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ICONOGRAFIA E IMAGINÁRIO: QUAL A IMPORTÂNCIA PARA O ENSINO
DE HISTÓRIA?
1.ICONOGRAFIA- Estudo descritivo das imagens relativas a um
personagem, um tema, uma obra, um período, um país,etc.Conjunto das
ilustrações de uma publicação (livro,revista,etc).Surgida na Itália, no século
XVI, a palavra ‘iconografia’ designou durante muito tempo as coleções de
retratos de personagens célebres. Hoje, geralmente designa o conjunto de
representações que se referem a determinado tema (p.ex. a iconografia do
Brasil colonial). No século XIX, desenvolveu-se o estudo das representações
da arte cristã medieval (iconografia cristã, de A.Didron, 1844). No século
XX, entra as principais obras dedicadas à iconografia, destacou se a Arte
religiosa do século XIII na França 1898), de E.Mãle, iconografia da arte
profana da idade média e do renascimento (1931-1932), de Raimund Von
Marle, e Baro Klhemen (1956, de Anton Pigler, um repertorio de temas
ilustrados por pintores e gravadores desde o renascimento até o inicio do
século XIX”;Enciclopedia La russe cultural, v.13, p.3058.
2.IMAGINÁRIO- De acordo com a enciclopédia La russe cultural, V.13, P.3087
é algo:
Que só existe na imaginação; quimérico;fantástico; ilusório: um bem
imaginário”.“Substantivo masculino; 1.aquele que faz imagem ou estátuas de
santos; Santeiro (sinônimo imagineiro).2. Domínio da imaginação: em certos
distúrbios mentais, o imaginário supera o real. Psicanálise: categoria de
tríade,real/ simbólico/ imaginário, introduzida por Lacan em 1953. (o
imaginário apresenta as seguintes propriedades especificas: o
desenvolvimento da determinação simbólica do sujeito; o mascaramento do
real e à dissimulação de sua estrutura de buraco e de imaginário; a ilusão da
totalidade da imagem do corpo; a denegação da castração;a imputação ao
outro imaginário-o rival-da lança das frustrações do sujeito; a dimensão da
inveja e da rivalidade, na medida em que ela é o objeto do desejo do outro)”
(grande enciclopédia La Russe Cultural, São Paulo, 1998).
De acordo com Lima e Fonseca (2007):
A historiografia contemporânea tem valorizado substancialmente a
iconografia, retirando-a do âmbito quase exclusivo da História da arte, no
qqual ela ficou encerrada durante muito tempo, e a História cultural tem sido
campo privilegiado, mas não único, para esta utilização como fonte de
pesquisa. Não necessariamente como efeito dessa situação, mas estimulado
por ela, o ensino de História está cada vez mais familiarizado com o uso das
imagens. (LIMA & FONSECA, In.www.mel.br/revistas/ domínios da
imagem/eudex.php/domínios-google-pesquisado em 30/12/2013).
Ainda de acordo com Lima e Fonseca (2007):
Atualmente, além dos efeitos de uma historiografia atenta aos novos objetos,
às novas abordagens e à adversidade de fontes, a proliferaçao da
comunicaçao visual em suas mais diversas modalidades impõe a reflexão
sobre a produção, as apropriações e o significado das imagens nas sociedades
humanas em varias épocas (...) (LIMA & FONSECA,
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In.www.mel.br/revistas/ domínios da imagem/eudex.php/domínios google
pesquisado em 30/12/2013).
A fotografia como registros dos acontecimentos: Traz à tona, o que
ficou no passado.
Normalmente, quando se vai à algum lugar, quando se vê algo que chama a
atenção, tem-se logo o desejo de fotografar; (hoje com as câmeras dos celulares) isso,
em algumas situações se torna até irritante).
Há pessoas que tem o hobby de colecionar fotografias. E, quando se vê uma foto
de uma pessoa que se gosta, que faz muito tempo que não se vê, tenta-se recordar
daquilo que aquela pessoa representa para nós. Aí, acessa-se a memória. Aleida
Assmann em seu livro “Espaços da recordação”(2011), trata muito bem disso quando
afirma:
Também não se pode esquecer das reações que uma fotografia pode nos
causar:se for uma situação agradável, vai se ter um tipo de reação; se
desagradável, outra.Se se tratrar de fotografias de pessoas, se se gosta
daquela, a reação será bastante agradável. Quando trata do sofrimento, se no
passado se viveu situação semelhante, tudo vem à tona: bom ou ruim (
ASSMANN, 2011,p........).
A fotografia torna presente, aquilo que foi vivido ontem. E, presentifica esse passado. A
fotografia ás vezes, no momento ou nos dias precedentes, ou até anos, pode não dizer
muito.É necessário talvez o passar do tempo, para que ela, venha dizer algo,ou talvez
traz, ou talvez, trazer voz e vez aos que a vê.
Como afirma MANN, (1971,34): (...) “Desconhecendo que as boas obras só se formam
sob a pressão de uma vida dura; que âquele que vive não trabalha e que é preciso ter
morrido para ser um completo criador”.
O autor afirma isso no livro “A morte em Veneza”,falando da vida de
acontecimentos.
Apoiando se na ideia do mesmo, pode se dizer, que a fotografia, no momento
que é realizada, aparentemente está realizada, pronta. Mas, o significado, a vida, o fato,
real, ganhará força posteriormente; quanto mais envelhecida, mais valor, força, ou
significado adquirirá. Isto porque, uma mesma fotografia, será vista por muitos; muitos
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farão leituras dela e, assim, cada tipo de leitura terá e trará um significado, força e peso.
