Importância da Etiquetagem em Edifícios Residenciais e sua Aplicação no Brasil
Dezembro/2018
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018
Importância da Etiquetagem em Edifícios Residenciais e sua
Aplicação no Brasil
Maria Lila Pitangueira Andion – [email protected]
MBA Construção Sustentável e Edificação Eficiente
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Salvador, BA, 22 de Abril de 2018
Resumo
Este artigo tem como objetivo apresentar a importância da Etiquetagem, principalmente em
edifícios residenciais, além de exemplificar como está sendo utilizado no Brasil. Com a
escassez de energia no mundo e o crescimento acelerado da população, as crises energéticas
vêm sendo cada vez mais frequentes, inclusive no Brasil, que mesmo tendo uma das fontes de
energia mais limpas não é suficiente para suprir a necessidade de toda a população, segundo
estudos dos órgãos responsáveis. Soluções para conscientizar a população são cada vez mais
necessárias, porém pouco difundidas, além do código brasileiro estar desatualizado em
relação à legislação referente ao conforto ambiental e eficiência energética nas edificações, o
que atrasa a obrigatoriedade da etiquetagem nas construções e seu reconhecimento pela
população. Para este trabalho foram feitas pesquisas juntos aos órgãos responsáveis e foi
buscado também textos de autores renomados na área como Roberto Lamberts. Conclui-se
que o tema é de estrema relevância para a sociedade atual e vem ganhando cada vez mais
visibilidade, percebe-se que a procura por edifícios etiquetados está cada vez maior e vem se
tornando um pré-requisito na compra de imóveis para boa parte da população, que pensa tanto
na economia quanto no cuidado com o meio ambiente.
Palavras-chave: Etiquetagem. Eficiência Energética. Conforto Ambiental. Procel-Edifica.
Sustentabilidade.
1. Introdução
No inicio da humanidade, longe de todo o desenvolvimento e tecnologias, as construções
buscavam o conforto ambiental através de praticas regionalista, se adequando conforme o
clima, a paisagem e os materiais encontrados no local. A partir da Revolução Industrial e da
criação de novas tecnologias, surgiu na arquitetura o estilo internacional, com a mecanização
do processo construtivo e adaptável a qualquer parte do mundo. Esse modelo foi reproduzido
nos mais diversos locais sem considerar as diferentes situações climáticas (PNEE, 2011).
Para atender o conforto ambiental nesses casos é necessária a utilização de mecanismos
artificiais, que é muito utilizado como solução por muitos profissionais das novas gerações.
Porém com o grande crescimento populacional e o alto consumo de energia, esse modelo
totalmente dependente da eletricidade virou um problema. Com a crise energética, e
posteriormente a ambiental, a população mundial, que até então não entendia os problemas
ambientais e energéticos que o uso indiscriminado desses equipamentos energeticamente
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ativos trazia, percebeu a necessidade de mudanças no comportamento e nas soluções
arquitetônicas para as construções (PNEE, 2011).
Foi então que o modelo de desenvolvimento mundial, com grande consumo de energia,
extração indiscriminada de recursos naturais e eliminação de rejeitos crescente e inadequado,
passou a ser questionado como insustentável para a preservação ambiental.
Ao encontro dessa tendência e em busca de construção de um novo enfoque para o
desenvolvimento, a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento
da ONU, através do relatório “Nosso Futuro Comum”, de 1987, cria o conceito de
desenvolvimento sustentável. Entendido como um modelo de desenvolvimento
capaz de atender ás necessidades de consumo das gerações futuras, este novo
paradigma apresenta-se como uma alternativa aos modelos comunmente adotados
pelos países ocidentais (PNEE, 2011).
Atualmente o conceito de sustentabilidade se baseia na eficiência energética com o máximo
de conforto ambiental para o uso das edificações. A arquitetura hoje precisa ter a eficiência
energética como um atributo essencial, buscando o retorno de um projeto mais bioclimático,
porém com a interação com sistemas de climatização para buscar um equilíbrio entre conforto
e menor gastos energéticos. Portanto devem-se unir os conceitos de conforto ambiental e de
eficiência energética na busca por normas e regulamentos que estabeleçam índices mínimos
de bom desempenho das edificações. Então vamos conceitua-los.
