Ficha para identificação da Produção Didático-Pedagógica
Professora PDE/2012
Título Contextualização dos Fatos Históricos da Física na
abordagem do tema “Termodinâmica” no Ensino
Médio utilizando WebQuest
Autor ELIANA DA PENHA RODRIGUES VAZZOLLÉR
Disciplina/Área (ingresso
no PDE)
Física
Escola de Implementação
do Projeto e sua
localização
Colégio Estadual Antonio Castro Alves
Capitão Leônidas Marques/PR
Município da Escola Capitão Leônidas Marques/PR
Núcleo Regional de
educação
CASCAVEL
Professor Orientador SANDRO APARECIDO DOS SANTOS
Instituição de Ensino
Superior
UNICENTRO
Relação Interdisciplinar História, Ciências, Sociologia, Artes, Filosofia,
Economia
Resumo Os alunos trazem para a sala de aula
conceitos inadequados em relação à Ciência. Nos
livros didáticos a ciência é mostrada para os alunos
como algo neutro, linear, objetivo e sem
historicidade. Por conta disso, vê-se a necessidade
de uma abordagem histórica dos conteúdos de
Física que os auxiliará a reconhecer a ciência como
construção humana e para que o aluno possa
entender melhor sobre as várias feições que a
nossa cultura assume atualmente. Contudo, sob
outro ponto de vista, também abre caminho para
que possam contrapor os valores e parâmetros que
um dia foram comuns a uma cultura e hoje se
mostram tão distantes do que vivemos. Neste
material didático será mostrado como contextualizar
os fatos históricos da Termodinâmica utilizando a
ferramenta metodológica WebQuest, com o intuito
de auxiliar alunos da segunda série do Ensino
Médio e professores da área a compreender a
ciência como construção humana, bem como todo o
processo social, político e religioso envolvido na
evolução da ciência, contribuindo assim para uma
formação crítica e desmistificada da aprendizagem
do educando.
Palavras-chave Contexto Histórico, Termodinâmica, Ensino Médio,
Formação de professores, WebQuest
Formato do Material
Didático
Unidade Didática
Público Alvo PROFESSORES E ALUNOS DO ENSINO MÉDIO
PARANÁ
GOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
ELIANA DA PENHA RODRIGUES VAZZOLLÉR
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
UNIDADE DIDÁTICA:
CONTEXTUALIZAÇÃO DOS FATOS HISTÓRICOS DA FÍSICA NA
ABORDAGEM DO TEMA “TERMODINÂMICA” NO ENSINO MÉDIO
UTILIZANDO WEBQUEST
CASCAVEL
2012
ELIANA DA PENHA RODRIGUES VAZZOLLÉR
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
UNIDADE DIDÁTICA:
CONTEXTUALIZAÇÃO DOS FATOS HISTÓRICOS DA FÍSICA NA
ABORDAGEM DO TEMA “TERMODINÂMICA” NO ENSINO MÉDIO
UTILIZANDO WEBQUEST
Produção didático-pedagógico apresentada ao Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE – SEED/PR, sob orientação do
Prof. Dr. Sandro Aparecido dos Santos, do Departamento de Física da
Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO.
CASCAVEL
2012
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Professora PDE: Eliana da Penha Rodrigues Vazzollér
Área de atuação : Física
Núcleo Regional de Educação: Cascavel
Professor Orientador IES: Sandro A. dos Santos
IES Vinculada: UNICENTRO
Escola de Implementação : COLÉGIO ESTADUAL ANTONIO CASTRO ALVES
– ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
Público Objeto da Intervenção: Professores de Física e alunos da 2ª série do
Ensino Médio
Tema de estudo: História da Física
Título da Unidade Didática: Contextualização dos Fatos Históricos da Física na
abordagem do tema “Termodinâmica” no Ensino Médio utilizando WebQuest
II APRESENTAÇÃO
Com esta unidade didática pretende-se amenizar o desinteresse dos
alunos com relação às aulas de física, bem como auxiliá-los a compreender a
evolução desta ciência, superando a deficiência dos livros didáticos no que diz
respeito ao contexto histórico dos conteúdos de física.
Acredita-se que a proposta de contextualização dos fatos históricos no
ensino da física contribuirá para a melhoria do processo ensino-aprendizagem
desta disciplina, especificamente da Termodinâmica despertando o senso crítico
do educando com relação às contradições políticas, sociais e econômicas
presentes nas estruturas sociais, contribuindo assim para uma formação crítica e
desmistificada da ciência.
No processo de aprendizagem do Ensino da Física é de fundamental
importância que os conteúdos sejam contextualizados ao longo do tempo para
que o educando possa relacionar o conhecimento científico com a época e a
sociedade que o produziu, pois, nos livros didáticos a ciência é mostrada para os
alunos como algo neutro, linear, sem objetivo e sem historicidade.
Para um melhor entendimento dos conceitos relacionados com a
Termodinâmica busca-se uma metodologia diferenciada, a WebQuest, que
poderá proporcionar uma melhor interação com os objetos de aprendizagem. Ao
se utilizar de uma nova metodologia em sala de aula, o professor está
consequentemente, aperfeiçoando o seu trabalho, pois através dessa experiência,
ele poderá analisar revisar e pensar a sua prática, podendo rever atitudes, que
poderiam ter sido tomadas e que levariam a melhores resultados.
III INTRODUÇÃO
Os alunos trazem para a sala de aula conceitos inadequados em relação à
Ciência. Nos livros didáticos a ciência é mostrada para os alunos como algo
neutro, linear, objetivo e sem historicidade.
Por conta disso, vê-se a necessidade de uma abordagem histórica dos
conteúdos de física que os auxiliará a reconhecer a ciência como construção
humana e para que o aluno possa entender melhor sobre as várias feições que a
nossa cultura assume atualmente. Contudo, sob outro ponto de vista, também
abre caminho para que possam contrapor os valores e parâmetros que um dia
foram comuns a uma cultura e hoje se mostram tão distantes do que vivemos.
