UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
COMPLEMENTAÇÃO DA DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR
LEONARDO FOGAÇA CETRANGOLO
IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NO ENSINO
SUPERIOR
Rio de Janeiro
Setembro de 2010
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
COMPLEMENTAÇÃO DA DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR
LEONARDO FOGAÇA CETRANGOLO
Trabalho de Conclusão de Curso Complementação
da Docência do Ensino Superior apresentado como
exigência final da Universidade Cândido Mendes.
Orientador: Profa Geni Lima
Rio de Janeiro
Setembro de 2010
IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NO ENSINO
SUPERIOR
LEONARDO FOGAÇA CETRANGOLO
Prof.a Geni Lima
Trabalho de Conclusão de Curso Complementação
da Docência do Ensino Superior apresentado como
exigência final da Universidade Cândido Mendes.
Aprovado em
____de__________de__________
Banca examinadora:
Prof.
Rio de Janeiro
Setembro de 2010
Dedico esse trabalho a Deus por ter me
concedido saúde, perseverança,
obstinação e tranqüilidade. A minha
família por ter me dado força, apoio
incondicional e paciência, entendendo
muitas vezes que minha ausência tinha
um propósito maior. “A todos eles a
honra deste trabalho”.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos os professores e funcionários da Universidade
Cândido Mendes, em especial minha orientadora Geni Lima por todo
apoio,incentivo e dedicação na construção deste trabalho.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................. 08
2. METODOLOGIA............................................................................................... 09
CAPITULO I - A APRENDIZAGEM NO ENSINO SUPERIOR........................ 10
CAPÍTULO II - AFETIVIDADE............................................................................... 12
2.1 . Afetividade segundo Henri Wallon e Vygotsky........................... 13
2.2. O papel da afetividade no processo ensino/aprendizagem.........
15
CAPÍTULO III – RELAÇÃO INTERPESSOAL PROFESSOR/ALUNO E A
FORMAÇÃO DO EDUCADOR .....................................................................
17
3.1. A família e a escola como mediadora na relação afetiva............ 21
3.2 . Formação do Educador................................................................. 23
3.3. Estratégias de Ensino – recursos didáticos e pedagógicos...... 26
CAPÍTULO IV - A AFETIVIDADE NO ENSINO SUPERIOR............................ 29
CAPITULO V - A DIDÀTICA NO ENSINO SUPERIOR.................................... 31
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 31
REFERÊNCIAS..................................................................................................... 32
RESUMO
O objetivo deste trabalho é saber a importância da afetividade no Ensino superior, enfocando como deve ocorrer a relação entre a aprendizagem e a afetividade na docência do ensino superior, ou seja, entre o docente e seus discentes.Para entendermos como deve ser o campo educacional, devemos ter a consciência de que não existe docência sem ter discência, ou seja, isto nos faz capazes de pensar que deve haver uma relação entre professor e aluno e uma das tarefas que relaciona para haver esta maravilhosa interação, é a quebra do padrão onde o professor sente-se o maioral dos saberes, utilizando assim de forma imperioso o uso abusivo de seu cargo, fazendo com que a liderança, a qual deveria ser utilizada seja escondida e fazendo com que o aprendizado de nossos educandos seja prejudicado. Então podemos entender que a faculdade é lugar de trocar saberes, onde se deve deixar o aluno perguntar e criticar e se tornar cada vez mais envolvido com a aula. Diante do exposto a metodologia da pesquisa caracteriza o desenvolvimento deste estudo, por isso optamos por uma pesquisa bibliográfica com levantamento de dados, onde foram pesquisados 2 livros, 9 artigos científicos, revistas, jornais locais e nacionais e sites na internet. A perspicácia e a e a tranqüilidade do professor podem diminuir e até mesmo eliminar qualquer possibilidade de entrave neste processo. O professor, como mediador desse processo, imbuído da afetividade pertinente a ele, facilmente identificará os entraves que possam surgir na relação entre eles e os alunos. Tentando compreender as nuances que surgem no processo de apropriação do conhecimento, aqui especificamente relacionado com o Ensino Superior.
Palavras-chave : Ensino Superior, professor e afetividade
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1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é saber a importância da afetividade no Ensino
superior, enfocando como deve ocorrer a relação entre a aprendizagem e a
afetividade na docência do ensino superior, ou seja, entre o docente e seus
discentes.
Para entendermos como deve ser o campo educacional, devemos ter a
consciência de que não existe docência sem ter discência, ou seja, isto nos faz
capazes de pensar que deve haver uma relação entre professor e aluno e uma
das tarefas que relaciona para haver esta maravilhosa interação, é a quebra do
padrão onde o professor sente-se o maioral dos saberes, utilizando assim de
forma imperioso o uso abusivo de seu cargo, fazendo com que a liderança, a
qual deveria ser utilizada seja escondida e fazendo com que o aprendizado de
nossos educandos seja prejudicado. Então podemos entender que a faculdade
é lugar de trocar saberes, onde se deve deixar o aluno perguntar e criticar e se
tornar cada vez mais envolvido com a aula.
Quando nos referirmos a intolerância do educador, refere-se também a
sua postura, onde alguns educadores conseguem pronunciar respostas
confusas onde não existem verdades, ou seja, onde ele poderia dizer para
seus alunos que não sabe responder um determinado conteúdo, mas que irá
procurar para poder responder consecutivamente, com isto há uma estreita
relação entre aprender e ensinar.
Este trabalho justifica-se pelo fato de que a afetividade é uma ferramenta
muito importante no ensino e cabe o professor usá-la em seu beneficio,
fazendo com que os alunos tenham um maior interesse na disciplina e maior
desenvolvimento intelectual.