Segundo o PNEE (2011), a definição de conforto abrange as variáveis térmicas, visuais,
acústicas e de qualidade do ar. Neste sentido, cabe ao edifício amenizar os climas severos ou
proporcionar ambientes tão confortáveis quanto o ambiente externo, em climas amenos. Ou
seja, um conjunto de condições ambientais que permitem ao ser humano sentir bem estar
térmico, visual, acústico e antropométrico, além de garantir a qualidade do ar e o conforto
olfativo (LAMBERTS, DUTRA e PEREIRA, 1997).
Para uma edificação os mais relevantes são o conforto térmico, que segundo Fernandes
(2010), é definido como a sensação do organismo quando perde para o ambiente o calor
produzido pelo metabolismo, sem recorrer a nenhum mecanismo termorregulador; e o
conforto luminoso ou visual, que ainda segundo Fernandes (2010), não engloba apenas a luz,
mas o próprio sentido da visão. Para além do conceito de conforto luminoso, sabe-se que a
iluminação natural traz beneficios para a qualidade do ambiente e a saúde dos usuários, além
das vantagens relativas à eficiência energética e sustentabilidade. Contudo o Conforto
Ambiental contempla fatores que não estão ligados ao uso da energia, como o ofuscamento, o
controle da entrada de luz natural e aspectos ligados a acústica dos ambientes.
Portanto a qualidade ambiental é atingida com os padrões mínimos de conforto ambiental, que
no Brasil são determinados por diversas normas. Como listado por Fernandes (2010), algumas
delas são a NBR 15220, que trata do Desempenho Térmico de edificações; a NBR 15215,
sobre Iluminação Natural; a NBR 5413, que fixa valores mínimos de iluminância de acordo
com a atividade do ambiente; a NBR 6401 de condicionamento ambiental; as normas NBR-
12179, NBR-10152 e outras, sobre acústica e a NBR 15575, sobre desempenho de edifícios
habitacionais de até cinco pavimentos, com requisitos para iluminação, conforto térmico e
acústico.
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Já a Eficiência Energética se refere a ações de diversas naturezas que resultam na redução do
consumo de energia para atender as necessidades da sociedade através dos serviços de energia
como luz, temperatura, acionamento, transporte e uso em processos. Ou seja, atender as
necessidades da economia com o menor uso de energia primária e consequentemente menor
impacto para a natureza. Outro conceito clássico de eficiência energética, feito por Marques,
Haddad e Martins (2006) é “conceito sócio-econômico que traduz a necessidade de se retirar
do planejamento da expansão do sistema elétrico, a componente referente ao desperdício de
energia. Isso permite a redução dos investimentos no setor elétrico, sem comprometer o
fornecimento de energia e a qualidade devida”.
Na arquitetura a eficiência energética segundo Lamberts, Dutra e Pereira (1997) pode vim
como característica essencial à edificação, mostrando o seu potencial em proporcionar
conforto térmico, visual e acústico aos usuários com baixo consumo de energia. Portanto, um
edifício é mais eficiente energeticamente que outro quando proporciona as mesmas condições
ambientais com menor consumo de energia.
A eficiência energética muitas vezes é confundida com o racionamento de energia, porém este
segundo define-se como um “conceito mutilador da qualidade de vida, tem duração
determinada e é implantado em situações emergenciais quando há crise de abastecimento de
energia, por um motivo qualquer.” (MARQUES, HADDAD e MARTINS, 2006).
As ações de eficiência energética compreendem modificações ou aperfeiçoamentos
tecnológicos ao longo da cadeia, mas podem também resultar de uma melhor
organização, conservação e gestão energática por parte das entidades que a
compõem. Devem ser privilegiadas todas as ações que, na margem, tenham um
custo inferior ao necessário para suprir a energia economizada.