Aproximando a história da ciência ao estudante, ele passa a relacionar o
desenvolvimento científico com o desenvolvimento cultural, social e econômico da
humanidade e perceberá que todos esses fatores andam juntos. Essa percepção
acontecerá de forma crítica, contribuindo para o desenvolvimento da
aprendizagem do estudante, aguçando a sua curiosidade e o gostar de aprender
física.
As DCEs de física propõem “que o professor agregue, ao planejamento de
suas aulas, a História da Ciência, para contextualizar a produção do
conhecimento em estudo” (Paraná, 2008, p.69). Mas para que seja feita esta
contextualização o professor deve estar habilitado para ministrar a disciplina,
dominar os conteúdos básicos e apresentar formas para transmiti-los
adequadamente, pois se percebe dificuldades metodológicas e didáticas e
principalmente, a concepção do professor sobre o processo ensino-aprendizagem
da física.
A importância de se abordar os fatos históricos e localizá-los na linha do
tempo, a fim de estabelecer a linearidade da evolução da ciência e facilitar a
aprendizagem do aluno, é argumentada pela pesquisadora Maria Izabel Cunha,
que diz:
Parece haver uma certeza de que é preciso saber como o conhecimento foi produzido para então estabelecer estruturas de pensamentos que levem à compreensão. Observei que os alunos ficam muito interessados quando os professores realizam esta localização histórica do modo a valorizar o conhecimento científico como produção social, isto é, como construído por um grupo social, com necessidades e anseios historicamente situados. (CUNHA, 1989, p.138).
Percebe-se então que para facilitar a compreensão da evolução da ciência
o educador democrático não pode negar-se ao dever de, na sua prática docente
reforçar a capacidade crítica do educando e sua curiosidade, pois ensinar não se
trata de expor o conteúdo superficialmente, mas se alonga à produção das
condições em que aprender criticamente é possível.
Essas condições implicam ou exigem a presença de educadores e de
educandos criadores, instigadores, rigorosamente curiosos, humildes e
persistentes. Portanto, o papel do educador não é apenas ensinar os conteúdos,
mas também a ensinar a pensar certo.
Percebe-se claramente a dificuldade que o aluno do Ensino Médio tem em
aprender física e quando questionados eles se referem ao fato de que o ensino da
física está diretamente relacionado com a matemática. Os professores ensinam
física preocupados em simplesmente resolver problemas matemáticos,
esquecendo-se que ela é uma ciência em evolução e que se torna importante a
abordagem da História da Ciência haja vista que segundo as DCEs de Física
(2008, p.69), ”(...) faz parte de um quadro amplo que é a História da Humanidade
e, por isso, é capaz de mostrar a evolução das ideias e conceitos nas diversas
áreas do conhecimento”.
A proposta de contextualização dos fatos históricos no Ensino da Física
poderá contribuir para a melhoria do processo ensino-aprendizagem da
Termodinâmica despertando o senso crítico do educando com relação às
contradições políticas, sociais e econômicas presentes nas estruturas sociais e
também auxiliará alunos e professores a reconhecer a ciência como construção
humana, bem como todo o processo social, político e religioso envolvido na
evolução da ciência, contribuindo assim para uma formação crítica e
desmistificada da ciência.
Cabe ao professor pensar numa abordagem metodológica diferenciada que
venha favorecer a aprendizagem do educando, que valorize as concepções de
ensino. Portanto, a contextualização dos conteúdos da física vem desfragmentar
e desmistificar alguns conceitos físicos, demonstrar como o pensamento científico
se modifica com o tempo, evidenciando que as teorias científicas não são
definitivas e irrevogáveis, mas objeto de constante revisão; tornar as aulas de
físicas mais desafiadoras e reflexivas, ajudando os alunos a ter uma visão
político-social de cada época.
O conteúdo selecionado para esta unidade didática é a Termodinâmica,
que segundo Rocha (2002, p.139) “(...) é a parte da Física que estuda um sistema
físico do ponto de vista macroscópico, tratando de mudanças que ocorrem no
mesmo, mas que não são abordados nem pela Mecânica nem pelo
Eletromagnetismo, como por exemplo, mudanças resultantes da troca de calor”.
O estudo contextualizado da Termodinâmica levará o estudante a ter
conhecimento das profundas mudanças sociais e econômicas na Europa durante
os séculos XVIII e XIX, concretizadas através da implantação do sistema
capitalista, acarretando um novo sistema de produção, onde ocorreu a divisão do
trabalho e a especialização de tarefas substituindo o sistema artesanal do período
feudal onde o homem era fator essencial no processo produtivo e, no entanto com
a implantação do sistema capitalista ele passa a ser apenas um instrumento da
máquina. Permitirá também que o educando venha a ter o conhecimento do papel
das inovações tecnológicas nas indústrias, o que se chamou de Revolução
Industrial, em destaque a indústria têxtil e a máquina a vapor e ainda o papel que
coube à escola como preparadora de mão de obra qualificada, para atender às
necessidades do processo de industrialização, exigidos pelo sistema capitalista.
Esta unidade didática será fundamentada na Teoria da aprendizagem
significativa, onde o conhecimento é construído, a partir do momento em que
novas ideias e informações são adquiridas e retidas na mente do indivíduo para
que possam ser utilizadas no futuro.
