CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E
AGRONOMIA DO PARANÁ
FISCALIZAÇÃO DE INDÚSTRIAS TÊXTEIS
OUTUBRO DE 2010
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CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E
AGRONOMIA DO PARANÁ
FISCALIZAÇÃO DE INDÚSTRIAS TÊXTEIS
Autores:
Agente de Fiscalização Bruno Trevisan Takemura
Agente de Fiscalização Christian Kanabushi Massago
Agente de Fiscalização Paulo Henrique Neves de oliveira
Agente de Fiscalização Robinson de Morais Camargo
Agente de Fiscalização Thyago Giroldo Nalim
Assessor Técnico Gustavo Keiti Matsuoka
Assessora Técnica Vera Harumi Kuranishi
Facilitador Geraldo Caieiro Junior
Facilitadora Viviane Hannebauer
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RESUMO
Através de demanda para fiscalizações das indústrias do setor Têxtil, advindas de
profissionais da Engenharia Têxtil, juntamente com trabalho desenvolvido pelo grupo do
PRODAFIS sobre a vocação socioeconômica da região ficou evidenciado que a área têxtil tem
grande influência no desenvolvimento da região de Apucarana, Cianorte e Maringá.
Dessa forma as Regionais Maringá e Apucarana juntaram esforços para desenvolver um
projeto piloto focando as Indústrias do ramo têxtil e as potenciais atividades de engenharia que
contribuem no desenvolvimento tecnológico do setor.
Com isso foi desenvolvida uma fiscalização específica para as Indústrias Têxteis através
dos fiscais dessas regionais, contando ainda com o auxílio de assessores técnicos da câmara de
Engenharia Química e Engenharia de Segurança do Trabalho e dos Facilitadores das regionais
envolvidas.
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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................4 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...........................................................................................5
2.1 FIAÇÃO ...........................................................................................................................5 2.2 PROCESSO DE MALHARIA ........................................................................................10 2.3 PROCESSO DE TECELAGEM......................................................................................12
3. DESENVOLVIMENTO........................................................................................................15 3.1 FALTA DE CONHECIMENTO TÉCNICO DOS AGENTES DE FISCALIZAÇÃO SOBRE O PROCESSO DA INDÚSTRIA TÊXTIL...............................................................16 3.2 FALTA DE CONHECIMENTO DA LEGISLAÇÃO QUE EXIGE A CONTRATAÇÃO DO ENGENHEIRO TÊXTIL COMO RESPONSÁVEL TÉCNICO.........17 3.3 DESCONHECIMENTO POR PARTE DOS EMPRESÁRIOS DO SETOR QUANTO A NECESSIDADE/IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO PROFISSIONAL E QUANTO A LEGISLAÇÃO.................................................................................................17 3.4NECESSIDADE DE ESCLARECIMENTO À CEEQ QUANTO À FISCALIZAÇÃO DO SETOR TÊXTIL................................................................................18 3.5 FALTA DE ORIENTAÇÃO AOS SETORES DE ATENDIMENTO AO PÚBLICO E DE TRATAMENTO DE PROCESSOS .................................................................................18 3.6 FALTA DE DEFINIÇÃO DAS EMPRESAS FOCO DA FISCALIZAÇÃO .....................19 3.7 PROCEDIMENTOS ADOTADOS NAS FISCALIZAÇÕES...........................................19
4. CONCLUSÃO ......................................................................................................................21 5. REFERÊNCIAS....................................................................................................................22 6. ANEXOS ..............................................................................................................................23
6.1 MATÉRIA SOBRE DESENVOLVIMENTO DO SETOR TÊXTIL NO PARANÁ ..........23 6.2 CHECK-LIST DOS PROCESSOS PRODUTIVOS DE UMA INDÚSTRIA TÊXTIL .....24 6.3 INFORMATIVO DA FISCALIZAÇÃO E LEGISLAÇÃO CORRELATA ......................25 6.4 CHECK-LIST DOS SERVIÇOS TERCERIZADOS PASSÍVEIS DE IDENTIFICAÇÃO NA INDÚSTRIA TÊXTIL......................................................................27 6.5 MATÉRIA SOBRE DIVULGAÇÃO DAS FISCALIZAÇÕES EM INDÚSTRIAS TÊXTEIS..............................................................................................................................28 6.5 MATÉRIA SOBRE DIVULGAÇÃO DAS FISCALIZAÇÕES EM INDÚSTRIAS TÊXTEIS..............................................................................................................................28
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1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de identificar novo nicho de
fiscalização e ainda promover os profissionais de engenharia do ramo têxtil.