Em síntese, pode-se considerar os ganhos em eficiência energética como
provenientes de duas parcelas: uma referente ao “progresso autônomo” e outra
referente ao “progresso induzido”. Por progresso autônomo entende-se aquele que se
dá por iniciativa do mercado, sem onterferência de políticas públicas de forma
espontânea, ou seja, através da reposição natural do parque de equipamentos po
similares novos e mais eficientes ou tecnologias novas que produzem o mesmo
serviço de forma mais eficiente. Por progresso induzido, entende-se aquele que
requer estímulos através de políticas públicas. O país tem um conjunto de
oportunidades para atender as necessidades sociais através de programas de
eficiência energética. (PNEE, 2011)
Contudo, como vimos nos dois conceitos, um projeto com eficiência energética tem que
atender os valores mínimos de conforto ambiental, pois nem sempre a economia na energia
garante que vá se obter o conforto térmico e luminoso necessário. Outro fator a se considerar
é que em certos climas e em edifícios com alta ocupação, o conforto ambiental não terá como
ser atingido somente com recursos naturais, necessitando de uso de tecnologias, como
climatização artificial. Uma solução é optar, em climas mais amenos, por soluções híbridas,
onde em uma mesma edificação possa optar por ventilação natural e artificial, a depender da
época do ano e nos casos mais extremos procurar equipamentos e tecnologias mais eficientes.
Nesse sentido, a adoção de uma política de conservação de energia é fundamental, pois
permite uma diminuição da energia primária necessária para propiciar um mesmo nível de
consumo de energia útil e possibilita a construção de um estilo de desenvolvimento que
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implique uma menos energia demandada, através do emprego de soluções alternativas e de
novas tecnologias (PNEE, 2011). É sobre essa política de conservação, a etiquetagem Procel-
Edifica, o contexto que ela se insere no Brasil e sua importância que falaremos ao longo do
texto.
2. Produção de Energia no Brasil
Para a obtenção de um serviço de energia é necessário uma cadeia de transformações,
transporte e estocagem, com origem nas fontes primárias, encontradas na natureza, tanto de
origem renovável (solar direta, eólica, hidráulica, cana de açúcar e madeira) quanto não
renovável (petróleo, gás natural, carvão mineral e nuclear) (PNEE, 2011).
A matriz energética brasileira é predominantemente renovável, representando 81,7% da oferta
interna de eletricidade, com sua maior parte proveniente da geração hidráulica, que representa
68,1% da oferta interna total como mostra o gráfico abaixo.
Figura 1 – Gráfico da Oferta Interna de Energia Elétrica por Fonte
Fonte: Balanço Energético Nacional 2017: Ano base 2016 – BEN 2017
Já a geração elétrica a partir de não renováveis, segundo o BEN (2017), representou, em
2016, 19,6% do total nacional, resultado inferior ao ano anterior de 25,9%. A partir desses
dados, nota-se que, quando comparado com o resto do mundo, o Brasil tem uma matriz
energética considerada limpa.
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Figura 2 – Gráfico de comparação entre Matriz Energética Brasileira e a Mundial
Fonte: Eletrobrás, 2009
Quando tratamos do consumo da população brasileira houve uma queda de 0,9% em relação
ao ano anterior, com destaque ao setor residencial, que teve um crescimento de 1,4%. Os
outros setores, em geral, seguiram a tendência de queda, como o industrial que registrou uma
baixa de 1,3% porém nas áreas de papel e celulose e de alimentos e bebidas apresentou uma
variação positiva. Os setores público, agropecuária, comercial e transporte mantiveram a
variação negativa de 0,9% em relação ao ano anterior. (BEM,2017).
Quando partimos para a análise por região no setor residencial, o sudeste detém quase metade
do consumo de eletricidade, apesar de ter tido uma queda comparado ao último ano, enquanto
as outras regiões aumentarão o seu consumo.
