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PROPOSTA REIVINDICATIVA COMUM PARA 2014
INTRODUÇÃO
A Constituição da República Portuguesa é clara quanto à consagração de direitos
fundamentais dos trabalhadores portugueses e na determinação das funções sociais
do Estado, sem as quais uma sociedade não se constrói de forma justa, fraterna e
solidária nem o desenvolvimento social é garantido. Saúde, Segurança Social,
Trabalho, Cultura, Educação, Justiça, Defesa, respeito pela autonomia do Poder
Local, entre outros direitos, todos têm sido violentamente atacados e negados por
via da brutal ofensiva levada a cabo por sucessivos governos, que, em coligações
diversas (PS e PSD, com ou sem CDS-PP), pretendem avançar com o seu intento
revanchista contra a Constituição e os valores de Abril.
O atual governo PSD/CDS resolveu implementar um chamado Programa de
Redução e Melhoramento da Administração Central (PREMAC) que, no
aprofundamento do anterior Plano de Reestruturação da Administração Central do
Estado (PRACE), pretende pôr fim à prestação de serviços públicos essenciais às
populações, subvertendo a matriz constitucional da Administração Pública e
atacando brutalmente os direitos e salários dos seus trabalhadores.
Neste brutal ataque do governo aos trabalhadores sobressai o roubo parcial ou total
dos subsídios de férias e de Natal, bem como de parte ou da totalidade dos salários
e pensões (situação que se agrava com novos cortes permanentes através da
alteração da fórmula de cálculo e do corte nas pensões em pagamento) – o que não
tem precedente desde o 25 de abril.
Entre 2010 e 2012, isto é, com o governo PSD/CDS e com a ingerência da “troika”, a
despesa pública em Portugal, em percentagem do PIB, diminuiu em 7,8% (passou
de 51,5% para apenas 47,5% do PIB), o que determinou que, em 2012, ela fosse
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muito inferior à média da União Europeia-27 países (UE27: 49,3% do PIB; Portugal:
47,5% do PIB).
Se a análise for feita por rubrica, conclui-se a redução foi deita fundamentalmente à
custa das despesas com pessoal, que diminuíram em 18% (menos 4.564 milhões €)
e do investimento público que se reduziu em 44,7% (menos 3.098 milhões € entre
2010 e 2012).
Sublinhe-se que, as bases que sustentam esta política de desastre nacional e de
desmantelamento dos serviços públicos se baseiam, reiteradamente, em previsões
do próprio Governo que estão sempre aquém do que se verifica, sucedendo-se aos
Orçamentos do Estado diversos orçamentos retificativos, em função das políticas
que só aprofundam o desemprego e a situação económica.
De facto, e enumerando os cenários macroeconómicos que fundamentam as
políticas do Governo, em 2011 previam um crescimento do PIB em 0,2%, o
decréscimo do consumo privado em 0,5%, o decréscimo do investimento público em
2,7% e um desemprego de 10,8% para sustentar as suas políticas de corte. O
resultado foi um PIB de -1%, a queda do consumo privado em 4%, a queda do
investimento em 11,3% e um desemprego de 13,6%.
Também em 2012 se repetiu o cenário: uma estimativa de PIB de -2,8% que se
verificou de 3,3%, uma estimativa de quebra no consumo privado de 4,8% que se
cifrou em -5,6%, uma estimativa de quebra no investimento público de 9,5% quando
a diminuição foi de 14,5% e um desemprego estimado de 13,4% que se cifrou em
16, 4%.
Em 2013, o caminho é o mesmo, tendo previsto o Governo um desemprego de
16,4% quando em final de Maio era de 17,7%, bem como uma diferença substancial
em todos os outros indicadores, demonstrando bem o falhanço das políticas de
austeridade.
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O Governo pretende aplicar na Administração Pública as medidas anti-trabalhadores
acordadas com o FMI/UE/BCE por PS/PSD/CDS, através de uma proposta de lei
que piora a situação laboral hoje existente, tendo avançado já parcialmente com
algumas das matérias mais gravosas em leis avulsas, uma das quais – o chamado
diploma da requalificação/mobilidade especial - foi já rejeitada e declarada
inconstitucional por permitir os despedimentos sem justa causa e pôr em causa o
princípio da segurança jurídica dos trabalhadores da Administração Pública.
Aliás, a luta dos trabalhadores da Administração Pública e dos seus Sindicatos tem
dado resultados. São já cinco as declarações de inconstitucionalidade decididas pelo
TC desde que o governo PSD/CDS tomou posse: a lei da requalificação/
despedimentos de trabalhadores da Administração Pública, a lei do crime de
enriquecimento ilícito, cortes nos subsídios de férias e de Natal dos funcionários
públicos e reformados, por 2 vezes, e a lei da reorganização administrativa –
demonstrando à saciedade que o governo não respeita a Constituição e procura
constantemente e de uma forma reiterada violá-la.