Para o desenvolvimento desse trabalho foi formada uma equipe com fiscais da Regional
Apucarana: Christian, Robinson e Thyago e da Regional Maringá: Bruno e Paulo e com o suporte
dos assessores técnicos Vera (CEEQ) e Gustavo (CEEST), e dos Facilitadores Geraldo (RAPN) e
Viviane (RMGA).
Para o desenvolvimento do projeto foi necessário que os participantes entendessem os
diversos processos que envolvem uma empresa do setor têxtil. Para tanto foi necessário à
elaboração de material teórico e visita técnica a uma empresa do setor.
Por último foram planejadas e executadas as fiscalizações.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 FIAÇÃO
O processo de fiação, o primeiro na cadeia lógica do processo têxtil, é o conjunto de
operações que compreendem a tornar uma fibra têxtil em fio através da torção e estiramento das
fibras. As fibras têxteis podem ser de origem vegetal, animal e sintética. Existem dois sistemas
para a obtenção de fios: a fiação de fibra descontínua (lã, algodão, viscose, poliéster, linho etc.) e
a produção de fios contínuos por extrusão (poliéster, viscose, poliamida, elastano, polipropileno
etc.).
O PROCESSO DE FIAÇÃO
Para a obtenção dos Fios Têxteis são necessários vários processos que podem ser
subdivididos de acordo com a tabela abaixo:
ABERTURA
CARDA
PREPARAÇÃO À FIAÇÃO
PASSADOR
REUNIDEIRA FIAÇÃO PENTEADA
PENTEADEIRA
MAÇAROQUEIRA
FIALTÓRIO A ANÉL
BOBINADEIRA/CONICALEIRA
FIAÇÃO CONVENCIONAL
RETORCEDEIRA
FIAÇÃO NÃO CONVENCIONAL FILATÓRIO OPEN END [ROTOR]
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FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE FIAÇÃO
FARDOS
ABRIDOR
CARDA
PENTEADEIRA
PASSADOR
MAÇAROQUEIRA
FILATÓRIO DE ANÉIS
BOBINADEIRA
FIOS PENTEADOS
PASSADOR
MAÇAROQUEIRA
FILATÓRIO DE ANÉIS
BOBINADEIRA
FIOS CARDADOS
FILATÓRIO OPEN END
FIOS OPEN END
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Conforme o fluxo produtivo pode-se ter: Fios Penteados, Fios Cardados e Fios Cardados
Open End.
FIOS PENTEADOS
Produzidos a partir do sistema de filatório anel (também chamado de método
convencional). O fio é produzido passando pelo processo de penteagem que retira da matéria-
prima as impurezas e as fibras curtas. Na fase de fiar (filatórios), passa pelo filatório de anéis.
Utiliza mais pessoas, maior número de máquinas e, também uma maior área construída. Uma das
vantagens deste sistema é a flexibilidade de produção, pois permite produzir fios de qualquer
espessura, além de produzir um fio de maior resistência e conseqüentemente, de maior valor
agregado.
FIOS CARDADOS CONVENCIONAIS
Fios também produzidos a partir do sistema anel (método convencional), porém apresenta
uma fase a menos do que os fios penteados, justamente a fase de separação das fibras curtas das
longas, que conforme a ilustração acima é realizada com os fios penteados, gerando, desta forma,
fios mais fracos e grossos do que os fios penteados.
FIOS CARDADOS OPEN END
Os fios produzidos por esse processo são mais grossos e fracos. São produzidos pelo
menor fluxo produtivo entre os tipos de fios, passando pela carda, passador e filatório a rotor
(open end).
Os filatórios de rotores ou open end, possuem uma maior produtividade que os filatórios
de anéis, porque podem atingir maior velocidade de produção. Este tipo de fiação elimina
algumas etapas de produção que existem na fiação de anéis, porém, é limitada à produção de fios
mais grossos com resistência inferior ao fio de mesma espessura produzido pelo filatório de
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anéis. Estes fios são destinados em grande parte à produção de tecidos tipo índigo (jeans).
DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE FIAÇÃO
ABERTURA
Os fardos são dispostos em uma área para que possam ser abertos pelo ABRIDOR de
fardos. Nesta etapa é feita a abertura, mistura e limpeza da matéria prima (algodão).
Produto de entrada: algodão em pluma Produto de saída: flocos de algodão
CARDA
Sua finalidade é a limpeza mecânica das fibras, assim como o início do processo de
estiramento e torção, princípios destinados a obtenção das qualidades finais dos diversos tipos de
fios.
O principal objetivo da cardagem consiste em separar as fibras umas das outras,
libertando-as das impurezas que ainda possam estar na matéria-prima. A carda possibilita ainda
uma mistura mais íntima das fibras.
Na carda se dá a continuação da abertura e limpeza das fibras. É o início do processo de
paralelismo e estiragem da massa de fibras.
Produto de entrada: manta
Produto de saída: fita de carda
PASSADOR
Tem como objetivo uniformizar o peso por unidade de comprimento, paralelizar as fibras
através da estiragem e misturar as fibras. A idéia básica da estiragem por cilindros é simples. A
fita é introduzida num par de cilindros giratórios com velocidade e posteriormente esta fita de
algodão entra em outro par de cilindros movimentando-se a uma velocidade maior, por exemplo,
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seis vezes maior que a do primeiro par, a fita resultante será seis vezes mais comprida e fina que a
introduzida no primeiro par de cilindros.
A uniformização da qualidade das fibras é realizada nos passadores. Sua função é efetuar
a mistura de várias fitas de carda para a obtenção de uma nova. Isso é realizado com a passagem
das várias fitas (4, 8 ou 16) por um sistema de junção, com posterior estiramento e torção, para
obtenção de fitas com melhor uniformidade.
Produto de entrada: 4, 6 ou 8 fitas de carda. Produto de saída: 1 fita de passador.
REUNIDEIRA
Para o processo penteado, existe a necessidade de incluirmos três máquinas: a reunideira,
a laminadeira e a penteadeira. A reunideira tem por objetivo reunir as fitas saídas da carda ou do
passador e unir em forma de uma manta para alimentar a penteadeira.
PENTEADEIRA
A penteagem é um processo mecânico, onde através de pontas de pentes se paralelizam as
fibras, eliminam sujeira e fibras, resultando num fio com menos pontos fracos (maior resistência),
com maior limpeza, menos fibras curtas, aumentando assim o poder de fiabilidade.
A penteadeira tem como objetivo uniformizar o comprimento das fibras, eliminando todas
aquelas que não atinjam o comprimento adequado para obter fios finos e de boa qualidade. A
intensidade da seleção será em função da qualidade do algodão que se trabalha.
A penteadeira permite ainda eliminar bastante “neps”, que são emaranhados de fibras e
que prejudicam a qualidade do fio.
MAÇAROQUEIRA
As maçaroqueiras possuem por finalidade a transformação das fitas em fios, ainda de
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grandes dimensões, chamados pavios. A transformação das fitas em pavios se dá por estiramento
e torção, cujo processo é totalmente mecânico.
FILATÓRIO ANEL
Faz a transformação do pavio em fio, onde o fio é passado para os espulas, através do anel
e do viajante.
FILATÓRIO À ROTOR
Promove a transformação da fita em fio, através da estiragem e da torção. O fio é enrolado
em rocas cilíndricas.
CONICALEIRA
Tem a finalidade de colocar uma quantidade maior de fio numa embalagem (cone). Nesta
etapa além da mudança de embalagem também possui a função de retirar as irregularidades do fio
como pontos finos e grossos.
2.2 PROCESSO DE MALHARIA
É a transformação dos fios provenientes do processo de fiação em tecidos de malha.
Os tecidos de malha são caracterizados pelo entrelaçar dos fios têxteis, sendo esses
sempre no mesmo sentido, ou todos na trama (horizontal) ou todos no urdume.
O processo é realizado com a ajuda de agulhas.
A malharia pode ser de três tipos: circular, retilínea e urdume.