Figura 3 – Tabela de Consumo Residencial de Eletricidade por Região
Fonte: Balanço Energético Nacional 2017: Ano base 2016 – BEN 2017
O grande desafio do Brasil é manter o ritmo de crescimento econômico (que implica em
aumento de gastos energéticos) dentro de critérios de sustentabilidade. Para sustentar o
aumento da produção de eletricidade os impactos ambientais são enormes, causados por
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diversos fatores como as inundações de deslocamento de populações com a construção e
ampliação das usinas hidrelétricas, a poluição e os riscos com a segurança pública causadas
pelas termoelétricas e nucleares, entre outros impactos. Por fim os grandes gastos nessa área
por parte do governo implicam na falta de investimento em outras áreas, como educação,
saúde e habitação (LAMBERTS, DUTRA e PEREIRA, 1997).
Portanto a eficiência energática é uma grande aliada para preservar a matriz energética
brasileira, que apesar de relativamente limpa está em constante crescimento por conta do
grande consumo. Assim as edificações precisam ser cada vez mais projetadas para menor
consumo de energia.
3. Consumo de Energia no Brasil
No Brasil o consumo de energia em edificações é um dos maiores de todos os setores. Esse
consumo pode ser dividido em três partes; a consumida na construção do prédio, embutido na
produção, transporte e manipulação dos materiais no canteiro de obra, também chamado de
conteúdo energético predial; a utilizada nas atividades-fim do prédio, como uso de
equipamentos necessários e indispensáveis para o funcionamento da edificação; e a
consumida nas atividades destinadas a trazer conforto necessário à habitabilidade (PNEE,
2011).
De toda a energia elétrica produzida no país mais de 40% é gasta em edifícios para uso e
manutenção. Deste total 21,4% vão para edifícios residenciais, 14,4% para edifícios
comerciais e 7% para edifícios públicos como mostra a figura 4.
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Nota / Note: Inclui importação e autoprodução / Includes imports and self production
Figura 4 – Gráfico de fluxo de energia de 2017/ ano base 2016
Fonte: BEN, 2017
Observando o consumo específico residencial vemos que a maior parte se destina a
geladeiras, chuveiros e lâmpadas, porém mais recentemente o ar condicionado vem subindo
no consumo dos brasileiros, chegando a 20% na média nacional. Esse valor ainda tende a
crescer nos próximos anos por conta do aumento do poder aquisitivo da população e devido a
falta de adequação das edificações ao clima local (LAMBERTS, DUTRA e PEREIRA, 1997).
Já em edifícios não residenciais como comercial e público, segundo os mesmos autores, a
situação se assemelha muito a europeia, aonde o consumo maior vem da iluminação artificial,
seguida do ar condicionado. A figura 5 mostra o consumo nesses dois usos.
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Figura 5 – Tabela de consumos por uso final de setores comercial e público
Fonte: Julia Fernandes, 2010
4. O que é etiquetagem
A etiquetagem pode ser usada para classificar o nível de desempenho de diversos produtos,
evidenciando o cumprimento de requisitos estabelecidos por normas e regulamentos técnicos.
Para cada critério a etiqueta recebe um nome, no caso da avaliação da eficiência energética de
produtos e edificações ela é conhecida como Etiqueta Nacional de Conservação de Energia
(ENCE). Nesse caso a classificação se da por meio de faixas coloridas, separadas em A, B, C,
D e E, sendo “A” a mais eficiente e “E” a menos, além de trazer outras informações
adicionais relevantes.
No Brasil o programa de etiquetagem é conhecido como Programa Brasileiro de Etiquetagem
(PBE) coordenado pelo Inmetro e contem hoje 38 Programas de Avaliação da Conformidade.
Dentre esses programas esta o PBE Edifica, feito da parceria entre o Inmetro e a
Eletrobrás/PROCEL, voltado para a avaliação da eficiência energética em edifícios
comerciais, de serviço e públicos e edificações residenciais.
Os Selos de Conformidade, seja em produtos ou edificação, ajudam o consumidor a escolher
produtos com menor consumo de energia e consequentemente menos impacto ao planeta.
