II GUERRA MUNDIAL.
De homens anônimos a heróis anônimos:
A Força Expedicionária Brasileira e a participação dos paranaenses no período do conflito.
El iaquim Sérg io Chaves da Conce ição.
e l i aqu im se r g io@ ho t m a i l . com
e l i aqu im se r g io@ see d . p r . gov . b r
Pós g r aduado em Educação de Jovens e Adu l t os , p r o f esso r de h i s t ó r i a e Coo r denado r de Exam e de Sup lênc i a – CEEBJ A- I va ipo r ã .
RESUMO
O ar t igo é pa r te do t raba lho do P lano de ação do p rograma
de Desenvo lv imen to Educac iona l – PDE 2008 , e se inse re na
á rea de H is tó r ia Soc ia l e na l i nha de pesqu isa Ter r i tó r io do
Po l í t i co . Nosso ob je t i vo é ana l i sa r o con tex to b ras i l e i ro no
per íodo da I I Guer ra Mund ia l , bem como a par t i c ipação de
pessoas s imp les do Paraná , jun tamente com ou t ros tan tos
jovens , gaúchos , m ine i ros , ca r iocas , pau l i s tas , no rdes t inos ,
en f im , b ras i l e i ros do Nor te e do Su l , de Les te e Oes te , que se
mob i l i zam para en f ren ta rem aque le que se r ia o maio r con f l i to
mund ia l do sécu lo XX, com a c r iação da Força Exped ic ionár ia
Bras i l e i ra , suas con t r i bu ições no pa lco do con f l i to , e ,
p r inc ipa lmen te o p rocesso de desmob i l i zação e d i sso lução da
Força Exped ic ionár ia Bras i le i ra com as imp l i cações e
d i f i cu ldades encon t radas pe los ex-combaten tes no p rocesso de
re in teg ração soc ia l e p ro f i ss iona l . Também é in tenção que es te
t raba lho nos leve a uma in te rvenção pedagóg ica no CEEBJA de
1
I va ipo rã , onde para a lém de va lo r i za r as ações da FEB,
p roporc ione a inc lusão do con teúdo nos maté r ias d idá t i cos da
SEED, descubra ex-combaten tes ou fami l i a res res iden tes no
“va le do Iva í ” , e na reverênc ia da memór ia reg iona l con t r i bu i r
pa ra o desenvo lv imen to da consc iênc ia h i s tó r i ca .
Pa lavras -Chave . H is tó r ia . FEB. Memór ia e Iden t idade .
ABSTRACT
The a r t i c le i s pa r t o f ac t i on p lan abou t the educac iona l
Deve lopment – PDE 2008 program, and i t i s i nse r tod in the
soc ia l h i s to ry a rea and in the l i ne o f the search Po l i t i ca l
Te r r i to ry . Our pu rpose i s to ana lyse the Braz i l ian con tac t in the
pe r iod o f the I I W or ld W ar , l i ke the par t i c ipa t ion o f the s imp le
peop le o f Paraná , toge ther wi th the o the r young peop le ,
gauchos , m ine i ros , ca r iocas , pau l i s tas , no rdes t inos , in shor t ,
B raz i l ian peop le f rom the nor th and the sou th , f rom the Eas t and
wes t tha t mob i l i ze themse lves to face tha t was the b igges t W or ld
con f l i c t o f the twen t ie th cen tu ry, wi th the c rea t ion o f Fo rça
Exped ic ionár ia Bras i l e i ra i t s con t r i bu i t i ons in the boards o f the
con f l i c t , and , ma in l y the desmobi l i za t ion and d i sso lu t i on p rocess
o f the Força Exped ic ionár ia Bras i l e i ra , wi th the imp l i ca t ions and
d i f i cu l t i l es met fo r the ex f i gh te rs i n the soc ia l re in teg ra t ion and
p ro fess iona l p rocess . The in ten t ion o f th i s p ro jec t i s to take i s to
the pedagog ica l in te rven t ion a t CEEBJA o f I va ipo rã , where
beyond inc reas ing the va lue o f ac t ions o f FEB, o f fe r the
inc lus ion o f the con ten ts in the d i f fe ren t sub jec ts o f SEED,
d i scover ing ex- f i ghe te rs or the i r fam i l ies tha t l i ve i n “Va le do
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I va í ” , and in the reverence o f the reg iona l memory to coopera te
fo r the deve lopment o f the human consc ience .
Key words . H is to ry. FEB. Memory and Iden t i t y .
Re in t eg r a r o passado , pe r cebe r a i den t i dade
p r esen t e e p r o je t a r um passado m a is j us t o e
hum ano , cons t i t u i a d im ensão po l í t i ca do t r aba lho
do h i s t o r i ado r . ( AR I AS NET O, p 81 ) .
Compreender a memór ia de um g rupo soc ia l é de fundamenta l
impor tânc ia pa ra se compreender a sua iden t idade , se ja e la
loca l , reg iona l ou de uma nação . Ao compreender o va lo r da
memór ia , é poss íve l pe rceber como ocor re o seu re lac ionamento
en t re a iden t idade ind iv idua l e co le t i va e o co r re to en tend imen to
des ta re lação nos dará supor te pa ra compreendermos o pape l da
memór ia na cons t rução da iden t idade cu l tu ra l de g rupos ou
segmentos b ras i l e i ros , e , p r inc ipa lmen te , como es ta cons t rução
l i dou com o p rocesso de lembranças e esquec imen to da memór ia
da Força Exped ic ionár ia Bras i l e i ra (do ravan te FEB) .
( . . . ) va le d i ze r que a m em ór ia e a i den t i dade podem
pe r f e i t am en t e se r negoc iad as , e não são f enôm enos
que devem ser com pr eend idos com o essênc ias de
um a pessoa ou de um g r upo . ( . . . ) a m em ór ia e
i den t i dade são va lo r es d i spu t ados em con f l i t os
soc ia i s e i n t e r - g r upa i s .
( www. m em ór iaeeduc acão . com . b r . Acesso j u l ho
2008 ) .
Segundo Habermas , a i den t idade l iga -se a memór ia po rque o que
nos to rna d i fe ren tes é a nossa própr ia h i s tó r ia e o que nos
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i gua la é o nosso esquec imen to , e como o aspec to fundamenta l
da memór ia res ide no fa to , de que sua cons t rução se r imposs íve l
sem o embate e a negoc iação com o ou t ro , e a inda , que tan to a
memór ia , quan to a iden t idade se r ob je tos de d i spu ta en t re os
d i fe ren tes grupos soc ia i s pe las p redominânc ias de seus va lo res
na soc iedade . Ana l i sa r a expressão da FEB nas memór ias dos
mú l t i p los grupos soc ia i s b ras i l e i ros , nos leva obr iga to r iamente , a
pensar na rea l i dade da educação o fe rec ida em nosso pa ís , e
espec ia lmen te na t ra je tó r ia de ens ino v i venc iada pe la d i sc ip l i na
de h i s tó r ia .