Assim, os ataques contra os trabalhadores deste setor aprofundam-se com a tomada
de medidas legislativas de classe, que visam empobrecer os trabalhadores e destruir
os serviços públicos, designadamente:
- A alteração do horário de trabalho das 35 para as 40 horas, já publicada em
Diário da República, que, para além de representar um retrocesso civilizacional
inadmissível em pleno século XXI, concretiza, camufladamente, mais uma
redução salarial de 14% a acrescentar aos roubos descarados deste governo ao
serviço do capital.
- A entrada em vigor de um programa de rescisões, inicialmente dirigido aos
assistentes operacionais e assistentes técnicos, com a pressão e chantagem
que estas medidas potenciam, permitindo verdadeiros despedimentos coletivos,
sem direito a subsídio de desemprego, com indemnizações baixas e com a
consequente desvalorização dos serviços públicos que estes trabalhadores
prestam;
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- Redução brutal do valor do acréscimo pela prestação de trabalho extraordinário,
bem como a duração do descanso compensatório, existindo situações em que a
hora suplementar é paga com acréscimo remuneratório de apenas €0,19;
- Forçar um sistema de mobilidade especial – que o governo designa por
requalificação – que reduz significativamente o salário dos trabalhadores durante
durante 12 meses para cerca de 40% ou para o valor do salário mínimo
nacional;
- O ataque aos atuais e futuros pensionistas com uma proposta de lei que reduz o
P1 em 10% todas as pensões dos que se reformaram até 2005 e em 11% o P1
de todas as pensões dos que se reformaram e reformem posteriormente,
alterando a sua fórmula de cálculo e indexando-as ao crescimento económico,
cujas premissas são um caminho para a eternização dos cortes, bem como
aumentando os cortes por via do aumento do fator de sustentabilidade.
Esta política ataca os direitos dos trabalhadores e é desastrosa para as populações,
que vêem degradar-se serviços essenciais que o Estado está constitucionalmente
obrigado a prestar e visa o desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde, da
Escola Pública, do Poder Local Democrático, do acesso à justiça, reduzindo a
democracia e empobrecendo a qualidade de vida dos portugueses. Mas também é
desastrosa para a economia nacional, pois não há desenvolvimento económico
sustentado nem crescimento económico sem o aumento de salários e melhores
condições de vida e de trabalho.
Embora a remuneração média nas Administrações Públicas seja de 1.405,3€/mês,
muitas dezenas de milhares de trabalhadores ganham muito menos. Os Assistentes
Operacionais, que são 130.491, têm uma remuneração média mensal de apenas
616,7€; os Assistentes Técnicos, que são 79.278, têm uma remuneração média de
apenas de 931,8€/mês. Os grupos profissionais, com remunerações base mais
elevadas, estão associados principalmente a grupos com níveis de escolaridade
correspondentes ao ensino superior (professores, médicos, diplomatas, etc.), ou
então a profissões de risco. (vide Anexo I, Quadro 3)
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Os trabalhadores não esquecem que o PS, PSD e CDS apregoaram que a adesão à
UE permitiria a aproximação aos salários e pensões médios dos países que a
compõem. Não é isso que se tem verificado; assim, impõe-se uma clara e efetiva
reivindicação da salvaguarda de direitos e da valorização de salários e pensões que
contribua para inverter a degradação sentida pela generalidade dos trabalhadores
nos últimos anos.
Por isso, a Proposta Reivindicativa Comum da Administração Pública para 2014 constitui uma forma de lutar contra o retrocesso social e civilizacional em curso, contra a subversão completa das funções sociais do Estado, contra as medidas que apenas se destinam a beneficiar o capital financeiro e a destruir a vida dos trabalhadores da Administração Pública, pelo direito ao trabalho com direitos, pelo desenvolvimento da Administração Pública ao serviço do povo e do país, pelos direitos de todos os trabalhadores.
Assim, nos termos previstos na Lei n.º 23/98, de 26 de Maio, designadamente do seu art.º 7.º, apresentamos a seguinte
PROPOSTA REIVINDICATIVA
Genericamente, a FCSAP exige:
− A revogação e substituição da legislação da Administração Pública que visa
restringir e retirar direitos adquiridos pelos trabalhadores e aposentados, pelo que
devem considerar-se as propostas que a Frente Comum tem apresentado, como via
fundamental para combater estas políticas e inverter o agravamento da situação na
Administração Pública e no país;
− A retirada ou não aprovação na AR de todas as propostas que visam alterar
diplomas legais que levarão a mais cortes nos direitos dos trabalhadores.
