Há uma estranha beleza na noite ! Há
uma estranha beleza !
Oh, a transcenden
te poesiaque verso
algum traduz...
A via-láctea, inteiramente
acesaparece a fotografia
de um tufão de luz !- Quem seria,
quem seriaque pregou lá no céu aquela
imensa cruz?
Que infinita serenidade...Que infinita serenidade misteriosa
nesse infinito azul dos céus e em
tudo mais:nos telhados, nas ruas, na cidade...
( Só os gatos gritam na noite
silenciosasensualíssimos
ais !)
E o céu azul assim... E
essa serenidade!Silêncio- A
noite, o luar ... Tão
claro o luar lá fora...
Juraria que há alguém, não sei onde que
chora
Meu Deus, que noite calma... E
aquela trepadeirafeminina e ligeiraveio abrir bem na
minha janelauma flor - como
uma boca rubra e bela
que não terei...
- E ainda sinto nos lábios um
travo nauseante
do amor que faz bem
pouco, há apenas um instante,paguei...
Oh, a angústia
invencível que me prostrainvadee me
devorar ...