( . . . ) A decadênc ia do ens ino e a du r a r ea l i dade
Soc ia l são a r gum en t os bas t an t es conv incen t es pa r a
j us t i f i ca r a i gno r ânc ia sob r e a FEB, m as um a
pesqu i sa f e i t a po r am os t r a en t r e a lunos da USP em
1990 r eve lava que 70% dos es t udan t es da
Un ive r s idade cons ide r ada com o a m e lho r do pa ís ,
desconhec iam o s ign i f i cad o da s ig la FEB. ( FERR AZ,
F . C . A . Ana i s da ANPO C 2001 ) .
São escassos os t raba lhos sobre a FEB no Bras i l , tan to no que
d i z respe i to à pesqu isa un ive rs i tá r ia , quan to a d i fusão do
conhec imen to ex is ten te em n íve l de ens ino fundamenta l e méd io .
Ass im , o p rováve l é que as memór ias e au tob iog ra f ias se jam as
fon tes mais abundan tes sobre o tema em ques tão .
A esco la é um dos p r inc ipa is ins t rumentos de fo rmação e de
perpe tuação de va lo res e convenções de uma soc iedade . É ne la
que fes te jos , comemorações e au las , o rgan izados em to rno de
ce r tas da tas c ív i cas ou even tos , re fo rçam na memór ia dos
a lunos fa tos e nomes que devem ser l embrados . (ROCHA, R . de
Cáss ia . Temas e ques tões para o Ens ino de H is tó r ia do Paraná) .
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A rea l i dade do Bras i l em sua p rá t i ca esco la r é pe rcep t íve l a
ex i s tênc ia de um d iscu rso h i s tó r i co dominan te , que se rve de
embasamento pa ra a fo rmação da consc iênc ia e da memór ia
co le t i va da soc iedade , e que o mesmo pode se r exerc ido tan to
no sen t ido de man ipu la r a memór ia ind iv idua l e co le t i va , quan to
pa ra ga ran t i r que ce r tos fa tos não se jam (ou se jam) esquec idos .
“ No caso da segunda Gue r r a Mund ia l , o peso da
m em ór ia e seus s i l ênc ios , e o da h i s t o r i og r a f i a , e de
suas om issões , é m u i t o i n t enso . Se r i a i n t e i r am en t e
f undam en t a l que se recupe r asse a m em ór ia e a
h i s t ó r i a dos so ldados da FEB, dos av iado r es da
FAB, b r as i l e i r os que l u t a r am na Segunda G ue r r a
Mund ia l na Eu r opa . É p r ec i so f a la r des t a
expe r i ênc ia , da do r e do so f r im en t o dos m or t os e
dos sob r ev i ven t es . Es t a pos t u r a nada t em de
nac iona l i s t a . A m em ór ia dos p r ac inhas b r as i l e i r os ,
que deve se r p r ese r vada e con t ada , é pa r t e da
m em ór ia da popu lação do pa ís . ( CYT RYNO W I CZ, R .
p 23 )
O pensamento a tua l , e em consonânc ia com as D i re t r i zes
Cur r i cu la res do Es tado do Paraná , a f i na l i dade da h i s tó r ia é
desenvo lve r a consc iênc ia h i s tó r i ca , nes te sen t ido , pesqu isa r e
re fe renc ia r a memór ia é fundamenta l pa ra desenvo lve r nas
pessoas um sen t imen to de per tenc imen to , como também
con fe r i r ao ind iv íduo um pon to de re fe rênc ia , uma cu l tu ra
p rópr ia , que possa se con t rapor ao d i scu rso homogêneo e
g loba l i zan te a tua l , sendo ex t remamente necessár io pa ra a
compreensão da h i s tó r ia e da memór ia loca l , pa ra o
es tabe lec imen to de re lações en t re a m ic ro e a macro H is tó r ia .
(BOING, 2007) .
“ l a h i s t ó r i a nac iona l es e l v íncu lo que nos une e
t odas l ãs gene r ac iones que nos p r oced ie r on em e l
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m ism o so la r que noso t r os hab i t am os . Es t e nexo
a f ec t i vo , com nues t r os an t epasados hace que sus
g ló r i as , sean t am b iém lãs nues t r as , dem ues t r a l a
un idad de des t i no de um a com un idad y desp ie r t a y
f om en t a , em de f i n i t i va , e l sen t im ien t o pa t r i ó t i co .
( CERRI , Lu i z Fe r nando p 57 ) .
Não se t ra ta aqu i de t rans fo rmar a h is tó r ia nac iona l na
c r i s ta l i zação da compreensão l inear do tempo e das co isas , e
s im de s i tua r o con tex to onde se inse re as cond ições de v ida da
ma io r ia da popu lação .
O Bras i l no in íc io da década de 40 concen t rava a maior ia de
sua popu lação em uma pequena fa i xa es t re i ta ao longo do
l i to ra l . Segundo dados do Ins t i tu to Bras i l e i ro de Geogra f ia e
Es ta t ís t i ca – IBGE, o Bras i l com uma popu lação de pouco ma is
de 40 m i lhões de hab i tan tes , e o Paraná com 1 .236 .276
pessoas e des te to ta l apenas 140 .656 hab i tan tes era a en tão
popu lação de Cur i t i ba , nes te pe r íodo apenas o R io de Jane i ro a
en tão cap i ta l do D is t r i to Federa l e a c idade de São Pau lo
ap resen tavam popu lação super io r a um m i lhão de hab i tan tes .
Com ra ras exceções , ta i s como a reg ião ca fee i ra pau l i s ta ,
espaços de c r iadores de gado no R io Grande do Su l , m ineração
da reg ião das A l te rosas e o ex t ra t i v i smo vege ta l da bo r racha do
in te r io r da Amazôn ia , as a t i v idade que se des tacam na
economia bras i l e i ra , é rep resen tada pe las a t i v idades ru ra i s
como a monocu l tu ra do ca fé , a lgodão , cana de açúcar , cacau e
a lguns p rodu tos como os de o r igem an ima l , as qua is
p roporc ionam ao in te r io r uma ba ixa dens idade popu lac iona l .
Nes te Es tado de economia e com o dec l ín io dos p reços dos
p rodu tos la t i fund iá r ios ag ro -expor tador , dos engenhos de
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açúcar a r ru inados , das secas e da misé r ia onde g rande par te do
Bras i l co lon ia l nasceu , g rande f l uxo popu lac iona l m ig ram para
os g randes cen t ros em busca de fa r tu ra e r i queza , ep isód io es te
re t ra tado por Grac i l i ano Ramos, em V idas Secas , segundo o
qua l nem o remode lamento de Rec i fe , uma das pr inc ipa is
cap i ta i s do nordes te b ras i l e i ro reso lveu o su rg imen to de ma is
de 45 m i l mocambos , com es t ima t i vas de 165 mi l pessoas
v i vendo sobre os mangues , em lama e m isé r ia .
