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Artigo Científico
Gestão da Cadeia de Suprimentos
Rodrigo Gusmão de Lima
RESUMO
O presente artigo tem por objetivo apresentar a definição e importância da área
de logística para a administração atual. Além disso, o mesmo irá apresentar um
tema relevante para as empresas: gestão da cadeia de suprimentos, vendo-se
o quanto este assunto agrega em valor para uma melhor gestão de todo o
processo produtivo.
Palavras-chave: Gestão da cadeia de suprimento. Logística. Processo produtivo.
ABSTRACT
This paper aims to present the definition and importance of logistics to the
current administration. Furthermore, it will present a topic relevant to business:
supply chain management, seeing themselves as the value in this issue adds to
the better management of the entire production process.
Key-words: Logistics. Management of the supply chain. Production process.
1 INTRODUÇÃO
O artigo que se segue irá tratar de um dos temas mais importantes para a
administração, sendo esse a gestão da cadeia de suprimentos. Este tema está
relacionado diretamente à área de logística, sendo relevante tratar
detalhadamente da mesma, vendo-se o quanto esta contribui para o melhor
desenvolvimento das organizações. Para Ballou (1993, p.17):
A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento, organização e controle efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos.
Será visto que a área de logística apresenta uma série de atividades que
contribuem e facilitam o processo produtivo, desde o processamento de
pedidos (matéria-prima), passando por sua armazenagem, produção e por fim,
distribuição dos produtos acabados para o consumidor final. Essas atividades
abrangem toda organização, mantendo relação com os diversos setores da
empresa. De toda essa interação, surge o foco do trabalho (gestão da cadeia
de suprimento), no qual não é viável para a empresa observar somente o fim
da cadeia produtiva, com a parte de distribuição dos produtos, por exemplo,
mas sim, analisar toda a cadeia, de modo a se buscar excelência em todos os
processos, pois assim se terá redução de custos e maior possibilidade de se
gerar produtos e serviços de qualidade ao consumidor final.
Além disso, será possível perceber a evolução da área de logística ao longo do
tempo, vendo-se o quanto que a área se desenvolveu e ganhou em relevância
nos últimos anos. Hoje, logística pode ser visto como um fator de diferencial
competitivo para as organizações.
2 GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS
2.1 GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS E PROCESSO PRODUTIVO
2.1.2DEFINIÇÃO DE LOGÍSTICA
A logística é uma das áreas da administração que mais tem crescido e
merecido destaque no contexto atual, isso por que, vê-se a mesma em
diversas atividades do processo produtivo de uma organização. Empresas que
definem bem seu papel logístico tendem a reduzir custos e, além disso, ter
qualidade em todas as atividades, desde a chegada da matéria-prima,
produção e distribuição dos produtos. Christopher (2002, p.10) diz que “o raio
de ligação da logística estende-se sobre toda a organização, do gerente de
matérias-primas até a entrega do produto final”. A logística é uma das
atividades mais antigas do mundo. Desde que o homem começou a
desenvolver atividades produtivas organizadas, surgiram três importantes
funções logísticas, sendo essas estoque, armazenagem e transporte. Essa
função vem ganhando cada vez mais em importância devido a dois motivos: o
primeiro de ordem econômica e o segundo de ordem tecnológica. Esse, por
sua vez merece destaque, já que com as inovações tecnológicas, torna-se
mais acessível o gerenciamento das operações logísticas.
Para Ballou (1993, p.17):
A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor o nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento, organização e controle efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos.
O autor, dessa forma, define que a área de logística participará de todo
processo produtivo, tanto em seu início, com as atividades referentes à
armazenagem e movimentação de materiais, além das atividades de
distribuição dos produtos acabados para os consumidores finais.
A noção de satisfazer o cliente não está somente ligada ao produto final. Isso
mudou há muito tempo. Atualmente, todo o processo produtivo tem relevância
e precisa de qualidade, para assim, o valor ser agregado ao consumidor final.
