FACULDADES DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA – FESP
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
ANNE GABRIELLE DE VASCONCELOS OLIVEIRA
IMPOSTOS MUNICIPAIS VERSADOS NA CONSTITUIÇÃO: SUAS LIMITAÇÕES
E MUDANÇAS
JOÃO PESSOA
2014
ANNE GABRIELLE DE VASCONCELOS OLIVEIRA
IMPOSTOS MUNICIPAIS VERSADOS NA CONSTITUIÇÃO: SUAS LIMITAÇÕES
E MUDANÇAS
Trabalho de Conclusão de Curso – TCC,
realizado como requisito para fins de
conclusão do curso de Graduação em Direito e
obtenção do grau de Bacharel na FESP
Faculdades.
Área: Direito Tributário
Orientador: Prof. Esp. Tiago Felipe Azevedo
Isidro
JOÃO PESSOA
2014
ANNE GABRIELLE DE VASCONCELOS OLIVEIRA
IMPOSTOS MUNICIPAIS VERSADOS NA CONSTITUIÇÃO: SUAS LIMITAÇÕES
E MUDANÇAS
Trabalho de Conclusão de Curso – TCC,
realizado como requisito para fins de
conclusão do curso de Graduação em Direito e
obtenção do grau de Bacharel na FESP
Faculdades.
APROVADO EM _____/_______2014.
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________
Prof. Esp. Tiago Felipe Azevedo Isidro
Orientador- FESP
___________________________________________
Prof.
Membro- FESP
___________________________________________
Prof..
Membro- FESP
AGRADECIMENTOS
À Deus, por ser onipotente estando sempre presente em minha vida.
Aos meus pais, José Olavo Martins de Oliveira e Vanda de Vasconcelos Oliveira, pela
irrestrita ajuda diária, pelo imensurável amor e principalmente por terem me incentivado no
decorrer desta jornada.
Aos meus familiares e amigos pela capacidade de acreditarem em meu potencial,
contribuindo para que eu superasse todas as dificuldades.
Ao Ilustre Professor Tiago Felipe Azevedo Isidro, pela paciência, competência e
incentivo diante de sua orientação para conclusão deste trabalho.
À todos os professores da FESP Faculdades, em especial às professoras Socorro
Menezes e Juliana Porto, pela atenção, dedicação e carinho, onde ambas não mediram
esforços para me ajudar, e aos demais funcionários dessa brilhante instituição de ensino, que
me acompanharam durante toda minha graduação, e que foram de relevante importância em
minha vida acadêmica.
A todos aqueles que direta ou indiretamente estiveram e estão próximo de mim,
fazendo com que cada segundo torne-se importante, o meu muito obrigada.
SUMÁRIO
RESUMO ................................................................................................................................... 5
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ........................................................................................ 5
2 TRIBUTOS ......................................................................................................................... 6
3 PRINCÍPIOS ...................................................................................................................... 7
3.1 LEGALIDADE .................................................................................................................... 7
3.2 ISONOMIA ......................................................................................................................... 8
3.3 IRRETROATIVIDADE ...................................................................................................... 8
3.4 ANTERIORIDADE..............................................................................................................9
3.5 SELETIVIDADE ............................................................................................................... 10
3.6 PROGRESSIVIDADE....................................................................................................... 10
4 IMPOSTOS ...................................................................................................................... 11
5 IMPOSTOS FEDERAIS ................................................................................................. 12
5.1 IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO ............................................................................. 12
5.2 IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO ........................................................................................ 13
5.3 IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS ............................................... 14
5.4 IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS ......................................................... 14
5.5 IMPOSTO DE RENDA...................................................................................................... 15
5.6 IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL .................................. 16
6 IMPOSTOS ESTADUAIS ............................................................................................... 16
6.1 ITCMD ............................................................................................................................... 16
6.2 ICMS .................................................................................................................................. 17
6.3 IPVA ................................................................................................................................... 17
7 IMPOSTOS MUNICIPAIS ............................................................................................. 17
7.1 IPTU ................................................................................................................................... 17
7.2 ITBI .................................................................................................................................... 19
7.3 ISS ...................................................................................................................................... 20
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 22
ABSTRACT ............................................................................................................................ 22
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 23
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IMPOSTOS MUNICIPAIS VERSADOS NA CONSTITUIÇÃO: SUAS LIMITAÇÕES
E MUDANÇAS
ANNE GABRIELLE DE VASCONCELOS OLIVEIRA*
TIAGO FELIPE AZEVEDO ISIDRO**
RESUMO
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 apresenta em seu Título VI, Da
Tributação e do Orçamento, os impostos, as taxas e as contribuições de melhorias. Sobre os
Impostos apresenta também os extraordinários, que tem como incidência fiscal o controle, a
aplicação para que a Administração Pública consiga fazer girar os tributos e a economia, e os
ordinários. De todos os impostos existentes na Constituição Federal, os municipais são os
mais mutáveis de acordo com o tempo. Os impostos municipais em questão, IPTU, ITBI e
ISS, tem como modalidade, a de ser Impostos Ordinários ou Privativos, por ser específico de
um ente federativo. Impostos nos quais o Município retira seu próprio sustento, suas fontes
arrecadatória básicas. Importante frisar que, como o Distrito Federal não possui municípios,
acumula os impostos municipais, competência cumulativa, versada no art. 147, CRFB/88,
determinando que se una aos impostos estaduais. O presente artigo vem mostrar quais são, o
que fazem, para que serve cada um dos impostos municipais e quando é modificada a forma
de tributar, mudando a competência do ente federativo para cada imposto demonstrado.
