CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC
CLARISSA NASCIMENTO SOARES
ESTUDO DA QUALIDADE DA ÁGUA DAS FONTES DE ABASTECIMENTO EM RELAÇÃO AO USO E OCUPAÇÃO
DO SOLO NO MUNICÍPIO DE MACEIÓ
MACEIÓ-AL 2017/1
CLARISSA NASCIMENTO SOARES
ESTUDO DA QUALIDADE DA ÁGUA DAS FONTES DE
ABASTECIMENTO EM RELAÇÃO AO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NO MUNICÍPIO DE MACEIÓ
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação da Professora Doutora Allani Christine Monteiro Alves da Rocha e coorientação do Engenheiro Ambiental e Sanitarista Julio César Moura Menezes Junior.
MACEIÓ-AL 2017/1
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho, a todos aqueles que
se preocupam com a preservação e
manutenção dos recursos hídricos,
reverenciando este pensamento que
incentivou a elaborar com esforço e
determinação esta obra.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus pela minha vida, família е amigos, sobretudo permitiu qυе tudo isso acontecesse, ао longo dе minha existência.
À minha sempre presente família, pelo apoio incondicional e ininterrupto. Principalmente, meus pais, Carlos e Maria Cicera Soares, que fizeram de mim a pessoa que sou hoje.
As minhas irmãs, Karla e Carol, por serem minhas amigas confidentes e por palavras de incentivo, fornecendo orientações valiosíssimas para o sucesso desta caminhada.
Ao meu esposo, Carlos Rener, por ser muito mais que um companheiro, pelo amor e compreensão nos momentos de ausência na construção desta dissertação e inspiração para seguir lutando por todos os meus objetivos de vida.
A minha querida mentora, Allani, pela oportunidade, apoio e empenho a fim de contribuir com sugestões de grande valia para o amadurecimento deste trabalho.
Ao meu coorientador, Júlio César, pelo suporte nо pouco tempo qυе lhe coube, pelas suas correções е incentivos e pelas valiosíssimas orientações ao longo do curso.
Aos mestres do curso de Engenharia Civil do CESMAC que, com seus ensinamentos, transformaram minha percepção de mundo.
Ao professor, Ricardo Queiroz, pela orientação, ajuda e confiança na realização neste trabalho.
As minhas queridas amigas de infância, pessoas que me impulsionam a continuar os estudos desta monografia nos momentos de dúvidas e dificuldades.
A Instituição Centro Universitário Cesmac, sеυ corpo docente, direção е administração por proporcionar um ambiente criativo e amigável.
Por fim, a todos aqueles que fizeram acreditar na concretização desse sonho.
“O que vale na vida não é o ponto de partida
e sim a caminhada. Caminhando e
semeando, no fim terás o que colher.”
(Cora Coralina)
ESTUDO DA QUALIDADE DA ÁGUA DAS FONTES DE ABASTECIMENTO EM RELAÇÃO AO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NO MUNICÍPIO DE MACEIÓ
STUDY WATER QUALITY OF SUPPLY SOURCES IN RELATION TO THE USE AND OCCUPATION OF SOIL IN MACEIÓ COUNTY
Clarissa Nascimento Soares Graduanda do Curso de Engenharia Civil
[email protected] Orientadora Allani Christine Monteiro Alves da Rocha
Mestre em Recursos Hídricos e Saneamento, Doutora e Pós-doutora em Química e Biotecologia (UFAL) [email protected]
Coorientador Júlio César Moura Menezes Junior Engenheiro Ambiental e Sanitarista (UFAL) e Gerente de projetos (CASAL)
RESUMO Os mananciais superficiais utilizados no abastecimento de água do município de Maceió vm sofrendo impactos gerados pelo uso e ocupação do solo, sendo esta uma situação de colapso, no qual a água das nascentes sofrem alterações e chegam com pouca qualidade. A evolução desse cenário poderá transformar esses mananciais em águas impróprias para consumo humano. O objetivo deste trabalho é analisar a qualidade da água desses mananciais em relação ao uso e ocupação do solo. A metodologia do trabalho corresponde a um estudo de caso, referente ao período de análise dos parâmetros de qualidade da água dos anos de 2014 a 2016, fornecidos pela CASAL. Verificou-se a relação da determinação dessas características em pontos próximos a captação dos mananciais superficiais da cidade: Riacho Catolé, Aviação e Rio Pratagy, com relação às áreas de entorno, os conflitos e as respectivas influências no monitoramento qualitativo das águas, através de pesquisa bibliográfica e visita in loco. Contatou-se alterações em alguns parâmetros, como baixo pH, alta coloração e turbidez, grande concentração de ferro, e presença de coliformes fecais, incompatíveis com a Resolução do CONAMA nº 357 de 2005, referente as águas superficiais que podem ser destinadas ao abastecimento para consumo humano. Os resultados constataram alterações significativas na qualidade da água, interferindo no enquadramento estabelecido pelo CONAMA e consequentemente aumentando as exigências para consumo humano e apontando a necessidade da população adotar medidas de saneamento profilático.
PALAVRAS-CHAVE: Mananciais superficiais. Parâmetros de qualidade da água. Uso e ocupação do solo.
ABSTRACT The surface water sources used in Maceió’s water supply are suffering impacts by the use and occupation of the soil, this is a collapse situation, where the water of the springs go through changes and arrive with low quality. This scenario evolution could transform these sources into waters unfit for human use. This research objective is to analyze the water quality of these sources in relation to the use and occupation of the soil. The work methodology corresponds to a case study, referring to the period of analysis of water quality parameters from the year 2014 until 2016, provided by the CASAL. It was verified the relation of the determination of these characteristics in points near the capture of the surface water sources of the city: Riacho Catolé, Aviação and Rio Pratagy, with respect to surrounding areas, conflicts and the respective influences in the qualitative monitoring of the waters, through bibliographic research and on-site visit. Changes in some parameters, such as low pH, high staining and turbidity, high iron concentration, and presence of faecal coliforms, were not compatible with the resolution No. 357 of 2005, concerning surface waters that may be intended for human consumption. The results showed significant changes in water quality, interfering with the framework established by CONAMA and consequently increasing the requirements for human consumption and pointing out the need of the population to adopt prophylactic sanitation measures.
KEYWORDS: Surface water sources. Water quality parameters. Use and occupation of the ground.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Total de água no Planeta Terra ................................................................ 17 Figura 2 - Área de atendimento dos sistemas de abastecimento de água de Maceió .................................................................................................................................. 37 Figura 3 - APA do Cardoso ...................................................................................... 39 Figura 4 - Mapa de uso e ocupação do solo do Bairro de Tabuleiro do Martins ...... 40 Figura 5 - Área de entorno da captação do Sistema Pratagy .................................. 43 Figura 6 - Mapa com as Divisões das Regiões Hidrográficas e as Bacias Hidrográficas do Estado de Alagoas ......................................................................... 45 Figura 7 - Unidade de Negócio do Benedito Bentes da CASAL: Sistema Pratagy .. 49 Figura 8 - Estação de Tratamento de Água do Pratagy .......................................... 49 Figura 9 - Captação do Riacho Catolé / Cardoso e Aviação ................................... 51 Figura 10 - Distrito Industrial: Polo Multisetorial Governados Luiz Cavalcante ........ 52 Figura 11 - Universidade Federal de Alagoas .......................................................... 52 Figura 12 - Habitações populares no bairro da Cidade Universitária ....................... 52 Figura 13 - Área comercial no bairro da Cidade Universitária .................................. 53 Figura 14 - Captação do Rio Pratagy ...................................................................... 54 Figura 15 - Habitações populares no bairro do Benedito Bentes ............................. 55 Figura 16 - Conjuntos habitacionais no bairro do Benedito Bentes ......................... 55 Figura 17 - Área com agricultura no bairro do Benedito Bentes .............................. 55 Figura 18 - Área com pastagem no bairro do Benedito Bentes ............................... 56 Figura 19 - Classe de enquadramento dos corpos de água .................................... 57
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - pH do Riacho Aviação nos anos de 2014 a 2016 .................................. 59 Gráfico 2 - Cor aparente do Riacho Aviação nos anos de 2014 a 2016 .................. 60 Gráfico 3 - Turbidez do Riacho Aviação nos anos de 2014 a 2016 .......................... 60 Gráfico 4 - Sólidos Totais do Riacho Aviação nos anos de 2014 a 2016 ................. 61 Gráfico 5 - Ferro do Riacho Aviação nos anos de 2014 a 2016 ............................... 61 Gráfico 6 - Cloretos do Riacho Aviação nos anos de 2014 a 2016 .......................... 62 Gráfico 7 - Sulfatos do Riacho Aviação nos anos de 2014 a 2016 ........................... 62 Gráfico 8 - Nitrito do Riacho Aviação nos anos de 2014 a 2016 .............................. 63 Gráfico 9 - Escherichia Coli do Riacho Aviação nos anos de 2014 a 2016 .............. 63 Gráfico 10 - pH do Riacho Catolé / Cardoso nos anos de 2014 a 2016 ................... 65 Gráfico 11 - Cor aparente do Riacho Catolé / Cardoso nos anos de 2014 a 2016 ... 66 Gráfico 12 - Turbidez do Riacho Catolé / Cardoso nos anos de 2014 a 2016 ......... 66 Gráfico 13 - Sólidos totais do Riacho Catolé / Cardoso nos anos de 2014 a 2016 .. 67 Gráfico 14 - Cloretos do Riacho Catolé / Cardoso nos anos de 2014 a 2016 .......... 67 Gráfico 15 - Sulfatos do Riacho Catolé / Cardoso nos anos de 2014 a 2016 ........... 68 Gráfico 16 - Nitrito do Riacho Catolé / Cardoso nos anos de 2014 a 2016 .............. 68 Gráfico 17 - Ferro do Riacho Catolé / Cardoso nos anos de 2014 a 2016. ............. 69 Gráfico 18 - Escherichia Coli do Riacho Cardoso nos anos de 2014 a 2016 ........... 70 Gráfico 19 - Cor aparente do Rio Pratagy nos anos de 2014 a 2016 ....................... 71 Gráfico 20 - Turbidez do Rio Pratagy nos anos de 2014 a 2016 .............................. 72 Gráfico 21 - Ferro do Rio Pratagy nos anos de 2014 a 2016 ................................... 72 Gráfico 22 - Sólidos Totais do Rio Pratagy nos anos de 2014 a 2016 ..................... 73 Gráfico 23 - Cloretos do Rio Pratagy nos anos de 2014 a 2016 .............................. 73 Gráfico 24 - Sulfatos do Rio Pratagy nos anos de 2014 a 2016 ............................... 74 Gráfico 25 - Nitrito do Rio Pratagy nos anos de 2014 a 2016 .................................. 74 Gráfico 26 - Escherichia Coli do Rio Pratagy nos anos de 2014 a 2016 .................. 75 Gráfico 27 - pH do Rio Pratagy nos anos de 2014 a 2016 ....................................... 76
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Classificação das águas doces em função dos usos preponderantes .. 19 Quadro 2 - Doenças por transmissão hídrica x Agentes causadores ...................... 24 Quadro 3 - Alguns parâmetros de qualidade da água ............................................ 25 Quadro 4 - Localização geográfica dos pontos de captação dos mananciais superficiais de Maceió .............................................................................................. 48 Quadro 5 - Parâmetros limites da Resolução do Conama n° 357 de 2005, com relação as classes das águas ................................................................................. 57 Quadro 6 - Quadro resumo do Riacho Aviação ....................................................... 64 Quadro 7 - Quadro resumo do Riacho Catolé / Cardoso .......................................... 70 Quadro 8 - Quadro resumo do Rio Pratagy ............................................................. 76 Quadro 9 - Causas das alterações dos parâmetros de qualidade da água nos mananciais superficiais de Maceió ........................................................................... 77
LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Bacias Hidrográficas brasileiras ............................................................... 18 Tabela 2 - Caracterização das Empresas do Distrito Industrial Governador Luiz Cavalcante ............................................................................................................... 41
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANA - Agência Nacional de Águas APA - Área de Proteção Ambiental CASAL - Companhia de Saneamento de Alagoas CELMM - Complexo Estuarino Lagunar Mundaú / Manguaba CNRH - Conselho Nacional de Recursos Hídricos CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente DDT - Dicloro-Difenil-Tricloroetano MMA - Ministério do Meio Ambiente NTU- Unidades Nefelométricas de Turbidez U.C- Unidade de Controle UFAL - Universidade Federal de Alagoas VMP - Valores máximos permitidos
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13 1.1 Objetivos ............................................................................................................ 14 1.1.1Objetivo geral .................................................................................................... 14 1.1.2Objetivos específicos ........................................................................................ 15 1.2 Descrições dos capítulos ................................................................................. 15 1.2.1 Capítulo 1: Revisão bibliográfica ...................................................................... 15 1.2.2 Capítulo 2: Materiais e métodos ....................................................................... 15 1.2.3 Capítulo 3 - Resultados e Discursões .............................................................. 16 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 17 2.1 Importância da água ......................................................................................... 17 2.2 Uso da água ....................................................................................................... 18 2.3 Legislação .......................................................................................................... 19 2.3.1 Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei nº 9.433 de 08 de janeiro de 1997 .................................................................................................................................. 19 2.3.2 Resolução CNRH n° 17, de 29 de maio de 2001 ............................................. 21 2.3.3 Resolução Conama nº 357, de 18 de março de 2005 ...................................... 21 2.4 Impactos do abastecimento de água para a saúde ........................................ 23 2.5 Qualidade da água ............................................................................................ 24 2.5.1 Parâmetros físicos ............................................................................................ 25 2.5.3 Parâmetros orgânicos ...................................................................................... 31 2.5.4 Parâmetros biológicos e microbiológicos ......................................................... 32 2.5.5 Parâmetros metálicos ....................................................................................... 33 2.6 Mananciais ......................................................................................................... 36 2.7 Sistema de abastecimento de água de Maceió ............................................... 37 2.8 Delimitação das regiões hidrográficas de Maceió ......................................... 44 2.9 Uso e ocupação do solo ................................................................................... 46 3 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 48 3.1 Escolha do tipo de manancial e local de estudo ............................................ 48 3.2 Definição dos parâmetros de qualidade da água ........................................... 48 3.3 Análises dos dados ........................................................................................... 49 3.4 Análise e avaliação do uso e ocupação do solo em relação a qualidade da água .......................................................................................................................... 58 4 RESULTADOS E DISCURSÕES ........................................................................... 59 4.1Sistema Aviação ................................................................................................. 59 4.2 Sistema Catolé / Cardoso ................................................................................. 65 4.3 Sistema Pratagy ................................................................................................ 71 4.4 Comparações das causas das alterações dos mananciais superficiais ...... 77 5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 79 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 81 ANEXOS ................................................................................................................... 86 ANEXO A – MODELO DE LAUDO DE ANÁLISE FISICO-QUÍMICA E BACTEROLÓGICA DA CASAL ................................................................................. 87 ANEXO B – COMPARAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DOS ANOS DE 2014 A 2016 DO SISTEMA AVIAÇÃO .................................................................................. 89 ANEXO C – COMPARAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DOS ANOS DE 2014 A 2016 DO SISTEMA CATOLÉ / CARDOSO ............................................................... 93 ANEXA D – COMPARAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DOS ANOS DE 2014 A 2016 DO SISTEMA PRATAGY ................................................................................. 97
13
1 INTRODUÇÃO
Os mananciais superficiais são responsáveis pela maior parcela do
abastecimento de água do município de Maceió e vêm sendo afetados com os
impactos gerados pelo desenfreado uso e ocupação do solo. Esta é uma situação de
colapso, no qual a água das nascentes sofrem alterações e chegam com pouca
qualidade.
A evolução desse cenário pode transformar esses mananciais em águas
impróprias para consumo humano, devido à intensificação do desmatamento, a
supressão das matas ciliares e o lançamento indiscriminado de esgotos domésticos,
despejos industriais, agrotóxicos, fertilizantes e outros poluentes.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor - IDEC (2005) afirma que ao
longo do tempo as fontes de abastecimento podem exaurir e perder vazão devido ao
processo acelerado de degradação ambiental, que somado ao crescimento
vegetativo da cidade pode comprometer todo o Sistema de Abastecimento de Água.
