Download - Filipa Duarte
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Filipa Duarte (Sussurros e Clamores)
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Virtude
Gosto de deixar meu rosto ao sabor
Do vento que sopra, que varre, que passa.
Deixa em mim uma sensação de frescor
Que se traduz em felicidade e graça.
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O Vento e o sonho
É difícil esperar pelo vento que passa Quando ele só nos traz o som do além…
Um silêncio nostálgico sem tom nem graça, Mas misterioso como a todos convém.
É bom sonhar que alguém nos abraça
Que a vida nos liga com força a alguém… Mesmo sabendo que a alma devassa
O que de melhor o sonho contém.
O vento e o sonho são quase iguais. Ninguém os vê, só quem os toca, sente.
Mesmo invisíveis são bem reais. São tudo e são nada na vida da gente.
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Paixão ilimitada
Quando pego num papel
E sinto vontade de escrever
Faço-o livremente,
Só no meu cantinho,
Mas feliz e concentrada!
Nem um figo pingo-de-mel
Me daria maior prazer.
Meu coração logo sente
Que encontrou o caminho
E o resto não conta nada.
O coração dos amantes
Não precisa de falar
As vogais e consoantes
Dizem sempre amar…amar…
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O canto
Ao ouvir a cotovia Pensei estar a sonhar… Tinha nascido outro dia E eu ainda a dormitar!
Acordo para um novo dia
Que a vida passa depressa. Cada instante tem magia
É bom que nunca o esqueça.
Amar é um verbo bonito Que conjugo ao acordar. Tem o sabor do infinito!
Cem vezes digo e repito Para ninguém duvidar
Que o AMOR é o meu grito.
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noite de natal…
Os anos podem passar, Mas a lembrança de ti Guardo-a no coração,
Tão preciosa é para mim.
Cada Natal a saudade É tão forte, tão premente,
Que, às vezes, acredito Que estás á mesa presente.
Estás ali á minha frente
Brilhando com muita luz… Ao longe o sino anuncia O nascimento de Jesus!
Mais um Natal acontece
No mundo de faz de conta! A estrela brilha no céu
O caminho nos aponta…
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na escuridão… a luz!
A luz apagou-se por encanto,
Vi no céu um repentino clarão.
Na escuridão o Sol refulgia
Aquecendo rápido meu coração.
Era o meu mundo da fantasia!...
Meus abraços não eram os meus,
Meu rosto parecia um vulcão.
Eram sensações de prazer infindo
Que me faziam bater o coração
No reino do mago mais lindo.
Não sei quanto tempo passou,
Se minutos, se apenas segundos!
Não sei. O resto de nada valia
Eu estava entre dois mundos
E uma certeza eu tinha: vivia!
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Pássaro do sul
Pássaro de asas de fogo
Porque estás, aí, sem mim?
Espero ver-te agora e logo
Neste espaço sem ter fim…
Tento escutar tua voz,
Ouvir-te do outro lado,
Juntos, estamos sós
Neste planeta calado.
Amanhã vou ter mais sorte,
Disso eu tenho a certeza!
Virá pronta para Norte
Uma mensagem-surpresa.
Sinto em ti a liberdade
De voares pelo infinito
Planares por cada cidade
Lançares ao vento teu grito.
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Paris em Dezembro
A noite desperta a vontade
De passear pelas avenidas,
Ver a enorme quantidade
Das árvores agora despidas.
Um passeio junto ao Sena
É uma riqueza completa:
Ver os artistas vale a pena,
Encantam qualquer poeta!
Há outro local de artistas:
De músicos e de pintores.
As obras não são revistas,
Mas são belas sem favores.
Paris, cidade moderna,
Embriagas quem te visita.
Dás uma sensação eterna,
Transcendente e infinita.
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Desejo
Ouve-se dizer cada vez mais:
- “Natal é quando o Homem quiser…”
Mas serão tais palavras banais
Ou o Homem não sabe o que quer?
Nesta quadra que se aproxima,
De fraternidade universal,
Que o coração do Homem exprima
O puro sentido do Natal.
(Natal de 2006)
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tu és…
Uma noite de luar,
Um mar azul celeste,
Um dia cheio de Sol!
Uma fonte d’água pura,
No espaço, o meu farol,
A flor, no mato agreste.
O que minha alma procura!
És tudo o que imagino,
O que desejo no mundo,
Sem princípio, meio e fim.
Fazes parte do destino,
Do ideal que me governa.
Belo, forte e profundo,
Quero-te todo para mim.
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Teus olhos
Teus olhos parecem
As águas cristalinas do lago
Onde me debruço
E vejo meu rosto brilhar.
