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FILO PORIFERA
Organização corporal
Organismos multicelulares mais primitivos. Sem órgãos e sem tecidos
verdadeiros. Células com considerável grau de independência.
Construção arquitetônica singular, em torno de um sistema de canais
para circulação de água.
Existem três formas distintas de organizações corporais, baseadas no
sistema aqüífero:
1) ASCONÓIDE - esponjas mais simples e primitivas, têm simetria
radial, forma tubular e invariavelmente pequena, por exemplo, o
gênero Leucosolenia, raramente excedem 10 cm de altura,
geralmente formam aglomerado de tubos fundidos ao longo de seu
eixo maior ou ao nível de suas bases.
A descrição da organização corporal das esponjas está baseada nas
esponjas do tipo ASCONÓIDE, mais simples dentre as esponjas, porém
não significa o mais comum, pois somente 1% das espécies viventes
pertencem a este grupo.
Possuem superfície perfurada por muitas pequenas aberturas os POROS
INALANTES (ÓSTIO), os poros se abrem para uma cavidade interior,
ÁTRIO (ESPONGIOCELE). O átrio abre-se para fora através do
ÓSCULO, um grande orifício na parte superior do tubo. Um fluxo de
água constante passa pelos poros inalantes, átrio e deste para fora pelo
ósculo.
A parede é simples, formada por três camadas:
a) SUPERFÍCIE EXTERNA (PINACODERME) é formada por células
achatadas os PINACÓCITOS. Os pinacócitos podem ser contraídos
ou expandidos decrescer ou aumentar o tamanho do animal. Os
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pinacócitos basais secretam um material que fixa a esponja ao
substrato. Os poros presentes na parede são formados por um tipo
de célula chamada PORÓCITO o qual tem forma de um tubo que se
estende desde a superfície externa até o átrio. A cavidade do tubo
forma o poro inalante ou óstio que pode ser aberto ou fechado por
contração. O porócito origina-se de um pinacócito através de uma
perfuração intracelular.
b) SEGUNDA CAMADA chamada MESOÍLO (MESO-HILO), abaixo da
pinacoderme consiste de uma matriz protéica gelatinosa contendo
material esquelético e células AMEBOIDES, o ESQUELETO fornece a
estrutura de sustentação para as células vivas.
O esqueleto pode ser composto por ESPÍCULAS CALCÁREAS ou
SILICOSAS e FIBRAS DE ESPONGINA (colágeno: proteína) ou então
por combinação de espículas silicosas e fibras de espongina.
Formato das espículas é importantes para a identificação e classificação
de uma espécie. Espículas MONÁXONAS têm formato de agulhas ou
bastonetes podendo ser retas ou curvas, com extremidade afiladas,
arredondadas ou ainda em forma de gancho; espículas TETRÁXONAS
têm quatro eixos; espículas TRIÁXONAS ou HEXÁCTINAS têm seis
raios e espículas POLIÁXONAS são compostas por vários pequenos
bastonetes que irradiam de um centro comum.
Espículas maiores são as MEGASCLERAS – sustentação do esqueleto e
a menores as MICROSCLERAS. As fibras de colágeno podem estar
dispersas, mas algumas esponjas podem ter esqueleto formado por
grossas fibras de espongina. Um esqueleto de espongina é formado por
interconexão de fibras de diferentes espessuras. Outras esponjas podem
conter espículas silicosas total ou parcialmente imersas entre as fibras.
Tipos de células amebóides estão presentes no mesoílo:
ARQUEÓCITOS - células grandes com núcleo também grandes são
chamadas. Estes são células fagocitárias que participam da digestão.
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Também são capazes de se diferenciarem em outros tipos de células
(células totipotentes);
COLÊNCITOS - células fixas, ficam ancoradas por fibras citoplasmáticas
e que secretam as fibras de colágeno dispersas;
LOFÓCITOS - são móveis e que também secretam tais fibras;
ESCLERÓCITOS - secretam as espículas;
ESPONGIÓCITOS - secretam o esqueleto de espongina.
c) TERCEIRA CAMADA é o lado interno do mesoílo revestindo o átrio,
encontra-se uma camada de células os COANÓCITOS, os quais têm
estrutura muito similar à dos protozoários coanoflagelados
(possivelmente ancestrais das esponjas).