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FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE MALHARIA
MALHARIA CIRCULAR
Produzido em teares circulares. As máquinas podem ser monofrontura ou duplafrontura.
Os tecidos de malhas fabricados pelos teares circulares são empregados para a confecção de
camisetas, moletons.
MALHARIA RETILÍNEA
Principalmente usada para produção de golas, punhos ou peças já prontas. A indústria de
malharia retilínea, atualmente conta com equipamentos eletrônicos de grande capacidade de
recursos.
MALHARIA DE URDUME
São preparados os carretéis de urdume que entram na máquina Raschel ou Kettenstuhl. Os
fios de urdume passam pelas agulhas, que estão presas nas barras, que fazem o entrelaçamento
com os fios próximos. A primeira maquina normalmente utilizada para construir (tecer) rendas e
similares e a segunda para tecido que é utilizado a largo em lingerie, automobilísticos, filtros etc.
Podem ser monofrontura ou duplafontura.
FIO
TEAR
TECIDO DE MALHA
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2.3 PROCESSO DE TECELAGEM
É o ato de tecer, entrelaçar fios de trama (transversal) e urdume, formando tecidos.
O processo de tecelagem pode ser resumido em três operações: 1. Abertura da cala: operação para selecionar os fios de urdume formando uma manta de fios
mais baixa e uma manta mais alta
2. Inserção da trama
3. Batida do pente
FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE TECELAGEM
FIO DE URDUME
GAIOLA
ENGOMADEIRA
TEAR
TECIDO PLANO
FIOS DE TRAMA
URDIDEIRA
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FIO DE URDUME
As rocas de urdume serão levadas até a gaiola para serem urdidas. O urdimento é a
operação de preparação à tecelagem, que consiste na passagem dos fios que formarão o urdume
do tecido, transferindo-os de seus suportes iniciais (cones, bobinas, cops, etc.) para o rolete do
tear. Este rolete compõe-se de um tubo rosqueado em suas extremidades, onde são posicionados 2
discos denominados flanges que determinam a largura sobre a qual serão enrolados os fios de
urdume.
GAIOLA
Os fios de urdume são colocados na gaiola. A gaiola tem o objetivo de manter os fios de
urdume sob tensão, para então serem urdidos. A partir desta será alimentada a urdideira que
alimentará a engomadeira.
URDIDEIRA
Na urdideira os fios serão enrolados em um carretel formando o rolo primário de urdume.
ENGOMADEIRA
Na operação de tecimento, os fios de urdume são submetidos às solicitações
significativas, principalmente quanto à tensão, flexão e atrito com peças componentes do tear.
Estes esforços tendem a levantar as fibras da superfície dos fios fiados até rompê-los, o que irá
provocar uma degradação da qualidade do tecido e uma redução no rendimento da tecelagem
com as rupturas de fios.
A engomagem é uma operação de preparação à tecelagem, que tem como objetivo o
revestimento dos fios de urdume com uma camada de substância que aglutina as fibras ou
filamentos e protege os fios do contato com os órgãos do tear. Portanto, engomar o urdume,
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consiste em aplicar sobre os fios uma película de goma, que dará aos fios melhores condições
para o tecimento.
FIO DE TRAMA
Este será alimentado ao tear através de rocas de plástico.
TEAR
É um equipamento que promove ordenadamente o entrelaçamento dos fios de urdume e
trama, formando como resultado uma malha denominada tecido.
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3. DESENVOLVIMENTO
Baseado no trabalho realizado pelo PRODAFIS referente à vocação sócio-econômica das
regiões de Apucarana, Maringá e Cianorte, no qual fica evidente o potencial do setor têxtil destas
duas regionais, conforme gráfico apresentado abaixo. Somado à demanda para fiscalização deste
setor, advinda de profissionais da área, e ao forte desenvolvido e crescimento do setor em âmbito
estadual, conforme pode ser demonstrada pelas reportagens anexas, a equipe identificou a
necessidade de promover um projeto piloto de fiscalização de Indústrias Têxteis.
GRAFICO ANALÍTICO
116158
375
ALIMENTOS E BEBIDAS PRODUTOS DE MADEIRA PROTUDOS TEXTEIS
SETOR
QUA
NTID
ADE
Gráfico 1 – Vocação sócio-econômica das regiões de Apucarana, Maringá e Cianorte.
