adoptar estilos de vida saudáveis;
� Contrariar os factores de risco;
� Frequentar as consultas de vigilância Médica;
� Efectuar citologia cervical;
� Aderir a rastreios;
� Utilizar medidas de protecção específica (vacinação).
A descoberta da vacina contra o Cancro do Colo Uterino trouxe um horizonte promissor
para a profilaxia da doença. Esta, já existe há algum tempo em países, como os Estados
Unidos e outros locais da Europa. Em Portugal, foi comercializada, apenas, no início de
2007.
Na opinião de Medeiros (2005, p. 25) “uma vacina contra o HPV evitará o cancro do colo
do útero”, referindo, ainda que os estudos efectuados “sugerem que a utilização destas
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novas vacinas poderão causar uma redução de 70% ou mais no número de casos de
cancro do colo do útero na União Europeia”. As vacinas mencionadas foram a anti HPV
6, 11, 16 e 18.
Ausente do Plano Nacional de Vacinação e sem comparticipação, há a promessa da
Direcção Geral de Saúde de uma análise cuidadosa do custo-efectividade da vacina
inovadora deste Cancro para a saúde pública, tendo em vista uma posterior possibilidade
de integração no mesmo e ajuda monetária estatal (http://www.portaldasaude.pt/NR/
rdonlyres/D73634EA-F79D-44CC-ADA-098946879AB4/0/ComunicadoHPV2).
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5. PREVENÇÃO DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO
As medidas adoptadas para a Prevenção do Cancro, em geral, devem ser aconselhadas
para a Prevenção do Cancro do Colo do Útero. Favorecer os factores protectores e inibir
os de risco constituem aspectos que devem ser contemplados quando são
implementadas estratégias preventivas.
A existência do Programa Tumores Malignos tem trazido benefícios para a consecução
de projectos na área da Prevenção, quer a nível nacional, quer regional.
Com base na “Estratégia de Saúde para o virar do século (1998-2002)” e a sua última
versão de 1999 – “Saúde Um Compromisso”, os Serviços de Saúde do Alto Minho, aos
quais a Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo pertence, contemplaram, no “Plano de
Acção 2000-2003”, objectivos e metas para os programas delineados, visando a
resolução ou diminuição dos problemas de saúde. As prioridades, no entanto, têm vindo
a modificar-se ao longo dos anos de acordo com a avaliação efectuada.
Neste Plano a Sub-Região integrou no Programa Tumores Malignos os seguintes
Projectos : “Prevenção do Cancro da Mama”; “Diagnóstico e Tratamento Precoce do
Cancro da Próstata”; “Prevenção do Cancro do Colo do Útero”; “Prevenção do Cancro do
Cólon e do Recto”.
De acordo com este Plano de Acção, o Programa Tumores Malignos
referia que “como ferramenta fundamental à epidemiologia do cancro
está o registo oncológico de base populacional. Atravessando
transversalmente todos os projectos do SLS na área dos tumores
malignos está a reactivação e o reforço do Registo Oncológico de Viana
do Castelo, que passará a ser o registo oncológico do Sistema Local de
Saúde do Alto Minho.
COMPROMISSO PARA O ANO 2000:
1 – Reactivar o Registo Oncológico do Sistema Local de Saúde do
Alto-Minho.”
Todos os projectos planeados foram considerados de extrema
importância, nomeadamente o do Cancro do Colo do Útero, pois a sua
prevenção, ou diagnóstico precoce, assente num efectivo rastreio
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citológico, permitiria o tratamento precoce e a redução considerável da
mortalidade (Serviços de Saúde do Alto Minho, 2000, p. 8).
O Plano de Acção 2000 – 2003 dos Serviços de Saúde do Alto Minho descrevia o
Projecto – Prevenção do Cancro do Colo do Útero da seguinte forma:
“DIMENSÃO DO PROBLEMA – FACTORES CONDICIONANTES
O cancro do colo uterino constitui um importante problema de saúde
pública, provocando um número considerável de óbitos. No entanto, é
uma doença em que há grande capacidade de intervenção, pois se
diagnosticada precocemente é curável. Por esta razão, o diagnóstico
precoce traz importantes ganhos em saúde.
MELHORIA A ALCANÇAR – OBJECTIVOS GERAIS:
Pretende-se com este projecto ter a população feminina bem informada
no que respeita à prevenção do cancro do colo uterino e garantir o seu
tratamento precoce, o que implica um diagnóstico precoce assente num
rastreio citológico.
ASPECTOS FUNDAMENTAIS DO DESENVOLVIMENTO DO
PROJECTO.
A transmissão da informação sobre os factores de risco do cancro do
colo e sobre a importância da sua detecção precoce será reforçada.
Uma das formas de chamar a atenção da população feminina para este
problema de saúde será também a continuação da comemoração
“Semana da Europa contra o Cancro”.
Este projecto pretende também garantir o rastreio citológico do cancro
do colo uterino a todas as mulheres residentes na área do SLS, desde o
início da actividade sexual até aos 65 anos. Para facilitar a sua
execução será criado um grupo coordenador que terá como função
monitorizar este rastreio, competindo-lhe ainda encontrar formas de
promover a adesão das mulheres ao rastreio e de motivar os
profissionais para o cumprimento do respectivo protocolo de rastreio.
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COMPROMISSOS PARA O ANO 2000:
1 – Assegurar à população feminina o acesso à informação sobre
factores de risco do cancro do colo uterino e sobre as vantagens
de aderir ao rastreio citológico;
2 – Criar um grupo coordenador que assegure o acompanhamento e a
avaliação do rastreio citológico do cancro do colo do útero;
3 – Motivar os profissionais de saúde para o cumprimento do
protocolo de rastreio citológico, segundo os critérios definidos na
Estratégia de Saúde Para o Virar do Século;
4 – Assegurar que o serviço de Ginecologia do HSL efectue o
tratamento dos casos de cancro do colo do útero, num período de
tempo clinicamente aceitável” (2000, p. 13).
Para que a Prevenção deste Cancro seja eficaz e face aos conhecidos e específicos
factores de risco do mesmo, é imprescindível que os Profissionais de Saúde conheçam
bem a comunidade onde trabalham (o contexto socio-económico e cultural, bem como as
crenças e os valores das mulheres a quem dirigem a sua intervenção).
Em síntese, podemos mencionar determinados aspectos a referir (orientar/educar) nas
intervenções de EPS, a nível preventivo, relativamente aos considerados prioritários:
� Comportamento sexual - o factor de risco, actualmente, mais significativo (sendo o
Cancro do Colo do Útero considerado uma Doença de Transmissão Sexual), pelo que o
número e características dos parceiros, desempenham um papel de primordial
importância, principalmente antes dos 20 anos de idade. Não podemos esquecer a forte
associação existente entre o Cancro do Colo Uterino e o HPV e de educar a população
relativamente à necessidade de utilizar “métodos de barreira”, protectores de agentes
infecciosos. No que concerne ao HPV e face às pequenas dimensões deste vírus o
preservativo não é suficiente para evitar a transmissão;
� Procura de ambientes saudáveis - onde não impere a promiscuidade, os hábitos
tabágicos, as drogas e o álcool;
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� Alimentação equilibrada e correcta - sem carências em vitaminas A, E, C e Ácido
fólico;
� Recurso ao exame ginecológico – após o início da actividade sexual;
� Realização de Citologia Cervical – a calendarização pode sofrer variações, de acordo
com normas, recomendações, protocolos existentes, bem como com as directrizes
emanadas pela Direcção Geral de Saúde.
Esta deve ser realizada por todas as mulheres assintomáticas logo que iniciem a
actividade sexual. Em mulheres sem antecedentes de Cancro ou factores de risco
associados, a citologia, regra geral, é efectuada após dois exames negativos e depois, de
três em três anos.
De acordo com Osório (2006, p. 15) “A prevenção, através da educação para a Saúde” e
a organização de Campanhas que ao termo da “liberalização de hábitos e à modificação
de comportamentos de Homem e da Mulher, constituem a vanguarda das medidas a
tomar para reverter este importante Problema de Saúde Pública.”
5. 1 RASTREIO DO CANCRO DO COLO UTERINO
O rastreio, como já anteriormente mencionámos, consiste numa actividade de prevenção
secundária, cujo objectivo primordial, neste caso concreto, é disponibilizar os
conhecimentos existentes sobre a história natural da doença, por forma a que com
intervenções específicas seja possível o seu diagnóstico precoce e tratamento eficaz.
Será, assim, viável a cura de doentes, a redução das taxas de morbi-mortalidade e,
inclusivamente, aumentar a longevidade e a qualidade de vida.
A existência de programas de rastreio de Cancro trazem benefícios às populações, nos
locais ou países onde estão implementados, considerando que têm como objectivo
diminuir a sua incidência e mortalidade e “consistem na aplicação de exames
sistemáticos a toda a população saudável ou de grupos específicos seleccionados da
população saudável” (Plano Oncológico Nacional – 2001-2005, p. 5243).
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Na opinião de Kennedy (2001), o rastreio do Cancro Cervical tem tido, de facto, grande
sucesso na redução da mortalidade em muitos países. O autor referiu-se a um programa
de rastreio deste cancro implementado, em 1964, no Reino Unido, dirigido a mulheres
com idades compreendidas entre os 20 e os 64 anos de idade. No grupo de referência,
apenas 85% foram rastreadas. No entanto, os investigadores constataram que os grupos
sócio-económicos mais baixos foram os que menos aderiram ao mesmo, muito embora
constituíssem um grupo de alto risco.
Considerando que o HPV é uma lesão pré-cancerosa, o Parlamento Europeu, no seu
Projecto de Relatório de 12 de Setembro de 2003, sob a proposta de decisão do
Conselho sobre despistagem do cancro, recomendou o “Teste de Papanicolaou,
associado ao Teste de HPV, para despistar anomalias cervicais”, uma vez que
aumentaria a eficácia da detecção precoce do Cancro do Colo do Útero
(http://www.europarl.europa.eu/meetdocs/committees/envi/20031001/496015PT).
As Recomendações do Conselho da União Europeia, aos Estados-Membros, no âmbito
do rastreio do Cancro do Colo do Útero, em 2 de Dezembro de 2003, consideraram que o
“Teste Papanicolaou, para rastrear precursores cérvico-uterinos, a iniciar não antes dos
20 anos nem depois dos 30” consistia num tipo de exame que apresentava as condições
necessárias para tal. As propostas indicadas deveriam ter em conta os dados
epidemiológicos e prioridades de cada país, pelo que os limites etários indicados podiam
ser inferiores aos mencionados (http://eur-lex.europa.eu/editorial/legal_notice p. 7).
O Plano Oncológico Nacional – 2001 – 2005, no que concerne ao Rastreio do Cancro do
Colo do Útero, recomendava que fosse efectuada citologia cervical, no grupo etário dos
30 aos 60 anos, extensivo a grupos etários vizinhos, conforme os recursos disponíveis.
As utentes deviam ser submetidas a um exame anual, durante dois anos consecutivos,
com resultados negativos, sendo o intervalo de rastreio aconselhado de três anos. A
citologia indicada consistia no Teste Papanicolaou.
O rastreio preconizado era o de base populacional, com rastreios sistemáticos, embora,
nos casos em que não fosse possível realizá-los, o Plano referia, que deveriam ser
utilizados todos os meios disponíveis para identificar lesões pré-malignas ou neoplasias
em fase inicial.
Na perspectiva da ARS Norte, na sua Avaliação do Plano Oncológico Nacional 2001 –
2005, o Cancro do Colo do Útero beneficiava “Com a adopção de uma solução mista
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(rastreio organizado) ao associar-se ao rastreio dito “oportunista” um processo de
convocação/reconvocação” (http://www.arsnorte.min-saude.pt/dowloads/Avaliacao_PON_
2001 - 2005, p. 9). Este tipo de rastreio devia ser utilizado em mulheres que nunca
realizaram uma colpocitologia.
A Sociedade Portuguesa de Ginecologia, em 2004, recomendou que se realizassem dois
tipos de rastreio: populacional (organizado) e oportunístico.
- No que concerne ao rastreio populacional indicou:
� Idade – entre os 25 e os 64 anos;
� Intervalo – realização de citologia, de três em três anos, após duas citologias
anuais e consecutivas, com resultados satisfatórios e negativos;
� Aos 35 anos de idade efectuar o Teste HPV e se o resultado for negativo o
intervalo de rastreio seria de cinco anos. Esta alternativa estava condicionada pela
disponibilidade económica.
- Relativamente ao rastreio oportunístico, mencionou:
� Realização da primeira citologia três anos após as primeiras relações sexuais;
� Efectuar citologia e colposcopia ao mesmo tempo (opcional);
� Incluir o Teste HPV, a partir dos trinta e cinco anos de idade (opcional), e se o
resultado fosse negativo deveria ser repetido após cinco anos;
� Citologia anual durante três anos e se o resultado destas se mantivesse
satisfatório e negativo efectuar de três em três anos;
� Mulheres com comportamentos de risco ou imunocomprometidas manter a
citologia anual.
A citologia de referência utilizada, de acordo com esta fonte, em qualquer um dos tipos
de rastreio era o convencional Teste Papanicolaou, sendo a colheita realizada em meio
líquido, o que tornava possível efectuar, se necessário, o Teste de HPV, bem como
repetir esfregaços da mesma amostra.
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Na opinião de Osório (2006) o Teste Papanicolaou seria o exame indicado, a iniciar no
início da vida sexual e com a regularidade adequada a cada situação, após os resultados
da avaliação clínica, da colpocitologia e da colposcopia.
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CAPÍTULO IV
EDUCAR PARA A SAÚDE: DA TEORIA À PRÁTICA
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1. O CONCEITO DE EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE – EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS
A Educação Para a Saúde constitui uma área multifacetada, para a qual convergem
diversas concepções e perspectivas, do âmbito das Ciências da Saúde, da Educação, do
Comportamento e da Comunicação. Estas baseiam-se, geralmente, nas diferentes
posições políticas e filosóficas que os autores têm sobre o homem, a sociedade, o
processo saúde/doença e mesmo na forma como vêem e compreendem o mundo.
As novas perspectivas em EPS devem ter em atenção as políticas públicas, a
reorientação dos serviços de saúde, bem como o desenvolvimento da solidariedade e
cidadania, uma vez que toda a intervenção tem como principal finalidade melhorar a
qualidade de vida do indivíduo e promover a saúde.
O termo inicial utilizado, quando se pretendia falar em Educação Para a Saúde, foi,
durante muitos anos, Educação Sanitária, pois, na opinião de Larrea et al., em 1993, esta
teve origem na higiene pública, cujo objectivo era prevenir e eliminar patologias agudas
infecto-contagiosas.
A definição clássica de educação sanitária de Wood (1926) como “a soma de
experiências e impressões que influenciam favoravelmente os hábitos, atitudes e
conhecimentos, relacionados com a saúde do indivíduo e comunidade” (cit in Precioso,
1992, p. 112; Navarro, 2000 p. 13) não teve em conta o ambiente onde vive o indivíduo.
Ao longo dos tempos surgiram vários conceitos de Educação Para a Saúde que, embora
tivessem sido importantes para a época, foram considerados incompletos e vagos, uma
vez que enfatizavam aspectos diferentes, de acordo com os autores que os propuseram.
Greene et al. (1984, p. 437), citaram o conceito de EPS da National Education
Association Y American Medical Association, de 1961, para a qual esta era “o processo
de proporcionar experiências de aprendizagem que influenciem favoravelmente a
compreensão, atitudes e condutas em relação à saúde individual e colectiva”, definição
considerada, actualmente, bastante redutora.
Bartolí (1989, p. 9) refeririu a definição de educação sanitária de Seppilli como “un
proceso de comunicación interpersonal, dirigido a proporcionar la información necesaria
para un examen crítico de los problemas de salud y para responsabilizar los indivíduos
em la elección de comportamientos que inciden directa o indirectamente sobre la salud
física y psíquica de las personas y de la colectividad”.
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Outros conceitos foram surgindo, na tentativa de complementar os existentes, tal como o
de Green, citado por Rochon (1991, p. 6), dizendo que a EPS era “toda aquella
combinación de experiencias de aprendizaje planificada, destinada a facilitar los cambios
voluntarios de comportamientos saludables”, este já mais operacional que os
anteriormente mencionados.
A mudança voluntária de comportamentos requer a implementação de estratégias
educativas em termos de saúde, devendo estas estar de acordo com a população alvo,
isto é, ter em conta a sua cultura, conhecimentos, hábitos e crenças.
Na perspectiva de Silva a EPS terá que consitir numa
“prática contínua que não deverá estar focalizada em dar informação e
mudar comportamentos e que, se apropriada respeita o direito à
diferença em relação a escolhas individuais, realidades culturais,
sociais, familiares, profissionais, formas de comunicar, crenças e
expectativas, permitindo a interacção dos saberes e representações,
autonomizando indivíduos, grupos e sociedades nas escolhas que
diariamente é necessário fazer, dando-lhes um carácter reflexivo,
partilhado e não directivo ou imposto” (2002, p. 210).
A EPS pode, ainda, ser definida como “uma actividade intencional na mudança de
conhecimentos e compreensão na forma de pensar, facilitando a aquisição de
competências conduzindo a mudanças de comportamento saudáveis”, conforme referem
Moreno et al. citados por Duarte J. et al. (2006, p. 26).
Na opinião de Schall et al. (1999), o conceito de PS sobrepõe-se ao de EPS, uma vez
que aquele exige a participação da população saudável e não só das pessoas de risco
(http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S=01202-311x1999000600).
A noção apresentada baseia-se no conceito abrangente de Saúde, no qual esta é
encarada como um estado positivo e dinâmico de constante procura de bem-estar que
“integra os aspectos físico e mental (ausência de doença), ambiental (ajustamento ao
ambiente), pessoal/emocional (auto-realização pessoal e afectiva) e sócio-ecológico
(comprometimento com a igualdade social e com a preservação da natureza)”
(http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S=01202-311x1999000600).
Esta concepção de Saúde levou a que surgissem modelos ou paradigmas de EPS que,
quando utilizados, influenciam as práticas educativas.
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2. MODELOS OU PARADIGMAS DA EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE
Abordar Modelos ou Paradigmas da EPS, sem anteriormente referir os pressupostos
teóricos da mesma, parece não fazer sentido.
Na opinião de Rodrigues, “a educação para saúde alicerça-se em quatro pilares: ciências
da saúde, do comportamento, da educação e da comunicação” que, com os seus
conhecimentos científicos, darão suporte ao processo educativo (Duarte J. et al., 2006, p.
26).
As Ciências da Saúde têm como objectivo auxiliar o indivíduo, a família e a comunidade a
viver o máximo das suas potencialidades, de acordo com o seu estado de saúde, pelo
que a sua intervenção deve abranger a Promoção da Saúde, a Prevenção da Doença e o
Tratamento e a Reabilitação.
Uma das finalidade das Ciências do Comportamento é a mudança nos comportamentos
em saúde, constituindo estas uma base importante na prática educativa. A Psicologia, a
Sociologia e a Antropologia facilitam a compreensão dos comportamentos individuais e
em grupo, bem como os aspectos culturais e estilos de vida das pessoas.
As Ciências da Educação, nomeadamente as áreas da Pedagogia, são importantes para
se compreender o processo Ensino-Aprendizagem e facilitar a aprendizagem do
indivíduo. Para tal, os domínios cognitivos, afectivos e psicomotores devem ser
conhecidos por parte do educador. Estas constituem uma das áreas fundamentais da
EPS. O educador deve dominar as técnicas de comunicação e suas estratégias, mas
também compreender a forma como as pessoas comunicam entre si e com o educador.
A eficácia da EPS ao depender destas ciências, para além de outras a que possa
recorrer, apresenta dificuldades que estão relacionadas com a transversalidade (várias
disciplinas a contribuir para a sua constituição), bem como com a multi, a inter e a
pluridisciplinaridade, inerentes ao processo educativo (Silva, 2002).
Existem vários Modelos ou Paradigmas da EPS, descritos na literatura consultada, que
podem ser utlilizados na prática educativa.
A adopção de um modelo de EPS constitui uma tarefa difícil, pois de acordo com Grande,
referenciado por Rodrigues em 2005, «…Não há modelos universais devendo-se analisar
os conceitos gerais de acordo com cada realidade até porque a educação para a saúde é
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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mais do que um meio de transmissão de conhecimentos, pois inclui o processo de
modelar atitudes e comportamentos “pelo exemplo de vida do educador”» (Duarte et al.,
2006, p. 25).
As várias concepções de modelos de EPS existentes apoiam-se quer em objectivos a
prosseguir, quer em dimensões a atingir, quer ainda em técnicas a utilizar (Navarro,
2000).
Duarte J. et al. (2006), referem que Moreira descreveu os modelos Informativo-
Comunicacional, Humanista e o Neo-Behaviorista que foram alicerçando os esforços
preventivos. De acordo com o autor as suas principais características são:
���� Informativo-Comunicacional – valoriza a transmissão da informação, bem como
os factores cognitivos na mudança de atitudes;
���� Humanista – dá importância às crenças e valores do indivíduo, pelo que é
necessário fornecer ao mesmo a informação adequada para que possa ter um papel
activo na tomada de decisões;
���� Neo-Behaviorista - enfatiza a aprendizagem, uma vez que esta está subjacente
aos comportamentos, sendo importante orientar o indivíduo sobre formas de resistir à
pressão dos outros e sobre competências sociais.
Rodrigues et al. (2005) sustentados por Turabian e Franco (2001) compararam os
modelos Informativo, Persuasivo-Motivacional e Político Económico-Ecológico, de acordo
com a metodologia e o papel do Profissional. Face à análise verificámos:
� Modelo Informativo – transmite conhecimentos e é paternalista. O papel do
Profissional de Saúde é prescritivo, isto é, tenta alterar comportamentos, usando técnicas
de controlo;
� Modelo Persuasivo-Motivacional – utiliza a persuasão em termos
comportamentais e não respeita o princípio da equidade, bem como o meio ecológico e a
cultura do indivíduo. O Profissional de Saúde controla o processo de aprendizagem e a
persuasão é usada nas crenças e motivações do indivíduo, tendo em vista a mudança de
comportamentos;
� Modelo Político Económico-Ecológico – centra-se na aprendizagem em
contexto, no intercâmbio e na participação do indivíduo, por forma a que este se torne
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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responsável e autónomo. O Profissional de Saúde serve, apenas, de mediador com a
comunidade. Em termos de aprendizagem o indivíduo é o protagonista e o profissional o
intermediário.
Chaves, em 2004, analisou os estudos de Moreno e no desenvolvimento da EPS
identificou três gerações.
Moreno et al. (2000) descreveram as etapas evolutivas da EPS mencionando que as
mesmas estão relacionadas com as mudanças sócio-políticas, a evolução da nosologia e
dos factores de risco.
Existem três Gerações e Modelos de EPS: a Primeira Geração é denominada Educação
Para a Saúde Informativa; a Segunda é Centrada no Comportamento; a Terceira é
designada Participativa.
De acordo com Duarte et al. (2006) o Modelo Político Económico-Ecológico é o que mais
se aproxima dos de Terceira Geração preocupando-se, sobretudo, com o
desenvolvimento da autonomia e responsabilidade do indivíduo e menos com os
conteúdos ministrados. Valoriza todos os aspectos intrínsecos e extrínsecos da pessoa.
As competências interpessoais dos Profissionais de Saúde são mais importante que os
conhecimentos científicos para que seja possível produzir alterações voluntárias de
comportamentos.
Os pressupostos do modelo permitem realçar a importância atribuída às experiências
anteriores do indivíduo (crenças, atitudes, valores, personalidade, estilos pessoais, etc),
bem como as de grupo. Os aspectos sociais e ambientais, como as acessibilidades aos
serviços e as condições económicas, entre outras, são também de interesse.
O papel do Profissional de Saúde/Educador é preponderante, atendendo a que quando
tem que programar a EPS terá que possuir conhecimentos científicos, embora as
competências interpessoais sejam também relevantes para produzir no indivíduo a
necessidade e a vontade de mudar comportamentos.
Os conhecimentos que os Profissionais de Saúde têm ou conseguem transmitir, muitas
vezes, não são suficientes para produzir alterações de comportamentos. Por outro lado,
para que o indivíduo os altere, sugerir não basta.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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2 1. PAPEL DO ENFERMERMEIRO NA EPS
Segundo Correia et al. (2001) em Portugal, nas últimas duas décadas, a Enfermagem é
uma profissão reconhecida socialmente. No ano 2000, de acordo com a Ordem dos
Enfermeiros, existiam 35 861 Enfermeiros dos quais 17% exerciam a sua actividade em
Cuidados de Saúde Primários (Centros de Saúde) e 72% em Cuidados de Saúde
Diferenciados (Hospitais).
Em 1978 a iniciativa da OMS “Saúde para Todos” estimulou mudanças na Enfermagem
insistindo na importância dos Enfermeiros desenvolverem a sua actividade profissional
fora do contexto hospitalar tradicional que tem como principal finalidade tratar indivíduos
com doenças que exigem cuidados e tecnologias específicas.
Foi reconhecido na Assembleia Mundial de Saúde, em 1989, que a alta tecnologia estava
a ser prioritária na distribuição dos recursos humanos de Enfermagem, “verificando-se
que 80% do pessoal de saúde prestava cuidados curativos a 20% da população residente
nas cidades, enquanto que os restantes 80% dos residentes nas zonas rurais
permaneciam deficitários em cuidados de enfermagem” (Carvalho et al., 2006, p. 38).
Esta constatação pela Assembleia Mundial de Saúde, ainda hoje, se continua a verificar,
uma vez que as necessidades curativas são privilegiadas relativamente aos cuidados de
Promoção da Saúde e Prevenção da Doença.
A EPS pode e deve realizar-se também em Cuidados de Saúde Diferenciados, embora o
sector privilegiado seja o dos Cuidados de Saúde Primários, uma vez que este “existe
para contribuir para o aumento do nível de saúde das populações, resolvendo problemas
de saúde que não exijam tecnologia sofisticada” (Carvalho et al., 2006, p. 38).
A Enfermagem Comunitária centra-se no indivíduo e na família, respeita e encoraja a
independência e o seu direito a tomarem decisões livres e autónomas. Procura, ainda,
trabalhar com os mesmos ajudando-os a desenvolver capacidades por forma a
desempenhar adequada e eficientemente as suas actividades.
Os Profissionais de Enfermagem na sua prática devem ter um papel de
complementaridade com os outros Profissionais de Saúde e outros parceiros existentes
na comunidade onde exercem funções.
Segundo Correia et al., (2001) a intervenção visa o desenvolvimento de medidas que
promovam estilos de vida saudáveis e previnam doenças com o objectivo de melhorar a
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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qualidade de vida da população. O Enfermeiro possui um papel “privilegiado nos modelos
de equipa pluridisciplinar de saúde que têm sido experimentados em Portugal devido às
múltiplas oportunidades que tem de conhecer as famílias e os seus estilos de vida,
durante o atendimento das suas necessidades de saúde, assim como os recursos
comunitários.” (Carvalho et al., 2006, p. 39).
O local que este ocupa na equipa de saúde e as oportunidades que lhe advêm do
exercício das suas funções concedem-lhe o papel facilitador da mudança, encaminhando
os sujeitos para um trabalho “com” e não “para” os sujeitos, grupo ou comunidade.
Os Profissionais de Saúde na sua prática de Educação Para a Saúde deveriam
sustentar-se em “teorias, em resultados de investigação e em competências que devem
ser aprendidas e praticadas.” (Redman, 2003 p. 3).
Na prática educativa a aprendizagem constitui a finalidade pretendida, pelo que, os
Cuidados de Saúde e as Instituições Sociais devem esforçar-se por “ensinar a aprender”.
A Educação Para a Saúde assume, assim, um aspecto essencial no desempenho de
todos os profissionais.
Segundo Redman (2001, p. 4) a Educação Para a Saúde é efectuada “segundo um
processo de diagnóstico e intervenção” que envolve várias etapas.
Primeiro é necessário avaliar as necessidades de aprendizagem e a motivação do
indivíduo para aprender, estabelecendo metas em conjunto. Posteriormente é planeada a
intervenção sendo o ensino-aprendizagem efectuado de acordo com as necessidades
diagnosticadas.