9
2. METODOLOGIA
Diante do exposto a metodologia da pesquisa em tela caracteriza o
desenvolvimento deste estudo, por isso optamos por uma pesquisa
bibliográfica com levantamento de dados, onde foram pesquisados livros,
artigos científicos, revistas, jornais locais e nacionais e sites na internet. Os
principais autores que foram abordados neste presente trabalho são: Paulo
Freire, Vygotsky e Henry Wallon.
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CAPITULO I - A APRENDIZAGEM NO ENSINO
SUPERIOR
Quando mostramos a prática do ensino seja ele, primário, fundamental,
médio e do ensino superior devemos prestar atenção sobre a intolerância, a
qual está nos referindo à autoridade de alguns professores em sala de aula ou
em aulas práticas onde apenas despejam os conteúdos da matéria no cérebro
de seus educandos, onde os mesmos deveriam aprender FREIRE, 1996.
Este método de ensino deveria ser substituído, pois o educando apenas
irá aprender quando o educador criar possibilidades para sua produção e para
a sua construção e não transferir conhecimentos, sendo assim, um indivíduo
somente aprende quando passa a utilizar os conhecimentos no cotidiano de
sua vida e quando há uma estreita relação entre ensinar e aprender. Para isto
argumenta-se sobre a relação entre aprender e ensinar quando menciona
“quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender
FREIRE, 1996”.
O professor deve tornar-se humilde, aniquilar com o despotismo e para
isto deve-se aceitar e que o ter noção que o certo pode possuir mais de uma
opção e que seu discente tem o direito de indagar mesmo ele estando errado.
Para FREIRE (1996), dentro de uma instituição precisa existir a epistemologia
da crítica, ou seja, fazer com que o aprendiz possa criticar pensar e refletir
fazendo com que tenha mais vontade de buscar trazendo-o para o âmbito da
epistemologia da crítica.
Também podemos descrever sobre a titulação dos professores dentro do
âmbito do ensino superior, questionando sobre se título tem o sentido de
caráter.
Alguns professores especialmente do ensino superior que possuem
determinadas titulações acabam não lembrando da ética de quando jurou em
sua formação, utilizando assim de forma ignorante ao se dirigir ao corpo
discente, agindo assim de forma antipática, outros não querendo ou por não
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gostarem de ministrar aulas, respondendo displicentemente e isto fará com que
no final quem é somente prejudicado é apenas o aluno (TEIXEIRA, 2005).
Docente de qualquer nível sendo graduação ou não, é forçado a respeitar
o educando, concomitantemente o aluno deve também respeitar seu educador,
mas alguns indiscutivelmente resolvem a banalizar o princípio da ética e assim
prejudicando o aprendizado de nossos futuros graduados. No mercado ainda
existem excelentes profissionais, que precisam criar estratégias para
exterminar estes profissionais que resolvem demolir definitivamente esta
esplendida relação (FREIRE, 1996; MESQUITA, 2005).
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CAPÍTULO II - AFETIVIDADE
A afetividade pode ser classificada com diferentes perspectivas, dentre
outras, a filosófica, a psicológica e a pedagógica. Neste estudo a afetividade é
colocada na perspectiva pedagógica, tendo em vista a relação educativa que
se estabelece entre professor e aluno em sala de aula.
Se algo que vivenciamos está sendo agradável, prazeroso, sofrível,
angustiante, causa medo ou pânico, ou nos dá satisfação, todos esses
conceitos são atribuídos pela nossa afetividade. A afetividade é impulsionada
pela expressão dos sentimentos, das emoções, e desenvolve-se por meio da
formação do sujeito.
O afeto é a parte de nosso psiquismo responsável pelo modo de sentir e
observar a realidade. A afetividade é, então, a parte psíquica responsável pela
caracterização sentimental de tudo que foi vivido. Podemos chegar à conclusão
que o amor, carinho, compreensão, respeito, amizade, afeto, solidariedade,
atenção e companheirismo têm uma forte chance de constituir o núcleo central
da representação da afetividade.
A compreensão de afetividade em relação professor/aluno corrobora que
ela surgi como um sentimento, uma atitude, um estado e uma ação. Enquanto
sentimento, a afetividade aparece no discurso dos participantes de duas
maneiras: primeiro concebida com amor, carinho e afeição entre as pessoas,
trata-se de um sentimento que nasce na interação entre os seres humanos na
relação interpessoal.
A afetividade é um estado de afinidade profunda entre os sujeitos. Assim,
na interação afetiva com outro sujeito, cada sujeito intensifica sua relação
consigo mesmo, observa seus limites e, ao mesmo tempo, aprende a respeitar
os limites do outro. A afetividade é necessária na formação de pessoas felizes,
éticas, seguras e capazes de conviver com o mundo que a cerca. No ambiente
escolar afetividade é além de dar carinho, é aproximar-se do aluno, saber ouvi-
lo, valorizá-lo e acreditar nele.
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De acordo com o exposto as emoções estão presentes quando
estabelecemos relações com objetos físicos, concepções ou outros indivíduos.
Afeto e cognição constituem aspectos inseparáveis, presentes em qualquer
atividade. A afetividade se estrutura nas ações dos indivíduos. O afeto pode,
assim, ser entendido como energia necessária para que a estrutura cognitiva
possa operar. Ele influencia a velocidade com que se constrói o conhecimento,
pois, quando as pessoas se sentem seguras, aprendem com mais facilidade.