O coanócito é uma célula ovóide com uma extremidade adjacente ao
mesoílo e a extremidade oposta projetada para dentro do átrio,
apresentando um flagelo circundado por um colarinho formado por
microvilosidades. Os coanócitos são responsáveis pelo movimento de
água através da esponja e pela obtenção de alimento.
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2) SICONÓIDES - apresentam os primeiros estágios de dobramento da
parede do corpo, incluem o conhecido gênero Sycon. Na estrutura
siconóide, a parede do corpo torna-se dobrada horizontalmente
formando protuberâncias digitiformes. Este tipo de desenvolvimento
produz bolsas externas estendendo-se para dentro a partir do
exterior e evaginações que se estendem para fora a partir do átrio.
Neste tipo os coanócitos ficam restritos as evaginações as quais são
chamadas CANAIS RADIAIS ou FLAGELADOS. As invaginaçãos da
pinacoderme chamam-se CANAIS AFERENTES, sendo estes
revestidos por pinacócitos. Os dois canais se comunicam através de
aberturas chamadas PROSÓPILAS – equivalentes aos poros do tipo
asconóide. Na estrutura siconóide a água flui através dos canais
aferentes, prosópilas, canais flagelados, átrio e ósculo.
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3) LEUCONÓIDES apresentam o mais alto grau de dobramento da
parede. Os canais flagelados sofreram evaginações de maneira a
formar pequenas CÂMARAS FLAGELADAS arredondadas e o átrio
usualmente desaparece, os CANAIS HÍDRICOS que levam ao
ÓSCULO.
A água entra na esponja através dos POROS, passa pelos ESPAÇOS
SUBDÉRMICOS. Estes espaços levam aos CANAIS AFERENTES
ramificados que se abrem nas CÂMARAS FLAGELADAS através de
PROSÓPILAS. A água deixa a câmara por uma APÓPILA e segue
através de CANAIS EFERENTES que se unem, formando um único
canal que se abre através do ÓSCULO.
As esponjas leuconóides são constituídas por uma massa de câmaras
flageladas e canais hídricos e vários ósculos e podem atingir um
tamanho considerável.
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O conjunto de canais e câmaras de uma esponja é chamado de
SISTEMA AQÜÍFERO, cujo padrão de organização pode ser dos três
tipos apresentados.
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Classificação
O Filo Porifera geralmente é dividido em três classes:
Classe Hexactinellida (Hyalospongiae) – esponjas-de-vidro, têm
organização corporal dos tipos siconóide e leuconóide; o esqueleto é
formado por espículas silicosas com 6 raios (hexactinas), separadas
ou unidas em rede, alguns esqueletos assemelham-se a fios de vidro e
rede trabecular de tecido vivo produzido pela fusão dos pseudópodes
dos arqueócitos; são as mais simétricas (maioria radiais) e
individualizadas entre as esponjas; coanócitos somente em câmaras
digitiformes, dentro da rede trabecular, as câmaras digitiformes se
abrem no átrio; não há meso-hilo gelatinoso; há um átrio bem
desenvolvido com um único ósculo o qual pode às vezes, estar coberto
por uma placa crivada (reticulada) formada por espículas fundidas; o
corpo geralmente cilíndrico, xícara, vaso ou urna.
Tamanho médio entre 30 e 40 cm, mas podem atingir 1,0 metro de
altura; coloração pálida.
Revestimento superficial externo (sem pinacócitos) e do átrio formados
pela rede trabecular (uma rede sincicial - massa multinucleada formada
pelos pseudópodos de amebócitos); longas espículas projetam-se
através da rede sincicial.
São esponjas exclusivamente marinhas de águas profundas, entre 450 e
900 metros de profundidade, chegando até 5000 metros, podem ser
encontradas em todos os oceanos, mas são mais comuns no Antártico.
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Euplectella aspergillum
Classe Demospongiae – Apresentam esqueleto de espículas
silicosas, de espongina, de ambas, ou ausente. As espículas geral
mente são monoaxônicas e tetraxônicas. Têm organização corporal do
tipo leuconóide. A maioria é marinha, mas existem algumas de água
doce
Representam 95% das espécies de esponjas. Estão distribuídas desde
águas rasa até grandes profundidades; coloração brilhante com
diferentes cores e toda uma graduação de matizes.