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I - Salários e Pensões 1. Reposição dos valores roubados nos salários, subsídios e pensões em 2011,
2012 e 2013;
2. Atualização dos salários e pensões de forma a compensar o brutal aumento do
custo de vida e o seu reflexo nas famílias, desde 1 de janeiro de 2011, o que
determina um aumento de 3,7% com um mínimo de 40 euros por trabalhador,
conforme os dados constantes no Anexo 1;
3. Descongelamento das posições remuneratórias e reposicionamento nos escalões
da carreira correspondentes aos anos de serviço;
4. Atualização do subsídio de refeição para € 6,50;
5. Fixação da pensão de sobrevivência em 60% da pensão do cônjuge falecido e
70% no caso de mais de um beneficiário da pensão do cônjuge falecido, tal como se
verifica no regime geral da Segurança Social;
6. Atualização das restantes prestações pecuniárias em 3,7%;
II – Emprego
1. Aplicação do vínculo público de nomeação, com os efeitos daí decorrentes, a
todos trabalhadores da Administração Pública, incluindo os que exercem funções
nas EPE com contrato individual de trabalho;
2. Reintrodução dos quadros de pessoal, em substituição dos mapas de pessoal, e
atualização daqueles, tendo em conta as reais necessidades dos serviços;
3. Integração dos trabalhadores em situação de mobilidade especial nos quadros de
pessoal;
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4. Resolução imediata das situações de precariedade, através da integração nos
quadros de pessoal, dos trabalhadores que desempenham funções correspondentes
a necessidades permanentes dos serviços ou organismos, independentemente da
situação contratual em que se encontrem e no respeito pela Diretiva Comunitária
que impõe tratamento igual aos trabalhadores do setor privado e da Administração
Pública.
5. Garantia aos trabalhadores desempregados colocados em serviços da
Administração Pública e outras entidades ao abrigo de Programas Ocupacionais e
de Contrato Emprego-Inserção, de um contrato com condições de trabalho e de
remuneração idênticas às dos restantes trabalhadores com vínculo público;
6. Realização de concursos e procedimentos concursais para garantir o
desenvolvimento profissional dos trabalhadores nas respetivas carreiras;
7. Revogação de todas as normas que, de forma direta ou encapotada, promovam o
despedimento dos trabalhadores da Administração Pública, nomeadamente a
mobilidade especial, a mobilidade geográfica forçada e as designadas “rescisões por
mútuo acordo”, reforçando o emprego público com direitos;
8. Fim do encerramento dos serviços públicos e do desinvestimento com vista à sua
privatização, em respeito pela Constituição da República Portuguesa e pelo
cumprimento do papel do Estado na garantia das funções sociais.
III – Horários
1. Manutenção das 35 horas semanais aos trabalhadores da Administração Pública
e revogação de todos os normativos legais de aumento do horário normal de
trabalho;
2. Consagração legal para todos os trabalhadores da AP dos regimes de horários de
trabalho do DL 259/98, de 18/8, salvaguardando os regimes especiais previstos em
legislação específica;
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3. Reposição do horário de trabalho noturno entre as 20 horas e as 7 horas do dia
seguinte para todos os trabalhadores;
4. Respeito pelo conteúdo funcional dos trabalhadores e pelas diversas
componentes do seu horário, em função desse mesmo conteúdo funcional;
5. Recusa da gestão flexível, semanal, mensal ou anual do horário de trabalho,
designadamente através da adaptabilidade e da criação de bancos de horas para
satisfazer necessidades transitórias, como forma de obviar ao pagamento obrigatório
de trabalho extraordinário;
6. Reposição do pagamento das horas extraordinárias com acréscimo de 50% pela
primeira hora ou fração desta e 75% por cada hora ou fração subsequente em dia
útil e a 100% por cada hora ou fração em dia de descanso semanal (obrigatório ou
complementar) e em dia feriado e reposição do descanso compensatório;
7. Reposição dos feriados roubados.
IV – ADSE
1. Consolidação da ADSE como sistema de saúde autónomo para todos os
trabalhadores da Administração Pública, independentemente do vínculo contratual, a
par do reforço e melhoria dos serviços prestados aos beneficiários;
2. Revogação dos descontos para a ADSE aplicados aos trabalhadores
aposentados, mantendo a sua proteção social, e incidência do desconto de 1,5%
sobre 12 meses da remuneração base e não sobre 14, exclusivamente para os
trabalhadores no ativo.