IV FORMAÇÃO DE PROFESSORES
4.1 Implicações Educacionais no Ensino da Física
O Ensino da Física torna-se mais interessante e instigante quando é
contextualizado, facilitando assim, a aprendizagem do aluno. Mas para isso o
professor deve estar bem preparado, ter conhecimento dos conceitos básicos da
física e estar disposto a mudar a sua prática pedagógica. De acordo com isso,
Veiga diz:
Dependendo de como organiza o trabalho pedagógico, o professor pode exercer um papel de negação do saber. Por outro lado, podem aderir a uma prática utilitária e cair no praticismo, ao utilizar métodos, conteúdos e avaliação sem conhecer o seu referencial teórico. Falta-lhe uma perspectiva de futuro, uma visão mais ampla com relação às finalidades sociais da escola, bem como uma postura crítica, que lhe permita perceber tanto os problemas que permeiam a sua atividade quanto a fragilidade de sua prática (VEIGA, 1992, p.19).
Portanto, o professor deve fazer uma reflexão sobre a sua prática
pedagógica e estar consciente do papel social no seu trabalho.
“Em cada um dos momentos do processo de ensino o professor está
educando quando: estimula o desejo e o gosto pelo estudo, (...) cria situações
estimulantes de pensar, analisar, relacionar aspectos da realidade estudada nas
matérias (...)” (DROUET, 1994, p.99).
Assim para que o aluno seja estimulado e para que haja um ensino de
qualidade, algumas variáveis são envolvidas, tais como: a organização inovadora,
aberta, dinâmica; projeto pedagógico participativo; docentes bem preparados
intelectual, emocional, motivados e com boas condições profissionais. Pois:
...o papel do educador é mais amplo, ultrapassando a mera transmissão de conhecimentos. O professor deve se preocupar também com a visão crítica do conhecimento que está sendo transmitido. Essa é uma condição necessária para que o conhecimento tenha significado e valor educativo para o aluno (VEIGA, 1992, P.19).
Pensa-se em uma proposta de encaminhamento metodológico onde o
Ensino da Física possa ser desfragmentado e contextualizado para que o
educando se aproxime da ciência e perceba a sua evolução, seus erros e acertos,
e também para que desperte no educando o senso crítico, pois é função do
professor fazê-lo.
Quando se contextualiza o tema em estudo, especificamente o
desenvolvimento das máquinas na Revolução Industrial, pode-se ter um olhar
crítico conforme concluem Neto e Gomes (2003):
(...) a Revolução Industrial e a introdução da maquinaria no processo produtivo, enquanto fundamental para a consolidação e fortalecimento do sistema de produção capitalista, tiveram como principais implicações para o trabalhador: a perda de exclusividade do trabalhador masculino como única força de trabalho disponível; o processo de divisão do trabalho; a simplificação e especialização do trabalho; a incorporação das mulheres e das crianças no processo produtivo; o aumento da força de trabalho no mercado de trabalho; os baixos salários pagos, em função da grande oferta de mão-de-obra disponível; a “degradação” do trabalho; o quadro de miséria material e moral dos trabalhadores. (NETO & GOMES, 2003, p.7)
Neto e Gomes (2003) complementam ainda “poderíamos supor que,
colocando a ciência a serviço da sociedade estes problemas pudessem ser
solucionados, ou, ao menos minorados. Todavia, não é isto que ocorre”.
Mas diante disto, Neto e Gomes (2003) têm também um olhar crítico para a
implantação do sistema capitalista, esse pautado em divisões de trabalho e
gerador de desigualdades sociais.
Portanto, cabe ao professor fazer a fundamentação teórica dos conteúdos
da física baseada em pesquisas científicas, para que o educando tenha essa
visão crítica da evolução da ciência e relacioná-los com os fatores sociais,
políticos e culturais envolvidos. Mas também, se deve transparecer aos
educandos a beleza da humanização da ciência, da maneira de estar no mundo e
com o mundo, de relacionar os fenômenos físicos com o seu cotidiano, pois os
alunos esperam o momento em que todo aquele conteúdo teórico ganhe realismo
e lhes capacite à melhor entender a sociedade em que vivem.
Corroborando com essa ideia Moreira e Masini (2011), dizem “Novas idéias
e informações podem ser aprendidas e retidas na medida em que conceitos
relevantes e inclusivos estejam adequadamente claros e disponíveis na estrutura
cognitiva do indivíduo...”.
David Ausubel sendo um representante do cognitivismo em Moreira e
Masini (2011) diz: “Ausubel vê o armazenamento de informações na mente
humana como sendo altamente organizado, formando uma hierarquia conceitual
na qual, elementos mais específicos de conhecimento são relacionados (e
assimilados) a conceitos e proposições mais gerais, mais inclusivos”.
O aluno aprende quando novas informações relevantes são acrescentadas
aos subsunçores, ou seja, a conceitos preexistentes e dessa forma a
aprendizagem se torna significativa.
O professor deve ter uma organização e sistematização dos conteúdos a
serem repassados para os educandos, bem como, discernimento de saber
selecionar, organizar os conteúdos e contextualizá-los segundo critérios e
princípios específicos para esse fim, que permita um avanço qualitativo. Deve ter
a capacidade de conhecer o porquê da escolha de determinado conteúdo e quais
as suas implicações para o aprendizado do aluno. De acordo com isso
encontramos em Vianna e Carvalho (2001, p.115), “(...) contextualizando os
conhecimentos abordados, olhando para sua evolução histórica, nos parece uma
preocupação que, em muito, poderá orientar propostas de melhoria da formação
docente”.
Cabe ao professor criar situações para que os alunos aprendam, pois é o
sujeito, em última instância, que é responsável pela construção do conhecimento,
partindo daquilo que o educando já sabe para uma aprendizagem significativa
segundo a Teoria de David Ausubel. O professor deve estar atento para avaliar a
própria atuação conforme Vianna e Carvalho (2001), quando dizem que:
É preciso que nosso docente, numa atividade de atualização possa
refletir sobre a sua prática, os conteúdos que ensina, aprendendo o que
acaba de ser produzido, colocando-o em xeque em como introduzir os
novos conhecimentos em sala de aula. (VIANNA & CARVALHO, 2001,
p.115).