Apresentam os mais diversos padrões de crescimento, podem ser:
incrustantes, ramificadas verticalmente, foliáceas, forma de urna
ou tubular.
As esponjas de água doce pertencem principalmente à família
Spongillidae, que contém a maioria das espécies. Esta família está
distribuída por todo o mundo vivendo em lagos, rios, lagoas e nos
oceanos.
As espongilídeas contêm as conhecidas esponjas-de-banho, cujo
esqueleto é composto apenas de fibras de espongina.
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As esclerosponjas são encontradas em grutas e túneis associados a
recifes de coral, apresentam um invólucro externo de carbonato de
cálcio e esqueleto formado por espículas silicosas e fibras de espongina.
Numerosos ósculos abrem-se na superfície calcária. Esta esponjas que
formavam uma classe de, atualmente estão incluídas na classe
Demospongiae.
Ianthela basta Xestospongia testudinaria
Classe Calcarea (Calcispongiae)- esponjas calcárias; possuem
espículas de carbonato de cálcio do tipo mono, tri ou tetráxonas e
encontram-se geralmente separadas umas das outras. Apresentam os
três tipos de organização corporal: asconóide, siconóide e
leuconóide.
Têm cor geralmente apagada, mas algumas espécies podem ser
amarelo-brilhante, vermelhas ou lavanda. São de porte pequeno, a
maioria com 10 cm de altura e forma tubular ou vasiforme.
São exclusivamente marinhas e ocorrem em todos os oceanos do
mundo. Vivem preferencialmente nas águas costeiras e rasas.
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Leucosolenia aleanor Sycon raphanus
Sycon ciliatum
Reprodução
As esponjas reproduzem-se assexuada e sexuadamente.
Reprodução assexuada – ocorre pela formação de brotos, fissão,
regeneração ou de estruturas resistentes ao frio e a dessecação,
chamadas gêmulas.
A reprodução por brotamento consiste na formação de botos que
podem se liberar e formar um novo indivíduo ou através da liberação de
um agregado de células essenciais (amebócitos).
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Regeneração pode ocorrer em algumas esponjas que promovem uma
constrição próximo à base de suas ramificações, que se destacam e
regeneram um novo indivíduo. Pedaços de esponjas removidos podem
ser regenerados. Estes pedaços se fixados artificialmente em substrato
sólido e mantidos em ambiente favorável podem regenerar novas
colônias de esponjas. Esponjas vivas fragmentadas, através da
separação das suas células, podem se reorganizar, formando várias
novas esponjas.
Gemulação - As gêmulas são formadas por uma massa de arqueócitos
envolvidos em uma camada espessa de espongina e microscleras. As
gêmulas são produzidas por esponjas de água doce e apenas algumas
espécies marinhas. Quando a esponja parental morre, as gêmulas
sobrevivem e persistem dormentes, preservando a espécie durante os
períodos ou estações desfavoráveis. Posteriormente os arqueócitos
contidos nas gêmulas saem pela micrópila (abertura da gêmula).
Reprodução sexuada – algumas esponjas são dióicas (sexos
separados) e outras são monóicas (hermafroditas).
Não existem gônadas verdadeiras. A formação de gametas se dá a partir
da desdiferenciação e rediferenciação de arqueócitos e coanócitos. Em
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esponjas Calcarea e algumas Demospongiae espermatozóides e ovócitos
pode se formar de coanócitos em outras Desmospongia os ovócitos se
formam de arqueócitos.
Em um grande número de esponjas, a fecundação é externa, porém, em
esponjas vivíparas, a fecundação é interna, o esperma é eliminado com
a corrente exalante, quando liberados repentinamente e em grande
quantidade formam uma nuvem leitosa. Quando penetra no corpo de
outra esponja, é capturado por um coanócito, que o transporta até um
óvulo.
Forma-se então uma larva, que muitas vezes se desenvolve dentro da
esponja mãe antes de ser liberada no ambiente.
Quando sólida, a larva é denominada parenquímela e, quando
apresenta uma cavidade central, anfiblástula.
Em outras esponjas (ovíparas) ocorre a liberação de ovócitos e
espermatozóides na água onde ocorre a fecundação e desenvolvimento.
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