Visando sempre o entendimento voltado para os princípios gerais do Direito Tributário e a
relação da Administração Pública e o sujeito passivo da relação obrigacional tributária, que é
o contribuinte.
Palavras chave: Tributo. Impostos. Entes Federativos. IPTU. ITBI. ISS.
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 traz em seu escopo o
Sistema Tributário Nacional. Esse sistema foi determinado a partir do momento em que se fez
necessário discorrer sobre tributos em nossa Carta Magna. Do poder constituinte originário foi
determinado que somente a União, Estados, Distrito Federal e os Municípios, têm a
competência para tributar. Somente os entes políticos podem tributar. O imposto é um tributo
não vinculado e a Constituição é quem vincula tal instituto. Adiante, somente pelo poder de
polícia, o Ente Federativo, pode exigir taxas, empréstimos compulsórios, tributos e
contribuições de melhorias.
A União tem a maior carga de tributos, sendo eles ficais e extrafiscais, ou seja, são
impostos nos quais implicam diretamente na situação econômica brasileira, são eles, II, IE,
* Concluinte do Curso de Direito da Fesp - Faculdades. E-mail: <[email protected]>
** Professor do Curso de Direito da Fesp – Faculdades, Especialista em Direito Civil e Processo Civil pela
Universidade Gama Filho. E-mail: <[email protected]>
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IPI, IOF, IR, ITR, inclusive, imposto ainda não vigente IGF, que seria para arrecadação sobre
grandes fortunas, mas, ainda não entrou em vigor por falta de Lei Complementar para regular
este imposto.
Em seguida, os impostos Estaduais, que tem como finalidade o custeio da máquina
administrativa, e versam sobre três assuntos; IPVA, ITCMD e ICMS. Ressalvada a possível
Emenda Constitucional, os Estados não podem instituir mais tributos a não ser os existentes
na Constituição, cabendo aos Senadores, representantes estaduais, estabelecer suas alíquotas
máximas ou mínimas.
Neste trabalho analisaremos o Sistema Tributário Nacional, seus impostos, os
princípios que os norteiam o Direito Tributário, mostrando alguns impostos e chegando ao
ponto crucial que são os impostos Municipais, impostos que serão a base da pesquisa aqui
determinada.
Os impostos Municipais são diferenciados por ser mutável ao ponto que, entre alguns
casos, a União poderá delegar ao Município a competência de fiscalizar e de arrecadar o
imposto nos casos em que em solo rural, incida o ITR, Imposto sobre Propriedade Territorial
Rural, tributo que já foi de competência Estadual e, também, de competência exclusiva do
Município.
2 TRIBUTOS
A Carta Magna brasileira versa de quem é a competência para instituir tributos e quais
tipos de tributos, senão vejamos: “Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I – Impostos[...]” (BRASIL, 1988).
Quando o imposto é instituído em Lei, o tributo, que sempre será uma prestação
pecuniária, devida ao Estado ou a entidades não estatais para fins, e tão somente, de interesse
público. O conceito específico e direto é encontrado no art. 3, CTN como veremos abaixo:
Art. 3º. Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito,
instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente
vinculada (BRASIL, 1966).
O tributo “é receita derivada, cobrada pelo Estado, no uso de seu poder de império”
(ALEXANDRE, 2012, p. 11). A lei impõe, na verdade, sem importar a vontade das partes.
Destacando-se que somente por Lei há uma obrigação de fazer. Seguindo esse pensamento,
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temos a revelação de que sem estas prestações o Estado não sobrevive, e que dentro destas
prestações o Imposto é a maior fonte de renda.
O imposto é cobrado de certas pessoas pelo simples fato de gerarem riqueza com a
prática de determinadas condutas. Sendo assim, quando uma pessoa aufere uma riqueza, o
Estado, com poderes instituídos em lei, aparece requerendo uma percentagem em seu próprio
favor por conta de tal conduta. O Estado impõe a essas pessoas que entreguem uma parte de
sua riqueza.
Deve-se ter claro que:
É pagando o que lhes foi imposto que essas pessoas fornecem ao Estado a
receita basilar que ele precisa para financiar sua atividade típica de
autoadministração e autogoverno. E é com esse recurso arrecadado após as
imposições expropriatórias que o Estado paga suas contas e executa sua
administração (BARRETTO, 2012. p. 1).
Os tributos podem ou não ser vinculados. Os impostos são tributos não vinculados que
incidem sobre riquezas; riquezas essas do sujeito passivo, no caso em tela o devedor, se
sustentando sobre a ideia de solidariedade social. Com isso o Estado impõe a quem adquiriu a
riqueza que contribua, fornecendo-lhe o recurso no qual o Estado necessita. Assim sendo,
aquele que compre um imóvel na área urbana, que seja urbana a finalidade, deve contribuir
com o IPTU, por residir, e pagar o ITBI por transmissão de bens de forma onerosa diante de
um imóvel. A pessoa que oferece bens e serviços em prestação pecuniária paga-se o ISS.
