EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR
Pós-Graduação em Direito do Consumidor
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
AULA 13
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Contestação
Art. 335 do Código de Processo Civil
O réu poderá oferecer contestação, por petição, no
prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será:
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Contestação
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da
última sessão de conciliação, quando qualquer parte não
comparecer ou, comparecendo, não houver
autocomposição;
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Artigo 224 do Código de Processo Civil
Salvo disposição em contrário, os prazos serão
contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do
vencimento.
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Contagem do prazo - Acórdão do Tribunal de Justiça
do Estado de São Paulo
Com efeito, o artigo 335 do CPC/2015 prevê o prazo de 15 dias
para o réu oferecer defesa. Tal prazo, nos termos do artigo 231,
inciso I, do mesmo diploma legal, teria início com “a data de
juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou
a intimação for pelo correio”.
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Desse modo, considerando todas as regras acima
transcritas, bem como aquela prevista no art. 219 do
CPC/15 (contagem apenas dos dias úteis), tem-se que,
juntado o aviso de recebimento aos autos em 31.08.2016,
a contagem o prazo de 15 dias teve início em 1º.09.2016 e
se findou em 22.09.2016. A contestação foi protocolada em
22.09.2016, último dia do prazo. Portanto, revela-se
tempestiva. APELAÇÃO Nº: 1005825-04.2016.8.26.0597
(Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo)
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Excludente de responsabilidade
Artigo 12, § 3º, do CDC (vício/defeito de produto)
O fabricante, o construtor, o produtor ou importador
só não será responsabilizado quando provar:
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I - que não colocou o produto no mercado;
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o
defeito inexiste;
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
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A culpa exclusiva é inconfundível com a culpa
concorrente; no primeiro caso, desaparece a relação de
causalidade entre o defeito do produto e o evento danoso,
dissolvendo-se a própria relação de responsabilidade; no
segundo caso, a responsabilidade se atenua em razão da
concorrência de culpa, e os aplicadores da norma costumam
condenar o agente causador do dano a reparar pela metade
o prejuízo, cabendo à vítima arcar com a outra metade.
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O terceiro é qualquer pessoa que não se identifique com os
partícipes da relação de consumo descrita no art. 12 e que
envolve, de um lado, o fabricante, produtor, construtor ou
importador e, de outro, o consumidor.
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CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. TRANSPORTE
AÉREO. INEXECUÇÃO DOS SERVIÇOS PRESTADOS. NÃO
OCORRÊNCIA DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA E SOLIDÁRIA
DA AGÊNCIA DE TURISMO. CARACTERIZAÇÃO DA CULPA
EXCLUSIVA DE TERCEIRO. INCIDÊNCIA DAS HIPÓTESES
PREVISTAS NO § 3º, I, II, DO ART. 14 DO CDC. ILEGITIMIDADE
PASSIVA AD CAUSAM RECONHECIDA. 1. No pleito em questão, os
autores contrataram com a empresa de turismo a compra e venda de
passagens aéreas Brasília - Fortaleza, sendo que tal serviço, como
restou demonstrado, foi regularmente prestado. Comprovado, também,
que os autores não puderam utilizar os bilhetes da empresa
TRANSBRASIL, em razão desta interromper seus serviços na época
marcada, não efetuando, assim, os voos programados.
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2. Não se tratando, in casu, de pacote turístico, hipótese
em que a agência de viagens assume a responsabilidade
de todo o roteiro da viagem contratada, e tendo, portanto,
inexistido qualquer defeito na prestação de serviço pela
empresa de viagens, posto que as passagens aéreas
foram regularmente emitidas, incide, incontroversamente,
as normas de exclusão de responsabilidade previstas no
art. 14, § 3º, I e II, do CDC. Reconhecimento da
ilegitimidade passiva ad causam da empresa de viagens,
ora recorrente. 3. Recurso conhecido e provido. (REsp
758.184/RR, Rel. Ministro JORGE SCARTEZZINI, QUARTA
TURMA, julgado em 26/09/2006, DJ 06/11/2006, p. 332)
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Outros Exemplos CULPA DE TERCEIRO
• A concessionária substitui indevidamente peça ou
componente do veículo sem consultar a montadora.
• Hospital que substitui os medicamentos prescritos no
receituário médico
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"RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS E MATERIAIS. FURTO DE CELULAR, DOCUMENTO DE
HABILITAÇÃO E A QUANTIA DE R$ 200,00 (DUZENTOS REAIS).
INTERIOR DA CASA NOTURNA WOODS. DEVER DE VIGILÂNCIA DA
VÍTIMA. AUSÊNCIA NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE O FURTO E O
SERVIÇO DA RECORRIDA. NEGLIGÊNCIA DA AUTORA
CONFIGURADA. SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS
FUNDAMENTOS (ART.46 DA LEI 9.099/95). RECURSO CONHECIDO E
DESPROVIDO. (TJPR – 1ª Turma Recursal – 0009989-
94.2013.8.16.0182/0 – Curitiba – Rel. Maria Ângela Carobrez Franzini – j.