5. Como surgiu no Brasil
Após a crise do petróleo na década de 70 o Inmetro, em 1984, começou a discutir a criação de
programas de avaliação da conformidade, pensando em informar para os consumidores a
eficiência energética dos equipamentos disponíveis no mercado nacional, inicialmente no
setor automobilístico. Após alguns anos o projeto foi ampliado e ganhou o nome de Programa
Brasileiro de Etiquetagem (PBE). Já a Eletrobrás criou em 1985 o Programa Nacional de
Conservação de Energia Elétrica (PROCEL) que posteriormente se transformou em programa
de governo para promover a racionalização da produção e do consumo de energia elétrica.
Com a crise de abastecimento ocorrida em 2001 no Brasil fomos obrigados a racionalizar a
energia e repensar o seu uso, gerando várias medidas adotadas pelo governo a partir dessa
situação. Porém o que percebemos na figura 6 é que após o impacto inicial do “apagão” em
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2001 o consumo voltou a crescer rapidamente, gerando maiores investimentos no PROCEL e
no PBE.
Figura 6: Consumo de Energia Elétrica e PIB em relação ao ano base de 1987
Fonte: Balanço Energético Nacional (BEN 2005) A medida imediata adotada foi o inicio do processo de Etiquetagem de Edificações, que
ocorreu através da Lei nº 10.295, promulgada em 17 de outubro de 2001, junto com a criação
do subprograma Procel Edifica. Conhecida como Lei da Eficiência Energética, dispõe sobre a
Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia e visa desenvolver, difundir e
estimular a eficiência energética no País. Como resultado, observou-se uma significativa
redução do consumo de energia nas edificações, em especial no setor residencial. (PNEE,
2011)
Esta Lei foi regulamentada pelo Decreto nº 4.059, de 19 de dezembro de 2001, que
determinou que “os níveis máximos de consumo de energia, ou mínimos de eficiência
energética, de máquinas e aparelhos consumidores de energia fabricados ou comercializados
no País, bem como as edificações construídas, serão estabelecidos com base em indicadores
técnicos e regulamentação específica a ser fixada nos termos deste Decreto, sob a
coordenação do Ministério de Minas e Energia”. Ainda segundo o PNEf, o decreto criou o
Comitê Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética, no âmbito do Ministério de
Minas e Energia (MME) e estabeleceu que fossem desenvolvidos mecanismos para
determinar os níveis mínimos de eficiência energética e constitui um Grupo Técnico para
adotar procedimentos para a avaliação da eficiência energética das edificações. Foi então
delegado pela MME a Eletrobrás, no âmbito do Procel Edifica, a Secretaria Técnica
Edificações, responsável pelo desenvolvimento do regulamento técnico da qualidade para
avaliação do desempenho termoenergético das edificações.
Juntos com o Inmetro, em 2009, a MME e a Eletrobrás, no setor do PBE, lançaram no
mercado brasileiro o Regulamento Técnico da Qualidade do Nível de Eficiência Energética de
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Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos (RTQ-C) que mostra os procedimentos para a
Etiquetagem de Eficiência Energética de Edifícios, porém somente engloba os Comerciais, de
Serviço e Públicos. Um ano depois, em novembro de 2010, que foi surgir o Regulamento para
edificações Residenciais (RTQ-R) onde os edifícios residenciais foram incorporados. (PNEE,
2011)
Como apresentado no Manual do Gestor Público, com a publicação da Instrução Normativa
(IN) N⁰02, de 05 de junho de 2014 que “dispõe sobre regras para a aquisição ou locação de
máquinas e aparelhos consumidores de energia pela Administração Pública Federal direta,
autárquica e fundacional, e o uso da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE)
nos projetos e respectivas edificações públicas federais novas ou que recebam retrofit”, desde
2014 foi instituido a obrigatoriedade da etiquetagem em edificios públicos federais.
Infelizmente os códigos brasileiros ainda estão desatualizados em relação à legislação
referente ao conforto ambiental e eficiência energética nas edificações. (FERNANDES, 2009)
O que gera ainda um atraso nos processos de adequeção de edificações comerciais, de serviço
e residenciais a etiquetagem, visto que nesses setores ainda não ocorre a obrigatóriedade do
uso das RTQ-C E RTQ-R.
