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8/7/2019 EV CATEGORIAS DA NARRATIVA
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Categorias da narrativa
Aco
D-se o nome de aco ao conjunto de acontecimentos que constituem uma narrativa e queso relatados, mas h que distinguir a importncia de cada um deles para a histria.
Aco principal: constituda pelo ou pelos acontecimentos principais.
Aco secundria: constituda pelo ou pelos acontecimentos menos importantes quevalorizam a aco central.
Numa narrativa, as vrias aces relacionam-se entre si de diferentes maneiras:
- por encadeamento: quando as aces sucedem por ordem temporal e em que ofinal de uma aco se encadeia com o incio da seguinte,
- por alternncia: quando as aces se desenrolam separada e alternadamente,podendo fundir-se em determinado ponto da histria,
- por encaixe , isto , quando se introduz uma aco noutra.
Narrador
O narrador uma entidade imaginria criada pelo autor, que tem como funo contar a histria.No deve, por isso, ser confundido com o autor, que o responsvel pela criao da histria.
Presena
Quanto presena, o narrador pode ser no participante ou participante.
Narrador no participante: conta uma histria na qual no participa.
Ex: "Os automobilistas que nessa manh de Setembro entravam em Lisboa pelaAvenida Gago Coutinho, direitos ao Areeiro, comearam por apanhar um grande susto(...)" (1)
(1) CARVALHO, Mrio de, A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho e outras Histrias , Lisboa, Editorial Caminho, 1992.
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Narrador participante: conta uma histria em que participa como personagem principalou uma histria em que participa como personagem secundria ou figurante.
Ex.: "Para l do telefone e das calorias das trouxas de ovos, a minha metambm odeia palavras foleiras tipo "tchauzinho", "i!", "tudo bem, fofa?", coisasassim." (2)
Posio
Quanto posio relativamente ao que conta, o narrador pode ser objectivo ou subjectivo.
Narrador objectivo: mantm uma posio imparcial em relao aos acontecimentos,narrando os factos com objectividade.
Ex.: " Sexta-feira colhia flores por entre os rochedos junto da antiga gruta quandoviu um ponto branco no horizonte, para leste." (3)
Narrador subjectivo: narra os acontecimentos com parcialidade, emitindo a sua opinio,emitindo juzos de valor, tornando a narrao subjectiva.
Ex.: " (...) quando os primeiros alfanges assomavam ao lado de um autocarroda Carris, j os briosos homens da Polcia de Interveno corriam a bom correr at Cervejaria Munique, onde se refugiavam atrs do balco (...)" (1)
Focalizao
Focalizao omnisciente: o narrador detm um conhecimento total e ilimitado danarrativa. Controla os acontecimentos, o tempo e as personagens.
Ex.: "De que Al era grande estava o chefe da tropa convencido, mas no lhepareceu o momento oportuno para louvaminhas, que a situao requeria antessolues prticas e muito tacto." (1)
(1) CARVALHO, Mrio de, A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho e outras Histrias , Lisboa, Editorial Caminho, 1992.(2) VIEIRA, Alice, Cadernos de Agosto , Lisboa, Editorial Caminho, 1995.(3) TOURNIER, Michel, Sexta-Feira ou a Vida Selvagem , Lisboa, Editorial Presena,1998.
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Narrador
Presena Narrador participante Narrador no participante
DefinioNarrador que participa na histria quenarra.
Narrador que no participa na histriaque narra.
Caractersticas
Pronomes pessoais da 1 pessoaeu, me, comigo; ns, nos, connosco
Determinantes/Pronomes pessoais edemonstrativos da 1 pessoameu(s), minha(s), nosso(s), nossa(s);este(s), esta(s)
Formas verbais da 1 pessoavi, encontrei, gostava; vimos, encontrmos,gostvamos
Pronomes pessoais da 3 pessoaele(s)/ela(s), lhe(s),
Determinantes/Pronomes pessoais edemonstrativos da 3 pessoadele(s), dela(s), seu(s), sua(s); esse(s),essa(s), aquele(s), aquela(s)
Formas verbais da 3 pessoaviu, encontrou, gostava; viram,encontraram, gostavam
Posio Narrador objectivo Narrador subjectivo
DefinioNarrador que relata os acontecimentoscom imparcialidade e objectividade .