Segundo Moita e Cudo (1991), embora a água seja considerada recurso
abundante no nosso país, há áreas muito carentes, e este recurso se torna limitado
ao ser humano. Essa escassez normalmente é agravada em regiões onde o
desenvolvimento ocorreu de forma desordenada, provocando a deterioração das
águas disponíveis, devido ao lançamento indiscriminado de poluentes.
De acordo com Pereira (1997), a qualidade da água pode ser influenciada por
inúmeros fatores, como o clima, a cobertura vegetal, a topografia, a geologia, bem
como o tipo, o uso e o manejo do solo da bacia hidrográfica.
Os profissionais que realizam desde o planejamento a implantação e
manutenção das instalações de abastecimento de água devem compreender a
necessidade de respeitar os interesses dos usuários, levando em consideração o
presente e as futuras gerações, a fim de contemplar esse pensamento nas suas
atividades (HELLER; PÁDUA, 2010).
Esse estudo possui relevância social significativa, ao indicar os principais
parâmetros de qualidade da água encontrados nas fontes de abastecimento do
Município de Maceió e poderá contribuir para outros profissionais da área que vêm a
despertar interesse pelos recursos hídricos da região analisada.
O trabalho foi realizado no Município de Maceió, pertencente ao Estado de
Alagoas. Atualmente, o referido município utiliza quatro sistemas principais de
14
abastecimento de água, sendo que três deles são através dos mananciais
superficiais dos riachos Catolé, Aviação e Pratagy, e o último por meio de poços
profundos, que são resultado do sistema de aquíferos. Considerando a ênfase dada
neste estudo aos mananciais superficiais, aqueles que escoam na superfície
terrestre, compreendendo os córregos, ribeirões, rios, lagos e reservatórios
artificiais.
Este trabalho analisa a qualidade da água dessas fontes de abastecimento de
Maceió em relação ao uso e ocupação do solo. Sendo feita a identificação dos
parâmetros de qualidade da água e a análise desses parâmetros perante os dados
fornecidos pela Companhia de Saneamento de Alagoas (CASAL) nos anos de 2014
a 2016. Verificando os fatores que interferem nas alterações desses parâmetros de
qualidade.
O uso do solo é referente a uma espécie de combinação de um tipo de
atividade realizado, seja ela agrícola, industrial, comercial, serviços, moradia e um
tipo de assentamento, ou seja, uma edificação, habitações populares, fazendas, por
exemplo. Já a ocupação, é a maneira pela qual o assentamento pode apropriar-se
no terreno em função do tipo dos prédios, tamanho dos lotes. Essa ligação entre o
uso e ocupação do solo quando não planeja, pode causar grandes prejuízos a
população.
A determinação do uso e ocupação do solo da região permite a identificação
dos fatores que promovem a redução da qualidade e quantidade dos corpos
hídricos, como a má conservação do solo e o uso irracional dos recursos naturais.
Essa degradação do ambiente proporciona alterações significativas, podendo
interferir no enquadramento estabelecido pela Resolução do Conama nº 357 de
2005 e consequentemente aumentar as exigências para consumo humano.
Segue a expressão da finalidade intelectual deste estudo.
1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo geral
Analisar a qualidade da água dos mananciais superficiais no Município de
Maceió em relação ao uso e ocupação do solo.
15
1.1.2 Objetivos específicos
Identificar os parâmetros de qualidade da água;
Verificar os fatores que interferem na qualidade da água dos mananciais;
Avaliar os fatores estudados com relação ao uso e ocupação do solo;
Realizar o novo enquadramento dos corpos de água de acordo com as
alterações dos parâmetros estudados.
1.2 Descrições dos capítulos
1.2.1 Capítulo 1: Revisão bibliográfica
O capítulo 1 é referente a uma revisão bibliográfica, a fim de esclarecer a
importância deste estudo para a sociedade. Constatou-se a importância dos
recursos hídricos para a sobrevivência dos seres vivos e as diversas formas de uso
da água pela população e entidades que desenvolvem atividades econômicas.
Verificaram-se as principais legislações para manutenção e preservação dos
corpos hídricos: Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei nº 9.433, de 08 de
janeiro de 1997, a Resolução do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH)
n° 17, de 29 de maio de 2001 e a Resolução Conama nº 357, de 18 de março de
2005 que embasaram esse estudo, Também observou-se as doenças que podem
ser transmitidas pela água, por meio de contato direto com o esgoto, enchentes ou
devido à ingestão de água contaminada ou com o consumo de alimentos cozinhados
ou lavados com águas poluídas.
Identificaram-se os parâmetros de qualidade da água: físicos, inorgânicos não
metálicos, orgânicos, biológicos, microbiológicos e metálicos. Da mesma forma, foi
analisado as principais fontes de abastecimento para o Sistema de Abastecimento
de água de Maceió, e as interferências que o uso e ocupação do solo exercem na
qualidade dos recursos hídricos analisados.
1.2.2 Capítulo 2: Materiais e métodos
O capítulo 2 corresponde ao processo metodológico deste trabalho, que se
inicia na escolha do manancial e local de estudo, posteriormente, a seleção dos
parâmetros de qualidade da água, análise dos dados coletados, seja as análises
físico-químicas e bacteriológicas adquiridas por meio da CASAL nos anos de 2014 a
2016 e as de uso e ocupação do solo, mediante pesquisa bibliográfica e visita in
16
loco. E por fim, a análise e avaliação do uso e ocupação do solo em relação à
qualidade da água.
1.2.3 Capítulo 3 - Resultados e Discursões
O capítulo 3 relata os resultados e discursões deste estudo, considerando as
possíveis alterações em alguns parâmetros para o atual enquadramento dos
mananciais superficiais utilizados para abastecimento humano no município de
Maceió de acordo com a Resolução do Conama nº 357 de 2005. Dessa forma
verifica-se a tendência de mudança de classe dos mananciais superficiais
analisados.
17
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
No sentido de contribuir para a conscientização da sociedade, este trabalho
tem o intuito de mostrar a importância do estudo e monitoramento dos recursos
hídricos, com relação a sua qualidade, tendo em vista que a cada dia a água se
torna um recurso limitado para as inúmeras atividades do homem.
2.1 Importância da água
A água é essencial à sobrevivência dos seres vivos, sendo um recurso natural
abundante na Terra. A sua utilização procura atender as necessidades econômicas,
pessoais e sociais. É utilizada na produção de energia elétrica, na limpeza das
cidades, na irrigação e na construção civil. Para os humanos é por meio dela que se
realiza troca de substâncias e mantém-se a temperatura do corpo (MMA, s.d.a).
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) e seus países membros, “todas as pessoas, em quaisquer estágios de desenvolvimento e condições socioeconômicas têm o direito de ter acesso a um suprimento adequado de água potável e segura”. “Segura”, neste contexto, refere-se a uma oferta de água que não representa um risco significativo à saúde, que tenha quantidade suficiente para atender a todas as necessidades domésticas, que seja disponível continuamente e que tenha um custo acessível (ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE, 2009, s.d., s.p.).
A água ocupa cerca de 70% da superfície do nosso planeta (figura 1), sendo
que 97,5% da água do planeta é salgada e os 2,5% restantes de água doce
corresponde a: 68,9% das geleiras, calotas polares ou regiões montanhosas, 29,9%
das águas subterrâneas, 0,9% de umidade do solo e dos pântanos e apenas 0,3%
corresponde a parte superficial de água doce dos rios e lagos (SEMARH, 2000 apud
IDEC, 2005).
Figura 1 - Total de água no Planeta Terra
Fonte: SEMARH, 2000 apud IDEC, 2005 (adaptado pelo autor).
18
O Brasil possui cerca de 13,7% da água doce do mundo (tabela 1),
entretanto, a disponibilidade não é uniforme. Sendo que mais de 73% da água doce
disponível no país encontra-se na bacia Amazônica e 27% dos recursos hídricos
brasileiros estão disponíveis para as demais regiões, onde residem 95% da
população do país (LIMA, 1999 apud IDEC, 2005).
Tabela 1 - Bacias Hidrográficas brasileiras
Fonte: Lima, 1999 apud IDEC, 2005.
2.2 Uso da água
Existem diversas formas de uso da água pela população e entidades que
desenvolvem atividades econômicas, sendo que alguns geram perdas entre o
volume de água captado e o que retorna ao curso da água (HELLER; PÁDUA,
2010).
Há uma classificação das águas doces em função de seu uso predominante
(quadro 1). As de uso consuntivo possuem volume que retorna ao curso da água,
sendo estes a seguir: abastecimento doméstico; abastecimento industrial; irrigação;
e agricultura. Por sua vez, as de uso não consuntivo não possuem perdas, tais
como: geração de energia hidroelétrica; navegação; e recreação e harmonia
paisagística.
A água é indispensável ao desenvolvimento das sociedades, contudo, há
insuficiente disponibilidade do meio ambiente em proporcionar à demanda exigida,
19
uma realidade que ao longo dos anos vem crescendo e sobrecarregando a natureza
(HELLER; PÁDUA, 2010).
Quadro 1 - Classificação das águas doces em função dos usos preponderantes
(Resolução CONAMA nº 20, de 18/06/86)
USO
CLASSE DE ENQUADRAMENTO DAS ÁGUAS DOCES
ESPECIAL 1 2 3 4
Abastecimento doméstico x x (a) x (b) x (b)
Preservação do equilíbrio natural das comunidades
x
Proteção das comunidades aquáticas x x
Recreação de contato primário x x
Irrigação x (c) x (d) x (e)
Criação de espécies natural e/ou intensiva (agricultura) destinadas à
alimentação humana x x
Dessedentação de animais x
Navegação x
Harmonia paisagística x
Usos menos exigentes x
NOTAS:
(a) após tratamento simplificado; (b) após tratamento convencional; (c) hortaliças e frutas rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas; (d) hortaliças e plantas frutíferas; (e)culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras.
Fonte: Sperling, 1995 (adaptado pelo autor).
2.3 Legislação
Há fundamentos legais e institucionais sobre a gestão da qualidade das
águas, que devem ser destacadas.
2.3.1 Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997
A Lei nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997, institui a Política Nacional de
Recursos Hídricos, também conhecida com Lei das Águas, compartilha as decisões
ao Estado junto à sociedade e busca que o governo legisle sobre as águas e
organize, a partir das bacias hidrográficas, um sistema de administração de recursos
hídricos que possa atender as necessidades de cada região. Essa legislação busca
proporcionar usos múltiplos à agua (abastecimento, energia, irrigação, indústria).
O art. 1º compreende os fundamentos, o qual dispõe que a água é de domínio
público e é um recurso limitado, não podendo ser controlada por particulares,
20
possuindo valor econômico, entretanto, seu uso é prioritário para consumo humano
e dos animais, principalmente quando há escassez.
Por sua vez, o art. 2º preconiza os objetivos dessa política, os quais seriam:
assegurar a disponibilidade de água de qualidade às gerações presentes e futuras,
proporcionar uma utilização racional e integrada dos recursos hídricos e a prevenção
e defesa contra eventos hidrológicos (chuvas, secas e enchentes), sejam eles
naturais ou decorrentes do mau uso dos recursos naturais.
O art. 9 refere-se ao enquadramento dos corpos de água em classes,
segundo os usos preponderantes e visa assegurar às águas qualidade compatível
com usos mais exigentes para os quais forem destinadas, como também, diminuir os
custos de combate à poluição das águas com ações preventivas. Sendo que esse
enquadramento é referência para os demais instrumentos de gestão de recursos
hídricos (outorga, cobrança e planos de bacia) e de gestão ambiental (licenciamento
e monitoramento).
Além disso, o art. 10 define as classes de corpos de água que serão
estabelecidas de acordo com os níveis de qualidade, que levam em consideração as
prioridades de uso.
Os arts. 11, 12, 13 definem o regime de outorgas para obter o uso dos
recursos hídricos, bem como um controle quantitativo e qualitativo da água. E será
necessária a outorga quando se realiza lançamentos em esgotos e demais resíduos
líquidos ou gasosos, tratados ou não, com o fim de sua diluição, transporte ou
disposição final, assim como outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a
qualidade da água existente nos corpos de água, objetivando respeitar a classe e a
manutenção de condições adequadas ao transporte.
O art. 21 relaciona-se à cobrança pelo uso dos recursos hídricos nos
lançamentos de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, o volume lançado e
seu regime de variação e as características físico-químicas, biológicas e de
toxicidade do afluente, na qual serão fixados valores para indenização.
No que concerne ao art. 25 da referida lei, verifica-se que se refere ao
Sistema de Informações sobre os Recursos Hídricos, correspondentes à coleta,
tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos
e fatores intervenientes em sua gestão. Os dados gerados pelos órgãos integrantes
do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos serão incorporados ao
21
Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos e, por conseguinte, serão
disponibilizados à sociedade.
Por fim, o art. 27 relata os objetivos do Sistema Nacional de Informações
sobre os Recursos Hídricos, dentre os quais se destacam o dever de reunir e
divulgar a situação qualitativa e quantitativa dos recursos hídricos no Brasil.
2.3.2 Resolução CNRH n° 17, de 29 de maio de 2001
Os Planos de Recursos Hídricos realizados pelo Conselho Nacional de
Recursos Hídricos (CNRH) consistem em documentos que definem a agenda dos
recursos hídricos de uma região, a fim de planejar, projetar e investir para manter a
oferta e demanda da água, proporcionando quantidade, qualidade e confiabilidade, o
que deverá ser feito não só pelos órgãos governamentais, mas por toda a sociedade
e instituições que realizam o gerenciamento dos recursos hídricos.
2.3.3 Resolução Conama nº 357, de 18 de março de 2005
A Resolução Conama nº 357/2005 classifica os corpos de água levando-se
em consideração a qualidade das águas doces, salobras e salinas, em função dos
usos preponderantes (sistema de classes de qualidade), podendo ser atuais ou
futuros, dispondo de um conjunto de condições e padrões de qualidade de água.
Dispondo sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento dos
corpos de água superficiais, bem como estabelece as condições e padrões de
lançamento de efluentes.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (b), os princípios dos Padrões de
Qualidade encontrados na resolução são:
a) Princípio geral: proteção à vida humana e à vida aquática;
b) Toxicidade: ausência de efeito tóxico nas classes 1, 2 e 3;
c) Mutagenicidade: limites para substâncias mutagênicas;
d) Caráter organoléptico: limite para cobre, ferro, manganês;
e) Eutrofização: fósforo, nitrogênio, densidade de cianobactérias;
f) Bioacumulação: limites específicos para locais com pesca e aquicultura.
A referida Portaria estabelece padrões correspondentes aos valores máximos
permitidos (VMP), que são concentrações limites estabelecidos para cada tipo de
parâmetro.
22
Esses teores de máximos de impurezas permitidos na água são fixados por
entidades públicas para permitir e garantir que a água utilizada para um determinado
fim não contenha impurezas para prejudicar o ser humano. (MOTA, 2003).
Este estudo destaca as águas doces, que correspondem às águas com
salinidade igual ou inferior a 0,5 ‰.
O art. 4º da Resolução Conama nº 357/2005, as águas doces classificam-se
em:
I - Classe especial
São águas destinadas ao abastecimento para consumo humano, com
desinfecção; à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e à
preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção
integral.
II - Classe 1
São águas que podem ser designadas ao abastecimento para consumo
humano, após tratamento simplificado; à proteção das comunidades aquáticas; à
recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho; à
irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam
rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; e à proteção
das comunidades aquáticas em terras indígenas.
III - Classe 2
São águas que podem ser aplicadas ao abastecimento para consumo
humano, após tratamento convencional; à proteção das comunidades aquáticas; à
recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho; à
irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e
lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e à aquicultura e
atividade de pesca.
IV - Classe 3
São águas que podem ser destinadas ao abastecimento para consumo
humano, após tratamento convencional ou avançado; à irrigação de culturas
arbóreas, cerealíferas e forrageiras; à pesca amadora; à recreação de contato
secundário; e à dessedentação de animais.
23
V - Classe 4
São águas que podem ser destinadas à navegação e à harmonia paisagística.
Esse enquadramento realizado pela resolução proporciona níveis de
qualidade que deveriam possuir para atender às necessidades da comunidade, com
o intuito de facilitar a fixação e controle de metas, que atinjam gradativamente os
objetivos.
Portanto, para obter uma adequada gestão da qualidade das águas, deve-se
ter planejamento a fim de garantir metas progressivas e uma gestão participativa,
junto com o controle por meio de padrões de emissão, licenciamento e fiscalização.