Nesse sentido trabalha-se com a gestão da cadeia de suprimento, pois essa irá
observar o funcionamento de todo processo de produção. Ching (2001, p.17 e
18) menciona que:
É mais do que uma simples preocupação com produtos acabados, o que era a tradicional preocupação da distribuição física. Na realidade, a logística está preocupada com a fábrica e os locais de estocagem, níveis de estoques e sistemas de informação, bem como seu transporte e armazenagem.
Segundo Ching (p.14,2001) logística é “a execução das atividades relativas à
movimentação de materiais e ao fluxo de informações, do fornecedor ao
consumidor final”. Isso demonstra, como foi dito acima, que a logística envolve
toda a cadeia produtiva, tendo como sentido principal agregar valor ao cliente
final. Christopher (2002, p.2), cita que:
A logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas) através da organização e seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presente e futura através do atendimento dos pedidos a baixo custo.
A logística, quando bem administrada pode representar a uma organização
uma vantagem competitiva em relação asdemais. Conforme Christopher (2002,
p.2):
Um dos temas centrais deste livro baseia-se no fato de que o gerenciamento logístico pode proporcionar uma fonte de vantagem competitiva, em outras palavras, uma posição de superioridade duradoura sobre os concorrentes, em termos de preferência do cliente, pode ser alcançado através da logística.
Além disso, a logística também se constitui como uma importante atividade
econômica, contribuindo para o fortalecimento do PIB de vários países.
Segundo Fleury (2000, p. 30):
Levantamentos realizados nos EUA indicam que os gastos com logística equivalem a cerca de 10% do PIB americano, o que representa cerca de US$700 bilhões, o equivalente ao PIB brasileiro. Embora não existam levantamentos específicos, estima-se que no Brasil os gastos com as atividades logísticas correspondam a cerca de 17% do PIB.
Ballou (1993, p.19) afirma que:
Um sistema logístico eficiente permite uma região geográfica explorar vantagens inerentes pela especialização de seus esforços produtivos naqueles produtos que ela tem vantagens e pela exportação desses produtos ás outras regiões.
A logística apresenta seus principais objetivos e segundo Ching (2001), esses
são: fornecer quantidade de serviços desejada aos clientes, proporcionar
condições necessárias para que os produtos possam ser armazenados e
movimentados e contribuir para a distribuição eficaz dos produtos acabados.
Com essa definição, é relevante mencionar a evolução do conceito ao longo do
tempo. Surge a noção de logística moderna, com a integração de diversas
áreas da empresa. Esse constitui o principal tema do artigo: apresentar o
quanto essa integração apresenta de benefício para a organização.
A gestão da cadeia de suprimentos abrange o estudo de diversas áreas, como
dimensionamento e layout de armazéns, alocação de produtos em depósito,
transportes, distribuição, seleção de fornecedores e clientes externos. E, além
disso, para Christopher (2002), a cadeia de suprimentos equivale a uma rede
de organizações, no qual uma indústria que converte matéria-prima em produto
final, precisa dos fornecedores de matéria-prima e também das organizações
que efetuam a distribuição dos produtos. Enxerga-se, portanto, todas as áreas
do processo produtivo: em primeiro plano a chegada da matéria-prima, na
relação empresa e fornecedor, com os conceitos de fluxo de compra de
matéria-prima. Em segundo plano a produção, com todas as atividades de
gerenciamento de estoques, técnicas de armazenagem, operações de
produção e transformação, controles de materiais e processos e produtos
acabados. E, por fim, o gerenciamento de transportes dos produtos finais ao
consumidor, tendo-se nessa fase a relação da logística com a área de vendas
e marketing, já que aqui se define, por exemplo, as embalagens do produto
acabado, que devem, além de garantir proteção ao produto, manter boa
comunicação com o cliente externo.