O Projeto Político Pedagógico (2010, p.24) da Escola Estadual Antonio
Castro Alves contempla no Marco Conceitual “(...) precisamos de professores
comprometidos com a organização do processo ensino-aprendizagem, que
antecipem suas ações dentro das condições concretas da efetivação de seu
trabalho pedagógico”.
É um desafio caminhar para uma educação de qualidade, que integre todas
as dimensões do ser humano, escolas organizadas, para ser um lugar de
formação da consciência de cidadania dos educandos e da comunidade na qual
está inserida e ainda que questionem o que é necessário para a busca da
cidadania fundamentada no currículo que permeie todo o cotidiano escolar.
4.2 Abordagem da História da Ciência no Ensino da Física
“A física tem como objeto de estudo o Universo em toda a sua
complexidade e, por isso, como disciplina escolar, propõe aos estudantes o
estudo da natureza”, (PARANÁ, 2008). E como tal se propõe a conhecê-la da
forma mais precisa possível.
Pode-se afirmar que a física está intimamente relacionado ao cotidiano,
pois a natureza faz parte de ambos. Fenômenos naturais como o arco-íris, os
relâmpagos, os trovões durante uma tempestade, o ciclo da água, dentre outros,
são objetos de conhecimento da física.
“A Física, instrumento para a compreensão do mundo em que vivemos,
possui também uma beleza conceitual teórica, que por si só poderia tornar seu
aprendizado agradável” (GREF, 2007, p.15). Portanto é primordial que se tenha
essa visualização da evolução da física ao longo da história da humanidade e que
esta ciência encontra-se entrelaçada com a evolução social, política e religiosa.
Assim Yoav Ben-dov faz uma abordagem teórica da física sob uma
perspectiva histórica:
Distinguem-se três grandes períodos na evolução da física. O da física “antiga” remonta à Grécia pré-socrática e ao mundo Greco-romano. O mais importante pensador desse período foi incontestavelmente Aristóteles, cuja filosofia foi integrada à teologia cristã a partir do século XIII... O segundo período se estende do século XVI ao final do século XIX. É o período da física “clássica”, cujo sucesso na descrição matemática precisa de um largo leque de fenômenos impôs a visão científica do mundo na cultura ocidental... O terceiro período, o da física “moderna”, começou com os trabalhos de Einstein no início deste século e transfromou radicalmente nosso horizonte conceitual, tanto no âmbito do infinitamente grande do espaço cósmico quanto no do infinitamente pequeno das partículas elementares constitutivas da matéria. (Ben-Dov, 1996, p.11).
Nos três grandes períodos citados acima, viveram filósofos, matemáticos,
físicos importantes que são mencionados em livros didáticos, outros tão
importantes quanto, mas nem se quer são citados. A abordagem é realizada de
forma fragmentada sem nenhuma contextualização político-social, o que leva a
não percepção da ciência como construção humana bem como uma suposta
genialidade aos cientistas, como se uma descoberta científica aparecesse do
nada.
No processo aprendizagem da Física é de fundamental importância que os
conteúdos sejam contextualizados ao longo destes períodos para que o educando
possa relacionar o conhecimento científico com a época e a sociedade que o
produziu. Portanto, o professor deve também explorar a beleza conceitual da
física e, no entanto o que acontece geralmente é a priorização do formalismo
matemático com o qual a Física é frequentemente confundida.
Propõe-se consulta às DCEs de Física em:
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/dce_fis.pdf
Se os fatos históricos são bem contextualizados o educando passa a
perceber os erros e acertos dos cientistas e algo que ficou com um resquício de
dúvidas em uma teoria foi o suficiente para ser questionada por outro cientista, o
que pode ter levado a uma quase total mudança da anterior. É relevante que ele
perceba que uma teoria nova é construída, a partir de conceitos anteriores, assim,
para uma melhor compreensão da física de hoje vê-se necessário fazer uma
abordagem sob uma perspectiva histórica.
“Não existe em ciência uma verdade absoluta. Existe, sim, uma verdade
para um dado momento do conhecimento” (Ben-Dov,1996, p.9). Aqui o autor
destaca que não devemos ignorar as teorias que surgiram no passado, pois foi a
partir delas que surgiram as teorias do presente e provavelmente as do futuro.
A história da física não se limita à história de seus protagonistas. Antes ao contrário: é uma história dos pensamentos em que idéias surgem e desaparecem em que pensamentos, muitas vezes completamente despropositados na época em que apareceram, tomam forma e ultrapassam as barreiras profissionais contemporâneas. Afinal, a física é hoje_ num mundo em que a tecnologia permite revoluções e promete saídas para os mais graves problemas_ uma das manifestações de nossa cultura (Ben-Dov, 1996, p.7).
O conhecimento físico é constituído por teorias, que são estruturadas por
modelos. Para aprender física é necessário que se tenha uma compreensão e
reflexão sobre os papéis e as funções desses modelos.
V ENTENDENDO MELHOR A WEBQUEST
O professor deve planejar as aulas sempre focando a melhor
aprendizagem do educando, deve levar em consideração, em todos os momentos
de seu trabalho, reforçar a capacidade crítica e a curiosidade do aluno, portanto,
buscar novas metodologias é de fundamental importância no processo educativo
para instigar a capacidade de pensar, criar, transformando-os em reais sujeitos da
construção e reconstrução do saber ensinado.
Ao utilizar de uma nova metodologia em sala de aula, o professor está
consequentemente, aperfeiçoando o seu trabalho, pois através dessa experiência,
ele poderá analisar revisar e pensar a sua prática. Poderá rever atitudes, que
poderiam ter sido tomadas e que levariam a melhores resultados.
Referindo-se à utilização da informática no processo de ensino e
aprendizagem, como um meio gerador de novas metodologias para a Educação,
Costa e Pinheiro (2009), diz:
Isto significa que os profissionais da educação precisam redirecionar sua formação pedagógica, não apenas aprendendo a utilizar novas ferramentas, mas também, e, sobretudo, mudando suas atitudes e posturas diante do mundo, do conhecimento e do processo de ensino: estando abertos às mudanças, readaptando o seu saber à nova realidade, enfrentado desafios, atendendo à diversidade que o novo cenário educacional exige deles. (COSTA e PINHEIRO, 2009, p.40).