É por meio do enquadramento que se dar a integração da gestão ambiental com a
gestão de recursos hídricos (MMA, s.d.b).
2.4 Impactos do abastecimento de água para a saúde
O crescimento populacional e a expansão dos níveis de consumo per capita
proporcionam a intensificação da demanda por água, concomitantemente a esse
consumo desenfreado, gera degradação das áreas de mananciais, como a
ocupação desordenada do solo, práticas impróprias ao uso do solo e da água,
carência de infraestrutura de saneamento, remoção da cobertura vegetal, erosão e
assoreamento de rios (MMA, s.d.a).
O acomodamento dessa situação permite a distribuição de baixa qualidade da
água, desprotegendo a população e as deixando vulneráveis as contaminações e
doenças. Atualmente, esses problemas são atenuados por investimentos nos
tratamentos de água ou sistemas que procuram novos mananciais (MMA, s.d.a).
"Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 80% de todas as
doenças que se alastram nos países em desenvolvimento são provenientes da água
de má qualidade" (AZEVEDO NETTO; RICHTER, 1991, p.4).
As doenças do cotidiano causadas pelo contado com a água são as
correspondentes (quadro 2). Outras 40 (quarenta) doenças podem ocorrer devido à
presença na água de substâncias tóxicas ou nocivas, que podem ser transmitidas
direta ou indiretamente. Podendo ser pela falta de higienização, ou ao ter contato
com vetores na água, como também devido à poluição da água causada pela ação
antrópica. Além disso, existem algumas substâncias químicas que podem estar
presentes na água e causar doenças, como: cádmio, chumbo, cromo, mercúrio,
24
Dicloro-Difenil-Tricloroetano (DDT), benzeno, por exemplo (AZEVEDO NETTO;
RICHTER, 1991).
Quadro 2 - Doenças por transmissão hídrica x Agentes causadores
Fonte: Azevedo Netto; Richter, 1991 (adaptado pelo autor).
Os sistemas de abastecimento de água devem oferecer as pessoas água na
qualidade que possa preservar a saúde do ser humano e na quantidade necessária
ao seu uso (MOTA, 2003).
Estima-se que um bilhão de pessoas carece de acesso a um abastecimento
de água suficiente, definido como uma fonte que possa fornecer 20 litros por
pessoa por dia a uma distância não superior a mil metros. Essas fontes
incluem ligações domésticas, fontes públicas, fossos, poços e nascentes
protegidos e a coleta de águas pluviais (ONU. s.d., s.p.).
A água não pode conter impurezas abaixo desses níveis, que correspondem
a limites máximos de impurezas estabelecidos pela Resolução Conama nº 357/2005,
seja de origem microbiológica, química, física ou radioativa, não devendo, em
hipótese alguma, oferecer riscos à saúde humana (MOTA, 2003).
2.5 Qualidade da água
De acordo com Von Sperling (1995), o uso previsto nos casos de corpos de
água com múltiplas utilidades se dá em função da qualidade da água.
Os padrões de qualidade das águas determinados na Resolução Conama nº
357/2005 estabelecem limites individuais para cada substância em sua classe. Caso
houver interações entre substâncias não constará nessa resolução. Segundo
SANTOS, et al. (2001) os parâmetros de qualidade da água (quadro 3), podem ser
físicos, inorgânicos não metálicos, orgânicos, biológicos e microbiológicos e
metálicos.
DOENÇAS AGENTES CAUSADORES
Febre tifóide Salmonela tifóide
Febres paratifóides Salmonelas paratifóides (A, B, C)
Disenteria bacilar Bacilo disentérico
Disenteria amebiana Entamoeba histolítica
Cólera Vibrião da cólera
Diarréia Enterovírus, E. coli
Hepatite infecciosa Vírus tipo A
Giardiose Giárdia Lamblia
25
Quadro 3 - Alguns parâmetros de qualidade da água
PARÂMETROS FÍSICOS
PARÂMETROS INORGÂNICOS
NÃO METÁLICOS
PARÂMETROS ORGÂNICOS
PARÂMETROS BIOLÓGICOS E
MICROBIOLÓGICOS
PARÂMETROS METÁLICOS
Cor Acidez Demanda
bioquímica de oxigênio (DBO)
Plâcton Alumínio
Condutividade Alcalinidade Demanda química de
oxigênio (DQO) Macroinvertebrados Arsênio
Odor Boro Ácidos voláteis
orgânicos Macrófitas Bário
Sólidos Dióxido de carbono
Carbono orgânico
Algas Berílio
Salinidade Cloreto Halogênio orgânico
Coliformes totais Cádmio
Sabor Cloro (residual) Metano Coliformes fecais Cálcio
Temperatura Cianeto Óleos e graxas Salmonela Cromo
Turbidez Flúor Pesticidas orgânicos
Protozoários Cobre
Iodo Fenóis Vírus Ferro
Nitrogênio Surfactantes Bactérias Chumbo
Oxigênio dissolvido
Tanino e lignina Fungos Lítio
Ozônio
Magnésio
pH
Manganês
Fósforo
Mercúrio
Sílica
Níquel
Sulfato
Potássio
Sulfeto
Selênio
Sulfito
Prata
Sódio
Zinco
Fonte: Santos et al., 2001 (adaptado pelo autor).
2.5.1 Parâmetros físicos
a) Cor
A presença de substâncias dissolvidas ou em suspensão altera a cor da água,
devido à existência de ferro e manganês, pela decomposição da matéria orgânica,
pelas algas e lançamento de esgotos industriais e domésticos. O valor máximo
permissível de cor na água distribuída é de 15,0 U.C (MOTA, 2003).
A cor da água é exposta pela reflexão da luz em partículas minúsculas, os
colóides, que podem ser de origem orgânica (ácidos húmicos e fúlvicos) ou mineral
(resíduos industriais, compostos de ferro e manganês). Essa determinação da
intensidade da cor da água é realizada através da comparação de uma amostra com
um padrão de cobalto-platina, sendo o resultado obtido em unidades de cor (uC).
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).
26
b) Turbidez
A turbidez indica o grau de atenuação que um feixe de luz sofre ao atravessar
a água. Esta atenuação ocorre pela absorção e espalhamento da luz causada pela
presença de partículas suspensas na água. Essas partículas podem variar de
tamanho, podendo ser desde suspensões grosseiras aos coloides, como argilas,
siltes, lodo, descarga de esgoto doméstico ou industrial, entre outras. Sendo a
erosão do solo, a principal fonte de turbidez (AZEVEDO NETTO; RICHTER, 1991).
O aumento da turbidez faz com que uma quantidade maior de produtos
químicos seja utilizada nas estações de tratamento de água, aumentando os custos.
Além disso, a alta turbidez afeta a preservação dos organismos aquáticos, o uso
industrial e as atividades de recreação. O valor máximo permitido de turbidez na
água distribuída é de 5,0 NTU (ANA, s.d.b).
Com ela é possível avaliar as condições dos mananciais, por ser um método
fácil e rápido de constatar alguma irregularidade. A sua intensificação resulta na
redução da penetração de luminosidade, reduzindo as atividades fotossintéticas,
esse desenvolvimento reduzido de plantas pode suprimir a produtividade de peixes.
Influenciando as comunidades biológicas aquáticas. (BARTRAM E BALANCE,
1996a).
c) Temperatura
A temperatura é um parâmetro importante, sendo uma medida de intensidade
de calor e influencia outras propriedades, como a densidade, viscosidade, oxigênio
dissolvido, acelera reações químicas, diminui a solubilidade de gases e acentua a
sensação de sabor e odor. (AZEVEDO NETTO; RICHTER, 1991).
A temperatura fora de seus limites de tolerância térmica pode gerar impactos
sobre o crescimento e a reprodução da vida aquática. Assim como, o lançamento de
efluentes com altas temperaturas pode causar impacto significativo nos corpos de
água (MOTA, 2003).
d) Sabor e odor
A sensação de sabor origina do odor, portanto devem ser analisados em
conjunto. Decorre da presença de algas, vegetação em decomposição, como
bactérias, fungos, compostos orgânicos - gases sulfídricos, sulfatos e cloretos e
compostos artificiais - esgotos domésticos e industriais (MOTA, 2003).
27
e) Condutividade elétrica
A condutividade elétrica procede da quantidade de sais dissolvidos na água, e
sua determinação é estimada pelo conteúdo de sólidos de uma determinada
amostra (AZEVEDO NETTO; RICHTER, 1991).
f) Sólidos (resíduos totais)
Os sólidos permanecem após a evaporação, secagem ou calcinação da
amostra de água durante um determinado tempo e temperatura. Entretanto, quando
esses sólidos são depositados nos leitos dos corpos de água, podem causar
assoreamento, que gera problemas para a navegação, e aumenta o risco de
enchentes.
Além disso, esses resíduos podem prejudicar a vida aquática, pois ao se
depositarem no leito eles destroem os organismos que vivem nos sedimentos e
servem de alimento para outros organismos, além de danificar os locais de desova
de peixes (ANA, s.d.b).
Quando há grau elevado de turbidez, provavelmente enunciaria a existência
de sólidos em suspensão: areia, silte, argila e detritos orgânicos, tais como: algas,
bactérias e plâncton em geral. (VON SPERLING, 2005).
g) Salinidade
A salinidade corresponde à quantidade total de sais minerais dissolvidos na
água e pode ser determinada como sólidos ou como sais totais dissolvidos (ANA,
s.d.b).
2.5.2 Parâmetros inorgânicos não metálicos
a) Acidez
A acidez, por muitas vezes necessita a adição de um alcalinizante para
manter a estabilidade do carbonato e não causar problemas gástricos, como
gastrites, úlceras e câncer de estômago, devido a sua alta concentração de ácidos
(AZEVEDO NETTO; RICHTER, 1991).
b) Alcalinidade
A alcalinidade dá-se pela presença de bicarbonatos, carbonatos ou
hidróxidos. Os íons causadores da alcalinidade são todos básicos e, portanto, são
28
capazes de reagir com um ácido. Essa quantidade de ácido é adicionada até atingir
certo valor de pH, medindo a alcalinidade da água, através de indicadores, como:
fenolftaleína e metil orange (AZEVEDO NETTO; RICHTER, 1991).
c) Boro
O boro é essencial para o normal desenvolvimento e crescimento dos
organismos, porém, em determinadas concentrações, pode ser tóxico para alguns
organismos. Para as plantas o boro comanda a atividade de 21 (vinte e uma)
enzimas, no organismo humano ele é extremamente tóxico, sendo aceitas doses
diárias de no máximo 1mg, pois o seu excesso pode provocar náusea, vômito, dores
de cabeça, diarreia, entre outros (ANA, s.d.b).
d) Dióxido de carbono (CO2)
O dióxido de carbono provém da combustão do carvão e dos hidrocarbonetos,
da fermentação dos líquidos e da respiração dos seres humanos e dos
animais (MOTA, 2003).
e) Cloreto
A presença de cloretos vem da dissolução de minerais, da intrusão de águas
do mar e dos esgotos domésticos ou industriais. Porém, em excesso produz sabor
salgado à água e propriedades laxativas (MOTA, 2003).
f) Cloro (residual)
O cloro é um agente bactericida e deve ser adicionado durante o tratamento
da água, a fim de eliminar bactérias e outros micro-organismos que podem estar
presentes na água (ANA, s.d.b).
g) Cianeto
O cianeto é tóxico para a vida animal, pois bloqueia o transporte de oxigênio
no metabolismo e pode afetar diversos processos vitais (ANA, s.d.b).
h) Flúor
O uso de flúor em quantidade determinada na água previne o aparecimento
de cáries, porém a sua alta concentração pode provocar fluorose nos dentes, ou
seja, aparecimento de machas escuras, como também alterações na estrutura óssea
(MOTA, 2003).
29
i) Iodo
O Iodo elementar não é um componente natural das águas, mas pode ser
adicionado à água potável e a piscinas como desinfectante. Sua falta no organismo
humano causa o bócio, caracterizado pelo grande crescimento da glândula tireoide
(ANA, s.d.b).
j) Nitrogênio
O nitrogênio pode ser encontrado na forma de nitrito, nitrato e amônia. O
nitrato é indispensável ao crescimento das algas, podendo levar o excesso das
mesmas, provocando a eutrofização. Já a amônia é extremamente tóxica aos
peixes, pois aumenta a quantidade de nitrogênio na água (MOTA, 2003).
k) Oxigênio dissolvido (OD)
O oxigênio dissolvido é indispensável aos organismos aeróbios, àqueles que
sua respiração depende de oxigênio, ocorrendo em células de todos os animais,
sejam eles vertebrados ou invertebrados. Quando se tem baixo teor de oxigênio,
água possui grande quantidade de matéria orgânica (MOTA, 2003).
l) Ozônio
O ozônio é muito usado no tratamento da água e de efluentes para
desinfecção nos processos de lavagem de frutas, legumes e verduras. Pode ser
usado ainda na desinfecção de piscinas, de sistemas de lavagem de garrafas,
remoção de ferro e manganês, melhoria de gosto e odor, eliminação de limo e
depósitos em tubos, por exemplo (AZEVEDO NETTO; RICHTER, 1991).
m) Potencial hidrogeniônico (pH)
O pH é um índice que varia de 7 a 14 e representa o equilíbrio de íons H+ e
íons OH-. A água é considerada ácida com o índice inferior a 7, neutra com pH igual
a 7 e alcalina quando é superior a 7. O pH ideal corresponde às faixas de 6 a 9
(MOTA, 2003).
O pH varia em função das características e origem da água, entretanto, pode
ser alterado pela adição de resíduos. Quando o pH está baixo a água fica mais
corrosiva e quando elevado pode formar incrustações nas tubulações (MOTA, 2003).
Devido à necessidade de dar importância ao equilíbrio químico entre íons
hidróxidos e ácidos orgânicos para a manutenção da vida aquática, o pH quando
30
baixo potencializa a solubilização e liberação de metais adsorvidos em sedimentos,
interferindo nas concentrações de fósforo e nitrogênio, cessando a decomposição de
matéria orgânica carbonácea. (UCS, 2012).
De acordo com Barbosa (2010), os mananciais podem sofrer alteração natural
ou antrópica, devido à dissolução das rochas, absorção de gases, oxidação da
matéria orgânica, fotossíntese, e despejos industriais, como na lavagem ácida dos
tanques e despejos domésticos, o que ocorre a oxidação da matéria orgânica.
Portanto, são consideradas águas ácidas que favorecem a corrosão dos sistemas de
irrigação e também podem afetar de forma direta a vida aquática.
n) Fósforo
As fontes de fósforo são provenientes da dissolução de compostos no solo e
da decomposição de matéria orgânica, advindos de esgotos domésticos e
industriais, detergentes, fertilizantes, entre outros. O fósforo é essencial ao
crescimento das algas, entretanto, seu excesso gera a eutrofização, acumulando
algas na superfície aquática e impedindo a luminosidade na água (MOTA, 2003).
o) Sílica
A sílica está presente em todas as águas naturais. No ambiente aquático é
proveniente da decomposição de minerais de silicato de alumínio, como o feldspato,
frequentes nas rochas sedimentares. A sílica pode causar turbidez na água e servir
de indicador para avaliar a quantidade de descarga sólida (AZEVEDO NETTO;
RICHTER, 1991).
p) Sulfato, sulfeto, sulfito
O sulfato quando presente na água pode proporcionar propriedade laxativa e
surge nas águas como sulfatos de cálcio, sódio e magnésio. Junto com o cálcio e o
magnésio provoca a dureza e pode ser um indicador de poluição (AZEVEDO
NETTO; RICHTER, 1991).
O sulfeto é proveniente da decomposição de matéria orgânica, redução de
sulfatos e despejos industriais, podendo mesmo em baixa concentração causar
odores na água (MOTA, 2003).
Os sulfitos impedem o crescimento bacteriano, incluindo o dióxido de enxofre
e os sais formados a partir de ácido sulfuroso, todavia, sua presença pode causar
reações alérgicas (ANA, s.d.b).