6. Como é avaliado a PBE Edifica
A etiquetagem de edificações no Brasil, nomeada de PBE Edifica é dividida em dois
regulamentos, o Regulamento Técnico da Qualidade do Nível de Eficiência Energética de
Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos (RTQ-C) e o Regulamento para edificações
Residenciais (RTQ-R). Apesar de terem seus diferenciais, ambos são divididos e avaliados
com o mesmo método.
Figura 7: Requisitos e Regulamentos para avaliação da etiquetagem
Fonte: Site PBE Edifica
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Nestes regulamentos o edifício é avaliado em três sistemas, cada um com seu peso de
classificação: a envoltória (30%), sistema de iluminação (30%) e sistema de condicionamento
de ar (40%). O edifício pode ser contemplado com a Etiqueta Nacional de Conservação da
Energia (ENCE) para o edifico completo, abrangendo os três sistemas citados, ou etiquetas
parciais para cada sistema, sendo a envoltória sempre obrigatória e deve ser a primeira a ser
avaliada (FERNANDES, 2010). A classificação da etiqueta vai de A, como mais eficiente, à
E, como o menos eficiente.
Além destes três sistemas o edifício pode adicionar a sua etiqueta pontos de bonificação. Esta
pontuação é concedida com a comprovação de percentuais anuais mínimos de economia, nas
categorias de economia de água (20%), e de energia, onde 10% de economia em energias
renováveis e 30% para cogeração e inovações. A pontuação adquirida vai ser proporcional ao
percentual obtido, tendo só que atender os requisitos mínimos (FERNANDES, 2010).
Figura 8: Possibilidade de Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE): parciais ou completa
Fonte: (FERNANDES, 2010).
Falando sobre cada sistema, a envoltória é o item mais importante, apesar de não ser o com
maior peso, pois é o primeiro a ser etiquetado e o único obrigatório dos três sistemas. A
envoltória são todos os planos externos da edificação, como piso, paredes e coberturas, que
participam das trocas térmicas entre os ambientes internos e externos. Portanto as áreas em
subsolo não são consideradas por não proporcionarem trocas térmicas significativas. Para o
calculo da envoltória também são consideradas as aberturas e os elementos de proteção solar
externos.
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Figura 9: Exemplo de itens considerados na envoltória
Fonte: Aula IPOG Júlia Fernandes.
O sistema de iluminação é avaliado relacionando iluminação artificial, circuitos, controle e a
iluminação natural. Dois erros graves que ocorrem nesse sistema, principalmente em edifícios
comerciais e públicos, é o elevado consumo por meio da iluminação artificial causado por
sistemas não eficientes e as grandes aberturas de vidro, que causam a entrada do ecesso de luz
natural e o ofuscamento, levando ao usuário fechar as cortinas e utilizar a luz artificial.
O terceiro sistema, o de condicionamento do ar, é o que mais vem crescendo nos últimos
anos, que segundo a NBR 16401 é o processo que objetiva controlar simultaneamnete: a
temperatura, a umidade, o movimentação, a renovação e a qualidade do ar de um ambiente.
Esse sistema é muito influenciado pelos dois sistemas anteriores, já que a carga térmica do
ambiente vai ser resultado da somatória de todas as formas de calor do local. Por isso é
fundamental o uso de equipamentos eficiêntes, principalmente em locais com climas mais
extremos.
O RTQ-C apresenta dois métodos para determinar a eficiência: método prescritivo e método
de simulação. O método prescritivo utiliza os dados extraídos do projeto e calculos em
equações matemáticas, tem como vantagem ser mais rápido e mais barato para chegar ao
resultado. O método de simulação é feito com um modelo do edifício em software de
simulação computacional do desempenho energético e térmico, é mais utilizado em casos
específicos onde a edificação propõe maiores inovações, traz também mais precisão ao
resultado.