As cond ições de saúde da popu lação bas tan te p recár ias
demons t ravam o Bras i l um pa ís doen te .
1937 – Apenas a pes t e bubôn i ca dec r esceu es t e
ano , depo i s das p r o f i l ax ias em pr eend idas no
no r des t e , p r i nc ipa l f oco da mo lés t i a . Já a Lep r a e a
Doença de Chagas con t i nuam d i z im ando a
popu lação ( só no R io de Jane i r o oco r r e r am m a is de
se i scen t os casos es t e ano ) . Q uan t o a T uber cu lose ,
m a is de 10 m i l pessoas em t odo o pa ís recebe r am
doses de vac ina
A Nação b ras i l e i ra e ra a l tamente dependen te de inves t imen tos
ex te rnos . Não d i spúnhamos de in f ra -es t ru tu ra indus t r i a l e quase
todo o se to r é con t ro lado por cap i ta l es t range i ro .
A comun icação in te rna se dava a t ravés dos co r re ios e
te lég ra fos , quando as l i nhas não es tavam in te r romp idas , já a
comun icação in te rnac iona l também de fo rma p recár ia e ra
o rgan izada por empresas não nac iona is .
Os t ranspor tes de longa d is tânc ia se dava por embarcações
f l uv ia i s do R io São Franc isco a Bac ia do Pra ta ou mesmo pe los
co le t i vos en tão conhec idos por “pau de a ra ra ” , ( caminhões com
car rocer ia e bancos de made i ra cober ta po r lona) .
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As rodov ias não poss ib i l i tavam as in te r l igações es tadua is , com
ra ras exceções , ta i s como, t rechos R io - São Pau lo , e Cur i t i ba -
Paranaguá , enquan to no se to r fe r rov ias não hav ia padrão de
b i to las e es tavam en t regue a exp lo ração de cap i ta l
in te rnac iona l .
A esco la r i zação ba ix íss ima com express ivos números de
ana l fabe tos , a lguns poucos p r i v i l eg iados mant inham a lgum n íve l
de in fo rmação a t ravés de le i tu ras de per iód icos e jo rna is .
Embora o Bras i l j á tenha um s inc re t i smo re l i g ioso , pa ra a g rande
ma io r ia da popu lação as “ve rdades” v inham do poder da Ig re ja
Ca tó l i ca p recon izadas pe lo lema “Deus , pá t r ia e famí l i a ” . No
en tan to , o Depar tamento de Imprensa e Propaganda – D IP ,
c r iado pe lo Es tado Novo se cons t i tu ía na g rande fon te de
in fo rmação , onde , o r ien tado pe la censura e p ropaganda po l í t i ca
pa t roc inava a pub l i c idade do reg ime nos l i v ros esco la res , nas
fes tas nac iona is , nos documentá r ios an tes de começar o f i lme
p r inc ipa l , nos rád ios e a té mesmo nas le t ras de mus ica e nos
sambas enredos dos ca rnava is .
( . . . ) o povo é sem pr e m an ipu lad o nas ques t ões
po l í t i cas ( BO RDI EU. O uso do Povo . Co i sas D i t as
1990 ) .
Sob o p r e t ex t o da am eaça do p lano Cohen , o
gove r no Va r gas r eun iu o Cong r esso pa r a a vo t ação
do “ es t ado de gue r r a ” , com a suspensão dos d i r e i t os
cons t i t uc iona i s . ( 100 Anos de Repúb l i ca . V . I V . P
44 ) .
Em 1937 , Ge tú l i o Vargas apo iado pe lo comando das Forças
Armadas , po r g rande par te dos governos es tadua is , o rdenou que
a po l íc ia m i l i ta r fechasse o Congresso Nac iona l . Cance lou as
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e le i ções Pres idenc ia i s e decre tou o Es tado Novo (1937-1945) e
no mesmo d ia anunc ia v ia rád io a nova cons t i tu i ção do Bras i l , a
qua l fo i red ig ida pe lo Ju r i s ta F ranc isco Campos e insp i rada nas
le i s do reg ime fasc is ta po lonês do Marecha l P i l sudsk , ins ta lando
no Bras i l uma d i tadura marcada por man i fes tações de s impa t ia
demons t radas pe los mov imen tos to ta l i tá r ios de d i re i ta (Ação
In teg ra l i s ta Bras i l e i ra -A IB) e po r as tu tos p roced imen tos fo r jados
na popu la r idade conqu is tada a t ravés de man ipu lação de
in fo rmações , censura aos me ios de comun icações , exacerbação
da iden t idade nac iona l , e con t ro le do Es tado a t ravés da
es t ru tu ração e leg i t imação do poder de d i tador .
“ nós ed i f i ca r em os um a nova A lem anha no
B r as i l . . . nós t em os d i r e i t os adqu i r i dos sob r e es t e
con t i nen t e . . . onde . . . p i one i r os a lem ães possu í r am
t e r r as e exe r ce r am suas a t i v i dades ” . F r ase
a t r i bu ída a H i t l e r em 1933 , ano em que os naz i s t as
sub i r am ao pode r . ( 100 Anos de Repúb l i c a . V . I V , p .
53 ) .
Para o governo de Getú l i o Vargas , a guer ra eu ropé ia c r iou
d i ve rsos prob lemas . As es t re i tas re lações comerc ia i s com a
A lemanha , a l i adas às s impa t ias de governo e fo ra de le pe lo
reg ime fasc is ta e a p resença de g rande número de hab i tan tes
p r inc ipa lmen te no Su l do Bras i l de o r igem a lemã, l evam o
governo de Vargas a dec isão de abs te r -se de qua lquer a to que ,
d i re ta ou ind i re tamente , fac i l i te , aux i l i e ou hos t i l i ze as ações
be l ige ran tes , inc lus i ve imped indo o povo b ras i l e i ro ou mesmo
es t range i ros res iden tes no Bras i l a p ra t i ca rem a tos que possam
ser cons ide rados incompat íve is com os deveres de neu t ra l idade
do Bras i l .
9
Porém, o Bras i l não pod ia mais g i ra r apenas em to rno da
agroexpor tação . E ra prec iso indus t r i a l i za r . E não hav ia no pa ís
uma Indús t r ia de Base , também chamadas de bens de cap i ta l ou
de produção . Vargas com hab i l idade po l í t i ca fez jogo dup lo com
os Es tados Un idos e com a A lemanha e acabou conqu is tando
f i nanc iamento amer i cano para a cons t rução da Companh ia
S ide rúg ica Nac iona l em Vo l ta Redonda .