31
2.5.3 Parâmetros orgânicos
a) Demanda bioquímica de oxigênio (DBO)
A demanda bioquímica de oxigênio é a quantidade de oxigênio necessária a
bactérias aeróbias, para que essas consumam matéria orgânica presente na água
(MOTA, 2003).
b) Demanda química de oxigênio (DQO)
A demanda química de oxigênio é a quantidade de oxigênio fundamental à
oxidação da matéria orgânica, por meio de um agente químico (MOTA, 2003).
c) Ácidos voláteis orgânicos
Os ácidos voláteis orgânicos são utilizados no controle de reatores
anaeróbios de tratamento de esgotos (ANA, s.d.b).
d) Carbono orgânico, halogênio orgânico e surfactantes
É de suma importância a identificação da contaminação da água com a
presença de impurezas orgânicas, a fim de verificar a presença de compostos
orgânicos que podem resultar na formação de bactérias na água (ANA, s.d.b).
e) Metano
O metano é um gás incolor e inodoro e a respiração de altas concentrações
do gás pode provocar asfixia (ANA, s.d.b).
f) Óleos e graxas
Os óleos e graxas podem se acumular na superfície e dificulta as trocas
gasosas, especialmente a de oxigênio. E acumulam-se em praias e margens de rios,
proporcionando problemas estéticos e ecológicos (ANA, s.d.b).
g) Pesticidas orgânicos
Devido ao uso exacerbado de pesticidas na agricultura, há um perigo de
contaminação das águas por essas substâncias orgânicas sintéticas que oferecem
riscos para espécies animais pela toxidade e possível acumulação ao longo da
cadeia alimentar (AZEVEDO NETTO; RICHTER, 1991).
32
h) Fenóis
Os fenóis são tóxicos, entretanto, no tratamento da água eles se combinam
com o cloro e pode gerar alteração na água, tendo gosto e cheiro desagradável
(AZEVEDO NETTO; RICHTER, 1991).
i) Tanino e lignina
O tanino e a lignina podem ser utilizados no tratamento de água de
abastecimento e esgoto sanitário para uma melhor floculação e clarificação (ANA,
s.d.b).
2.5.4 Parâmetros biológicos e microbiológicos
a) Plâncton
O Plâncton corresponde a organismos que vivem em suspensão na água,
podendo ser grupados em fitoplâncton (algas, bactérias) e zooplâncton
(protozoários, rotíferos, crustáceos). Esses organismos são necessários na
construção da cadeia alimentar para a condução de processos essenciais, como a
produção de oxigênio e a decomposição da matéria orgânica (AZEVEDO NETTO;
RICHTER, 1991).
b) Macroinvertebrados
Os macroinvertebrados são fontes alimentares para os peixes, por isso
podem ser indicadores da degradação ambiental, além da reciclagem de nutrientes
na água. (ANA, s.d.b).
c) Macrófitas
As plantas aquáticas, também conhecidas como macrófitas, absorvem
nutrientes por meio de suas raízes e libera na água, através de sua excreção ou
durante sua decomposição, além de fornecer hábitat e abrigo para pequenos
animais (MOTA, 2003).
d) Algas
A poluição por esgotos domésticos ou por fertilizantes garante alta quantidade
de nutrientes nas águas, gerando um aumento considerável das algas e provocando
a eutrofização. Além do mais, certas espécies produzem toxinas que, se
consumidas, podem ser nocivas (MOTA, 2003).
33
e) Coliformes totais
Os coliformes totais são bactérias que podem ser aeróbicas ou anaeróbicas e
produzem ácidos e gás a 35/37°C. Quanto maior o índice de coliformes, mais a água
está contaminada (AZEVEDO NETTO; RICHTER, 1991).
f) Coliformes fecais
Os coliformes fecais ou termotolerantes por suportarem uma temperatura
superior a 40°C são ingeridos por meio de alimentos contaminados, principalmente,
por Escherichia coli e excretados em grande quantidade nas fezes (AZEVEDO
NETTO; RICHTER, 1991).
Segundo Santos (2012), os coliformes fecais se caracterizam como um
indicador sanitário se há bactérias de origem do trato intestinal humano e/ou
animais, mas na maioria das vezes, ocorre a presença de microrganismos
patógenos.
A Organização Mundial da Saúde (1995) afirma que o principal grupo dos
coliformes fecais compreende a Escherichia Coli. A origem fecal dessa bactéria é
inquestionável e sua natureza onipresente pouco provável valida o papel mais
preciso de organismo indicador de contaminação tanto em águas naturais quanto
tratadas.
g) Salmonela
A salmonela é transmitida ao homem através da ingestão de alimentos ou
água contaminados com fezes animais. Sendo a salmonelose uma doença
infecciosa provocada por um grupo de bactérias (MOTA, 2003).
h) Protozoários, Vírus, Bactérias, Fungos
Os protozoários, vírus, bactérias e fungos podem transmitir doenças através
da água, sendo que o sistema de saneamento básico adequado e a água tratada
podem reduzir a incidência de doenças infecciosas (MOTA, 2003).
2.5.5 Parâmetros metálicos
a) Arsênio, Cadmo, Cromo, Chumbo, Mercúrio, Prata, Cobre, Zinco, Níquel
Alguns componentes inorgânicos da água são metais pesados e por isso são
tóxicos ao homem, como o arsênio, cádmio, cromo, chumbo, mercúrio, prata, cobre
34
zinco, níquel, e são despejados na água através das indústrias ou por meio de
atividades agrícolas, de garimpo e mineração (MOTA, 2003).
b) Alumínio
A presença de alumínio em excesso provoca turvação e depósito nas
canalizações. Já a ingestão de alumínio pelo ser humano, indivíduos com
insuficiência renal ou de elevada exposição a este metal, pode levar, entre outros
problemas, a distúrbios orgânicos (ANA, s.d.b).
c) Ferro e Manganês
O ferro ao ser associado ao manganês acarreta à água um sabor amargo,
adstringente, coloração amarelada e turva, devido à precipitação quando oxidado
(AZEVEDO NETTO; RICHTER, 1991).
As águas com ferrugem favorecem o desenvolvimento das ferrobactérias, que
pode causar alteração na coloração da água, devido à suspensão coloidal do
precipitado, além de causar maus odores, coloração a água e obstrução das
canalizações (MOTA, 2003).
O ferro possui diversas origens, podendo ser natural ou antrópica. Sendo elas
naturais das próprias características do solo, ou referentes aos despejos oriundos
das atividades industriais humanas. (BARTRAM; BALLANCE, 1996). Essas
atividades podem supostamente afetar a quantidade de ferro na água e contribuir
para alteração na qualidade de um manancial.
A concentração de ferro total nas águas dos mananciais superficiais é um dos
parâmetros mais preocupantes. De acordo com Santos (2012), a degradação do
solo interfere na concentração de ferro, ressaltando que uma das principais origens
do ferro total está voltada para as características do solo. Assim, nas áreas
residenciais de alta densidade afetam a concentração do mesmo.
Segundo a CETESB (2005), nas águas superficiais, o nível de ferro aumenta
nas estações chuvosas devido ao carreamento de solos e à ocorrência de processos
de erosão das margens. O solo fica demasiadamente exposto e, com a ação
gradativa das chuvas vai tendo seus materiais arrastados, esse processo de
lixiviação se intensificada e acaba aumentando a quantidade de matéria orgânica na
água.
35
d) Bário
O bário advém da produção de pigmentos, fogos de artifício, vidros e
defensivos agrícolas. A sua ingestão provoca elevação da pressão sanguínea, por
vasoconstrição e bloqueio do sistema nervoso, sendo um elemento muito tóxico
quando acima do teor de 1,0 mg/l, permitido em águas para abastecimento (ANA,
s.d.b).
e) Cálcio e Magnésio
O cálcio e o magnésio são os principais elementos responsáveis pela dureza,
formando uma espécie de nata na água de lavagem ou incrustações em tubulações
(MOTA, 2003).
f) Berílio
O berílio é um elemento químico altamente tóxico que pode provocar
dermatite e lesões pulmonares. Sua principal aplicação é nas ligas de cobre-berílio
de reatores nucleares (ANA, s.d.b).
g) Lítio
O lítio quando encontrado em altas dosagens pode provocar má formações,
principalmente no coração (ANA, s.d.b).
h) Potássio
O potássio é usado na indústria e em fertilizantes para agricultura, sendo
introduzido nas águas doces através das descargas industriais e de áreas agrícolas
(ANA, s.d.b).
i) Selênio
O Selênio na água pode resultar da resistência das rochas (ANA, s.d.b).
j) Sódio
O aumento das concentrações de sódio na água advém do lançamento de
esgotos domésticos e efluentes industriais. O teor de sódio é medido onde a água é
utilizada para dessedentação de animais ou para agricultura, particularmente na
irrigação, pois quando o teor de sódio em certos tipos de solo é elevado, sua
estrutura pode degradar-se pelo restrito movimento da água, afetando o crescimento
das plantas (ANA, s.d.b).
36
2.6 Mananciais
Manancial destinado ao abastecimento público denomina a fonte de água
utilizada para consumo humano ou desenvolvimento de atividades econômicas,
podendo ser manancial doce superficial como os rios, lagos e canais ou
subterrâneo, como os lençóis (ANA, s.d.b).
As bacias que englobam mananciais de abastecimento devem receber
tratamento diferenciado e com maior zelo, em razão de que a qualidade da água
bruta se sujeita a forma pela qual os demais trechos da bacia são manejados,
necessitando de aprimoramento da gestão ambiental urbana, contemplando
especialmente a capacitação de gestores públicos (ANA, s.d.b).
Segundo Silva (2012), as águas de superfície são as de mais fácil captação,
sendo predisposta a sua utilização para consumo humano, estando passível a
processos de poluição e contaminação, pois são aquelas que mais precisam de
tratamento.
Os sistemas necessitam captar águas de melhor qualidade possível, com boa
localização e proteção sanitária. E são submetidas a processos de tratamento com a
finalidade higiênica, estética e econômica, entretanto nem sempre esse padrão de
qualidade consegue ser efetuado, devido a intensos processos de uso e ocupação
do solo (GUIMARÃES, 2007).
As principais causas de poluição dos mananciais de águas superficiais são os
esgotos domésticos ou industriais, lixo urbano, o escoamento superficial que drena
áreas agrícolas tratadas com pesticidas ou outros compostos e a retenção da água
subterrânea contaminada que chega ao rio (ANA, s.d.b).
A ocupação desordenada do solo gera inúmeros problemas. A falta de
infraestrutura, como a ausência ou a precariedade do serviço de coleta e tratamento
de esgotos, somada a inadequada disposição de resíduos, levam contaminantes aos
rios, comprometendo a qualidade da água e dificultando a potabilização.
Além disso, a urbanização acelerada provoca impactos sociais, ambientais e
econômicos, ritmo acelerado de erosão, enchentes, deslizamentos, destruição de
florestas e áreas protegidas, contaminação do lençol freático, das represas de
abastecimento de água e do solo.
Esgotos domésticos e efluentes industriais são uns dos principais
contaminantes das águas de superfície, principalmente em áreas urbanas. Essa
37
contaminação por despejos domésticos e industriais pode alterar, por exemplo, o
pH, a cor, turbidez, condutividade elétrica e níveis de nitrato da água (VON
SPERLING, 1995).
2.7 Sistema de abastecimento de água de Maceió
Segundo dados fornecidos pela Companhia de Saneamento de Alagoas
(CASAL), na cidade de Maceió o abastecimento de água é feito usando as seguintes
fontes de abastecimento (figura 2).
Figura 2 – Área de atendimento dos sistemas de abastecimento de água de Maceió.
Fonte: Companhia de Saneamento de Alagoas. s.d.
Maceió utiliza quatro sistemas básicos de abastecimento de água, sendo três
através dos mananciais superficiais dos riachos Catolé, Aviação e Pratagy, e o
último através de poços profundos. Esses poços profundos são resultantes do
sistema de aquíferos, composto pela formação Barreiras e pelo membro Marituba da
38
formação Piaçabuçu, que apresentam grandes espessuras de arenitos e areias que
deram origem a excelentes aquíferos (NOBRE; NOBRE, 2001).
Os poços profundos subdividem entre os que estão interligados ao macro-
sistema de abastecimento de água (os sistemas Catolé, Aviação e Pratagy) e
aqueles que trabalham isoladamente.
A CASAL define ainda quatro microssistemas isolados que atendem a áreas
específicas: Fernão Velho, Distrito Industrial, José Tenório Lins e Riacho Doce. Os
três últimos utilizam poços profundos para a captação de água, e o sistema Fernão
Velho utiliza manancial superficial, a barragem da Lapinha.
a) Sistema Catolé
O sistema Catolé/Cardoso começou a ser utilizado a partir da década de 50,
com a implantação da Estação de Tratamento de Água do Cardoso, localizada no
bairro Bebedouro. Esse sistema encontra-se em uma Área de Proteção Ambiental
(APA) do Catolé e Fernão Velho de 65,17km², contemplando parte dos Municípios
de Maceió, Satuba, Santa Luzia do Norte e Coqueiro Seco (NOBRE; NOBRE, 2001).
A estação de tratamento do Cardoso é do tipo convencional e opera com
coagulação/ floculação, decantação, filtração e desinfecção. O sistema possui uma
vazão média de 320 l/s, em regime de operação de 24 h/dia.
Esse manancial fornece água potável para cerca de 18 (dezoito) bairros de
Maceió, entretanto, está operando no limite de sua capacidade, junto com outros
sistemas, no caso, o Pratagy e Aviação, sendo responsáveis por cerca de 62%
(sessenta e dois por cento) do abastecimento de Maceió.
A captação do Riacho Catolé / Cardoso está localizada no bairro de Santo
Dumont e próxima a Área de Proteção Ambiental (APA) do Catolé e Fernão Velho.
Ao retirar água da APA do Catolé (figura 3), a mesma passa por uma mata,
chegando ao local em que a concepção de tratamento utilizada é a de filtração direta
com posterior desinfecção como uso de hipoclorito de sódio. Essa água abastecerá
apenas o bairro do Bebedouro e a Universidade Federal de Alagoas, segundo a
CASAL.
O bioma que predomina é o da Mata Atlântica, que varia entre ecossistemas
de floresta ombrófila ao manguezal. Dentre os problemas, destacam-se forte
desmatamento, ocupações irregulares com grande expansão urbana, poluição
hídrica e queimadas. (IMA, s.d.).
39
Figura 3 - APA do Cardoso
Fonte: Companhia de Saneamento de Alagoas, s.d.
As regiões do Riacho Catolé e Aviação são próximas uma da outra. E por
isso, apresentam uma vizinhança parecida, com presença de indústrias, que muitas
vezes não realizam o tratamento de seus efluentes e acabam contaminando o meio
ambiente. Além disso, ambas as regiões compreendem um domínio de habitações
populares, que muitas vezes não tem acesso ao saneamento básico.
Segundo a pesquisa do Instituto Trata Brasil (2013), apenas 37,20% da
população total do Município de Maceió tem seu esgoto coletado, média abaixo da
brasileira, que é de 49,8%.
b) Sistema Aviação
O Sistema Aviação foi implantado no início da década de 90 e está situado na
vizinhança do Catolé. Usufrui das sobras desse sistema somadas a vazão do riacho
Aviação, num total de 197 l/s, em regime de operação de 24h/dia.
Antes de ser encaminhada para o reservatório do Hospital Universitário, a
água passa pela Estação de Tratamento de Água do Aviação, do tipo compacta,
cujas fases de tratamento são: coagulação, filtração rápida e desinfecção. A água é
tratada por sistema de filtros ascendentes e bombeada para o reservatório do
Hospital Universitário, de onde é distribuída para os bairros da parte alta,
abrangendo o Tabuleiro, Clima Bom, Colina dos Eucaliptos e adjacências. Além
disso, há nove poços profundos incorporados ao sistema, injetando água
diretamente na rede de distribuição.
40
A área da captação do Riacho Aviação limita-se próximo ao aeroporto Zumbi
dos Palmares, localizado na Cidade Universitária, assim como o Complexo Prisional
do Estado de Alagoas, o Distrito Industrial e grandes e médios conjuntos
habitacionais populares que se encontram no bairro do Tabuleiro do Martins.
Segundo Ferreira Neto (2000), a área de uso e ocupação do solo deste bairro
corresponde ao mapa a seguir (figura 4), que comprova a intensa exploração
antrópica na região.
Figura 4 - Mapa de uso e ocupação do solo do Bairro de Tabuleiro do Martins
Fonte: Ferreira Neto, et. al., 2000.
As empresas do Distrito Industrial Governador Luiz Cavalcante são indústrias
de pequeno e médio porte, muitas produzem fertilizantes, materiais utilizados na
construção civil, indústria alimentícia e farmacêutica.