O primeiro passo para o desenvolvimento dos trabalhos foi elaborar um plano de ação
para definir as atividades que seriam desenvolvidas e os responsáveis por cada uma delas.
Desta forma foram identificados os seguintes ponto problemáticos:
Falta de conhecimento técnico dos agentes de fiscalização sobre o processo da
indústria têxtil
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Falta de conhecimento da legislação que exige a contratação do engenheiro têxtil
como responsável técnico
Desconhecimento por parte dos empresários do setor quanto à
necessidade/importância da atuação profissional e legislação
Necessidade de esclarecimento à CEEQ quanto à atuação da fiscalização no setor
têxtil
Falta de orientação aos setores de atendimento ao público e de tratamento de
processos
Falta de definição das empresas foco da fiscalização, bem como os responsáveis.
Vencido essas etapas os Agentes Fiscais estariam aptos a iniciarem a fiscalizações.
3.1 FALTA DE CONHECIMENTO TÉCNICO DOS AGENTES DE FISCALIZAÇÃO SOBRE O PROCESSO DA INDÚSTRIA TÊXTIL
Com objetivo de capacitar e sensibilizar os fiscais do CREA-PR, envolvidos no trabalho,
sobre o funcionamento de uma indústria têxtil, foi realizado um levantamento teórico sobre o
assunto e o agendamento de uma visita técnica, a uma das empresas do setor, registrada no
Conselho.
O Assessor da CEEST, Eng. Têxtil Gustavo Keiti Matsuoka, elaborou material teórico
contendo o fluxo e check-list dos processos produtivos (check-list anexo ao trabalho) da indústria
têxtil e o encaminhou para os agentes de fiscalização para estudo. Para auxiliar na capacitação
dos agentes fiscais a equipe também contou com o apoio do Inspetor do CREA-PR, Engenheiro
Têxtil Douglas Cardoso, que expressou total disponibilidade para auxiliar no projeto de
capacitação dos Agentes de Fiscalização, e com o apoio do professor e Engenheiro Têxtil José
Eduardo Pitelli, do curso de Moda da Instituição de Ensino, Universidade Tecnológica Federal do
Paraná (UTFPR), Campus de Apucarana, este ainda se dispôs em auxiliar no desenvolvimento do
projeto.
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Após o estudo do material teórico e antes de iniciar as fiscalizações, os agentes fiscais
realizaram no dia 10 de Setembro, visita técnica junto a Indústria Têxtil de Apucarana Ltda,
empresa esta que se dispôs a colaborar no treinamento prático da equipe. A visita foi formalizada
através de solicitação via ofício, celebrando assim as formalidades para que o projeto tenha o
registro das etapas bem definidas. A visita contribui para que os fiscais adquirissem critérios e
argumentos para explanar no ato da fiscalização, além de aprimorar os conhecimentos teóricos.
3.2 FALTA DE CONHECIMENTO DA LEGISLAÇÃO QUE EXIGE A CONTRATAÇÃO DO ENGENHEIRO TÊXTIL COMO RESPONSÁVEL TÉCNICO
Para contornar esse problema a Assessora Técnica da CEEQ, Eng. Química Vera Harumi
Kuranishi, revisou a legislação do sistema CONFEA/CREA que fundamenta a fiscalização e
levantou a responsabilidade técnica dos profissionais por titulo de formação, responsabilidade
esta que ainda fica pendente de aprovação por parte da respectiva câmara, a CEEQ. Com esse
conteúdo foi elaborado material teórico e encaminhado para os demais membros da equipe para
fins de orientação dos trabalhos posteriores.
3.3 DESCONHECIMENTO POR PARTE DOS EMPRESÁRIOS DO SETOR QUANTO A NECESSIDADE/IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO PROFISSIONAL E QUANTO A LEGISLAÇÃO
A fim de conscientizar os empresários do setor sobre a necessidade e importância da
atuação profissional e ainda informá-los sobre a legislação correlata foram divulgados algumas
matérias nos jornais de circulação da região, além de divulgação realizada no site do CREA-PR.