Ass im o governo b ras i l e i ro , osc i lava en t re o Fasc ismo de
Musso l in i , pa rce i ro de H i t l e r ideo log icamente p resen te no
governo com Genera l Du t ra e Góes Monte i ro de sua equ ipe os
qua is de fend iam a A lemanha Naz is ta , e a Amér i ca Democrá t i ca
onde laços econômicos p rendem o Bras i l ao c i r cu lo de parce i ros
amer i canos in te ressados na hegemon ia econômica , po l í t i ca e
m i l i ta r sobre a Amér i ca .
Com bombarde io pe lo Japão da base amer i cana de Pear l Harbor
no Hawa i em 1941 , a Amér i ca sen t indo-se ameaçada , faz
rea l i za r no R io de Jane i ro a Terce i ra Reun ião de Consu l ta dos
Min is t ros das re lações Exte r io res , A Con fe rênc ia dos
Chance le res , onde o governo b ras i le i ro anunc ia o rompimento
das re lações d ip lomát i cas com as po tênc ias do e i xo .
Logo após o romp imento das re lações d ip lomát i cas bras i l e i ra , o
nav io mercan te Cabede lo , navegando em águas do A t lân t i co fo i
to rpedeado por submar inos a lemães . E , a pa r t i r de março de
1941 , o Bras i l já te r ia so f r i do com to rpedeamento em mais c inco
Nav ios de sua f ro ta , opor tun izando Vargas a tomar as p r ime i ras
med idas con t ra as po tênc ias do e i xo , ta i s como a de res t r i ng i r
10
as a t i v idades das pessoas de nac iona l idade das po tênc ias do
e i xo e de responsab i l i zá - los pe las inden izações de guer ra .
“ . . . cons ide r ando que . . . un idades desa r m adas da
Mar inha m er can t e b r as i l e i r a , v i a j and o com f i ns de
com ér c io pac í f i co , f o r am a t acadas e a f undadas . . .
cons ide r ando que t a i s a t os cons t i t uem um a
ag r essão não p r ovocada . . . os bens e d i r e i t os dos
súd i t os a lem ães , j aponeses e i t a l i anos , pessoas
f í s i cas ou j u r íd i cas . . . r espondem pe lo p r e ju í zo . . . ”
( 100 Anos de Repub l i ca , v . V , p . 10 ) .
O to rpedeamento e o a fundamento dos nav ios b ras i l e i ros levam
mi lha res de pessoas para as ruas do cen t ro do R io de Jane i ro ,
onde , com o g r i to de GUERRA como pa lavra de o rdem, levam o
Bras i l á dec la ração de Guer ra aos pa íses do e i xo , em agos to de
1942 .
Ass im o Governo do Pres iden te Vargas , es tabe lecendo uma
v i s íve l con t rad ição no in te r io r da v ida po l í t i ca nac iona l a l i a -se
aos EUA e em agos to de 1942 dec la ra guer ra con t ra o naz i -
fasc i smo. So ldados de todos os Es tados O b ras i l e i ros fo ram
env iados para a I tá l i a pa ra lu ta r con t ra a op ressão e a d i tadura
que avançava pe la Europa e pe lo mundo , o pa radoxo é que
den t ro de nossas p rópr ias f ron te i ras v i v ia - se uma s i tuação
mu i to seme lhan te , com p r i sões , to r tu ras , depor tações , censuras
à imprensa , pa r t idos po l í t i cos , da í , resu l tando , uma re lação
con f l i tuosa en t re o poder po l í t i co e as en t idades na p reservação
da memór ia
“ . . . Não o p in t am com o um be lo he r ó i , um fo r m oso
gue r r e i r o da neve . Não é supe r - hom em . É
exa t am en t e um su je i t o não m u i t o f o r t e , não m u i t o
a l t o , não m u i t o b r anco . Um desses su je i t os , com o
há a í em qua lque r t r em de subú r b io , em qua lque r
11
s í t i o do i n t e r i o r . Es t e t i po de b r as i l e i r o com um , mas
f e io que bon i t o , ma is desa je i t ad o do que
e legan t e . . ” ( BRAG A, Rubem , p . 136 ) .
Sol id i f i cado a pa r t i c ipação do Bras i l na guer ra jun to ás fo rças
a l i adas , o Genera l Du l t ra , Min i s t ro da Guer ra ob tém do
Pres iden te da Repúb l i ca au to r i zação para fo rmar a FEB, i n i c ia -
se a d i vu lgação da Campanha de A l i s tamento vo lun tá r io pa ra a
guer ra . A p ropaganda fo i ve i cu lada a t ravés dos programas de
rád io , ca r tazes e c inemas e jo rna is , a favo r da mob i l i zação da
nação pe la l u ta da democrac ia , no sac r i f í c io da popu lação e na
missão do b ras i l e i ro de de fender a pá t r i a con t ra o naz i - fasc i smo.
Em Ur upês (1918 ) , Mon t e i r o Loba t o c r i ou a f i gu r a do
Jeca T a t u , o c l i chê do ca ip i r a i gno r an t e , que não
t i nha ân im o pa r a t r aba lha r , que p r e f e r i a f i ca r
pa r ado , f um ando o c iga r r i nho de pa lha em pensa r
em nada , i ncapaz de se i nco r po r a r ao p r og r esso e
a mode r n idade . Du r an t e m u i t os anos o pa ís
gua r dou a im agem es t e r eo t i pada do ca ip i r a , bobo e
p r egu i çoso , a m et á f o r a do povo b r as i l e i r o ,
c r on i cam en t e i ncapaz de se c i v i l i za r . O u se ja ,
é r am os a t r asados po r con t a do p r óp r i o povo .
O p r óp r i o Mon t e i r o Loba t o re f ez suas i dé ias e
esc r eveu : “ Eu i gno r ava que e r as ass im , meu ca r o
Jeca , po r mo t i vos de doenças t r emendas . Es t á
p r ovado que t ens no sangue e nas t r i pas t odo um
ja r d im zo o l óg i co da p io r espéc ie . É essa b i cha r i a
c r ue l que t e f a z papudo , f e i o , mo leng a e i ne r t e .
( SCHMI DT , Mar io Fu r l e y . P . 555 ) .
Apesar de ce r tas reservas por pa r te do A l to Comando dos
Es tados Un idos , o Bras i l p lane java env ia r pa ra f ren te de
ba ta lha c inco d i v i sões , num to ta l de 100 mi l homens , f i cando
porém dec id ido a inco rporação de 60 mi l b ras i l e i ros . Após do is
anos de in tens iva d i vu lgação de campanha de a l i s tamento , a
12
FEB teve um número ín f imo de a l i s tados ace i tos em suas
f i l e i ras .
Os es fo rços para fug i r do rec ru tamento , a t ravés do
apadr inhamento po l í t i co , to rna ram-se um g rave p rob lema.
F ranc isco Fer raz (A Guer ra que não acabou . . .p 73 ) , a f i rma que
o “ je i t i nho” pa ra não i r a guer ra inc lu ía a té mesmo os m i l i ta res
da a t i va . A conseqüênc ia des tas a t i tudes re f l e tem, d i re tamente
no mora l do exped ic ionár io e fo i fa to marcan te no p rocesso de
re in teg ração dos ex-combaten tes no pós-guer ra .