Como mostra a tabela 2, o uso de produtos, os diversos tipos de tratamentos
e a disposição final destes efluentes, podendo interferir na qualidade dos mananciais
superficiais e subterrâneos. Algumas empresas fazem tratamento desses resíduos
através de lagoas com disposição final através de infiltração no solo, já outras,
quando têm efluentes líquidos, muitas vezes, destinam os mesmos, sem tratamento,
para sumidouros. Fica evidente, que mesmo essas indústrias ao afirmarem a
efetivação desses tratamentos de seus efluentes não se podem confirmar, pois a
maioria dessas empresas não monitoram se efetivamente isso acontece ou não.
41
Tabela 2 - Caracterização das Empresas do Distrito Industrial Governador Luiz Cavalcante
Fonte: V & S engenheiros consultores, 1998 apud Ferreira Neto, et. al, 2000.
42
c) Sistema Pratagy
Na atualidade, o sistema atende a cerca de 20% (vinte por cento) da
população maceioense. A ETA do Pratagy realiza o tratamento do tipo convencional,
com uma vazão média de 1000l/s, aproximadamente, captando água do rio Pratagy,
com regime de operação de 24h/dia.
Segundo a CASAL, o sistema foi projetado para quatro etapas, as quais são
distribuídas nas seguintes vazões: primeira etapa – 1.080 l/s; segunda etapa – 2.160
l/s; terceira etapa – 3.240 l/s; e quarta etapa – 4.320 l/s. Vale salientar que só a
primeira está em funcionamento de forma parcial, com um pouco menos de 1000l/s
dos 1.080l/s previstos, o que corresponde a cerca de 92% (noventa e dois por cento)
do total do sistema em sua etapa final.
Na captação, o sistema encontra-se em pleno funcionamento tanto a Estação
Elevatória de Água Bruta, quanto a bomba. Sua adutora de água bruta tem
aproximadamente 8km de extensão, possui um diâmetro de 900 mm de aço
carbono e a Estação Elevatória de Água Tratada encontra-se construída e em
operação.
A previsão é que na etapa final do sistema sejam abastecidos todos os
bairros, entretanto, atualmente estão sendo abastecidos apenas: Pajuçara, Jaraguá,
Ponta verde, Jatiúca, Mangabeiras, Jacarecica, Ponta da terra, Poço, Cruz das
almas, Jacintinho e Feitosa. Esses bairros recebem água através de injeção direta
na adutora dos poços do Vale do Reginaldo. Além disso, utiliza manobras que
podem abastecer também os bairros: Vergel, Trapiche, Prado, Cambona, Levada,
Ponta grossa, Centro e Pontal, sendo que estes recebem água através de injeção
direta na adutora de 450 mm do Farol que sai do Reservatório R-4.
A captação do Rio Pratagy está localizada no bairro do Benedito Bentes e
encontra-se em uma APA que foi criada com o intuito de proteger o mesmo, bem
como o patrimônio natural da região, entretanto, o rio vem sofrendo consequências
desse uso abusivo.
O bairro do Benedito Bentes, onde localiza a captação do Pratagy, é o maior
bairro em extensão da cidade de Maceió, virou uma cidade praticamente
(BARBOSA; LIMA, s.d.). Divide-se em atividades urbanas e rurais. Mesmo
predominando o uso residencial habitacional e comercial. Verifica-se a presença de
cana-de-açúcar as margens da principal via de acesso, conhecida como a Avenida
Cachoeira do Meirim. Os principais conjuntos habitacionais do bairro são: Benício
43
Mendes, Frei Damião, Jardim Paraíso, João Sampaio II, Luís Pedro III, Moacir
Andrade, Selma Bandeira e loteamentos Alvorada e Bela Vista (ALVES, 2004).
Segundo Moura (2006), a região do Pratagy era coberta por Mata Atlântica,
entretanto, essa área praticamente desapareceu e atualmente, é caracterizada pela
retirada da cobertura vegetal devido à necessidade de introduzir atividades na
região, tais como, agricultura, principalmente da cana-de-açúcar, pecuária,
expansão de habitações rurais.
A margem do rio encontra-se com pouca proteção de matas ciliares, com
ocupação desordenada, por povoados ribeirinhos que se instalam às margens do
rio, pondo em risco a manutenção desse manancial e provocando a aceleração de
processos erosivos e assoreamento do rio deste sistema. O local próximo à captação
está desprovido de vegetação nativa e o gado pasta nesta região (figura 5), além da
pecuária bovina, ainda possui um curral próximo à região da captação na margem
direita do rio. Já a margem esquerda possui apenas pastagens (ALVES, 2004).
Figura 5 - Área de entorno da captação do Sistema Pratagy
Fonte: Alvez, 2004.
d) Sistema de poços profundos
O sistema de poços profundos possui cerca de 193 (cento e noventa e três)
unidades espalhadas por toda cidade, totalizam uma vazão de cerca de 600 l/s. Isso
acontece por meio de bombas submersas que elevam a água captada para os
reservatórios existentes na cidade, sendo que boa parte delas injetam diretamente
na rede de distribuição e representam cerca de 38% (trinta e oito por cento) da
vazão produzida na capital. Nesse caso, estão incluídos tanto os poços que
pertencem a sistemas isolados, ou seja, aqueles que frequentemente atendem a
44
conjuntos habitacionais específicos, quanto os que se encontram interligados no
macro sistema de abastecimento de Maceió, ao qual se juntará, o Sistema Pratagy.
A distribuição do abastecimento de água da capital alagoana, de acordo com
a CASAL, possui cerca de 1.200 km de tubulação com diâmetros de 60 a 600 mm
interligadas a 150.000 residências, pontos comerciais, indústrias ou prédios
públicos. Esse sistema se divide em três macro-zonas de abastecimento: a zona
alta, média e baixa.
A zona alta corresponde a Cidade Universitária, ao norte, até uma linha
transversal entre o Parque das Flores e a Chã de Bebedouro. A zona média
compreende a linha citada, a área que se estende até as Avenidas Comendador
Gustavo Paiva, Comendador Calaça e Rua Barão de Atalaia. Já a zona baixa
abrange a área baixa da cidade, faixa lagunar e costeira, próximo ao nível do mar.
O sub-dimensionamento da rede de água provoca interrupções em seu
fornecimento para a população. Segundo a Companhia, a mesma tem buscado mais
opções para combater essa deficiência, e tem como prioridade a finalização do
Sistema Pratagy, já que ele ainda não funciona completamente com sua capacidade
máxima. Contudo, a próxima etapa encontra-se em fase de licitação e se dará a
partir do Rio Meirim. Com a conclusão dessa segunda etapa a vazão do Sistema
Pratagy será duplicada, passando para aproximadamente 2000 l/s.
2.8 Delimitação das regiões hidrográficas de Maceió
A região do Pratagy abastece os Municípios de Barra de Santo Antônio,
Flexeiras, Maceió, Messias, Murici, Paripueira e Rio Largo, sendo integrada pelos
rios Reginaldo, Pratagy, Meirim e Sapucaí (ANA, s.d.a). Já, Maceió é abastecida por
duas regiões hidrográficas: Pratagy e a do Complexo Estuarino Lagunar Mundaú /
Manguaba (CELMM).
A região do CELMM abrange sete municípios: Maceió, localizado à margem
nordeste da lagoa Mundaú; Rio Largo e Satuba, situados na foz do rio Mundaú; e
Santa Luzia do Norte e Coqueiro Seco, ao longo da margem sudoeste da Lagoa
Mundaú, sendo integrada pelos rios Sumaúma, Remédio, Riacho do Silva e Estivas
(ANA, s.d.a). Podem ser vistas as delimitações das regiões que compreende Maceió
ao serem destacadas as Divisões das Regiões Hidrográficas e as Bacias
Hidrográficas do Estado de Alagoas (figura 6). Sendo essas bacias que
correspondem a Maceió que será direcionado o estudo.
45
Figura 6 – Mapa com as Divisões das Regiões Hidrográficas e as Bacias Hidrográficas do Estado de Alagoas
Fonte: Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos. s.d. (adaptado pelo autor).
46
2.9 Uso e ocupação do solo
A qualidade das águas depende de vários aspectos, dentre os quais se
destacam os usos antrópicos, com a retirada e o lançamento nos corpos de água, a
variabilidade natural das vazões, como o homem ocupa o espaço e a finalidade que
o mesmo dá ao solo (MOTA, 2003).
O crescimento populacional e o aumento descontrolado dos níveis de
consumo provocam intensificação da demanda por água, provocando a ampliação
da ameaça e pressão sobre os mananciais de abastecimento (MMA, s.d.a).
Nas áreas de degradação dos mananciais ocorrem inúmeras situações que
intensificam esse cenário, destacando a ocupação desordenada do solo, práticas
inadequadas de uso do solo e da água, carência de infraestrutura de saneamento,
abuso excessivo dos recursos hídricos, retirada da cobertura vegetal, erosão e
assoreamento de rios e córregos e atividades industriais que se desenvolvem
descumprindo a legislação ambiental (MMA, s.d.a).
O aumento acelerado e desordenado da cidade de Maceió causa um
verdadeiro impacto ambiental. A região periférica comporta maiores níveis de
ocupação, entretanto, é desordenada e a infraestrutura é inadequada, resultado da
falta de políticas públicas do Estado de Alagoas.
Esta situação proporcionada por inúmeras condições, não só as ligações
irregulares de esgotos e a impermeabilização, mas a soma de fatores sociais,
econômicos e políticos, em contrapartida aos hábitos, costumes e a omissão da
população (CABRAL, 2017).
O estudo desse trabalho possui o intuito de ajudar a sociedade a melhorar o
entendimento do sistema, bem como o uso e a ocupação do solo, além da qualidade
da água, a fim de proporcionar uma melhor gestão ambiental dos recursos hídricos
da capital alagoana.
Maceió é composta por uma região de Tabuleiros Costeiros, e por sua vez
apresenta topografia plana com altitude média de 80 metros, como também, solos
com boas características para fundações. Tendo em vista, essas condições físicas
que fazem com que a região seja propicia a utilização para a expansão urbana,
implantação de indústrias e outras atividades socioeconômicas com baixo custo.
Todavia, no município constataram-se diversas atividades potencialmente
poluidoras, que podem influenciar a contaminação dos mananciais superficiais, entre
47
essas atividades, saliento: grande expansão urbana com implantação de conjuntos
habitacionais, indústrias, postos de combustíveis, resíduos sólidos e outras
atividades socioeconômicas (FERREIRA NETO, et. al., 2000).
As águas podem ficar poluídas por incalculáveis fatores, dentre eles os
despejos de esgotos a céu aberto, lixo, dejetos químicos industriais, tendo origem
principalmente nos riachos que levam as águas poluídas cheias de seres vivos,
como bactérias, vírus e parasitas (AZEVEDO, et. al., 2014).
48
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Este estudo de caso analisa a relação entre o uso e ocupação do solo e a
qualidade da água que pode ser observada através de diferentes locais de
monitoramento das fontes de abastecimento no Município de Maceió. Tendo em
vista a necessidade desse trabalho para a sociedade, realizou-se a seguinte
metodologia apresentada.
3.1 Escolha do tipo de manancial e local de estudo
Enfatizou-se às águas superficiais empregadas no Sistema de
Abastecimento de Maceió, visto que nessas captações, a água não é considera
segura, pois está naturalmente sujeita a possíveis processos de poluição e
contaminação.
Com a escolha do tipo de manancial a ser estudado, realizou-se a
identificação dos mesmos que fazem parte dos mananciais superficiais do Sistema
de Abastecimento de Água de Maceió: Riacho Catolé, Riacho Aviação e Rio
Pratagy. A coleta de água bruta das captações procedeu-se nas áreas próximas às
respectivas captações, compreendendo as coordenadas de localização
evidenciadas (quadro 4).
Quadro 4 - Localização geográfica dos pontos de captação dos mananciais
superficiais de Maceió
Fonte: Companhia de Saneamento de Alagoas (CASAL).
3.2 Definição dos parâmetros de qualidade da água
Com a análise das inúmeras interferências que o uso e a ocupação do solo
podem causar na qualidade da água dos mananciais superficiais, desenvolveu-se
uma seleção desses indicadores, a fim de priorizar e levar em consideração as
formas de uso, ocupação e exploração do solo.
Definiram-se os parâmetros a seguir a fim de serem analisados: potencial
hidrogeniônico (pH), cor, turbidez, sólidos totais, coliformes fecais ou
termotolerantes, ferro, sulfato, nitrito, nitrato e cloretos. Os indicadores escolhidos
COORDENADAS DOS PONTOS DE CAPTAÇÃO
Manancial superficial Latitude Longitude
Riacho Aviação 09º33'47,57'' S 36º47'50,49'' O
Riacho Cardoso 09º33'37,68'' S 36º47'46,425'' O
Rio Pratagy 09º31'46,72'' S 35º41'26,15'' O
49
para a análise estão na Resolução do Conama nº 357 de 2005, no qual estabelece
valores máximos de impurezas permitidos para cada parâmetro.
3.3 Análises dos dados
Adquiriram-se os resultados de análises físico-químicas e bacteriológicas,
realizados através do monitoramento da qualidade da água dos mananciais
superficiais do Município de Maceió, junto ao órgão responsável pela prestação de
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, a Companhia de
Saneamento de Alagoas (CASAL), durante o período de três anos, de 2014 a 2016,
conforme o ANEXO A, um modelo desse laudo de análise.
Utilizaram-se caixas de isopor com gelo, para que as amostras permaneçam
resfriadas desde o momento da coleta até a ida ao laboratório. Assim,
determinaram-se os dados dessas análises no laboratório, localizado dentro da
Unidade de Negócio do Benedito Bentes (figura 7), próximo a Estação de
Tratamento de Água (ETA) do Sistema Pratagy (figura 8).
Figura 7 - Unidade de Negócio do Benedito Bentes da CASAL: Sistema Pratagy
Fonte: Autoria própria, 2017.
Figura 8 - Estação de Tratamento de Água do Pratagy
Fonte: Companhia de Saneamento de Alagoas, s.d.
50
Neste estudo, após a aquisição dos dados com a companhia, analisaram-se
os resultados por meio da comparação de qualidade encontrados durante esses três
anos, conforme os dados dos ANEXOS B, C e D, com os estabelecidos pela
Resolução do Conama n°357 de 2005, pois esta norma trata das águas superficiais
que podem ser destinadas ao abastecimento para consumo humano.
Já os dados referentes ao o uso e ocupação do solo em Maceió adquiriu-se
por meio de pesquisa bibliográfica, com base em trabalhos acadêmicos anteriores,
para avaliar a existência e possíveis interferências de industrias, criadouros de
animais, urbanização, supressão de mata ciliar e outros fatores e atividades que
possam interferir na qualidade das águas superficiais da região. Também realizou-se
visita in loco para comprovar essas intervenções.
Através da visita in loco, tiraram-se fotos para comprovar as possíveis
interferências nas regiões de análise, a fim de ratificar a relação entre a qualidade da
água e o uso e ocupação do solo, uma vez que as alterações no ambiente
interferem no solo e na água.
De acordo com as coordenadas das respectivas captações, disponibilizadas
pela CASAL, verificou-se a área de entorno.
Conforme a localização proposta pela coordenada (figura 9), a captação do
Riacho Catolé localizada no bairro do Santos Dumont, na parte alta da cidade,
vizinho aos municípios de Satuba e Rio Largo e limitado pelas rodovias federais BR-
104 e BR-316, encontra-se adjacente a conjuntos habitacionais do mesmo bairro.
A área da captação do Riacho Cardoso e Aviação estão na mesma
vizinhança e junto a Área de Proteção Ambiental do Catolé e Fernão Velho e
fronteiriço ao aeroporto Zumbi dos Palmares.
Sendo que a captação do Riacho Aviação, em conformidade com a figura 9
encontra-se nos bairro do Tabuleiro do Martins e Cidade Universitária, próxima ao
Distrito Industrial (figura 10), com indústrias alimentícias, de construção civil,
fertilizantes, entre outras atividades. Assim como, possui proximidade com a
Universidade Federal de Alagoas - UFAL (figura 11), compreendendo uma área com
habitações populares (figura 12) e comerciais (figura 13).