No site da PBE Edifica encontramos que para obter a Etiqueta é necessário contatar um OIA -
Organismo de Inspeção Acreditado. Os OIAs constituem-se de pessoas jurídicas, de direito
público ou privado, cuja competência é reconhecida formalmente pela Cgcre - Coordenação
Geral de Acreditação do Inmetro. A acreditação de OIAs é realizada pela Divisão de
Acreditação de Organismos de Certificação (Dicor/Inmetro), que realiza as atividades para
reconhecer a competência técnica dos organismos de avaliação da conformidade que
executam certificações de produtos, sistemas de gestão, pessoas, processos ou serviços, para
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isto, utiliza programas de acreditação, estabelecidos em Normas, cujos requisitos devem ser
atendidos, plenamente, pelos solicitantes. Esta acreditação engloba as modalidades: produtos,
pessoas e sistemas de gestão.
Os preços para obtenção de uma etiqueta podem variar de R$ 11.000,00 (onze mil reais) a
R$22.000,00 (vinte e dois mil reais), em média. Esse valor vai variar de acordo com o escopo
pretendido, o tamanho e a complexidade da edificação, além do melhor método utilizado
(prescritivo ou simulação). Estes valores são estimativas encontradas no site da PBE Edifica,
mas cabe a cada OIA apresentar seu orçamento conforme características da edificação e
logística da avaliação de conformidade.
Um edifíco etiquetado ainda durante o projeto tem etiqueta válida por 3 anos, já um avaliado
após a construção tem validade de 5 anos.
7. Como e onde já é aplicada
Como já visto anteriormente em 2014 passou a ser obrigatória a etiquetagem em edifícios
públicos, e a pretensão é que dentro de alguns anos os edifícios comerciais e posteriormente
os residenciais também adquiram essa obrigatoriedade. Enquanto isso não ocorre o PROCEL
vem investindo na conscientização da população em relação ao desperdício de energia através
de programas como o Selo de Eficiência Energética, usado em diversos equipamentos
eletrodomésticos.
“por ser novo no país, o mercado construtivo ainda terá de se adaptar ao conceito de
eficiência de um edifício: os arquitetos, com os parâmetros de projeto; os
profissionais envolvidos, com a construção civil com o registro de informações e
documentos ao longo da obra; os fornecedores de materiais, com a uniformização da
linguagem e parâmetros de especificação técnica de seus produtos; as agências
financiadoras da construção, com os próprios conceitos de eficiência; e o público em
geral, com a etiqueta de eficiência e seu significado” (CARLO; LAMBERTS, 2010)
Hoje vemos que o Brasil evoluiu muito na Eficiência Energética, tanto na legislação,
capacitação e conhecimento acumulado, quanto na necessidade da eficiência em vários
setores. Essas medidas fizeram tanto sucesso que podem ser replicadas e ganhar novos
patamares, porém precisa ser continuamente atualizado e tentar alcançar cada vez mais
pessoas. Assim os recursos utilizados nessa área vão ser mais bem aplicados e os resultados
viram com maior velocidade, abrangência e amplitude. (PNEE, 2011).
Um ponto importante nesse desenvolvimento foi o PNE 2030, Plano Nacional de Energia
criado em 2010 com meta de redução de 10% do cosumo de energia elétrica até 2030,
também apresentado no PNEE (2011).