A avaliação é a etapa que permite verificar se as metas estão a ser atingidas e ocorre ao
longo de todo o processo. Na maior parte das situações, e nomeadamente em problemas
crónicos de saúde, é imprescindível efectuar várias activdades de Educação Para a
Saúde sobre a mesma temática. Estas podem ter um carácter formal ou informal, ou seja
“os serviços de educação para a saúde são prestados directamente durante os cuidados
e também em programas independentes”. (Redman, 2003 p. 3).
As actividades de Educação Para a Saúde serão melhor sucedidas se se utilizarem
estratégias diversificadas e a abordagem das temáticas for dirigida às necessidades e
interesses do indivíduo ou da comunidade. A metodologia deve relacionar-se com o nível
de maturidade e com a capacidade de aprendizagem do destinatário.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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CAPÍTULO V
MATERIAL E MÉTODOS
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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1. DESENHO E CENÁRIO DO ESTUDO
O estudo decorreu de uma forma faseada, devido aos diferentes tipos de estratégias
planeadas. A observação dos contextos da investigação, dos actores, das actividades
desenvolvidas pelos mesmos, dos instrumentos de registo utilizados e do meio
envolvente foi efectuada durante, aproximadamente um mês.
Efectuámos reunião com os Profissionais de Saúde, por forma a clarificar determinados
aspectos, apresentar o planeamento da investigação e combinar a melhor estratégia de
recolha de dados. Após a mesma o planeamento sofreu algumas alterações.
A colheita de dados e a análise dos mesmos foi realizada, sempre que possível,
concomitantemente, não havendo períodos preestabelecidos ou muito fixos,
principalmente para alguns dos instrumentos previstos.
As últimas etapas do trabalho incidiram na interpretação dos dados e na redacção do
relatório.
A opção do desenho metodológico constituiu um processo complexo de pensamento
científico, com base na problemática e nos objectivos do estudo.
A pesquisa que realizámos consistiu num tipo de estudo descritivo, exploratório, cujo
modo de investigação foi o estudo de casos “polilocalizado”.
Considera-se descritiva porque obrigou o pesquisador a observar, a registar e a analisar
factos e fenómenos, sem os manipular (Cervo & Bervian, 2002).
A sua natureza exploratória permitiu ao investigador aumentar a sua experiência em
torno do problema, ajudando-o a encontrar os elementos necessários que lhe
possibilitassem o contacto com a população alvo, para obter os resultados desejados
(Triviños, 1987).
Tendo em conta os objectivos da pesquisa, bem como a necessidade de conhecer e
compreender o significado atribuído por diversos actores a fenómenos singulares, ou seja
ao “quê” e ao “porquê” esta inscreveu-se, maioritariamente, no paradigma qualitativo,
muito embora o estudo deva ser considerado misto, o que é típico de um “estudo de
casos” deste teor.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 108 -
A metodologia qualitativa de investigação utilizada, na opinião de Wilson (1977), citado
por Tuckman Bruce W. (2005, p. 508) pode ser denominada como “(…) etnografia (…)”
uma vez que se fundamenta em dois pressupostos que passámos a enunciar:
“(1) Os acontecimentos devem estudar-se em situações naturais, ou
seja, integrados no terreno.
(2) Os acontecimentos só podem compreender-se se compreendermos
a percepção e a interpretação feitas pelas pessoas que neles
participam.”
A abordagem qualitativa utilizada, de acordo com Bogdan e Biklen, citado por Tuckman
(2005, p. 507), apresentou as seguintes características:
«1-A situação natural constitui a fonte dos dados, sendo o investigador
o instrumento-chave da recolha de dados.
2-A sua primeira preocupação é descrever e só secundariamente
analisar os dados.
3-A questão fundamental é todo o processo, ou seja, o que aconteceu,
bem como o produto e o resultado final.
4-Os dados são analisados indutivamente, como se reunissem, em
conjunto, todas as partes de um puzzle.
5-Diz respeito essencialmente ao significado das coisas, ou seja ao
“porquê” e ao “o quê”.»
De acordo com Minayo (1994), a pesquisa qualitativa preocupa-se com o universo dos
significados, motivos, aspirações, valores e actividades que, por sua vez, correspondem
a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenómenos.
Este tipo de metodologia de investigação qualitativa pode, também, ser designada como
método etnográfico, pois segundo (Mayan, 2001) é uma ferramenta útil para estudar e
entender outras culturas ou mesmo grupos específicos de pessoas, e tem, como
resultado final, uma descrição densa da natureza de um fenómeno.
Marcus e Liehr (2001) referem que este método é utilizado por Profissionais de Saúde
para investigar variações culturais e estudar grupos de pacientes como subculturas
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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dentro de contextos sociais mais amplos. Para Kleinman (1998), a etnografia não é
meramente uma metodologia das Ciências Sociais mas também, uma parte intrínseca da
Antropologia Social e Cultural.
O método etnográfico, usando o estudo de casos, permitiu apreender a realidade do
estudo.
De facto, segundo De Bruyne et al., referenciado por Lessard-Hébert et al. (1994) as
metodologias qualitativas privilegiam dois modos de investigação (estudo de casos e
estudo multicasos) que não devem ser confundidos com os modos de recolha de dados.
Os “modos de recolha de dados” são as técnicas de recolha de dados e os “modos de
investigação” as maneiras como os pesquisadores devem considerar a população alvo de
estudo e a sua situação. Estes fazem-se em função dos objectivos teóricos da sua
pesquisa.
Nesta investigação as análises realizadas tiveram a finalidade de descrever o mais
completamente possível os fenómenos em causa podendo obter-se quer descrições e
informações quantitativas, quer qualitativas ou ambas. Os procedimentos de amostragem
são, nestes casos, flexíveis (Lakatos et al., 1991).
O estudo de casos “polilocalizado” realizado teve, como principal objectivo analisar,
compreender e descrever as duas situações particulares, na tentativa de descobrir
convergências ou divergências entre as mesmas. Baseou-se no estudo de cada uma
delas, o que pressupôs a determinação de unidades ou categorias de análise e selecção
das variáveis a estudar, isto é, saber quem, onde, quando e que aspectos analisar.
A pesquisa do tipo Estudo de Casos, na opinião de Fortin (1999, p. 164) consiste numa
“(…) investigação aprofundada de um indivíduo, de uma família, de um grupo ou de uma
organização”.
Os estudos de casos (Ludke, 1986) com as suas características específicas permitem
recorrer a diversas fontes de informação, apresentar os dados de forma clara e acessível,
podendo utilizar-se o estilo narrativo, informal e mesmo a ilustração com figuras, citações,
exemplos e descrições.
Recorremos à abordagem quantitativa para quantificar todos os dados de interesse para
a investigação.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 110 -
A análise foi efectuada recorrendo ao software SPSS 12.0 (SPSS Inc., Chicago, Illinois,
USA).
O cenário da pesquisa contemplou um estudo de casos, em dois locais distintos, daí se
considerar um estudo “polilocalizado”.
Um dos cenários foi o Centro de Saúde de Barroselas e o outro o Centro de Saúde de S.
Julião de Freixo com as Extensões de Saúde de Alvarães e de Vitorino de Piães,
respectivamente.
A opção por estes Centros de Saúde esteve relacionada com os seguintes factores:
conhecimento através do estudo exploratório prévio da implementação nestes Centros do
Projecto Prevenção do Cancro do Colo do Útero e da motivação dos Profissionais de
Saúde para colaborar, bem como a proximidade entre os contextos.
Passámos a caracterizar os dois Centros de Saúde, o seu enquadramento geográfico e
funcionamento.
O Centro de Saúde de Barroselas ficava situado, aproximadamente, a 13 Km da cidade
de Viana do Castelo que é capital de distrito e sede de concelho.
Barroselas, considerada semi-urbana, situava-se na proximidade de um pólo industrial e
constituía uma freguesia administrativa deste concelho. Durante a investigação, por
indicadores históricos, geográficos, demográficos, administrativos, económicos, sociais,
culturais, entre outros, para além de um enorme anseio da população e da Autarquia foi
elevada à categoria de Vila.
Esta freguesia com uma área de cerca de 8 Km2 ficava localizada sob a serra da Padela,
no Vale do Neiva, estendendo-se até ao rio Neiva, fazendo fronteira com o distrito de
Braga.
O Centro de Saúde abrangia as freguesias de Barroselas, Carvoeiro, Vila de Punhe,
Portela Susã, Mujães e Alvarães que constituía a Extensão de Saúde.
A sede deste Centro de Saúde era em Barrroselas. As instalações, relativamente
recentes, apresentavam condições físicas razoáveis, embora não correspondessem aos
desejos e necessidades dos Profissionais.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 111 -
Funcionava por Módulos, nos quais exerciam funções Médicos e Enfermeiros, prestando
cuidados globais aos utentes. Estes estavam inscritos por Médico de Família, os quais
prestavam assistência nas diversas áreas de intervenção. Os utentes que não tinham
Médico de Família (estavam em lista de espera) eram atendidos de acordo com a
disponibilidade dos Médicos existentes.
A freguesia de Freixo ocupava uma área de 544 ha (hectares) na margem direita do rio
Neiva. Distava, aproximadamente, 17 km da sede de concelho (Ponte de Lima) e 25 km
da sede de distrito (Viana do Castelo). Situava-se na encruzilhada entre Ponte de Lima,
Barcelos e Braga.
Esta localidade e as freguesias de abrangência do seu Centro de Saúde tinham por base
a exploração agrícola em minifúndio, como actividade económica principal.
O Centro de Saúde de S. Julião de Freixo pertencia ao concelho de Ponte de Lima e
abrangia as seguintes freguesias: Navió, Poiares, Gaifar, Vilar das Almas, Sandiães,
Ardegão, Freixo, Friastelas, Cabaços, Fojo Lobal, S. Lourenço do Mato, Calvelo e
Vitorino de Piães, onde se situava uma Extensão de Saúde.
O Centro de Saúde com instalações provisórias há cerca de três anos, ocupava o 1º
andar de um edifício que não estava adaptado ao funcionamento dos serviços,
acarretando algumas dificuldades na gestão e trabalho da equipa.
Durante o ano de 2003 (início do trabalho de campo) exerciam funções no Centro de
Saúde (sede) quatro Médicas e quatro Enfermeiros (três do género feminino e um do
masculino) e na Extensão de Saúde de Vitorino de Piães uma Médica e uma Enfermeira.
O Centro de Saúde não estava organizado por Módulos, pelo que as actividades Médicas
e de Enfermagem eram distribuídas por áreas de intervenção, isto é os Médicos e os
Enfermeiros prestavam os cuidados necessários sem terem famílias distribuídas.
O Director era um Médico que exercia a sua actividade em Ponte de Lima, bem como a
Enfermeira Chefe do Centro, pelo que, apenas, esporadicamente, se deslocava ao
mesmo. Havia uma Enfermeira que tinha funções de coordenação e era o elo de ligação
com a Enfermeira Chefe. Aquela, para além das suas actividades de assistência aos
utentes, acumulava as funções de coordenação do Centro (funções que pertenciam à
Enfermeira Chefe do Serviço). No entanto, não tinha autonomia nem poder de decisão,
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 112 -
tendo que recorrer ao Director e/ou Enfermeira Chefe para resolver situações fora do seu
âmbito de competências.
Em meados de 2004 o Centro de Saúde passou a ter uma Enfermeira Chefe, em
presença física. A equipa multidisciplinar passou a ser constituída por 5 Médicos, 5
Administrativos, 3 Auxiliares, 1 Chefe de Secção e 5 Enfermeiros, sendo uma delas a
Enfermeira Chefe.
Em Novembro de 2004 foi alargada a oferta de serviços à comunidade, criando a
consulta de recurso, passando o Centro de Saúde a funcionar das 8 às 20 horas.
A Extensão de Vitorino de Piães, embora não fosse considerada um Módulo, como só
existia uma Médica e uma Enfermeira, funcionava como tal, pois a prestação de cuidados
era global. No entanto, por vezes, a Enfermeira era chamada a colaborar com os
Enfermeiros da sede, nomeadamente na área de Visita Domiciliária.
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- 113 -
2. DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO E POPULAÇÃO ALVO
Antes de iniciármos o trabalho de campo solicitámos aos Centros de Saúde as listas das
utentes inscritas, nos contextos do estudo, com idades compreendidas entre os 15 e os
64 anos de idade, completados até 31 de Dezembro de 2002.
De acordo com as listas iniciais estavam inscritas 6167 mulheres. Ao Centro de Saúde de
Barroselas pertenciam 3966 mulheres, das quais 959 pertenciam à Extensão de
Alvarães, enquanto que ao de S. Julião de Freixo pertenciam 2201, das quais 493 faziam
parte da Extensão de Vitorino de Piães.
Tendo dificuldade em obter listas correctas, em tempo oportuno, e com receio de não
conseguir estudar toda esta população, optámos por seleccionar, apenas, ”as mulheres
com idades compreendidas entre os 25 e os 64 anos de idade”, ou seja, nascidas entre
01/01/1938 e 31/12/1977, inscritas nestes Centros e suas Extensões.
Tivemos a noção que ao retirarmos a franja da população, dos 15 aos 25 anos de idade,
podemos ter perdido um precioso contributo, para o modelo de Cancro a estudar, dado
que segundo a literatura, estas idades constituem um grupo vulnerável e de risco para o
Cancro do Colo do Útero, havendo necessidade de investir na Prevenção.
A população ficou, assim, constituída por 6013 mulheres.
Pertenciam também à população 26 Profissionais de Saúde (Médicos e Enfermeiros) que
exerciam funções nos Centros de Saúde.
A população alvo variou de acordo com os instrumentos utilizados na colheita de dados,
pelo que não apresentamos, neste ponto, a caracterização da mesma. Optamos por fazê-
lo na apresentação dos resultados.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 114 -
3. ESTRATÉGIA DE COLHEITA DE DADOS
O trabalho de campo decorreu durante dois anos (2003 e 2004). Neste período de tempo
deslocámo-nos, diariamente, pelos vários Centros e Extensões de Saúde, dando
prioridade ao Centro de Saúde de Barroselas, pelo facto de ter um maior número de
utentes inscritos.
A observação neste estudo não constituiu o foco principal da colheita de dados e da
posterior análise da informação. Serviu apenas para complementar os dados recolhidos
através dos questionários. Esta manteve-se ao longo do trabalho, não com um caracter
tão persistente, mas para verificar a operacionalização do instrumento de trabalho, por
nós implementado, bem como as dificuldades inerentes ao seu preenchimento. Para tal,
recorremos à análise documental e ao diário de bordo.
Efectuámos análise do documento “Registo de Pedidos de Citologias Cervicais” existente
nos Centros e Extensões de Saúde referente aos anos 2001 e 2002 implementado pela
Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo, nas suas diferentes formas (Anexo I).
Os dados constantes no mesmo eram: data do pedido; número do utente; grupo etário
(especificando, por norma, três faixas etárias: inferior a 25 anos, entre 25 e 65, e superior
a 65 anos); ano da anterior citologia; código do Médico; observações e resultado.
Acresce também referir que existiam impressos onde o número de utente era substituido
pelas iniciais ou nome e o grupo etário sofria alterações em termos de faixa etária ou era
ainda substituido pela idade. Por vezes, este documento também era modificado,
manuscritamente, pelo Profissional que efectuava o seu preenchimento.
Realizámos Educação Para a Saúde de carácter individual, sobre “Prevenção do Cancro
do Colo do Útero”, em cada um dos Centros e respectivas Extensões de Saúde, às
utentes que recorriam a consultas Médicas e que, voluntariamente, aceitavam esta
intervenção. Subjacente à actividade estava o preenchimento de dois questionários: um
antes de iniciar a EPS e outro no final.
Efectuámos duas Actividades de Educação Para a Saúde a grupos, em cada uma das
sedes e extensões dos Centros de Saúde, abertas à comunidade, intituladas “Prevenção
do Cancro do Colo do Útero: Conhecer Para Prevenir”, às quais denominámos de
Primeiras e Segundas Actividades, por terem sido realizadas em períodos diferentes.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 115 -
Inerente a estas actividades estava o preenchimento de dois questionários (um antes e
outro após a EPS).
A principal finalidade foi sensibilizar a comunidade para a Prevenção do Cancro do Colo
do Útero e destinavam-se a todos os interessados nesta problemática de saúde,
principalmente mulheres, de todas as idades e de qualquer estado civil.
Focaram-se aspectos para os quais as mulheres devem estar atentas, respeitar e
conhecer: factores de risco e medidas preventivas; realização da citologia Papanicolaou;
frequência de consultas de vigilância de saúde. Foram abordados, ainda, dados
epidemiológicos deste cancro, em que consistia este Teste e a importância de o realizar,
não só como prática preventiva, mas também como rastreio oncológico.
Reunimos formal ou informalmente com os Chefes de Serviço de Enfermagem e
Enfermeiros, com vista à planificação das intervenções de Educação Para a Saúde a
Grupos e sempre que outras situações o justificaram.
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4. INSTRUMENTOS DE RECOLHA DE DADOS
Os instrumentos básicos utilizados na recolha de dados foram o questionário e a
observação não participante. Bressan (2000) diz que, no estudo de caso, se podem obter
evidências a partir de diferentes fontes de dados, destacando o questionário e a
observação.
Para melhor compreensão do fenómeno, além dos questionários individuais foi utilizada,
como já foi referido, a observação. Esta permitiu que o pesquisador chegasse mais perto
da perspectiva dos sujeitos, pela observação “in loco” das experiências diárias, para
descobrir novos aspectos da problemática ou mesmo para colher dados adicionais.
Os instrumentos prioritários de recolha de informação foram elaborados no primeiro
período de observação, procedendo-se ao pré-teste.
Os instrumentos de colheita de informação utilizados foram:
� Questionário, preenchido pelos Enfermeiros dos Centros e Extensões de
Saúde, às mulheres que efectuaram citologia cervical, ao qual denominámos
“Adesão das Mulheres à Citologia Papanicolaou” (Anexo II);
� Questionário, dirigido a Médicos e Enfermeiros dos Centros e Extensões
de Saúde, sobre Representação Social do Cancro, Educação Para a Saúde,
Prevenção do Cancro e Cancro do Colo do Útero (Anexo III);
� Questionários inerentes às Actividades de Educação Para a Saúde
Individual, sobre Prevenção do Cancro do Colo do Útero. Destinavam-se às
utentes que frequentavam os Centros e Extensões de Saúde e a quem era
realizada EPS individual e tinham como principal finalidade conhecer a
Representação Social do Cancro, Educação Para a Saúde, Prevenção do Cancro
e Cancro do Colo do Útero. (Anexo IV);
� Questionários dirigidos às utentes que assistiram às actividades de
Educação Para a Saúde em grupo sobre a sua Opinião e Conhecimentos acerca
do Cancro do Colo do Útero e sua Prevenção (Anexo V);
� Diário de bordo para registo de observações efectuadas.
Todos os instrumentos utilizados foram por nós elaborados.
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Descrição dos Instrumentos
���� Questionário de “Adesão” das Mulheres à Citologia Papanicolaou
O questionário teve como principal objectivo geral obter conhecimentos acerca da
realização de citologias que, posteriormente, possibilitassem implementar um instrumento
de Registo de Enfermagem.
Destinava-se a ser preenchido pelos Enfermeiros e englobava áreas referentes à
caracterização das mulheres que faziam citologia e outras que interessavam para os
objectivos do questionário.
O questionário inicial previa, sobretudo, perguntas fechadas, no entanto, face à
solicitação dos Enfermeiros e com o argumento de conter uma única página passou a ser
constituído, por questões abertas.
O instrumento contemplava perguntas inerentes à caracterização das mulheres, tais
como a data de nascimento, a idade, a escolaridade, o estado civil, a religião, a profissão
e a residência. Apresentava outras com o nome da utente, telefone e, ou telemóvel, o
número do processo e de utente, bem como o Módulo a que pertencia para facilitar a
consulta do processo.
As questões mais pertinentes eram as que estavam directamente relacionadas com a
realização das citologias.
O protocolo do questionário foi abordado na reunião de planeamento do trabalho de campo,
bem como a periodicidade da sua aplicação. Solicitámos, também que fossem apontadas as
deficiências e propostas sugestões para posterior implementação de um instrumento de
Enfermagem.
O instrumento foi testado no Centro de Saúde de Barroselas, no período inicial da
observação, tendo-se rejeitado estes questionários.
Objectivos:
1. Enumerar a totalidade de citologias cervicais efectuadas nos anos 2003 e 2004;
2. Caracterizar as mulheres que recorreram ao Centro ou Extensão de Saúde para
efectuar esta citologia;
3. Identificar as idades mais incidentes de realização da mesma;
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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4. Registar as consultas onde as mulheres realizaram estes exames;
5. Verificar quem foi o Profissional de Saúde que efectuou a citologia;
6. Identificar quem influenciou a sua efectivação;
7. Identificar as mulheres que já realizaram a citologia em consulta privada;
8. Verificar se eram registados os resultados das citologias, bem como a intervenção
face aos mesmos;
9. Identificar se existiam registos das citologias anteriores e respectivos resultados.
���� Questionário aos Profissionais de Saúde
Este questionário teve como objectivos gerais conhecer as representações sobre
Eucação Para a Saúde, Cancro, Educação Para a Saúde sobre Cancro e Prevenção do
Cancro, bem como Prevenção do Cancro do Colo do Útero em Cuidados Primários e sua
Profilaxia.
Face à falta de receptividade dos Profissionais à entrevista proposta, elaborámos o
questionário com predominância de questões abertas visando uma maior recolha de
informação. A caracterização da população alvo continha questões abertas e fechadas.
Assim, dividimos este instrumento em quatro partes.
A Parte I continha questões abertas e fechadas referentes à caracterização sócio-
demográfica e profissional dos inquiridos. A Parte II era composta, apenas, por questões
abertas e procurava conhecer a opinião acerca da EPS nos Cuidados Primários de
Saúde. A III apresentava perguntas fechadas e abertas e tinha como finalidade conhecer
a opinião sobre o Cancro. A última Parte era composta por questões abertas com vista à
recolha de opinião sobre o Cancro do Colo do Útero.
Objectivos :
1. Caracterizar a representação social de Cancro desses Profissionais de Saúde;
2. Verificar se o Cancro era uma temática abordada;
3. Identificar quais as temáticas mais abordadas;
4. Verificar as situações em que era efectuada EPS sobre Cancro;
5. Identificar os objectivos que conduziam à realização da EPS sobre Cancro;
6. Identificar os constrangimentos dos Profissionais de Saúde no que concerne à
abordagem do Cancro;
7. Obter informação acerca da opinião dos Médicos e Enfermeiros sobre EPS na
Prevenção do Cancro do Colo do Útero.
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���� Questionário Antes e Após as Actividades de Educação Para a Saúde Individual
Com os questionários de EPS individual (antes da intervenção) pretendíamos conhecer
as representações das Utentes sobre Cancro e sua Prevenção, Educação Para a Saúde,
Cancro do Colo do Útero e Prevenção, bem como os conhecimentos que possuíam sobre
o mesmo e a citologia Papanicolaou.
Após a intervenção o interesse estava mais centrado na actividade efectuada, pelo que a
principal finalidade era verificar se as mulheres “adquiriram conhecimentos”,
alteraram/desmistificaram conceitos, crenças ou tabus, ou, ainda, conheciam a
terminologia usada.
Os Questionários Antes das Actividade de Educação Para a Saúde Individual continham
três partes. A Parte I destinava-se a recolher os dados sócio-demográficos das utentes
que assistiram à actividade. A II pretendia averiguar o conhecimento das utentes sobre o
Cancro e como adquiriram essa informação, reservando a III para indagar o tipo de
conhecimentos e sensibilizar para a problemática do Cancro do Colo do Útero. Após as
Actividades de Educação Para a Saúde Individual procurámos conhecer a informação
adquirida e o impacto das actividades na interiorização do conhecimento.
Estes eram mistos, isto é continham questões fechadas, abertas e de resposta múltipla,
sendo algumas das perguntas antes e após a intervenção iguais ou semelhantes. Foram
testados a vinte mulheres do Centro de Saúde de Ponte de Lima, não tendo sido
necessário reformulá-los.
Objectivos:
Antes da Actividade Educativa
1. Enumerar as utentes que ouviram falar de Cancro no Centro de Saúde;
2. Identificar os Profissionais de Saúde que mais se preocuparam em abordar esta
área;
3. Identificar os objectivos dos Profissionais para a abordagem do tema;
4. Verificar o local/ circunstâncias onde foi abordado o mesmo;
5. Identificar a simbologia das utentes sobre Cancro;
6. Identificar o nível de importância atribuída pelas utentes à Educação Para a
Saúde;
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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7. Obter informação sobre a justificação apontada;
8. Identificar áreas temáticas sobre Cancro para intervenção futura;
9. Identificar o local/circunstâncias onde ouviram falar deste Cancro;
10. Identificar os conhecimentos que as utentes tinham sobre Cancro do Colo do
Útero;
11. Verificar se as mulheres efectuavam o Teste Papanicolaou;
12. Obter informação sobre os conhecimentos que as utentes possuiam sobre este
Teste.
Após a Actividade Educativa
1. Enumerar as utentes que já ouviram falar de Cancro do Colo Uterino;
2. Identificar o local/circunstâncias onde ouviram falar deste Cancro;
3. Identificar os Profissionais de Saúde que mais se preocuparam em abordar esta
área;
4. Identificar os conhecimentos que as utentes tinham sobre Cancro do Colo do
Útero;
5. Verificar se as mulheres efectuavam o Teste Papanicolaou;
6. Obter informação sobre os conhecimentos que as utentes possuiam sobre este
Teste;
7. Identificar os Sistemas de Saúde mais procurados para a realização do mesmo;
8. Verificar a periodicidade com que habitualmente o faziam;
9. Verificar se as mulheres sabiam o ano da realização da última citologia;
10. Identificar se tinham conhecimento do resultado da mesma;
11. Caracterizar os conhecimentos adquiridos na actividade sobre o Teste
Papanicolaou;
12. Avaliar a actividade efectuada.
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���� Questionário Antes e Após as Primeiras Actividades de Educação Para a Saúde a
Grupos
Os questionários antes das actividades de EPS a Grupos tiveram como principais
objectivos identificar os conhecimentos das mulheres sobre Cancro do Colo do Útero e
suas representações, enquanto que no final consistiram em verificar se as mesmas
tiveram impacto positivo, nomeadamente em termos de “aquisição de conhecimentos” e
se as motivou para a execução da citologia.
Estes eram mistos, isto é continham questões fechadas, abertas e de resposta múltipla,
sendo algumas das perguntas antes e após a intervenção iguais ou semelhantes.
Objectivos:
Antes da Actividade Educativa
1. Identificar se as utentes ouviram falar de Cancro do Colo Uterino;
2. Verificar em que circunstâncias ou locais ouviram falar de Cancro;
3. Caracterizar os conhecimentos que as utentes tinham sobre o Cancro do Colo do
Útero e o Teste Papanicolaou;
4. Identificar os Sistemas de Saúde mais procurados para a realização do exame;
5. Identificar o motivo que levou estas pessoas a assistir à actividade.
Após a Actividade Educativa
1. Identificar se as utentes ouviram falar de Cancro do Colo Uterino;
2. Verificar em que circunstâncias ou locais ouviram falar deste Cancro;
3. Caracterizar os conhecimentos que as utentes tinham sobre Cancro do Colo do
Útero e o Teste Papanicolaou;
4. Identificar os Sistemas de Saúde mais procurados para a realização do exame;
5. Avaliar a actividade realizada.
���� Questionários Antes e Após as Segundas Actividades de Educação Para a Saúde
a Grupos
Os principais objectivos antes e após as Segundas Actividades de EPS a Grupos foram
iguais aos das Primeiras.
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- 122 -
Os instrumentos embora idênticos, sofreram algumas alterações face à avaliação
efectuada após as Primeiras Actividades.
Continham, de igual forma, questões abertas, fechadas e de resposta múltipla,
continuando algumas das perguntas iguais ou semelhantes, antes e após a intervenção.