2.1 . Afetividade segundo Henri Wallon e Vygotsky
Para Henri Wallon, o desenvolvimento afetivo está diretamente ligado ao
desenvolvimento cognitivo, pois é muito diferente entre uma criança e um
adulto, assumindo-se que há uma incorporação de construções de sua
inteligência, seguindo a tendência que tem de se racionalizar. Portanto, a
importância dos aspectos afetivos para o desenvolvimento psicológico, é por
meio das emoções onde o aluno exterioriza seus desejos e vontades. Em são
geral manifestações que expressam um importante universo e perceptível, mas
pouco estimulado tradicionais pelos módulos de ensino. A afetividade é um
dos principais elementos do desenvolvimento humano. Conforme as idéias de
Wallon (2003), a escola insiste em imobilizar uma criança infelizmente numa
carteira, limitando justamente a fluidez das emoções e do pensamento tão
necessários para o desenvolvimento completo da pessoa.
Falar de afetividade na relação professor / aluno é falar de emoções,
disciplinas, postura do conflito de um e de outro. Isto é inabalável na vida do
aluno, em todo o meio do qual faça parte, seja a família, a escola/faculdade ou
outro ambiente que ele freqüente estas questões estão sempre presentes.
Para o autor, as teorias sobre sentimentos têm base mecânicas e
difíceis de serem entendidas. Primeiro ele as vê como reações incoerentes e
tumultuadas, depois destaca o poder ativador que têm as emoções
consideradas por ele positivas. O papel da afetividade no processo de
intermédio do professor direciona o olhar para a relação professor/aluno.
14
Entretanto é possível supor que a afetividade também se expressa sob outras
dimensões humanas.
O professor precisa entender o aluno e seu universo sócio-cultural.
Conhecer esse universo é de grande potência para o trabalho do professor que
atua no plano universal, cultural e pessoal. O professor tem que colocar acima
de tudo sentimento de amor, carinho e respeito na sua relação com o aluno.
Acreditamos que a escola deve se ocupar com seriedade com a questão do “saber,” do “conhecimento”. Se um professor for competente, ele, através de seu compromisso de educar para o conhecimento, contribuirá com a formação da pessoa, podendo inclusive contribuir para a superação de desajustes emocionais.
Wallon ( 2003)
Assim sendo, a prática educativa na escola deve primar pelas relações
de afeto e solidariedade, proporcionando situações que dê prazer ao aluno de
construir conhecimentos e de crescer junto com o outro.
A relação professor/aluno não deve ser uma relação de imposição, mas,
sim de cooperação, de respeito e de crescimento. O aluno deve ser
considerado como um ser interativo e ativo no seu processo de construção do
conhecimento. O professor por sua vez deverá assumir um papel fundamental
nesse processo, como um sujeito mais experiente. Por essa razão cabe ao
professor considerar o que o aluno já sabe, sua bagagem cultural é muito
importante para a construção da aprendizagem. O professor é o mediador da
aprendizagem facilitando-lhe o domínio e a apropriação dos diferentes
instrumentos culturais.
Segundo o autor, a construção do conhecimento se dá coletivamente,
portanto, sem ignorar a ação intrapsíquica do sujeito. Assim o autor conceituou
o desenvolvimento intelectual de cada pessoa em dois níveis: real e potencial.
O real é aquele já adquirido e formado que determina o que a criança já é
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capaz de fazer por si própria já possui um conhecimento consolidado.
A abordagem do autor é de fora para dentro, através da internalização,
ele afirma que o conhecimento se dá dentro de um contexto, afirmando serem
as influências sociais mais importantes que o contexto biológico. Assim, os
autores referendados neste estudo, Wallon e Vygotsky (2003), enfatizaram a
íntima relação entre afeto e cognição, superando a visão dualista do homem.
Além disso as idéias dos autores aproximam-se no que diz respeito ao papel
das emoções na formação do caráter e da personalidade.
Vygotsky buscou apresentar um caminho histórico a respeito do tema
afetividade. Sendo assim, procura ilustrar a mudança das primeiras emoções
simples para as experiências emocionais superiores, especialmente no que se
refere à questão dos adultos terem uma vida emocional mais refinada que as
crianças. Ele defende que as emoções não deixam de existir, mas se
transformam, afastando-se da sua origem biológica e construindo-se como
fenômeno histórico cultural.
2.2. O papel da afetividade no processo ensino/aprendizagem
O processo ensino aprendizagem só pode analisado como uma unidade.
O ensino/aprendizagem são expressões de uma mesma moeda, nessa
unidade, a relação professor/aluno é um fator determinante para aprendizagem
do aluno. Para tornar esse processo mais produtivo e prazeroso o professor
deverá orientar, propiciar e testar atividades adequadas aos alunos inseridos
em sala de aula. O professor deverá planejar atividades que promovam
entrosamentos mais produtivos entre as atividades aplicadas.
A aprendizagem é o processo através do qual a criança se apropria
ativamente do conteúdo da experiência humana, daquilo que o seu grupo
social conhece, e para que o sujeito o aprenda necessitará interagir com outros
seres humanos, especialmente com os adultos, e com outras crianças mais
maduras. Em geral o adulto ou outra criança fornece ajuda direta à criança,
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orientando-a e mostrando-lhe como proceder através de gestos e instruções
verbais em situações interativas.
Na influência mútua professor/aluno gradativamente a fala igualitária
trazida pelo professor vai sendo internalizada pelo aluno e o seu
comportamento passa a ser então, orientado por uma fala interna que planeja
sua ação. O papel do professor nesse processo é fundamental, ele procura
estruturar condições para ocorrência de interações professor/aluno e objeto de
estudo que leve a apropriação do conhecimento.
Mesmo conhecendo a importância dos fatores emocionais e afetivos na
aprendizagem, o objetivo da ação escolar não é resolver enigmas nesta área e
sim, propiciar a aquisição e reformulação dos conhecimentos elaborados por
uma dada sociedade. Ainda que atenta aos aspectos emocionais, não é função
da escola promover ajustamento afetivo, saúde mental ou mesmo a felicidade.