51
Figura 9 - Captação do Riacho Catolé / Cardoso e Aviação
Fonte: Google Earth
52
Figura 10 – Distrito Industrial: Polo Multisetorial Governados Luiz Cavalcante
Fonte: Autoria própria
Figura 11 – Universidade Federal de Alagoas
Fonte: Autoria própria
Figura 12 – Habitações populares no bairro da Cidade Universitária
Fonte: Autoria própria
53
Figura 13 – Área comercial no bairro da Cidade Universitária
Fonte: Autoria própria
Já a área de entorno proposta pela coordenada de captação do Rio Pratagy
(figura 14), que está localizada no bairro de Benedito Bentes, a esquerda com uma
área urbana, com habitações populares (figura 15) e conjuntos habitacionais (figura
16) e a direita compreende uma área rural, com a presença de agricultura (figura 17)
e pecuária (figura 18).
54
Figura 14 - Captação do Rio Pratagy
Fonte: Google Earth
55
Figura 15 – Habitações populares no bairro do Benedito Bentes
Fonte: Autoria própria
Figura 16 – Conjuntos habitacionais no bairro do Benedito Bentes
Fonte: Autoria própria
Figura 17 – Área com agricultura no bairro do Benedito Bentes
Fonte: Autoria própria
56
Figura 18 – Área com pastagem no bairro do Benedito Bentes
Fonte: Autoria própria
Segundo a lei nº 4.548, de 21 de novembro de 1996, que institui o Código
Municipal de Meio Ambiente e são responsáveis pelo controle das fontes poluidoras
da ordenação do uso do solo do território do Município de Maceió, os rios de
Alagoas, segundo a destinação dada as suas águas, são classificados em duas
categorias: rios de classe 1 (cujas águas destinam-se ao abastecimento doméstico,
após tratamento simplificado) e rios de classe 2 (cujas águas se destinam ao mesmo
fim, depois de submetida a tratamento convencional).
De acordo com essa lei, o Rio Pratagy, de sua nascente até quatro
quilômetros, possui classe 1, e é correspondente a classe 2, no início no ponto onde
finda sua classe 1, até sua foz. Já o Riacho Aviação e Catolé, compreende a classe
1 em todo o seu trecho.
Ao verificar esses parâmetros de qualidade da água de acordo com seu uso,
através de classes de enquadramento desses mananciais superficias, estabelecido
pela Resolução do Conama n° 357 de 2005, analisou-se se estes índices
apresentam conformidade ou não (quadro 5).
57
Quadro 5 – Parâmetros limites da Resolução do Conama n° 357 de 2005, com
relação as classes das águas
PARÂMETROS CLASSE
ESPECIAL CLASSE 1 (Muito boa)
CLASSE 2 (Boa)
CLASSE 3 (Pouco poluída)
CLASSE 4 (Poluída)
PH
Deverão ser mantidas as condições naturais do corpo de
água
6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0
COR
Nível de cor natural do
corpo de água em mg Pt/L
Até 75 mg Pt/L Até 75 mg Pt/L
─
TURBIDEZ 40 UNT 100 UNT 100 UNT
SÓLIDOS TOTAIS
500 mg/L 500 mg/L 500 mg/L
FERRO (Fe) 0,3 mg/L 0,3 mg/L 5,0 mg/L
CLORETOS 250 mg/L 250 mg/L 250 mg/L
SULFATO (NO4) 250 mg/L 250 mg/L 250 mg/L
NITRATO (NO3) 10,0 mg/L 10,0 mg/L 10,0 mg/L
NITRITO(NO2) 1,0 mg/L 1,0 mg/L 1,0 mg/L
Escherichia coli
200 coliformes por 100
mililitros em 80% ou mais
de pelo menos 6 amostras coletadas
durante o ano
1000 coliformes por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 6
amostras coletadas
durante o ano
4000 coliformes por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 6
amostras coletadas durante o ano
Fonte: CONAMA, 2005 (adaptado pelo autor).
Esse enquadramento é realizado na ordem da qualidade da água, sendo a
Classe Especial melhor e com uso mais exigente e a Classe 4, a pior e com uso
menos exigente. (figura 19).
Figura 19 – Classe de enquadramento dos corpos de água
Fonte: MMA, s.d.b.
58
Com base nesta análise, verificaram-se algumas alterações nos parâmetros
de qualidade da água nos mananciais superficiais de Maceió de acordo com a
classe estabelecida pela lei nº 4.548.
3.4 Análise e avaliação do uso e ocupação do solo em relação a qualidade da
água
Com a coleta e a análise das informações procedeu-se um estudo de
correlação entre os atributos hídricos avaliados e o uso e ocupação dos solos no
Município de Maceió.
59
4 RESULTADOS E DISCURSÕES
Com base na metodologia proposta, segue os resultados referentes a este
estudo.
4.1 Sistema Aviação
No Sistema Aviação apresentaram-se algumas alterações nos parâmetros pH
e presença de Escherichia Coli, não havendo variação com o Conama nos
parâmetros: cor, turbidez, ferro total, sólidos totais, cloretos, sulfatos, nitrito e nitrato.
a) pH
Os valores de pH do Riacho Aviação nos anos de 2014 a 2016 apresentaram
alterações, com uma queda nesses números (gráfico 1). Tendo em vista a
tendência de redução do pH com o passar dos anos, poderá atribuir para o
manancial um pH ácido possibilitando uma desconformidade em relação a esse
parâmetro para o atual enquadramento do mesmo de acordo com a Res. 357
(classe 1).
Na região do Riacho Aviação, possivelmente pela presença dessas indústrias,
como visto anteriormente, podendo ocasionar impactos ao meio ambiente, seja o
solo e manancial da região ou no rio próximo a área, causando alteração no pH da
água, se comparado com o VMP para o enquadramento atual do manancial ( PH: 6
a 9).
Gráfico 1 - pH do Riacho Aviação nos anos de 2014 a 2016.
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
0
1
2
3
4
5
6
7
JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014
2015
2016
60
b) Cor
O parâmetro de cor aparente (gráfico 2), apresentou níveis de cor natural do
corpo de água em mg Pt/L, em conformidade com a resolução para classe 1.
Gráfico 2 – Cor aparente do Riacho Aviação nos anos de 2014 a 2016.
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
c) Turbidez
A turbidez também não há variação, pois se encontra nos padrões abaixo de
40 UNT, conforme definido pelo Conama para enquadramento na classe 1 – Águas
doces (gráfico 3).
Gráfico 3 - Turbidez do Riacho Aviação nos anos de 2014 a 2016.
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
d) Sólidos totais
A presença de sólidos totais está dentro do limite para classe 1 (gráfico 4),
com valores abaixo de 500mg/l. Apenas em outubro de 2014 houve uma aumento
nessa concentração, se comparado com os outros meses do ano, o que pode ter
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5
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30
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2014
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JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014
2015
2016
61
acontecido seria um despejo de esgoto se tratamento em maior quantidade durante
aquele período por alguma indústria da região, mas mesmo assim, não superou o
permitido.
Gráfico 4 – Sólidos Totais do Riacho Aviação nos anos de 2014 a 2016.
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
e) Ferro total
Como a coloração está dentro dos padrões da classe 1, é previsível a
compatibilidade com o parâmetro ferro total, já que o mesmo pode causar alteração
na coloração da água, proporcionando na água uma coloração amarelo-laranja,
devido à suspensão coloidal do precipitado. Além da alteração da cor, juntamente,
gosto e odor associado.
Entretanto, houve algumas alterações, com valores acima de 0,3 mg/L nos
anos de 2014 a 2016, apresentando algumas variações, mas mesmo assim não se
pode confirmar que há ferro em excesso, pois essas alterações encontram-se
próximas ao limite de concentração (gráfico 5).
Gráfico 5 – Ferro do Riacho Aviação nos anos de 2014 a 2016.
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
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2014
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0,4
0,45
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2014
2015
2016
62
f) Cloretos
Os cloretos vêm da dissolução de minerais, principalmente da intrusão de
águas do mar. Como o Riacho Aviação encontra-se longe do mar, não foi observado
nenhuma mudança, com valores bem inferiores a 250 mg/L (gráfico 6).
Gráfico 6 – Cloretos do Riacho Aviação nos anos de 2014 a 2016.
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
f) Sulfatos
Este parâmetro ficou extremamente abaixo do valor limite de 250 mg/L, como
pode ser visto (gráfico 7).
Gráfico 7 – Sulfatos do Riacho Aviação nos anos de 2014 a 2016.
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
g) Nitrato
A presença de nitrato não foi detectada e reconhecida nos anos de estudo.
0
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JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014
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JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014
2015
2016
63
h) Nitrito
Já o nitrito contatou-se, porém com valores inferiores ao limite de 1,0 mg/L
(gráfico 8). O nitrato e nitrito são indispensáveis ao crescimento das algas, contudo,
seu excesso provoca a eutrofização.
Gráfico 8 – Nitrito do Riacho Aviação nos anos de 2014 a 2016.
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
i) Coliformes fecais
Os parâmetros bacteriológicos do Riacho Aviação apresentaram-se
oscilações (gráfico 9). Analisou-se a presença de coliformes fecais ou
termotolerantes, sendo a Escherichia Coli utilizada para determinação em
substituição ao parâmetro, de acordo com limites estabelecidos pela CASAL.
Gráfico 9 – Escherichia Coli do Riacho Aviação nos anos de 2014 a 2016.
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
A presença de E. Coli aumentou no ano de 2016 se comparado com os anos
de 2014 e 2015, no qual houve muitas oscilações em termos de quantidade. Porém,
0
0,01
0,02
0,03
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0,06
0,07
0,08
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2014
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200
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2014
2015
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64
em 2016 todos os meses apresentaram valores acima do permitido para este riacho,
de acordo com a resolução. Um sistema de desinfecção é indispensável para o uso
desse manancial para consumo humano. Observou-se uma tendência neste
parâmetro a mudança de classe, da 1 para a 2, de acordo com o CONAMA n°357 /
05. Se essa predisposição continuar crescendo com o passar dos anos, os gastos
com tratamento de água serão mais onerosos.
Também, verificou-se em abril e maio de 2016 alterações mais significativas.
Essas variações poderiam ser estudadas a fundo, pois a média desses valores nos
meses dos anos de estudo está acima.
Para o melhor entendimento dessas mudanças no enquadramento do Riacho
Aviação, resumiram-se as principais conclusões obtidas mediante este estudo, as
principais causas das alterações e o novo enquadramento após essas variações de
acordo com o Conama (quadro 6).
Quadro 6 – Quadro resumo do Riacho Aviação
PARÂME’TROS DE QUALIDADE
DA ÁGUA
VALOR MÁXIMO
PERMITIDO (VMP) -
Resolução Conama nº 357/
2005
CLASSE DE ENQUADRA-
MENTO - Lei nº 4.548 / 1996
CAUSAS DAS ALTERAÇÕES DOS PARÂMETROS DE QUALIDADE DA
ÁGUA NO RIACHO AVIAÇÃO
NOVA CLASSE DE ENQUADRAMEN-
TO OU PERMANÊNCIA
pH 6,0 a 9,0 Classe 1
Proximidade com indústrias que muitas vezes não realizam o tratamento de seus
efluentes
Classe 2
Cor
Nível de cor natural do corpo de água em mg
Pt/L
Classe 1 Não há alteração Classe 1
Turbidez 40 UNT Classe 1 Não há alteração Classe 1
S. totais 500 mg/L Classe 1 Não há alteração Classe 1
Ferro 0,3 mg/L Classe 1 Não há alteração Classe 1
Cloretos 250 mg/L Classe 1 Não há alteração Classe 1
Sulfatos 250 mg/L Classe 1 Não há alteração Classe 1
Nitrato 10,0 mg/L Classe 1 Não há alteração Classe 1
Nitrito 1,0 mg/L Classe 1 Não há alteração Classe 1
E. Coli
200 coliformes por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 6
amostras coletadas
durante o ano
Classe 1
Crescimento populacional com a
contribuição de esgoto sem
tratamento nos mananciais
Classe 2
Precariedade no saneamento básico
Fonte: Dados do estudo.
65
4.2 Sistema Catolé / Cardoso
Verificaram-se no Sistema Catolé / Cardoso algumas alterações nos
parâmetros pH, alta concentração de ferro total no período de chuvas e presença
acentuada de Escherichia Coli, não havendo variação nos parâmetros: cor, turbidez,
sólidos totais, cloretos, sulfatos, nitrito e nitrato.
a) pH
As habitações populares ao entorno do Riacho Catolé não tem acesso ao
saneamento básico adequado, e o despejo de esgotos pode provavelmente alterar
no pH da água. Os dados mostram que esse parâmetro está abaixo dos padrões, se
comparado com valor máximo possível entre 6 a 9,0 (gráfico 10).
Gráfico 10 - pH do Riacho Catolé / Cardoso nos anos de 2014 a 2016.
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
Provavelmente, como a região do Cardoso e Aviação, são próximas uma da
outra, comprova-se a tendência de pH ácido pela proximidade de suas áreas com
populações mais humilde.
Mesmo assim, na região do Riacho Cardoso, quase todos os meses dos anos
de 2014 a 2016 foram próximos de 6, o que evidencia que esse manancial não está
excessivamente fora dos padrões de pH da água com relação ao enquadramento
atual.
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1
2
3
4
5
6
7
JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014
2015
2016
66
b) Cor
A cor aparente no Riacho Cardoso, assim como, no Aviação estão em
conformidade com o CONAMA n°357 / 05 pertencente a classe 1, o que pode ser
evidenciado (gráfico 11).
Gráfico 11 - Cor aparente do Riacho Catolé / Cardoso nos anos de 2014 a 2016.
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
c) Turbidez
Os valores de turbidez estão em conformidade com os padrões do Conama,
ficando abaixo de 40 UNT (gráfico 12).
Gráfico 12 – Turbidez do Riacho Catolé / Cardoso nos anos de 2014 a 2016.
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
d) Sólidos totais
O parâmetro sólidos totais está em conformidade com o limite para classe 1,
com valores abaixo de 500mg/l (gráfico 13).
0
5
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JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014
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JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014
2015
2016
67
Gráfico 13 – Sólidos totais do Riacho Catolé / Cardoso nos anos de 2014 a 2016.
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
e) Cloretos
Os cloretos do Riacho Catolé apresentaram valores bem inferiores a 250
mg/L (gráfico 14).
Gráfico 14 - Cloretos do Riacho Catolé / Cardoso nos anos de 2014 a 2016.
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
f) Sulfatos
A presença de sulfatos ficou abaixo do valor limite de 250 mg/L (gráfico 15).
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JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014
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2014
2015
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Gráfico 15 - Sulfatos do Riacho Catolé / Cardoso nos anos de 2014 a 2016.
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
g) Nitrato
No Riacho Catolé a presença de nitrato não foi detectada e reconhecida nos
anos de estudo.
h) Nitrito
O nitrito no Riacho Cardoso está em conformidade com o CONAMA n°357 /
05 pertencente a classe 1, com valores inferiores ao limite de 1,0 mg/L (gráfico 16).
Gráfico 16 - Nitrito do Riacho Catolé / Cardoso nos anos de 2014 a 2016.
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
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JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014
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2014
2015
2016
69
i) Ferro total
Verificou-se alteração no parâmetro de ferro total, pois a concentração limite
de 0,3 mg/L para o CONAMA 357/05 (classe 1) foi diferente da correspondente ao
Riacho Catolé em alguns meses dos anos de 2014 a 2016.
No Riacho Cardoso, nota-se que no período chuvoso houve uma
concentração média dos valores de ferro alterados, verificada nos meses de abril a
julho (gráfico 17). O nível de ferro aumenta nas estações chuvosas devido ao
carreamento de solos e à ocorrência de processos de erosão das margens,
somados com os intensos processos de lixiviação, acaba aumentando a quantidade
de matéria orgânica na água.
Gráfico 17 - Ferro do Riacho Catolé / Cardoso nos anos de 2014 a 2016.
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
j) Coliformes fecais
Outro aspecto importante, que houve alteração foi devido à presença de
coliformes fecais na água, durante os meses de maio a julho nos anos do estudo,
que pode está relacionado ao período chuvoso e a criação de animais de sangue
quente nas proximidades dos mananciais, ocasionando o carreamento de fezes
desses animais para os mananciais (gráfico 18), porém durante os outros meses o
parâmetro Escherichia Coli não houve alteração.