3 PRINCÍPIOS
3.1 LEGALIDADE
É um princípio que norteia todas as matérias públicas, ele é a base do Estado
Democrático de Direito, princípio garantidor de que todos os conflitos sejam resolvidos
através de lei. No art. 5º, II, CRFB/88, versa sobre a não obrigatoriedade senão em virtude de
lei, vejamos:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição;
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II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa
senão em virtude de lei; (BRASIL, 1988, grifo nosso).
Neste pensamento, entendemos que nenhum tributo deverá ser cobrado, majorado sem
que a lei estabeleça suas regras, e claro, o tributo é uma prestação em pecúnia instituído em
lei. Somente a lei pode criar e extinguir os tributos, majorá-los e reduzi-los também.
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
§ 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites
estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos
incisos I, II, IV e V. (BRASIL, 1988, grifo nosso).
Neste caso, temos exemplificando o IPI, que quando a União deseja movimentar os
produtos internos, alteram para menor as alíquotas destes produtos.
3.2 ISONOMIA
Neste princípio existem duas versões ou pensamentos atuando, horizontal ou vertical.
Na linha horizontal fala-se em tratar os iguais com igualdade; e o vertical tratar os desiguais
com desigualdade. Em outras palavras:
O legislador constituinte, seguindo a lição, estipulou, no art. 150, II, da
CRFB/88, que é vedado aos entes federados instituir tratamento desigual
entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente [...]
(ALEXANDRE, 2012, p. 90).
Nesta seara deve ser observado que existem dois elementos utilizáveis para a
explicação, quais sejam: “primeiro, identificar qual é o fator de discriminação e, em seguida,
verificar se esse fator de exclusão está ou não de acordo com o objetivo da norma. [...]. De
outro lado, o inverso não é verdadeiro, havendo desobediência à isonomia se a regra de
exclusão estiver incoerente com a norma” (MARINELA, 2013, p. 47).
3.3 IRRETROATIVIDADE
Princípio previsto no art. 150, III, “a” da CRFB/88, é um dos princípios mais
presentes, é um princípio geral de direito, que , aliás, também é um dos princípios usados em
outras matérias como Direito Civil e Direito Penal.
Como o próprio nome revela, este princípio impede que uma nova lei tributária, que
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no caso majore ou crie um tributo, possa retroagir, impedindo que possa tributar fatos
anteriores à vigência da lei. Assim descreve nossa Carta Magna, senão vejamos:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em
situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida, independentemente da
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da
lei que os houver instituído ou aumentado; (BRASIL, 1988, grifo nosso).
Deste modo, comparando o artigo supracitado com o art. 5º, XXXVI, CRFB/88, que
versa que “a lei não exclui o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e nem a coisa julgada”,
fica evidente que, em ambas as normas jurídicas, o princípio da irretroatividade, é
expressamente versado, e se torna entendido que a lei nova não retroage no Direito Tributário.
Já as exceções a esta regra vem descritas no art. 106, do CTN, e discorre sobre as três
situações em que as leis tributárias se aplicam retroativamente, especificamente em seus
incisos I e II, versa que retroagirão as leis que forem interpretativas e as leis benéficas em
penalidades. Por outro lado, o código reconhece mais um instituto em seu art. 144, que é a
possibilidade das leis que alteram aspectos meramente formais do lançamento.
3.4 ANTERIORIDADE
Tal princípio versa que a exigência do imposto somente poderá ser cobrado diante do
exercício financeiro, que fora editado, em se tratando de anterioridade anual, no próximo ano.
E sobre o fato de que nenhum tributo poderá ser criado ou majorado e ter sua vigência de
imediato sem respeitar o prazo mínimo de 90 dias, noventena, no mesmo ano a contar da
publicação da lei. Nesse sentido, deve-se ter claro que:
[...] se uma lei cria ou majora certo tributo e a lei é publicada no dia 26 de
novembro de 2009, até o fim do ano de 2009 essa lei é inaplicável, pois, vale
a garantia estampada na cláusula temporal do exercício financeiro seguinte,
prevista no art. 150, III, “b” da Carta, que veda a aplicação no mesmo ano
(BARRETTO, 2012, p.161).
Sendo assim, o tributo não poderá ser imposto no ano de sua criação, em alguns casos,
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respeitando a noventena. Sobre este princípio supracitado vale ressaltar três exceções, quais
sejam:
1. Tributos de incidência imediata, que não se aplicam a noventena e nem o exercício
seguinte. Aqui temos como exemplo II, IE, IPI, IEG, empréstimos compulsórios para a guerra
e calamidade;
2. Tributos que só respeitam a noventena: temos como exemplo o IPI;
3. Tributos que só respeitam a cláusula do exercício financeiro seguinte, após torná-
los mais onerosos, IPTU, IPVA e IR.
3.5 SELETIVIDADE
Princípio que anda junto com o da progressividade, serve para a variação de alíquota
aplicada em impostos que versam sobre consumo, relações de consumos, são os impostos
ICMS e o IPI. Tem a premissa de quanto mais essencial o bem, menor a sua alíquota, e no
inverso, quanto menos essencial, maior a alíquota.
3.6 PROGRESSIVIDADE
Neste princípio atentaremos em uma distinção sobre ele. Existem dois tipos de
progressividade, a sanção e a fiscal. Dependendo do tipo de uso da propriedade a
progressividade sanção será aplicada ao IPTU e ao ITR. Quem tiver um imóvel urbano, e não
usar como tal, deverá recolher o imposto mais caro do que o imóvel que é usado para tal; e
quem tiver uma propriedade rural e não der a ele produtividade ficará sujeito a
progressividade sanção da mesma forma.