Nesse tempo surgiram várias fontes de financiamento para projetos de eficiência energética
como: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social –BNDS, a CAIXA
ECONÔMICA FEDERAL – CAIXA e a Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP. Outras
importantes fontes de recursos como a RGR (Reserva Global de Reversão), P&D e PEE da
ANEEL têm aplicações específicas e já foram discutidos nas Notas Técnicas que tratam do
PROCEL-CONPET, Legislação e Regulamentação, e Desenvolvimento Tecnológico. Será
discutido e analisado, como alternativas à RGR, o uso da CDE (Conta Desenvolvimento
Energético) como fonte de recursos para a eficiência energética. (PNEE, 2011)
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Hoje já existem algumas edificações etiquetadas em vários estados do Brasil, porém na área
residencial este número ainda esta em crescimento, principalmente quando se trata de
unidades habitacionais autônomas. Essas edificações já etiquetadas usam como estratégias o
uso equilibrado da luz natural, dimensionando a entrada de luz e calor, especificação correta
de materiais, segundo o clima local, buscando o equilíbrio entre conforto ambiental e
eficiência energética e uso de novas tecnologias e energias renováveis. A seguir alguns
exemplos de edificações residenciais etiquetadas:
Figura 10: Residencial Flex Guarulhos, em Guarulhos/SP, da construtora Tecnisa
Fonte: Site PBE Edifica
Figura 11: Casa Eficiente em Florianópolis/SC, construída pela parceria da ELETROSUL e ELETROBRÁS
Fonte: Site PBE Edifica
Importância da Etiquetagem em Edifícios Residenciais e sua Aplicação no Brasil
Dezembro/2018
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018
Figura 12: Euroville Smart Housing em Porto Alegre/RS, em fase final de construção
Fonte: Site PBE Edifica
Figura 13: Projeto Casa Azul em Sinop/MT, recebeu a etiquetagem em 2016
Fonte: Site PBE Edifica
8. Benefícios da Etiquetagem
Com a etiquetagem das edificações a economia de energia elétrica pode chegar em 50%
quando a etiquetagem ainda for feita no projeto e chegue ao nível A. E casos de retrofit, ou
seja, modificações nas edificações já existentes para conseguir a etiquetagem, a economia
pode chegar a 30%. (FERNADES, 2010)
Quanto tratamos da comparação de edíficios já etiquetados, um edifício de classificação A
pode chegar a mais de 35% de economia comparado a um edifício de etiqueta E segundo
Lamberts (2010). Ainda segundo o autor “é mais barato economizar energia do que fornecê-
la”, relacionando o fornecimento com a crise energética e o esgotamento das fontes que deixa
o custo de energia cada vez mais alto.
Importância da Etiquetagem em Edifícios Residenciais e sua Aplicação no Brasil
Dezembro/2018
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018
Além desses fatores econômicos, a preocupação com o meio ambiente vem sendo cada vez
mais colocada em pauta, o que faz boa parte da população procurar alternativas mais
sustentáveis na hora da compra de um imóvel, fazendo com que construtoras usem a
etiquetagem também como marketing de vendas em um mercado tão concorrido.
Figura 14: Capa do vídeo de apresentação do empreendimento Hangar em Salvador/BA
Fonte: Site da Odebrecht Realizações
9. Conclusão
Após análise dos dados coletados em livros, normas e entrevistas, nota-se que a questão da
eficiência energética vem crescendo no Brasil. Isso vem ocorrendo por conta da crise
energética e ambiental, que fez a população se conscientizar e pesquisar mais sobre o assunto,
já que os resultados do consumo excessivo está se mostrando não só no bolso do brasileiro
como no futuro do progresso do país.
Apesar disso ainda falta muito trabalho dos governos para trazer mais visibilidade as medidas
que estão sendo tomadas para solucionar essas questões, como a obrigatoriedade da
etiquetagem em todos os tipos de edificações, não só as públicas, capacitação dos
profissionais da área para implementação dessas medidas, seja em cursos técnicos ou nas
faculdades e criação de legislações que respaldem as medidas já criadas pelo governo.
Ainda assim vemos uma crescente aderência, principalmente de grandes construtores, a
etiquetagem para trazer um diferencial ao mercado imobiliário. Essas construtoras buscam os
clientes que se preocupam com a economia da energia e com a sustentabilidade através da
eficiência energética.
Portanto nota-se que a etiquetagem das edificações traz benefícios tanto para os usuários do
empreendimento, a economia, o maior conforto ambiental e o comprometimento com o meio
ambiente; como para as construtoras, que conseguem aumentar o valor de seus
empreendimentos; como para o país que diminuiu seus gastos energéticos e controla o uso de
suas fontes de energia.
Importância da Etiquetagem em Edifícios Residenciais e sua Aplicação no Brasil
Dezembro/2018
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018
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