Na verdade cabe à escola esforçar-se por propiciar um ambiente estável e
seguro, onde os alunos sintam-se bem, pois nestas condições as atividades
aplicadas são facilitadas.
Convém advertir que a afetividade e a inteligência se estruturam nas
ações dos indivíduos. O afeto pode, assim, ser alcançado como energia
necessária para que a estrutura cognitiva possa operar. Tanto a inteligência
como a afetividade são mecanismos de adaptação permitindo ao indivíduo
construir noções sobre os objetos, as pessoas e situações diversas,
conferindo-lhes atributos, qualidades e valores. Assim, contribuem para a
construção do próprio sujeito, sua identidade e sua visão de mundo.
Diante desta cogitação podemos afirmar que é imprescindível que se
perceba a ligação entre cognição e afeto. Quando o professor consegue
trabalhar com essas dimensões ele pode interferir de maneira a conduzir
positivamente as reações emocionais, favorecendo a formação e a solidificação
de atitudes benéficas à aprendizagem.
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CAPÍTULO III – RELAÇÃO INTERPESSOAL
PROFESSOR/ALUNO E A FORMAÇÃO DO
EDUCADOR
Atualmente, o docente não é apenas aquele que passa conhecimentos,
mas, sobretudo, aquele que ajuda o aluno no procedimento de edificação do
saber. Para isso, é imprescindível ser um profissional que domine não apenas
o conteúdo de seu campo específico, mas também a metodologia e a didática
eficiente no objetivo de organizar o acesso ao saber dos alunos. E não apenas
o saber de determinadas matérias, mas o saber da e para a vida; o saber ser
gente com ética, dignidade, valorizando a vida, o meio ambiente, a cultura.
Muito mais que transmitir conteúdos das matérias curriculares, organizadas e
programadas para o aumento intelectual do sujeito, é preciso ensinar a ser
cidadão, mostrar aos alunos seus direitos e seus deveres, subsidiando-os para
que saibam defendê-los.
É preciso mostrar que existem deveres e que os encargos sociais devem
ser cumpridos por cada um para que todos vivam com dignidade. Assim, é
importante que o professor trabalhe valores, fazendo seu aluno perceber o
outro; perceber quem está ao seu redor, desenvolvendo alunos que saibam a
importância de respeitar, ouvir, ajudar e amar o próximo.
Ensinar implica humildade. Nenhum de nós é uma enciclopédia e detém todo o saber. Mesmo em nossa área, nosso conhecimento, por mais estudiosos que sejamos nunca pode ser completo. Assim esta posição de “donos do saber” é simplesmente ridícula. Somos eternos aprendizes em tudo e é preciso que os alunos também aprendam esta verdade.
(TELES, 2004)
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O educador deve sempre questionar o seu saber, pois este é sempre
uma busca e não uma posse.
Sem dúvida o professor de hoje realiza inúmeros papéis que são
importantíssimos para o desenvolvimento das futuras gerações. Deve,
portanto, encarar com muita seriedade sua profissão, trabalhar para esclarecer
seus alunos e fazer com que eles reflitam sobre a realidade em que vivem.
Como profissional em movimento o professor está em constante busca do
saber, aperfeiçoando-se, qualificando-se para exercer de maneira cada vez
melhor a profissão docente.
O docente pode trazer situações de mundo para a sala de aula e explorá-
las, enriquecê-las paralelamente com a matéria. Pode trabalhar questões
difíceis de forma divertida, trocar experiências, trazer a família para dentro da
escola, criar vínculos com a família mostrando que todos fazem parte de uma
mesma sociedade, considerar a vivência do aluno, seu dia-a-dia, suas
questões familiares, seu emprego, seu lazer.
O professor deve acreditar que todos têm competência para aprender,
cada um no seu próprio ritmo. O educador dispõe da oportunidade de mudar,
disciplinar, criar, reconstruir, enriquecer a vida de seres humanos. Para tanto
precisa superar sua autoridade absoluta, sua concepção de dono do saber, de
quem se esconde atrás de avaliações dificílimas e se compraz a reprovar o
aluno. Há que ter bem claro que se quisermos um adulto mais humano e
consciente no futuro precisamos investir na formação da criança dos dias de
hoje que chega na escola para possibilitar ao ensinante o desenvolvimento de
um trabalho de construção do saber.
Os alunos não precisam de guias espirituais, nem de catequizadores. Eles se constroem encontrando pessoas confiáveis, que não se limitam a dar aulas, mas que se apresentam como seres humanos complexos e como atores sociais que encarnam interesses, paixões, dúvidas, falhas, contradições (...) atores que se debatem como todo mundo, com o sentido da vida e com as vicissitudes da condição humana.
(PERRENOUD, 2005)
19
Diante do exposto, a perspectiva que se tem do papel do professor é a
de que ele interferir de forma funcional junto ao corpo discente e consiga atingir
a autoridade com autonomia e participação consciente e responsável em sala
de aula. Sua função hoje mudou de paradigma, não é mais aquele que dá
aulas, mas, aquele capaz de assumir, face às exigências da vida, tarefas
diferentes daquelas que tradicionalmente lhes eram atribuídas: transmitir o
saber historicamente acumulado na sociedade.
Esses temas nos levam a examinar novamente até que ponto a
concepção desse novo professor estará sendo trabalhada para além de
ministrar aulas. O professor, assumindo-se como cidadão, tendo acordo da sua
cidadania e dos pressupostos teóricos que fundamentam sua prática
pedagógica, com certeza, irá colaborar na formação de seus alunos.
Segundo Paulo Freire, 1996, o bom educador é o que consegue enquanto
fala trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua
aula é assim, um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam,
não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu
pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas.
A carga e o respeito pelos anseios do outro é um dos aspectos mais
importantes na relação professor/aluno, pois, futuramente, irá se tornar
responsabilidade social para a cidadania. Freire (1993), afirma que, “sem
intervenção democrática do professor não há educação progressista.”
