Download - Jornal Abrantes
jornalDirectora HÁLIA COSTA SANTOS - Editora JOANA MARGARIDA CARVALHO - MENSAL - Nº 5493 - ANO 112 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
abrantesde
MARÇO2012 · Tel. 241 360 170 · Fax 241 360 179 · Av. General Humberto Delgado - Ed. Mira Rio · Apartado 65 · 2204-909 Abrantes · [email protected]
Mação e Barquinha servem a lampreia Durante um mês os dois concelhos do Mé-dio Tejo servem o melhor que o rio traz. Barquinha junta o sável e a lampreia, já Mação aposta no presunto e na lampreia. A promoção da cozinha típica e regional é o objectivo.páginas 8 e 9
GASTRONOMIA
Américo Miranda Simplesda Ordem dos Advogados Américo Miranda Simples, presidente da delegação da Ordem dos Advogados de Abrantes, reconhece que as previsíveis passagens do Tribunal de Trabalho para Tomar e do Tribunal de Mação para Abrantes são negativas para as populações. página 3
ENTREVISTA
Mais um ano de Feira de São Matias no TecnopóloCarrosséis, actuações musicais, venda de quinquilharia, festival de folclore e mostra de produtos regionais é o que vai estar acontecer até ao dia 11 de Março, em Alferrarede. página 21
FESTA
dioBaMaA pobj
MadeCade
F
Autarquias facilitam acesso aos cuidados médicos
GRATUITO
páginas 4 e 5
EspecialCasamentosO casamento é um momento para
a vida, marca uma opção de vida.
Neste mês damos-lhe a conhecer
histórias de casais que já
vivenciaram o casamento ou
que ainda estão a prepará-lo.
Com o JA pode conhecer algumas
das tendências para este ano 2012.
páginas 11 a 16
jornaldeabrantes
MARÇO20122 ABERTURA
FICHA TÉCNICA
DirectoraHália Costa Santos
EditoraJoana Margarida Carvalho
(CP.9319)[email protected]
Sede: Av. General Humberto Delgado – Edf. Mira Rio,
Apartado 652204-909 Abrantes
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Paulo Delgado
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2204-909 Abrantes
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Sócios com mais de 10% de capital
Sojormedia
jornal abrantesde
Concorda com o retirar da tolerância de ponto no Carnaval?
Manuel Santos PiresAldeia do Mato
Acho que se deve manter a to-
lerância de ponto. O problema
do país não é esse dia, são outras
coisas…
Apoiar o que é nosso e bom
UMA POVOAÇÃO Freixo Numão,
Vila Nova de Foz Côa
UM CAFÉ Café São Pedro (“O
Chico”), Freixo de Numão
PRATO PREFERIDO Amêijoas
UM RECANTO PARA DESCOBRIRAgroal, Vila Nova de Ourém
UM DISCO Lohengrin (Wagner)
com Peter Schneider como Maestro
UM FILME As Quatro Voltas, de Mi-
chelangelo Frammartino
UMA VIAGEM Tallin, Estónia, 2011,
visita aos locais onde Tarkovsky fi l-
mou o fi lme Stalker. Perceber o lu-
gar e a Zona.
UMA FIGURA DA HISTÓRIA Cle-
ment Atlee, primeiro-ministro bri-
tânico, que venceu Wiston Chur-
chill na eleições de 1945 com a
ideia de “vencemos a guerra, ago-
ra é tempo de vencermos o pós-
guerra”, percebendo que só dan-
do dignidade às pessoas poderia
a Europa ter futuro (e sermos her-
deiros e benefi ciários desta ideia
exige que estejamos à altura).
UM MOMENTO MARCANTE O dia
do doutoramento (quando tudo pa-
recia impossível e possível, um mo-
mento de chegada e de partida)
UM PROVÉRBIO Em casa em que
não há pão, todos ralham e nin-
guém tem razão
UM SONHO Uma região dinâmica
e criativa, forte na área da cultura vi-
sual, com uma produção cultural de
nível internacional
UMA PROPOSTA PARA UM DIA DIFERENTE NA REGIÃO Pequeno-
almoço junto ao Nabão, seguido de
passeio pelo Mouchão. Visita à Casa-
Estúdio Carlos Relvas. Visita ao Cas-
telo de Abrantes e passeio pelas ruas
do centro da cidade. Fim de tarde de
compras, aproveitando para esprei-
tar as últimas tendências do Design
(já existe uma importante oferta cria-
tiva por cá). Uma noite de cinema,
aproveitando para abrir horizontes
com a excelente programação ofe-
recida pelos cine-clubes da região.
FOTO DO MÊS EDITORIAL
INQUÉRITO
SUGESTÕES
Um jornal regional serve, antes
de mais, para dar voz às pessoas e
para promover o que de bom se
faz em cada terra. Por isso, neste
número quisemos mostrar como a
comunidade, neste caso por iniciativa
dos autarcas, consegue dar resposta
a problemas sociais, daqueles
que estão mais desprotegidos: ou
porque estão sozinhos ou porque
não têm quem os ajude a aceder
aos cuidados básicos de saúde.