V – Outras matérias
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1. Revogação do SIADAP, criando um sistema de avaliação de desempenho sem
“quotas”, que tenha em conta o interesse público e o desenvolvimento profissional
dos trabalhadores e não promova a discriminação;
2. Contagem integral do tempo de serviço retirado aos trabalhadores, quer para
efeito de progressão na respetiva carreira, quer para efeito de reposicionamento
salarial;
3. Regulamentação e aplicação de todos os suplementos remuneratórios,
designadamente do suplemento de risco, penosidade e insalubridade, dando
cumprimento a compromissos assumidos pelo Governo e a decisões da Assembleia
da República;
4. Incidência dos descontos para a CGA e a ADSE sobre a totalidade das
remunerações e suplementos auferidos pelos trabalhadores da Administração
Pública em situação de cedência, mobilidade ou qualquer outra legalmente prevista;
5. Reconhecimento do apoio aos trabalhadores vítimas de acidentes de trabalho e
doença profissional, situação que tende a agravar-se com o aumento da idade para
a aposentação, através da concessão de condições específicas no acesso à
aposentação sem penalizações;
6. Publicação obrigatória dos Acordos Coletivos de Entidade Empregadora Pública
negociados e acordados, sem dependência de “homologação” do Ministério das
Finanças;
7. Repristinação da legislação (Decreto-Lei nº 84/99, de 19 de Março) que atribui um
crédito de 4 dias remunerados por mês para cada membro dos corpos gerentes das
associações sindicais, no respeito pelo princípio constitucionalmente consagrado da
livre autonomia e independência de organização dos Sindicatos;
8. Criação de condições para o desenvolvimento de serviços públicos de qualidade,
que respeitem o princípio constitucional da proximidade das populações,
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designadamente nas áreas da Educação, da Saúde, da Água e do Ambiente,
Segurança Interna, Justiça Segurança Social e Finanças, através da manutenção de
uma rede de serviços que satisfaçam os mais elementares direitos dos cidadãos e
da criação de um sistema que apoie a fixação de trabalhadores em zonas
isoladas/desfavorecidas;
9. Concretização do direito à formação profissional e contínua, incluindo a formação
dos trabalhadores em Segurança e Saúde no Trabalho, designadamente através da
alteração das condições de acesso ao financiamento, frequência e acesso gratuito à
formação e do alargamento do crédito anual de horas para participação nas ações
de formação;
10. Dedução em sede de IRS de todas as despesas resultantes do exercício da
atividade profissional, sejam as que resultam de frequência de ações de formação,
sejam as que decorrem da aquisição de equipamento e material indispensável a
essa atividade.
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ANEXO I
JUSTIFICAÇÃO
1 – A VARIAÇÃO DAS DESPESA PÚBLICA EM PORTUGAL E NA UNIÃO EUROPEIA ENTRE 2010 E 2013
A Despesa Pública, e nomeadamente a com o pessoal e com o investimento público tem registado uma forte redução no nosso país, determinando a degradação dos serviços públicos prestados à população e contribuindo fortemente para o agravamento da recessão económica e para o aumento do desemprego. O quadro 1, construído com dados divulgados pelo Eurostat, mostra a evolução da despesa pública em Portugal e nos países da União Europeia desde que entrou em funções o governo PSD/CDS e que se verificou a entrada da “troika”
Quadro 1 – Variação da despesa pública em Portugal e nos países da União Europeia
ANOS
DESPESA PÚBLICA % PIB PORTUGAL
U.E. 27 países
Por tugal
PIB Milhões euros
Despesa Pública Milhões euros
Despesa com
Pessoal % do PIB
Despesa com
Pessoal Milhões €
Investimento Público
(FBCF-AP) - % do PIB
Investi- mento Público
Milhões €
JUROS % do PIB
JUROS Milhões euros
2010 50,5% 51,5% 172.860 89.023 12,2% 21.089 3,8% 6.569 3,0% 5.190 2011 49,0% 49,4% 171.053 84.500 11,4% 19.500 2,6% 4.447 4,0% 6.881 2012 49,3% 47,5% 165.247 78.492 10,0% 16.525 2,1% 3.470 4,3% 7.039
2012-10 -2,4% -7,8% -7.613 -10.530 -18,0% -4.564 -44,7% -3.098 41,9% 1.849 FONTE: Despesa Pública: Eurostat; PIB: INE; restantes dados : Relatórios do OE 2012 e 2013-Ministério Finanças
Entre 2010 e 2012, portanto com o governo PSD/CDS e com a “troika”, a despesa pública em Portugal, em percentagem do PIB, diminuiu em 7,8% (passou de 51,5% para apenas 47,5% do PIB), o que determinou que, em 2012, ela fosse muito inferior à média da União Europeia-27 países (UE27: 49,3% do PIB; Portugal: 47,5% do PIB). Se a análise for feita por rubrica, conclui-se que isso foi feito fundamentalmente à custa das despesas com pessoal, que diminuíram em 18% (menos 4.564 milhões €) e do investimento Público que se reduziu em 44,7% (menos 3.098 milhões € entre 2010 e 2012).