A progressividade revela variação de alíquotas para alguns impostos. Sendo assim,
existem duas progressividades, uma com caráter sancionatório e outra arrecadatório.
A progressividade fiscal consiste em razão da revelação da riqueza ou não, sendo de
natureza arrecadatória. Assim, vale salientar:
[...] o Imposto de Renda, quem revela mais renda, suporta alíquotas maiores,
em relação a quem revela menos renda. O mesmo com o IPTU, em que os
proprietários de imóveis mais valiosos suportam maiores alíquotas que os de
imóveis menos valiosos (BARRETTO, 2012, p. 166).
Destaque para a progressividade sanção ao qual fora supracitado, gerando o
entendimento de que quem tem maior arrecadação de riquezas ou quem tem imóveis maiores
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que não atendam suas funções sociais, acaba pagando mais por tais fatos geradores.
4 IMPOSTOS
Os impostos nascem da capacidade que o Estado tem de tributar para a atuação dela,
atingindo seu fim com esses recursos. O imposto é a espécie tributária e é nele que se
incorpora a ideia nuclear, o poder de tributar. Pagar o imposto é o ato de entregar parte de
uma riqueza revelada em prol do Estado, ou seja, em busca da finalidade, a de prover para que
a Administração Pública tenha sua máquina em giro constante para gerir o ordenamento
social. Sendo assim, quem tem a capacidade de contribuir é obrigado a pagar imposto. As
pessoas que tem a capacidade contributiva tem o ônus da permissão para que o Estado se
mantenha, dando função social ao imposto que seria o de atuar como instrumento
redistribuidor da riqueza social.
Os tributos/impostos possuem características diferentes: contributivo, não vinculado e
não afetado. Destaquemos tais institutos:
1) Tributo contributivo: imposto é um tributo que se pauta na manifestação da
capacidade contributiva;
2) Tributo não vinculado: não existe a obrigação de contra prestação, não há que se
dar algo em troca, e;
3) Tributo não afetado: tem liberdade distributiva dos recursos, para preservar a
autogovernabilidade, mas, observando limites estabelecidos em lei.
Dentro destes institutos classificamos os impostos como ordinários e extraordinários.
Os extraordinários tem uma particularidade, são criados, somente, em casos extremos assim
como a Constituição Brasileira versa, senão vejamos:
Art. 154. A União poderá instituir:
II – na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários,
compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão
suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação (BRASIL,
1988, grifo nosso).
O que significa dizer que se formado ou tendo a iminência de uma guerra, pode-se,
nestes casos, criar-se impostos para custear a guerra, como exemplo o IEG, o Imposto
Extraordinário de Guerra, nada mais natural que acontecesse.
Por outro lado os impostos ordinários possuem diversas classificações e a principal
delas é de ser extrafiscal. São tributos que vão além da função de intervir na atividade
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econômica. É a ação direta do Estado na economia, fazendo mudanças para a política
financeira interna, seja em bancos, bolsa, comércio internacional ou indústria.
Os impostos podem, excepcionalmente, assumir uma função extrafiscal acidental,
como o IPVA, IPTU e ITR. O IPVA pode ter alíquotas diferenciadas com base no critério do
tipo de combustível que é usado; o IPTU com alíquotas progressivas para estimular que o
proprietário de imóvel urbano dê a verdadeira função social à sua propriedade, seguindo os
ditames do plano diretor elencado na CRFB/88. E por fim, o ITR com alíquotas progressivas
em razão da improdutividade da propriedade rural. A intenção é obrigar as pessoas a
produzirem, senão vejamos:
Art. 184. – Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de
reforma agrária, o imóvel rural que não estejam cumprindo a função social,
mediante prévia e justa indenização em títulos de dívida agrária, com
cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos,
a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em
lei.
§4. – o orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida
agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de
reforma agrária no exercício (BRASIL, 1988).
No mais os impostos se dividem como reais e pessoais. Reais incidem sobre a coisa, o
bem, levando-se em consideração apenas o valor da coisa. Os impostos pessoais levam-se em
consideração aspectos da vida pessoal de cada contribuinte, temos como exemplo o IR que as
alíquotas são diferenciadas de acordo com os vencimentos.
5 IMPOSTOS FEDERAIS
Como dito, a União que possui a competência ordinária de instituir os sete impostos,
lembrando que o IGF ainda não foi instituído. Sendo assim analisaremos os impostos.
5.1 IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO
Este é o imposto sobre importação de produtos estrangeiros previsto na Constituição,
de caráter extrafiscal, pois lida diretamente com a economia e não tem a característica de
arrecadar pecúnia, e tem como grande fundamento o controle sobre as importações, servindo
de proteção de algum setor da indústria nacional como veremos abaixo: “Art. 153. Compete a
União instituir impostos sobre: I – importação de produtos estrangeiros; [...]” (BRASIL,
13
1988).
Sendo assim, o fato gerador é definido pelo Código Tributário Nacional em seu art.
19 nos termos seguintes: “Art. 19. O imposto, de competência da União, sobre importação de
produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no território nacional”
(BRASIL, 1966).