A Internet é um meio de comunicação atrativo para as crianças e jovens,
assim podendo ser utilizada para vários tipos de aplicações educacionais como
atividades de apoio. O professor pode utilizar-se deste meio atrativo, como
ferramenta de aprendizagem, desde que seja um trabalho orientado e significativo
para o educando.
Segundo Moran (1997), “Ensinar utilizando a internet pressupõe uma
atitude do professor diferente da convencional. O professor não é o “informador”,
o que centraliza a informação. A informação está em inúmeros bancos de dados”.
Para a abordagem do tema em estudo, propõe-se a utilização de
WebQuest como ferramenta metodológica, acreditando-se que este é um
ambiente de pesquisa estruturado e desafiador para o aluno e que o ajudará a
construir o seu saber pessoal. A técnica proposta é definida da seguinte forma por
Abar e Barbosa (2008):
A tecnologia educacional WebQuest é uma técnica para aprendizagem
que usa a internet, permitindo a criação de ambientes de aprendizagem
próximos ao modelo ideal. (...) destina-se à educação presencial, com
participação ativa dos alunos sob a orientação do professor, entendendo-
se pela pesquisa guiada na internet. (ABAR e BARBOSA, 2008, P.13).
A Internet por ser um meio atrativo para os educandos pode ser
aproveitada utilizando adequadamente as WebQuests como ambiente de
aprendizagem, como instrumento de construção do conhecimento, ampliando as
possibilidades de meios de pesquisa.
Costa e Pinheiro enfatiza o uso de WebQuests como processo de
aprendizagem onde o aluno pode ver mais facilmente as relações entre o
conteúdo aprendido e o contexto sociocultural, através da pesquisa, obtendo
informações recentes e atualizadas. E diz:
(...) é possível afirmar que a utilização da Webquest pode contribuir para
a mudança na forma de ensinar proposta há várias décadas. De acordo
com Castro e Tavares (2005, p.2), o emprego desse instrumento no
ensino preenche lacunas e fornece material didático auxiliar, utilizando-
se das fontes de informação disponíveis na Internet, além de ser um
recurso inovador de apoio ao ensino,... (COSTA E PINHEIRO, 2009,
p.48).
Buscar novas metodologias visando a aprendizagem do aluno é preciso. É
um desafio para os professores que às vezes resistem às mudanças, mas o
educador deve-se abrir para essa nova visão do papel do docente e como
mediador ir ao encontro de novos recursos que levem ao conhecimento e facilite a
aprendizagem.
Componentes da WebQuest segundo Calixto, Oliveira e Oliveira (2005):
Apresentação: É a porta de entrada para a webquest. Deve apresentar o
título, alguma ilustração sobre o tema e, se desejar, uma mensagem,
citação ou pensamento que motive o usuário a "mergulhar" na "aventura" à
qual será “convidado".
Introdução: Nesta fase é dada alguma informação preliminar de modo a
traçar um cenário desafiador e motivador para os alunos, levando-os a
empenharem-se na webQuest. Se a webQuest tem um cenário ou pede
representação de papéis isso deve ser mencionado. Por meio de um texto
curto, é na introdução que se apresenta o tema seguido do anúncio das
atividades a serem realizadas.
Tarefa: Determina algo que seja possível de ser realizado pelos alunos e
passível de ser divulgado. Pode constar da resolução de problemas, da
participação em debates/discussões temáticas, da simulação de papéis, da
criação de produtos, do planejamento ou organização de uma ação ou
evento, etc.
Processo: Apresenta os passos que os alunos terão de percorrer para
desenvolver a Tarefa, bem como os links a serem pesquisados.
Avaliação: Informa sobre como o desempenho será avaliado.
Conclusão: É o espaço no qual deve-se incentivar o aluno a continuar
refletindo sobre o assunto e despertar a curiosidade para pesquisas
futuras, sinalizando campos de estudo para outras áreas de interesse
ligadas ao tema estudado, proporcionando mais sentido à aprendizagem.
Créditos: Identifica a equipe de criação. Deve apresentar as fontes de
todos os materiais utilizados. É também o espaço dos agradecimentos.
Destinatários: Informa o público para o qual foi desenvolvida.
VI A TERMODINÂMICA A PARTIR DE UM CONTEXTO HISTÓRICO
Para que ocorra o entendimento de uma teoria científica, deve-se
compreender o momento histórico no qual ela foi desenvolvida. Com a
Termodinâmica isso não seria diferente. Neste sentido Paraná (2006) diz:
O desenvolvimento desta ciência tem como mote à possibilidade de melhorar o aproveitamento da potência fornecida pelas máquinas térmicas, ou seja, melhorar a eficiência dessas máquinas e a resolução do problema do perigo ligado ao trabalho com vapor à alta pressão e temperatura. Esse melhorar a eficiência estava ligado ao controle e aproveitamento da potência fornecida. (PARANÁ, 2006, p.62).
Paraná (2006) cita as quatro leis importantes da Termodinâmica: a Lei Zero
da Termodinâmica, que descreve as condições para o equilíbrio térmico; a 1ª Lei
da Termodinâmica, que manifesta as condições para a transformação de calor em
trabalho; a 2ª Lei da Termodinâmica, que diz respeito à impossibilidade do
rendimento 100% das máquinas térmicas; a Terceira Lei da Termodinâmica, que
busca o entendimento do comportamento da matéria nas proximidades do zero
absoluto.
Segundo Pietrocola (2006, p.39), “na história da física temos inúmeros
exemplos de modelização, dentre eles: (...) a explicação da propagação do calor
em um corpo sólido”. Observa-se então que a busca pela transformação de calor
em trabalho passou por um longo período de entendimento desse processo de
transferência de energia.