Sabemos que não é fácil essa influência, mas tudo isso constitui uma
grande ação de mudança intensa da sociedade brasileira. Os docentes
progressistas precisam convencer-se de que não são puros ensinantes, puros
especialistas da docência. O autor conclui ainda: Que o saber tem tudo a ver
com o crescer, tem. Mas é preciso, que o saber de minorias dominantes não
proíba, não asfixie, não castre o crescer das imensas, maiorias dominantes.
Concluímos que a questão fundamental diante de uma educação de
qualidade é que devemos estar bastante lúcidos e cada vez mais competentes
naquilo em que estivermos dispostos a realizar que é a capacidade de ensinar.
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Partindo de uma postura de tomada de consciência do progresso educacional
podemos observar que a lei 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional promulgada em 20 de dezembro de 1996, traz bem explicitas, em
seus artigos: 12, 13, 14 e 15 as normas a serem seguidas na legislação de
uma escola democrática, que mostrará a importância da autonomia escolar
alternativa sem se desligar de seu caráter público(...). Um dos pontos altos da
LDB é o reconhecimento da importância dos valores na educação escolar (p,
36).
Freire afirma que, “a escola democrática de que precisamos não é
aquela em que só o professor ensina em que só o aluno aprende e o diretor é o
mandante poderoso”.(1993, 100).
É nesse sentido que a escola deve organizar-se democraticamente com
objetivos transformadores e articulados com os interesses dos grupos.
Partindo da teoria de Wallon (2003), o desenvolvimento do sujeito se faz
a partir da interação com grandes variedades de fatores ambientais. O foco da
teoria é uma relação complementar entre os fatores orgânicos e socioculturais.
No primeiro estágio (0 a 1 ano), impulsivo/emocional, a criança expressa
sua afetividade através de movimentos desordenados, respondendo à
sensibilidades corporais, o processo ensino/aprendizagem exige respostas
corporais, contatos físicos, daí a importância de se ligar ao professor.
No segundo estágio (1 a 3 anos), sensório/motor, quando já dispõe da
fala, a criança está voltada para o mundo externo e para um contato interno
com os objetos e há a indagação insistente do que são e como funcionam.
No terceiro estágio (3 a 6 anos) há personalismo entre a criança e o outro.
É a fase de se descobrir diferente das outras crianças e adultos.
No quinto estágio (11 anos em diante), há exploração de si mesmo na
busca de uma identidade autônoma, mediante atividade de confronto, auto-
afirmação e questionamentos. Neste estágio, o recurso principal de
aprendizagem, do ponto de vista afetivo, volta a ser a oposição, que vai
aprofundando e possibilitando a identificação das diferenças entre idéias,
21
sentimentos e valores próprios.
No quarto estágio (6 a 11 anos), categorial, ela tem compreensão mais
nítida de si mesma. A aprendizagem se faz predominantemente pela
descoberta de diferenças e semelhanças entre objetos imagens e idéias.
Cabe ao professor observar a si próprio; olhar para o mundo, olhar para si e sugerir que os alunos façam o mesmo e não apenas ensinar regras, teorias e cálculos. O professor deve ser um mediador de conhecimentos, utilizando sua situação privilegiada em sala de aula não apenas para instruções formais, mas para despertar os alunos para a curiosidade; ensiná-los a pensar, a ser persistentes a ter empatia e ser autores e não expectadores no palco da existência. O aluno tem que ter interesse em voltar à escola no dia seguinte reconhecendo que aquele momento é mágico para sua vida.
(FREIRE, 1993)
Segundo Içami Tiba (1998:02), “o saber consiste em ensinar e
aprender. E ninguém pode estimular ninguém, a saber, se não o pratica.
“Pois o saber não é só acúmulo de informações, mas um conjunto de
capacidades adquiridas e desenvolvidas na escola que tornam o jovem apto
a enfrentar os desafios da vida profissional”
3.1. A família e a escola como mediadora na relação afetiva
A afetividade tem por base os complexos familiares, amplia sua escala
na extensão da propagação das relações sociais e os sentimentos morais, a
princípio ligados a uma autoridade que evoluem no sentido de respeito mútuo e
de sintonia. A chave de uma boa afinidade familiar é saber ouvir, respeitar as
culturas e trabalharem juntos. Para tanto, é preciso um trabalho de conquista.
22
O bom convívio deve começar na inscrição e se estender a todos os
períodos da vida estudantil do aluno. Integrar os familiares na elaboração de
projetos, eventos e de algumas propostas pedagógicas pode ser a meta
principal de uma grande parceria.
Diante do divulgado foi notado que há uma grande dificuldade e
perspectivas para chegarmos legitimamente uma educação pautada na
dimensão humana, uma educação que deve ter o alicerce na rocha do respeito.
Respeito às inteligências múltiplas, às potencialidades humanas, ao
crescimento social e intelectual dos que constroem o caminho real da
educação.
O aluno não aprende apenas na escola, mas também através da família, dos amigos, de pessoas que ele considera significativas, dos meios de comunicação de massa, das experiências do cotidiano (...) a escola é a instituição social que se apresenta como responsável pela educação sistemática das crianças, jovens e até mesmo adultos.
(CLAUDIA DAVIS, 1993)
É nesse significado que a escola deve organizar-se democraticamente
com objetivos transformadores articulados com interesses dos grupos. A escola
só poderá exercer um papel transformador se estiver junto com os
interessados, ela deve estar atenta para atender aos interesses das camadas
trabalhadoras. A participação da comunidade na escola é um caminho que se
faz ao caminhar, o que não elimina a necessidade de se refletir previamente a
respeito dos obstáculos e potencialidades que a realidade apresenta para
ação.