Teus olhos parecem
As estrelas que brilham no céu
Pequeninos sóis dentro da alma
Que clama por ti.
Teus olhos parecem
Dois pontos no horizonte
Infinito e grandioso.
Meu desejo é passar a ponte
E tocar essas águas e as estrelas,
Para que possa ver
No interior de cada uma
Apenas a cor castanha
Dos teus olhos tão bonitos.
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Sinónimo?
Que maravilha
É esta partilha,
Este segredo
Que mete medo,
Mas embriaga.
O sangue fervilha,
No céu o Sol brilha.
É uma loucura
Para quem procura
Um duende ou fada.
Tudo sabe a pouco,
Quando se é louco
Por um fruto doce…
Amargo ele fosse,
Seria o melhor.
Um sabor a dois,
Traz logo depois
Um final feliz.
É certo quem diz:
- Que Belo é o Amor!
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Hoje é dia da mãe!
Continuará a sê-lo para mim,
Porque eu também sou Mãe!
Solidão! Solidão!
Se disser que não a sinto,
Minto.
Não posso apertar
A tua mão…
Não consigo tocar
O meu olhar
Com o teu…
Não vejo o teu sorriso,
Não ouço a tua voz
Mesmo dizendo coisas
Fora do contexto.
Mas que contexto?
Agora só me resta a saudade,
A saudade…
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Conselho
Jovens, comecem o dia
Com uma boa leitura
E terão a garantia
De uma riqueza futura.
Sonhem com o amanhã!
Deixem também no papel
A vivência de alma sã
Da vossa torre de Babel.
O tempo dá para tudo.
É só preciso escolher:
Há horas p’ra o estudo.
Para sorrir e para ler.
O mundo será melhor
Disso estou convencida.
O saber dá mais valor,
E outro sentido á vida.
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sem mais…
Problema escondido
Guardava no peito.
Descobriu-o um amigo
Com todo o respeito.
Mau barco escondido
Remado sem jeito,
Encontrou um abrigo
De “pedra” bem feito.
Tocou levemente
Meu corpo vazio
Com alma pequena…
Deixei, inocente,
Meu sonho sem fio
Fugir-me, que pena!...
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no sábado, á noite…
Que bela interpretação humana
Eu vi no sábado, desta semana,
Na Cidade do Porto, no Coliseu.
Pensei estar mais perto do céu…
E, meus Amigos, sabem porquê?
Fui ver e ouvir a Carmen de Bizet
Pela grande Orquestra Nacional.
Foi sublime, fantástica, irreal…
Deixou-me duas vivas mensagens,
Daqueles que não são miragens,
Mas de Beleza eterna e de Verdade:
O AMOR e a LIBERDADE!
Mas não foi só esta a razão
Que me tocou fundo o coração
Ao ver todo aquele brilho.
Na Orquestra tocava o meu filho
No naipe da percussão.
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Tempo sem tempo
Foi tudo tão efémero
Tão fugaz e repentino
Que não sei o que aconteceu.
Toda a Terra se abriu em crateras
E formou milhões de esferas
À volta de um gineceu.
Afundei-me na lava quente
Que corria por todo o lado.
Senti uma dor tão profunda
Que esqueci por momentos
Que tinham acabado de vez
Os meus terríveis tormentos.
…….
Num momento fiquei liberta
De tudo o que o mundo nos dá,
Como se a vida apenas fosse
Uma quimera amarga e doce,
Uma pequena mentira
Sob uma capa coberta
Para ninguém perceber
O que realmente nos dá.
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é difícil…
Mas não impossível!
É difícil guiar em rua estreita
Com um carro mais largo do que ela.
Saber que a condução não é perfeita
E embater na barreira, sem cautela.
É difícil confiar na palavra
De alguém que nos fala, mas não olha.
Nunca se sabe se a verdade é escrava,
Se é melhor calá-la com uma rolha.
Já não sei como escolher a saída
Deste labirinto apertado e torto:
Se ir em frente ou ficar perdida…
Sinto o meu corpo fraco, quase morto.
Apetece-me parar… de seguida
Caminho e procuro um novo porto!
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Não há mudança
Clamo por ti, minha querida Mãe.
Só o meu eco chega, me responde.
Onde estás que não te vislumbro, Mãe?
Porque partiste sei lá para onde?
Percorro caminhos que nem eu sei,
Busco um olhar de amor a de bem.
Não vejo nada, nesta imensa grei,
Porque não estás, não te ouço, Mãe!
Que faço agora, que fiquei sozinha
Neste mundo agreste de tanto mal
Que nem escuto mais uma andorinha?!
Passou a Primavera em Portugal,
Outra estação para mim se avizinha…
Mude ou não mude, é sempre igual.