Na antiguidade, para Aristóteles e seus discípulos, o calor era produzido
pelo movimento, quando o “éter”,(a quinta essência), sofria vibrações. Teoria esta
que durou por muito tempo. Em meados do século XVII a teoria sobre a natureza
do calor era considerada como um fluido que escoava analogicamente como a
água (de um nível mais alto para o nível mais abaixo), no caso do calor, de um
corpo de temperatura mais alta, para outro de temperatura mais baixa até que
atingissem a mesma temperatura, chamada teoria do calórico. Surge também
outro pressuposto de que o calórico continha massa e que esta era conservada
num processo térmico.
Esta teoria foi aceita por grande parte da comunidade científica da época.
Porém, alguns cientistas como Newton quando observou alguns fenômenos nos
quais houve produção de atrito em corpos, afirmou que: “O calor consiste num
minúsculo movimento de vibração das partículas” (ROCHA, 2002, p.148).
A teoria do calórico foi incentivada por Jean-Baptiste Fourier, que em 1822
descreveu os fluxos de calor por equações matemáticas. Porém, essa teoria é
rejeitada por Sadi Carnot, conforme chama atenção para isso o seu irmão Hipólito
na sua carta à Academia de Ciências, conforme os trechos da obra original que
diz:
O calor é o resultado do movimento. Quando há destruição da potência motriz, existe simultaneamente produção de calor em uma quantidade precisamente proporcional à quantidade de potência motriz destruída. Reciprocamente quando há destruição de calor, há produção de potência motriz. (ROCHA, 2002, p.154)
Sadi Carnot interessou-se pelo rendimento dos motores térmicos que tem
como antecedentes a máquina a vapor de Thomas Newcomen a qual foi utilizada
para bombear água das minas de carvão inglesas e depois aperfeiçoada por
James Watt.
A partir do Conde Rumford que a ideia de que o calor resulta do movimento
das partículas começa a ser esclarecida. Este engenheiro militar que observou o
aquecimento de peças a serem perfuradas, provocado pelo atrito concluiu:
É desnecessário acrescentar que algo que qualquer corpo ou sistema de corpos isolados possa continuar a fornecer sem limitações não poderá ser provavelmente uma substância material; e a mim, me parece extremamente difícil, se não assaz impossível, formar qualquer idéia distinta de algo capaz de ser excitado e transmitido do modo como o calor o era nessas experiências exceto se for o movimento. (ROCHA, 2002, p.149).
Percebe-se aqui a evolução ao longo do tempo dessas teorias sobre o
calor, porém, alguns livros didáticos ainda continuam trazendo uma forma errônea
do conceito de calor.
Segundo Silva (2008, p.390) “deve-se ter em mente que calor é, antes,
uma forma de transferir energia e não a energia, embora a associação de calor
como energia seja feita quando essa energia é transferida entre um sistema e sua
vizinhança na condição de diferença de temperatura”.
A discussão sobre o conceito de calor evolui e segundo Rocha (2002) “com
as transformações dos meios de produção, tal desenvolvimento se torna uma
necessidade. Neste sentido a máquina a vapor se constitui num dos elementos
essenciais para o êxito da Revolução Industrial, em particular da indústria têxtil”.
Neto e Gomes (2003) relatam:
O período denominado de Revolução Industrial pode ser considerado como um importante momento histórico da humanidade, caracterizado basicamente pela transição de uma sociedade fundamentada em uma economia agrária para uma nova sociedade, pautada agora nos princípios de uma economia capitalista e industrial. Poderíamos dizer, também que, a Revolução Industrial é o momento histórico que presencia a implantação do sistema de produção capitalista. (NETO & GOMES, 2003, p.1)
Para explicar as mudanças sociais na cultura dos homens na época da
Revolução Industrial, Neto e Gomes (2003) ainda dizem que “As transformações
ocorridas na vida humana durante esse período, e em especial na vida do
trabalhador, foram inúmeras e até certo ponto, um tanto quanto radicais”.
Fazendo uma reflexão sobre os impactos sociais gerados pela Revolução
Industrial, Nicolaci-da-Costa (2002) faz uma comparação com a Revolução das
Tecnologias da Informação e diz:
De qualquer modo, esses e outros estudos da subjetividade contemporânea apontam numa mesma direção: tal como a primeira Revolução Industrial deu origem a um longo processo de mudanças que resultou na emergência do homem do século XX, a Revolução da Internet desencadeou um processo de transformações, ainda em curso, que está gerando o homem do século XXI (NICOLACI-DA-COSTA, 2002, p.197).
A Termodinâmica tem um importante papel neste período da Revolução
Industrial, pois foi um período de transformação, de estímulos às atividades
científicas focadas na busca pela resolução dos problemas da industrialização.
Mas também se observa que as mudanças políticas, sociais, econômicas bem
como as conquista científicas, estão entrelaçadas.
Percebe-se que a evolução da ciência vem em prol das necessidades
humanas, mas que pode gerar grandes impactos em uma sociedade, causando
mudanças de comportamentos, hábitos e desencadeando profundas mudanças
na humanidade.
VII DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA
Neste momento propõem-se alguns encaminhamentos visando o
desenvolvimento da proposta. São sugestões que darão suporte para que o
professor contextualize o tema “Termodinâmica” e utilize WebQuest como
ferramenta metodológica.
Sugere-se ao professor que inicialmente realize um pré-teste com
perguntas referentes ao tema proposto, o qual será aplicado aos alunos com o
objetivo de diagnosticar qual o conhecimento existente entre eles sobre a história
da física, poderá também ser desenvolvido um plano de aula, com a preocupação
de anotar sempre em uma ficha de observação o comportamento e reação dos
alunos. Após o desenvolvimento das aulas deve-se realizar um pós-teste com as
mesmas perguntas para que os objetivos propostos sejam avaliados, se foram
alcançados ou não.