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A redução significativa da despesa pública em 2012, não em 2011 em que também se verificou uma quebra acentuada, foi conseguida, como é conhecido, através do confisco do subsídio de férias e do Natal aos trabalhadores e aposentados da Função Pública. Em 2013, o Tribunal Constitucional declarou tal medida inconstitucional o que obrigou o governo a repor os dois subsídios, e não apenas um como pretendia, determinando que a despesa com pessoal aumentasse em 2013, de acordo com o Orçamento retificativo, de 15.608,2 milhões euros para 15.982 milhões euros (ótica da contabilidade pública), ou seja, em 373,8 milhões euros, o que corresponde apenas a 0,23% (menos de ¼ de 1%), o que quase não alterou a percentagem que a despesa pública representa no PIB. Em 2013, devido à reposição dos subsídios a despesa do pessoal representa apenas 9,7% do PIB quando em 2012, segundo o Eurostat, correspondeu a 10%. Apesar deste forte corte na despesa pública, nomeadamente na despesa com pessoal e com o investimento, o défice não foi contido pois a divida pública continuou a aumentar de uma forma extremamente rápida. Segundo o Boletim Estatístico do Banco de Portugal de Agosto de 2013, durante o governo PSD/CDS e a “troika”, ou seja, entre o inicio de 2011 e Junho de 2013, a divida das Administrações Públicas aumentou de 107,5 do PIB (185.844 milhões de euros) para 155,2% do PIB (253.463 milhões de euros), e a divida na ótica de Maastrich, que não inclui a totalidade da divida, subiu de 94% do PIB (162.473 milhões de euros) para 131,4% do PIB (214.573 milhões de euros), ou seja, em mais 37,4 pontos percentuais do PIB (+ 52.100 milhões de euros), o que prova que toda a politica de violação dos direitos dos trabalhadores e de destruição da Administração Pública, com consequências dramáticas para a população, tem sido inútil. Estes dados oficiais também levam à conclusão que não são as Despesas com o Pessoal a principal razão do desequilíbrio das contas públicas; pelo contrário, a redução do défice tem sido feita à custa da diminuição significativa destas despesas o que está a causar uma situação insustentável em termos sociais e é uma das razões da quebra da procura interna que tem determinado a falência de milhares de empresas e o disparar do desemprego. É urgente que este politica seja invertida pois ela está também a determinar a degradação das funções sociais do Estado e, consequentemente, dos serviços essenciais prestados à população A despesa que cresceu mais foi o pagamento de juros aos credores do Estado que, entre 2010 e 2012, subiu 41,9% (mais 1.849 milhões €). Para 2013, para pagamento só de juros e comissões estão previstos no orçamento retificativo 8.572,1 milhões de euros, o corresponde a 5,2% do PIB, ou seja, praticamente ao valor do défice relevante para efeitos do programa de ajustamento imposto pela “troika” como consta do mesmo orçamento (pág. 10). O quadro 2, construído com os dados mais recentes divulgados pela DGAEP, que são os do 2º Trimestre de 2013, permite analisar a variação dos trabalhadores de todas as Administrações no período Dez/2011 a Junho/2013, ou seja, permite analisar o ritmo de destruição das Administrações Públicas em Portugal com este governo e com a “troika”, assim como os grupos profissionais e os serviços prestados à população mais atingidos.