O p rocesso de mob i l i zação mi l i ta r pa ra fo rmar os quadros da
FEB se deu em todo o te r r i tó r io nac iona l , teo r i camente pa ra
re fo rça r a imagem do es fo rço da nação como um todo , es tá
ação t rouxe como conseqüênc ia uma g rande d i ve rs idade de
convocados , fo rmando os mesmos uma massa d i ve rs i f i cada em
quan to es tado de o r igem, g rau de ins t rução , c renças po l í t i cas e
re l i g iosas .
Não hav ia grandes normas para a convocação e se leção , as
idades va r iavam en t re 20 e t r i n ta anos e a té ma is . Não se levou
em cons ide ração o es tado c i v i l ou mesmo g rau de ins t rução . Em
sua pro f i ssão os combaten tes convocados , na ma io r ia e ram
lavradores , pequenos s i t i an tes , ag r i cu l to res modes tos ,
operá r ios urbanos e empregados do comérc io .
As ques tões ins t ruc iona is d i f i cu l tam a se leção de so ldados que
pudesse mane ja r com e f i c iênc ia as funções mais técn icas , como
mecân icos , moto r i s tas ou operadores de rád io .
No aspec to saúde , os resu l tados da se leção in i c ia l mos t ram que
mu i tos fo ram reprovados por i nsu f i c iênc ia f í s i ca , doenças
13
c rôn icas ou ana l fabe t i smo. Por essa razão a FEB acabou
inco rporando p raças e o f i c ia i s de todos os Es tados da
Federação , i ndependen te de se rem rec ru tas convocados ,
vo lun tá r ios ou m i l i ta res regu la res . Fo i p rec iso reba ixa r o n íve l
de ex igênc ias dos exames, pa ra inc lu i r na FEB os c lass i f i cados
como “normais ” , e também rever os resu l tados como os
“ i ncapac i tados” . (FERRAZ, F .C .A . p 81 -90) .
Os exped i c ioná r i os ganha r am um t e rm o pa r a
des igna - l os , o “ p r ac inha ” . Suas o r i gens são
obscu r as . O Cap i t ão da Rese r va Am ador Cysne i r os ,
que na FEB se r v iu na 2 ª aud i t o r i a da Jus t i ça
M i l i t a r , suge r e que o t e r m o t enha nasc ido a bo r do
do nav io de t r anspo r t e “ Gene r a l Mann ” , num a
enquê t e r ea l i zada pe lo j o r na l de cam panha “ E a
Cob r a f um ou . . . ” sob r e o qua l deve r i a se r o nom e
gené r i co do so ldado b r as i l e i r o na I t á l i a . Vá r i os
nom es te r i am s ido aven t ados com o : “ gue r r e i r os ” ,
“T up i ” e “ Cob r a ” sem sucesso . Mas a lguns j á nos
cham avam de “ p r ac inha ” e ass im f i cou
popu la r i zado . Pa r a a im p r ensa , t ra t ava - se de um a
f o r m a ca r i nhosa de cham ar os so ldados b r as i l e i r os .
Nem todos os exped i c ion á r i os conco r dam , po r ém ,
com es t a exp r essão . Pa r a es t es , o t e rm o é “ um
d im inu t i vo i n f am e” , suge r i ndo que os
exped i c ioná r i os , e depo i s da gue r r a ve t e r anos ,
f ossem “ uns co i t ad inhos ” , es t abe lecendo “ um a
s i t uação de dependênc ia e de i n f e r i o r i dade do
des ignado ” . ( FERR AZ, F . C . A . p . 99 ) .
A in tenção e ra se lec ionar uma e l i te de so ldados b ras i l e i ros , que
pudessem fazer f ren te ao p ropa lado g igan t i smo e super io r idade
do homem a lemão, mas as d i f i cu ldades ins t i tuc iona is , a l iadas
ao despreparo e a fa l ta de mate r ia l de guer ra moderno c r iou um
sen t imen to genera l i zado de despreparo , onde para a g rande
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maio r ia e ra to ta lmen te inv iáve l o g rupo embarcar e lu ta r na
guer ra .
A se leção das t ropas para compor a FEB fo i execu tada em
todas as Reg iões Mi l i ta res do Bras i l , a g rande maio r ia dos
se lec ionados , v ie ram do D is t r i to Federa l , da 2 ª RM de São
Pau lo , da 4 ª RM de Minas Gera is e da 9 ª RM de Mato Grosso . A
5 ª Reg ião Mi l i ta r fo i compos ta pe los Es tados do Paraná e de
San ta Ca ta r ina . Os exped ic ionár ios pa ranaenses eram
in teg ran tes de t rês reg imen tos de in fan ta r ia , 9º Ba ta lhão de
Engenhar ia e Corpo de Vo lun tá r ios de En fe rmar ia , a lém de
ou t ras un idades que compuseram o 1 º D IE .
A FEB segundo Franc isco Fer raz (P .13) fo i uma d iv i são de
exérc i to , de es t ru tu ra te rnár ia compos ta de un idades va r iadas .
As un idades ma is c i tadas é o reg ime de In fan ta r ia , que é
compos to de t rês : o 1 º R I do R io de Jane i ro , o 6º R I de
Caçapava (SP) e o 11º R I de São João De l Re i . Os t rês
reg imen tos que compuseram a FEB fo rmaram a In fan ta r ia de
sua d i v i são . Embora em cada reg imen to ab r igassem so ldados
de todos os Es tados , hav ia , em cada um, concen t ração ma io r de
pessoas de seu Es tado de or igem.
E les l u t am. Não são m u i t os , m as l u t am , e l u t am
hon r adam en t e , l u t am d i r e i t o , l u t am d ia e no i t e , ao
f r i o e a chuva , um a l u t a penosa . Não p r ec i sam que
n inguém , aqu i ou a í , exage r em o que f azem , em
t r o lo lós pa t r i o t e i r os . E les não são m ons t r os , são
l av r ado r es , t raba lhado r es de vá r i os o f í c i os ,
es t udan t es , m oços de esc r i t ó r i o , s im p les f i l hos de
f am í l i as , são r apazes b r as i l e i r os , que f o r am
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m andados pa r a aqu i . E e les dão con t a do r ecado .
( BRAG A, Rubem . P . 110 - 111 ) .
Em ju lho de 1944 , sob o comando do Genera l Euc l i des Zenób io
da Cos ta , os p r ime i ros combaten tes b ras i le i ros , a bo rdo do
nav io no r te amer i cano Genera l W . A Mann a t ravessam o
A t lân t i co e desembarcam em Nápo les .