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014
2015
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70
Gráfico 18 – Escherichia Coli do Riacho Cardoso nos anos de 2014 a 2016.
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
As mudanças no enquadramento do Riacho Catolé / Cardoso, somadas as
principais causas das alterações e o novo enquadramento após essas variações de
acordo com o Conama (quadro 7), reuniram-se em um resumo a seguir.
Quadro 7 – Quadro resumo do Riacho Catolé / Cardoso
PARÂMETROS DE
QUALIDADE DA ÁGUA
VALOR MÁXIMO
PERMITIDO (VMP) -
Resolução Conama nº 357/
2005
CLASSE DE ENQUADRA-MENTO - Lei
nº 4.548/ 1996
CAUSAS DAS ALTERAÇÕES DOS PARÂMETROS DE
QUALIDADE DA ÁGUA NO RIACHO CARDOSO
NOVA CLASSE DE ENQUADRAMEN-
TO OU PERMANÊNCIA
pH 6,0 a 9,0 Classe 1
Proximidade com indústrias que muitas vezes não
realizam o tratamento de seus efluentes
Classe 2
Cor
Nível de cor natural do corpo de água em mg
Pt/L
Classe 1 Não há alteração Classe 1
Turbidez 40 UNT Classe 1 Não há alteração Classe 1
Sólidos totais 500 mg/L Classe 1 Não há alteração Classe 1
Ferro 0,3 mg/L Classe 1
Durante o período chuvoso (abril a julho)
Classe 2 (período não chuvoso) ou Classe 3 (período
chuvoso)
Intensificação do processo erosivo das margens, pois o solo fica demasiadamente
exposto, com a ação gradativa das chuvas vai
tendo seus materiais lixiviados
Cloretos 250 mg/L Classe 1 Não há alteração Classe 1
Sulfatos 250 mg/L Classe 1 Não há alteração Classe 1
Nitrato 10,0 mg/L Classe 1 Não há alteração Classe 1
Nitrito 1,0 mg/L Classe 1 Não há alteração Classe 1
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014
2015
2016
71
Escherichia Coli
200 coliformes por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 6
amostras coletadas
durante o ano
Classe 1
Crescimento populacional com a contribuição de
esgoto sem tratamento nos mananciais Classe 2
Precariedade no saneamento básico
Fonte: Dados do estudo.
4.3 Sistema Pratagy
Nos parâmetros do Rio Pratagy analisaram-se de acordo com o CONAMA
357/05 para classe 1, pois a captação deste rio encontra-se próxima a sua
nascente.
Constaram-se algumas alterações nos parâmetros pH, cor, turbidez, sólidos
totais, alta concentração de ferro total, e presença acentuada de Escherichia Coli,
não havendo variação nos parâmetros: cloretos, sulfatos, nitrito e nitrato.
a) Cor
De acordo com esta resolução, a cor aparente do rio apresenta
inconformidade, com valores compatíveis com a classe 2, que permite até 75 mg
Pt/L. Ultrapassando muitas vezes até o permitido por esta classe (gráfico 19).
Gráfico 19 – Cor aparente do Rio Pratagy nos anos de 2014 a 2016.
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
b) Turbidez
Os dados de turbidez também demostram variações, superando em muitos
pontos os valores de 40 UNT permitido para classe 1 (gráfico 20). Assim,
apresentaram-se valores compatíveis com a classe 2, que possui o limite de 100
0
50
100
150
200
250
300
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2014
2015
2016
72
UNT. Sendo que mesmo assim, em dois pontos, um em maio de 2014 e outro em
agosto de 2015, verificaram-se valores superiores a esta classe.
Gráfico 20 – Turbidez do Rio Pratagy nos anos de 2014 a 2016.
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
c) Ferro total
Analisou-se que há uma alta concentração de ferro durante todos os meses
dos anos em estudo (gráfico 21), com valores acima de 0,3mg/l, que como visto,
interfere na coloração da água (amarelo-laranja), que provavelmente está sendo
proporcionada pela grande quantidade de matéria orgânica lixiviada.
Gráfico 21 - Ferro do Rio Pratagy nos anos de 2014 a 2016.
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
No Rio Pratagy identificaram-se intensos processos erosivos devido às
atividades rurais e má conservação do solo com a pecuária, durante todo o ano, o
que favorece a concentração de ferro total nas águas desse manancial, e alterações
0
50
100
150
200
250
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2014
2015
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0
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4,5
5
JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014
2015
2016
73
da coloração e da turbidez. Tendo com possibilidade o assoreamento do Rio Pratagy
e a destruição das matas ciliares na região.
d) Sólidos totais
Com relação a quantidade de sólidos totais apresentaram-se em apenas dois
pontos alterações, compreendo um valor superior ao de 500 mg/L, sendo este em
abril de 2015 e outubro de 2014 (gráfico 22).
Gráfico 22 – Sólidos Totais do Rio Pratagy nos anos de 2014 a 2016.
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
No Rio Pratagy, há alterações nos parâmetros: cloretos, sulfatos, nitrito e
nitrato.
e) Cloretos
No Rio Pratagy, o parâmetro cloreto obtém valores bem inferiores a 250 mg/L
(gráfico 23), devido a distância com o mar.
Gráfico 23 – Cloretos do Rio Pratagy nos anos de 2014 a 2016.
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
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2014
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0
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30
40
50
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2014
2015
2016
74
f) Sulfatos
O parâmetro sulfato está muito abaixo do valor limite de 250 mg/L (gráfico
24).
Gráfico 24 – Sulfatos do Rio Pratagy nos anos de 2014 a 2016.
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
g) Nitrato
No Rio Pratagy, a presença de nitrato não foi detectada e reconhecida nos
anos de 2014 a 2016.
h) Nitrito
O nitrito está em conformidade com o CONAMA n°357 (classe 1), com valores
inferiores ao limite de 1,0 mg/L (gráfico 25).
Gráfico 25 – Nitrito do Rio Pratagy nos anos de 2014 a 2016
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014
2015
2016
0
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06
0,07
0,08
0,09
JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014
2015
2016
75
i) Coliformes fecais
Durante os meses de março a julho dos anos de 2014 a 2016, houve
presença acima da média de coliformes fecais no Rio Pratagy, chegando a ter
valores exorbitantes com mais de 2.000 coliformes em 100 ml de água, e meses
com mais de 1.000 nesta mesma quantidade de água. (Gráfico 26).
Gráfico 26 – Escherichia Coli do Rio Pratagy nos anos de 2014 a 2016
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
Essa existência exacerbada de coliformes comprova o aumento da criação de
animais na região e principalmente do crescimento populacional com a contribuição
de esgoto sem tratamento nos mananciais. O principal habitat de E. coli é o trato
intestinal dos humanos e de outros animais de sangue quente. A maioria dos seres
dos grupos de E. coli faz parte da flora comensal do intestino dos mamíferos.
Tendo em vista, essas variações pode-se perceber a tendência do Rio
Pratagy, no período de chuvas a ter características de Classe 3, superando os
índices de Escherchia Coli.
j) pH
Observaram-se alterações no pH do Rio Pratagy (gráfico 27), o qual
comprova a queda de pH, se tornando abaixo de 6 (ácido), com o passar dos anos
em estudo. Pode ter ocorrido devido a presença de populações mais humildes, sem
acesso ao saneamento básico, que habitam a área rural próxima a captação do rio e
acabam despejando seus resíduos diretamente no rio, sem prévio tratamento.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014
2015
2016
76
Gráfico 27 - pH do Rio Pratagy nos anos de 2014 a 2016
Fonte: CASAL, 2014 a 2016 (adaptado pelo autor).
No Rio Pratagy, observou-se mudanças no seu enquadramento e essa
alteração pode ser vista, a seguir (quadro 8), no quadro resumo.
Quadro 8 – Quadro resumo do Rio Pratagy
PARÂMETROS DE
QUALIDADE DA ÁGUA
VALOR MÁXIMO
PERMITIDO (VMP) -
Resolução Conama nº 357/ 2005
CLASSE DE ENQUADRAMENTO - Lei nº 4.548/
1996
CAUSAS DAS ALTERAÇÕES DOS PARÂMETROS DE
QUALIDADE DA ÁGUA NO RIO PRATAGY
NOVA CLASSE DE
ENQUADRAMEN-TO OU
PERMANÊNCIA
pH 6,0 a 9,0 Classe 1
Proximidade com área rural, sem acesso ao saneamento básico
Classe 2 População humilde despeja seus resíduos diretamente
no rio, sem prévio tratamento
Cor
Nível de cor natural do corpo de
água em mg Pt/L
Classe 1
Intensificação do processo erosivo, às atividades rurais e má conservação do solo
com a pecuária
Classe 2
Turbidez 40 UNT Classe 1
Intensificação do processo erosivo, às atividades rurais e má conservação do solo
com a pecuária
Classe 2
Sólidos totais 500 mg/L Classe 1
Intensificação do processo erosivo, às atividades rurais e má conservação do solo
com a pecuária
Classe 2
Ferro 0,3 mg/L Classe 1
Durante todo o período
Classe 3 Intensificação do processo erosivo, às atividades rurais e má conservação do solo
com a pecuária
Cloretos 250 mg/L Classe 1 Não há alteração Classe 1
Sulfatos 250 mg/L Classe 1 Não há alteração Classe 1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014
2015
2016
77
Nitrato 10,0 mg/L Classe 1 Não há alteração Classe 1
Nitrito 1,0 mg/L Classe 1 Não há alteração Classe 1
Escherichia Coli
200 coliformes por 100 mililitros em 80% ou
mais de pelo menos 6 amostras coletadas
durante o ano
Classe 1
Aumento da criação de animais na região e principalmente do
crescimento populacional com a contribuição de
esgoto sem tratamento nos mananciais
Classe 3
Sem acesso ao saneamento básico na
zona rural e precariedade no saneamento na zona
urbana.
Fonte: Dados do estudo.
4.4 Comparações das causas das alterações dos mananciais superficiais
Realizou-se um comparativo das causas das alterações dos parâmetros de
qualidade da água nos mananciais superficiais de Maceió: Riacho Aviação, Cardoso
e Rio Pratagy (quadro 9).
E constatou-se que devido a proximidade do Aviação e Cardoso, suas
características são semelhantes, junto com sua proximidade com área urbana com
saneamento básico precário, e área industrial, possuindo as mesmas causas de
alterações dos parâmetros de qualidade da água, exceto a presença de ferro total no
Aviação em conformidade com a Resolução do Conama, o que não foi verificado no
Cardoso.
Notaram-se maiores alterações nos parâmetros no Pratagy, devido à
proximidade com área rural no lado direito do rio, predominando a pecuária e sem
saneamento básico e do lado esquerdo grande crescimento urbano.
Quadro 9 - Causas das alterações dos parâmetros de qualidade da água nos
mananciais superficiais de Maceió PARÂMETROS
DE QUALIDADE
DA ÁGUA
CAUSAS DAS ALTERAÇÕES DOS PARÂMETROS DE QUALIDADE DA ÁGUA
RIACHO AVIAÇÃO RIACHO CARDOSO RIO PRATAGY
pH
Proximidade com indústrias que
muitas vezes não realizam o
tratamento de seus efluentes
Proximidade com indústrias que muitas vezes não realizam o tratamento de seus
efluentes
Proximidade com área rural, sem acesso ao saneamento
básico
População humilde despeja seus resíduos diretamente no
rio, sem prévio tratamento
Cor Não há alteração Não há alteração
Intensificação do processo erosivo, às atividades rurais e
má conservação do solo com a pecuária
78
Turbidez Não há alteração Não há alteração
Intensificação do processo erosivo, às atividades rurais e
má conservação do solo com a pecuária
Sólidos totais Não há alteração Não há alteração
Intensificação do processo erosivo, às atividades rurais e
má conservação do solo com a pecuária
Ferro Não há alteração
Durante o período chuvoso (abril a julho)
Durante todo o período
Intensificação do processo erosivo das margens, pois
o solo fica demasiadamente exposto, com a ação gradativa das
chuvas vai tendo seus materiais lixiviados
Intensificação do processo erosivo, às atividades rurais e
má conservação do solo com a pecuária
Cloretos Não há alteração Não há alteração Não há alteração
Sulfatos Não há alteração Não há alteração Não há alteração
Nitrato Não há alteração Não há alteração Não há alteração
Nitrito Não há alteração Não há alteração Não há alteração
Escherichia Coli
Crescimento populacional com a
contribuição de esgoto sem
tratamento nos mananciais
Crescimento populacional com a contribuição de esgoto sem tratamento
nos mananciais
Aumento da criação de animais na região e principalmente do
crescimento populacional com a contribuição de esgoto sem tratamento nos mananciais
Precariedade no saneamento básico
Precariedade no saneamento básico
Sem acesso ao saneamento básico na zona rural e
precariedade no saneamento na zona urbana.
Fonte: Dados da pesquisa.
79
5 CONCLUSÃO
A análise comparativa dos resultados obtidos, junto com as informações
levantadas neste estudo, permitiram discriminar as áreas próximas as captações dos
mananciais superficiais, com suas características em relação ao uso e ocupação do
solo.
Os dados referentes à análise da qualidade da água dos principais
mananciais superficiais do Município de Maceió: Riacho Aviação, Catolé e Rio
Pratagy, fornecidos pela Companhia de Saneamento de Alagoas (CASAL),
explanam a evolução de alguns parâmetros podendo interferir no enquadramento
desses mananciais gerando maiores exigências para o consumo humano e
consequentemente maiores custos para o tratamento da água captada nesses
mananciais.
A deficiência da oferta de serviços de abastecimento de água e saneamento
básico são fatores de risco para a sociedade maceioense, junto com o manejo das
águas pluviais, resíduos sólidos, precariedade da limpeza urbana e drenagem.
A população sente a necessidade de melhorar as ações de vigilância e
controle da qualidade dos recursos hídricos, pois a água pode veicular inúmeras
doenças. As ações de controle e vigilância da qualidade da água têm sido
extremamente tímidas, tendo dificuldades de cumprir as exigências da Resolução do
Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) nº 357 de 2005, referente águas
superficiais que podem ser destinadas ao abastecimento para consumo humano.
Verificou-se que os parâmetros cloretos, sulfatos, nitrito e nitrato de todos os
mananciais analisados estão em conformidade com o proposto por cada classe de
cada rio.
Observou-se diminuição do pH (acidez) em vários períodos do ano, em todos
os mananciais. O Aviação e Catolé apresentou-se variação devido à presença de
indústrias que provavelmente devido à presença de indústrias que podem não está
realizando o tratamento de seus efluentes ocasionando impactos ao meio ambiente.
Já no Pratagy, a interferência para esse parâmetro pode está relacionada à
presença ao crescimento desordenado da cidade naquela região com a população
desassistida de saneamento básico e parte da população que habitam a área rural
próxima à captação e acabam despejando seus resíduos diretamente no rio, sem
prévio tratamento.
80
No Riacho Cardoso, durante o período chuvoso, dos meses de abril a julho, o
nível de ferro pode ter aumentado devido ao carreamento de solos e à ocorrência de
processos erosivos das margens, pois o solo fica demasiadamente exposto e, com a
ação gradativa das chuvas vai tendo seus materiais lixiviados, aumentando a
quantidade de matéria orgânica na água.
Constatou-se modificações na coloração e turbidez no Rio Pratagy, como
também, alta concentração de ferro, pois o rio se encontra assoreado devido à
intensificação do processo erosivo, às atividades rurais e má conservação do solo
com a pecuária.
A proximidade desses três mananciais superficiais com áreas urbanas com
habitações populares ou áreas rurais, que possuem precariedade de saneamento
básico ou não tem acesso ao mesmo, eleva também as variações dos parâmetros
bacteriológicos, com a presença de coliformes termotolerantes em excesso.
Com essas alterações, observou-se uma tendência em mudança de classe
de água perante esses parâmetros analisados. Caso ocorra uma progressão com o
passar dos anos, a classe desses rios podem se aproximar-se cada dia da classe 4,
que não pode ser utilizada para consumo humano, ou seja, se torna poluída e
imprópria ao homem.
A sociedade necessita agir em defesa da preservação dos recursos hídricos,
evitando o despejo de esgotos e efluentes industriais sem prévio tratamento,
procurando preservar a cobertura vegetal próxima às margens dos rios e encostas.
Portanto, os índices de qualidade da água para consumo humano iriam ser
atenuados e ficariam compatíveis com a resolução e portaria anteriormente citada.