É de toda essa integração que surge o conceito de supplychain, que permitirá
o sincronismo entre as estratégias das diversas áreas da organização e de
seus fornecedores. Segundo Ching (2001, p.18) “a logística deve ser a
interface entre as áreas responsáveis por essas atividades”. A questão de se
trabalhar com logística integrada ou supplychain começou a partir da década
de 80 e estendeu-se por mais 15 anos, atingindo os anos 90.
Para Fleury (2000, p.39) tem-se com o conceito “uma ampliação da atividade
logística para além das fronteiras organizacionais, na direção do cliente e
fornecedores na cadeia de suprimentos”. Da década de 90 em diante, essa
noção cresceu em destaque e, com a busca pela qualidade total, ou seja, todos
os processos da produção precisam ter excelência, o conceito ganhou mais
espaço, pois o mesmo abrange todas as atividades inerentes ao processo
produtivo, sendo mais simples a visualização de cada um deles. Fleury (2000)
menciona que empresas que trabalham com a logística integrada apresentam
ganhos a partir das reduções substanciais nos custos operacionais da cadeia
de suprimentos. Isso ocorre pelo fato de que, todos os âmbitos da cadeia
produtiva são detalhados e bem trabalhados, logo se torna possível visualizar
as melhores oportunidades de, como por exemplo, manter contatos com
fornecedores de matéria-prima que tenham menores preços.
2.1.3 EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA
A logística teve seu desenvolvimento e sofreu evoluções ao longo do tempo.
Fleury (2000) e Ching (2001) trazem a noção em relação a essa evolução.
Antes de 1950, a produção agrícola tinha grande destaque, logo a as
preocupações estavam ligadas somente com as questões de transporte para
escoamento dos produtos. Nessa fase, não existia um departamento específico
de logística. As competências da área estavam distribuídas por vários setores.
O transporte era responsabilidade de produção, os estoques ficavam sob o
comando de marketing e o processamento de pedidos controlado por finanças.
Após 50 até da década de 60 a logística sofreu uma grande influência militar.
Em guerras, um dos principais focos são a distribuição e movimentação
eficazes dos materiais e armamentos. Isso é amplamente tratado em logística e
sofreu influência desse período de guerras. Os americanos (soldados
americanos) desenvolviam várias funções logísticas como aquisição,
estocagem, definição de especificações e transporte. De 60 até meados da
década de 70 começa a surgir o que está sendo tratado neste trabalho: o
conceito de logística integrada. A observação dos processos logísticos e de
produção é visto, agora, de modo geral, tendo-se também a busca por redução
de custos em todo processo. Outro ponto importante de se destacar é que, a
partir dessa fase, ocorre o aparecimento formal da área da logística, tanto na
prática quanto para fins acadêmicos. Da década de 70 até 80 e 90 a logística
volta o seu foco para o cliente, principalmente para a parte de produção e
distribuição dos produtos. Tem-se também nessa fase um grande
acontecimento: o aumento dos preços relativos ao petróleo. Logo, com isso, os
países passaram a ter que controlar seus custos com transporte, tendo que
desenvolver melhores métodos para distribuição de seus produtos e captação
de matéria-prima. Da década de 90 até hoje a logística vive a fase relacionada
com a preocupação com todas as áreas da empresa, entendo que os
departamentos devem trabalhar integrados, de modo que todo o processo
produtivo tenha valor. O planejamento logístico vem desde a mais alta gestão,
passando então para os demais níveis da organização.
2.1.4 ATIVIDADES LOGÍSTICAS
A logística apresenta atividades primárias e secundárias em sua composição.
As atividades primárias, conforme Ching (2001, p.25) são “essenciais para o
cumprimento da função logísticae contribuem com o maior montante do custo
total da logística”. A primeira atividade primária é a de transporte, que se refere
aos métodos de movimentar os produtos aos clientes, incluindo modais
ferroviários, rodoviários, aeroviário e marítimo. Para Fleury (2000, p.125) “o
transporte é, em geral, responsável pela maior parcela dos custos logísticos”.