O fato gerador não é comprar algo de outro país, e sim a entrada de mercadoria
estrangeira no território aduaneiro. Assim discorre:
“Importar, portanto, é ao contrário do que muitos pensam, não é comprar mercadoria
estrangeira. É fazê-la entrar no território nacional. Não é relevante a que título uma
mercadoria alienígena no território aduaneiro1, o que é relevante é que tenha efetivamente
entrado” (ALEXANDRE, 2012, p. 528).
Aqui se faz necessário dizer que o território aduaneiro é todo o território nacional2.
Destarte, a base de cálculo do Imposto de Importação pode ser específica, quando
adotada a lei tributária3, ad valorem, preço normal do produto ou similar ao tempo da
importação4, e, quando abandonado e levado para leilão
5, tendo como contribuinte direto ora
o importador ou o que a lei o compare, ou, o arrematante dos produtos.
5.2 IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO
Neste imposto, a União, atua no controle do comércio exterior, ora veja, se o país
necessita de que aumente a exportação de produtos nacionais, venda, que faça o giro do
produto para outros mercados, é diminuída a alíquota para que fique mais barato e se faça a
transação. O IE tem como fato gerador a saída dos produtos nacionais ou nacionalizados do
território nacional6.
Ressalta-se que não há importância se o contrato, negócio, fora cumprido, porque o
tributo será calculado com base na lei vigente após o registro da exportação.
Seguindo este pensamento, o Supremo Tribunal Federal tem a linha jurisprudencial a favor do
supracitado, senão vejamos:
Exportação. Registro no sistema integrado do comércio exterior –
1 A esse respeito c.f. Decreto 6.759, de 5 de fevereiro de 2009. A esse respeito c.f. Art. 72. O fato gerador do
imposto de importação é a entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro. 2A esse respeito c.f. Art.2º - O território aduaneiro compreende todo o território nacional.
3. A esse respeito c.f. Art. 20, I, CTN.
4 A esse respeito c.f Art. 20, II, CTN.
5 A esse respeito c.f. Art. 20, III, CTN.
6 A esse respeito c
.f Art. 213, do Regulamento Aduaneiro ( Decreto –lei 1.578, de 1977)
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SISCOMEX. Fato gerador. Ocorrência antes da edição das Resoluções
2.112/94 e 2.136/94, que majoram a alíquota do tributo. Impossível a
retroatividade desses diplomas normativos para alcançar as operações de
exportação já registradas” (STF, 2ª T., RE-AgR-ED 234.954/AL, Rel. Min.
Maurício Corrêa, j. 03.06.2003, DJ 24.10.2003, p. 26).
O contribuinte deste, encontra-se elencado no art. 5º do Decreto-lei 1.578, de 1977,
que discorre assim: “Art. 5- O contribuinte do imposto é o exportador, assim considerado
qualquer pessoa que promova a saída do produto do território nacional” (BRASIL, 1977).
5.3 IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS
Esse imposto tem como particularidades ser seletivo, o que significa de maneira
indireta, ter uma equivalência da carga tributária de acordo com a capacidade de contribuir
dos consumidores; respeitar o outro princípio, o da não cumulatividade, devendo fazer a
compensação do que for devido e tem como fato gerador duas hipóteses, senão vejamos:
Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos
industrializados tem como fato gerador:
I – o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; ou
II – a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do art.
51;
III – a sua arrematação, quando apreendido ou abandonados e levado a
leilão.
Parágrafo único. Para efeitos deste imposto, considera-se industrializado o
produto que tenha se submetido a qualquer operação que lhe modifique a
natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo (BRASIL, 1966).
Neste diapasão, não basta somente o produto entrar no solo aduaneiro, mas também, a
saída do produto dos estabelecimentos nacionais; bem como nas transações leiloeiras.
5.4 IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS
O IOF constitui em um imposto que incide sobre operações de câmbio, seguro, crédito
ou valores imobiliários. Tal imposto, seguindo a linha extrafiscal, no qual visa a parte o
mercado financeiro tanto para aumentar ou diminuir a procura, não segue a linha do princípio
da legalidade, da anterioridade e noventena, visto que se faz necessário a imediata incidência.
Vale a pena ressaltar que tal imposto tem uma particularidade no tocante ao ouro. O
ouro pode ser taxado de duas maneiras, como mercadoria, joia, e como meio de pagamento.
Como moeda, meio de pagamento, fica excluso de ser tributado como mercadoria, pois, como
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não possui a especificidade, não incide outros tributos, já que tem natureza cambial e fica
somente sujeito ao IOF pela operação de origem, sujeitando, somente, a tal tributo. Assim
versa o art. 153, § 5º, da CRFB/88:
§ 5º - O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento
cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto que trata o inciso
V do caput deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota mínima
será de um por cento, assegurada a transferência do montante da arrecadação
nos seguintes termos:
I – trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território,
conforme a origem;
II – setenta por cento para o Município de origem (BRASIL, 1988).
Deve-se ainda considerar que a “incidência do IOF-ouro só é possível na operação de
origem, ou seja, na primeira operação, que é o desembaraço aduaneiro, quando oriundo do
exterior, ou aquisição por instituição autorizada, não sendo legítima a tributação das
operações subsequentes “(ALEXANDRE, 2012, p. 557).