Objectivos:
Antes da Actividade Educativa
1. Enumerar as utentes que já ouviram falar de Cancro do Colo Uterino;
2. Identificar o local/circunstâncias onde ouviram falar do Cancro do Colo do Útero;
3. Identificar a representação social das utentes sobre Cancro do Colo do Útero;
4. Identificar os conhecimentos que as utentes tinham sobre este Cancro;
5. Verificar se as mulheres efectuavam o Teste Papanicolaou;
6. Identificar os locais mais procurados para a realização deste exame;
7. Obter informação sobre os conhecimentos que as utentes possuiam sobre o
Teste;
8. Conhecer os motivos que as levaram a participar na actividade.
Após a Actividade Educativa
1. Enumerar as mulheres que afirmaram ter ouvido falar de Cancro do Colo do
Útero;
2. Identificar os meios/locais que lhes proporcionaram essa informação;
3. Verificar se valorizaram a actual actividade como uma EPS;
4. Obter informação sobre os conhecimentos adquiridos sobre Cancro do Colo do
Útero e Citologia Papanicolaou;
5. Avaliar a actividade efectuada.
O pré-teste dos instrumentos utilizados para as Actividades de EPS a Grupos foi
realizado a dez utentes de cada um dos Centros de Saúde onde estava a ser efectuada a
investigação, não tendo sofrido alterações.
���� Diário de Bordo
Teve como objectivo registar todos os dados que considerámos pertinentes relativamente
à observação efectuada.
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- 123 -
5. ANÁLISE DOS DADOS
Inscrevendo-se o estudo numa abordagem de cariz misto, qualitativa e quantitativa a
análise foi efectuada, como referimos, recorrendo ao software SPSS 12.0 (SPSS Inc.,
Chicago, Illinois, USA).
Na análise quantitativa os dados contínuos foram expressos como média e desvio
padrão. As variáveis categóricas foram apresentadas como [número (percentagem)].
A análise de dados constituiu a etapa onde, depois de termos compilado todo o material
inerentes às respostas dos sujeitos às questões e o material recolhido da observação
efectuada em contexto, procedemos ao tratamento da informação (Biklen et al., 1994).
Na análise de dados qualitativos utilizámos a técnica de análise de conteúdo. Este
processo consistiu em trabalhar os dados, organizá-los e dividi-los em unidades possíveis
de “manipular”, ou seja transformar em categorias de análise, tal como referem alguns
autores (Biklen, Sari et al., 1994; Matalon B. et al.,1993).
Os resultados não se podem generalizar, nem extrapolar para a população, uma vez que
se trata de um estudo particular.
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- 124 -
6. CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
A investigação realizada obedeceu aos princípios éticos que devem reger qualquer
estudo deste teor.
Antes de iniciar a pesquisa solicitámos autorização, por escrito, ao Coordenador da Sub-
Região de Saúde de Viana do Castelo, explicando-se a natureza da mesma, finalidades e
objectivos, previsão temporal, tipo de procedimentos planeados e disponibilidade para
facultar os resultados obtidos ou informações sempre que delas necessitassem (Anexo
VI).
Nos locais de realização do trabalho de campo os pedidos de autorização foram menos
formalizados, muito embora se desse conhecimento e se esclarecesse,
pormenorizadamente, os Directores dos Serviços e Enfermeiras Chefes de todo o
planeamento efectuado. Na verdade, todos os profissionais (Médicos, Enfermeiros e
restantes funcionários) e utentes foram informados do motivo da nossa constante
presença.
Na colheita de dados tivemos sempre em conta o consentimento informado das utentes,
sendo-lhes assegurado que a sua participação no estudo não interferia no atendimento,
assistência ou horário da consulta.
Existiu o cuidado de utilizar números de codificação para cada questionário, de forma a
manter o anonimato das utentes e consequentemente da informação obtida.
No relatório mantivemos, também este princípio.
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- 125 -
7. LIMITAÇÕES DO ESTUDO
As principais limitações estiveram centradas na inexperiência do investigador e na
complexidade do estudo planeado, não tendo tido capacidade, atempadamente, de
efectuar o seu reajustamento.
A pesquisa na área da Promoção/Educação Para a Saúde revelou-se bastante difícil em
termos de bibliografia actualizada e recente, nomeadamente em Portugal, bem como a
existência de dados estatísticos inerentes ao Registo Oncológico Nacional sobre Cancro
do Colo Uterino na Região Norte e de modo particular no distrito de Viana do Castelo.
No âmbito do Cancro do Colo do Útero, os avanços científicos, desde o início do estudo,
até aos dias de hoje, foram tantos que pode acontecer que determinados aspectos não
tenham sido contemplados ou já não tenham a relevância da fase inicial.
O desenho da investigação, no que concerne à opção do modelo de Cancro a estudar,
selecção do terreno de pesquisa e população só foi possível decidir após a realização do
trabalho exploratório desenvolvido no ano probatório e sua apresentação em exame de
avaliação, o que constituiu outra dificuldade.
O início tardio do trabalho de campo (após a inscrição como aluna definitiva) foi um
obstáculo que tivemos que ultrapassar.
O terreno de pesquisa situou-se em dois Centros de Saúde com uma grande componente
de intervenção individual em termos de Educação Para a Saúde às utentes e uma menor
a grupos.
A distância entre a nossa residência e os cenários do estudo, a existência de vários
instrumentos de colheita de dados e muito tempo de presença física nos locais resultou
numa colheita e tratamento de dados morosa e difícil implicando um grande esforço da
nossa parte.
Muito embora tivéssemos receptividade e colaboração por parte de alguns Profissionais
dos Centros de Saúde houve dificuldade em obter as listas das utentes inscritas, quer em
tempo considerado, por nós, adequado, quer em termos de correcção das mesmas. Por
esta razão tivemos necessidade de solicitar mais do que uma vez novas listas, originando
frequentes alterações da base de dados.
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- 126 -
A necessidade de reuniões informais e individuais para controlo do registo dos dados
preenchidos pelos Enfermeiros constituiu, também um factor que não podemos deixar de
mencionar.
A grande mobilidade de Médicos e Enfermeiros acrescida da pouca experiência em
Cuidados de Saúde Primários exigiu integrações sucessivas e concomitantemente
reuniões para orientação no preenchimento do questionário a eles dirigido. Aos
Enfermeiros foi, ainda, necessário orientá-los na aplicação do questionário de “Adesão à
Citologia”. Este facto foi um entrave para o normal desenvolvimento das actividades.
O tipo de estudo e a impossiblidade de extrapolar resultados para a população pode ser
encarada como uma limitação.
A entrevista aos Profissionais, em substituição do questionário, tal como inicialmente
planeado, teria permitido colher dados mais completos.
Em suma, o tipo de investigação planeada, os vários instrumentos de colheita de
informação, intervenções educativas individuais e abertas à comunidade, construção de
várias bases de dados e introdução dos mesmos, assim como a sua análise e tratamento
constituíram, sem dúvida, as principais limitações.
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- 127 -
CAPÍTULO VI
APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
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- 128 -
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- 129 -
1. RESULTADOS
Os resultados apresentados advêm da análise dos dados obtidos através dos
instrumentos de colheita de informação utilizados.
Embora tivéssemos traçado objectivos para cada um dos instrumentos utilizados, a
ordem de apresentação dos resultados foi aquela que nos pareceu de mais fácil leitura,
face ao relacionamento entre algumas variáveis.
Usaram-se Figuras,Tabelas e Quadros para melhor visualização dos cálculos estatísticos
e da análise de conteúdo efectuada.
Atendendo a que a população sofreu alterações conforme os objectivos que tínhamos
para cada um dos instrumentos que aplicámos, optámos por efectuar a sua
caracterização neste capítulo.
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- 130 -
2. “ADESÃO” DAS MULHERES À CITOLOGIA PAPANICOLAOU
A população alvo correspondeu a 1330 mulheres que acederam, voluntariamente,
responder a este inquérito e frequentaram consultas Médicas onde efectuaram pelo
menos uma citologia cervical nos anos 2003 e 2004.
2.1 CARACTERIZAÇÃO
A idade média destas utentes é de 39,31 anos e o desvio padrão é 9,91 anos. A
distribuição das mulheres por grupo etário encontra-se na Figura 6.
60-64Anos
55-59Anos
50-54Anos
45-49Anos
40-44Anos
35-39Anos
30-34Anos
25-29Anos
20,0%
15,0%
10,0%
5,0%
0,0%
Per
cent
agem
3,76%5,64%
10,45%
16,09%18,05%18,42%
19,39%
8,20%
Figura 6. Distribuição das Mulheres por Grupo Etário
Verificámos que o maior número e percentagem de mulheres que responderam ao
questionário se encontrava no grupo etário dos “30-34 anos” (258 - 19,39%), seguindo-se
os grupos etários dos “25-29 anos” (245 - 18,42%), dos “35-39 anos” (240 - 18,05%) e
dos “40-44 anos” (214 - 16,09%).
No que respeita à Escolaridade das mulheres e que responderam a esta questão,
observámos que 601 (49,51%) utentes se situaram entre o “5º e o 9º Ano”, 511 (42,09%)
tinham “Menos que a 4ª classe” de escolaridade, 67 (5,52%) posicionaram-se “Entre o
10º e o 12º Ano” e 20 (1,65%) possuíam escolaridade “Superior ao 12º Ano”. Das 1214
utentes que tinham este campo preenchido, 15 (1,23%) eram “Analfabetas” (Tabela 1).
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- 131 -
Nos casos registados em 116 (8,72%) questionários este campo não se encontrava
preenchido.
Tabela 1. Distribuição das Mulheres por Escolaridade
Escolaridade N %
Não sabe ler/escrever 15 1,23 Até à 4ª classe 511 42,09 Entre o 5º e o 9º Ano 601 49,51 Entre o 10º e o 12º Ano 67 5,52 Superior ao 12º Ano 20 1,65 Total 1214 100,00
Verificámos que 1109 (91,27%) das utentes, em que o campo Estado Civil estava
preenchido, eram “Casadas”, 55 (4,53%) eram “Solteiras”, 34 (2,80%) eram “Viúvas” e 17
(1,40%) eram “Divorciadas”.
Relativamente ao estado civil das utentes, encontrámos 115 (8,65%) registos com este
campo por preencher. Na Tabela seguinte encontra-se a distribuição das utentes por
estado civil.
Tabela 2. Distribuição das Mulheres por Estado Civil
Estado Civil N %
Solteira 55 4,53 Casada 1109 91,27 Divorciada/separada 17 1,40 Viúva 34 2,80 Total 1215 100,00
No que respeita à Religião, dos 1213 questionários com este campo preenchido
constatámos que, a maioria das utentes, 1194 (98,43%) eram Católicas, 16 (1,32%) eram
Católicas não particantes e, apenas 3 (0,25%) eram Testemunhas de Jeová (Tabela 3).
Verificámos que 117 (8,80%) questionários não apresentavam registos neste campo.
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- 132 -
Tabela 3. Distribuição das Mulheres por Religião
Religião N %
Católica 1194 98,43 Católica não praticante 16 1,32 Testemunha de Jeová 3 0,25 Total 1213 100,00
Quando analisámos a Profissão das mulheres, e considerando apenas 1209 utentes,
verificámos que a maioria pertencia à categoria profissional “Doméstica”, 518 (42,84%),
seguindo-se a dos “Operários, Artífices e Trabalhadores similares”, 405 (33,50%). O
“Pessoal dos Serviços e Vendedores”, os “Trabalhadores da Agricultura e Pesca”, assim
como o “Pessoal Adminstrativo e similares” apresentaram um número de 88 (7,28%), 49
(4,05%) e 43 (3,56%), respectivamente. As restantes profissões apresentaram um
pequeno número de casos (Tabela 4).
Este campo não se encontrava preenchido em 121 (9,10%) casos do total dos
questionários.
Tabela 4. Distribuição das Mulheres por Profissão
Profissão N %
Quadros superiores da admnistração pública, dirigentes e quadros superiores de empresa 12 0,99
Especialistas das profissões intelectuais e científicas 18 1,49
Técnicos e profississionais de nível intermédio 4 0,33
Pessoal administrativo e similares 43 3,56
Pessoal dos serviços e vendedores 88 7,28
Agricultores e trabalhadores qualificados da agricultura e pescas 49 4,05
Operários, artífices e trabalhadores similares 405 33,50
Trabalhadores não qualificados 39 3,23
Doméstica 518 42,84
Reformado 12 0,99
Desempregada 18 1,49
Procura do 1º emprego 3 0,25
Total 1209 100,00
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 133 -
No que respeita ao Médico de Família observámos que da totalidade das mulheres, que
responderam ao questionário 1103 (82,93%) possuíam “Médico de Família”. Existia um
número pouco significativo de mulheres 227 (17,07%) “Sem Médico de Família” (Tabela
5).
Tabela 5. Distribuição das Mulheres por Médico de Família
Médico de Família N %
Sem 227 17,07
Com 1103 82,93
Total 1330 100,00
2.2 CITOLOGIAS CERVICAIS EFECTUADAS NOS ANOS 2003 E 2004
Nos anos 2003 e 2004 realizaram pelo menos uma citologia 1330 mulheres. Destas
mulheres verificámos que 654 a efectuaram unicamente no ano 2003 e 445 no ano de 2004.
Observámos, também, que 198 utentes realizaram uma citologia em cada um dos anos de
referência, o que correspondeu a 396 citologias.
No ano de 2003, 21 mulheres repetiram a citologia, isto é, fizeram 2 exames, o que equivaleu
a 42 citologias e a 6 mulheres aconteceu-lhes o mesmo em 2004 (12 citologias).
É de referir, ainda, que 3 mulheres, efectuaram 1 citologia em 2003 e 2 em 2004, o que
perfez um total de 9 citologias nos dois anos. De igual modo, 3 mulheres realizaram 2
citologias em 2003 e 1 em 2004, correspondendo a um total de 9 citologias nos anos de
referência.
Em suma, o número total de citologias efectuadas foi de 1567, sendo 903 (57,63%) em 2003
e 664 (42,37%) em 2004. (Quadro 3).
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- 134 -
Quadro 3. Citologias realizadas nos Anos 2003 e 2004
N de citologias por Ano de referência N citologias
1 citologia em 2003 654 1 citologia em 2004 445 2 citologias em 2003 42 2 citologias em 2004 12 1 citologia em 2003 e 1 em 2004 198 2 citologias em 2003 e 1 em 2004 9 1 citologia em 2003 e 2 em 2004 9 Total de Citologias 1567
2.3 CONSULTAS ONDE AS MULHERES REALIZARAM A CITOLOGIA
A maior parte das citologias, tanto no ano de 2003 como no de 2004, foram realizadas na
consulta de “Planeamento Familiar”, isto é 749 (83,13%) e 402 (82,37%),
respectivamente. A consulta de “Rastreio Oncológico” apareceu em segundo lugar, nos
dois anos, ou seja, 93 (10,32%) em 2003 e 71 (14,55%) em 2004. A de “Saúde de
Adultos” surgiu em 3º lugar em 2003 (31 – 3,44%) e em 2004, embora com, apenas, um
número de 4 (0,83%).
No ano de 2003 foram realizadas 21 citologias (2,34%) e 11 (2,25%) em 2004, inseridas
na “Revisão do Puerpério”.
A Consulta de “Clínica Geral” foi onde foram efectuadas menos citologias, isto é, apenas
2 (0,22%) no ano de 2003.
Em “Consulta Privada” foram realizadas 5 (0,55%) citologias no ano 2003.
Embora, na totalidade, tivessem sido efectuadas 1567 citologias, em 178 questionários
este campo não estava preenchido – Consulta onde as mulheres realizaram a citologia.
Assim, face aos registos existentes, verificamos que 901 (100%) citologias foram
realizadas em 2003 e 488 (100%) em 2004 (Quadro 4).
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 135 -
Quadro 4. Distribuição das Citologias por Consulta e Anos de Referência
Ano
Consulta
2003
N
2004
%
Planeamento Familiar 749 (83,13) 402 (82,37) Saúde de Adultos 31 (3,44) 4 (0,83) Rastreio Oncológico 93 (10,32) 71 (14,55) Clínica Geral 2 (0,22) 0 (0,0) Consulta Privada 5 (0,55) 0 (0,0) Revisão do Puerpério 21 (2,34) 11 (2,25) Total 901 (100,00) 488 (100,00)
2.4 PROFISSIONAL DE SAÚDE QUE EFECTUOU A CITOLOGIA
O maior número de citologias foi realizado por “Médicas”, 583 (64,85) em 2003 e 324
(66,53%) em 2004. O “Médico” surgiu como sendo o 2º Profissional de Saúde que mais
citologas cervicais realizou nestes anos, com 129 (14,35%) e 113 (23,20%), respectivamente.
A “Médica com colaboração do Enfermeiro (a)” foi referenciada em 2º lugar em 2003, tendo
efectuado 161 (17,91%) citologias e ocupou a 3ª posição em 2004 (48 - 9,86%). Por fim,
apareceu o “Médico com colaboração do Enfermeiro (a)” tendo realizado 26 (2,89%) e 2
(0,41%) citologias nos anos 2003 e 2004, respectivamente.
No Quadro 5 apresentámos a distribuição das Citologias por Profissional de Saúde que as
realizou e Ano de Referência nas mulheres em que este campo se encontrava preenchido
[899 – 2003, 487 - 2004]. É de referir que das 1567 citologias efectuadas 181 questionários
não apresentaram este campo preenchido.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 136 -
Quadro 5. Distribuição das Citologias por Profissional de Saúde que as realizou e Ano de
Referência
Ano
Profissional
2003
N (%)
2004
N (%)
Médico 129 (14,35) 113 (23,20) Médica 583 (64,85) 324 (66,53) Médico com colaboração de Enfermeiro (a) 26 (2,89) 2 (0,41) Médica com colaboração de Enfermeiro (a) 161 (17,91) 48 (9,86) Total 899 (100,00) 487 (100,00)
2.5 INFLUÊNCIA DA REALIZAÇÃO DA CITOLOGIA
Em 2003 o maior número de citologias (465 - 51,55%) foram efectuadas por “Influência do
Enfermeiro(a)”, seguida da “Utente” (232 - 25,72%). O “Médico (a)” apareceu em 3º lugar
com 14,52% (131). O “Médico (a) e Enfermeiro (a)” ocuparam a 4ª posição (56 - 6,21%). A
“Influência de Familiar” verificou-se em 14 casos (1,55%). Apenas, verificámos 4 situações
(0,45%) em que as mulheres foram “Convocadas” (Tabela 6).
Do total de citologias realizadas neste ano observámos um questionário que não
apresentava este campo preenchido.
Tabela 6. Distribuição da Influência da realização da Citologia por Pessoa no Ano de 2003
“Pessoa” N %
Utente 232 25,72 Médico (a) 131 14,52 Enfermeiro (a) 465 51,55 Médico (a) e Enfermeiro (a) 56 6,21 Familiar 14 1,55 Convocada 4 0,45
Total 902 100,00
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- 137 -
No que diz respeito ao ano de 2004 (Tabela 7) verificámos que o “Enfermeiro (a)” ocupou
o 1º lugar na influência da realização da citologia (191 - 39,30%). Em 2º lugar foi a
“Utente” que tomou a iniciativa (164 - 33,74%). “O Médico (a) e Enfermeiro (a)” surgiu na
3ª posição (81 - 16,67%). Seguiu-se o “Médico (a)” com 30 (6,17%). Do total de
citologias, 17 (3,50%) foram realizadas por “Convocatória”. Apenas apareceram 3 casos
(0,62) por “Influência de Familiares”.
Do total de citologias efectuadas verificámos a existência de 178 questionários sem
registo deste ítem.
Tabela 7. Distribuição da Influência da realização da Citologia por Pessoa no Ano de 2004
“Pessoa” N %
Utente 164 33,74 Médico (a) 30 6,17 Enfermeiro (a) 191 39,30 Médico (a) e Enfermeiro (a) 81 16,67 Familiar 3 0,62 Convocada 17 3,50 Total 486 100,00
2.6 REALIZAÇÃO DE CITOLOGIA NAS CONSULTAS PRIVADAS
Nos anos de referência, das mulheres que realizaram pelo menos uma citologia (1330), 139
(10,69%) também já efectuaram pelo menos uma citologia em “consulta privada”.
Justificaram que nos Centros de Saúde não existiam Médicos especialistas em Ginecologia.
2.7 RESULTADO DA CITOLOGIA E INTERVENÇÃO
A observação do Quadro 6 permitiu-nos verificar a distribuição dos Resultados das Citologias
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 138 -
realizadas nos anos 2003 e 2004.
No ano 2003 e 2004, um grande número de citologias apresentou “Grau I”, 809 (89,79%) e
430 (88,11%), respectivamente. O 2º resultado mais frequente foi “Grau II”, ou seja 89 -
9,88%, no ano 2003 e 53 - 10,86%, no ano de 2004.
O resultado “Grau III”, em 2003, ocupou a 3ª posição (3 - 0,33%), enquanto que em 2004
ocupou a última (1 - 0,21).
No Ano 2004 apareceram registos de outro teor, como “Anomalias (células epiteliais)” e
“Negativo com inflamação” com igual percentagem e frequência (2 - 0,41%).
Da totalidade das citologia realizadas 178 não apresentaram registo desta informação.
Quadro 6. Distribuição dos Resultados das Citologias por Anos de Referência
Ano
Resultado
2003
N (%)
2004
N (%)
Grau I 809 (89,79) 430 (88,11)
Grau II 89 (9,88) 53 (10,86)
Grau III 3 (0,33) 1 (0,21)
Anomalia (células epiteliais) 0 (0,00) 2 (0,41)
Negativo com inflamação 0 (0,00) 2 (0,41)
Total 901 (100,00) 488 (100,00)
Quanto à “Intervenção face aos resultados”, optámos por analisar os registos dos resultados
das citologias versus intervenção, para os anos 2003 e 2004 (Quadros 7 e 8).
No ano 2003, das mulheres com Grau I, na maior percentagem (98,02% - 787) das situações
“Não houve intervenção”. Em 8 casos (0,99%) foi decidido “Repetir a citologia passado um
ano”, verificando-se igual número e percentagem para a “Repetição da citologia após três
anos”.
Relativamente ao Grau II observámos que o maior número se registou no resultado
“Prescrição de terapêutica” (25 - 59,52%). Seguiu-se a “Repetição de citologia após 6 meses”
(13 - 30,95%). “Não houve intervenção” e “Repetição da citologia após 1 ano” surgiu em
último lugar com igual número e percentagem (2 - 4,76%).
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 139 -
No que concerne ao Grau III, apenas verificámos dois resultados: “Não houve intervenção” e
“Repetição da citologia após 6 meses”, com 2 (66,67%) e 1 (33,33%) casos,
respectivamente.
Quadro 7. Resultados do Teste Papanicolaou versus intervenções (2003)
Resultado
Intervenção
Grau I
Grau II Grau III
Anomalia
/células
epiteliais
Negativo
com
inflamação
Não houve Intervenção 787 (98,02) 2 (4,76) 2 (66,67) ------ ------
Repetição da citologia após
6 meses 0 (0,00) 13 (30,95) 1 (33,33) ------ ------
Repetição da citologia após
1 ano 8 (0,99) 2 (4,76) 0 (0,00) ------ ------
Repetição da citologia após
3 anos 8 (0,99) 0 (0,00) 0 (0,00) ------ -------
Prescrição de terapêutica 0 (0,00) 25 (59,52) 0 (0,00) ------ ------
Os dados deste quadro estão apresentados como número e percentagem
No ano 2004 encontrámos categorias de análise diferentes, conforme podemos verificar
na Quadro 8.
No que diz respeito ao Grau I, e para os casos registados, a categoria mais referenciada
foi “Não houve intervenção” (357 - 86,02%), seguindo-se a “Repetição da citologia após 3
anos” (41 - 9,88%) e a “Repetição da citologia após 1 ano” (16 - 3,86%). Por fim, surgiu a
“Repetição da citologia após 6 meses” (1 - 0,24%).
Relativamente ao Grau II a intervenção mais significativa foi a “Repetição de citologia
após 6 meses” (19 - 59,38%), seguida de “Prescrição de terapeutica” (11 - 34,37%). A
“Repetição de citologia após 1 ano” apareceu na última posição (2 - 6,25%).
No que concerne ao Grau III, apenas verificámos como intervenção a “Prescrição de
terapêutica” (1 - 100,00%).
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 140 -
Quanto às anomalias de células epiteliais encontrámos igual número e percentagem (1 -
50,00%) para a intervenção “Repetição de citologia após 6 meses” e para “Prescrição de
terapêutica”.
No resultado negativo com inflamação nos 2 casos registados (100,00%) “Não houve
intervenção”.
Quadro 8. Resultados do Teste Papanicolaou versus intervenções (2004)
Resultado
Intervenção Grau I Grau II Grau III
Anomalia
/células
epiteliais
Negativo
com
inflamação
Não houve Intervenção 357 (86,02) 0 (0,00) 0 (0,00) 0 (0,00) 2 (100,00)
Repetição de citologia após
6 meses 1 (0,24) 19 (59,38) 0 (00,00) 1 (50,00) 0 (0,00)
Repetição de citologia após
1 ano 16 (3,86) 2 (6,25) 0 (0,00) 0 (0,00) 0 (0,00)
Repetição de citologia após
3 anos 41 (9,88) 0 (0,00) 0 (0,00) 0 (0,00) 0 (0,00)
Prescrição de terapêutica 0 (0,00) 11 (34,37) 1 (100,00) 1 (50,00) 0 (0,00)
Os dados deste quadro estão apresentados como número e percentagem
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 141 -
3. REPRESENTAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Responderam aos questionários 26 Profissionais de Saúde, dos quais 18 (69,20%) eram
Enfermeiros e 8 (30,80%) Médicos.
3.1 CARACTERIZAÇÃO
Os Profissionais de Saúde apresentaram uma idade média de 38 anos com um desvio
padrão de 9 anos.
Quando analisámos a idade por profissão verificámos que os Enfermeiros possuíam uma
idade média menor do que os Médicos (34,7±8,8 anos versus 45,5±3,5 anos), conforme a
Figura 7.
MédicoEnfermeiro
Profissão
47,5
45,0
42,5
40,0
37,5
35,0
32,5
Méd
ia +
- 1
SE
da
Idad
e d
o r
esp
on
den
te (
ano
s)
Figura 7. Idade versus Profissão
No que respeita ao género, observámos que 7 (26,92%) eram do sexo “Masculino” e 19
(73,08%) do sexo “Feminino” (Figura 8).
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 142 -
73,08%
26,92%
FemininoMasculino
Sexo do respondente
Figura 8. Distribuição dos Profissionais de Saúde por Género
Em relação ao “Estado Civil dos Profissionais” verificámos que 4 (15,38%) eram
“Solteiros”, 20 (76,92%) eram “Casados/União Marital” e com igual frequência e
percentagem (1 - 3,85%) “Divorciado/Separado” e “Viúvo” (Figura 9).
ViúvoDivorciado/Sepa-rado
Casado/Uniãomarital
Solteiro
80,0%
60,0%
40,0%
20,0%
0,0%
Pe
rcen
tag
em
3,85%3,85%
76,92%
15,38%
Figura 9. Distribuição dos Profissionais de Saúde por Estado Civil
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 143 -
No que respeita à questão “Categoria Profissional” das 25 respostas dadas, 7 (28,00%)
corresponderam à de “Enfermeiro Graduado” e 6 (24,00%) à de “Enfermeiro”. A seguir a
estas emergiram as de “Enfermeiro Especialista” (3 – 12,00%), “Assistente Eventual de
Clínica Geral” (2 – 8,00%) e “Chefe de Serviço” (2 – 8,00%).
A distribuição dos Profissionais de Saúde por Categoria Profissional, encontra-se na
Tabela a seguir apresentada.
Tabela 8. Distribuição dos Profissionais de Saúde por Categoria Profissional
Categoria Profissional N % Enfermeiro 6 24,00 Enfermeiro Graduado 7 28,00 Enfermeiro Especialista 3 12,00 Clínica Geral 1 4,00 Assistente de Clínica Geral 1 4,00 Assistente Eventual de Clínica Geral 2 8,00 Assistente Graduado 1 4,00 Médico de Família 1 4,00 Assistente Graduado de Clínica Geral 1 4,00 Chefe de Serviço 2 8,00 Total 25 100,00
Face à questão “Fez alguma especialidade”, obtivemos 25 respostas e verificámos que a
maioria (13 – 52,00%) respondeu “afirmativamente”, enquanto que 12 (48,00%) referiram
“não” ter especialidade, conforme podemos constatar na Figura 10.