Narrador que narra os acontecimentoscom parcialidade e subjectividade .
Focalizao Narrador omnisciente
DefinioNarrador que detentor de um conhecimento ilimitado da narrativa, que lhepermite ter um controlo total dos acontecimentos, do tempo e das personagens.
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Personagem
A personagem uma categoria essencial da narrativa. Regra geral, a aco desenvolve-se volta da personagem, da a sua importncia. Podemos caracterizar a personagem quantoao relevo na aco e quanto sua composio.
Relevo
Protagonista: personagem que desempenha o papel de maior importncia para odesenrolar da aco.
Personagem secundria: personagem que desempenha um papel com menos relevo,mas ainda assim essencial para o desenvolvimento da aco.
Figurante : personagem que , normalmente, irrelevante para o desenrolar da aco,mas pode ser muito importante para ajudar a ilustrar um ambiente.
Composio
Personagem plana: uma personagem sem complexidade e que no evolui para alm
da sua caracterizao inicial mantm as mesmas ideias, as mesmas aces, asmesmas palavras, as mesmas qualidades e defeitos.
Personagem redonda: uma personagem complexa, apresentando uma personalidadeforte. A caracterizao deste tipo de personagens est sempre em aberto, pois os seusmedos, os seus objectivos, as suas obsesses vo sendo revelados pouco a pouco.
Tempo
O tempo uma das categorias da narrativa com mais relevo. Estabelece a duraoda aco e marca a sucesso cronolgica dos acontecimentos. No entanto, necessriodistinguir o tempo da histria do tempo do discurso.O tempo da histria a sucesso dos acontecimentos por ordem cronolgica, ou seja,a ordem real dos acontecimentos .A ordem real dos acontecimentos pode ser representada desta forma:
1.A B C D E F G
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Analepse
A analepse um recuo no tempo para relatar acontecimentos anteriores ao presenteda aco.
Ex.: "Oito dias antes, a madrinha tinha aparecido em casa de Lcia."
O tempo do discurso a representao do tempo da histria na narrativa, ou seja, a ordem textual dos acontecimentos . O tempo do discurso nem sempre respeitao tempo da histria, ou seja, os acontecimentos nem sempre so relatados pela ordemde sucesso.A ordem textual dos acontecimentos pode ser representada desta forma:
Quando ocorre esta alterao da ordem dos acontecimentos, h uma organizao dotempo do discurso atravs de vrios recursos: analepse, prolepse, resumo e elipse.
2.
Prolepse
A prolepse um avano no tempo para antecipar acontecimentos futuros.
Ex.: "Muito mais tarde, nessas caves quase vazias e cheias de teias de aranhas e
sustos, os netos de Hans, s escondidas das mestras e das criadas, divagaram em
exploraes sonhadoras." (4)
Resumo
O resumo um sumrio da histria que provoca uma reduo do tempo do discurso.Este fica reduzido a um intervalo de tempo menor do que aquele que demoraria aocorrer.
Ex.: "Da a dias Lcia foi viver com a tia." (5)
B C A D G E F
(4)ANDRESSEN, Sophia de Mello Breyner; "Saga", in Histrias da Terra e do Mar , Edies Salamandra, Lisboa, 1984.
(5)ANDRESSEN, Sophia de Mello Breyner; "A Histria da Gata Borralheira", in Histrias da Terra e do Mar , Edies Salamandra,
Lisboa, 1984.
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Elipse
A elipse uma supresso de intervalos temporais relativamente alargados.
Ex.: "E assim passaram vinte anos." (5)
Espao
O espao de uma narrativa refere-se no s ao lugar fsico onde decorre a aco, mas
tambm ao ambiente social e cultural onde se inserem as personagens.
Espao fsico e geogrfico: lugar ou lugares onde decorre a aco. Pode definir-secomo um espao aberto/fechado, interior/exterior, pblico/privado.
Espao social e cultural: meio, situao econmica, cultural ou social das personagens.Podem ser definidos grupos sociais, conjuntos de valores e crenas desses grupos,posio que ocupam na sociedade, referncia s tradies e costumes culturais de umpovo.
(5)ANDRESSEN, Sophia de Mello Breyner; "A Histria da Gata Borralheira", in Histrias da Terra e do Mar , Edies Salamandra,
Lisboa, 1984.
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