Imediatamente, a poluição da água seria minimizada e consequentemente os gastos
onerosos com tratamento de água também diminuiriam. Por conseguinte, o homem
poderia investir em outras áreas necessárias para a manutenção do equilíbrio
ambiental, ofertando uma melhor relação custo/benefício.
Logo, neste estudo, foi ratificada a relação entre a qualidade da água e o uso
e ocupação do solo, uma vez que as alterações no ambiente, principalmente devido
às ações antrópicas interferem no solo e na água, comprometendo os parâmetros de
qualidade da água. Desse modo, a degradação do ambiente, promovida pelo uso e
ocupação do solo, proporciona alterações significativas na qualidade da água,
podendo interferir no enquadramento estabelecido pela Resolução do Conama
nº357 e consequentemente aumentar as exigências para consumo humano.
81
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VON SPERLING, Marcos. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. DESA- UFMG. 2005. 240 pp.
86
ANEXOS
87
ANEXO A – MODELO DE LAUDO DE ANÁLISE FISICO-QUÍMICA E
BACTEROLÓGICA DA CASAL
88
GEQPROSUPLAE
Amostras Nº 243/16 3007
Entrada no Laboratório:
FÍSICO-QUÍMICA Início: 30/05/16 Término: 31/05/16
Nº VMP/VR Resultado
1 6,0 a 9,5 5,49
2 15,0 UC 130,0
3 5,0 NTU 98,00
4 µhms/cm 61,3
5 mg/L CaCO₃ 12,0
6 mg/L CaCO₃ 0,0
7 mg/L CaCO₃ 0,0
8 mg/L CaCO₃ 20,0
9 500,0 mg/L CaCO₃ 16,0
10 mg/L CaCO₃ 16,0
11 mg/L CaCO₃ 0,0
12 mg/L CaCO₃ 10,0
13 mg/L CaCO₃ 6,0
14 250,0 mg/L Cl‾ 21,0
15 mg/L SiO₂ 4,6
16 250,0 mg/L SO₄̿ 0,0
17 1,5 mg/L NH₃ 0,27
18 10,0 mg/L N NR
19 1,0 mg/L N 0,02
20 0,30 mg/L Fe 1,79
21 200,0 mg/L Na⁺ 3,0
22 mg/L K⁺ 1,0
23 mg/L CO₂ 131,4
24 1000,0 mg/L 118,0
Início: Término:
Nº
25 0,2 a 2,0 mg/L
MICROBIOLOGIA Início: 15/04/16 Término: 17/04/16
Nº26 Ausência em 100mL 1600
27 Ausência em 100mL 600
DATA
Cloro Residual Livre
Parâmetros
NO MOMENTO DA COLETA
Potássio
CO₂ (graficamente)
Análise:
Análise:
Fórmula de Tillman
Evaporação-Pesagem
Comparador Colorimétrico
Referências Normativa:
Escherichia Coli
Portaria MS Nº 2914 de 12 de Dezembro de 2011
NitratoNitrito
Espectrofotômetro Digital
Fotômetro de Chama
Fotômetro de Chama
Sólidos Totais
CálcioMagnésioCloretosSílicaSulfatoAmônia
Ferro TotalSódio
Acidez
Alcalinidade OH‾Alcalinidade CO₃ ̿Alcalinidade HCO₃ ‾Dureza TotalDureza (carbonatos)Dureza (n/carbonatos)
Condutância Específica
Data da Coleta:
Maceió - ETA PRATAGY - Água Bruta - Rio Pratagy/Meirim
Turbidímetro Digital
Condutivímetro Digital
Análise:
Potenciometro DigitalpH
ConclusãoParâmetros
Cor Aparente
CONCLUSÃO
COMPANHIA DE SANEAMENTO DE ALAGOAS
Coletor: André
DADOS DO INTERESSADO:
Turbidez
DADOS DA AMOSTRA:
Colorímetro Digital
Rua Ver. José Raimundo dos Santos, S/N - Benedito Bentes - CEP: 57084-440 - Fones: 3315-4330/4331FAX
15/04/2016
Procedência:
GERÊNCIA DE CONTROLE DA QUALIDADE DO PRODUTO
Endereço do Interessado:
SUPERVISÃO DE LABORATÓRIO DE ÁGUA E ESGOTO
Recomendado
Interessado: COMPANHIA DE SANEAMENTO DE ALAGOAS - CASAL
Rua Barão de Atalaia, 200 - Poço - Maceió - AL
22/08/2016
2 - SAA: Sistema de Abastecimento de Água
3 - São de responsabilidade do requerente o plano amostral, os dados da coleta, e a coleta
4 - Este laudo não pode ser util izado em publicidade, propaganda ou fins comerciais
Chefia (SUPLAE)Chefia (GEQPRO)
Notas:
5 - NR: Não Realizado
Titulometria
Espectrofotômetro Digital
Espectrofotômetro Digital Satisfatório
Tubos M últiplos/Substrato Enzimático
Insatisfatório
Insatisfatório
Titulometria
Titulometria
Titulometria
Titulometria
Titulometria
Titulometria
Sem Referência
Sem Referência
Sem Referência
Satisfatório
Sem Referência
Sem Referência
Sem Referência
Sem Referência
Satisfatório
LAUDO DE ANÁLISE - ÁGUA
Sem Referência
Insatisfatório
Insatisfatório
Sem Referência
Método/Referência
Titulometria
Titulometria
Titulometria
15/04/2016
Sem Referência
Satisfatório
Recomendado
A amostra analisada encontrou-se de acordo com a Resolução do Conama 357.
1 - VMP: Valor Máximo Permitido na rede de distribuição; VR: Valor de Referência
Tubos M últiplos/Substrato Enzimático
Parâmetro
Coliformes Totais
Insatisfatório
Satisfatório
Sem Referência
Sem Referência
Espectrofotômetro Digital
Espectrofotômetro Digital
Espectrofotômetro Digital
Satisfatório
Satisfatório
Sem Dados
89
ANEXO B – COMPARAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DOS ANOS DE 2014 A
2016 DO SISTEMA AVIAÇÃO
90
PH
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 5,96 5,75 6,03 6,2 6,41 5,86 5,94 6,08 5,83 6,45 6,1 5,58
2015 5,7 5,67 6,38 6,27 6,27 5,62 5,37 6,32 5,96 5,64 5,16 5,24
2016 5,1 5,56 5,3 5,87 5,79 5,23 5,18 4,9 5,57 4,7 4,98 5,08
COR APARENTE
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 9,00 10,00 7,00 2,00 19,00 6,00 15,00 8,00 4,00 21,00 7,00 0,00
2015 1,0 4,00 18,00 3,00 3,00 1,00 5,00 5,00 6,00 4,00 1,00 1,00
2016 1,0 1,00 7,00 24,00 5,00 5,00 1,00 4,00 2,00 5,00 1,00 3,00
TURBIDEZ
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 1,12 1,89 0,73 0,68 4,50 1,84 2,26 1,08 3,09 4,23 1,16 1,52
2015 0,51 0,85 3,84 0,67 0,67 0,75 1,51 1,45 0,91 0,70 0,40 0,34
2016 0,42 0,64 0,47 2,20 1,12 1,37 1,36 2,90 0,53 0,96 0,53 1,05
SÓLIDOS TOTAIS
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 78,00 66,00 90,00 42,00 82,00 74,00 72,00 60,00 72,00 74,00 64,00 24,00
2015 76,0 3,00 90,00 42,00 42,00 70,00 74,00 104,00 66,00 524,00 106,00 84,00
2016 62,0 70,00 84,00 64,00 64,00 62,00 100,00 12,00 70,00 90,00 86,00 72,00
91
FERRO
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 0,27 0,36 0,04 0,12 0,34 0,24 0,13 0,13 0,10 0,18 0,15 0,04
2015 0,19 0,12 0,20 0,28 0,28 0,21 0,11 0,28 0,03 0,37 0,15 0,36
2016 0,27 0,26 0,29 0,24 0,29 0,40 0,07 0,27 0,05 0,00 0,00 0,00
CLORETOS
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 20,00 22,00 23,00 20,00 14,00 8,00 20,00 19,00 17,00 19,00 20,00 24,00
2015 25,0 21,00 15,00 22,00 22,00 8,00 21,00 25,00 25,00 27,00 22,00 22,00
2016 22,0 24,00 21,00 21,00 24,00 8,00 22,00 24,00 21,00 22,00 21,00 22,00
SULFATO
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 0,20 0,20 0,00 0,00 1,00 0,80 0,50 0,00 1,00 0,00 0,20 0,70
2015 0,00 0,20 0,00 0,10 0,10 0,00 0,50 0,40 0,00 0,00 0,00 0,00
2016 0,2 0,00 0,00 0,90 0,00 0,50 0,50 1,82 4,40 3,10 2,90 3,10
NITRATO
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
2015 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
2016 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
92
NITRITO
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01 0,01 0,02 0,01 0,00 0,01 0,01 0,07
2015 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,03
2016 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,03 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Escherichia Coli
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 500,00 170,00 34,00 0,00 17,00 500,00 300,00 79,00 0,00 300,00 240,00 23,00
2015 23,00 50,00 30,00 600,00 600,00 0,00 130,00 220,00 80,00 170,00 170,00 500,00
2016 500,00 500,00 540,00 1600,00 900,00 300,00 500,00 240,00 300,00 300,00 400,00 300,00
93
ANEXO C – COMPARAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DOS ANOS DE 2014 A
2016 DO SISTEMA CATOLÉ / CARDOSO
94
PH
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 6,45 5,95 5,63 6,18 6,17 6,40 6,28 6,41 6,12 5,72 6,30 5,01
2015 5,90 6,38 6,44 6,32 6,00 5,81 5,83 5,79 5,82 5,77 5,51 5,68
2016 5,73 5,69 3,00 5,46 5,61 4,74 5,15 4,98 5,59 5,18 4,91 5,74
COR APARENTE
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 24,00 2,00 1,00 9,00 13,00 0,00 11,00 11,00 3,00 22,00 4,00 0,00
2015 1,00 2,00 2,0 3,00 10,00 2,00 8,00 1,00 8,00 1,00 1,00 0,00
2016 2,00 1,00 0,90 6,00 4,00 4,00 5,00 2,00 4,00 0,00 1,00 2,00
TURBIDEZ
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 2,32 0,86 1,16 2,71 11,50 2,61 6,53 3,15 2,78 11,10 0,82 2,29
2015 1,26 1,83 1,20 3,66 10,00 1,73 5,10 1,30 1,90 0,72 0,45 0,43
2016 0,87 0,98 7,70 2,78 5,18 2,74 4,91 1,46 1,11 2,37 0,81 2,08
SÓLIDOS TOTAIS
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 144,00 44,00 82,00 68,00 30,00 36,00 78,00 62,00 36,00 218,00 76,00 48,00
2015 74,00 1,26 102,00 84,00 45,00 30,00 56,00 84,00 52,00 30,00 78,00 26,00
2016 56,00 50,00 54,00 54,00 58,00 68,00 32,00 32,00 66,00 52,00 66,00 70,00
95
FERRO
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 3,02 0,24 0,28 0,46 0,75 0,17 0,47 0,15 0,13 0,35 0,20 0,23
2015 0,29 0,21 0,16 0,18 0,60 0,45 0,44 0,26 0,12 0,20 0,30 0,33
2016 0,28 0,35 8,00 0,50 0,45 10,00 0,03 0,35 0,08 0,09 0,09 0,18
CLORETOS
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 14,00 16,00 18,00 24,00 12,00 13,00 15,00 15,00 15,00 15,00 18,00 23,00
2015 18,00 14,00 17,00 18,00 15,00 24,00 21,00 20,00 21,00 16,00 19,00 18,00
2016 20,00 19,00 4,80 19,00 18,00 16,00 21,00 20,00 17,00 17,00 16,00 20,00
SULFATO
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 0,00 0,00 0,00 0,70 0,60 1,00 0,40 0,70 0,90 0,00 0,10 0,90
2015 0,10 0,60 0,90 0,00 0,30 0,00 0,50 0,30 0,00 0,00 0,00 0,00
2016 0,00 0,10 0,00 0,30 0,00 0,90 0,00 3,10 5,92 3,90 2,08 3,36
NITRATO
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
2015 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
2016 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
96
NITRITO
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 0,08 0,01 0,00 0,03 0,01 0,01 0,02 0,01 0,00 0,01 0,02 0,00
2015 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00
2016 0,00 0,01 0,36 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01
Escherichia Coli
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 30,00 170,00 22,00 30,00 1600,00 8,00 34,00 79,00 79,00 90,00 300,00 0,00
2015 30,00 130,00 140,00 27,00 1600,00 1600,00 1600,00 80,00 80,00 11,00 170,00 13,00
2016 90,00 140,00 110,00 11,00 2400,00 109,00 50,00 17,00 23,00 100,00 50,00 80,00
97
ANEXA D – COMPARAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DOS ANOS DE 2014 A
2016 DO SISTEMA PRATAGY
98
PH
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 3,80 6,09 6,41 3,80 6,45 6,85 6,35 6,55 6,27 5,85 6,42 6,00
2015 6,18 6,21 6,00 6,22 6,00 6,08 6,10 6,46 6,70 6,31 5,78 5,98
2016 6,22 6,01 5,94 5,49 4,45 4,69 5,25 5,05 5,20 5,44 5,41 5,40
COR APARENTE
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 1,00 41,00 30,00 1,00 240,00 29,00 43,00 62,00 25,00 53,00 21,00 15,00
2015 13,00 29,00 26,00 8,00 80,00 21,00 55,00 86,00 24,00 26,00 20,00 7,00
2016 9,00 13,00 21,00 130,00 51,00 30,00 3,00 11,00 16,00 10,00 13,00 21,00
TURBIDEZ
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 1,04 18,50 27,80 1,04 232,00 25,90 21,10 25,40 18,50 77,80 11,50 10,00
2015 11,20 21,10 20,00 8,88 100,00 10,50 26,80 130,00 56,40 28,50 38,70 7,72
2016 3,29 10,30 11,20 98,00 30,30 14,20 13,50 9,22 19,90 7,51 8,63 14,90
SÓLIDOS TOTAIS
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 114,00 104,00 66,00 114,00 144,00 68,00 142,00 96,00 46,00 890,00 88,00 80,00
2015 84,00 2,06 70,00 640,00 60,00 18,00 78,00 186,00 118,00 374,00 108,00 106,00
2016 46,00 66,00 74,00 118,00 70,00 38,00 42,00 56,00 50,00 26,00 62,00 50,00
99
FERRO
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 0,29 2,02 1,34 0,29 3,02 1,63 0,93 1,03 0,29 1,70 1,95 0,80
2015 1,13 1,70 1,30 0,32 1,00 1,05 1,53 7,35 3,16 1,60 3,84 0,68
2016 0,64 1,42 1,32 1,79 1,11 1,29 0,99 0,58 0,97 0,61 0,85 1,18
CLORETOS
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 57,00 38,00 18,00 57,00 14,00 13,00 17,00 16,00 14,00 13,00 16,00 19,00
2015 19,00 18,00 15,00 15,00 15,00 25,00 20,00 19,00 17,00 20,00 17,00 16,00
2016 21,00 15,00 6,00 21,00 17,00 16,00 17,00 16,00 16,00 15,00 15,00 21,00
SULFATO
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 3,50 2,40 0,00 3,50 0,00 3,70 2,50 1,20 0,50 0,00 0,60 3,00
2015 2,70 2,00 0,50 0,90 1,00 1,70 0,00 2,30 0,00 0,00 0,00 1,20
2016 1,00 0,30 0,90 0,00 1,30 0,01 2,00 6,69 8,49 6,44 5,41 5,41
NITRATO
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
2015 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
2016 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
100
NITRITO
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 0,00 0,03 0,00 0,00 0,08 0,04 0,04 0,03 0,01 0,01 0,01 0,00
2015 0,02 0,02 0,01 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00
2016 0,01 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Escherichia Coli
ANO X MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2014 50,00 1100,00 300,00 500,00 1600,00 50,00 500,00 220,00 30,00 500,00 300,00 100,00
2015 80,00 2,00 500,00 300,00 1600,00 90,00 1700,00 700,00 0,00 40,00 300,00 240,00
2016 33,00 8,00 3000,00 600,00 2200,00 1090,00 2400,00 33,00 22,00 330,00 30,00 50,00