Toda a ação feita já no período escolar, ajuda grandemente na educação
superior, pois os alunos já terão os laços e respeito pelo professor, devendo o
mesmo apenas dar continuidade ao ensino e dando valor a afetividade e
interação com o aluno.
23
A afetividade não se acha excluída da cognoscibilidade. O que não posso obviamente é permitir que minha afetividade interfira no cumprimento ético de meu dever de professor (...) não posso condicionar a avaliação do trabalho escolar de um aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele.
(FREIRE, 1996)
A prática avaliativa deve estar coesiva com a expectativa da construção
de conhecimentos, esta prática exige do professor domínio e seriedade
amplamente detalhada de sua disciplina. O professor deve atuar junto ao aluno
de forma expressiva para que ambos possam erguer os resultados
indispensáveis à aprendizagem, assim, ele estará aferindo com seriedade a
aprendizagem do aluno.
3.2 . Formação do Educador
O conceito de profissão à ocupação de professor ou educador apresenta
vários obstáculos.
Partindo desse princípio nos deparamos com várias dificuldades na
formação desse profissional, principalmente do professor do ensino primário,
pois o seu saber ainda é muito pouco diante do que nosso aluno hoje busca.
Durante muito tempo a preparação do professor do ensino primário se
dava em um período de tempo bastante reduzido sem exigir nenhuma
preparação específica e os conteúdos não atingiam a necessidade do
profissional.
Segundo Candau (1996:67), “a formação do professor no antigo nível
secundário atualmente enfrenta divergências sérias mal resolvidas, pois há um
constrangimento muito grande em relação ao curso de graduação.” Para a
24
autora ao começarem a graduação muitos apresentam uma série de problemas
na aprendizagem dos conteúdos aplicados. É importante enfatizar que em
alguns casos o professor ao iniciar sua vida profissional recebe pouca ajuda
vinda de uma relação direta, pessoal de um outro profissional. Muitas vezes o
professor é jogado em sua prática separadamente e assim, continua a exercer
sua profissão muitos sem o contato direto com colegas ou com supervisores
responsáveis por sua iniciação profissional.
Diante do publicado e conforme a elucidação da referida autora, podemos
argumentar que presentemente há uma grande coragem para a reformulação
do curso de pedagogia e a capacitação dos profissionais da educação. Nesse
contexto é urgente pensarmos sobre a função e a formação do educador.
A função do educador não é mais apenas a de dar aulas, mas sim, um educador capaz de assumir face às exigências da vida contemporânea, tarefas diferentes daquelas que tradicionalmente lhes era atribuídas: transmitir o saber historicamente acumulado na sociedade.
(MARIA VIOLETA,1998 )
Até que ponto a formação desse novo professor estará capacitando-o
como ser pensante, esclarecido, maduro, sintonizado com o tempo real da
sociedade em que atua. As mudanças cientificas e tecnológicas implicam
também alterações nas relações sociais, em particular nas relações de
trabalho, exigindo desses profissionais um reaprender constante e um contínuo
enfrentamento de incertezas e desafios.
Nesse contexto, vale referir-se à LDB n° 9394/96 que em seu artigo 62
trouxe a perspectiva de nível superior propondo que,
A formação de docentes para atuar na educação básica e em nível
superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e
institutos superiores de educação, admitida como formação mínima para o
25
exercício do magistério na educação infantil e nas quatro séries do ensino
fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal.
Ainda no artigo 63, “resgata, todavia, um pouco da rota moderna, ao
estabelecer a idéia de institutos superiores de educação, para formação de
profissionais (...) além de outras finalidades mais gerais como programas de
formação pedagógica e de educação continuada.” (p, 51 ).
Portanto, está cada vez mais evidente que a educação básica brasileira,
para encontrar seu caminho, precisa dessa partida inicial que é o da
valorização do magistério com cursos, capacitações e plano de carreira
resgatando o professor. Sem isso nada frutifica, pois se não buscarmos essa
motivação o professor nem de longe irá contagiar sua clientela.
Segundo Demo (2001:52), para que o profissional se atualize, tem que
estudar e ficar atendo às novas modificações do mercado. Há de ser
reformulada a formação do novo educador, criativo, aberto ao novo, atualizado
em termos de conhecimentos e das novas formas de aquisição de
conhecimentos.
Que ele seja capaz de administrar o aluno na busca de suas próprias
respostas aos problemas que encara no dia-a-dia, capaz de ajudá-lo na sua
preparação na construção de valores e respeitá-lo em sua individualidade e
dignidade. Não basta acometer na formação do professor e pagar-lhe bem. É
necessário lembrar que ele é um trabalhador como outro qualquer, fará um tipo
de trabalho especial, que envolve alma, gente, formação de personalidades,
ideais e valores.
É preciso enfatizar que, para que tenhamos uma educação de qualidade
precisamos investir e valorizar o professor. Talvez não exista profissão mais
importante do que esta, sem o professor não há outra carreira.
Diante do revelado o professor trabalha para atingir a mente. Cabe a ele
aperfeiçoar as gerações futuras do país. A docência apresenta múltiplos
aspectos positivos. O magistério tem um retorno rápido. Dificilmente se vê um
professor desempregado, outro aspecto positivo é que o magistério não é uma
carreira ameaçada pelos avanços tecnológicos. Sob o ponto de vista da
26
valorização do profissional é certo que hoje, com a internet, o acesso à
informação é mais rápido e liberado, mas é preciso alguém para orientar o
educando sendo ele criança, jovem ou adulto. E este é o papel do professor.
Ele nunca será substituído pela máquina.