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Poesia nas escolas!
Ir às escolas dizer Poesia
É um verdadeiro dia de sol.
Recebem-me sempre com alegria,
Cada aluno é como um farol.
Trocamos ideias, muitos sorrisos,
O tempo passa em grande corrida.
Os nossos desejos são tão precisos
Que a Poesia flui de seguida.
É um consolo para os professores
Que os observam com muita ternura
E me brindam, no fim, com muitas flores.
Numa incessante e bela procura
Os jovens alunos acham valores,
Que são pérolas na vida futura!
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por mais que faça…
Se o actor está em cena
A representar uma peça
Com plateia vazia,
Pode fazer o melhor
Que terá como louvor:
- Uma alma pequena
E fraco saber de cabeça.
Pode representar com afinco
Saber que três e dois são cinco,
Que ninguém acreditará!
O mundo tem que o ver
Para o deixar merecer
O lugar onde ele está.
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quero acreditar…
Quero acreditar que Deus existe
Pois é tão forte o amor em mim.
Tenho medo, ao tempo ele resiste
E minha vida é como um jardim.
Quero acreditar no amor eterno,
Naquele que nasce de pura afeição.
Na Primavera nunca há inverno
E no Outono não aquece o Verão.
Gosto de saber que sou feliz!
Que alguém me quer e admira.
Foi o que na vida sempre quis:
Acordar ao som único duma lira.
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É preciso querer
Oiço a torto e a direito
Que há falta de educação,
Cada vez menos respeito,
Ninguém confia em ninguém…
Quebra a alma e o coração!
Será que não há um jeito
De fazer o que convém?
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Cores
Gosto da cor vermelha,
Cor do sangue e da paixão.
O verde é da esperança
Sinal da vida que nasce.
O castanho é cor da terra
Que cada um de nós pisa.
O branco a cor da pureza
Que irradia beleza e luz.
O azul é cor que ressalta
A cor verde dos meus olhos.
É azul o espelho das ondas
Do oceano que amamos!
Mas a minha cor preferida
É sem dúvida o amarelo,
Principalmente se está
Na corola perfumada
De uma roseira em flor!
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EXISTE A VERDADE?
Quem me dera perceber
Porque o azul não é azul
Porque o preto não é preto
Porque o verde não é verde…
É sempre uma cor diferente,
Mas com a garantia de o ser.
Quando há nevoeiro intenso
Dizem que o sol brilha imenso.
É tudo dito ao contrário,
Num pensamento primário!...
Um amigo disse-me um dia
Para não procurar resposta.
A verdade não é garantia,
Nem sempre dela se gosta.
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Para ti, mãe!
Vejo-te cada dia no retrato
Que coloquei no meu hall de entrada.
Estás sorrindo, serena, é um facto,
Mas infelizmente não dizes nada…
Como recordo a tua voz cantando
Tantas vezes a esconder a mágoa…
Eras grande, positiva, mesmo quando
Teu rosto brilhava com gotas d’água.
Disfarçavas, sorrindo, a tua dor,
Pensava estares bem… Que inocência!
Tamanha era a força do teu amor.
Hoje só te vejo sorrindo para mim.
Tento, tento suportar tua ausência,
Mas o Mundo não é o mesmo sem ti!
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Bem tento…
Aperto por entre os meus frios dedos
Momentos tão cheios de solidão!...
E não conto a ninguém os segredos
Que rasgam por dentro meu coração.
São momentos demasiados ledos
Que laceram a alma com razão
Misturados ainda com os medos
Que confesso comigo em oração.
Passaram meses, dias de tristeza,
Penso ouvir a tua doce voz
Dizer: “Minha filha, tu estás bem?”
Não sei que fazer. Tenho a certeza…
Que certeza terrível e atroz
É saber que partiste, minha Mãe!
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Força de viver
És a fonte de água cristalina Que busco no deserto desta vida.
Sou a mulher com alma de menina Com a boca eternamente ressequida.
Sou a mulher com alma de menina
Frágil, sonhadora, enlouquecida Num mundo em que a sorte me destina
Ficar junto à fonte tão esquecida.
Quero beber da água cristalina! Ela foge-me, em vão a alcanço.
Quase me parece uma triste sina.
O Sol cega-me, persistente avanço. Uma força hercúlea me domina.
Sacio minha sede. Enfim, descanso.
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Surpresa maravilhosa!
Neste mundo tão feroz
Receber uma lembrança
Tão bonita como esta
É como se cada criança
Estivesse dentro de nós
E a vida fosse uma festa.
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A poesia
A minha força vem da POESIA
E vai para ela em linha recta,
Numa vivência plena de harmonia
Que me faz ou me torna completa.