48,0%52,0%
NãoSim
Especialidade
Figura 10. Distribuição dos Profissionais de Saúde por frequência de Especialização
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 144 -
Relativamente à pergunta “Realização de algum tipo de especialização” verificámos que
5 (38,46%) se especializaram em “Clínica Geral”, 4 (30,78%) em “Saúde Comunitária”, 2
(15,38%) em “Medicina Geral e Familiar” e com o mesmo número e percentagem 1
(7,69%) em “Saúde Infantil e Pediátrica” e em “Medicina Familiar”, conforme podemos
observar na Figura 11.
Constatámos que todos os Médicos possuíam pelo menos uma especialidade enquanto
que apenas 5 (27,80%) Enfermeiros a detinham.
MedicinaGeral eFamiliar
MedicinaFamiliar
Clínica GeralSaúdeComunitária
Saúde Infantile Pediátrica
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Per
cen
tage
m
7,69%
30,78%
38,46%
7,69%
15,38%
Figura 11. Distribuição dos Profissionais de Saúde por área de Especialização
No que respeita ao “Tempo de Serviço na Profissão”, obtivémos duas respostas omissas,
tendo-se constatado que, aproximadamente, 42,00% dos Profissionais exerciam a
actividade profissional até 10 anos e que 91,67% dos Profissionais a exerciam, no
máximo, há 25 anos (Tabela 9).
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 145 -
Tabela 9. Distribuição dos Profissionais de Saúde por Tempo de Serviço na Profissão
Tempo de serviço na profissão (anos) N %
1-5 5 20,83 6-10 5 20,83 11-15 4 16,67 16-20 4 16,67 21-25 4 16,67 26-35 2 8,33 Total 24 100,00
Verificámos que, a maioria dos Profissionais de Saúde exerciam a sua actividade no serviço
actual há menos de 5 anos (57,69%) e que, aproximadamente, 85,00% deles trabalhavam
no mesmo há menos de 10 anos (Tabela 10).
Tabela 10. Distribuição dos Profissionais de Saúde por Tempo de Exercício no Serviço
Actual
Tempo de Exercício no
Serviço Actual (anos) N %
<1 6 23,08 1-5 9 34,61 6-10 7 26,92 11-15 0 0,00 16-20 1 3,85 21-25 2 7,69 26-30 1 3,85 Total 26 100,00
No que respeita à questão “Serviço onde exercia actualmente a Profissão” (Figura 12),
observámos que 18 (69,23%) Profissionais exerciam a actividade na sede, do Centro de
Saúde de Barroselas e 5 (19,23%) exerciam-na na sede do Centro de Saúde de S Julião
de Freixo.
Nas Extensões de Saúde de Vitorino de Piães e de Alvarães trabalhavam 2 (7,69%) e 1
(3,85%), respectivamente, dos Profissionais de Saúde inquiridos.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 146 -
No total ao Centro de Saúde de Barroselas estavam afectos 20 profissionais e ao de S.
Julião de Freixo 6.
Extensão Vitorinode Piães, C.S. S.Julião de Freixo
Extensão deAlvarães, C.S.
Barroselas
C.S. S. Julião deFreixo
C.S. Barroselas
70,0%
60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Perc
en
tag
em
7,69%3,85%
19,23%
69,23%
Figura 12. Distribuição dos Profissionais de Saúde por Serviço onde exerciam a Profissão
3.2 EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
Quando confrontados com a questão “O que pensa da EPS nos Cuidados de Saúde
Primários”, os Profissionais de Saúde responderam de acordo com a Tabela 11.
Tabela 11. Opinião sobre a EPS nos Cuidados de Saúde Primários
Opinião N %
Fundamental para melhorar a qualidade de vida 18 69,23
Base de funcionamento do Centro de Saúde 5 19,23
Adopção de comportamentos saudáveis 3 11,54
Total 26 100,00
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 147 -
Verificámos que a maioria dos Profissionais (18 - 69,23%) afirmaram que a EPS nos
Cuidados de Saúde Primários era “Fundamental para a melhoria da qualidade de vida
das pessoas”. Seguidamente, surgiu a opinião de que esta era a “Base de funcionamento
do Centro de Saúde” (5 – 19,23%) e por último, a de que era uma forma de “Adopção de
comportamentos saudáveis” (3 – 11,54%).
Em relação à “Estratégia” que os Profissionais consideraram mais adequada para realizar
EPS, as respostas distribuíram-se de acordo com a Figura 13.
16,67%
8,33%
Todas asestratégias
Individual ougrupo
Atendimentogrupo
Conversainformal
Atendimentoindivídual
Educaçãocontinuada
12,50%
25,00%
25,00%
12,50%
Figura 13. Melhor estratégia para realizar EPS
A análise efectuada permitiu verificar que os Profissionais de Saúde apontaram diversas
estratégias para realizar EPS.
Constatámos que a “Educação Continuada” (25,00%) e as “Sessões Individuais ou em
grupo” (25,00%) foram as mais citadas pelos Profissionais, enquanto o “Atendimento em
grupo” foi considerado por 16,67% dos respondentes. Um grupo de Profissionais referiu
que “Todas as estratégias” e a “Conversa Informal” deviam ser usadas na realização de
EPS, com uma percentagem de 12, 50%, respectivamente. O “Atendimento Individual”
apenas foi citado por 8,33% dos Profissionais de Saúde.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 148 -
Quando questionados sobre “o contexto que consideravam mais apropriado para efectuar
EPS”, entre os Profissionais que responderam à questão (22 – 84,60%), as respostas
distribuíram-se, de acordo com a Figura 14.
Figura 14. Contexto mais apropriado para efectuar EPS
Assim, do total de respondentes, 11 (50,00%) foram de opinião que “Todos os contextos
são apropriados” para realizar EPS. A “Consulta de Enfermagem” foi o 2º contexto mais
citado, com 31,82%. As respostas com menor percentagem foram: “O local de trabalho” e
a necessidade de existir uma “Sala isolada”, com 4,55%, respectivamente.
Do total de inquiridos 4 (15,40%) não responderam.
Em termos da questão “No quotidiano da sua prática em que situações realizava EPS”
verificámos que 16 (61,53%) Profissionais realizavam EPS nos Cuidados de Saúde
Primários “Sempre que necessário”. As “Consultas Programadas” foram citadas por 8
(30,77%) Profissionais. As “Consultas de Saúde Escolar” e o “Centro de Saúde”, surgiram
com uma frequência e percentagem muito reduzida (1 - 3,85%), de acordo com a Tabela
12.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 149 -
Tabela 12. Situações em que era realizada EPS
Situação N %
Sempre que necessário 16 61,53 Consultas programadas 8 30,77 Consultas de Saúde Escolar 1 3,85 Centro de Saúde 1 3,85 Total 26 100,00
Em relação à questão “Nas actividades que realizava quais as temáticas que
frequentemente abordava” encontrámos 25 respostas válidas que se distribuíram de
acordo com a Figura abaixo apresentada.
Figura 15. Temáticas mais abordadas quando era realizada EPS
Os “Cuidados com a alimentação” constituiu o tema ao qual foi dada prioridade de
abordagem por 12 (48,00%) Profissionais. Seguiu-se o “Controle da Hipertensão Arterial”
(12)
(3)
(1)
(2)
(2)
(3)
(1) (1)
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 150 -
e “Depende do utente” manifestado por 3 (12,00%). O “Tabagismo” e “Vigilância de
Saúde”, foram referidos por 2 (8,00%) Profissionais, respectivamente.
Por último, com a mesma frequência e percentagem 1 (4,00%) emergiram os “Cuidados
de vida saudável” , a “Higiene” e as “Doenças Sexualmente Transmissíveis”.
Face aos “Objectivos” que os Profissionais possuíam quando realizavam EPS verificámos
que a maioria (53,85%) pretendia “Dotar os doentes de conhecimentos”. A “Prevenção de
doenças” (23,08%) e a “Melhoria da qualidade de vida dos doentes” (19,22%) foram duas
respostas bastante mencionadas. A “Tentativa de alteração de procedimentos” foi a
resposta menos apontada (3,85%), conforme a Figura 16.
Dotar o doentede
conhecimentos
Melhorar aqualidade de vida
Prevenirdoenças
Tentar alterarprocedimentos
60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Per
cen
tag
em
53,85%
23,08%
3,85%
19,22%
Figura 16. Objectivos dos Profissionais de Saúde quando realizavam EPS
No que concerne à questão sobre ”os resultados que os Profissionais de Saúde
esperavam obter com a EPS” verificámos que 13 (50,00%) pretendiam “Mudar atitudes”,
10 (38,50%) tinham como objectivo “Melhorar os comportamentos dos doentes” e 3
(11,50%) pretendiam “Diminuir a morbi-mortalidade” (Tabela 13).
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 151 -
Tabela 13. Resultados Esperados com a EPS
Situação N %
Mudança de atitudes 13 50,00 Diminuir a morbi-mortalidade 3 11,50 Melhoria dos comportamentos 10 38,50 Total 26 100,00
3.3 OPINIÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE CANCRO
Os Profissionais foram confrontados com diversas questões sobre o Cancro. A primeira
pergunta colocada consistia em conhecer a “Opinião sobre o Cancro”. As respostas
distribuíram-se de acordo com a Figura 17.
Figura 17. Opinião sobre o Cancro
Dos 26 respondentes, 12 (46,15%) mencionaram que o “Cancro era uma doença grave”,
7 (26,92%) referiram que se tratava de uma “Patologia de gravidade variável” e 4
(12)
(7)
(4)
(2)
(1)
15,39%
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 152 -
(15,39%) atribuíram uma “Conotação negativa” a esta doença. As outras duas categorias
que emergiram foram “Doença degenerativa” (2 - 7,69%) e “Neoplasia Maligna” (1 -
3,85%).
No que respeita às “Circunstâncias em que os Profissionais realizavam EPS sobre o
Cancro”, entre os 25 respondentes, observámos que a maioria (15 - 60,00%) mencionou
as “Consultas programadas” e os restantes (10 - 40,00%) indicaram “Sempre que
necessário” (Figura 18).
60,0%
40,0%
Consultasprogramadas
Sempre quenecessário
Figura 18. Circunstância em que os Profissionais realizavam EPS sobre o Cancro.
Relativamente aos “Objectivos que esperavam quando faziam EPS sobre o Cancro”, 10
(38,46%) dos Profissionais responderam “a Prevenção”, 7 (26,92%) referenciaram
“Alertar e incentivar para o rastreio”. “Ajudar os doentes a lidar com a doença” e
“Melhorar a qualidade de vida dos mesmos” constituíram outros objectivos citados pelos
Profissionais, com 19,23% e 15,39%, respectivamente (Figura 19).
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 153 -
Melhorar aqualidade de vida
PrevençãoAjudar osdoentes a lidarcom a doença
Alertar eincentivar para o
rastreio
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Per
cen
tag
em
38,46%
19,23%
26,92%
15,39%
Figura 19. Objectivos esperados quando realizavam EPS sobre o Cancro.
Em termos de “constrangimentos quando abordaram o Cancro”, a maioria dos
Profissionais de Saúde, 17 (65,40%), afirmaram que “Às vezes sentiam algum tipo de
constrangimento”, enquanto 9 (34,60%) referiram “Não sentir qualquer tipo de
constrangimento” (Figura 20).
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 154 -
65,4%
34,6%
Ás vezesNão
Figura 20. Sentimento de constrangimento quando abordaram a temática do Cancro
Face à questão “Como reagiam as pessoas quando lhes falava sobre o Cancro” a
categoria mais mencionada foi “Medo e ansiedade” (11 – 42,31%), seguida de “Interesse
e Preocupação” (9 – 34,61%) e de “Alguma resistência” (5 – 19,23%). Na categoria de
“Normalidade” apenas foi incluído um respondente (1 – 3,85%), conforme a Tabela 14.
Na opinião dos Profissionais de Saúde a reacção das utentes quando lhes falavam sobre
esta temática era análoga à sua.
Tabela 14. Reacção das Utentes quando lhes falaram de Cancro
Reacção N %
Interesse e preocupação 9 34,61
Alguma resistência (“Isso só acontece aos outros”) 5 19,23
Medo e ansiedade 11 42,31
Normalidade 1 3,85
Total 26 100,00
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 155 -
Solicitámos aos Profissionais de Saúde para “referirem duas palavras que
representassem Cancro”, no entanto, do total (26), apenas 18 o fizeram. Para 13
simbolizava “Sofrimento/Dor", para 5 (19,23%) “Doença Mortal”, para 3 (11,54%)
“Dor/Agonia” e para 2 (aproximadamente 7,70%) “Doença Feroz”. Os restantes (1
Profissional para cada uma das representações) referiram-se ao Cancro como “Neoplasia
Maligna”, “Desafio/Azar” e “Medo/Esperança” com, respectivamente 3,85% (Figura 21).
Apenas, aproximadamente, 7,70% (3,85%+3,85%) dos respondentes atribuíram
significados de Esperança e Desafio.
3,85%
3,85%
3,85%
11,54%
19,23%
Neoplasiamaligna
Doença ferozDesafio/azarMedo/esperançaDor/agoniaDoença mortalSofrimento/Dor
50,00%
7,68%
Figura 21. Distribuição das respostas à questão “Palavras que representassem Cancro”
Em termos da questão “Teve ou tem na família ou grupo de amigos alguém com Cancro”,
constatámos que 18 (69,23%) dos 26 Profissionais responderam “Afirmativamente”, 7
(26,92%) referiram que “Não” e 1 (3,85%) indicou que “Não sabia” (Tabela 15).
(13)
(5)
(3)
(1)
(1)
(2)
(1)
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 156 -
Tabela 15. Existência de familiares/amigos com Cancro
Reacção N %
Sim 18 69,23 Não 7 26,92 Não sabe 1 3,85 Total 26 100,00
Os Profissionais que responderam ter familiares ou amigos com Cancro foram
questionados sobre essa influência no desempenho da EPS, tendo 11 (61,11%)
participantes referido que os tornou “Mais conscientes” e 3 (16,67%) “Mais disponíveis
para apoiar os doentes”. Apenas 4 (22,22%) mencionaram que “Não teve influência”
(Tabela 16).
Tabela 16. Influência da existência de Familiares ou Amigos com Cancro no
Desempenho da EPS
Reacção N %
Mais apoio aos doentes 3 16,67 Mais consciência 11 61,11 Não teve influência 4 22,22 Total 18 100,00
3.4 OPINIÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE O CANCRO DO COLO DO ÚTERO
Em relação à questão “O que pensa sobre o Cancro do Colo do Útero” verificámos que
12 (46,16%) dos 26 Profissionais de Saúde foram de opinião que se o Cancro do Colo do
Útero for “Detectado Cedo é Curável”. As respostas “Fácil de Diagnosticar” e “Doença
Evitável” foram referidas, cada uma, por 4 (15,38%) Profissionais. Obtivémos, ainda as
seguintes respostas: “Doença Problemática” (3 - 11,54%); “Curável na maioria dos casos”
(2 - 7,69%); “A gravidade corresponde ao estado em que se detecta” (1 - 3,85%),
conforme a Figura 22.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 157 -
15,38%
11,54%
3,85%
7,69%
15,38%
Doença evitável
Doençaproblemática
Gravidadecorresponde aoestado em quese detecta
Curável namaioria doscasos
Se detectadocedo é de fáciltratamento
Fácil dediagnosticar
46,16%
Figura 22. Distribuição da opinião dos Profissionais sobre o Cancro do Colo do Útero
As respostas obtidas dos Profissionais à questão: “Estratégias para a profilaxia do
Cancro do Colo do Útero” foram agrupadas nas categorias apresentadas na Figura 23.
3,85%
7,69%
15,38%
15,38%
15,38%
Seguimentoadequado
Citologia anual
Obrigatoriedadede cumprimentodas orientaçõesda DGS
Informação
Incentivo àsconsultas
Rastreio
42,32%
Figura 23 Estratégias para a Profilaxia do Cancro do Colo do Útero
(11)
(4)
(4)
(4)
(1) (2)
(12)
(4) (4)
(3)
(2) (1)
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 158 -
O “Rastreio” foi a resposta mais mencionada pelos Profissionais de Saúde [11, (42,32%)],
seguindo-se o “Incentivo às consultas”, a “Informação” e a “Obrigatoriedade de
cumprimento das orientações da DGS” [4, (15,38%), respectivamente]. A “Citologia
Anual”, como estratégia para a profilaxia do Cancro do Colo do Útero, apenas foi referida
por 2 (7,69%) dos Profissionais e o “Seguimento adequado” por 1 (3,85%).
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 159 -
4. ACTIVIDADES EDUCATIVAS INDIVIDUAIS ÀS UTENTES
Abordaram-se 257 mulheres, das quais 69 recusaram colaborar nesta actividade por
diversos motivos. Estas foram excluídas, pelo que a população alvo, neste caso, ficou
constituída por, apenas, 188 mulheres.
A análise dos factores apresentados pelas utentes para não acederem à EPS permitiu
verificar que foram poucos os motivos relacionados com a falta de tempo. Grande parte
deles estava associado a crenças e a ideias pré-concebidas sobre o Cancro, bem como à
relação entre idade, nível de escolaridade e o “medo” de não entenderem o que se iria
abordar, referindo que face à sua idade já não teria interesse alterar ou adoptar
comportamentos.
4.1 CARACTERIZAÇÃO
A idade das utentes situou-se entre os 18 e os 78 anos, apresentando uma média de
44,2 anos e um desvio padrão de 15,62 anos.
O grupo etário dos “35 – 39 anos” foi o que surgiu com mais representatividade (22 –
11,70%), seguido dos grupos “≤ 25 anos” (21 – 11,17%) e “40 – 44 anos” (21 – 11,17%).
Os grupos etários entre os “25 – 29”, “55 – 59”, “60 – 64” e “igual ou superior a 65 anos”
de idade surgiram depois, com igual frequência e percentagem (20 – 10,64). Os grupos
menos representados apresentavam idades compreendidas entre os “45 – 54 anos” (13 –
6,91%, para cada um dos subgrupos etários).
Na Tabela 17 apresentámos a distribuição das utentes por grupo etário.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 160 -
Tabela 17. Distribuição das Utentes por Grupo Etário
Grupo Etário (anos) N %
≤≤≤≤ 25 21 11,17 25 – 29 20 10,64 30 – 34 18 9,57 35 – 39 22 11,70 40 – 44 21 11,17 45 – 49 13 6,91 50 – 54 13 6,91 55 – 59 20 10,64 60 – 64 20 10,64 ≥≥≥≥ 65 20 10,64
Total 188 100,0
Relativamente ao Estado Civil as mulheres casadas foram as mais representadas nesta
actividade educativa. Assim, da totalidade das utentes (188), 126 (67,03%) eram
“Casadas”, 28 (14,89%) eram “Solteiras”, 21 (11,17%) “Viúvas”, 7 (3,72%) “viviam em
União Marital” e, finalmente, 6 (3,72%) eram “Divorciadas/Separadas” (Figura 24).
11,17%
3,19%
3,72%
14,89%
Viúva
Divorciada /Separada
União maritalCasadaSolteira
67,03%
Figura 24. Distribuição das Utentes por Estado Civil
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 161 -
A Figura 25 permitiu verificar que o nível de escolaridade mais representado foi “até à 4ª
classe”, 76 (40,64%). Possuíam um nível de escolaridade entre o “5º e o 9º ano” 55
(29,41%) utentes, 21 (11,23%) “Não sabiam ler/escrever”, 18 (9,63%) tinham um nível de
escolaridade entre o “10º e o 12º ano” e, finalmente, 18 (9,09%) possuíam “Nível Superior
ao 12º ano”.
Superior ao12º Ano
Entre o 10º eo 12º Ano
Entre o 5º e o9º Ano
Até à 4ªclasse
Não sabe ler/ escrever
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Per
cen
tag
em
9,09%9,63%
29,41%
40,64%
11,23%
Figura 25. Distribuição das Utentes por Nível de Escolaridade
O grupo profissional predominante nas actividades individuais foi o das “Domésticas” (43
– 22,87%). Participaram em frequência e percentagem considerável as pertencentes ao
grupo dos “Operários artífices e trabalhadores similares” (37 – 19,68%) e ao dos
“Agricultores e trabalhadores qualificados da Agricultura/Pescas” (25 – 13,30%), bem
como ao do “Pessoal dos serviços e vendedores” (22 – 11,70%). Os restantes grupos
profissionais apresentaram uma menor participação: “Trabalhadores não qualificados” (17
– 9,04%); “Pessoal Administrativo e Similares” (16 – 8,51%); “Especialistas das
profissões intelectuais e científicas” (12 – 6,38%); Estudantes (11 – 5,85%); “Operadores
de Instrumentos e máquinas e trabalhadores de montagem” (5 – 2,66%), conforme
Tabela 18.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 162 -
Tabela 18. Distribuição das Utentes por Profissão
Profissão N %
Especialistas das profissões intelectuais e cientificas
12 6,38
Pessoal Administrativo e Similares
16 8,51
Pessoal dos serviços e vendedores
22 11,70
Agricultores e trabalhadores qualificados da agricultura e pescas
25 13,30
Operários, artífices e trabalhadores similares
37 19,68
Operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem
5 2,66
Trabalhadores não qualificados
17 9,04
Doméstica
43 22,87
Estudante
11 5,85
Total 188 100,00
Verificámos um maior número e percentagem de adesão às actividades de EPS nas
sedes, isto é, em Barrroselas (96 – 51,06%) e em S. Julião de Freixo (48 – 25,53%),
conforme se pode observar na Tabela 19.
Em Alvarães e Vitorino de Piães apenas aderiram à actividade 24 (12,77%) e 20
(10,64%) utentes, respectivamente.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 163 -
Tabela 19. Distribuição das Utentes por Centros/Extensão de Saúde
Centro de Saúde ou
Extensão de Saúde N %
Barroselas 96 51,06 S. Julião de Freixo 48 25,53 Alvarães 24 12,77 Vitorino de Piães 20 10,64 Total 188 100,00
4.2 ABORDAGEM DO CANCRO NO CENTRO DE SAÚDE
Face à questão “Já alguma vez lhe falaram do Cancro no Centro de Saúde” as respostas
das 188 utentes que aceitaram ser alvo da EPS distribuíram-se de acordo com a Figura
26.
Verificámos que 117 (62,23%) das 188 mulheres “nunca foram” abordadas no Centro de
Saúde para falar sobre a temática Cancro e, apenas, 71 (37,77%) o “foram”. Nenhuma
utente assinalou “não se lembrar”.
NãoSim
70,0%
60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Per
cen
tag
em
62,23%
37,77%
Figura 26. Abordagem do Cancro no Centro de Saúde
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 164 -
Das mulheres que responderam afirmativamente à questão anterior observámos que 29
(40,84%) referiram que foi o “Enfermeiro (a)” quem mais lhes falou do Cancro no Centro
de Saúde. “O Médico (a) juntamente com o Enfermeiro (a)” foi a opção que surgiu em
segundo lugar (28 – 39,44%), seguido do “Médico (a)” (14 – 19,72%), de acordo com a
Tabela 20.
Tabela 20: Profissional de Saúde que abordou o Cancro no Centro de Saúde
Profissional de Saúde N %
Médico 14 19,72 Enfermeiro (a) 29 40,84 Médico (a) e Enfermeiro (a) 28 39,44 Total 71 100,00
Relativamente à questão “Com que objectivo (s) falaram do Cancro”, face à totalidade de
respostas a alternativa mais assinalada foi “Explicar a importância de fazer rastreio” (35 -
55,61%), seguida de “Informar sobre as medidas preventivas” (28 - 45,20%) e “Dar a
conhecer os factores de risco” (18 - 29,02%). “Explicar a necessidade de fazer outros
exames” constituiu uma opção apontada com um número de 10 e uma percentagem de
16,13%. Constatámos, ainda, que “Informar sobre estilos de vida saudáveis” foi pouco
referenciado pelas utentes (6 - 9,50%). Por último, foram assinaladas com números e
percentagens as opções “Informar que tinha Cancro” e “Informar dos tratamentos
existentes para o Cancro” com 5 (8,09%) e 3 (4,78%), respectivamente.
Face às alternativas propostas, os números e percentagens de respostas foram os
apresentados na Tabela 21. Do total das 71 mulheres 9 não responderam a esta questão.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 165 -
Tabela 21. Objectivos com que foi abordado o Cancro
Objectivos N %
Informar sobre estilos de vida saudáveis 6 9,50
Informar sobre as medidas preventivas 28 45,20
Dar a conhecer os factores de risco 18 29,02
Explicar a importância de fazer rastreios 35 55,61
Explicar a necessidade de fazer outros exames 10 16,13
Informar que tinha Cancro 5 8,09
Informar dos tratamentos existentes 3 4,78
Outro objectivo 16 25,00
As respostas das 71 utentes à questão “Onde lhe falaram do Cancro no Centro de
Saúde”, face às alternativas colocadas, foram as apresentadas na Tabela 22.
O “gabinete de Enfermagem” foi o local mais referenciado pelas mulheres (44 - 62,04%),
seguindo-se a “consulta Médica” com 34 (47,92%). De referir que, apenas, 3 (4,17%)
utentes mencionaram já ter assistido a “Sessão específica sobre Cancro” no Centro de
Saúde. Algumas mulheres assinalaram mais do que uma alternativa de resposta.
Tabela 22. Local onde ouviram falar do Cancro no Centro de Saúde
Local N %
Consulta Médica 34 47,92
Gabinete de Enfermagem 44 62,04
Sessão específica sobre Cancro
3 4,17
4.3 EXISTÊNCIA DE FAMILIAR COM CANCRO
A distribuição das respostas das utentes relativamente à questão “Teve ou tem algum
familiar com Cancro” encontra-se na Figura 27.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 166 -
Verificámos que 110 (58,51%) utentes “Tinham ou tiveram algum familiar com Cancro”,
52 (27,66%) assinalaram “Não ter tido”, as restantes, 45 (13,83%) afirmaram que “Não
sabiam”.
13,83%
27,66% 58,51%
Não sabeNãoSim
Figura 27. Antecedentes ou Presença de Familiares com Cancro
4.4 REPRESENTAÇÃO SOBRE CANCRO
Face às alternativas colocadas sobre “a opinião acerca do Cancro”, as respostas das 188
utentes, distribuíram-se de acordo com a Tabela 23.
A mais assinalada foi de que “Provoca muito sofrimento e dor”, (173 - 92,02%), seguida
de «Se for “descoberta” cedo pode ser tratada» (154 - 81,91%) e de “Leva sempre à
morte” (144 – 60,64%).
A alternativa “Não tem cura” surgiu com um número de 77 respostas e uma percentagem
de 40,96%. A opção “Pode ser evitada” foi indicada 34 vezes (18,09%).
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 167 -
Foram apontadas, ainda as alternativas de resposta “É contagiosa” (22 – 11,70%), “Não
há tratamento” (21 – 11,17%) e “Não há medicamentos para aliviar as dores” (19 –
10,11%).
Tabela 23. Opinião das Utentes sobre o Cancro
Opinião N %
É contagiosa 22 11,70 Não tem cura 77 40,96 Se for “descoberta” cedo pode ser tratada 154 81,91 Leva sempre à morte 114 60,64 Provoca muito sofrimento e dor 173 92,02 Não há medicamentos para aliviar as dores 19 10,11 Não tem tratamento 21 11,17 Pode ser evitada 34 18,09 Outra 100 53,19
4.5 IMPORTÂNCIA ATRIBUÍDA À EPS SOBRE O CANCRO
Relativamente à questão “O que pensa da Educação para a Saúde sobre o Cancro”, face
às alternativas colocadas, as respostas referentes a 188 respondentes distribuíram-se
conforme a Tabela 24.
A maioria das mulheres, 102 (54,25%), considerou que a EPS sobre o Cancro era “Muito
importante”, 56 (29,79%) afirmaram que era “Importante” e 19 (10,11%) referiram que
“Não era importante nem pouco importante”. Uma pequena percentagem (3,19% - 6),
mencionou que a EPS sobre o Cancro era ”Pouco importante” e verificámos, ainda, que 5
(2,66%) utentes seleccionaram a opção “Nada importante”.
As justificações emitidas pelas utentes estavam de acordo com a opinião relativamente
ao nível de importância atribuído à EPS, isto é, as que consideraram ser muito importante
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 168 -
ou importante referiram que tinha interesse adquirir conhecimentos sobre o assunto para
fazer prevenção, enquanto que as que assinalaram os outros níveis de importância
manifestaram não ter interesse pois “pouco ou nada havia a fazer face ao tipo de
doença”.