A obra humana, quanto mais tempo ela vem a ter , mais ela poderá contribuir para
formar, influenciar e dizer atualmente que no passado, pessoas criaram, pensaram e
marcaram seu tempo.
A água de um rio, indo em direção ao desaguadouro, não se tem noção por onde
ela passou ou passará. No entanto, rompeu barreiras, levou entulhos, galhos e folhas
secas ou não no seu trajeto; Mas, só se vê a água, quando chega ao limite final, ou
quando se atravessa o leito do rio.
A fotografia para se poder entendê-la melhor, faz se necessário tentar conhecer o
contexto onde a mesma aconteceu.
(MENEZES, 2002, p.138):
Permanece, contudo, a necessidade de voltar ao documento de partida para
indagar porque tal imagem pôde assumir o caráter de emblema. Tal operação,
sem duvida, haveria de trazer esclarecimento que iluminasse, mais que a
imagem, ela própria alguns aspectos da sociedade que com ela se envolva.
Assim, o contexto pai/mãe da fotografia vai nos fazer entender a mesma; os
elementos que ele traz, ou contém, que não são vistos a olhos nus. Quais os fantasmas, -
usando uma linguagem, mais psicanalítica-“que povoam, que estão presentes, ou
formam as nuvens invisíveis do contexto em que a fotografia aconteceu.
Ainda (MENEZES, 2002, p.38):
E aquele olho da História, de que se falava tanto no século XIX, automático,
neutro, competente, imune às manipulações da vontade. No século passado,
quando se constitui uma teoria critica da fotografia, vai-se falar, como
Barthes, em efeito-verdade, o ter estado lá, ou como Milchell, na impressão
digital que a fotografia deixa.Paradoxalmente, porém seja esta coisa pura este
testamento totalmente inocente e confiável, seja o simples sintoma,vêm
ambos dotados de uma carga emotiva que supera qualquer procedimento
cognitivo; ou, para dizer como os especialistas, trata-se do caráter indicial da
fotografia, que não é- para tomarmos como referencia as categorias de
Peircnem Simbólico (não há convenção árbritaria, código constituído), nem
ícone (...) .
A fotografia de acordo com a afirmação do autor acima significa tudo isso. Ela,
não é ela apenas, mas é ela e tudo que vem, está contido nas entrelinhas fotográficas.
Pois a fotografia acontece mais é querida, intencionada por quem fotografa; Ela pó si
mesma não existiria. Ela fala de desejos, intenções e propósitos de quem fotografaram.
E, às vezes, quem fotografou, não tinha toda noção/consciência do que estava
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fotografando: aqui entra questões sociais, emocionais, psíquicas, políticas, etc. É só
lembrar-se do que a psicanálise nos fala do inconsciente: ele entra e sai da casa do
sujeito, sem que este se de conto disto.
Finalizando, ainda é bom citar um pensamento se (MENEZES, 2002, 138):
(...) o retrato pode ser a somatória das diversas historicidades que
caracterizam as transformações de um individuo, capturando-as numa forma
estável. Aqui, porém, se tem o antes e o depois encavalados, mas sem fusão,
sem mistura: o acontecimento que a camara registra incorpora não só um
estado de coisas anterior, como, ao mesmo tempo, contem em si a raiz de
uma alteração imediata e real, alem de insuperável.
Quem imaginaria tudo isso da fotografia? Esta, poderia se dizer é o presente
ausente, e o ausente presente. O passado se transforma em presente, à medida que
possibilita se entrar em contato com o que ocorreu ontem, mais não se estava lá. E ao
mesmo tempo, não é totalmente presente: do passado, só pode-se aproximar por meio de
investigações, que hora nos aproxima, ora se nos faz afastar: o passado é fugidio. Faz a
gente se lembrar da figura do pai, que Rosa coloca no capitulo seis intitulado “A
terceira margem do rio” do seu livro “Primeiras estórias”, quando fala da figura do
pai: escapa, foge distancia; mas, de algum modo está presente.
Talvez isso seja mais bem esclarecido, nas palavras de (ROSA, 1988, p.33):
Nosso pai não voltou. Ele não tinha ido a nenhuma parte. Só executava a
intenção de se permanecer naqueles espaços do rio, de meio a meio, sempre
dentro da canoa, para não saltar, nunca mais. A estranheza dessa verdade deu
para estremecer de todo a gente. Aquilo que não havia aconteceu.
Não sei se Guimarães Rosa era leitor de Freud, mais isso é psicanálise. Como o
inconsciente, está presente no mais profundo do nosso pensar, não precisa conhecer
nada de Freud: aquilo que é inconsciente acontece de uma forma ou de outra. A teoria
psicanalítica apenas faz a interpretação disso.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSMANN, Aleida. Espaços da recordação: Formas e transformações da memória
cultural. Capinas SP: Ed.Unicamp,2011.
Enciclopédia La Russe Cultural. V. 13, P.3058. Nova cultural, SP: 1998.
__________________________p.3087.
FONSECA, Thaís Nívea de Lima. In.www.uel.br/revistas/domínios da imagem/
idex.php/domínios-google, pesquisado em 30/12/2013.
MANN, Thomas. Toniu Krosger: A morte em Veneza. SP: 1971.
MENEZES, Ulpiano T. Bezerra de. A fotografia como documento-Robert capa e o
miliciano abatido na Espanha: Sugestões para um estudo histórico. Tempo/
Universidade Federal fluminense, departamento de História, v.7, n°14, jan.2003-Rio de
Janeiro: 7 letras, 2003.
ROSA, João Guimarães. Primeiras Estórias, Rio de Janeiro: Nova Fronteira 1988.