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Quadro 2- Número de trabalhadores de todas Administrações Públicas (Central, Local e Regional) por grupos profissionais no período Dez/2011 a Junho/2013
CARGO / CARREIRA / GRUPO
Nº de Trabalhadores Variação -‐ Nº Variação em %
31/dez/11 30/jun/12 30/jun/13 Dez2011/ Jun2013
Jun2012/ Jun2013
Dez2011/ Jun2013
Jun2012/ Jun2013
Total 611.801 603.168 574.946 -36.855 -‐28.222 -‐6,0% -‐4,7% Representantes do poder legislativo 3.050
2.902
2.738 -312
-164
-10,2%
-5,7%
Dirigente superior 1.419 1.354 1.265 -154 -89 -10,9% -6,6% Dirigente intermédio 9.599 9.293 8.669 -930 -624 -9,7% -6,7% Técnico Superior 53.023 51.492 50.904 -2.119 -588 -4,0% -1,1% Assist. técnico, técnico nível interm., administrativo 82.689
81.800
79.278 -31
-2.522
-4,1%
-3,1%
Assist. operac., operário, auxiliar; aprend. e pratic. 139.708 136.131
130.491 -9.217 -5.640 -6,6% -4,1%
Informático 4.622 4.585 4.524 -98 -61 -2,1% -1,3% Magistrado 3.805 3.823 3.873 68 50 1,8% 1,3% Diplomata 372 351 353 -19 2 -5,1% 0,6% Pessoal de Investigação Científica 1.784 1.765
1.503 -281 -262 -15,8% -14,8%
Docente Ensino Universitário 13.994 13.849 13.765 -229 -84 -1,6% -0,6% Docente Ensino Superior Politécnico 9.695 9.535 9.111
-584 -424 -6,0% -4,4% Educadores Infância e Doc. do Ens. Básico e Secundário 150.852 150.378
137.115 -13.737 -13.263 -9,1% -8,8%
Pessoal de Inspecção 1.738 1.734 1.653 -85 -81 -4,9% -4,7% Médico 7.462 7.528 7.537 75 9 1,0% 0,1% Enfermeiro 9.615 9.151 8.946 -669 -205 -7,0% -2,2% Téc. Diagnóstico e Terapêutica 2.171 2.057 1.972 -199 -85 -9,2% -4,1% Técnico Superior de Saúde 687 671 670 -17 -1 -2,5% -0,1% Administ.Tributária e Aduaneira 9.927 9.892 9.675 -252 -217 -2,5% -2,2% Conservador e Notário 682 671 662 -20 -9 -2,9% -1,3% Oficial dos Registos e do Notariado 4.568 4.473 4.383
-185 -90 -4,0% -2,0% Oficial de Justiça 8.095 7.949 7.665 -430 -284 -5,3% -3,6% Forças Armadas 34.509 34.442 32.639 -1.870 -1.803 -5,4% -5,2% Polícia Judiciária 2.317 2.276 2.199 -118 -77 -5,1% -3,4% Polícia de Segurança Pública 21.925 21.560 21.360 -565 -200 -2,6% -0,9% Guarda Nacional Republicana 22.899 23.175 22.001 -898 -1.174 -3,9% -5,1% Serviço Estrangeiros Fronteiras 756 755 752 -4 -3 -0,5% -0,4% Guarda Prisional 4.312 4.482 4.341 29 -141 0,7% -3,1% Outro Pessoal de Segurança 1.990 1.610 1.550 -440 -60 -22,1% -3,7% Bombeiro 2.264 2.238 2.171 -93 -67 -4,1% -3,0% Polícia Municipal 1.272 1.246 1.181 -91 -65 -7,2% -5,2%
FONTE :Estatísticas do 2º Trimestre 2013 – DGAEP Entre Dezembro/2011 e Junho de 2013, as Administrações Publicas perderam 36.885 trabalhadores, o que correspondeu a uma redução de 6% apenas num ano e meio. Entre Junho/2012 e Junho/2013, portanto no último ano, o número de trabalhadores das Administrações Públicas passou de 603.168 para 574.946, o que significou uma redução de 28.222, ou seja, de 4,7%. Portanto, a redução do número de trabalhadores da Função Pública está a ser feita a um ritmo 2,35 vezes superior à constante do próprio “Memorando de entendimento” assinado pelo PS/PSD/CDS em Maio de 2013, que era de 2% ao ano, o que está a provocar, como era previsível, uma profunda degradação dos serviços públicos prestados à população assim como contribuído para o aumento do desemprego em Portugal pois são postos de trabalho destruídos. Se a análise for feita por grupos profissionais, conclui-se que os mais
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atingidos foram os professores, que só no último ano, diminuíram em 13.263 (-8,8%), seguindo-se os assistentes operacionais com uma redução de 5.640; os assistentes técnicos com uma diminuição de 2.522; as Forças Armadas: -1.870; a GNR: -1.174; etc.. Até grupos profissionais cujos rácios estão abaixo dos países da OCDE, e cujo numero é considerado insuficiente por organismos internacionais, como os enfermeiros sofreram, no último ano e meio, uma redução de 669 (-7%). Também grupos profissionais indispensáveis à cobrança das receitas do Estado (tenha-se presente que, neste momento, as dividas ao Fisco e à Segurança Social já ultrapassam os 27.000 milhões €); repetindo, mesmo grupos profissionais indispensáveis à cobrança de impostos e de contribuições da Segurança Social têm sofrido uma redução importante. Assim, a Administração Tributária e Aduaneira registou uma redução de 217 trabalhadores só no último ano. Portanto, a degradação da Administração Pública e, consequentemente, dos serviços prestados à população é a consequência inevitável desta politica. Os dados do quadro 3, também do DGAEP, permitem analisar um outro aspeto: as remunerações nas Administrações Públicas por grupos profissionais.