3.3. Estratégias de Ensino – recursos didáticos e pedagógicos
A aprendizagem deve ter sempre um sentido lúdico. E não importa se o
educando é criança, adolescente ou adulto. Querer conhecer, saber, pesquisar,
atuar e criar sobre tudo que esta a sua volta, são necessidades básicas de todo
o ser humano e tudo isso lhe dá enorme prazer em serem satisfeitas. Mas não
podemos deixar que essas necessidades possam ter o peso do “dever” para o
aluno, pois quando as atividades passam a ser obrigatórias e repetitivas o
aluno já não encontra nelas nenhuma satisfação.
Segundo Costa (2000:35), “ao planejar o processo de ensino
aprendizagem, além de estabelecer objetivos educacionais (...) o docente
seleciona os procedimentos e estratégias adequadas à realidade do
educando”.
Pelo revelado finalizamos dizendo que as estratégias de ensino devem
relacionar-se com os procedimentos didáticos e pedagógicos adotados pelos
docentes com o objetivo de orientar a aprendizagem dos mesmos. Partindo do
pressuposto de que educar é um processo continuado, cabe ao educador
programar ações diversificadas, criando um ambiente estimulador para que os
alunos aprendam por si, favorecendo-os na construção de sua identidade.
O educador precisa estar cauteloso se sua proposta de trabalho está
sendo claramente percebida por todos os educandos, isso ajudará na
disposição e nas realizações das atividades diárias. É importante esclarecer
que os recursos utilizados pelo educador deverá ser feito com base no
desenvolvimento do aluno e no seu contexto social.
Segundo Sonia Kramer (1991), em seus estudos define que, o
27
planejamento, por sua vez, contém as estratégias, situações e as atividades
que serão feitas no dia a dia. Os recursos didáticos (jogos, livros de histórias,
materiais de sucata, técnicas de artes, papéis, giz, quadro etc); são essenciais
no ensino/aprendizagem, sabendo usá-los adequadamente.
É válido ressaltar que tais recursos servem apenas como orientação,
devendo ser inseridas todas as motivações que se façam necessárias a fim de
atender as necessidades da aprendizagem e às sucessivas descobertas da
criança.
Desta forma, a coesão da equipe pedagógica diretora, supervisora,
orientadora e coordenadora lado a lado com a equipe docente é requisito
básico para um ótimo trabalho. Essa integração pode ser viabilizada por:
reuniões, quinzenais com os professores e pais e responsáveis, reuniões
mensais com toda a equipe escolar para a realização e levantamento do
trabalho desenvolvido e discutir eventuais atividades pedagógicas
extracurricular.
Foi observado ainda neste presente trabalho, a transmissão de novas
tecnologias de informação e comunicação no ensino. Mas tudo isso não
poderia ter êxito sem a criação de ferramentas pedagógicas adequadas nas
atividades diárias com o educando.
Os recursos pedagógicos refletem as expectativas do Ministério da
Educação Nacional (2004) que enfoca a informatização nas Instituições de
ensino, por sua vez nos trouxe grandes benefícios dando a muitos alunos a
oportunidade de conhecer a multimídia no ensino. Permitindo em especial a
prática do tele/ensino, trabalhos em grupos e principalmente a socialização
com diferentes meios de recursos didáticos e pedagógicos.
O relacionamento entre a pedagogia e a tecnologia é que dá coragem ao
programa da multimídia no ensino. Hoje a maioria das Instituições de Ensino
apresenta esses recursos, promovendo a vida cotidiana do aluno permitindo-
lhe que melhor se preparem para as exigências do mundo contemporâneo.
Concluindo, podemos dizer que os avanços tecnológicos geram uma mudança
qualitativa na área da informação.
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CAPÍTULO IV - A AFETIVIDADE NO ENSINO SUPERIOR
A afetividade enfatiza a questão do respeito, da compreensão, da
amizade e principalmente da modéstia, sem atacar perdas nos nossos alunos.
Falamos a palavra atacar por poder provocar ferimentos e até ferir nossos
educandos e estes ferimentos viram sérias lesões que se referem aos
aspectos: morais, discriminatórios e altamente pré-conceituosos, em outras
palavras podemos denominar a banalização da aprendizagem (TEIXEIRA,
2005).
É interessante expor o quão é importante saber escutar seus alunos,
faz-se um meio muito forte que poderá ser utilizada para trazer seus alunos
para si e os vínculos de amizade irão crescendo e adentrando em seus
corações e cada vez mais acreditará nas palavras de seus mestres
(REZENDE, 2006).
E isto nos mostra que o saber escutar é um princípio da humildade, o que
trás também uma afetividade e quando um educador sabe escutar poderá
trazer o educando junto a si e poderá orientá-lo, direcioná-lo (FREIRE, 1996).
A universidade é um lugar aonde os princípios éticos devem ser
respeitados e qualquer ato que façamos fora da ética não há um outro nome a
não ser de transgressão (FREIRE, 1996).
Entretanto com tudo que foi abordado acima repetimos que as
instituições de ensino superior que são as universidades particulares, estaduais
e federais, segundo BRASIL (2000), o educador deve respeitar a autonomia de
seus aprendizes, contudo não deve ocultar ou fazer ficar obscuro seus
ensinamentos.
Tanto as escolas quanto as universidades são feitas por pessoas com
vários credos, pessoas com famílias que possuem diferentes rituais, opções
sexuais distintas, que devem ser acatadas e respeitadas. As instituições que
abordamos acima todas elas sem exceção são multifacetadas, ou seja, nossos
educandos possuem pluralidade cultural com diversas orientações sexuais, que
29
estão a porte de nossos educandos e educadores (BRASIL, 2000).
Quando nos referimos a beleza significa que aonde o educador esbanja sua voz faz dela belas palavras ricas em sabedoria, mas os educandos não conseguem aprender ou assimilar o que lhes foi passado ou quando não possui o direito de discordar do professor e assim criando e construindo um ambiente rico.
