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Interpretando o Brasil
BOMENY, Helena. FREIRE-MEDEIROS,Bianca.(coord) Tempos Modernos, tempos de sociologia.São Paulo: Editora do Brasil, 2010.
• Segundo o sociólogo Nobert Elias, as sociedades podem ser compreendidas a partir do exame de seus costumes
• Observando as maneiras de se comportar ou os hábitos mais comuns de uma sociedade, podemos entende melhor como ela se concebe a si mesma e como é percebida por quem está de fora.
• A partir da observação dos nossos hábitos e costumes, certos intelectuais delinearam interpretações fascinantes sobre a identidade brasileira
O que é o Brasil?•Gilberto Freyre e Oliveira Vianna•Partiram de uma reflexão sobre nossa constituição racial•Monteiro Lobato e Roberto DaMatta foram descobrindo a identidade brasileira, a partir da comparação com outras nações•Euclides da Cunha, acreditava que não era possível entender o Brasil sem passar pelas categorias de litoral e sertão.
Oliveira Vianna
• Francisco José de Oliveira Vianna foi um dos primeiros pensadores a formular uma visão sociológica sobre o Brasil.
• Forte tom positivista em seus estudos
• Relação entre raça, meio natural e comportamento humano
• Defensor da tese da superioridade ariana
• Apreensivo diante do caráter mestiço da população brasileira
• Defendia a vinda de imigrantes que poderiam misturar-se à população de modo a “embranquecê-la”
• Décadas de 1920 e 1930, Estado Novo (1937-1945) um dos principais interlocutores de Getúlio Vargas e tornou-se conhecido como um dos mais importantes teóricos do autoritarismo no Brasil.
Monteiro Lobato
• José Bento Renato Monteiro Lobato foi dos maiores escritores do século XX.
• Conhecido por seus livros voltados para o público infantil
• Teve atuação no cenário político e social do país nas primeiras décadas do século passado
• Nacionalismo
• Dedicou grande parte de seus escritos ao tema da cultura brasileira
• Especial atenção ao homem do campo, imortalizado na figura de Jeca Tatu
Euclides da Cunha
• Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha foi jornalista e escritor.
• Em 1897 viajou pela Bahia como correspondente do jornal O Estado de São Paulo para cobrir a guerra de Canudos
• Escreveu Os Sertões
Sérgio Buarque de Holanda
• Sérgio Buarque de Holanda foi um dos mais importantes pensadores brasileiros
• Historiador, sociólogo, crítico literário e jornalista
• Dedicou-se a estudar a sociedade brasileira a partir de sua história
• Em sua temporada em Berlim entrou em contato com a escola alemã de sociologia
• Identificou-se com a obra de Max Weber
• Essa influência pode ser facilmente percebida no livro que publicou logo após a sua volta ao país, Raízes do Brasil (1936)
• É ao lado de Gilberto Freyre e Caio Prado Júnior, um dos maiores intérpretes do Brasil e um dos mais eminentes intelectuais do país.
• Quer concordemos ou não com o que é dito por esses intelectuais, o exame de suas interpretações nos leva a refletir sobre nós mesmos, sobre quem somos e como chegamos a sê-lo.
• Civilizados ou cordiais?
• Recua até os tempos coloniais e constrói um panorama histórico da nossa estrutura política, econômica e social, influenciada pelo modelo português
•Para o autor, a estrutura social de Portugal era marcada por uma “frouxidão organizacional” que levava a um padrão de convivência ao mesmo tempo mais flexível e mais instável.•O “homem cordial”seria o brasileiro típico, fruto da colonização portuguesa e representante conceitual de nossa sociedade•Ficou associada à concepção do brasileiro como gentil, hospitaleiro, pacífico.•Foi muito criticado
• Por que cordial?
• Sérgio Buarque usa a expressão “homem cordial” para indicar um tipo de sujeito que age de acordo com “um fundo emotivo transbordante”, ou seja, com o coração, movido pela emoção.
• No lugar da formalidade, do respeito a leis universais, o homem cordial se vale da espontaneidade e aposta na lógica dos favores
• É assim o exato oposto do homem que orienta pelos códigos das boas maneiras e da civilidade, feitos para controlar e conter as emoções em nome de rituais e regras de convívio social
• A cordialidade tal como entendida por Sérgio Buarque, sugere aversão à impessoalidade
• Utilizar diminutivos: “inho”
• Aversão ao emprego dos verbos no modo imperativo (substituir o “faça” por “será que daria para você fazer”
• Tendência brasileira a omissão do nome de família no tratamento social
• Nos Estados Unidos a Professora é chamada de Mrs. Smith e no Brasil de Tia Maria
• No campo religioso também
• Políticos tratam assuntos públicos como se fossem assuntos privados• Nepotismo• Padrinho• “Meus amigos em primeiro lugar”• Jeitinho brasileiro• É a reação comum do brasileiro quando confrontado com um “não
pode”