Na sequência são apresentadas algumas questões de pré-teste e pós-teste
que podem ser trabalhadas.
7.1 Questões do Pré-teste e pós-teste
a) Por que é importante fazer uma abordagem contextualizada dos conteúdos
da física e como isto auxiliará na aprendizagem do aluno?
b) Como esta proposta de trabalho é contemplada nas DCs de Física?
c) Quais são os requisitos básicos necessários para que o professor possa
trabalhar esta proposta de contextualização histórica dos conteúdos da
Termodinâmica?
d) É possível desenvolver atividades alternativas utilizando webquests na
abordagem do tema em estudo?
e) Os livros didáticos trazem uma abordagem histórica da física? De que
forma?Explique.
f) Os livros didáticos contextualizam os conteúdos da física com o cotidiano?
g) O que é calor?
h) O que é temperatura?
i) O que você conhece sobre a evolução do conceito de calor?
j) Os livros didáticos conceituam corretamente o calor e a temperatura?
k) Como podemos contextualizar a Termodinâmica na Revolução Industrial?
A seguir é apresentado um plano de aula o qual poderá ser usado nas turmas
de 2ª séries, condizente com o tema.
7.2 Plano de Aula
Dados de Identificação:
Instituição: Núcleo Regional de Educação - NRE – Cascavel
Curso: Ensino Médio Série: 2°ano Período: 1° Semestre/2013
Local: Colégio Estadual Antonio Castro Alves
Professora: Eliana da Penha Rodrigues Vazzollér
Informações sobre a aula a ser desenvolvida:
A. Assunto:
Contextualização histórica das Leis da Termodinâmica utilizando WebQuest
B. Necessidade:
A abordagem contextualizada da Termodinâmica se faz necessária para
que o aluno possa relacionar o desenvolvimento científico com o desenvolvimento
cultural, social e econômico da humanidade e perceber que todos esses fatores
andam juntos. Essa percepção acontecerá de forma crítica, contribuindo para o
desenvolvimento da aprendizagem do estudante auxiliando-o a reconhecer a
ciência como construção humana e também abre caminho para que possa
contrapor os valores e parâmetros que um dia foram comuns a uma cultura e hoje
se mostram tão distantes do que vivemos.
C. Objetivos:
Espera-se que durante o desenvolvimento das atividades propostas, bem
como do conteúdo envolvido os alunos sejam capazes de:
Reconhecer a ciência como construção humana
Estudar os fatos históricos relacionados com as Leis daTermodinâmica
Relacionar de forma crítica o desenvolvimento científico da Termodinâmica
com o desenvolvimento cultural, social e econômico da humanidade
Desfragmentar e desmistificar alguns conceitos da Termodinâmica
Desenvolver atividades alternativas que auxiliem na abordagem do tema
em estudo utilizando webquests.
D. Conteúdos a serem abordados:
Fatos Históricos no Ensino da Física (Impactos sociais, políticos, culturais)
Lei Zero da Termodinâmica (termômetros, equilíbrio térmico, inversão
térmica, fenômenos associados à transmissão de calor)
1ª Lei da Termodinâmica (calor, energia e trabalho)
2ª Lei da Termodinâmica (Máquinas térmicas, Revolução Industrial)
3ª Lei da Termodinâmica (Entropia)
E. Metodologia
Os conteúdos propostos serão trabalhados na sala de aula de forma
contextualizada com o objetivo de desfragmentar e desmistificar alguns conceitos
da Física. Será usada a ferramenta metodológica “Webquest” para o
planejamento e abordagem do tema proposto. No item “Tarefa” das Webquests
serão propostas para os alunos várias atividades como: questionamentos sobre
os conteúdos em pauta, pesquisas sobre cientistas, filmes, documentários,
resolução de problemas.
Serão elaborados questionamentos relacionados aos filmes ou
documentários propostos nas webquests, para que o aluno possa refletir e ter
uma percepção crítica, contribuindo para o desenvolvimento de sua
aprendizagem.
No item “Processo”, será apresentado “links” que os alunos terão que
consultar para desenvolver a tarefa. Na conclusão os alunos serão incentivados a
fazer uma reflexão para futuras pesquisas em outras áreas do seu interesse a
partir do tema abordado
F. Tempo
Tempo total será de 32 horas, as quais serão distribuídas em aulas presenciais e
atividades em contra turnos.
G. Recursos
Para desenvolver a abordagem do tema, apresentar tópicos do conteúdo, bem
como a WebQuest do tema, serão utilizados os seguintes recursos:
Livros didáticos, Xerox de artigos
Computadores
Projetor multimídia
Quadro negro, apagador, giz
H. Avaliação
O trabalho será avaliado em todas as etapas do seu desenvolvimento: na
participação e exploração dos conteúdos, discussão em grupo, questionamentos
sobre o tema, resolução das atividades solicitadas, empenho em participar das
atividades extraclasses.
I.Tarefa
Serão formuladas WebQuests abordando o tema em estudo onde serão
propostas várias atividades de pesquisas em sites, perguntas a respeito do
conteúdo. Poderão ser indicados filmes e documentários para que os alunos
assistam e respondam questionamentos elaborados pelo professor.
J. Observações
Os pontos positivos e negativos do trabalho serão registrados em uma
ficha de observação. As notas atribuídas pela participação e desempenho,
apresentados pelos alunos, serão descritos no campo “nota” do livro de registro
de classe do professor. As formas de avaliação serão, serão registradas no
campo “avaliações”.