Do pon to de v i s ta es t ra tég ico , a campanha na I tá l i a fo i mu i to
d i f í c i l e de len ta p rogressão . As fo rças germân icas souberam
aprove i ta r do te r reno montanhoso do cen t ro e no r te i ta l i ano ,
res i s t i do à desocupação e to rnando d i f í c i l a ta re fa dos a l iados
em der ro ta r e leva r à rend ição ás t ropas in im igas . Nos se te
meses e dezenove d ias de combate rea l i zados pe la FEB, os
exped ic ionár ios lu tam consecu t i vamente jun to ao R io Serch io e
ao R io Reno nos t rechos ma is ac iden tados dos montes
apen inos , e em do is meses en f ren tam o mais r i go roso inve rno
europeu com tempera tu ras ba ix íss imas e cons tan te fogo dos
a lemães .
O ba t i sm o de f ogo dos exped i c ioná r i os b r as i l e i r os
na I t á l i a oco r r eu no d ia 16 de se t em br o . O 1 º e o 2 º
Ba t a lhões do 6 º Reg im en t o de I n f an t a r i a t om ar am
Massa r oca . ( 100 Anos de Repúb l i ca , V . V , p , 22 )
Não fo i fác i l pa ra a fo rça exped ic ionár ia en f ren ta r a f ren te de
ba ta lha , t ranspor o r io Serch io , tomar o Mon te Prano e marchar
em d i reção a Cas te lnuovo que se encon t rava em poder do
in im igo , uma vez que a lém do fogo dos a lemães , a inda
p rec isavam en f ren ta r a escadar ia íng reme ba t i zada de “pon te
do d iabo” , ún ico caminho que dava passagem para leva r as
suas pesadas peças de a r t i lha r ia .
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Apesar do in tenso f r io , e das cond ições ex t remas nos campos
de lu ta a FEB conqu is ta o Mon te Cas te lo em jane i ro de 1945 ,
logo depo is , março , tomam Cas te lnuovo , ú l t ima pos ição e levada
da reg ião e in i c iam a ar rancada f i na l na I tá l ia . Ob je t i vando a
l i nha Gêng is Khan , no va le do Pó e Passos de Brenner e
S i l l ano , onde em abr i l de 1945 en f ren tam seu mais du ro
combate e resu l tou na conqu is ta de Monteses e reg iões
v i z inhas , Zocca , p lan íc ie do Pó , ocupando Marano e V igno la .
Em f ina l de ab r i l , conseguem a rend ição incond ic iona l da148ª
D iv i são de In fan ta r ia A lemã, onde em Fornovo d i Fa ro ,
en t regam-se do is genera is A lemães , 14 .779 homens , o i ten ta
canhões , 1 ,5 m i l v ia tu ras , 4 m i l cava los e g rande quan t idade de
a rmas e mun ições . Depo is ocupam a A lexandr ia e a p rópr ia
Tur im . Em do is de ma io de 1945 , o comando do V Exérc i to deu
por encer rada a campanha . (100 anos de Repúb l i ca .p .23 -24-25 . )
No Bras i l , às 13 horas do d ia 08 de maio de 1945 , as sessões
c inematográ f i cas se in te r rompem, o povo can ta o H ino Nac iona l
e os rád ios t ransm i tem o comun icado pronunc iado por W ins tson
Church i l , p r ime i ro m in i s t ro da Ing la te r ra anunc iando a
cap i tu lação a lemã. A Guer ra acaba e de ixa um t r i s te ras t ro de
escombros e de aprox imadamente 40 mi lhões de mor tos , en t re
campos de ba ta lha e campos de concen t ração e ex te rmín io .
Em f im os so ldados b ras i l e i ros re to rnar iam do f ron t e a v ida
segu i r i a . Após 290 d ias de e fe t i va pa r t i c ipação da Força
Exped ic ionár ia Bras i l e i ra no Fron t I ta l i ano , a guer ra acaba . Os
jo rna is es tampam em suas manche tes o f im da guer ra , c ron is tas
esc revem e convocam a todos os pa t r i o tas b ras i l e i ros pa ra
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ce leb ra r o g rande acon tec imen to , e ao mesmo tempo já in fo rmam
os fes te jos , es t imu lando o ardor c ív i co da popu lação .
No f ina l de ab r i l de 1945 , as ações no p rocesso de
desmobi l i zação da FEB serão e fe t i vadas por in te rméd io do
Es tado Ma io r da FEB no In te r io r – EM-FEB| INTERIOR, sob o
comando do Genera l Anor Te ixe i ra dos San tos . Para ta l p ro je to ,
en t re ma io e j unho de 1945 de comum acordo en t re au to r idades
b ras i le i ras e no r te -amer i canas , fo ram apresen tadas propos tas de
ins t ruções sobre os p roced imen tos de v iagem, recepção ,
aquar te lamento das t ropas , l i cenc iamento dos feb ianos , des t ino
das bagagens e do mate r ia l bé l i co cap tu rados em te r r i tó r io de
guer ra i ta l i ano , devo lução do fa rdamento e dos equ ipamentos de
uso pessoa l u t i l i zados na campanha , concessão de meda lhas e
menções honrosas , o rgan ização das fes t i v idades para aco lhe r os
ex-combaten tes . (FERRAZ, F .C .A . A Guer ra que não acabou . P
115-117) .
( . . . ) t odo m i l i t a r que f o r evacuado da Fo r ça
Exped i c ioná r i a B r as i l e i r a , se r á r eceb ido pe lo Es t ado
Ma io r da FEB, no i n t e r i o r e encam inhado ao p r im e i r o
des t i no . . . dec la r am que os un i f o rm es usados pe los
p r aças do Exe r c i t o na I t á l i a , deve r ão se r r es t i t u ídos
u r gen t em ent e . . . só re t o r na r am ao t ea t r o de
ope r ações os que f o r em so l i c i t ados pe lo
Com andan t e do D I E , ou recebe r em o r dem espec ia l
do M in i s t r o de G uer r a . . . . . O s o f i c i a i s da r ese r va e os
p r aças , am bos ap t os se r ão l i cenc i ados desde que
não t enham sua pe rm anênc ia assegu r adas po r l e i .
( Po r t a r i a 8 . 250 . BRASI L . M in i s t é r i o de G ue r r a ) .
O processo de desmobi l i zação não ocor reu con fo rme as
p ropos tas e ins t ruções suger idas . A Por ta r ia 8 .250 , d i sso lve a
Força Exped ic ionár ia Bras i le i ra a inda em te r r i tó r io I ta l iano , onde
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os ex-combaten tes recebem os seus ce r t i f i cados prov isó r ios de
reserv i s tas impressos em uma t ipogra f ia de Mi lão . A d i sso lução
da FEB da mane i ra que fo i fe i ta , con f i rmava a prevenção do
Exérc i to e do Governo Vargas (d i ta to r ia l ) de ev i ta r uma rebe l ião
con t ra a o rdem cons t i tu ída . A idé ia governamenta l e ra de que os
exped ic ionár ios combaten tes de fender iam a democrac ia tan to na
Europa quan to no Bras i l . Pe la po r ta r ia 8 .250 os so ldados que
hav iam de ixados seus la res , fo ram sumar iamente devo lv idos as
suas c idades de o r igem, os qua is dever iam re to rnar as
a t i v idades desenvo lv idas an tes de se rem convocados . Para
mu i tos ex-combaten tes ta i s a t i v idades agora não ex is t i am ma is .