5.5 IMPOSTO DE RENDA
Imposto de incidência anual sobre os ganhos dos bens produtores de renda ou de
proventos tributáveis. Este imposto tem como predominância a função fiscal e está sujeito aos
princípios da legalidade, anterioridade e noventena.
O IR, assim chamado, tem como fato gerador definido no art. 43, do Código Tributário
Nacional, assim descritos abaixo:
Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de
qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade
econômica ou jurídica:
I – de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da
combinação de ambos;
II – de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos
patrimoniais não compreendidos no inciso anterior (BRASIL, 1966).
Sendo assim, gerou renda, praticou o fato gerador principal para a incidência do IR, e
sem importar de onde veio o dinheiro, “non olet”.
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5.6 IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE RURAL
Imposto de finalidade extrafiscal, o ITR é definido no art. 153, §4º, I, CRFB/88, e
possui a finalidade de desestimular a manutenção das propriedades improdutivas, e sem
alíquotas fixas. Na verdade, o intuito é tributar as propriedades que não dão função social
própria, a função de produzir. Como tal imposto tem a sua alíquota baseada no valor da terra
nua, dá a quem produzir mais a menor alíquota.
O imposto supracitado está sujeito ao princípio da legalidade, anterioridade e
noventena e tem como contribuinte direto o proprietário do imóvel, ou, o seu possuidor.
Vejamos o que descreve a Magna Carta sobre o referido imposto:
§4º - O imposto previsto no inciso VI do caput:
I – será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a
manutenção de propriedades improdutivas;
II – não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as
explore o proprietário que não possua outro imóvel7” (BRASIL, 1988).
Faz necessário aqui comentar que todos os impostos descritos acima, assim como os
princípios mencionados e serão objetos importantes nos próximos quesitos, pois, tem
incidência comum, ou, se transformam nos impostos municipais, nos quais, abordaremos
logo mais à frente.
6 IMPOSTOS ESTADUAIS
6.1 ITCMD
Este é o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de quaisquer bens ou
direitos. Tem a característica de ser um imposto de função arrecadatória incide sobre
herdeiros e legatários na transmissão por morte e por doação. Não podendo ser onerosa. “O
tributo possui eminentemente natureza arrecadatória (fiscal) e não incide sobre as
transmissões originárias, como por usucapião (art. 1.238 do Código Civil) ou por acessão (art.
1.248 do Código Civil)”. (Ricardo Alexandre Direito Tributário Esquematizado. Método. Rio
de Janeiro, p. 568).
7 Se valendo do princípio da função social da propriedade, a CRFB/88, descreve que será imune ao ITR, as
pequenas glebas rurais. Termo esse regido pela lei 9.393/1996, que define tal instituto, os imóveis com área
igual ou inferior a 100 há, 50 ha e 30 ha.
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Este tributo tem como contribuinte originário quaisquer das partes na operação
descrita como fato gerador.
6.2 ICMS
Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e prestação de Serviços. Incide
basicamente em operações de circulação de mercadorias e prestação de dois serviços: os
serviços de comunicação e os serviços de transporte intermunicipal e interestadual.
No que tange a circulação de mercadorias, é necessário que se cumulem algumas
características tais como a habitualidade de conduta, fim lucrativo e transferência do domínio
da coisa para o adquirente.
6.3 IPVA
Este é o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores terrestres. Sendo assim,
este imposto tem como fato gerador a conduta de ter, ser proprietário de um bem móvel
automotor terrestre. A título de curiosidade este imposto é somente para veículos terrestres, e
nunca para aéreos e marítimos.
O IPVA tem como a figura do sujeito passivo o próprio titular do bem e tem como
base de cálculo o valor venal do automotor. É feito a consulta pela tabela FIPE para saber o
valor do referido bem para se calcular o tributo.
7 IMPOSTOS MUNICIPAIS
7.1 IPTU
A Constituição Brasileira no art. 156, atribui a competência aos Municípios para
instituir os impostos nela descrita quais sejam, ITBI, IPTU e ISS. Diante disto, se não for por
Emenda Constitucional, os Municípios não podem instituir mais impostos senão os elencados
na Carta.
Como já informado, sempre há um fato gerador para a incidência de cada imposto.
Com o IPTU não é diferente. O fato gerador deste imposto é a conduta de ser proprietário de
imóvel urbano, tendo posse ou o domínio útil do bem. Sendo assim, o art. 34 do CTN afirma
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tal condição, senão vejamos: “Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o
titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título” (BRASIL, 1966).
Tal imposto tem como a sua base de cálculo o valor venal do imóvel, não devendo se
valer dos outros bens, móveis, que guarnecem o bem. Significa que não importa se o imóvel
tem piscina, carros em sua garagem, ou, até mesmo, a casa seja removível.
Do IPTU vem o primeiro questionamento sobre suas mudanças, transformações e
adequações no tocante ao tipo de imóvel. Abaixo será descrito o que seria um imóvel urbano,
versando primariamente, o que seria zona urbana, no qual estão compreendidas as limitações
para o imposto em questão:
Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade
predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio
útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como
definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município.
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida
em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de
melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes,
construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição
domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três)
quilômetros do imóvel considerado” (BRASIL, 1966).