Tabela 24. Opinião das Utentes acerca da EPS sobre o Cancro
Opinião N %
Muito importante 102 54,25
Importante 56 29,79
Nem importante nem pouco importante 19 10,11
Pouco importante 6 3,19
Nada importante 5 2,66
4.6 ÁREAS DE INTERESSE PARA AS UTENTES RELACIONADAS COM CANCRO
Face à questão “o que gostaria de saber sobre o Cancro” apresentámos as frases
significativas (Quadro 9).
QUADRO 9. Opinião das Utentes sobre o que gostariam de saber sobre Cancro
Frases significativas N Quando fazer exames de rastreio 2 Factores de risco do cancro 2 Tudo é importante - Não sei especificar 41 Saber se tenho cancro 2 Como surge o cancro 8 Não sei. Não me lembro 26 Prefiro não saber nada 5 Medidas preventivas do cancro 17 Para que serve a cintilografia óssea 1 Nada de especial 6 Saber se é contagiosa 2 Conhecer sintomas 4 Saber se tem cura e se se pode prevenir 1 Prevenção e tratamento 2 Evito pensar no cancro 1 Tratamento 2 Se já há cura 7 Causas do cancro do estômago 1 Cancro da mama 4 O que é o cancro 1 Factores de risco e medidas preventivas 8 Não gosto de falar disso 4
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 169 -
QUADRO 9. Opinião das Utentes sobre o que gostariam de saber sobre Cancro (continuação)
Frases significativas N
Origem do cancro e prevenção 1 Medidas preventivas e exames a fazer 1 O que fazer para não voltar a ter cancro 1 O que fazer para não ter cancro 3 Como descobrir antes dele aparecer 1 Saber alguma coisa que ajudasse a não ter cancro 1 Tudo, mas porque alguns cancros não são tratados nos hospitais próprios 1 Não gostava de saber nada porque tenho medo 1 Origem do Cancro 1 Prevenção e predisposição familiar 1 Não gosto de ouvir falar 2 Se é verdade que o cancro é hereditário 1 Cuidados a ter 1 Medidas Preventivas e factores de risco 1 Como aparece e os sintomas 1 Prevenção 3 Cuidados a ter para não ter Cancro e sintomas 4 Se o Cancro do Colo do Útero se " pega" 1 Tudo – Não sei especificar 1 Se por a minha mãe e irmã terem tido cancro eu também posso ter 1 Se se pode evitar 1 Prevenção e cura 1 Tudo, principalmente porque morre tanta gente com Cancro do Colo do Útero 1 Porque morre tanta gente e os tratamentos não são tão eficazes 1 Como prevenir; se isso é possível. Tenho dúvidas 1 Sintomas e se se pode prevenir 1 Não gosto de ouvir falar dessa doença ruim 1 Nada de especial, a não ser se é contagiosa 1 Não gosto muito de ouvir falar dessa doença 1 Estilos de vida saudável e cancro 1 Rastreio existente para os vários cancros 1 Se depois dos tratamentos e operação que fiz ao útero vou ficar bem 1 Como evitar e exames a fazer 1 Total 188
4.7 CONHECIMENTO DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO
Na análise que se segue pretendemos fazer uma comparação entre as respostas das
utentes antes e depois da Actividade Individual de Educação para a Saúde sobre o
Cancro do Colo do Útero.
Face à questão colocada “Ouviu falar em EPS sobre Cancro do Colo do Útero”, antes da
actividade educativa, as respostas das 188 mulheres inquiridas distribuíram-se conforme
a Figura 28.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 170 -
Não se lembraNãoSim
100,0%
80,0%
60,0%
40,0%
20,0%
0,0%
Per
cen
tag
em
2,13%12,23%
85,64%
Figura 28. Conhecimento do Cancro do Colo do Útero Antes EPS
Verificámos, assim, que 161 (85,64%) das 188 utentes inquiridas “Já tinham ouvido falar”
do Cancro do Colo do Útero, que 23 (12,23%) “Nunca tinham ouvido falar” e, finalmente,
4 (2,13%) “Não se lembravam” se já tinham ouvido falar do mesmo.
Após a actividade de EPS, os resultados distribuíram-se do modo apresentado na Figura
29.
Verificámos um aumento das respostas afirmativas nos resultados após a actividade
educativa, com 187 (99,47%) das 188 utentes a afirmar que “Já ouviram falar” no Cancro
do Colo do Útero. No entanto, constatámos que ainda houve uma 1 (0,53%) utente que
disse “Nunca ter ouvido falar” do Cancro, apesar de ter assistido à actividade.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 171 -
NãoSim
100,0%
80,0%
60,0%
40,0%
20,0%
0,0%
Pe
rcen
tag
em
0,53%
99,47%
Figura 29. Conhecimento do Cancro do Colo do Útero Após EPS
Quando questionadas sobre “Quem falou com mais frequência do Cancro do Colo do
Útero”, as respostas das utentes, antes e depois da actividade de EPS, distribuíram-se
conforme a Tabela 25. É de notar que algumas mulheres assinalaram mais do que uma
alternativa de resposta.
Das 161 mulheres que, antes da actividade de EPS, afirmaram já ter ouvido falar do
Cancro do Colo do Útero, 9 (5,59%) referenciaram o “Médico (a)” como a pessoa que
mais lhes falou sobre este assunto, 32 (19,88%) assinalaram o “Enfermeiro (a)” e 23
(14,29%) o “Médico Particular”. “O Médico (a) juntamente com o Enfermeiro (a)” foi
registado por 16 (9,94%) e, finalmente, 97 (60,25%) mulheres seleccionaram a opção
“Outro”.
A opção “Outro” englobou várias possibilidades, algumas delas mencionadas mais do
que uma vez.
Após a análise de conteúdo efectuada encontrámos as seguintes categorias:
� Escola � 16
� Centro de Saúde � 4
� Hospital � 5
� Folhetos e Panfletos � 3
� Familiares � 3
� Amigos/Vizinhos � 2
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 172 -
� Literatura � 2
� Médico no estrangeiro � 1
� Clínica Privada � 1
� Transportes Públicos � 1
No que respeita às respostas obtidas no final da actividade educativa, observámos que,
das 188 utentes que afirmaram “Já ter ouvido falar do Cancro do Colo do Útero”, 169
(89,90%) referenciaram a opção “Outro” como resposta à questão “Quem falou com mais
frequência do Cancro do Colo do Útero”. A análise de conteúdo efectuada permitiu
verificar que 118 mulheres associaram à opção “Outro” a alternativa “Nesta sessão”.
Tabela 25. Profissional de Saúde que falou com mais frequência do Cancro do Colo do
Útero
N %
“Sujeito” 1º Questionário 2ºQuestionário 1ºQuestionário 2º Questionário
Médico(a) 9 7 5,59 3,72
Enfermeiro(a) 32 27 19,88 14,36
Médico(a) e Enfermeiro(a) 16 15 9,94 7,98
Médico(a) Particular 23 20 14,29 10,64
Outro 97 169 60,25 89,89
Relativamente à pergunta “Onde ouviu falar do Cancro do Colo do Útero”, antes da EPS,
face às alternativas colocadas, responderam 161 utentes (Tabela 26).
A “Televisão” constituiu a maior fonte de informação, uma vez que 124 (77,02%) em 161
mulheres referiram ter ouvido falar do Cancro do Colo do Útero neste meio de
comunicação. Os “Amigos/vizinhos” constituíram a segunda opção mais seleccionada
(107 – 66,46%). Observámos que 70 (43,48%) utentes mencionaram ter lido sobre o
Cancro do Colo do Útero em “Revistas/jornais”. O “Centro de Saúde” e “Em sessão
específica sobre cancro” foi indicado por 61 (37,89%) e 14 (8,70%) utentes,
respectivamente.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 173 -
O “Médico Particular” (28 – 17,39%) e o “Hospital” (19 – 11,80%) foram menos
referenciados, comparativamente a outras opções de resposta.
É de notar que algumas mulheres assinalaram mais do que uma alternativa.
Tabela 26. Local onde ouviu falar do Cancro do Colo do Útero (Antes EPS)
Local N %
Centro de Saúde 61 37,89
Hospital 19 11,80
Médico Particular 28 17,39
Revistas/Jornais 70 43,48
Amigos/Vizinhos 107 66,46
Televisão/Rádio 124 77,02
Sessão específica sobre
cancro 14 8,70
Outro 37 22,98
No final da actividade, relativamente à mesma questão, onde foi acrescentada a
alternativa “Nesta sessão”, verificámos que o número de respostas obtidas aumentou e
os resultados foram os apresentados na Tabela 27. É de notar que muitas mulheres
assinalaram mais do que uma alternativa.
A “actual sessão” constituiu a maior fonte de informação, tendo obtido 182 respostas
(96,81%).
A “Televisão/Rádio” (117 – 62,23%), os “Amigos/Vizinhos” (94 – 50,00%) e as
“Revistas/Jornais” (69 – 36,70%), embora tivesse diminuído o número de respostas e
percentagens continuaram a ser importantes fontes de informação.
O “Centro de Saúde”, o “Médico Particular” e o “Hospital” apresentaram números de 67
(35,64%), 27 (14,36%) e 18 (9,57%), respectivamente.
A “Sessão específica sobre cancro” foi a menos assinalada (12 – 6,38%).
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 174 -
Tabela 27. Local onde ouviu falar do Cancro do Colo do Útero (Após EPS)
Local N %
Centro de Saúde 67 35,64
Hospital 18 9,57
Médico Particular 27 14,36
Revistas/Jornais 69 36,70
Amigos/Vizinhos 94 50,00
Televisão/Rádio 117 62,23
Sessão específica sobre cancro 12 6,38
Nesta sessão 182 96,81
Outro 29 15,43
4.8 OPINIÃO SOBRE CANCRO DO COLO DO ÚTERO
No que concerne à questão “O que pensa do Cancro do Colo do Útero”, no 1º
questionário, face às alternativas propostas, os números e percentagens de respostas
foram os que apresentámos na Tabela 28.
A resposta mais seleccionada foi “a doença se diagnosticada precocemente pode ser
tratada e curada” (120 – 64,17%).
A 2ª opção foi “Não tem opinião” com 41 respostas (21,93%).
A 3ª e 4ª alternativas foram “Doença que não tem cura” e “Doença que não se pode
prevenir”, com 24 (12,83%) e 23 (12,30%) respostas, respectivamente.
Por último, surgiu “Não há exames para diagnosticar” (15 – 8,02%).
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 175 -
Tabela 28. Opinião das Utentes sobre o Cancro do Colo do Útero (Antes EPS)
Opinião N %
Doença que não se pode prevenir 23 12,30
Doença que não tem cura 24 12,83
Não há exames para diagnosticar 15 8,02
Se diagnosticada precocemente pode ser tratada e curada
120 64,17
Não tem opinião 41 21,93
Após a sessão, no questionário final, as respostas distribuíram-se da forma apresentada
na Tabela 29.
A resposta mais vezes assinalada continuou a ser “a doença se diagnosticada
precocemente pode ser tratada e curada” (186 – 98,94%).
Após a actividade educativa, “Doença que não se pode prevenir” e “Doença que não tem
cura” apenas apresentaram números de 2 (1,06%) e 1 (0,53%), respectivamente.
Surgiu uma única resposta “Não tem opinião” (0,53%).
De salientar, que a alternativa “Não há exames para diagnosticar” não foi assinalada.
Tabela 29. Opinião das Utentes sobre o Cancro do Colo do Útero (Após EPS)
Opinião N %
Doença que não se pode prevenir 2 1,06
Doença que não tem cura 1 0,53
Não há exames para diagnosticar 0 0,00
Se diagnosticada precocemente pode ser tratada e curada
186 98,94
Não tem opinião 1 0,53
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 176 -
1,06%
98,94%
NãoSim
4.9 FACTORES QUE PODEM LEVAR AO APARECIMENTO DO CANCRO DO COLO DO
ÚTERO
Relativamente ao “Conhecimento dos factores que podiam levar ao aparecimento deste
Cancro” constatámos que antes da actividade (Figura 30 a) e para um total de 188
respondentes (100,00%), 95 (50,53%) referiram conhecer e 93 (49,47%) desconhecer.
No final (Figura 30 b) para o mesmo total de utentes, 196 (98,94%) responderam
afirmativamente e 2 (1,06%) assinalaram que não conheciam.
49,47% 50,53%
NãoSim
a) Antes EPS b) Após EPS
Figura 30. Conhecimento dos Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do Colo do
Útero
Antes da actividade surgiram os factores registados na Tabela 30.
Verificámos que os mais evocados foram as “Doenças Ginecológicas” (41 – 43,16%), a
“Promiscuidade Sexual” (30 – 31,58%) e as “Doenças Sexualmente Transmissíveis” (12 –
12,63%).
A “Falta de Vigilância Médica” e “Ter muitos Filhos” apareceram em 4º e 5º lugar, com 5
(5,26%) e 4 (4,21%) respostas, respectivamente.
Por fim, mencionaram “Muitas Causas” (2 – 2,11%) e “Higiene Íntima Precária” (1 –
1,05%).
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 177 -
Tabela 30. Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do Colo do Útero
(Antes EPS)
Factores N %
Doenças Sexualmente Transmissíveis 12 12,63
Falta de Vigilância Médica 5 5,26
Higiene Íntima Precária 1 1,05
Promiscuidade Sexual 30 31,58
Doenças Ginecológicas 41 43,16
Ter muitos Filhos 4 4,21
Muitas Causas 2 2,11
Após a actividade educativa foram referidos os factores apresentados na Tabela 31.
As utentes apontaram como principais factores as “Doenças Ginecológicas” (54 –
32,93%), a “Promiscuidade Sexual” (40 – 24,39%), “Relações Sexuais sem Protecção”
(21 – 12,80%) e “Falta de Higiene” (20 – 12,20%). Registaram ainda “Ter Filhos em
Idades Precoces” (13 – 7,93%), “Não Fazer Prevenção” (7 – 4,27%) e “Doenças
Sexualmente Transmissíveis” (6 – 3,66%).
Finalmente, foram referidas a “Ausência de Vigilância Médica periódica” (2 – 1,22%) e
“Muitas Causas” (1 – 0,61%).
Tabela 31. Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do Colo do Útero
(Após EPS)
Factores N %
Doenças Ginecológicas 54 32,93
Relações Sexuais sem Protecção 21 12,80
Promiscuidade Sexual 40 24,39
Doenças Sexualmente Transmissíveis 6 3,66
Ausência de Vigilância Médica periódica 2 1,22
Falta de Higiene 20 12,20
Ter Filhos em Idades Precoces 13 7,93
Não fazer Prevenção 7 4,27
Muitas causas 1 0,61
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 178 -
Comparando as Tabelas 30 e 31 verificámos um aumento do número de respostas, do
início para o final da actividade, no que concerne às “Doenças Ginecológicas” (41 � 54),
à “Promiscuidade Sexual” (30 � 40) e à “Falta de Higiene” (5 � 20). Existiu, também,
uma diminuição relativamente às “Doenças Sexualmente Transmissíveis” (20 � 6) e à
“Ausência de Vigilância Médica” (5 � 2).
4.10 REALIZAÇÃO DA CITOLOGIA
Face à questão se “Já alguma vez tinham efectuado a citologia”, antes da EPS, 133
(70,74%) mulheres referiram que “Sim”, 49 (26,07%) responderam que “Não” e 6 (3,19%)
“Não Sabiam/Não se Lembravam” (Figura 31 a).
Após a EPS, 143 (76,06%) mulheres mencionaram que “Sim”, 42 (22,34%) que “Não” e 3
(1,60%) “Não Nabiam/Não se Lembravam”, conforme a Figura 31 b).
Não sabe / Não selembra
NãoSim
80,0%
60,0%
40,0%
20,0%
0,0%
Per
cent
agem
3,19%
70,74%
26,07%
a) Antes EPS b) Após EPS
Figura 31. Realização da Citologia
A percentagem de mulheres que afirmaram já ter realizado uma citologia aumentou do
questionário antes da actividade para o questionário após a actividade (70,74% -
76,06%).
Não sabe / Não selembra
NãoSim
80,0%
60,0%
40,0%
20,0%
0,0%
Per
cen
tag
em
22,34%
76,06%
1,60%
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 179 -
Após a EPS das 188 respondentes 143 realizaram citologia, conforme Quadro 10.
O grupo etário com maior número de citologias realizadas situou-se entre os “30-34 anos”
de idade (18 - 100,00%) e “35-39 anos” de idade (22 - 100,00%), seguido do grupo entre
os “40-44 anos” (20 - 95,24%). Em 3º lugar surgiu o grupo dos “25-29 anos” (19 -
95,00%). Os grupos “50-54” e “45-49 anos” de idade apresentaram números de 12
(92,31%) e 11 (84,62%), respectivamente.
Com uma percentagem de 80,00% realizaram citologia 16 mulheres com idades
compreeendidas entre os “55-59 anos” de idade.
Os grupos com idades entre os “60-64 anos” e “≥≥≥≥ 65 anos” obtiveram igual número e
percentagem (9 - 45,00%).
Com menor número e percentagem de realização de citologia situou-se o grupo “≤ 25
anos” (7 - 33,33%).
Quadro 10. Grupo Etário versus Nº de Mulheres que realizaram Citologia
Grupo Etário (anos) N de mulheres N de mulheres que
realizaram a citologia
% de mulheres que realizaram a
citologia ≤≤≤≤ 25 21 7 33,33
25 - 29 20 19 95,00 30 - 34 18 18 100,00 35 - 39 22 22 100,00 40 - 44 21 20 95,24 45 - 49 13 11 84,62 50 - 54 13 12 92,31 55 - 59 20 16 80,00 60 - 64 20 9 45,00
≥≥≥≥ 65 20 9 45,00
Total 188 143
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 180 -
4.11 INDICAÇÃO DA CITOLOGIA
A distribuição, relativamente à possibilidade de respostas, antes e após a actividade foi a
que se pode observar na Tabela 32.
Após a actividade houve um aumento significativo na 2ª opção de resposta “Diagnosticar
precocemente o cancro” (96 � 187). Nas restantes opções verificámos uma diminuição:
“Evitar o cancro” (46 � 5); “Tratar o cancro” (4 � 0); “Não tem interesse fazer este
exame” (2 � 0).
Observámos que antes da actividade existiam 42 (22,34%) mulheres que “Não tinham
opinião” e após a mesma esta alternativa não foi assinalada (0 - 0,00%).
Tabela 32. Utilidade da Citologia
N %
Factores Antes EPS Após EPS Antes EPS Após EPS
Evitar o cancro 46 5 24,47 2,66 Diagnosticar precocemente
o cancro 96 187 51,06 99,47
Tratar o cancro 4 0 2,13 0,00 Não tem interesse 2 0 1,06 0,00 Não tem opinião 42 0 22,34 0,00 Tem outra indicação 66 40 35,11 21,28
Para um total de 143 utentes que realizaram citologia obtivemos um total de 156
respostas. A distribuição, relativamente à possibilidade de respostas, foi a que consta na
Tabela 33.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 181 -
A maioria realizou a citologia no “Centro de Saúde” (112 – 78,32%). O “Médico Privado”
(33 – 23,08%) foi a segunda opção das mulheres. A última alternativa seleccionada foi o
“Hospital” (11 - 7,96%).
Tabela 33. Local onde habitualmente efectuava a Citologia
Local N %
Centro de Saúde 112 78,32 Hospital 11 7,96 Médico Privado 33 23,08
4.12 PERIODICIDADE DE REALIZAÇÃO DA CITOLOGIA
Quando questionámos as 143 mulheres sobre a “Frequência com que costumavam
efectuar a citologia”, apesar de apenas termos previsto oito opções de resposta,
verificámos as apresentadas na Figura 32.
Um grande número de mulheres realizou este exame “Uma vez por ano” (54 – 37,76%).
As respostas “Só fez uma vez” (19 – 13,29%) e “Fez citologia de seis em seis anos” (18 –
12,59%) apareceram como segunda e terceira opção. De seguida surgiu “Fez citologia de
três em três anos” (15 – 10,49%) e “Dependeu do resultado” (13 – 9,09%).
“Fez citologia de 6 em 6 meses” obteve uma percentagem de 6,29% (9 mulheres).
Surgiram, de seguida, quatro mulheres que referiram efectuar citologia “2 vezes”, “Há
mais de cinco anos” e “Há mais de três anos”, com igual percentagem (2,80%).
Duas mulheres “Não sabiam” (1,40%) há quanto tempo não realizaram o exame.
Finalmente, uma mulher (0,70%) referiu que a frequência de efectuar citologia era muito
“variável”.
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- 182 -
4.13 DATA DA ÚLTIMA CITOLOGIA
À questão “Quando fez o último exame”, para um total de 143 utentes que responderam,
verificámos a distribuição apresentada na Figura 33.
O maior número e percentagem de mulheres realizou a última citologia no ano “2003” (53
- 37,06%). No ano “2002” tinham-na efectuado 29 (20,28%) utentes. Nos anos “2001” e
“2004” o número e a percentagem mantiveram-se iguais (14 – 9,79%). Nos “anos
anteriores a 2000 (1996, 1997 e 1998)” apenas uma mulher (0,70%) realizou citologia, à
excepção de 1999, em que existiu um ligeiro aumento (9 – 6,29%), relativamente ao ano
2000 (7 – 4,90%).
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 183 -
Um número e percentagem significativo de mulheres “Não se Lembrava/ Não Sabia a
Data da Última Citologia” (14 – 9,79%).
Nãosabe /Não selembra
Ano2004
Ano2003
Ano2002
Ano2001
Ano2000
Ano1999
Ano1998
Ano1997
Ano1996
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Pe
rcen
tag
em
4,9%6,29%9,79%
37,06%
20,28%
9,79% 9,79%0,70% 0,70% 0,70%
Figura 33. Ano de realização da última Citologia
Quando questionadas sobre “o resultado da citologia” as respostas das 143 utentes que
referiram tê-la efectuado distribuíram-se de acordo com a Figura 34.
A maioria dos resultados das citologias foram “Grau I” (88 – 61,82%). O “Grau II” foi
assinalado por 12 (8,33%) utentes e o “Grau V” por 1 (0,69%). Ninguém referiu ter
resultados Grau III e IV.
Uma utente registou “Aguardar o resultado” (0,69%) e 41 (28,47%) “Não sabiam o
resultado do exame”, pelo que, no total, eram 42 utentes que não sabiam o resultado.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 184 -
0,69%
28,47%
0,69%
8,33%
Aguardaresultado
Não sabeGrau VGrau IIGrau I
61,82%
Figura 34. Resultado da Citologia
4.14 AVALIAÇÃO DA ACTIVIDADE DE EPS
No final da EPS a distribuição da opinião das 188 utentes sobre a mesma pode observar-
se na Tabela 34, com um total de 376 respostas.
A maioria das mulheres (167 – 88,83%) afirmaram ter “Ficado informadas”, no entanto,
86 (45,74%) assinalaram “Necessitar de mais informação”. A alternativa “Estar mais
motivada para realizar a citologia” foi registada por 45 (23,94%) mulheres. Um pequeno
número de mulheres (11 – 5,85%) referiu que “Já sabia tudo o que foi dito” e apenas 1
(0,53%) considerou que a actividade “Foi uma perda de tempo”.
Um número e percentagem considerável de mulheres emitiram outras opiniões (66 –
35,11%).
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 185 -
Estas opiniões estavam relacionadas com o “aumento” ou aquisição de conhecimentos,
nomeadamente sobre áreas que “achavam saber pouco e, ou tinham muitas dúvidas” e
“raramente eram abordadas no Centro de Saúde”.
Tabela 34. Opinião das Utentes sobre a Educação para a Saúde realizada
Opinião N %
Já sabia tudo o que foi “dito” 11 5,85 Ficou informada 167 88,83 Necessita de mais informação 86 45,74 Está mais motivada para realizar a citologia 45 23,94 Foi uma perda de tempo 1 0,53 Outro 66 35,11
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 186 -
5. ACTIVIDADES EDUCATIVAS A GRUPOS
5.1 PRIMEIRAS ACTIVIDADES
Verificámos a presença de 91 participantes, tendo sido excluídos 2 homens (para o
preenchimento dos questionários devido ao género) e 4 mulheres porque não
responderam aos dois questionários na íntegra. Os dados apresentados referem-se,
apenas, a 85 mulheres.
5.1.1 CARACTERIZAÇÃO
A idade das participantes situou-se entre os 17 e os 79 anos, apresentando uma média
de 43,6 anos e um desvio padrão de 15,9 anos. Na tabela 35 podemos observar a sua
distribuição por grupo etário.
O grupo mais participativo nestas actividades educativas foi o das idades compreendidas
entre os “45 - 49 anos” (14 – 16,67%), seguido do grupo dos “25 - 29 anos” (11 –
13,10%). Os grupos com menor adesão tinham idades compreendidas entre os “15 – 19
anos”, “65 - 69 anos” e com idade “igual ou maior que 75 anos”, com 2 mulheres (2,38%),
respectivamente. Com idades compreendidas entre os “20 e 24 anos”, “30 e 34”, bem
como entre os “40 e 44 anos” estiveram presentes 8 mulheres (9,52%), respectivamente.
Participaram 7 mulheres (8,33%) do grupo com idades compreendidas entre os “60 e 64
anos” e 6 (7,14%) do grupo dos “50 – 54” e “55 - 59 anos” de idade.
Constatámos, ainda, que apenas 5 mulheres com idades entre os “35 – 39 anos”
estiveram presentes.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 187 -
Tabela 35. Distribuição das Participantes por Grupo Etário
Grupo etário (anos) N %
15 – 19 2 2,38 20 – 24 8 9,52 25 – 29 11 13,10 30 – 34 8 9,52 35 – 39 5 5,95 40 – 44 8 9,52 45 – 49 14 16,67 50 – 54 6 7,14 55 – 59 6 7,14 60 – 64 7 8,33 65 – 69 2 2,38 70 – 74 5 5,95 ≥≥≥≥ 75 2 2,38 Total 84 100,00
A maior parte da população que assistiu a estas actividades era “Casada” (63 - 74,11%).
De seguida, estiveram presentes as mulheres “Solteiras” (20 - 23,53%). Com igual
número (1 - 1,18%) participaram as mulheres “Divorciadas/Separadas” e em “União
Marital”. (Figura 35)
1,18%1,18%
23,53%
Divorciada/Separada
União MaritalCasadaSolteira
74,11%
Figura 35. Distribuição das Participantes por Estado Civil
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- 188 -
A maior parte das participantes (31 – 36,91%) tinha um nível de escolaridade “Até à 4ª
classe”. De seguida situou-se o grupo “Entre o 5º e o 9º Ano” (24 – 28,57%) e o nível de
escolaridade “Superior ao 12º Ano” (14 - 16,67%).
Os restantes níveis de escolaridade apresentaram números e percentagens menores
[“Não sabe ler/escrever” (9 – 10,71%) e “Entre o 10º e 12º Ano”(6 – 7,14%)].
Uma participante não respondeu à escolaridade.
Superior ao12º ano
Entre o 10º e12º ano
Entre 5º e 9ºano
Até à 4ªclasse
Não sabeler/Não sabe
escrever
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Per
cen
tag
em
16,67%
7,14%
28,57%
10,71%
36,91%
Figura 36. Distribuição das Participantes por Nível de Escolaridade
O grupo profissional predominante nas actividades foi o das “Domésticas” (26 – 30,95%).
Participaram em número considerável o “Pessoal dos Serviços e Vendedores” (14 –
16,67%), “Operários Artífices e Similares” (12 – 14,29%), bem como “Especialistas das
Profissões Intelectuais e Científicas” (10 – 11,90%). Estiveram presentes 6 mulheres
(7,14%) do grupo profissional dos “Agricultores e Trabalhadores qualificados da
Agricultura e Pesca” e 5 (5,95%) “Estudantes”. Para além destas assistiram 4 (4,76%)
“Trabalhadoras não qualificadas”. Aderiram à actividade 2 mulheres do grupo “Pessoal
(9) (31) (24) (6) (14)
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 189 -
Administrativo e Similares” e 2 “Reformadas”, com a percentagem de 2,38%,
respectivamente.
Finalmente, surgiram mulheres pertencentes ao grupo dos “Técnicos e profissionais de
nível intermédio”, dos “Operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da
montagem” e “Desempregados”, com igual número e percentagem (1 -1,19%), como se
pode observar na Tabela 36.