Quadro 3 – Número de trabalhadores e remunerações e ganhos médios em 2013 nas Administrações Públicas (Central, Local e Regional) por grupos profissionais
CARGO / CARREIRA / GRUPO
30/jun/13 Abril.2013 Remuneração Base Mensal
(RBM)
RB ANUAIS
(14M) 2013
Milhões €
Abril.2013 Ganho Medio Mensal (GMM)
2013 2013 2013
Número trataba- lhadores
GM ANUAIS
Milhões €
GMM-RBM
MENSAL
GMA-RMA /ANO Milhões
€
Total 574.946 1.405,3 € 11.311,8 1.597,5 € 12.858,4 192,2 € 1.546,7 Representantes do poder legislativo 2.738 2.269,2 € 87,0 2.825,0 € 108,3 555,8 € 21,3
Dirigente superior 1.265 3.508,1 € 62,1 4.260,9 € 75,5 752,8 € 13,3 Dirigente intermédio 8.669 2.451,8 € 297,6 2.899,4 € 351,9 447,6 € 54,3 Técnico Superior 50.904 1.612,3 € 1.149,0 1.762,7 € 1.256,2 150,5 € 107,2
Assistente técnico, técnico nível interm., administrativo
79.278 931,8 € 1.034,2 1.062,2 € 1.179,0 130,4 € 144,8
Assistente operacional, operário, auxiliar; aprendiz e pratic.ante 130.491 616,7 € 1.126,6 740,4 € 1.352,5 123,7 € 226,0
Informático 4.524 1.694,7 € 107,3 1.836,9 € 116,3 142,2 € 9,0 Magistrado 3.873 4.108,1 € 222,7 4.834,2 € 262,1 726,1 € 39,4
Diplomata 353 2.328,7 € 11,5 8.129,1 € 40,2 5.800,4 € 28,7 Pessoal de Investigação Científica 1.503 3.085,1 € 64,9 3.185,9 € 67,0 100,8 € 2,1 Docente Ensino Universitário 13.765 3.205,3 € 617,7 3.308,3 € 637,5 103,0 € 19,8 Docente Ensino Superior Politécnico
9.111 2.679,1 € 341,7 2.783,9 € 355,1 104,8 € 13,4
Educ.Infância e Doc. do Ens. Básico e Secundário
137.115 1.957,4 € 3.757,5 2.056,4 € 3.947,5 99,0 € 190,0
Pessoal de Inspecção 1.653 1.992,6 € 46,1 2.315,9 € 53,6 323,3 € 7,5 Médico 7.537 2.865,4 € 302,3 3.617,5 € 381,7 752,1 € 79,4 Enfermeiro 8.946 1.385,5 € 173,5 1.640,1 € 205,4 254,6 € 31,9 Técnico Diagnóstico e Terapêutica 1.972 1.316,4 € 36,3 1.440,2 € 39,8 123,8 € 3,4
Técnico Superior de Saúde 670 1.783,4 € 16,7 1.891,0 € 17,7 107,7 € 1,0 Administração Tributária e Aduaneira 9.675 1.809,9 € 245,1 1.989,9 € 269,5 180,1 € 24,4
Conservador e Notário 662 3.370,9 € 31,2 3.629,5 € 33,6 258,6 € 2,4 Oficial dos Registos e do Notariado 4.383 1.802,4 € 110,6 1.962,5 € 120,4 160,2 € 9,8
Oficial de Justiça 7.665 1.380,8 € 148,2 1.613,0 € 173,1 232,1 € 24,9 Forças Armadas 32.639 1.094,1 € 500,0 1.466,4 € 670,1 372,3 € 170,1 Polícia Judiciária 2.199 1.771,3 € 54,5 2.184,4 € 67,2 413,1 € 12,7
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Polícia de Segurança Pública 21.360 1.363,6 € 407,8 1.761,2 € 526,7 397,6 € 118,9 Guarda Nacional Republicana 22.001 1.378,2 € 424,5 1.653,6 € 509,3 275,4 € 84,8 Serviço Estrangeiros Fronteiras 752 1.982,8 € 20,9 2.651,2 € 27,9 668,4 € 7,0 Guarda Prisional 4.341 988,2 € 60,1 1.839,5 € 111,8 851,3 € 51,7
Outro Pessoal de Segurança 1.550 1.066,8 € 23,1 1.438,1 € 31,2 371,2 € 8,1
Bombeiro 2.171 1.000,2
Bela€
30,4 1.481,2 € 45,0 481,0 € 14,6
Polícia Municipal 1.181 956,8 € 15,8 1.401,6 € 23,2 444,8 € 7,4
FONTE: 2º Trimestre 2013 – DGAEP Em Abril de 2013, a remuneração base média em todas as Administrações Públicas era de 1.405,3 €/mês, e o ganho médio de 1.597,5€. Isto significa que o ganho médio era superior à remuneração base média em apenas 192,2€. No setor privado, a diferença entre o ganho médio e a remuneração média era em Outubro de 2011, segundo o Ministério da Segurança Social e da Solidariedade, de 171,1€ (Boletim Estatístico, Dez/2012), portanto a diferença entre o setor privado e o setor público não é tão grande como a propaganda governamental pretende fazer crer. E na diferença de 192,2€ que se verifica nas