INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DA PARAÍBA – IESP
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
Disciplina: Auditoria Contábil
Setembro/2011
Prof. Sérgio Machado Mathias, M.Sc.
FUNÇÃO E OBJETIVO
Manifestar uma opinião crítica e técnica sobre as Demonstrações Contábeis de
uma entidade, envolvendo todos os critérios adotados para sua elaboração,
bem como todos os processos de registro e controle desenvolvidos para essa finalidade, visando certificar se as
mesmas refletem adequadamente a situação patrimonial, financeira e
econômica das empresas.
O planejamento do trabalho de Auditoria (fase importante para o sucesso da missão), definirá seu
escopo e nível de abrangência, com a estipulação de metas que possam tornar o trabalho o mais eficiente
possível. Deve levar em consideração também outros fatores relevantes
envolvidos, como a natureza, oportunidade e extensão dos
procedimentos a serem aplicados.
Em decorrência do planejamento serão elaborados os Programas de Auditoria, que definirão especificamente todos os pontos observados na fase anterior.
Os referidos Programas deverão estar devidamente documentados e
detalhados, pois servirão como um guia orientador, durante a fase de
levantamento dos dados e análise das situações encontradas, subsidiando as
observações a serem feitas.
Segundo o Prof. Antonio Lopes Sá, “A Auditoria Contábil é uma tecnologia que se utiliza da
revisão e da pesquisa, para fins de emitir opinião e orientação sobre
situações patrimoniais de empresas e instituições”. Segundo o mesmo Professor, a Auditoria é uma
prática antiga utilizada pela humanidade há mais de 4.500 anos
antes de Cristo.
Ressalta ainda que o Império Romano, pela sua extensão e complexidade,
utilizava-se das práticas de Auditoria, existindo relatos da utilização dessa
técnica em suas províncias. Como conclusão, podemos afirmar que a Auditoria Contábil é tão antiga quanto
a própria Contabilidade.
AUDITORIA X PERÍCIA(Para não restar dúvida)
AUDITORIA - opera através de um processo de amostragem.
PERÍCIA – opera sobre um determinado ato, ligado ao patrimônio
das entidades físicas ou jurídicas, buscando a apresentação de uma opinião, através do laudo pericial.
O Perito atua sobre um caso litigioso, envolvendo duas partes,
enquanto que o Auditor desenvolve seu trabalho para uma entidade
privada ou pública, que o contrata para apreciar e emitir Parecer
sobre os controles internos ou as demonstrações contábeis-financeiras.
OBJETOS DA AUDITORIA CONTÁBIL
Segundo a Lei 11.638/2007, as Demonstrações Contábeis-Financeiras sujeitas às observações da Auditoria
são as seguintes:
1 – Balanço Patrimonial (BP)2 – Dem. do Result. do Exercício (DRE)
3 – Dem. do Fluxo de Caixa (DFC)4 – Dem. do Valor Adicionado (DVA)
5 – Dem. de Lucros ou Prej. Acumulados (DLPA)
Auditoria Interna
Auditoria Externa
AUDITORIA CONTÁBIL LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
1.Decreto Lei 9295 de 27/05/46 – Lei de Regência da Profissão Contábil.2. Lei 9447 de 14/03/97 – Lei de responsabilidade dos Auditores. 3. Instr. CVM 308/99 de 14/05/99 – Registro do exercício de atividade de Auditoria.4. NBC T 11 – Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis.5.Res. CFC 1323/11 – NBA Revisão Externa de Qualidade Pelos Pares.
Observação:
Modelo de Parecer dos Auditores
Independentes (com ressalva e
sem ressalva), encontram-se
demonstrados em separado.
Auditoria Contábil
CONTROLE INTERNO
O que é?Qual sua importância no processo de
Auditoria Contábil?
Entende-se por sistema contábil e de controles internos, o plano de organização
e conjunto integrado de método e procedimentos adotados pela entidade na proteção do seu patrimônio, promoção da confiabilidade e tempestividade dos seus
registros e Demonstrações Contábeis, e da sua eficácia operacional.
O planejamento e execução de um plano ou programa de Auditoria são
transformados em procedimentos de Auditoria. O conjunto de técnicas que
permitem ao Auditor obter evidências ou provas suficientes e adequadas para
fundamentar sua opinião sobre as demonstrações contábeis auditadas e
abrangem testes de observância e testes substantivos.
O processo de Auditoria é realizado sequencialmente, constando de:
1.Pesquisa ambiental; 2.Planejamento estratégico; 3.Controle interno; 4.Teste de observância; 5.Teste substantivo; e 6.Parecer do Auditor.
Pressupõe-se, na terceira sequência, que a estratégia adotada está baseada na
confiança sobre o controle. Assim o Auditor precisa documentar em detalhes o
sistema contábil e controles contábeis internos sobre os quais é possível confiar.
A preocupação do Auditor com o entendimento do sistema contábil e
controles a eles relacionados, determina que seja confirmado entendimentos por
intermédio do seguimento de uma transação pelo sistema, pela técnica como walk-through (rastreio) antes da execução
de testes de controles.
Após essa documentação, cada um desses controles deve ser avaliado como base
preliminar para determinar os pontos fortes e fracos do sistema. As atividades do
pessoal da empresa podem ser observadas. Baseado em certas
circunstâncias observadas pelo Auditor, como por exemplo as condições do controle interno, ele pode chegar, razoavelmente, a conclusões no que respeita a validade das
várias situações contidas nas demonstrações contábeis.
Segundo o site “www.portaldeauditoria.com.br” os Controles Internos devem ser:
1.Úteis – quando salvaguardam os ativos da empresa e promovem o bom desenvolvimento dos negócios, protegendo as empresas e as pessoas que nela trabalham;2.Práticos – quando apropriados ao tamanho da empresa e ao porte das operações, objetividade ao que controlar e simples na sua aplicação;3.Econômicos – quando os benefícios de mantê-los são maiores do que os seus custos (custo/benefício).
Ambiente propício para existir um bom controle interno inclui:
- Princípios éticos, retidão e integridade dos funcionários e da empresa;
- Estrutura organizacional adequada;- Comprometimento com a competência e a
eficiência;- Formação de uma cultura organizacional;
- Estilo e atitude exemplar dos administradores;
- Políticas e práticas adequadas de RH; e- Sistemas adequados.
O controle é exercido por meio de cinco atividades básicas:
1. Segurança e proteção dos ativos e arquivos de informação;
2. Documentação e registros adequados;3. Segregação de funções;
4. Procedimentos adequados de autorizações para o processamento das
transações; e5. Verificações independentes.
Como os trabalhos de Auditoria Externa são caros para a maioria das empresas, os contratos são negociados levando-se em consideração a qualidade da atividade de Auditoria Interna exercida. Quanto mais confiança os Auditores Independentes tiverem nos Auditores Internos, menos
horas de trabalhos serão dispendidas para a consecussão de sua missão. Geralmente os trabalhos desenvolvidos pelas Auditorias Internas são aproveitados pelos Auditores
Independentes.
Portanto, apesar de não existir obrigatoriedade formal para as empresas terem em suas
estruturas um órgão de Auditoria Interna, sua existência garantirá acompanhamento constante
dos controles internos, mediante o desenvolvimento de trabalhos específicos e até
com a presença dos Auditores Internos nas fases de desenvolvimento de novos sistemas de
informações. Em resumo, além de garantir a segurança e confiabilidade das operações no
dia-a-dia, se beneficiará com a redução monetária do trabalho de Auditoria Externa.