VIII MODELO DE WEBQUEST PARA O DESENVOLVIMENTO DO TEMA
TERMODINÂMICA A PARTIR DO CONTEXTO HISTÓRICO
CONTEXTUALIZAÇÃO DA TERMODINÂMICA
INTRODUÇÃO
A abordagem contextualizada da Termodinâmica se
faz necessária para que o aluno possa relacionar o
desenvolvimento científico com o desenvolvimento
cultural, social e econômico da humanidade e perceber
que todos esses fatores andam juntos. Essa percepção
acontecerá de forma crítica, contribuindo para o
desenvolvimento da aprendizagem do estudante
auxiliando-o a reconhecer a ciência como construção
humana e também abre caminho para que possa
contrapor os valores e parâmetros que um dia foram
comuns a uma cultura e hoje se mostram tão distantes
do que vivemos.
Webquest elaborada por Eliana da Penha Rodrigues Vazzollér através do site
escolabr.org
CONTEXTUALIZAÇÃO DA TERMODINÂMICA
TAREFAS
Leia o artigo "Reflexões para subsidiar discussões sobre o conceito
de calor" e discuta:
http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/9076/8458
1- Faça uma pesquisa buscando descrever o desenvolvimento do
conceito de calor ( analise os Livros Didáticos)
Explique a teoria do calórico.
Comente sobre a hipótese segundo o Conde Rumford de o calor
não ser um fluido e como o médico Julius Von Mayer confirmou
isto. Comente sobre o trabalho de James joule na obtenção
experimental de um equivalente mecânico para o calor.
2- Leia o artigo
http://revistas.facecla.com.br/index.php/recadm/article/view/453/0
Como ocorreu a introdução das máquinas na indústria durante a
Revolução Industrial?
Em que consistiu a Revolução Industrial?
4- Leia o artigo:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
19651997000200006
É possível desenvolver atividades alternativas utilizando webquests
na abordagem do tema em estudo?
CONTEXTUALIZAÇÃO DA TERMODINÂMICA
PROCESSO
Algumas tarefas poderão ser em grupo, outras serão individuais.
Sugestões de links como fontes de pesquisa:
http://www.culturabrasil.org/revolucaoindustrial.htm
http://www.brasilescola.com/fisica/conceitos-calor-atraves-historia.htm
- Vídeo: “Tempos Modernos”
http://www.youtube.com/watch?v=XolZOPk533w
Faça a sua crítica sobre o filme.
Webquest elaborada por Eliana da Penha Rodrigues Vazzollér através do site
escolabr.org
CONTEXTUALIZAÇÃO DA TERMODINÂMICA
AVALIAÇÃO
A avaliação ocorrerá em todo o processo.
Webquest elaborada por Eliana da Penha Rodrigues Vazzollér através do site
escolabr.org
CONTEXTUALIZAÇÃO DA TERMODINÂMICA
CONCLUSÕES
Segundo Ausubel, o problema principal da aprendizagem consiste na aquisição de um corpo organizado de conhecimentos e na estabilização de idéias inter-relacionadas que constituem a estrutura desse conhecimento. O problema, pois, da aprendizagem em sala de aula está na utilização de recursos que facilitem a captação cognitiva do aluno, tornando o material significativo (...) um dos maiores trabalhos do professor consiste, então, em auxiliar o aluno a assimilar a estrutura das matérias de ensino e a reorganizar sua própria estrutura cognitiva, mediante a aquisição de novos significados que podem gerar conceitos e princípios. (MOREIRA E MASSINI, p.47, 2011)
O Educador democrático deve buscar várias metodologias para facilitar a aprendizagem do educando, ensiná-los a pensar certo, críticos, criadores, instigadores e persistentes na busca do conhecimento.
Webquest elaborada por Eliana da Penha Rodrigues Vazzollér através do site
escolabr.org
IX ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
Considerando a necessidade de mudanças nos encaminhamentos
metodológicos nas aulas de física e tendo em vista que os professores ensinam
física preocupados em simplesmente resolver problemas matemáticos
acarretando dificuldades na aprendizagem dos alunos, levando-os ao
desinteresse e rejeições ao ensino desta disciplina, a contextualização dos
conteúdos relacionados ao tema em estudo poderá contribuir para minimizar os
problemas de aprendizagem.
O professor deve estar atento à sua prática, favorecendo sempre as
condições de aprendizagem dos educandos, assim como encontramos em Cunha
(1989).
.
...entre as características dos melhores professores estão: “torna as
aulas atraentes”, “estimula a participação do aluno”, sabe expressar de
forma que todos entendam”, “ induz a crítica”, à curiosidade e à
pesquisa”, “procura formas inovadoras de desenvolver a aula”, “faz o
aluno participar do ensino”. (CUNHA, 1989, p.71)
Tendo em vista que grande parte dos alunos têm acesso a WEB e vivem
envolvidos em um mundo de inovações tecnológicas, a utilização de WebQuest
para contextualizar os conteúdos, poderá instigar a curiosidade dos alunos e o
interesse em estudar Física, bem como outras disciplinas. É uma ferramenta
metodológica atrativa, dinâmica que permite ao professor extrapolar o
espaço/tempo da sala de aula e leva os alunos a um comprometimento especial
com as tarefas, tornando ele responsável e colaborador de forma ativa no
processo, podendo eles envolverem-se, trazendo sugestões de atividades.
A WEB facilita a busca pela investigação e conclusão da pesquisa que é
um fator indispensável em todo o processo. As situações propostas na WebQuest
vão além dos registros de dados, cópias e colagem. Elas exigem reflexão,
interpretação, questionamentos, pesquisas e seleção dos conteúdos contribuindo
de modo interativo e significativo para a aprendizagem do educando.
Sendo o professor um mediador da aprendizagem, esta ferramenta
metodológica poderá contribuir para o enriquecimento das aulas, tornando-as
mais atraentes e desafiadoras.
Espera-se que a contextualização dos fatos históricos da física, em
particular para esta proposta, os da Termodinâmica, que o uso de WebQuest,
possa contribuir para a aprendizagem dos alunos e de subsídios para a inovação
das aulas de Física.
REFERÊNCIAS
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