Tabela 36. Distribuição das Participantes por Profissão
Profissão N %
Especialistas das Profissões Intelectuais e Cientificas 10 11,90
Técnicos e Profissionais de nível intermédio 1 1,19
Pessoal Administrativo e Similares 2 2,38
Pessoal dos Serviços e Vendedores 14 16,67
Agricultores e Trabalhadores qualificados da Agricultura e Pescas 6 7,14
Operários/Artífices e Trabalhadores Similares 12 14,29
Operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem 1 1,19
Trabalhadores não qualificados 4 4,76
Doméstica 26 30,95
Reformada 2 2,38
Estudante 5 5,95
Desempregada 1 1,19
Total 84 100,00
A Extensão de Vitorino de Piães (pertencente ao Centro de Saúde de S. Julião de Freixo)
foi o local onde se verificou a maior adesão à intervenção de Educação para a Saúde, (53
– 62,35%). Na sede do Centro de Saúde (Freixo) a participação foi menor (24 – 28,24%)
que na sua Extensão de Saúde. Na sede do Centro de Saúde de Barroselas a adesão foi
superior (6 – 7,06%) à da sua Extensão (2 – 2,35%), conforme se pode verificar na
Tabela 37.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 190 -
Tabela 37. Distribuição das Participantes por Centros/Extensão de Saúde
Centro de Saúde ou Extensão de Saúde N %
Barroselas 6 7,06
Freixo 24 28,24
Alvarães 2 2,35
Vitorino de Piães 53 62,35
Total 85 100,00
5.1.2 ABORDAGEM DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO
Antes da actividade educativa, face à questão “Ouviu falar do Cancro do Colo do Útero”,
as respostas das 85 mulheres inquiridas distribuíram-se, de acordo com a Figura 37.
A maior parte das mulheres (57 - 67,06%) afirmaram que “Já tinham ouvido falar” deste
Cancro, 16 (18,82%) referiram “Vagamente”, enquanto 8 (9,41%) assinalaram que “Não”
e 4 (4,71%) “Não Sabiam ou Não se Lembravam”.
Não sabe/ nãose lembra
VagamenteNãoSim
70,0%
60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Per
cen
tag
e
4,71%
18,82%
9,41%
67,06%
Figura 37. Conhecimento do Cancro do Colo do Útero (Antes EPS)
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 191 -
Após a actividade as respostas distribuíram-se conforme a Figura 38.
Verificámos que houve um aumento das respostas “afirmativas” (77 - 92,77%), mas
existiu um pequeno número e percentagem de mulheres que referiu ter ouvido falar
“vagamente” (4 - 4,82%) ou “não ter ouvido” (2 - 2,41%).
VagamenteNãoSim
100,0%
80,0%
60,0%
40,0%
20,0%
0,0%
Per
cen
tag
em
4,82%
2,41%
92,77%
Figura 38. Conhecimento do Cancro do Colo do Útero (Após EPS)
A existência de mulheres que, após a actividade, continuaram a responder que não
ouviram falar do tema levou a que tivéssemos relacionado esta variável com a idade
(Figura 39).
Antes da actividade, foram as mais velhas que assinalaram não ter ouvido ou não se
lembrarem de ter ouvido falar do Cancro do Colo do Útero e no final, verificámos que
continuaram a ser as mulheres mais idosas a registar não ter ouvido falar.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 192 -
Não sabe/ nãose lembra
VagamenteNãoSim
Ouviu falar do cancro do colo do útero (1º)
80
70
60
50
40
30
20
10
Ida
de
(a
no
s)
VagamenteNãoSim
Ouviu falar do cancro colo do útero (2º)
80
70
60
50
40
30
20
10
Ida
de
(a
no
s)
Figura 39. Conhecimento do Cancro do Colo do Útero versus Idade das Mulheres
Face à questão “Onde ouviu falar do Cancro do Colo do Útero”, antes da actividade e
relativamente às alternativas colocadas, as respostas, foram as que se colocaram na
Tabela 38.
A “Televisão” constituiu a maior fonte de informação, uma vez que 50 (70,42%) mulheres
assinalaram ter ouvido falar do Cancro do Colo do Útero neste meio de comunicação. As
“Revistas/Jornais”, bem como os “Amigos/Vizinhos/Familiares” foram registados por 27
(38,03%) e 25 (35,21%) mulheres, respectivamente. O “Centro de Saúde” foi assinalado
por 18 mulheres (25,35%). O “Hospital” (10 – 14,08%) e o “Médico Particular” (8 –
11,27%) foram pouco referenciados.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 193 -
Tabela 38. Local/Circunstância onde ouviram falar do Cancro do Colo do Útero (Antes EPS)
Onde ouviu falar do Cancro do Colo do Útero
N %
Centro de Saúde 18 25,35
Hospital 10 14,08
Médico Particular 8 11,27
Revistas/Jornais 27 38,03
Amigos/Vizinhos/Familiares 25 35,21
Televisão 50 70,42
Outro 7 9,86
No final da sessão, relativamente à mesma questão, mas onde foi acrescentada a
alternativa “Nesta sessão”, os resultados das respostas foram os apresentados na Tabela
39.
Verificámos que a alternativa mais assinalada pelas assistentes foi “Nesta sessão” (47 –
58,02%), seguida da “Televisão” (45 – 55,56%). O “Centro de Saúde” constituiu a 3ª
opção (31 – 38,27%) e a 4ª foram as “Revistas/Jornais” (26 – 32,10%). Os
“Amigos/Vizinhos/Familiares” (19 – 23,46%) surgiram como 5ª alternativa de resposta.
O Hospital” e o “Médico Particular” foram indicados por 10 participantes (12,35%) e 8
(9,88%), respectivamente.
Tabela 39. Local/Circunstância onde ouviram falar do Cancro do Colo do Útero (Após EPS)
Onde ouviu falar do cancro do Colo do Útero
N %
Centro de Saúde 31 38,27
Hospital 10 12,35
Médico Particular 8 9,88
Revistas/Jornais 26 32,10
Amigos/Vizinhos/Familiares 19 23,46
Televisão 45 55,56
Nesta sessão 47 58,02
Outro 8 9,88
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- 194 -
5.1.3 OPINIÃO SOBRE CANCRO DO COLO DO ÚTERO
Relativamente à questão “O que pensa do Cancro do Colo do Útero”, antes da EPS, face
às alternativas propostas, os números e percentagens de respostas foram os que a
seguir apresentámos na Tabela 40.
Verificámos que a resposta mais assinalada foi de que a “doença pode ser tratada e
curada se diagnosticada precocemente” (73 – 86,91%). A segunda alternativa designada
foi que “Não tem cura” (7 – 8,34%).
Surgiram, ainda as opções “Não há exames para diagnosticar” e “Não se pode evitar”
com 2 (2,40%) e 1 (1,21%) respostas, respectivamente.
Finalmente, a alternativa “Não tem opinião” foi registada 4 vezes (4,82%).
Tabela 40. Opinião das Mulheres sobre o Cancro do Colo do Útero (Antes EPS)
O que pensa do Cancro do Colo do Útero N %
Não tem cura 7 8,34
Não se pode evitar 1 1,21
Não há exames para diagnosticar 2 2,40
Se diagnosticada precocemente pode ser tratada e curada
73 86,91
Não tem opinião 4 4,82
Após a actividade, as respostas distribuíram-se de acordo com a Tabela 41.
A opinião de que “a doença pode ser tratada e curada se diagnosticada precocemente”
continuou a ser a mais vezes mencionada (77 – 96,31%). As restantes alternativas
obtiveram números e percentagens muito pequenos, tais como: “Não se pode evitar” (3 –
3,84%); “Não tem cura” (2 – 2,51%).
Após a actividade, apenas verificámos uma resposta (1,33%) “sem opinião”.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 195 -
Tabela 41. Opinião das Mulheres sobre o Cancro do Colo do Útero (Após EPS)
O que pensa do Cancro do Colo do Útero N %
Não tem cura 2 2,51
Não se pode evitar 3 3,84
Não há exames para diagnosticar 2 2,52
Se diagnosticada precocemente pode ser tratada e curada
77 96,31
Não tem opinião 1 1,33
5.1.4 MOTIVOS QUE PODIAM LEVAR AO APARECIMENTO DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO
Relativamente ao “Conhecimento dos factores que podiam levar ao aparecimento deste
Cancro” verificámos que enquanto antes da actividade (Figura 40 a), para um total de 80
respondentes (100,00%), apenas 10 (12,50%) referiram “conhecer” e 70 (87,50%) “não
conheciam”, no final da mesma (Figura 40 b), para um total de 81 respondentes
(100,00%), 68 (83,95%) responderam “afirmativamente” e 13 (16,05%) ainda “não
conheciam”.
NãoSim
12,50%
87,50%
16,05%
83,95%
NãoSim
a) Antes da EPS b) Após a EPS
Figura 40. Conhecimento dos Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do Colo do Útero
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- 196 -
Quando questionadas sobre os “factores que podiam levar ao aparecimento deste
cancro”, antes de iniciar a actividade surgiram os apresentados na Tabela 42.
Os mais evocados foram as “Doenças Sexualmente Transmissíveis” (3 – 37,50%) e a
“Promiscuidade sexual” (2 – 25,00%). As respostas, como “Factores hereditários”,
“Higiene íntima precária”, ”Lesões pré-existentes”, “Ter muitos filhos” e “Muitas causas”
obtiveram igual número e percentagem (1 – 12,50%), respectivamente.
Tabela 42. Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do Colo do Útero (Antes
EPS)
Factores N %
Doenças Sexualmente Transmissíveis 3 37,50
Factores hereditários 1 12,50
Higiene íntima precária 1 12,50
Promiscuidade sexual 2 25,00
Lesões pré-existentes 1 12,50
Ter muitos filhos 1 12,50
Muitas causas 1 12,50
Após a actividade educativa foram mencionados, pelas mulheres, mais factores do que
antes da mesma (Tabela 43).
As mulheres apontaram como principal factor a “Existência de Vários Parceiros Sexuais”
(40 – 71,4%). Em 2º lugar referiram as “Relações Sexuais Precoces” (21 – 37,50%) e em
3º, as “Infecções Vaginais” (12 – 21,40%). Em 4ª posição foram registados “Tabaco” e
“Falta de Higiene Pessoal”, com 6 (10,70%). Seguidamente surgiram o “Sexo
desprotegido” e “Ter filhos em Idades Precoces”, com 5 respostas cada uma (8,90%).
“Ter muitos filhos” e “Menarca precoce e Menopausa tardia” apresentaram frequências de
4 e percentagens de 7,10%.
As “Doenças Sexualmente Transmissíveis”, “Não fazer Citologia Papanicolaou” e
“Doenças pré-existentes” foram indicadas por 3 mulheres (5,40%).
As restantes respostas obtiveram números e percentagens pouco significativos.
No final da actividade, 1 mulher, ainda, respondeu “Não Saber”.
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- 197 -
Tabela 43. Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do Cancro do Colo do
Útero (Após EPS)
Factores N %
Álcool 1 1,80
Tabaco 6 10,70
Doenças pré-existentes 3 5,40
Infecções Vaginais 12 21,40
Relações Sexuais Precoces 21 37,50
Vários Parceiros Sexuais 40 71,40
Doenças Sexualmente Transmissíveis 3 5,40
Ausência de vigilância Médica Periódica 2 3,60
Falta de Higiene Pessoal 6 10,70
Sexo desprotegido 5 8,90
Ter Filhos em Idades Precoces 5 8,90
Não fazer Citologia Papanicolaou 3 5,40
Ter muitos Filhos 4 7,10
Hipertensão 2 3,60
Diabetes 2 3,60
Não tratar Feridas pré-existentes 1 1,80
Não fazer Prevenção 2 3,60
Menarca precoce e Menopausa tardia 4 7,10
Obesidade 2 3,60
Não sabe 1 1,80
5.1.5 REALIZAÇÃO DA CITOLOGIA
Questionadas as mulheres se “Já alguma vez tinham feito a Citologia Papanicolaou”,
antes da actividade, 63 (74,12%) disseram que “Sim”, 20 (23,53%) responderam que
“Não” e 2 (2,35%) “Não sabiam/Não se Lembravam”, enquanto que após a actividade, 63
(74,12%) continuaram a dizer “Sim” e 22 (25,88%) referiram “Não” [Figuras 41 a) e b)].
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- 198 -
Não Sabe/Não selembra
NãoSim
80,0%
60,0%
40,0%
20,0%
0,0%
Per
cen
tag
em
2,35%23,53%
74,12%
a) (Antes EPS)
NãoSim
80,0%
60,0%
40,0%
20,0%
0,0%
Per
cen
tage
m
25,88%
74,12%
b) (Após EPS)
Figura 41 Realização da Citologia
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- 199 -
Da totalidade de mulheres (84) que responderam ao questionário após a actividade, 62
mencionaram ter realizado a citologia (Quadro 11).
O grupo etário com maior incidência situou-se entre os “45-49 anos” de idade (11 –
78,60%), seguido do grupo entre os “30-34 anos” (7 – 87,50%). Os grupos entre os “20-
24 anos”, “40-44 anos”, “50-54 anos”, “55-59 anos” e “60-64 anos” de idade apresentaram
um número e percentagem significativo na realização de citologia.
Quadro 11. Grupo Etário versus Nº de Mulheres que realizaram Teste Papanicolaou
Grupo Etário
(anos) N de Mulheres
N de Mulheres que
fizeram o Teste PN
% de Mulheres que
fizeram o Teste PN
15 – 19 2 0 0,00
20 - 24 8 6 75,00
25 - 29 11 5 45,50
30 - 34 8 7 87,50
35 - 39 5 5 100,00
40 - 44 8 6 75,00
45 - 49 14 11 78,60
50 - 54 6 6 100,00
55 - 59 6 6 100,00
60 - 64 7 6 85,70
65 - 69 2 2 100,00
70 - 74 5 1 20,00
≥≥≥≥ 75 2 1 50,00
Total 84 62
Face à questão “Onde fez o Teste Papanicolaou”, relativamente à possibilidade de
respostas propostas, verificámos que o número e percentagem das mesmas foi a que
consta na Tabela 44.
Antes e após a EPS a grupos o maior número e percentagem de respostas verificou-se
na opção “Centro de Saúde” (56 - 87,50%) e (55 - 85, 94%), respectivamente. A 2ª
alternativa recaiu no “Médico Particular” com (15 - 23,44%) antes da actividade e (16 -
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 200 -
25,00%) após a mesma. O “Hospital” e “Não sabe/Não se lembra” obtiveram igual
número e percentagem antes e após a actividade (4 – 6,25% e 1 – 1,56%,
respectivamente).
Tabela 44. Local onde realizaram a Citologia
N % Local Antes EPS Após EPS Antes EPS Após EPS
Centro de Saúde 56 55 87,50 85,94
Hospital 4 4 6,25 6,25
Médico Particular 15 16 23,44 25,00
Não sabe/Não se lembra 1 1 1,56 1,56
5.1.6 UTILIDADE DA CITOLOGIA
Quanto à questão “Para que serve o Teste Papanicolaou”, antes da actividade,
registámos um total de 82 respostas e após a actividade e para a mesma pergunta,
observámos um total de 85 respostas (Tabela 45).
A alternativa mais assinalada, antes e após a actividade, foi “Diagnosticar precocemente
o cancro”.
No final da mesma houve um aumento na 1ª opção de resposta “Descobrir” o cancro o
mais cedo possível”, bem como uma diminuição na 3ª opção “Não sabe”. No entanto,
houve aumento de um caso na opção “Tratar o cancro”.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 201 -
Tabela 45. Indicação da Citologia
N % Factores
Antes EPS Após EPS Antes EPS Após EPS
Diagnosticar precocemente o cancro
70 76 88,61 95,00
Tratar o cancro 5 6 6,33 7,50
Não sabe 7 3 8,86 3,75
5.1.7 FACTORES QUE LEVARAM A PARTICIPAR NA ACTIVIDADE DE EPS
Quando questionadas sobre “A razão porque vieram assistir” a esta actividade, das 85
mulheres que participaram verificámos um total de 88 respostas (Tabela 46).
A “necessidade de informação” foi o principal motivo que levou as mulheres a assistir à
actividade educativa (75 – 91,46%).
Quatro (4,88%) participantes referiram que “Já tiveram familiares/amigos/vizinhos com a
doença” e três (3,66%) que “Estavam no local”.
Tabela 46. Motivos que levaram a assistir à EPS (Antes EPS)
Motivos N %
Ficar informada 75 91,46
Ter familiares/amigos/vizinhos com a doença 4 4,88
Estar no local 3 3,66
Outro 6 7,32
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- 202 -
No final da actividade de EPS solicitámos a “Opinião das presentes sobre a mesma”,
sendo o total de respostas 118 (Tabela 47).
O maior número de respostas situou-se na 2ª opção “Ficou informada” (64 – 75,29%),
seguido da 4ª alternativa “Está mais motivada para realizar o Teste Papanicolaou” (33 –
38,82%). Recaíram no item “Necessita de mais informação” 11 (12,94%) respostas. “Já
sabia tudo” apresentou um número de 5 (5,88%).
Tabela 47. Opinião das Mulheres sobre a EPS (Após EPS)
Opinião N %
Já sabia tudo 5 5,88
Ficou informada 64 75,29
Necessita de mais informação 11 12,94
Mais motivada para realizar o Teste Papanicolaou 33 38,82
Outro 5 5,88
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- 203 -
5.2 SEGUNDAS ACTIVIDADES
Assistiram à actividade 113 pessoas, no entanto, face ao critério de exclusão género
masculino (para o preenchimento dos questionários), os resultados apresentados
referem-se, apenas, a 111 mulheres.
5.2.1 CARACTERIZAÇÃO
A idade das participantes situou-se entre os 12 e os 79 anos, apresentando uma média
de 47,1 anos e um desvio padrão de 17,4 anos. Na tabela 48 apresentámos a distribuição
das mulheres por grupo etário.
As mulheres com idades “≥65 anos” (22 – 20,00%) foram as que mais frequentaram as
actividades. Seguiu-se o grupo de mulheres com idades “inferiores a 25 anos” e o das
idades compreendidas entre os “45 – 49 anos”, com igual número e percentagem (18 –
16,40%). A faixa etária dos “55 – 59” e “50 – 54 anos”, apresentou um número e
percentagem de 13 (11,80%) e 10 (9,10%), respectivamente. Dos restantes grupos
etários, apenas, um pequeno número de mulheres assistiu à actividade educativa.
Tabela 48. Distribuição das Mulheres por Grupo Etário
Grupo etário (anos) N %
<25 18 16,40
25 - 29 6 5,50
30 - 34 4 3,60
35 - 39 5 4,50
40 - 44 7 6,40
45 - 49 18 16,40
50 - 54 10 9,10
55 - 59 13 11,80
60 - 64 7 6,40
≥≥≥≥ 65 22 20,00
Total 110 100,00
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 204 -
O grupo mais participativo foi o das mulheres “Casadas” (63,70%), seguindo-se as que
viviam em “União Marital” (21,80%). As mulheres “Viúvas” surgiram em 3º lugar, com uma
percentagem de 10,90%. O grupo das “Divorciadas/Separadas” (2,70%) e o das
“Solteiras” (0,90%) foi o que menos assistiu às actividades de EPS. (Figura 42)
10,9%2,7%
0,9%
63,6%
21,8%Viúva
Divorciada /Separada
União maritalCasadaSolteiraEstado Civil
Figura 42. Distribuição das Mulheres por Estado Civil
A maior parte das mulheres que frequentou estas actividades possuía um baixo nível de
escolaridade, isto é, 46,79% pertencia ao grupo “Até à 4ª classe” e 11,93% “Não Sabia
ler/escrever” o que, no total, perfez uma percentagem de 58,72%. Seguiram-se os grupos
com escolaridades entre o “5º e 9º”, o “10 e o 12º Ano” e “Superior ao 12º Ano” com
respectivamente, 19,27%, 12,84% e 9,17% (Figura 43).
63,70%
21,80%
10,90% 2,70%
0,90%
63,70%
0,90%
2,70%
63,70%
21,80% 0,90%
63,70%
10,90% 2,70%
21,80%
10,90% 2,70%
0,90%
63,70%
21,80%
10,90% 2,70%
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 205 -
Superior ao12º Ano
Entre o 10º e12º Ano
Entre o 5º e o9º Ano
Até à 4ªclasse
Não sabe ler/ Escrever
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Perc
en
tag
em
9,17%12,84%
19,27%
46,79%
11,93%
Figura 43. Distribuição das Mulheres por Nível de Escolaridade
Nas actividades estiveram presentes mulheres cuja actividade se dispersava por um
grande leque profissional, conforme verificámos na Tabela 49.
As “Domésticas” foram as mais representadas (43 – 44,80%), tal como aconteceu nas
Primeiras Actividades de EPS a Grupos. Seguiram-se as “Estudantes” (9 – 9,40%), as
pertencentes ao grupo dos “Trabalhadores dos têxteis e confecções” (6 – 6,30%) e as
“Enfermeiras” e as “Reformadas”, com igual número e percentagem (4 – 4,20%).
As outras profissões apresentaram uma baixa adesão, isto é, verificou-se uma grande
variedade profissional, mas pouco representada na actividade.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 206 -
Tabela 49. Distribuição das Mulheres por Profissão
Alvarães foi o local que obteve o maior número de participantes (61 – 55,00%). Seguiu-se
Barroselas e Vitorino de Piães com igual número e percentagem (17 -15,30%). Por
último, participaram na actividade 16 mulheres (14,40%) em S. Julião de Freixo,
conforme Tabela 50.
Tabela 50. Distribuição das Mulheres por Centros/Extensão de Saúde
Centro de Saúde ou Extensão de Saúde N %
Barroselas 17 15,30
Alvarães 61 55,00
S. Julião de Freixo 16 14,40
Vitorino de Piães 17 15,30
Total 111 100,00
Profissão N %
Estudante 9 9,40 Doméstica 43 44,80 Reformada 4 4,20 Desempregada 3 3,10 Reformada por invalidez 1 1,00 Directores e gerentes de pequenas empresas 1 1,00 Trabalhadores das madeiras e similares 1 1,00 Trabalhadores dos têxteis e confecções 6 6,30 Pessoal de limpeza de casas particulares 1 1,00 Director - empresas de serviços pessoais, de limpeza 1 1,00 Director e gerente da produção industrial 1 1,00 Director e gerente - comércio retalhista 2 2,10 Médico – clínica geral 1 1,00 Enfermeiro 4 4,20 Técnico de controlo de qualidade 1 1,00 Escriturário de contabilidade 1 1,00 Cozinheiro 2 2,10 Empregado de balcão 2 2,10 Vigilante de crianças 3 3,10 Trabalhador agrícola (trabalhador rural) 2 2,10 Agricultor - agricultura de subsistência 2 2,10 Relojoeiro – montador 1 1,00 Alfaiate (modista) 2 2,10 Motorista de automóveis ligeiros – passageiros 1 1,00 Auxiliar de limpeza (servente de limpeza) 1 1,00 Total 96 100,00
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- 207 -
5.2.2 ABORDAGEM DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO
Antes da Actividade Educativa, face à temática “Ouviu falar do Cancro do Colo do Útero”,
as respostas das utentes distribuíram-se de acordo com a Figura 44.
Da totalidade de respondentes, 84,30% assinalaram “Já ter ouvido” falar deste Cancro,
13,90%, registaram que “Não” e 1,90% “Não Sabe/Não se Lembra”.
Não sabe / Não selembra
NãoSim
Ouviu falar de Cancro do Colo do Útero (1º questionário)
100,0%
80,0%
60,0%
40,0%
20,0%
0,0%
Per
cen
tag
em
1,9%13,9%
84,3%
Figura 44. Conhecimento da existência do Cancro do Colo do Útero (Antes EPS)
Após a mesma, verificámos que 106 (97,20%) assinalaram “Ter ouvido” falar do Cancro
do Colo do Útero, enquanto que 3 (2,80%) continuaram a registar “Não ter ouvido” falar
(Figura 45).
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 208 -
NãoSim
Ouviu falar de Cancro do Colo do Útero (2)
100,0%
80,0%
60,0%
40,0%
20,0%
0,0%
Per
cen
tag
em
2,8%
97,2%
Figura 45. Conhecimento da existência do Cancro do Colo do Útero (Após EPS)
Face às alternativas colocadas, antes da actividade, quando questionadas sobre “Onde
ouviu falar do Cancro do Colo do Útero”, as respostas foram as que se podem observar
na Tabela 51.
A “Rádio/Televisão” constituiu a maior fonte de informação, isto é, 60 (65,20%) em 92
mulheres assinalaram esta alternativa. O “Centro de Saúde” foi referenciado por 28
mulheres (30,40%), sendo a 2ª opção seleccionada. As “Revistas e Jornais” e os Amigos/
Vizinhos/Familiares foram registadas por 22 (23,90%) e 21 (22,80%) mulheres,
respectivamente. O “Médico Particular” (16 – 17,40%) surgiu em 5ª posição, seguido do
“Hospital” e da “Sessão Anterior”, com igual número e percentagem (10 – 10,90%). Por
fim, a “Sessão específica sobre cancro “ foi asssinalada 7 vezes (7,60%).
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- 209 -
Tabela 51. Local/Circunstância onde ouviu falar do Cancro do Colo do Útero (Antes EPS)
Onde ouviu falar do Cancro do Colo do Útero
N %
Centro de Saúde 28 30,40 Hospital 10 10,90 Médico Particular 16 17,40 Revistas/Jornais 22 23,90 Amigos/Vizinhos/Familiares 21 22,80 Rádio/Televisão 60 65,20 Sessão específica sobre cancro 7 7,60 Sessão anterior 10 10,90 Outro 4 4,30
Após a actividade o número de respondentes elevou-se para 104 e os resultados obtidos
foram os que constam na Tabela 52.
A maior parte das mulheres (65 – 62,50%) assinalou “Esta sessão” como o principal local
onde ouviu falar deste Cancro. A “Rádio/Televisão” constituiu a 2ª fonte de informação
(43 – 41,30%). O “Centro de Saúde” foi a 3ª opção (31 – 29,80%), seguido das
“Revistas/Jornais” (22 – 21,20%), como 4ª alternativa.
O “Médico Particular” foi a 5ª opção seleccionada (15 – 14,40%), seguida dos
“Amigos/Vizinhos/Familiares” (12 – 11,50%). O “Hospital” foi assinalado 9 vezes (8,70%).
Por fim, as restantes alternativas de resposta obtiveram os seguintes números e
percentagens: “Sessão Anterior” (6 – 5,80%); “Sessão específica sobre cancro” (3 –
2,90%).
Tabela 52. Local/Circunstância onde ouviu falar do Cancro do Colo do Útero (Após EPS)
Onde ouviu falar do Cancro do Colo do Útero
N %
Centro de Saúde 31 29,80 Hospital 9 8,70 Médico Particular 15 14,40 Revistas/Jornais 22 21,20 Amigos/Vizinhos/Familiares 12 11,50 Rádio/Televisão 43 41,30 Sessão específica sobre cancro 3 2,90 Sessão anterior 6 5,80 Nesta sessão 65 62,50 Outro 3 2,90
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 210 -
5.2.3 OPINIÃO SOBRE CANCRO DO COLO DO ÚTERO
Antes da EPS, relativamente à questão “O que pensa do Cancro do Colo do Útero”, o
total de respondentes foi 102, existindo 109 respostas.
Face às alternativas propostas, os números e percentagens de respostas foram os que
se apresentam na Tabela 53.
Embora 6 (5,90%) mulheres “não tivessem opinião”, verificámos que a resposta mais
assinalada foi de que “a doença pode ser tratada e curada se diagnosticada
precocemente” (91 – 89,20%). Existiram 6 (5,90%) mulheres que disseram que o Cancro
do Colo do Útero “Não tem cura” e 3 (2,90%) que “Não se pode evitar”.
Tabela 53. Opinião das Mulheres sobre o Cancro do Colo do Útero (Antes EPS)
O que pensa do Cancro do Colo do Útero N %
Não tem cura 6 5,90
Não se pode evitar 3 2,90
Não há exames para diagnosticar 1 1,00
Se diagnosticado precocemente pode ser tratado e curado 91 89,20
Outra opinião 2 2,00
Não tem opinião 6 5,90
Após a actividade, houve um total de 116 respostas, distribuindo-se de acordo com a
Tabela 54.
