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Instituto Sedes Sapientiae R. Ministro Godói, 1484 CEP: 05015-001 São Paulo/ SP
Entretantos, 2014
Grupo: BOLETIM ONLINE
Integrantes: Cristina Barczinski, Elaine Armênio, Maria Carolina Accioly, Mario Pablo Fuks,
Nayra Ganhito e Sílvia Nogueira de Carvalho.
Interlocutora: Sílvia Nogueira de Carvalho
Articuladora da Área de Publicações: Gisela Haddad
“ENTRETANTOS, BOLETIM ONLINE”
Apresentadora: SÍLVIA NOGUEIRA DE CARVALHO
Entre as tantas atividades desenvolvidas pelos grupos e equipes que trabalham no
Departamento de Psicanálise, persistiu o desejo coletivo de responder à
convocatória da apresentação interna da produção de cada uma de nossas
formações grupais.
Foi para nós – Equipe Editorial do Boletim Online – uma alegria poder falar a vocês
da perspectiva que constituiu nosso projeto, a partir da qual formulamos nossa linha
editorial: construir um espaço para a circulação interna dos efeitos cotidianos da
experiência psicanalítica em nosso pensamento.
Transcorridos 7 anos de trabalho, o Boletim Online – Jornal digital de membros,
alunos e ex-‐alunos do Departamento de Psicanálise – é um espaço de palavra fluida,
despretensiosa, gratuita, uma coisa de linguagem resultante dos lampejos de nossa
vida de desejo: na clínica, nos grupos e na cultura. Suporte de uma escrita implicada,
que circula a fim de desarrumar nossas referências habituais e colocar em jogo
subjetividades: do leitor, do escritor, do editor -‐ entre os quais o texto significante
se faz. Criação cultural que chega digitalmente aos leitores, num dispositivo de
memória e de afirmação de vida, em qualquer lugar onde houver tempo de leitura.
Por isto, em nossa apresentação, privilegiamos o mesmo procedimento de
construção conjunta peculiar que colocamos em ação em nossa atividade cotidiana:
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uma espécie de colagem de fragmentos de nosso trabalho associativo, desta vez em
torno de diferentes edições, títulos, artigos e imagens já publicados -‐ através da qual
pretendemos invocar figuras da composição coletiva da escrita do Boletim do
Departamento.
Neste registro especial para o site do Departamento, encontramos a oportunidade
de reapresentá-‐las a todos:
1) A figura da comunidade que o ato de palavra propõe
Hombres (1984), León Ferrari
Como na imagem cedida pelo artista León Ferrari para figurar na capa do Guia do
Departamento de Psicanálise, há um duplo movimento – adensamento numa direção
comum, revoada em rumos singulares – no ato de palavra que, ao circular na
comunidade, a recria e expande.
2) Retratos dos grupos de trabalho do Departamento e de seus convidados
Sigmund Freud (1980), Andy Warhol
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A apropriação do Boletim pela comunidade, mas também a atividade editorial da
equipe – que pauta o acontecido e ora o reporta a partir da consulta feita ao grupo,
ora acolhe ou o convida à escrita, ora o entrevista; e que assim, de todo modo, faz
virar notícia, mais do que informam: intervêm.
3) A presença ausente: homenagem aos que viveram pela psicanálise
Cinema verdade para Pessoa (2005), Rebecca Horn
Ao longo de nossas edições, notícias do campo psicanalítico tocaram à morte de
colegas queridos, referências da psicanálise para nossas práticas contemporâneas.
Elaborados de modo espontâneo, ou a partir de nosso convite, escritos em
homenagem a:
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4) As temporalidades em jogo na produção de um jornal de psicanálise
Bicicletas para sempre (2011), Ai Weiwei
E-‐mails diários, reuniões mensais, lançamentos bimestrais: no fluxo temporal da
experiência ordenada de modo sucessivo incide uma mescla de tempos: do que se
soube recentemente por ouvir dizer, da lembrança de uma atividade que se
frequentará, do renovado sentido de algo que se registrou há muito tempo atrás.
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5) O olhar da arte: olho-‐palavra
A queda de Ícaro (1558), Peter Brueghel
Em nossa interlocução com as imagens da arte, nos interessa menos usá-‐las para
ilustrar o que dizemos e mais fazer funcionar um olho-‐palavra: que diz junto, que
intrinca pensamento e gesto.
6) O leitor como 3a pessoa, que consente com os chistes desenhados em encontros
desconcertantes – na transmissão de uma relação alegre com o saber:
O sonho (1932), Pablo Picasso
O leitor que, como 3a pessoa, é um interlocutor face ao estranho – nas elaborações
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críticas de eventos micro e macropolíticos que reviram certas bases sociais:
Bronze revirado (2010), Pablo Lobato
7) O feixe divergente que recolhe ditos e escritos, amplificando sua potência
convocatória
O feixe (1953), Henri Matisse
Na repetição dos temas e na variação de suas metáforas, a "teimosia da coisa em
estar aí" (R. Barthes 1973 / 2010, p.56):
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8) O dissenso – conflito sobre a forma como se constitui um mundo comum
Para ser continuado [quebra-‐cabeças latinoamericano] (1997), Regina Silveira
Que é o trabalho da arte: obra sublime da dor do artista, à qual a psicanálise se
aplica a fim de interpretar o fantasma de sua criação? Apresentação encarnada das
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questões de nosso tempo à qual a psicanálise se alia para buscar marcas figurais que
sustentam efeitos de subjetivação?
9) A singularidade da Caligrafia
Para minha neta, sobre a língua (2011), Rubia Delorenzo
Singularidade de um corpo que segue suas próprias ideias.........
Atendendo à sugestão de vários de nossos colegas, a íntegra de nossa apresentação
será desdobrada numa futura publicação, como um modo de ampliar a circulação
deste trabalho que é de todos nós.