Gerir e Organizar Bibliotecas Escolares
Introdução à Gramática da Gestão de Bibliotecas
FormaçãoPortugal, 2007
Maria José Vitorino [email protected]
c/ Ana Melo Santos [email protected]
Fundamentos
As questões da identidade são essencialmente questões de linguagem. (…)
A linguagem (...) é uma componente maior da subjectividade. (…) a identificação social é um mecanismo essencial da construção dos sujeitos. (…)
(…) falar da sua vida é, para a maioria das pessoas, uma operação de alto risco, mesmo quando tem confiança no seu interlocutor.
Claude Dubar (2006)A cride das identidades: a interpretação de uma mutação. Lisboa: Celta
Quem gere (ou interfere na gestão) bibliotecas escolares, com que palavras/discursos fala disso?
Onde está o sujeito? Quantos sujeitos ?
Bibliotecário Escolar e na Equipa (Manifesto da Unesco)
Escola e na Equipa, e seu Coordenador (Guidelines IFLA)
Conselho Executivo? Conselho Pedagógico? Assembleia de Escola?
“Rede” (conversa informal entre professores e estruturas do Ministério)?
SABE (Bibliot. Munic. / Autarquias)?
…..
A caminho da gestão colaborativa, da responsabilidade pessoal e social. Relações entre sujeitos
Pronomes
nós vós
tu
eu
eles/elas eu
ele/ela
outro
ProximidadeAcessoProjecto
AssertividadeLiderançaNegociação
ColaboraçãoCooperaçãoParceria
Comunidade (s)InteracçãoÉtica
eu outros
eles/elas
nós
Acção e reacçãoVerbos
Agente
Conceber (visão) Desenvolver Inquirir Observar Interpretar Planear Comunicar Reflectir/Avaliar
Paciente
Ouvir Sentir Lembrar Entender Estar disponível Ser avaliado
ObjectosComplementos (i)
Gerimos, organizamos uma biblioteca de tipologia definida (escolar), um serviço educativo com uma missão específica, de acordo com a cultura da escola e da comunidade em que se insere
Gerimos, organizamos recursos Materiais Espaço/Lugar (acesso presencial e/ou virtual) Tempo, tempos Verbas (existência, ausência, carência) Gente (idem) Informação Conhecimento (inc. curriculum) Serviços (servir bem, só a olhar a quem…) Projectos (delimitados temporalmente)
ObjectosComplementos (ii)
Gerimos para promover/regular modos de uso dos recursos (quais?) desenvolvimento de competências (inc.
atitudes) construção de
referências/valores/memórias (porquê essas e não outras?)
ObjectosComplementos (iii)
Gerimos para quem? Destinatários contemporâneos
Alunos Docentes Pessoal Não Docente Famílias Administração educativa (local, regional,
nacional)
Destinatários futuros Indivíduo(s) Comunidade(s)
ObjectosComplementos (iv)
Fins2 exemplos
Imaginação
Competências leitoras
Estratégias. Promoção da imaginaçãoPorquê?
Amos Oz (2006). Contra o fanatismo. Lisboa: Asa
Acredito, de uma forma simples e cautelosa, que a imaginação possa servir de protecção parcial e limitada contra o fanatismo.
Neste momento, bem gostaria de vos dizer que a literatura é a resposta, porque a literatura contém um antídoto contra o fanatismo, que é a injecção de imaginação nos leitores. Gostava de poder receitar simplesmente: leiam literatura e ficção e ficarão
curados do vosso fanatismo. Infelizmente, não é assim tão simples.
Estratégias. Promoção da imaginaçãoImaginação & Literatura
Infelizmente, muitos poemas, muitas histórias e dramas ao longo da História foram utilizados para fomentar o ódio e a superioridade moral nacionalista. Apesar de tudo, há algumas obras literárias que julgo poderem ajudar até certo ponto.
Estratégias. Promoção da imaginação Imaginação & Literatura Seleccionada
Shakespeare. Gogol. Kafka. FaulknerY. Amijai:
Onde temos razão não podem crescer flores
(selecção Amos Oz)
Camões
Quem não sabe Arte não a estima
(sel. minha)
Estratégias. Promoção da imaginação Imaginação & Humor
E se me prometerem não levar à letra o que vou dizer, atrever-me-ia a assegurar que, pelo menos em princípio, julgo ter inventado o remédio contra o fanatismo. O sentido de humor é uma grande cura. (…)
O sentido de humor implica a capacidade de se rir de si próprio.
Amos Oz, o.c.
Estratégias. Competências LeitorasMultimedia & Livros, e viceversa
Porquê?
A investigação vem marcando evidências sobre as aprendizagens desenvolvidas na Escola actual:
Deficientes competências leitoras
Deficientes competências leitoras multimedia
Estratégias. Competências LeitorasMultimedia & Livros, e viceversa
Porquê?
Os utilizadores jovens recorrem a esta sobretudo para jogar e fazer download de ficheiros, para usar o email, e, muito menos, para pesquisar ou para produzir/criar conteúdos.
Precisamos promover atitudes - consumistas +críticas+criativas
Estratégias. Competências leitorasPromoção de Leitura / de Literacia da Informação
Articulação
ASSOCIAR Livros Multimedia
Biblioteca - Ambiente de Aprendizagem Biblioteca - Comunidade que Aprende Escola – Organização de Conhecimento
Estratégias. Competências leitorasPromoção de Leitura / de Literacia da Informação
Prioridades
Defender a autonomia na aprendizagem
Formar para utilizar os recursos de conhecimento por si próprioEducar para a colaboração e a partilha
Promover o espírito crítico Educar para os mediaPapel das Ciências e da Filosofia
Fomentar a criação/produção própria
Educar para a proactividadePapel das Artes – inc. a Criação Literária - e da Tecnologia
Para que serve a Gramática da Gestão da Biblioteca Escolar?
Verbalizando se ajuda o Pensamento
Para que serve a Gramática da Gestão da Biblioteca Escolar?
Pensando e Sentindo se alimenta a Acção
Para que serve a Gramática da Gestão da Biblioteca Escolar?
Agindo se experimentam e medem Argumentos
Para que serve a Gramática da Gestão da Biblioteca Escolar?
Reflectindo (ao espelho) se põe à prova Imaginação e Humor
Referências
Lançar a rede de bibliotecas escolares (1996)Manifesto da IFLA Unesco (1999)Directrizes da IFLA para Bibliotecas Escolares (2002)THEKA Projecto Gulbenkian de Formação de
Professores para o Desenvolvimento de Bibliotecas Escolares (2004- )
ENSIL European Network for School Libraries and Information Literacy (2003- )
Forums do Curso de Formação de Formadores on-line RBE/DGIDC, 1ª turma (2007)
Imagens retiradas da web, cf Creative Commons