A 4ª opção de resposta “Se diagnosticado precocemente pode ser tratado e curado” (93 –
89,40%) continuou a ser a mais vezes mencionada. A resposta “Não se pode evitar”
constituiu a 2ª alternativa assinalada (8 – 7,70%) seguida de “Não há exames para
diagnosticar” este Cancro (6 – 5,80%). A opção “Não tem cura” foi registada 3 vezes
(2,90%) e “Não tem opinião” ainda surgiu em 4 situações de resposta (3,80%).
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 211 -
Tabela 54. Opinião das Mulheres sobre o Cancro do Colo do Útero (Após EPS)
O que pensa do Cancro do Colo do Útero N %
Não tem cura 3 2,90 Não se pode evitar 8 7,70 Não há exames para diagnosticar 6 5,80 Se diagnosticado precocemente pode ser tratado e curado 93 89,40
Outra opinião 2 2,00 Não tem opinião 4 3,80
5.2.4 FACTORES QUE PODIAM LEVAR AO APARECIMENTO DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO
Face ao “Conhecimento dos factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do
Colo do Útero” (Figura 46 a) verificámos que antes da actividade, para um total de 80
respondentes (100,00%), 10 (12,50%) referiram “Conhecer” e 70 (87,50%) “Não”.
No final da actividade, para um total de 81 respondentes (100,00%), 68 (84,00%)
responderam “afirmativamente”, e 13 (16,00%) ainda “não conheciam” (Figura 46 b).
a) Antes EPS b) Após EPS
Figura 46. Conhecimento dos Factores que podiam levar ao Aparecimento do Cancro do
Colo do Útero
84,00%
16,00%
84,62%
15,38%
NãoSim
84,62%
15,38%
NãoSim
84,00%
16,00% 12,50%
87,50%
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 212 -
Antes da actividade surgiram os factores apresentados na Tabela 55.
O factor mais evocado foi a “Higiene Íntima precária” (2 – 25,00%), apresentando todos
os outros motivos apontados o mesmo número e percentagem (1 – 12,50%).
Tabela 55. Factores que podiam levar ao Aparecimento do Cancro do Colo do Útero
(Antes EPS)
Factores N %
Doenças Sexualmente Transmissíveis 1 12,50
Factores Hereditários 1 12,50
Higiene Íntima precária 2 25,00
Promiscuidade Sexual 1 12,50
Lesões pré-existentes 1 12,50
Ter filhos cedo 1 12,50
Falta de acompanhamento Médico 1 12,50
Após a actividade educativa as respondentes enumeraram mais factores, como se pode
observar na Tabela 56.
O principal factor apontado para o aparecimento do Cancro do Colo do Útero foi a
“Existência de Vários Parceiros Sexuais” (17 – 24,60%), seguido das “Relações Sexuais
Precoces” (10 – 14,50%). As “Infecções Vaginais” (5 – 7,20%) e “Não fazer Prevenção” (5
– 7,20%) foram referidos em 3º lugar.
Os factores “Não fazer Citologia Papanicolaou” e “Não usar Preservativo” apresentaram
iguais números e percentagens 4 (5,80%) e foram assinalados em 4ª posição.
As “Doenças Sexualmente Transmissíveis”, a “Falta de Higiene Pessoal” e a “Diabetes”
surgiram em 5º lugar (3 - 4,30%).
Os restantes factores referidos apresentaram números e percentagens pouco
significativas.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 213 -
Tabela 56. Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do Colo do Útero
(Após EPS)
Factores N %
Álcool 1 1,40 Tabaco 2 2,90 Doenças pré-existentes 2 2,90 Infecções Vaginais 5 7,20 Relações Sexuais Precoces 10 14,50 Vários Parceiros Sexuais 17 24,60 Doenças Sexualmente Transmissíveis 3 4,30 Ausência de Vigilância Médica Periódica 2 2,90 Falta de Higiene Pessoal 3 4,30 Sexo desprotegido 2 2,90 Ter Filhos em Idades Precoces 1 1,40 Não fazer Citologia Papanicolaou 4 5,80 Ter muitos Filhos 1 1,40 Hipertensão 1 1,40 Diabetes 3 4,30 Não tratar Feridas pré-existentes 2 2,90 Não fazer Prevenção 5 7,20 Não usar preservativo 4 5,80 Obesidade 1 1,40
5.2.5 REALIZAÇÃO DA CITOLOGIA
Face à questão “Já alguma vez tinha feito Citologia Papanicolaou”, antes da EPS, 84
(79,25%) em 106 mulheres assinalaram “Sim” e 22 (20,75%) “Não”, enquanto após a
EPS, 82 em 103 (79,61%) seleccionaram “sim” e 21 (20,39%) “não” (Figura 47).
Figura 47. Realização do Teste Papanicolaou
NãoSim
Realização do Teste Papanicolau (2º questionário)
80,0%
60,0%
40,0%
20,0%
0,0%
Per
cen
tag
em
20,39%
79,61%
NãoSim
Realização do Teste Papanicolau (1º questionário)
80,0%
60,0%
40,0%
20,0%
0,0%
Per
cen
tag
em
20,75%
79,25%
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 214 -
No que diz respeito à distribuição da idade das mulheres que efectuaram a citologia
verificámos que todas as presentes na actividade e com idades compreendidas entre “35
e 54 anos”, bem como entre “60 e 64 anos” já a fizeram (Quadro 12).
Quadro 12. Grupo Etário versus Nº de Mulheres que efectuaram o Teste Papanicolaou
Grupo etário
(anos) N de mulheres
N de mulheres que
fizeram o teste PN
% de mulheres
que fizeram o
teste PN
<25 17 4 23,50 25 – 29 6 5 83,30 30 – 34 4 2 50,00 35 – 39 5 5 100,00 40 – 44 7 7 100,00 45 – 49 17 17 100,00 50 – 54 9 9 100,00 55 – 59 13 11 84,60 60 – 64 5 5 100,00 ≥≥≥≥ 65 19 16 84,20 Total 102 81
O número e percentagem de respostas à questão “Onde fez o Teste Papanicolaou”
encontra-se na Tabela 57. O maior número e percentagem de respostas recaiu no
“Centro de Saúde”, 48 - 57,80% antes da actividade e 55 – 67,10% após a sessão.
O “Médico Particular” foi a 2ª opção das mulheres, com 36 – 43,40% antes da actividade
e 35 – 42,70%, após a mesma.
O “Hospital” constituiu a 3ª alternativa com 11 (13,30%) respostas antes e 8 (9,80%) após
a EPS.
Tabela 57. Local onde realizaram a Citologia
N % Local
Antes EPS Após EPS Antes EPS Após EPS
Centro de Saúde 48 55 57,80 67,10 Hospital 11 8 13,30 9,80 Médico Particular 36 35 43,40 42,70 Outro local 3 2 3,60 2,40
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 215 -
5.2.6 UTILIDADE DA CITOLOGIA
A distribuição da possibilidade de respostas, antes da actividade e no final da mesma, foi
a que pode ser observada na Tabela 58.
Verificámos que, no final da actividade, houve um aumento na 2ª opção de respostas
“Diagnosticar precocemente o cancro”, bem como uma diminuição na 4ª opção “Tratar o
cancro”.
Tabela 58. Indicação da Citologia
N % Factores
Antes EPS Após EPS Antes EPS Após EPS
Evitar o cancro 7 17 7,10 16,70
Diagnosticar precocemente o cancro
44 61 44,90 59,80
Diagnosticar lesões pré-cancerosas do colo do útero
54 54 55,10 52,90
Tratar o cancro 3 2 3,10 2,00
5.2.7 “RAZÕES” QUE LEVARAM A PARTICIPAR NA ACTIVIDADE DE EPS
Quando questionadas sobre a “razão porque vieram assistir a esta sessão” das 111
mulheres obtivémos um total de 121 respostas, antes da EPS (Tabela 59).
A “Necessidade de informação” foi o principal motivo assinalado pelas mulheres (83 -
81,40%) para assistir à actividade educativa. O 2º foi “Não saber nada sobre o tema” (15
– 14,70%). É de considerar que 11 (10,80%) respondentes foram assistir a esta
actividade porque “Estiveram presentes na sessão anterior e a consideraram importante”
e 4 (3,90%) “Ouviram dizer que a sessão anterior tinha sido interessante”.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 216 -
Tabela 59. Motivos que levaram a assistir à actividade (Antes EPS)
Motivos N %
Estar presente na sessão anterior e achar importante
11 10,80
Ouvir dizer que a sessão anterior foi interessante
4 3,90
Não saber nada sobre o tema 15 14,70
Para ficar informada 83 81,40
Familiares/amigos/vizinhos com a doença
3 2,90
Estar no local 3 2,90
Para passar o tempo 1 1,00
Outro 1 1,00
No final da actividade de EPS solicitámos a “Opinião das presentes sobre a mesma” e
verificámos que das 111 mulheres obtivemos um total de 133 respostas.
Tabela 60. Opinião das Mulheres sobre a EPS (Após EPS)
Opinião N %
Já sabia tudo 9 8,70
Ficou informada 83 80,60
Necessita de mais informação 12 11,70
Mais motivada para realizar o Teste 29 28,20
De acordo com a Tabela 60, o maior número de respostas situou-se na opção “Ficou
informada” (83 – 80,60%). Em 2º lugar foi assinalada a opção “Mais motivada para
realizar o Teste Papanicolaou” (29 - 28,20%). A alternativa “Necessita de mais
informação” foi indicada por 12 (11,70%) mulheres.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 217 -
CAPÍTULO VII
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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1. DISCUSSÃO
Os avanços científicos que se têm operado ao nível do conhecimento do Cancro e do
Cancro do Colo do Útero não têm correspondido a uma efectiva diminuição das taxas de
morbi-mortalidade continuando a fazer sentido a Educação Para a Saúde.
O Cancro do Colo do Útero, como situação que se pode evitar e curar, mantém-se um
problema de Saúde Pública, tendo em conta as taxas elevadas de incidência e de
mortalidade que, ainda, apresenta.
Neste capítulo discutimos os resultados, anteriormente apresentados, tendo por base os
objectivos que nos propusemos alcançar.
���� “Adesão” das Mulheres à Citologia Cervical nos anos 2003 e 2004
Nos anos 2003 e 2004 realizaram pelos menos uma citologia cervical 1330 mulheres nos
Centros e Extensões de Saúde de referência. Houve mulheres que efectuaram mais do que
uma citologia nesses anos, pelo que o número total de citologias realizadas foi de 1567,
sendo 903 (57,63%) em 2003 e 664 (42,37%) em 2004.
Face ao número de mulheres inscritas concluímos que um grande número não efectuou este
exame.
A maior parte das citologias foram realizadas nas consultas de Planeamento Familiar
seguindo-se as de Rastreio Oncológico. De acordo com as Directrizes do Ministério da
Saúde e o Plano Oncológico Nacional estas eram isentas de taxas moderadoras, o que
parece justificar a sua opção.
As consultas de Saúde de Adultos e de Clínica Geral foram pouco utilizadas para o efeito. A
Revisão do Puerpério não é o momento indicado para efectuar este exame, devido às
características do material recolhido, no entanto também foi usada para esse fim. Após a
nossa intervenção junto dos Enfermeiros observámos que foram efectuádas menos
citologias, durante este procedimento, em 2004 do que em 2003. Em Consulta Privada,
apenas, há registo de citologias no ano 2003. As utentes justificaram a procura destas
consultas devido à inexistência de Médicos especialistas em Ginecologia nos Centros de
Saúde.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 220 -
Nos anos de referência o maior número de citologias foi efectuado por Médicas o que está de
acordo com a análise documental do instrumento “Registo de Pedido de Citologia”. Esta
situação pode estar relacionado com o facto do Médico de Família ser do género masculino e
sentir necessidade de recorrer ao profissional do sexo feminino para a realização da citologia.
As mulheres verbalizaram a preferência por uma Médica alegando vergonha do profissional
“homem” bem como “ser da terra e conhecido”. Na opinião de Patrão et al., (2002) “o médico
pode inibir a adesão à citologia, por ser o próprio médico de família da mulher e sobretudo se
for do sexo masculino” (p. 105).
O maior número das mulheres, em 2003 e 2004, realizaram citologias por influência do
Enfermeiro (a). A seguir foi a Utente que tomou a iniciativa. Do total de citologias efectuadas
registou-se uma percentagem pouco significativa por convocatória.
Nos anos de referência, um grande número de citologias apresentaram como resultado Grau
I, seguido do Grau II com menor percentagem. Nos dois anos surgiram poucos casos de
resultado Grau III.
No ano 2004 apareceu um pequeno número de registos como Anomalias (células epiteliais)
e Negativo com inflamação o que não se verificou em 2003. Este facto parece estar
relacionado com a nossa intervenção face à análise efectuada dos registos dos Enfermeiros
no instrumento de “Adesão” à Citologia, pois foi por nós solicitado o registo de toda a
informação recebida dos Laboratórios.
No que concerne à Intervenção face aos resultados das citologias concluímos que, no ano
2003 e 2004 não existiu uniformidade de critérios para a repetição da citologia. Em 2003,
relativamente ao Grau I, havia Médicos que decidiram mandar fazê-la após um ano e outros
após três. No ano 2004 a situação inverteu-se, isto é, a repetição da citologia foi em maior
percentagem mandada repetir após 3 anos do que após 1 ano.
No preenchimento destes questionários registaram-se imprecisões e ausência de registos,
pelo que foi necessário efectuar reuniões com os Enfermeiros e observar a forma como eram
realizados.
���� Representação Social dos Profissionais de Saúde
Os Profissionais de Saúde, na totalidade, emitiram uma opinião positiva sobre a EPS nos
Cuidados de Saúde Primários.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 221 -
No que concerne às Estratégias mencionaram que na EPS deveriam privilegiar a
“Educação Continuada” e as “Sessões Individuais ou em Grupo”.
Os Profissionais (50,00%) referiram que “Todos os contextos são apropriados” para
realizar EPS.
No quotidiano da sua prática, a maior percentagem, afirmou que realizava EPS nos CSP
“Sempre que necessário”.
A temática prioritária de abordagem foram os “Cuidados com a alimentação”. Apenas um
profissional referiu os “Cuidados de vida saudável” e as “Doenças Sexualmente
Transmissíveis”. O Cancro não foi mencionado como área de intervenção em EPS.
O principal objectivo dos Profissionais (53,85%) foi “Dotar os doentes de conhecimentos”.
É de realçar que utilizaram o termo “doentes” em CSP em vez de utentes e que o seu
objectivo estava mais vocacionado para a doença do que para a Promoção da Saúde ou
para a Prevenção da doença. Este facto vai de encontro à opinião de Silva (2002) quando
refere que “a perspectiva médica é essencialmente epidemiológica, (…) que observa a
saúde pela negativa, através do estudo da doença e da morte.” (p. 196).
Verificámos, também, que 50,00% (13) dos Profissionais de Saúde, na EPS, tinha como
resultados esperados “mudar atitudes” e 38,50% (10) “melhorar os comportamentos dos
doentes”.
A maior parte dos Profissionais possuía uma representação negativa de Cancro (“Cancro
era uma doença grave”, “Patologia de gravidade variável”, “Conotação negativa”,
“Doença degenerativa” e “Neoplasia Maligna”). À simbologia de Cancro apenas 18
Profissionais responderam com duas palavras, tendo para 13 (50,00%) dos 26 (100,00%)
o significado de “Sofrimento/Dor”. Para os restantes era também muito negativo, à
excepção de 2 (7,70%) que referiram “Esperança e Desafio”.
A opinião e o significado sobre o cancro apresentados estão de acordo com o
referenciado por Trill (2002) quando afirma que (…) “el cáncer es una enfermedade
temida en todas las culturas.” (…) e que a “su asociación al sufrimiento, al dolor y a la
muerte transgredí barreras geográficas y culturais (…), pelo que “la interpretación y o
significado que cada individuo le asigna a la enfermedad está influido por variables y
actitudes culturales …(p. 639).
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 222 -
Nas respostas dos Profissionais referentes à abordagem do Cancro no Centro de Saúde
registaram-se inúmeras contradições, uma vez que todos referiram que esta problemática
não era abordada. No entanto, a maioria mencionou que realizava EPS sobre o mesmo,
preferencialmente nas “Consultas Programadas” e depois “Sempre que necessário”.
Referiram, também os objectivos, apontando como principais a “Prevenção” e “Alertar e
incentivar para o rastreio”.
A maioria dos Profissionais (17 – 65,40%) afirmou, ainda, que “Ás vezes sentia algum
tipo de constrangimento” quando abordava o assunto e referiu como reagiam as pessoas
quando era focado.
Grande parte dos mesmos (18 dos 26 Profissionais) registou que já teve ou tinha
familiares ou amigos com Cancro tendo 14 mencionado a influência deste facto no
desempenho da EPS.
Face às contradições apresentadas, parece-nos que os Profissionais referiram o que
acreditavam dever fazer e não a sua prática quotidiana.
O maior número e percentagem dos Profissionais de Saúde emitiu um conhecimento
científico adequado face ao Cancro do Colo do Útero. No entanto, 3 (11,54%)
consideraram-no uma “Doença problemática”, não dando explicando o motivo.
No que concerne às Estratégias para a Profilaxia do mesmo o “Rastreio” foi a resposta
com maior número e percentagem (11 - 42,32%). De salientar, que alguns Profissionais
(4 - 15,38%) referiram a EPS como uma “Obrigatoriedade de cumprimento das
orientações da DGS” e que outros (2 - 7,69%) recomendaram a “Citologia anual” como
estratégia para a sua Profilaxia.
Verificámos, mais uma vez, a existência de contradições, pois na prática, o tipo de
Rastreio utilizado era o oportunista sem controlo nem avaliação e a citologia tanto era
anual como de três em três anos.
���� Contributos das actividades de Educação Para a Saúde realizadas
As actividades de EPS Individuais e a Grupos tiveram contributos positivos, pois a
obtenção de informação relevante acerca da problemática do estudo constituiu um dos
principais.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 223 -
Para as mulheres os contributos essenciais da EPS Individual e de Grupo foram a
“aquisição” de informação e a motivação para a realização da citologia.
Antes da EPS Individual as utentes possuíam uma representação social de Cancro
negativa, reveladora de desconhecimento do mesmo, verbalizando “Provoca muito
sofrimento e dor”, “Leva sempre à morte”, “Não tem cura”, “É contagiosa”, “Não tem
tratamento” e “Não há medicamentos para aliviar as dores”, o que está de acordo com
Matias (2002) quando refere “Esquecidos os grandes flagelos sociais, o cancro passa a
ser associado ao sofrimento e à morte.”, ou “São igualmente recorrentes os temores
sobre o contágio” (p. 101).
As mulheres consideraram ser “Muito importante” e “Importante” a EPS sobre Cancro
justificando “ter interesse adquirir conhecimentos para fazer prevenção”.
O maior número e percentagem de mulheres (117 - 62,23%) referiu que nos Centros de
Saúde o Cancro não era abordado e quando o faziam o Enfermeiro (a) era o Profissional
de Saúde mais apontado. Os principais objectivos consistiam em “Explicar a importância
de fazer rastreios” e “Informar sobre medidas preventivas”.
As mulheres apresentavam uma enorme necessidade de serem ouvidas, esclarecidas e
informadas face às suas preocupações, dúvidas e áreas de interesse apresentadas.
As actividades permitiram aumentar o conhecimento das mulheres acerca do Cancro do
Colo do Útero, pois embora o maior número e percentagem (161 - 85,64%) já tivésse
ouvido falar deste Cancro, registou-se um aumento após a intervenção (187 – 99,47%).
A maior fonte de informação consistiu na “Televisão/Rádio” antes e após a EPS, o que é
corroborado por Dias (2002) ao considerar que “os meios de comunicação social
desempenham um papel preponderante na divulgação pedagógica de informação
respeitante à doença oncológica, constituindo-se como verdadeiros agentes de promoção
de saúde” (p. 244).
No final da EPS, esta actividade educativa foi a mais referenciada (182 - 96,81%) como
fonte de informação acerca do Cancro do Colo do Útero.
As mulheres, após a EPS, consideraram que o Cancro do Colo do Útero quando
“diagnosticado precocemente pode ser tratado e curado” mas 2 (1,06%), ainda, referiram
que “Não tem cura” e 1 (0,53%) que “Não se pode prevenir”.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 224 -
No final da actividade, praticamente, todas as mulheres conheciam factores que podiam
levar ao aparecimento deste Cancro (196 - 98,94%), sendo os mais referenciados as
“Doenças Ginecológicas” seguidas da “Promiscuidade Sexual”. Contudo, duas mulheres
continuaram a referir desconhecimento.
Durante a EPS foi dado grande realce às Doenças Sexualmente Transmissíveis e,
nomeadamente, ao HPV. No entanto, concluímos que as primeiras foram pouco
mencionadas e o segundo não foi referido pelas mulheres. Será que esta situação se
prendeu com factores de ordem sócio-cultural?
Nos Centros de Saúde de referência uma elevada percentagem de mulheres que assistiu
à EPS já tinha realizado citologia, sendo estes os locais onde, habitualmente, a
efectuavam. O intervalo de realização da mesma dispersou-se por vários períodos,
embora 54 (37,76% ) mulheres a tivessem efectuado “Anualmente”.
Relativamente à data da última citologia verificámos que 14 mulheres (9,79%) não
“sabiam/não se lembravam” quando a tinha efectuado. A maior percentagem tinha-a
efectuado nos anos 2003 (37,06%) e 2002 (20,28%).
No que concerne ao resultado, o maior número de mulheres (88 - 61,82%) mencionou ter
“Grau I”. O “Grau II” foi referido por 12 utentes (8,33%) e o “Grau V” por uma (0,69%).
Um grande número e percentagem de mulheres (41 - 28,47%) “desconheciam” o
resultado da citologia.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 225 -
CAPÍTULO VIII
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
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- 227 -
1. CONTRIBUTOS DA EPS PARA A PREVENÇÃO DO CANCRO DO COLO DO
ÚTERO
A Investigação realizada permitiu chegar a algumas conclusões que, face às limitações
referidas, suscitam algumas recomendações.
A alusão à Prevenção do Cancro do Colo do Útero, ao Rastreio e à citologia como exame
de rastreio, são aspectos que poderão ter interesse para futuras investigações
delinearem programas de rastreio deste Cancro.
É necessário, também, o desenvolvimento de novos estudos integrados com a prática
profissional, sobre a eficácia da prevenção, os programas de prevenção, o impacto
psicológico da prevenção do Cancro e as estratégias de detecção, o que vai de encontro
às recomendações da ONS (2004).
Os registos Médicos e de Enfermagem existentes nos contextos de estudo eram
insuficientes, pouco precisos, sem critério, pouco operacionais e de difícil acesso. Assim,
o ideal seria que os mesmos fossem informatizados, por forma a que os Profissionais de
Saúde tivessem mais tempo para outras actividades.
Deveria ser realizada EPS de acordo com as necessidades individuais dando ênfase à
Promoção da Saúde e à Prevenção da Doença. As actividades de grupo quando
realizadas devem ser planificadas, com estudo prévio dos interesses dos utentes
relativamente às temáticas a abordar, uma vez que as mulheres referiram uma enorme
necessidade de esclarecimento e informação.
Sugerimos formação contínua dos Profissionais de Saúde para que se actualizem e
possam implementar estas alterações.
A “aquisição” de informação e a motivação para a citologia foram alguns dos contributos
da EPS Individual e de Grupos. Contudo, o ideal seria a apropriação, uma vez que só
assim é possível mudar comportamentos, bem como alterar crenças, tabus, valores…
O Instrumento de “ Adesão” das Mulheres à Citologia Papanicolaou elaborado e colocado
em experiência apresenta deficiências. Assim, sugere-se a sua análise e revisão pelas
entidades responsáveis da Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo, incluindo o
coordenador do Programa Tumores Malignos, com a colaboração da autora do
instrumento anteriormente referido.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 228 -
Das utentes inscritas um pequeno número realizou citologia nos anos de referência o que
parece poder justificar-se pela inexistência de critérios para a efectuar, bem como pelo
facto de não constituir um hábito daquela população realizá-la com frequência,
principalmente a partir da faixa etária dos 55 anos.
A inexistência de registos, provavelmente, dificulta a tomada de decisão para a marcação
da próxima citologia.
O Enfermeiro (a) constituiu o elemento da Equipa de Saúde que mais influenciou as
utentes neste âmbito, talvez pela sua proximidade e facilidade de acesso.
Os Profissionais de Saúde, Médicos e Enfermeiros, podem influenciar os
comportamentos de adesão das mulheres à citologia de forma positiva, se acreditarem na
sua eficácia como medida preventiva, a recomendarem e a marcarem.
Os aspectos, anteriormente, mencionados inerentes ao Sistema de Cuidados de Saúde
Primários, bem como a utilização regular do vocábulo doente em detrimento de utente,
pode ser um indicador de que este Sistema de Cuidados ainda está muito vocacionado
para os aspectos curativos. Este facto foi, também, identificado na observação efectuada.
Os Centros de Saúde não colocaram em prática os critérios definidos pela Sub-Região de
Saúde de Viana do Castelo, no que concerne à citologia do Cancro do Colo do Útero,
parecendo não existir controlo e avaliação. No nosso ponto de vista os Profissionais de
Saúde devem reunir, discutir opiniões, encontrar consensos, de forma a uniformizar
critérios e elaborar programas que permitam dar cumprimento às directrizes emanadas.
A re (activação) do Registo Oncológico era, também, um compromisso que não foi
cumprido, uma vez que não existiam registos exactos e actualizados das citologias e o
Instituto Português de Oncologia (RORENO), também não os possui. Propomos a
implementação de um instrumento de registo de citologias que favoreça a obtenção de
dados relativamente a esta problemática, bem como a existência de um elemento
responsável pela verificação do preenchimento do mesmo.
O Cancro e o Cancro do Colo do Útero não constituiram temáticas abordadas pelos
Profissionais de Saúde, apesar da Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo contemplar
no seu Plano de Acção 2000 – 2003 e no Programa Tumores Malignos o Projecto
“Prevenção do Cancro do Colo do Útero”. Assim, a investigação realizada teve
contributos positivos, uma vez que no período em que decorreu foi efectuada EPS sobre
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
- 229 -
Cancro do Colo do Útero de acordo com as recomendações da Sub-Região de Saúde e
do Plano Oncológico Nacional.
Recomendamos, então, que sejam revistos os Projectos prioritários deste Sistema Local
de Saúde, uma vez que apesar dos programas nacionais e locais existentes não houve
alterações das taxas de incidência por este Cancro.
Nas actividades de Educação para a Saúde desenvolvidas sobre “Prevenção do Cancro
do Colo do Útero “ abordámos a importância da vacina em estudo.
Na Formação em Enfermagem, ao nível da Licenciatura, é importante o investimento em
termos de Ensinos Clínicos, com acompanhamento adequado, para que os formandos
consolidem na prática a teoria ministrada sobre Cancro e Cancro do Colo do Útero. A
área das representações do Cancro deve ser muito bem trabalhada com os mesmos,
tendo em vista uma eficaz Educação para a Saúde.
Sugerimos que a Escola Superior de Enfermagem de Viana do Castelo inicie Cursos de
Pós-graduação e Mestrados em Oncologia, não esquecendo os tipos de cancro evitáveis
e curáveis, como o Cancro do Colo Uterino.
Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro
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ANEXOS
ANEXO I
ANEXOS
ANEXO II
“ADESÃO” DAS MULHERES À CITOLOGIA PAPANICOLAOU
CENTRO DE SAÚDE/EXTENSÃO DE __________________________________
Nº de Processo __________________________ Nº de Utente _____________________
Nome __________________________________________________________________
Telefone / Telemóvel ______________________________________________________
Data de nascimento _______________________________Idade ___________________
Escolaridade ____________________________________________________________
Estado civil _____________________________ Religião _________________________
Profissão _______________________________________________________________
Residência ______________________________________________________________
Freguesia _______________________________________________________________
Módulo _________________________________________________________________
Médico de Família ________________________________________________________
Data da citologia efectuada _________________________________________________
Consulta em que realizou a citologia __________________________________________
Profissional de Saúde que efectuou a citologia __________________________________
Realizou a citologia por decisão de quem (própria, convocada, médico, enfermeira,
outro)? _________________________________________________________________
Para além do Centro de Saúde já realizou citologia em consulta privada? ____________
Porquê? ________________________________________________________________
Resultado da citologia actual ________________________________________________
Intervenção face ao resultado actual __________________________________________
Data das citologias e resultados:
DATA RESULTADO DATA RESULTADO
OBS: _____________________________________________________________
ANEXO III
Questionário a Profissionais de Saúde
Exmo. (a) Senhor (a),
Sou professora na Escola Superior de Enfermagem de Viana do Castelo e estou a fazer o
doutoramento no Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar da Universidade do Porto.