Ballou (1993, p.24) afirma o mesmo “para a maioria das firmas, o transporte é a
atividade logística mais importante simplesmente porque ela absorve, em
média, de um a dois terços dos custos logísticos”. Cada modal apresenta um
custo e cabe à organização aderir ao modal que mais lhe beneficia. Surge,
aqui, um importante ponto, relacionado ao intermodalismo, que busca trabalhar
com vários modais no processo de transporte dos produtos acabados. E, além
disso, têm-se também os operadores logísticos, que são aqueles prestadores
de serviços logísticos integrados, capazes de gerar economias no processo de
distribuição. A segunda é a gestão de estoques, que trata da organização e
alocação de estoques, sendo necessário um nível mínimo de estoque para que
a empresa reduza seus riscos. Para Fleury (2000), a gestão de estoques é a
base da cadeia de suprimentos e dependerá de quatro pontos relevantes:
quanto pedir, quando pedir, quanto manter em estoques de segurança e onde
localizar. Conforme Ching (2001, p.32):
O controle de estoque exerce influencia muito grande na rentabilidade da empresa. Os estoques absorvem capital que poderia estar sendo investido de outras maneiras, desviam fundos de outros usos potenciais e têm o mesmo custo de capital que qualquer outro projeto de investimento da empresa. Aumentar a rotatividade do estoque libera ativo e economiza o custo de manutenção do inventário.
Ballou (1993, p.24) menciona que “para se atingir um grau razoável de
disponibilidade de produto, é necessário manter estoques, que agem como
amortecedores entre a oferta e a demanda”.
Aqui, tem-se uma questão importante na administração atual, em relação a se
trabalhar com grandes ou reduzidos estoques. Por um lado, grandes estoques
geram menos risco e, pequenos estoques ou estoques necessários diminuem
custos. Pode-se, portanto, citar o Just in Time, que trata da noção de se
trabalhar com estoques em quantidades ideais, certas, para que a organização
não tenha capital empatado. Ching (2001, p.38) afirma que o Just in Time:
Visa atender a demanda instantaneamente, com qualidade e sem desperdícios. Ele possibilita a produção eficaz em termos de custo, assim como o fornecimento da quantidade necessária de componentes, no momento e em local corretos, utilizando o mínimo de recursos.
Christopher (2002, p.161) trata o Just in Time da seguinte forma:
Ele se baseia na simples ideia que, sempre que possível nenhuma atividade deve acontecer num sistema, enquanto não houver necessidade dela. Desta forma, nenhum produto deve ser feito, nenhum componente deve ser pedido enquanto não houver necessidade.
O Just in Time irá contrastar com o tradicional sistema de montar e fabricar
produtos em larga escala, antecipando a demanda. Aqui, trabalha-se com a
produção, após as previsões de demanda ser estabelecidas.
A terceira é o processamento de pedidos, que trata do relacionamento da
organização com seus fornecedores, sendo relevante manter uma boa ligação
e boa rede de contatos, à fim de se negociar bons valores, prazos e condições
de pagamento, que venham a beneficiar as duas partes. Ching (2001)
menciona que essa relação deve ser provida de atividades necessárias para
que se tenham garantias de que a matéria-prima é de alta qualidade e que a
mesma será entregue no momento e modo corretos, para assim atender aos
requisitos do processo de fabricação dos produtos. Ching (2001, p.90) cita que
“as compras assumem papel estratégico na empresa”. É de vital importância
que a empresa tenha seus processos integrados com os seus fornecedores, de
modo que existam relações estritas duradouras. Para Ballou (1993, p.25),
processamento de pedidos “é também a atividade primária que inicializa a
movimentação de produtos e entrega de serviços”. Se essa parte não for bem
desempenhada, toda a cadeia produtiva ficará comprometida, já que a matéria-
prima não chegará da forma correta e tempo correto, dificultando todos os
processos. No entanto, as organizações não tendem, em sua maioria, a
despender grande interesse para essa questão, pois não conseguem perceber
que a mesma exerce influência direta na redução de custos e transporte de
mercadorias.