Cen tenas de les não encon t ra ram os empregos que t inham ao
se rem convocados e mu i tos ou t ros vo l ta ram doen tes ou
mut i l ados não t i nham mais cond ições f í s i cas pa ra qua lquer
a t i v idade que lhes garan t i sse o sus ten to , ass im a Por ta r ia não
só p rovocou um sen t imen to de ressen t imen to , como des t ru iu os
s ímbo los re lac ionados a ex i s tênc ia da FEB, ao ex t ingu i r
un i fo rmes e re t i ra r seus d ís t i cos .
Es te processo de desmob i l i zação gerou uma c r í t i ca deprec ia t i va
pe lo g rupo de exped ic ionár ios e pe lo g rupo de h is to r iadores da
FEB pe la fo rma apressada como fo ra e levado os a tos e t ram i tes
an tes mesmo de seu re to rno ao Bras i l . Ev iden temente , a
desmobi l i zação suceder ia na perspec t i va m i l i ta r , pos to que a
pa r t i c ipação na guer ra já hav ia encer rada . O p roced imen to levou
a equ ipa ração ju r íd i ca e po l í t i ca das Un idades de D iv i são de
In fan ta r ia às dema is un idades de rec ru tados do exérc i to em
te r r i tó r io b ras i l e i ro . Sendo ass im , as t ropas exped ic ionár ias que
chegavam do tea t ro das operações na Europa , passam a se r
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subord inadas à au to r idade do Min is t ro Eur i co Du t ra e não ma is
ao Comandan te Gera l da FEB Mascarenhas de Mora is , des t i tu ído
de sua au to r idade sobre as t ropas desde ju lho de 1945 e
a fas tado en t re j u lho e novembro em v iagens p ro toco la res ao
ex te r io r . (FERRAZ, F .C .A . A Guer ra que não acabou , p 142-145) .
E vão andando , esp iam as v i t r i nas , m as não podem
en t r a r nos ba r es que es t ão che ios de av i sos : O UT
O F BO UNDS T O ALL RANKS. S im , a c i dade em
g r ande pa r t e é o f f l im i t s . Nós os hom ens f a r dados
de vá r i as r aças e pa íses , es t am os sepa r ados na
v ida soc ia l da popu lação c i v i l po r i núm er os
ca r t azes que o com ando m i l i t a r m andou p r ega r pa r a
p r ese r var pa r a f l o r en t i nos seus pon t os de reun ião ,
suas com idas , suas beb idas . Nossas l i r as de
ocupação não podem com pr ar a en t r ada desses
pequenos r e inos c i v i s , La den t r o , os hom ens e
m u lhe r es , es t ão p r o t eg idos da i nvasão de nossas
bo t as , de nossas l í nguas es t r anhas , de nossos
o lha r es . . . ( BRAG A, Rubem . P 101 - 10 ) .
Decor r idos o ar reba tamento das fes tas e comemorações pe la
vo l ta do exped ic ionár io , ve io à tona a du ra rea l i dade que i r i a
en f ren ta r o ex-combaten te , o desamparo por pa r te das
ins t i tu i ções governamenta is e a fa l ta e reconhec imen to po l í t i co
e soc ia l . Os compromissos assumidos pe lo governo no
embarque para a guer ra e o descumpr imen to no reg resso fo ram
causas de ind ignação que se mantém no grupo a té os nossos
d ias .
Os p roced imen tos de desmob i l i zação se reves t i ram de ca rá te r
de renúnc ia ao d i re i to de con t inuar fazendo par te das Forças
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Armadas e ao reconhec imen to e a ass is tênc ia do Es tado
Bras i l e i ro , ge rando para uma g rande par te de ex-combaten te
uma v ida de misé r ia , v íc io e inva l i dez .
A deb i l i dade ins t i tuc iona l b ras i l e i ra na re in teg ração de ex-
combaten tes fo i ocu l ta pe los fes te jos e comemorações , que com
o passar do tempo fo ram percebendo que a lu ta pe lo seu
sacr i f í c io de sangue se r ia tão ou mais d i f í c i l do que o própr io
f ron t de lu ta .
A lgum tempo pós-guer ra , a lgumas le i s e bene f íc ios fo ram
c r iados em favor dos ex-combaten tes . No in íc io favo rec ia
exc lus i vamente a fo lha de se rv i ço em combate , e l ogo fo i
es tend ida a todos mi l i ta res e c i v i s envo lv idos , es tando em
combate ou não , con t r i bu indo e ab r indo p receden te pa ra a
desva lo r i zação da exper iênc ia feb iana jun to á soc iedade c i v i l
b ras i le i ra . A deprec iação f i ca ev iden te na concessão de
van tagens por mér i tos de guer ra a g rupos de não combaten tes ,
ou se ja , a amp l iação dos bene f íc ios pecun iá r ios e po l í t i cos
àque les que não par t i c ipa ram d i re tamente das operações de
guer ra , po is com o passar do tempo, o número de não
combaten te bene f i c iados supera o número dos e fe t i vos que
es t i ve ram em combate no con t inen te eu ropeu , c r iando um
es t igma para os exped ic ionár ios como uma c lasse pr i v i l eg iada e
não merecedora dos bene f íc ios po r se rv i ços p res tados ao pa ís .
A re in teg ração pro f i ss iona l fo i tão d i f í c i l quan to à re inserção
soc ia l . As promessas de emprego , p ro fe r idas no auge das
fes tas de re to rno fo ram esquec idas . A té mesmo os empregos de
an tes de par t i rem para a guer ra , agora e ram ocupados por
21
ou t ras pessoas , mesmo com as garan t ias da leg is lação quando
da convocação dos exped ic ionár ios .
A lém dos vá r ios en t raves buroc rá t i cos , o g rande e ta l vez um
dos maiores p rob lemas , o desconhec imen to po r pa r te dos ex-
combaten tes desses d i re i tos e bene f íc ios , fossem e les
moradores das zonas ru ra i s ou dos cen t ros u rbanos . Fora das
assoc iações poucos t i nham conhec imen to das garan t ias
asseguradas pe la leg is lação , po is as repar t i ções púb l i cas e
bu roc rá t i cas sempre impunham a lguns obs tácu los .
A sucessão dos anos to rnou percep t íve l a l acuna en t re o que a
le i ga ran t ia e o que e ra rea l i zado .