O gerente da Regional Apucarana, Hélio Xavier da Silva Filho deu entrevista a rádio CBN
(matéria anexa ao trabalho), falando sobre a importância da profissionalização do setor, bem
como sobre os procedimentos que a fiscalização adotaria neste primeiro momento.
Também foi elaborado pelo fiscal Bruno Trevisan Takemura, um informativo (conforme
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modelo anexo) contendo esclarecimentos sobre a fiscalização e seus procedimentos, bem como
sua fundamentação legal. Este material foi encaminhado aos demais fiscais para que fossem
distribuídos durante as visitas as empresas.
Outra ação tomada foi firmar uma parceria com o sindicato das indústrias têxteis da
região, o SINDITEXTIL. Assim, o presidente do sindicato, Antonio Di Rienzo, autorizou a
utilização do logotipo da entidade nos informativos elaborados.
3.4NECESSIDADE DE ESCLARECIMENTO À CEEQ QUANTO À FISCALIZAÇÃO DO SETOR TÊXTIL
Para contornar este problema, foi programada para a assessora da CEEQ, Vera, a
apresentação do projeto de fiscalização das indústrias têxteis aos conselheiros em reunião da
CEEQ, a ser realizada na primeira semana de Outubro. O objetivo da apresentação é repassar aos
conselheiros o direcionamento das fiscalizações, bem como os procedimentos aplicados, além de
promover a discussão quanto à aprovação das respectivas atribuições de cada profissional,
condizente com seu título de formação.
3.5 FALTA DE ORIENTAÇÃO AOS SETORES DE ATENDIMENTO AO PÚBLICO E DE TRATAMENTO DE PROCESSOS
Para solver este tópico, foi realizado treinamento, por meio dos facilitadores das
Regionais Apucarana e Maringá, aos agentes administrativos responsáveis pelo atendimento ao
público e tratamento de processos. O treinamento visava à orientação sobre o conceito de
indústrias têxteis, sobre a legislação vigente correlata a fiscalização de indústrias do setor têxtil,
bem como o tratamento a ser dado nos processos elaborados pela fiscalização, com o objetivo de
proceder ao esclarecimento de qualquer dúvida do fiscalizado, e de seguir os passos corretos para
o tratamento do processo, conforme procedimentos vigentes no Conselho (tratamento de
processos de Ficha Cadastral e de Fiscalização de Empreendimentos em Funcionamento).
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3.6 FALTA DE DEFINIÇÃO DAS EMPRESAS FOCO DA FISCALIZAÇÃO
Para definir as empresas que seriam fiscalizadas foram realizados levantamentos através
de sites, catálogos e professores de universidades. Ficou harmonizado ainda entre os Agentes de
Fiscalização, que neste primeiro momento o foco da fiscalização se daria sobre as empresas
produtoras de fios, malhas e tecidos, direcionando ainda primeiro para as empresas de maior
porte.
Com isso foi definido que cada fiscal realizasse no mínimo 2 fiscalizações e que a data
início destas fiscalizações se desse a partir do dia 13 de Setembro.
3.7 PROCEDIMENTOS ADOTADOS NAS FISCALIZAÇÕES
O principal objetivo da fiscalização é o levantamento das atividades básicas da empresa,
focando o seu registro, para tanto foi adotado procedimento vigente no Conselho, abertura de
Ficha Cadastral de Empresa (FC), porém como se trata de projeto piloto ficou acordado que a
elaboração desta ficha será informal, ou seja, sem a geração de número de processo. Para a
abertura da FC deve ser utilizado o modelo de empresas do ramo químico, e deverão ser de
preenchimento obrigatório os seguintes campos:
Campo 01 – Identificação da Empresa
Campo 02 – Responsável(is) Técnico(s)
Campo 03 – Identificação de Atividades (definir quais são as atividades: fiação
malharia, tecelagem, entre outros)
Campo 04 – Identificação Setor Produtivo
Campo 07 – Descrição do Processo Produtivo/Fluxograma (descrever com o maior
número de detalhes possível os processos produtivos/fluxogramas da empresa)
Campo 08 – Desenvolvimento de Projetos
Campo 09 - Controle de Qualidade (se houver)
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Ressalta-se a importância que deve ser dado para o cadastro dos campos 03 e 07.