Destarte, é necessário, ao menos, duas dessas características para que seja considerada
a zona urbana. Definindo a zona urbana partiremos para a definição de zona rural, pois há
conflitos no que tange imóveis urbanos e rurais, pois pode existir um imóvel rural bem no
meio da zona urbana, como veremos abaixo a definição do imposto, ITR, que é de
competência da União:
Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial
rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de
imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona
urbana do Município (BRASIL, 1966).
Neste momento sendo diferenciado a zona urbana, da zona rural é necessário abordar a
possível mudança da possibilidade de o ITR seja delegado ao Município mesmo sendo um
imposto federal, delegação de fiscalização e cobrança. Se o Município optar por assim fazer,
tendo a proibição de não poder reduzir o imposto ou renúncia fiscal, terá a arrecadação para
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si. Mas, se não optar pela arrecadação, terá, mesmo assim, cinquenta por cento da arrecadação
obtida pela União ficará com o Município, senão vejamos:
Art. 158. Pertencem aos Municípios:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de
qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer
título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e
mantiverem;
II - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União
sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles
situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art.
153, § 4º, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003) (BRASIL, 1988).
Vale ressaltar que se existir um imóvel de extensão rural, este, será taxado com o ITR
e não com o IPTU, pois será considerado pela função social do imóvel. Se ele produz
produtos determinados, mesmo em zona urbana, será mantido o ITR.
7.2 ITBI
Mais um imposto no qual se confunde com outro imposto de ente federativo adverso.
O Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis se confunde ou se transforma pelo seu fato
gerador com o ITCMD de competência Estadual. O ITCMD é o imposto de transmissão, mas
por causa mortis ou se for inter vivos verificaremos se houve ganhos em pecúnia ou se houve
gratuidade, uma doação. Se tiver natureza onerosa incidirá o ITBI e se for por doação incidirá
o ITCMD.
A CRFB/88 versa em seu art. 156, II, que compete aos Municípios instituir imposto
sobe transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza
ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de
direitos a sua aquisição.
Neste ponto de vista, discorre:
A incidência também vai ocorrer na cessão de direitos de aquisição dos
imóveis. Ressalte-se que o direito do promitente comprador do imóvel
(direito de aquisição decorrente do contrato de compromisso de compra e
venda) já está legalmente incluído entre os direitos reais sobre imóveis, de
forma que sua transmissão já estaria sujeita ao tributo, independentemente da
regra extensiva (ALEXANDRE, 2012, p.620).
Sendo assim, o ITBI tem como sujeito passivo qualquer uma das partes da operação
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tributária, ou o transmitente quanto o adquirente. Vale destacar que existem alguns tipos de
não incidência de tal tributo em epígrafe abaixo:
I – Usucapião
II – Partilha de bens
Estes dois institutos não são passíveis de incidência do ITBI. O usucapião não se
enquadra por não ter onerosidade na operação. Já a partilha de bens quando acontece por
conta de separação conjugal também não incide o referido imposto, senão vejamos:
EMENTA: TRIBUTÁRIO – IMPOSTO DE TRANSMISSÃO POR
DOAÇÃO – SEPARAÇÃO JUDICIAL – MEAÇÃO. 1. Na separação
judicial, a legalização dos bens da meação não está sujeita a tributação.
2. Em havendo a entrega a um dos cônjuges de bens de valores superiores à
meação, sem indícios de compensação pecuniária, entende-se que ocorreu
doação, passando a incidir, sobre o que ultrapassar a meação, o Imposto de
Transmissão por Doação, de competência dos Estados (art. 155, I, da CF).
[g.n.] 3. Recurso especial conhecido e provido. (unanimidade). 2ª Turma do
STJ. Relatora: Min. Eliana Calmon. Julgamento: 05/05/2005. REsp
723.587/RJ. (grifo nosso).
Esse julgado supracitado se faz claro no entendimento sobre o não acolhimento do
imposto mencionado em casos de separação de bens.
7.3 ISS
O Imposto sobre Serviços de Qualquer natureza tem sua competência elencada no art.
156, III, da CF/88, com a ressalva dos não compreendidos no art. 155, II, definidos em Lei
Complementar. Sendo assim, visualizaremos o referido artigo transcrito abaixo:
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
[...]
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II,
definidos em lei complementar (BRASIL, 1988).
Contudo, há algumas ressalvas sobre os serviços colocados sobre o campo de
incidência do ICMS, tais como: comunicação e transporte interestadual e intermunicipal.
Ambos são tributados com o ICMS. O fato gerador do ISS é a prestação de serviços, mediante
remuneração, qualquer que seja a natureza do serviço, desde que realmente seja uma
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prestação de serviço e que esteja autorizada na lista permissiva8.
Destaca-se aqui a tributação residual do ISS em conjunto com o ICMS. Ora, devemos
atentar para a tributação de serviços fornecidos conjuntamente com mercadorias, a situação se
inverte, e o ICMS passa a ser residual em relação ao ISS, pois somente é possível àquele
tributar os serviços que já não estejam sujeitos a incidência deste (ALEXANDRE, 2012, p.
595).
No que tange esta grande batalha do Município contra o Estado, o ISS x ICMS, são os
que mais alternam nesse quesito tributação, estipulando alíquotas irrisórias, fazendo com que
empresas se instalem em seus locais de comando, para que assim tenham suas arrecadações,
levando-se em conta a regra municipal de tributar onde o prestador de serviço estava
domiciliado.