Q uando v im pa r a cá m eus am igos do no r t e d i z i am
que eu i r i a passa r f om e e eu d i sse a e les que no
B r as i l n i nguém passa f om e e as te r r as que eu hav ia
com pr ado t i nham pa lm i t o e coque i r os e eu i r i a l eva r
sa l , qua lque r co i sa nós f a r íam os um a sopa .
( Du r va l i no F r anc i sco Fe l i za r o , ex - com ba t en t e ,
Jo r na l Pa r aná Cen t r o , Ed i ção 414 , p 16 )
Com as d i f i cu ldades impos tas , mu i tos ex-combaten tes a t ra ídos
pe la propaganda do “ou ro ve rde” acabaram chegando às te r ras
do “va le do Iva í ” , as qua is segundo Bo ing , e ram te r ras do
imóve l Ubá , s i tuadas en t re os r i os Iva í e Corumbata í e que
embora não se possa cons ide ra r a reg ião como uma
monocu l tu ra ca fee i ra , houve a t ra t i vo e concen t ração em to rno
des te produ to , e segundo Canc ian (p 33 ) , o Paraná procurava
a t ra i r o ca fé , po rque apesar das d i f i cu ldades con jun tu ra i s , e ra o
p rodu to que ma is rep resen tava em d iv i sas pa ra o Bras i l . A lém
d isso , a ausênc ia de luc ros ex is t i a pa ra os g randes
p ropr ie tá r ios , em te r ras cansadas e de ca fee i ros ve lhos . Nessa
22
con jun tu ra , os ca fee i ros p lan tados no Paraná fug i ram da
cond ição de monocu l tu ra das g randes propr iedades . Ao
con t rá r io , desenvo lve ram-se em pequenas e méd ias
p ropr iedades , onde , po r não haver im igração subvenc ionada
pe lo Es tado , o lavrador e seus fami l i a res eram par te da mão de
obra da lavoura , d im inu indo o cus to da p rodução e de ixando
uma margem sa t i s fa tó r ia de luc ro , l embrando a inda que o ca fé
po r não se r p rodu to exc lus i vo , as pas tagem e as lavouras de
subs is tênc ia compunham um quadro d i ve rs i f i cado ,
opor tun izando me lhores cond ições de v ida para as famí l i as .
A par t i r de 1955 a 1960 , A Soc iedade Ter r i to r ia l Ubá ,
responsáve l pe la co lon ização da Reg ião , p romoveu in tensa
p ropaganda incen t i vando a v inda de im igran tes , onde a t ra ídos
pe las pequenas propr iedades , p reços conv ida t i vos e p razos
longos , aqu i apor ta ram pau l i s tas , m ine i ros e no rdes t inos em
gera l que v ie ram para cu l t i va r ca fé em suas própr ias te r ras , e
den t re e les vá r ios combaten tes da I I Guer ra Mund ia l , que jun to
com seus fam i l i a res , moravam no p rópr io imóve l , p romovendo a
de r rubada da mata e a inda vendendo a made i ra , a l imen tavam-se
com produ tos de seu p rópr io es fo rço , v i vendo em casas que
e ram verdade i ras choupanas , recober ta com fo lhas de pa lm i to
ou de pa lmei ra . No en tan to , em sua pequena p ropr iedade
con t inha um pouco de tudo , e os ca fee i ros e ram p lan tados em
lugares ma is a l tos , f i cando ass im menos su je i tos às geadas .
E ass im, enquan to aguardavam a reso lução de seus d i re i tos
p rev idenc iá r ios mu i tos ex-combaten tes do “va le do Iva í ” a t ravés
do “ou ro ve rde” ga ran t i rão a c r iação de seus f i l hos e o sus ten to
de suas famí l i as .
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CONCLUSÃO
A gu isa da conc lusão , p r ime i ro gos ta r ia de ressa l ta r que quando
abordamos o tema de Homens anôn imos a he ró is anôn imos , não
es tamos nos repor tando nem a heró is , nem a v i l ões , e s im,
es tamos nos repor tando a homens e mu lheres que por gos to ou
mesmo a con t ra -gos to es t i ve ram envo lv idos no con f l i to .
Embora sabedor de que mui tas das ques tões aqu i abordadas já
fo ram pesqu isadas e também abordadas por d i ve rsos
pesqu isadores , quer se ja e les os c i tados nas fon tes , ou mesmo
ou t ros que não t i vemos opor tun idade de conhece- los , podemos
com conv icção a f i rmar , que es te não é um t raba lho pron to e
acabado , e ta l vez s i r va pa ra aque les que possa se in te ressar em
inser i r novas pesqu isas ou a té mesmo novos en foques .
No aspec to ao p ropos to pe lo pro je to , o t raba lho poss ib i l i tou :
Le i tu ra e f i chamento dos au to res c i tados na fon te ; pesqu isa o ra l
com ex- feb iano e /ou fami l i a res dos mesmos moradores de
Iva ipo rã e reg ião ; Inse rção dos tex tos produz idos para d i scussão
e ap ro fundamento jun to ao Grupo de Traba lho em Rede –GTR
2008-2009 ; E laboração de um Caderno Temát i co com o tema;
Imp lementação pedagóg ica do tema jun to ao Cen t ro Es tadua l de
Educação Bás ica pa ra Jovens e Adu l tos , com duas tu rmas do
ens ino méd io , no pr ime i ro semes t re de 2009 , opor tun idade em
que , a l i amos as fon tes esc r i tas pesqu isadas com ou t ras fon tes ,
ta i s como Fon tes F icc iona is , com a apresen tação do f i lme
Arqu i te tu ra da Des t ru i ção de Pe te r Cohen , onde o mesmo
apresen ta a lgumas metas do p rograma de governo c r iado por
H i the r baseado na busca pe la be leza e na an iqu i lação não só
24
dos doen tes como também do grande in im igo : os Judeus e ,
f ragmentos do f i lme Ho locaus to , a lém de a lgumas fon tes
p i c tog rá f i cas , a t ravés de imagens d i spon íve is na in te rne t sobre
peças e ob je tos expos tos jun to ao Museu do Exped ic ionár io de
Cur i t i ba .
ADR ADECIMENTOS
App- s indicato pe la a tuação e lu ta pa ra conqu is ta des te n íve l no
P lano de Car re i ra .
SEED E GOVERNO no empenho , fo rmatação e lega l i zação do
PDE.
Coordenação e Or ientação dos Dou to res da UEL-Londr ina , e ,
em espec ia l a Dr . José Migue l A r ias Ne to na pac iênc ia ,
pe rseverança e in te rvenções na e laboração do t raba lho .
Colegas de t ravess ia , pe las opor tunas d i cas e t rocas de
exper iênc ia .
Famí l ia e Escola pe la compreensão e es t ímu lo .
Artigo apresentado como trabalho final,
ao Programa de desenvolvimento
Educacional – PDE 2008-SEED-Pr.,
Orientação professor Dr. José Miguel
Arias Neto, Departamento de História da
Universidade Estadual de Londrina-
UEL.
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REFERÊNCIAS
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