Após a elaboração das FCs, estas serão encaminhadas em lote para a CEEQ, a fim de que
eles procedam à análise das empresas visitadas e determinem ou não a necessidade de seu
registro, só então o fiscal retornará a empresa para gerar o número de processo e dar
encaminhamento a fiscalização e todos os trâmites legais.
Além da elaboração da FC, será adotado também a Fiscalização de Empreendimento em
Funcionamento (FEF), conforme procedimento vigente no Conselho, no qual será feito
levantamento dos serviços terceirizados realizados nas empresas visitadas, para auxiliar nesse
levantamento o Agente Fiscal Christian K Massago, desenvolveu check-list (conforme modelo
anexo) específico para este tipo de indústria.
O início da elaboração da FC e da FEF se deu com a primeira visita do fiscal a empresa,
visita esta em que ele apresentou os procedimentos e a fundamentação legal da fiscalização,
esclareceu a necessidade da profissionalização deste setor e demais dúvidas que possam ter
surgido, além de entregar todos os informativos elaborados, bem como o ofício de formalização
da fiscalização. Solicitou a documentação necessária para a realização da fiscalização
concedendo ao fiscalizado tempo hábil para o levantamento de tais documentos.
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4. CONCLUSÃO
No cumprimento de cada etapa do plano de ação elaborado, ficou evidenciado pela equipe
a boa receptividade apresentada por parte da sociedade, através do destaque dado na divulgação
das entrevistas realizadas pela imprensas, bem como a boa receptividade por parte dos
empresários do setor, os quais abriram suas portas de bom grado para o atendimento aos agentes
de fiscalização.
Com o andamento das fiscalizações na região ficou evidenciado que apesar do elevado
número de indústrias têxteis em sua jurisdição, a esmagadora maioria refere-se à confecção, onde
se concentram as etapas de corte e costura. Além de ficar caracterizada a carência de
profissionalização desse setor, o qual contribui significativamente para o desenvolvimento
econômico do estado.
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5. REFERÊNCIAS
PEREIRA, Gislaine de Souza. Introdução a Tecnologia Têxtil. Apostila do Curso Têxtil em
Malharia e Confecção Módulo 2 – CEFET/SC. Araragua.
BRASIL. Lei n° 5194, de 24 de Dezembro de 1966.
CONFEA. Resolução n° 417, de 27 de Março de 1998.
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6. ANEXOS
6.1 MATÉRIA SOBRE DESENVOLVIMENTO DO SETOR TÊXTIL NO PARANÁ
Reportagem do Jornal Tribuna do Norte – Diário do Paraná. Ano XX/ N° 5856. Caderno Economia, pág. 5.
Reportagem do Jornal Tribuna do Norte – Diário do Paraná. Ano XX/ N° 5883. Caderno Economia, pág. 5.
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6.2 CHECK-LIST DOS PROCESSOS PRODUTIVOS DE UMA INDÚSTRIA TÊXTIL
FIAÇÃO
ABRIDOR DE FARDOS
CARDA
PASSADOR
MAÇAROQUEIRA
FILATÓRIO ANEL
FILATÓRIO ROTOR/ OPEN-
END
CONICALEIRA/ BOBINADEIRA
REUNIDEIRA
PENTEADEIRA
OUTROS (especificar):
MALHARIA
MALHARIA CIRCULAR
MALHARIA RETILÍNEA
MALHARIA DE URDUME
OUTROS (especificar):
TECELAGEM
GAIOLA
URDIDEIRA
ENGOMADEIRA
TEAR
OUTROS (especificar):
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6.3 INFORMATIVO DA FISCALIZAÇÃO E LEGISLAÇÃO CORRELATA
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27
6.4 CHECK-LIST DOS SERVIÇOS TERCERIZADOS PASSÍVEIS DE IDENTIFICAÇÃO NA INDÚSTRIA TÊXTIL
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6.5 MATÉRIA SOBRE DIVULGAÇÃO DAS FISCALIZAÇÕES EM INDÚSTRIAS TÊXTEIS
Reportagem do Site do CREA-PR, www.crea-pr.org.br.
Reportagem do Site da CBN Maringá, www.cbnmaringa.com.br.