As atividades secundárias têm a função de apoio às atividades primárias. Tem-
se, aqui, com a primeira a armazenagem. Essa atividade refere-se à parte
interna da empresa, tendo-se ligação com as técnicas usadas para
armazenagem de matérias. Ballou (1993) diz que a armazenagem tem relação
com a observação de espaço necessário para se manter os estoques. Essa
atividade lida com impasses ligados à localização, arranjo físico,
dimensionamento da área e recuperação do estoque. Constitui-se um tema
importante, pois a forma como a empresa armazena suas mercadorias
influencia diretamente em seu processo produtivo e, além disso, se bem
gerenciado, existem formas de armazenagem que reduzem custos e espaço,
como a unitização. Neste conceito, surge a importância de se aproveitar, por
exemplo, estruturas de armazenagem adequadas que comportem as matérias-
primas nos armazéns, de modo que se tenha a economia de espaço e aumento
da acessibilidade ao cliente interno. A segunda é o manuseio de materiais, que
se refere à movimentação dos produtos no local de armazenagem. Ballou
(1993) se refere a essa atividade, como sendo aquela que trata da
transferência de mercadorias do ponto de recebimento no depósito até o local
de armazenagem e deste até o ponto de distribuição. Isso tem grande
relevância, já que existem equipamentos de movimentação diversos que
podem ser utilizados, para que os materiais possam ser deslocados da melhor
forma. A terceira é a embalagem de proteção, que trata de uma área que
mantém relação com as diversas partes da empresa, já que aqui será definida
a embalagem do produto. Do ponto de vista logístico, a importância está em se
ter uma embalagem que garanta a proteção ao produto e sua facilidade de
transporte. Ballou (1993, p.27) aponta que “bom projeto de embalagem do
produto auxilia a garantir a movimentação sem quebras” e do ponto de vista de
vendas e marketing, a relevância está em se ter uma embalagem que se
comunique da melhor forma com o cliente. A quarta é a obtenção, que tem
relevância direcionada à compra correta dos suprimentos que serão usados no
processo produtivo. Conforme Ballou (1993, p.27) “trata da seleção das fontes
de suprimento, das quantidades a serem adquiridas, da programação das
compras e da forma pela qual o produto é comprado”. A quinta atividade é a
programação de produtos, que mantém relação com a área de produção, no
sentido de a área de logística ou de materiais, garantirem a quantidade correta
de produtos primários, para que a produção venha a ser feita no momento
correto. Vê-se claramente, em todos esses casos, a grande ligação que a parte
de logística tem com várias áreas da empresa e como suas competências
influenciam o funcionamento das demais áreas. A quinta é a manutenção da
informação, que significa ter uma base de dados adequada para o
planejamento e controle da logística empresarial.
2.1.5 LOGÍSTICA E OUTRAS ÁREAS DA EMPRESA
A área de logística, como foi mencionado anteriormente, vem crescendo em
importância dentro da administração e sua relação com outros setores da
organização torna-se cada vez mais claro. Ballou (1993) trata dessas relações.
Por exemplo: as atividades de formação de preços e definição de embalagens
devem ser administradas conjuntamente por logística e marketing. A
embalagem projetada deve garantir o interesse das duas áreas: gerar proteção
para o produto, atendendo assim a logística e gerar boa comunicação ao
produto, atendendo marketing. Por sua vez, compras e programação da
produção devem ser tratadas por logística e área de produção. Essa última
sempre se preocupa em produzir da melhor maneira e com extrema qualidade,
porém, para que isso ocorra, é de vital importância que a área de logística
localize as melhores fontes de suprimento, com preço acessível e quantidades
favoráveis.