02.03.2015)"
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Artigo 13 do Código de Defesa do Consumidor
“O comerciante é igualmente responsável, nos termos do
artigo anterior, quando:”
Responsabilidade do comerciante: A responsabilidade do
comerciante, nos acidentes de consumo, é meramente
subsidiária, pois os obrigados principais são aqueles
enumerados no artigo 12 do CDC
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Obedecendo à clareza da dicção normativa do
“caput” do artigo 13 do CDC, a 4ª Turma do STJ acolheu
ação indenizatória por danos materiais e morais proposta
contra a concessionária e não contra a montadora, em
razões de defeitos apresentados pelo veículo.
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O julgado sustenta a legitimidade passiva da
concessionária, pela peculiaridade da comercialização que
pratica e porque a ação foi intentada também com base no
art. 18 do CDC. Sustentou, ainda, que, “não requerida a
denunciação da lide pela ré, no momento próprio, não cabe
anular o processo depois de julgado pelas instâncias
ordinárias para permitir a intervenção do fabricante do
automóvel” (Recurso Especial n. 286.202/RJ; Recurso
Especial n. 2000/0114868-0, rel. min. Ruy Rosado de
Aguiar)
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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. Automóvel. Denunciação da
lide. Concessionária. Legitimidade passiva. Decadência. Dano moral. -
Não requerida a denunciação da lide pela ré, no momento próprio, não
cabe anular o processo depois de julgado pelas instâncias ordinárias
apenas para permitir a intervenção da fabricante do automóvel. -
Legitimidade passiva da concessionária, pela peculiaridade da
comercialização que pratica e porque a ação foi intentada também com
base no art. 18 do CDC. - Decadência não reconhecida pelas instâncias
ordinárias em razão das diversas tentativas do comprador, junto à fábrica
e suas concessionárias, para sanar os defeitos apresentados pelo
veículo. - Valor da indenização do dano moral reduzido para 20 s.m.,
fixado em razão das circunstâncias do caso. Recurso não conhecido.
(REsp 286.202/RJ, Rel. Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR, QUARTA
TURMA, julgado em 28/06/2001, DJ 19/11/2001, p. 281)
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Artigo 13, incisos I a III, do CDC:
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não
puderem ser identificados;
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu
fabricante, produtor, construtor ou importador;
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
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Direito do consumidor. Recurso especial. Ação de indenização por danos
morais e materiais. Consumo de produto colocado em circulação quando
seu prazo de validade já havia transcorrido. "Arrozina Tradicional" vencida que
foi consumida por bebês que tinham apenas três meses de vida, causando-lhes
gastroenterite aguda. Vício de segurança. Responsabilidade do fabricante.
Possibilidade. Comerciante que não pode ser tido como terceiro estranho à
relação de consumo. Não configuração de culpa exclusiva de terceiro. - Produto
alimentício destinado especificamente para bebês exposto em gôndola de
supermercado, com o prazo de validade vencido, que coloca em risco a saúde de
bebês com apenas três meses de vida, causando-lhe gastroenterite aguda,
enseja a responsabilização por fato do produto, ante a existência de vício de
segurança previsto no art. 12 do CDC. - O comerciante e o fabricante estão
inseridos no âmbito da cadeia de produção e distribuição, razão pela qual não
podem ser tidos como terceiros estranhos à relação de consumo. - A eventual
configuração da culpa do comerciante que coloca à venda produto com prazo de
validade vencido não tem o condão de afastar o direito de o consumidor propor
ação de reparação pelos danos resultantes da ingestão da mercadoria estragada
em face do fabricante. Recurso especial não provido. (REsp 980.860/SP, Rel.
Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 23/04/2009, DJe
02/06/2009)
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O comerciante pode ser responsabilizado como “terceiro”
quando ficar demonstrada a exclusividade da sua culpa no
evento danoso, nos termos do inciso III, do artigo 13, do
CDC.
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DIREITO DE REGRESSO - Art. 13, parágrafo único, do
CDC
Poderá ser exercido no mesmos autos da ação de
responsabilidade ou em processo autônomo.
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AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
RESPONSABILIDADE CIVIL. TRANSPORTE DE MERCADORIAS.
ROUBO DURANTE O ARMAZENAMENTO EM GALPÃO DA
TRANSPORTADORA. FORTUITO EXTERNO. EXCLUDENTE DE
RESPONSABILIDADE. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. AGRAVO
INTERNO DESPROVIDO. 1. De acordo com a jurisprudência desta
Corte, "não obstante a habitualidade da ocorrência de assaltos em
determinadas linhas, é de ser afastada a responsabilidade da empresa
transportadora por se tratar de fato inteiramente estranho à atividade de
transporte (fortuito externo), acobertado pelo caráter da inevitabilidade"
(AgRg no REsp 823.101/RJ, Rel. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva).
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2. No caso, a instância de origem fundamentou-se na
frequência dos roubos de cargas e na inexistência de
medidas preventivas, não tendo sido apontada nenhuma
conduta objetiva da transportadora que tivesse facilitado a
ação dos criminosos. 3. Agravo interno a que se nega
provimento. (AgInt no AREsp 1017794/SP, Rel. Ministro
RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 03/08/2017,
DJe 16/08/2017)