Administrações Públicas, para além dos suplementos, alvo agora também da fúria do governo, estão também incluídos o subsídio de alimentação (93,94€/mês) e as horas extraordinárias. Embora a remuneração média nas Administrações Públicas seja de 1.405,3€/mês, muitas dezenas de milhares de trabalhadores ganham muito menos. Os Assistentes Operacionais, que são 130.491, têm uma remuneração base média mensal de apenas de 616,7€; os Assistentes Técnicos, que são 79.278, têm uma remuneração base média de apenas de 931,8€/mês. Os grupos profissionais, com remunerações base mais elevadas, estão associados principalmente a grupos com níveis de escolaridade correspondentes ao ensino superior (professores, médicos, diplomatas, etc.), ou então a profissões de risco.
2 – A PERDA DE PODER DE COMPRA DOS TRABALHADORES DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DURANTE O GOVERNO PSD/CDS E “TROIKA” Em 2011, os trabalhadores da Administração Pública sofreram um corte entre 3,5% e 10% (a média foi 5%) que atingiu todos os ganhavam nessa altura pelo menos 1.500€/mês a que se acrescentou, em 2012, o confisco do subsídio de férias e de Natal. Em 2013, isso não sucedeu novamente porque este confisco foi declarado inconstitucional pelo próprio Tribunal Constitucional (já tinha sido em 2012, mas o Tribunal permitiu, a titulo excecional, que o confisco se mantivesse) mantendo-se, no entanto, o corte nas remunerações superiores a 1.500 euros. A análise dos dados publicados pela DGAEP mostra a perda continua do poder de compra dos trabalhadores da Função Pública. Segundo dados divulgados por este direção geral do Ministério das Finanças, em 2011, a remuneração base média em toda a Administração Pública era de 1.404,7 €/mês e o ganho médio de 1.599,7€/mês; e, em 2013, a remuneração base média é de 1.405,3€/mês e o ganho médio de 1.597,5€/mês, portanto mantiveram-se congeladas. Durante, o mesmo período de tempo o Índice de Preços no Consumidor aumentou segundo o INE, em 2011, 3,65% e, em 2012, 2,77%; em 2013, a previsão oficial é que atinja 1,6%,
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portanto uma subida acumulada superior a 8%, o que determinou, face ao congelamento das remunerações na Função Pública um perda de poder de compra, só entre 2011 e 2012, estimada em 7,6%, a que se deve adicionar a quebra no poder de compra das remunerações da Função Pública, entre 2000 e 2011, que se calcula em 13%.
3 – PROPOSTA DE UM AUMENTO MÉDIO DE 3,7% COM UMA SUBIDA MINIMA
DE 40 EUROS POR TRABALHADOR A determinação do aumento remuneratório a reivindicar em 2014 teve como base, por um lado, o valor fixado pela CGTP-IN para a contratação coletiva e, por outro lado, a subida média que se obtém com uma alteração (subida) de um nível remuneratório; e também considerada a taxa de inflação que só no período 2013/2014 deverá atingir cerca de 3,5%. Por todas estas razões propõe-se que o aumento a reivindicar em 2014 seja de 3,7% com um aumento mínimo de 40 euros com o objetivo de proteger o poder de compra dos salários mais baixos. Segundo os dados divulgados pela DGAEP/Ministério das Finanças referidos anteriormente, em 2013, o número total de trabalhadores de todas as Administração Públicas era 574.946 e a remuneração base média por trabalhador 1.405 euros. Fazendo os cálculos necessários conclui-se que um aumento de 3,7% com uma subida mínima de 40 euros corresponde a um aumento de despesa com pessoal estimada em 464,4 milhões de euros, por ano, para todas as Administrações Públicas.
24/09/2013