(FREIRE, 1996)
A proximidade entre os professores e os alunos proporciona inúmeras
formas de influência mútua. Possibilita conversas intensas criando infinitas
maneiras de auxiliá-los, caracterizando uma forma de manifestação de atenção
bastante eficiente e facilmente notada por eles.
Eles podem não assumir, mas essa aproximidade dos docentes se torna
extremamente valorizada pelos alunos e constitui-se uma forma de interação
muito afetiva, amenizando a ansiedade, transmitindo confiança e encorajando o
aluno a investir no processo de execução da atividade, interferindo,
significativamente no processo de apropriação do conteúdo dado.
A troca de sentimentos é possível pela proximidade entre professores e alunos. Da mesma forma, os professores cientes e preparados utilizam do recurso da proximidade para aliviar a ansiedade dos alunos, para amenizar o desgaste dos mesmos durante a realização da atividade e auxiliá-los com maior eficiência.
(CHACON,2004)
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O Contato Físico é outro aspecto relacionado ao comportamento postural,
Também pode aparecer em alguns casos como uma forma de interação
bastante afetiva, e pode ocorrer em vários momentos durante a realização da
atividade.
É certo de que a maior preocupação dos professores é com o processo
de execução da atividade e não apenas com o resultado final. É certo que as
relações entre as pessoas não são sempre permeadas pela tranqüilidade e
pela suavidade. Mas é importante ressaltar que a interação pode alterar esse
rendimento do aluno.
Os fenômenos afetivos referem-se igualmente aos estados de raiva,
medo, ansiedade, tristeza. Essas emoções e sentimentos estão presentes nas
interações sociais. Nesse sentido, torna-se certo que relações afetivas
favoráveis facilitam o processo da aprendizagem.
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CAPITULO V - A DIDÀTICA NO ENSINO SUPERIOR
É imprescindível que o professor prepare sua aula didaticamente para
que possa alcançar os objetivos da aula e isto é sem dúvida é de principal
importância, então a pedagogia do ensino fundamental e médio é bem parecida
com a pedagogia no ensino superior que pode ser divida em três etapas:
dimensão conceitual, procedimental e atitudinal (DARIDO & RANGEL, 2005).
A extensão conceitual é utilizada para conhecer as mudanças pela qual
a coletividade passou em ralação aos hábitos de vida, como exemplo podemos
mencionar a diminuição do trabalho corporal em função das novas tecnologias
(DARIDO & RANGEL, 2005).
A expansão dos procedimentos é utilizada também em todas as
graduações é o chamado saber fazer, em outras palavras é denominada aula
prática, como por exemplo, uma aula argumentativa onde os profissionais
podem discutir sobre a ética, entre a razão e a emoção, e criar através disto
uma dinâmica fingindo ser um fórum (DARIDO & RANGEL, 2005).
E por último a dimensão atitudinal que tem como objetivo respeitar os
colegas e decidir as resoluções para os problemas com atitudes de diálogo e
não violência (DARIDO & RANGEL, 2005).
Entretanto que foi observado é difícil analisar os conteúdos nas
dimensões conceitual, procedimental e atitudinal, mas é possível dar ênfase
em determinadas dimensões. (DARIDO & RANGEL, 2005).
É importante ressaltar que no Ensino Superior é onde menos se observa a
diversidade em relação às práticas didáticas. As aulas expositivas são as mais
freqüentes e o professor de modo em geral aprende a ensinar com
treinamentos, ensaios e simulações. O educador compõe a principal fonte
sistemática de informações, e uma das habilidades que mais incentivam os
alunos, a de memorização. (DARIDO & RANGEL, 2005).
A prática mais estável de avaliação da aprendizagem consiste na
aplicação de provas, usando como critério imperioso, em relação ao aluno, a
32
mensuração numérica do que o discente “aprende”, muito vezes através de
notas subjetivas.
Aos alunos, entretanto, cabe sua função na condição de ouvintes e
esperar que os professores ministrem corretamente.
33
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo tem como alvo alertar aos profissionais da docência do
ensino superior, pois é uma felicidade muito grande quando se ministra uma
alta com boa qualidade.
Foi observado através deste estudo que as universidades são
multifacetadas e que devem ter como obrigação, profissionais que promovam a
satisfação, a amizade, a compreensão e principalmente respeito mútuo com
seus educandos, e eles com seus colegas, e os mesmos com seus
educadores, com isto consecutivamente trará um ambiente harmonioso onde
com toda a certeza reinará a afetividade.
Este âmbito deve ser prazeroso sempre em busca do novo, esquecendo
totalmente dos absolutismos, pois para mobilizar os alunos não é necessário
utilizar a autoridade e sim a liderança.
O tema acerca da afetividade e aprendizagem: relação professor/aluno
é muito importante para que todos educadores reflitam no fazer como educador
dentro de uma sala de aula, principalmente no ensino superior, pois é a fase
final da formação do individuo.
É importante que o professor perceba que o lugar que ele ocupa em
relação aos seus alunos não é apenas daquele que doutrina, mas sim daquele
que deixa sinais.
Para isso, é de essencial valor que o professor esteja certo de sua
responsabilidade, tomando decisões de acordo com os valores morais e as
relações sociais de sua prática, analisando ainda, as condições de vida familiar
e social de seus alunos.
Todos esses aspectos devem ser entendidos como métodos importantes
na construção completa da pessoa
Sem a intenção de colocar prioridades nesta pesquisa, confirmo a
importância do professor na construção e no desenvolvimento de
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aprendizagem como intermediário dos interesses que se faz entre a
aprendizagem e a afetividade.
Enfim, fica clara a importância de todos os educadores na vida do aluno
acreditando que o professor faz a diferença.
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