2.1.6 PROCESSOS CHAVES DA CADEIA DE SUPRIMENTO
Segundo Fleury (2000), a cadeia de suprimentos apresenta processos chaves
que são: relacionamento com os clientes, serviços aos clientes, administração
de demanda, atendimento de pedidos, administração do fluxo de produção,
compras e suprimentos e desenvolvimento de novos produtos.
Detalhando-as tem-se que a primeira foca o desenvolvimento da fidelização de
clientes, á fim de mantê-los a longo prazo para a organização. Trabalha-se
nesse ponto, por exemplo, com o pós-venda, no sentido de assegurar para o
consumidor final a entrega do seu produto de modo eficaz. Nesse caso, o fim
da cadeia de suprimentos (distribuição), precisa ter excelência. A segunda
mantem relação na busca por excelência no serviço prestado ao cliente. A
terceira liga-se a desenvolver técnicas de mensuração de demanda, com o
objetivo de se equilibrar a oferta com a demanda. Trabalha-se nesse sentido
com as previsões de demanda, de modo a se tentar aproximar ao máximo da
intenção de compra do cliente externo. Isso facilita outros processos da
organização, como por exemplo, a quantidade de matéria-prima que deve ser
adquirida, para suprir exatamente essa previsão de demanda. A quarta
também se liga ao cliente, na tentativa de atendê-lo dentro do seu prazo
estabelecido. A quinta foca na parte interna da empresa, vendo-se a relação da
área de logística com produção, com o intuito de se produzir de modo flexível,
atendendo as expectativas do mercado. Logística recebe informações da área
de produção em relação a quantidade de produção para aquele período e com
isso deve garantir que a matéria-prima esteja disponível no momento correto. A
sexta direciona-se ao contato com os fornecedores, para que os suprimentos
possam ser adquiridos dentro do prazo e preço esperados. E por fim, é
necessário está atento ao ambiente externo, observando as novas tendências,
para que novos produtos venham ser desenvolvidos. Percebe-se que o papel
da área de logística mantém forte relação com marketing, no sentido da
captação e fidelização de novos clientes. As atividades desempenhadas e que
estão sob responsabilidade da logística exercem forte influência no
comportamento dos clientes.
Assim, percebe-se o quanto a gestão da cadeia de suprimentos contribui para
o melhor desenvolvimento de uma organização, no sentido de que, essa
gestão abrange todas as atividades relacionadas ao processo produtivo,
englobando diversas atividades logísticas que garantem à empresa redução de
custos e maior interatividade entre as áreas que participam diretamente do
processo produtivo.
3 CONCLUSÕES
Ao fim deste artigo é possível concluir que a área de logística é de suma
relevância para as organizações. Não é possível, em um contexto de mercado
altamente competitivo, sobreviver sem a busca por excelência em relação à
área de logística. A mesma abrange todas as partes da empresa e todo
processo produtivo depende das atividades logísticas. Uma falha em uma das
partes do processo produtivo compromete toda produção e não agrega aquilo
que a empresa busca: valor ao cliente final. Com isso, torna-se viável a
conclusão de que, todo o processo produtivo precisa trabalhar integrado e com
o apoio das diversas atividades logísticas e nesse contexto, surge a gestão da
cadeia de suprimentos. Organizações que gerem da melhor forma sua cadeia
de suprimentos tendem a ter um grande diferencial competitivo, já que com
isso, reduzem custos, desde o processamento de pedidos de matéria-prima,
passando pela armazenagem de materiais, até chegar à distribuição da
produção ao cliente externo. Conclui-se que a logística mantem forte relação
com toda empresa e com todos os seus setores e com isso, suas atividades
podem ajudar ou comprometer, se mal executada, todo o funcionamento da
empresa.
REFEREÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHING, Hong Yuh. Gestão de estoques na cadeia de logística integrada – supply chain. 2. Ed, São Paulo: Atlas, 2001.
BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial: transporte, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.
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