Não sei viver sem essa força viva,
Sem a emoção que eu sinto em mim
Em torrente intensa, quase explosiva,
Como se vibrasse em ecos sem fim.
Aqui estou eu, feliz, solta no mundo,
Cantando o que sai da alma no momento,
Num cantar vivo, sempre mais fecundo.
A Poesia é o meu alimento,
O respirar, o meu saber profundo
Que me transporta para lá do tempo…
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num outro hemisfério…
Adormeci na margem de um rio
Num mundo de luz, de muitas cores.
Acordei cansada tremendo de frio
Com o corpo quebrado, cheio de dores.
Clamei por ti, meu tesouro arredio.
Quero que venhas, mas sem favores.
Está quase a findar a estação do estio,
Vem o Outono com aguarela de cores.
Quanta saudade dos dias distantes
Em que o desejo tomava conta de nós
E nos tornava cavaleiros andantes.
Mal consigo gritar, não me sai a voz,
Mesmo assim te digo, tal como dantes,
Que os dois juntos, nunca estamos sós!
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Paz
Quero descansar junto à lagoa
Ver a água agitar-se de mansinho,
Olhar os pássaros voando à toa,
Sem precisarem de fugir pró ninho.
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De cabeça fria
E peito forte
“Vê teu rosto num espelho!”
Foi teu nobre conselho
Num momento de ira
Por uma cruel mentira
Que me tocou as entranhas.
Fiquei a olhar-te
Fingindo ter arte
Para entender este mundo
Nas múltiplas manhas
Engenhosamente ditas
Com formas bonitas…
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Ilusão
Às vezes a ilusão é mais forte
Que o bom-senso que é preciso.
Mais difícil é vencer a morte
Do que aceitar não ter juízo.
Quero viver um momento feliz
Sem pensar no que virá depois.
Quero ter o que sempre quis
Saborear um chocolate a dois.
Dizer no fim se valeu a pena,
Se tudo estava na dose certa,
Saber se o mundo não condena
Uma vivência feliz e aberta.
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Aproveita!
No curto intervalo até à morte
Há sempre um jogo de perde-ganha.
Vive a Vida! Sê alegre e forte,
Sobe ao topo da tua montanha!
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Quero ser assim
Asas ao vento, de cabeça erguida,
Tento descortinar a minha rota.
Não quero ser uma ave vencida,
Mas uma firme e perfeita gaivota.
Quero ir pelo mundo convencida
Da liberdade que não se esgota.
Quero viver como quiser a vida
Longe de um ladrão ou agiota.
Quero ser eu, apenas eu no espaço
Sem tempo e voando ao deus dará
Sem esperar nem abrigo nem abraço.
Afastar de mim qualquer sombra má,
Escutar meu coração a compasso
Dum hino em dó ré mi, em mi sol fá!
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Que belo mergulho!
Foi belo ver o submarino mergulhar
Nas águas profundas do oceano
Com uma elegância espectacular,
Com tanto entusiasmo, tão ufano!
O ambiente era por demais bonito
Aquela imensidão… aquele paraíso…
Nada mais faltava, nada era preciso
Para o eleger como lugar bendito.
E o submarino mergulhava ainda
Cada vez mais, até desaparecer
Num mundo em que o calor não finda…
Sempre mais vivo, forte de morrer…
Crescia uma emoção, era fenomenal,
Envolvia o meu ser como serpente.
Eu queria ficar assim eternamente
Naquela união de paz, quase irreal.
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ÀFRICA
Mal chega o final de semana
Delicio-me com a África global.
Música, danças, tudo dela emana
Num ritmo de beleza natural.
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Adoro ser poeta!
Gosto de sair do meu casulo
Esvoaçar livre pelo espaço,
Saltar muros, ir ao céu dum pulo,
Sentir que a vida é completa.
Chegar às estrelas em linha recta,
Apertar cada uma num abraço
E dizer feliz que sou Poeta.
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ouvir o silêncio…
Ouvir o silêncio é uma aposta
Que alguém que ama pode alcançar.
Ouvir o coração de quem se gosta
Não é difícil. É esperar… Escutar!
É uma linguagem ímpar e bela,
Doce, serena, que nos arrebata.
Abre-se a mais desejada janela,
A emoção é tal, quase nos mata.
Interrogo-me se é certo ou errado:
Se devo ouvir esse som de sereia
Ou devo ficar de ouvido tapado.
A vida é curta e sempre tão cheia
De imprevistos e de céu nublado…
Que no silêncio a alma incendeia!
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Este caderno digital foi elaborado
pela biblioteca da escola
secundária/3ºciclo de Tondela
2011