Pretendo levar a cabo um Estudo sobre “Educação Para a Saúde – Contributos para a
Prevenção do Cancro”.
Para que este trabalho seja possível necessito da Vossa Colaboração no preenchimento
do questionário que se segue.
Este questionário constitui uma das fontes importantes de recolha de informação para o
trabalho que pretendo levar a efeito, dependendo das vossas respostas a qualidade dos resultados.
Solicito, deste modo, o seu preenchimento na totalidade, garantindo que todas as
informações são absolutamente confidenciais.
OBS: Se necessário pode utilizar o verso da página para continuar as respostas.
Muito grata pela preciosa colaboração,
(Isaura Maria Bata Henriques Peixoto Branco)
________________
Questionário a Profissionais de Saúde
Parte I
Parte II
Parte II
1- O que pensa da Educação para a Saúde (EPS) nos Cuidados de Saúde Primários? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
1- Idade ______________ (Anos)
2- Sexo:
Masculino □
Feminino □
3- Estado Civil:
Solteiro □
Casado / União Marital □
Divorciado / Separado □
Viúvo □
4- Profissão: ____________________________________________
5- Categoria Profissional __________________________________________
6- Especialidade:
Sim □ Qual? _________________________________________
Não □
7- Tempo de serviço na profissão _________________________________
8- Serviço onde exerce actualmente a profissão ___________________________
9- Há quanto tempo exerce funções neste serviço? ________________________
1
Questionário a Profissionais de Saúde
2- Na sua opinião, qual ou quais as estratégias considera mais adequadas para realizar
EPS?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3- Que contexto (s) considera mais apropriados para efectuar EPS? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 4- No quotidiano da sua prática em que situações / circunstâncias realiza EPS?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 5- Nas actividades de EPS que realiza quais são as temáticas, por ordem de prioridades,
que mais, frequentemente, aborda?
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6- Com que objectivo (s) faz EPS? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2
Questionário a Profissionais de Saúde
7- Que resultado (s) espera obter com a EPS? _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________
Parte III
1- Que opinião tem do Cancro? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________
2- Em que situações / circunstâncias faz EPS sobre o cancro?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3- Quando faz EPS sobre cancro quais são os seus objectivos?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3
Questionário a Profissionais de Saúde
4- Sente constrangimentos quando tem que abordar o cancro?
* Sim □
* Não □
* Às vezes □ Justifique_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4.1- Se respondeu afirmativamente à questão anterior refira os principais
constrangimentos:
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 5- Por norma, como reagem as pessoas quando fala sobre o cancro?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6- Refira numa ou duas palavras (no máximo) o que para si representa ou traduz o cancro
(palavra ou palavras a que associa o cancro):
__________________________________________________________________________________________________________________________________
7- Teve ou tem na família ou no grupo de amigos alguém com cancro?
* Sim □
* Não □
* Não sabe □
4
Questionário a Profissionais de Saúde
7.1- Se respondeu afirmativamente à questão anterior de que forma este facto influencia o
seu desempenho no âmbito da EPS sobre Cancro?
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Parte IV
1- O que pensa do Cancro do Colo do Útero? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2- Que estratégias propõe para a profilaxia do Cancro do Colo do Útero? ___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Obrigada pelo tempo dispendido
5
ANEXO IV
Educação Para a Saúde Individual (Antes da Intervenção)
________________
Ex ma Senhora,
Sou professora na Escola Superior de Enfermagem de Viana do Castelo e estou a fazer o
doutoramento no Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar da Universidade do Porto.
Pretendo levar a cabo um Estudo sobre “Educação Para a Saúde – Contributos para a
Prevenção do Cancro”.
Para que este trabalho seja possível necessito da Vossa Colaboração no preenchimento
do questionário que se segue.
Este questionário constitui uma das fontes importantes de recolha de informação para o
trabalho que pretendo levar a efeito, dependendo das vossas respostas a qualidade dos resultados.
Solicito, deste modo, o seu preenchimento na totalidade, garantindo que todas as
informações são absolutamente confidenciais.
Muito grata pela preciosa colaboração,
(Isaura Maria Bata Henriques Peixoto Branco)
Educação Para a Saúde Individual (Antes da Intervenção)
Parte I
Parte II
1- Já alguma vez lhe falaram de cancro no Centro de Saúde?
* Sim □
* Não □
* Não se lembra □
Se respondeu afirmativamente à questão anterior refira:
1.1- Quem lhe falou com mais frequência sobre cancro:
* Médico (a) □
* Enfermeiro (a) □
* Médico (a) e Enfermeiro (a) □
* Outro □ Quem ___________________________
1- Idade ______________ (Anos) 2- Morada (completa) Rua ____________________________________________ Nº ________ Lugar ______________________________________________________ Freguesia ___________________________________________________ 3- Estado Civil:
*Solteira □ *Divorciada / Separada □
*Casada □ *Viúva □
*União Marital □ *Outro □
4- Escolaridade:
*Não sabe ler / escrever □ *Entre o 10º e o 12º Ano □
*Até à 4ª classe □ *Superior ao 12º Ano □
*Entre o 5º e o 9º Ano □
5- Profissão: _________________________________________________________
1
Educação Para a Saúde Individual (Antes da Intervenção)
1.2- Com que objectivo (s) lhe falaram do cancro? (Assinale com um X a resposta ou respostas que mais se adequam ao seu caso)
* Informar sobre estilos de vida saudáveis □
* Informar sobre as medidas preventivas □
* Dar a conhecer os factores de risco □
* Explicar a importância de fazer rastreios □
* Explicar a necessidade de fazer outros exames □
* Informar que tinha cancro □
* Informar dos tratamentos existentes □
* Outro □ – Qual ___________________
_______________________________________________________________
1.3- Onde lhe falaram de cancro no Centro de Saúde:
(Assinale com um X a resposta ou respostas que mais se adequam ao seu caso)
* Na consulta médica □
* No gabinete de Enfermagem □
* Na sala de reuniões □
* Na sala de espera □
* Em sessão específica para falar de cancro □
* Outro □ – Qual________________________
_______________________________________________________________
2- Teve ou tem algum familiar com cancro?
* Sim □
* Não □
* Não sabe □
Quem? _________________________________________________________
2
Educação Para a Saúde Individual (Antes da Intervenção)
3- Na sua opinião o cancro é uma doença que: (Assinale com um X a resposta ou respostas que mais se adequam ao seu caso)
* É contagiosa □
* Não tem cura □
* Se for “descoberta” cedo pode ser tratada □
* Leva sempre à morte □
* Provoca muito sofrimento e dor □
* Não há medicamentos para aliviar as dores □
* Não tem tratamento □
* Pode ser evitada □
* Outra □ – Qual _________________________ ______________________________________________________________________________ 4- Refira duas palavras a que associa o cancro:
__________________________________________ __________________________________________
5- Acha que a educação para a saúde sobre cancro é:
* Muito importante □
* Importante □
* Nem importante nem pouco importante □
* Pouco importante □
* Nada importante □ *Porquê? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________
6- O que gostaria de saber sobre o cancro? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3
Educação Para a Saúde Individual (Antes da Intervenção)
Parte III
1- Já ouviu falar do Cancro do Colo do Útero?
* Sim □
* Não □
* Não se lembra □
Se respondeu Sim à questão anterior refira:
1.1- Onde ouviu falar deste cancro?
(Assinale com X a resposta ou respostas que se adequam ao seu caso)
* Centro de Saúde □
* Hospital □
* Médico Particular □
* Televisão/Rádio □
* Revistas/Jornais □
* Amigos/Vizinhos/Familiares □
* Em sessão específica sobre cancro □
* Outro □ – Qual _____________________________ _______________________________________________________________
1.2- Quem lhe falou, com mais frequência, sobre o Cancro do Colo do Útero?
(Assinale com X a resposta mais adequada ao seu caso)
* Médico (a) □
* Enfermeiro (a) □
* Médico (a) e Enfermeiro (a) □
* Médico (a) Particular □
* Outro □ – Quem ____________________________ _______________________________________________________________
4
Educação Para a Saúde Individual (Antes da Intervenção)
2- Na sua opinião o Cancro do Colo do Útero é uma doença que: (Assinale com X a resposta ou respostas que considera adequadas)
* Não tem cura □
* Não se pode evitar □
* Se for “descoberta” cedo pode ser tratada e curada □
* Não há exames para a descobrir □
* Não tem opinião □
* Outra □ – Qual ______________________ ____________________________________________________________________________
3- Sabe que motivos (factores) podem levar ao aparecimento deste cancro?
* Sim □ – Refira três (3) factores:
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
* Não □
4- Já alguma vez fez o Teste Papanicolaou?
* Sim □
* Não □
* Não sabe/Não se lembra □
5- Na sua opinião o Teste Papanicolaou serve para:
(Assinale com X a resposta ou respostas que considera adequadas)
* Evitar o cancro □
* ”Descobrir” o cancro o mais cedo possível □
* Tratar o cancro □
* Não tem interesse fazer este exame □
* Não tem opinião □
* Outra □ – Qual ___________________________
5
Educação Para a Saúde Individual (Após a Intervenção)
Parte I
Parte II
1- Já ouviu falar do cancro do colo do útero?
* Sim □
* Não □
* Não se lembra □
1- Idade ______________ (Anos) 2- Morada (completa) Rua ____________________________________________ Nº ________ Lugar ______________________________________________________ Freguesia ___________________________________________________ 3- Estado Civil:
*Solteira □ *Divorciada / Separada □
*Casada □ *Viúva □
*União Marital □ *Outro □
4- Escolaridade:
*Não sabe ler / escrever □ *Entre o 10º e o 12º Ano □
*Até à 4ª classe □ *Superior ao 12º Ano □
*Entre o 5º e o 9º Ano □
5- Profissão: _______________________________________________________
1
Educação Para a Saúde Individual (Após a Intervenção)
Se respondeu Sim à questão anterior refira: 1.1- Onde ouviu falar deste cancro?
(Assinale com X a resposta ou respostas que se adequam ao seu caso)
* Centro de Saúde □
* Hospital □
* Médico Particular □
* Televisão / Rádio □
* Revistas/Jornais □
* Amigos/Vizinhos/Familiares □
* Em sessão específica sobre cancro □
* Nesta sessão □
* Outro □ – Qual______________________________
1.2- Quem lhe falou com mais frequência sobre o cancro do colo do útero?
(Assinale com X a resposta que se adequa ao seu caso)
* Médico (a) □
* Enfermeiro (a) □
* Médico (a) e Enfermeiro (a) □
* Médico (a) Particular □
* Outro □ – Quem ___________________________________
2- Na sua opinião o cancro do colo do útero é uma doença que:
(Assinale com um X a resposta ou respostas que considera adequadas)
* Não tem cura □
* Não se pode evitar □
* Se for “descoberta” cedo pode ser tratada e curada □
* Não há exames para a “descobrir” □
* Não tem opinião □
* Outra □– Qual __________________
2
Educação Para a Saúde Individual (Após a Intervenção)
3- Sabe que motivos (factores) podem levar ao aparecimento deste cancro?
* Sim □ Refira três (3) factores que lhe parecem mais importantes: ________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
* Não □
4- Já alguma vez fez o Teste Papanicolaou?
* Sim □
* Não □
* Não sabe/Não se lembra □ Se respondeu Sim à questão anterior refira: 4.1- Onde costuma fazer o Teste Papanicolaou?
(Assinale com X a resposta ou respostas mais adequadas ao seu caso)
* Centro de Saúde □
* Hospital □
* Médico Particular □
* Outro □ – Qual _______________________________ 4.2- Com que frequência costuma fazer este exame?
(Assinale com X a resposta mais adequada ao seu caso)
* Só fez uma vez □
* De seis em seis meses □
* Todos os anos □
* De dois em dois anos □
* De três em três anos □
* Mais de três anos □
* Depende do resultado do exame □
* Não sabe □
3
Educação Para a Saúde Individual (Após a Intervenção)
4.3- Quando fez o último exame?
* Ano _______________________
* Não sabe / Não se lembra □ 4.4- Qual o resultado?
* Grau I □
* Grau II □
* Grau III □
* Grau IV □
* Grau V □
* Não sabe □ 5- Na sua opinião o Teste Papanicolaou serve para:
(Assinale com X a resposta ou respostas que considera adequadas)
* Evitar o cancro □
* “Descobrir” o cancro o mais cedo possível □
* Tratar o cancro □
* Não tem interesse fazer este exame □
* Não tem opinião □
* Outra □ - Qual___________________________ _________________________________________________________________________ 6- Depois de lhe ter falado sobre este assunto acha que:
(Assinale a resposta ou respostas mais adequada (s) ao seu caso)
* Já sabia tudo o que foi dito □
* Ficou informada □
* Necessita de mais informação □
* Está mais motivada para realizar o Teste Papanicolaou □
* Foi uma perda de tempo □
* Outro □ – Qual_________________ ___________________________________________________________________________ OBS:_______________________________________________________________________
Obrigada pelo tempo dispendido.
4
ANEXO V
Questionários Primeiras Actividades de EPS a Grupos
Primeiras Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Antes da Intervenção)
Exma. Senhora,
Sou professora na Escola Superior de Enfermagem de Viana do Castelo e estou a fazer o
doutoramento no Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar da Universidade do Porto.
Pretendo levar a cabo um Estudo sobre “Educação para a Saúde – Contributos para a
Prevenção do Cancro do Colo do Útero”
Para que este trabalho seja possível necessito da Vossa Colaboração, no preenchimento
do questionário que se segue.
Este questionário constitui uma das fontes importantes de recolha de informação, para o
trabalho que pretendo levar a efeito, dependendo das vossas respostas a qualidade dos
resultados. Solicito, deste modo, o seu preenchimento na totalidade, garantindo que todas as
informações são absolutamente confidenciais.
Muito grata pela preciosa colaboração,
(Isaura Maria Bata Henriques Peixoto Branco)
___________
Primeiras Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Antes da Intervenção)
Parte I 1- Data de nascimento ___/___/_____ Idade ____________ 2- Morada (completa)
Rua _____________________________________________ nº____
Lugar __________________________ Freguesia _____________________________
3- Estado Civil
Solteira □ Divorciada / Separada □
Casada □ Viúva □
União Marital □ Outro □ 4- Escolaridade
Não sabe ler / escrever □ Entre o 10º e 12º Ano □
Até à 4º classe □ Superior ao 12º Ano □
Entre o 5º e 9º ano □ 5- Profissão ______________________________
Parte II 1- Já alguma vez ouviu falar em Cancro do Colo do Útero
(Assinale com um X apenas uma resposta)
Sim □
Não □
Vagamente □
Não sabe/não se lembra □
1
Primeiras Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Antes da Intervenção)
2- Se respondeu Sim, onde foi?
(Assinale com um X a resposta ou respostas que se adequam ao seu caso)
Centro de Saúde □
Hospital □
Médico Particular □
Televisão □
Revistas/Jornais □
Amigos/Vizinhos/Familiares □
Outro □ Qual? _____________________________ 3- O que pensa sobre o Cancro do Colo do Útero:
(Assinale com um X a resposta ou respostas que considera adequadas)
Doença que não tem cura □
Doença que não se pode evitar □
Não há exames para diagnosticar (descobrir) a doença □
Doença que se for diagnosticada (descoberta) cedo pode ser tratada □
Não tem opinião □
4- Sabe que motivos (factores) podem levar ao aparecimento deste cancro?
(Assinale com um X apenas uma resposta)
Sim □ Quais? _____________________________________________ ______________________________________________
Não □
5- Já alguma vez fez o Teste Papanicolaou?
(Assinale com um X apenas uma resposta)
Sim □
Não □
Não sabe/Não se lembra □
2
Primeiras Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Antes da Intervenção)
6- Se já fez o Teste Papanicolaou, onde foi?
(Assinale com um X a resposta ou respostas que se adequam ao seu caso)
Centro de Saúde □
Hospital □
Médico Particular □
Não sabe/Não se lembra □ 7- O Teste Papanicolaou serve para:
(Assinale com um X a resposta ou respostas que considera adequadas)
“Descobrir” o cancro o mais cedo possível □
Tratar o cancro □
Não sabe □
8- Porque veio assistir a esta sessão:
(Assinale a resposta ou respostas que mais se adequam ao seu caso)
Para ficar informada □
Porque já teve familiares/ amigos /vizinhos com a doença □
Porque estava no local □
Para passar o tempo □
Outro □ - Qual? ________________
Obrigada pelo tempo dispendido.
3
Primeiras Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Após a Intervenção)
Parte I
1- Data de nascimento ___/___/_____ Idade ____________ 2- Morada (completa)
Rua _____________________________________________ nº____
Lugar __________________________ Freguesia _____________________________
3- Estado Civil
Solteira □ Divorciada / Separada □
Casada □ Viúva □
União Marital □ Outro □ 4- Escolaridade
Não sabe ler / escrever □ Entre o 10º e 12º Ano □
Até à 4º classe □ Superior ao 12º Ano □
Entre o 5º e 9º ano □ 5- Profissão ______________________________
Parte II
1- Já alguma vez ouviu falar em Cancro do Colo do Útero
(Assinale com um X apenas uma resposta)
Sim □
Não □
Vagamente □
Não sabe/não se lembra □
1
Primeiras Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Após a Intervenção)
2- Se respondeu Sim, onde foi? (Assinale com um X a resposta ou respostas que se adequam ao seu caso)
Centro de Saúde □
Hospital □
Médico Particular □
Televisão □
Revistas/Jornais □
Amigos/Vizinhos/Familiares □
Nesta sessão □
Outro □ - Qual? _____________________________________
3- O que pensa sobre o Cancro do Colo do Útero: (Assinale com um X a resposta ou respostas que considera adequadas)
Doença que não tem cura □
Doença que não se pode evitar □
Não há exames para diagnosticar (descobrir) a doença □
Doença que se for diagnosticada (descoberta) cedo pode ser tratada □
Não tem opinião □
4- Sabe que motivos (factores) podem levar ao aparecimento deste cancro? (Assinale com um X apenas uma resposta)
Sim □ - Quais? ____________________________________________
____________________________________________
Não □
2
Primeiras Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Após a Intervenção)
5- Já alguma vez fez o Teste Papanicolaou?
(Assinale com um X apenas uma resposta)
Sim □
Não □
Não sabe/Não se lembra □
6- Se já fez o Teste Papanicolaou, onde foi?
(Assinale com um X a resposta ou respostas que se adequam ao seu caso)
Centro de Saúde □
Hospital □
Médico Particular □
Não sabe/Não se lembra □
7- O Teste Papanicolaou serve para:
(Assinale com um X a resposta ou respostas que considera adequadas)
“Descobrir” o cancro o mais cedo possível □
Tratar o cancro □
Não sabe □
3
Primeiras Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Após a Intervenção)
8- Depois de assistir a esta sessão considera que:
(Assinale a resposta ou respostas que mais se adequam ao seu caso)
Já sabia tudo o que foi dito sobre o assunto □
Ficou informada □
Necessita de mais informação □
Está mais motivada para realizar o Teste Papanicolaou □
Foi uma perda de tempo □
Outro □ - Qual? ________________
Obrigada pelo tempo dispendido.
4
Questionários Segundas Actividades de EPS a Grupos
Segundas Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Antes da Intervenção)
Exma. Senhora,
Sou professora na Escola Superior de Enfermagem de Viana do Castelo e estou a fazer o
doutoramento no Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar da Universidade do Porto.
Pretendo levar a cabo um Estudo sobre “Educação para a Saúde – Contributos para a
Prevenção do Cancro”
Para que este trabalho seja possível necessito da Vossa Colaboração, no preenchimento
do questionário que se segue.
Este questionário constitui uma das fontes importantes de recolha de informação, para o
trabalho que pretendo levar a efeito, dependendo das vossas respostas a qualidade dos
resultados. Solicito, deste modo, o seu preenchimento na totalidade, garantindo que todas as
informações são absolutamente confidenciais.
Muito grata pela preciosa colaboração,
(Isaura Maria Bata Henriques Peixoto Branco)
___________
Segundas Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Antes da Intervenção)
Parte I
1- Data de nascimento ___/___/_____ Idade ___________ (anos)
2- Morada (completa)
Rua ________________________________________________________nº____________
Lugar ___________________________ Freguesia ________________________________
3- Estado Civil
Solteira □ Divorciada / Separada □
Casada □ Viúva □
União Marital □ Outro □
4- Escolaridade
Não sabe ler / escrever □ Entre o 10º e 12º Ano □
Até à 4º classe □ Superior ao 12º Ano □
Entre o 5º e 9º ano □
5- Profissão ________________________________________________________________
Parte II
1- Já ouviu falar do cancro do colo do útero?
(Assinale com um X apenas uma resposta)
* Sim □
* Não □
* Não sabe/não se lembra □
1
Segundas Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Antes da Intervenção)
Se respondeu Sim à questão anterior refira: 1.1- Onde ouviu falar deste cancro?
(Assinale com um X a resposta ou respostas que se adequam ao seu caso)
* Centro de Saúde □
* Hospital □
* Médico Particular □
* Televisão / Rádio □
* Revistas/Jornais □
* Amigos/Vizinhos/Familiares □
* Em sessão específica sobre cancro □
* Na sessão anterior □
* Outro □ Qual _________________________________ 1.2- Quem lhe falou mais sobre cancro do colo do útero?
(Assinale com X a resposta mais adequada ao seu caso)
* Médico (a) □
* Enfermeiro (a) □
* Médico (a) e Enfermeiro (a) □
* Médico (a) Particular □
* Enfermeira no Centro de Saúde em sessão individual □
* Enfermeira na sessão anterior □
* Outro □ - Quem ________________
2- Na sua opinião o cancro do colo do útero é uma doença que: (Assinale com X a resposta ou respostas que considera adequadas)
* Não tem cura □
* Não se pode evitar □
* Se for “descoberta” cedo pode ser tratada e curada □
* Não há exames para a “descobrir” □
* Não tem opinião □
* Outra opinião □ - Qual _________________
2
Segundas Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Antes da Intervenção)
3- Sabe que motivos (factores) podem levar ao aparecimento deste cancro?
* Sim □ Refira três (3) factores:
_______________________________________________ ______________________________________________________________________________________________
* Não □ 4- Já alguma vez fez o Teste Papanicolaou?
(Assinale com um X apenas uma resposta)
* Sim □
* Não □
* Não sabe/Não se lembra □
4.1- Se já fez o Teste Papanicolaou, onde foi? (Assinale com X a resposta ou respostas mais adequadas ao seu caso)
* Centro de Saúde □
* Hospital □
* Médico Particular □
* Não sabe/Não se lembra □
* Outro □ - Qual ____________________________________ 5- Na sua opinião o Teste Papanicolau serve para:
(Assinale com X a resposta ou respostas que considera adequadas)
* Evitar o cancro □
* “Descobrir” o cancro o mais cedo possível □
* “Descobrir lesões pré-cancerosas do colo do útero □
* Tratar o cancro □
* Não tem interesse fazer este exame □
* Não tem opinião □
* Outra □ - Qual _______________________
3
Segundas Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Antes da Intervenção)
6- Quem a informou da realização desta sessão?
(Assinale com X a resposta ou respostas que considera adequadas ao seu caso)
* Viu um cartaz afixado □
* Leu a notícia no jornal □
* Ouviu na rádio □
* Foi o pároco que avisou □
* Foi o (a) Enfermeiro (a) [os/as] no Centro de Saúde □
* Foi o (a) Médico (a) [os/as] no Centro de Saúde □
* Foi o (a) Funcionário (a) [os/as] do Centro de Saúde □
* Outro □ - Quem _____________________ 7- A razão porque veio assistir a esta sessão foi:
(Assinale com X a resposta ou respostas que se adequam ao seu caso)
*Ter estado presente na sessão anterior e achou importante □
*Ter ouvido dizer que a sessão anterior foi interessante □
*Não saber nada sobre o tema □
*Querer ficar informada □
*Ter ou ter tido familiares/ amigos /vizinhos com a doença □
*Estar no local □
*Para passar o tempo □
*Outra □ - Qual _________________
Obrigada pelo tempo dispendido.
4
Segundas Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Após a Intervenção)
Parte I
1- Data de nascimento ___/___/_____ Idade ____________(anos)
2- Morada (completa)
Rua ______________________________________________________ nº__________
Lugar __________________________ Freguesia _____________________________
3- Estado Civil
Solteira □ Divorciada / Separada □
Casada □ Viúva □
União Marital □ Outro □
4- Escolaridade
Não sabe ler / escrever □ Entre o 10º e 12º Ano □
Até à 4º classe □ Superior ao 12º Ano □
Entre o 5º e 9º ano □
5- Profissão ________________________________________________________
Parte II
1- Já alguma vez ouviu falar em Cancro do Colo do Útero?
(Assinale com um X apenas uma resposta)
* Sim □
* Não □
* Não sabe/não se lembra □
1
Segundas Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Após a Intervenção)
1.2- Se respondeu Sim, onde foi? (Assinale com um X a resposta ou respostas que se adequam ao seu caso)
* Centro de Saúde □
* Hospital □
* Médico Particular □
* Televisão / Rádio □
* Revistas/Jornais □
* Amigos/Vizinhos/Familiares □
* Em sessão específica sobre cancro □
* Na sessão anterior □
* Nesta sessão □
* Outro □ Qual _________________________________ 1.3- Quem lhe falou mais sobre Cancro do Colo do Útero?
(Assinale com um X a resposta ou respostas que mais se adequam)
* Médico (a) □
* Enfermeiro (a) □
* Médico (a) e Enfermeiro (a) □
* Médico (a) Particular □
* Enfermeira no Centro de Saúde em sessão individual □
* Enfermeira na sessão anterior □
* Enfermeira nesta sessão □
* Outro □ - Quem ______________________ 2- O que pensa sobre o Cancro do Colo do Útero:
(Assinale com um X a resposta ou respostas que considera adequadas)
* Doença que não tem cura □
* Doença que não se pode evitar □
* Não há exames para “descobrir” a doença □
* Doença que se for “descoberta” cedo pode ser tratada □
* Não tem opinião □
*Outra opinião □ - Qual _________________
2
Segundas Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Após a Intervenção)
3- Sabe que motivos (factores) podem levar ao aparecimento deste cancro?
(Assinale com um X apenas uma resposta)
* Sim □ Refira três (3) factores que lhe parecem mais importantes:
_______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________
* Não □ 4- Já alguma vez fez o Teste Papanicolaou? (Assinale com um X apenas uma resposta)
* Sim □ Ano do último Teste: _______________
* Não □ Não sabe / Não se lembra □
* Não sabe/Não se lembra □
4.1- Se já fez o Teste Papanicolaou, onde foi? (Assinale com um X a resposta ou respostas que se adequam ao seu caso)
* Centro de Saúde □
* Hospital □
* Médico Particular □
* Não sabe/Não se lembra □
* Outro □ - Qual ____________________________________ 4.2- Na sua opinião o Teste Papanicolaou serve para:
(Assinale com um X a resposta ou respostas que considera adequadas)
* Evitar o cancro □
* Tratar o cancro □
* “Descobrir” o cancro o mais cedo possível □
* “Descobrir lesões pré-cancerosas do colo do útero □
* Não tem interesse fazer este exame □
* Não tem opinião □
* Outra opinião □ - Qual? __________________ _______________________________________________________________
3
Segundas Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Após a Intervenção)
5- Depois de assistir a esta sessão considera que: (Assinale a resposta ou respostas que mais se adequam ao seu caso)
* Já sabia tudo o que foi dito sobre o assunto □
* Ficou informada □
* Necessita de mais informação □
* Está mais motivada para realizar o Teste Papanicolaou □
* Foi uma perda de tempo □
* Outra opinião □ – Qual? _____________ _______________________________________________________________ 6- O que gostaria de saber mais sobre o Cancro do Colo do Útero? ____________________________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________
7- SUGESTÕES OU OBSERVAÇÕES: ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Obrigada pelo tempo dispendido.
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ANEXO VI