Ainda sobre a incidência do ISS, a Constituição Federal diz que cabe à lei
complementar excluir da incidência do ISS exportações de serviços para o exterior, senão
vejamos:
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
[...]
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe
à lei complementar:
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior.
(BRASIL, 1988).
A base de cálculo deste imposto é o preço do serviço. Esta base de cálculo está fixada
na Lei Complementar 116/2003 no art. 7º. Sempre será tributado em cima da grandeza
percebida, para resultar na quantia tributada pelo município. A referida lei, também,
complementa dizendo que o prestador do serviço será o único contribuinte do ISS.
Salienta-se que o imposto versado tem o lançamento por homologação, ou seja:
O ISS é lançado por homologação, pois é o próprio sujeito passivo que, a
cada fato gerador, calcula o montante do tributo devido e antecipa o
pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, cabendo a esta
verificar a correção do procedimento e, se for o caso, homologá-lo, podendo,
ainda, lançar de oficio as diferenças porventura devidas (ALEXANDRE,
2012, p. 629).
Insta comentar que este lançamento sempre será recolhido no ato de pagamento aos
prestadores de serviços.
8 LC nº 116/2003
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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os impostos em geral, Federais, Estaduais e Municipais, elencados na Constituição da
República Federativa do Brasil, aqui versados, são os combustíveis da máquina
administrativa. Sem esse capital injetado não há que se falar em Estado. É a principal fonte de
custeio para a Administração Pública, sendo sua principal fonte de sustentação. Como regra,
quando pagamos os impostos que nos impõem, estamos automaticamente fornecendo ao
Estado o que ele mais precisa para gerir suas atividades, sendo assim, é neste momento que
surgem os valores em pecúnia ao qual o Estado paga suas contas e executa sua administração.
Neste diapasão, chega-se a conclusão que o imposto é uma prestação em pecúnia ao
qual não se recebe nenhuma contraprestação a título de pagamento, ou seja, o Estado
administrador, não tem que fazer ou dar nada em troca pelo pagamento do tributo.
O fato é que nenhum dos entes federativos, com exceção da União e no que se refere
ao ITR, no qual a União pergunta ao Município se ele deseja cobrar tal imposto, querem abrir
mão de seus impostos em prol de outro ente. A tona da responsabilidade tributária, conclui-se
que a Administração Pública irá colocar no polo passivo da relação obrigacional jurídica
tributária, sempre, uma pessoa diferente da que praticou o real fato gerador.
Destarte, outra pessoa, determinada pela lei, é que fica responsável pelo dever legal de
pagar a dívida tributária que veio da prática de fato gerador não feito por ele. Sendo assim,
para concluir, são delegáveis dois dos quatro atributos da competência tributária, a atividade
arrecadatória e fiscalização, podendo ser delegada a particulares. Vale destacar que essa
delegação é limitada, ou seja, o delegatário não pode se valer do poder de sanção ou de
execução, o máximo que ele pode fazer é exigir que se preenchesse documentos.
MUNICIPAL TAXES VERSED IN THE CONSTITUTION: ITS LIMITATIONS AND
CHANGES
ABSTRACT
The Constitution of the Federative Republic of Brazil, 1988, has in its Title VI, Taxation and
Budget, taxes, fees and contributions for improvement. About Taxes also presents the
extraordinary, whose tax incidence control, the application for the Public Administration can
rotate the taxes and the economy, and the ordinary. Of all existing taxes on the Federal
Constitution, municipal are the most changeable according to time. The taxes in question,
property tax, and ITBI ISS, has the form, to be Ordinary Taxes or Private Rooms, by being
specific to one state. Taxes in which the municipality withdraws support themselves, their
basic tax collection sources. Importantly, as the Federal District does not have counties,
23
collects municipal taxes, cumulative competence, versed in the art. 147, CRFB / 88, stating
that join the state taxes. This article goes to show what they are, what they do, what each one
of taxes and when is modified form of tax, changing the jurisdiction of the federal entity
shown for each tax. Always aiming toward understanding the general principles of tax law
and the relationship of public administration and the taxpayer's tax obligatory relationship,
which is the taxpayer.
Key words: Tribute. Taxes. Federated Loved. Property Taxes. IPTU. ITBI. ISS.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: Informações e
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Rio de Janeiro, agosto/2002.2011.
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______. NBR 6023: Informações e documentação – Referências – Elaboração. Rio de
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24
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos da Metodologia
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MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. São Paulo: Método. 2014.
MARINELA, Fernanda. Direito administrativo. Niterói-RJ: Impetus, 2013.
MENEZES, Maria do Socorro da Silva. Normas e procedimentos gerais para elaboração
do TCC. João Pessoa, 2014.
PAULSEN, Leandro. Curso de direito tributário completo. São Paulo: Saraiva, 2014.
SABBAG, Eduardo. Manual de direito tributário. São Paulo: Saraiva, 2013.
25
O48 OLIVEIRA, Anne Gabrielle de Vasconcelos
Impostos municipais versados na constituição: suas
limitações e mudanças ./ Anne Gabrielle de Vasconcelos Oliveira.
João Pessoa, 2014.
24f.
Artigo (Graduação em Direito) Faculdade de Ensino
Superior da Paraíba – FESP.
1. Tributo 2. Impostos 3. Entes Federativos 4. IPTU 5.
ITBI 6. ISS. I. Título.
BC/FESP CDU:34:336.2(043)