Este é o espelho de uma pequena
parcela da nossa realidade, a que
não podemos fi car indiferentes.
A dinamização da economia é outro
aspecto determinante. Quando
se organizam mercados, feiras e
festivais com produtos da região,
há que dar-lhes destaque. Porque
é com este tipo de motores de
desenvolvimento que se vai podendo
reagir ao tempo presente. O esforço
dos organizadores só precisa do
correspondente retorno em termos
de visitantes. E se o mercado interno
é importante, o externo pode ser
decisivo. Daí a importância de
sublinhar a promoção dos produtos
da região que foi feita no Japão,
por uma comitiva encabeçada pela
presidente da Câmara de Abrantes.
Sendo a saúde e a economia dois
sectores decisivos, a cultura é
especial. Sobretudo quando se trata
de iniciativas de jovens, cheios de
vontade de contrariar o pessimismo,
que acreditam na força da cultura.
Destacar o Festival Index, promovido
pela Associação Vasplateia, e a
exposição SpinTechs, organizada
pela Associação Nervos, é apenas
um minúscula tentativa de fazer
com que estes projectos tenham o
público que merecem, que sejam
acolhidos com carinho. Porque
a criatividade e a capacidade de
fazer coisas vão ser, certamente,
as armas do futuro próximo.
HÁLIA COSTA SANTOS
Rectifi cação: Por lapso nosso foi noticia-
do no último Jornal de Abrantes de Ja-
neiro/Fevereiro que foi criado um Con-
selho Municipal de freguesias em Sardo-
al. O que foi constituído foi um Grupo de
Trabalho para analisar o Documento Ver-
de. Aos visados as nossas desculpas.
Rosária RodriguesAbrantes
Não concordo. O Carnaval é uma
tradição, sempre foi feriado. Não
é isso o problema do país, as de-
cisões governamentais sim, não o
nosso desempenho.
Augusto MouratoAbrantes
Eu sou pela tolerância do país. Pri-
meiro porque é uma tradição, de-
pois, a não tolerância só traz prejuí-
zo ao país. Há outras questões mais
importantes.
Gonçalo Velho, director do curso de Vídeo e Cinema Documental da ESTA
Esta é uma realidade que se encontra a caminho do Estádio Municipal de Abrantes. Não deve haver caixotes do lixo naquela zona. Só pode! E também falta civismo, naturalmente.
IDADE 37
RESIDÊNCIA Tomar
PROFISSÃO Professor
no Ensino Superior
jornaldeabrantes
MARÇO2012 ENTREVISTA 3
AMÉRICO MIRANDA SIMPLES, PRESIDENTE DA DELEGAÇÃO DA ORDEM DOS ADVOGADOS DE ABRANTES
“Há cada vez mais pessoas a recorrer ao apoio judiciário”HÁLIA COSTA SANTOS
A delegação de Abrantes da Or-dem dos Advogados é presidi-da por Américo Miranda Simples. Com ele, outros quatro advogados estão em funções desde fi nais de 2007. Representam 52 advogados do concelho, mas a delegação fun-ciona em agrupamento com qua-tro comarcas vizinhas, num total de 120 profi ssionais. O apoio judi-ciário é a actividade que mais ocu-pa a delegação, mas as incertezas em relação ao futuro também são uma preocupação. Como hipó-teses prováveis estão a ida do Tri-bunal de Trabalho para Tomar e a deslocação do Tribunal de Mação para Abrantes. O presidente de de-legação diz que centralização obri-ga a perder valências, mas defen-de que é fundamental assegurar transportes públicos.
Qual é a importância de exis-tir uma delegação da Ordem dos Advogados em Abrantes?
É a importância da proximida-
de com o cidadão e com os cole-
gas que também trabalham com
o cidadão comum. Temos que lidar
com problemas das mais diversas
naturezas, seja a nível da formação,
seja ao nível de procuradoria ilícita,
seja ao nível de deontologia. Esta
é uma delegação alargada porque
inclui as comarcas limítrofes. Temos
a facilidade de ter instalações que
são da Câmara de Abrantes e tam-
bém um protocolo com a autarquia.
Tem havido muitas pessoas a necessitarem de defensores ofi -ciosos?
A nível de estatístico são muitos.
São francamente muitos. Temos
uma movimentação próxima dos
mil por ano
É possível fazer uma ligação entre a situação do país e esta necessidade crescente das pes-soas?
Há cada vez mais pedidos, como
também há cada vez mais insol-
vências. São sobretudo casos de
natureza económica. Há cada vez
mais pessoas a recorrer ao apoio
judiciário, para não pagar custas,
para não pagar advogado. E nós
respondemos, na hora. As pesso-
as preenchem a documentação
e normalmente é-lhes concedido
apoio judiciário. É-lhes nomeado
um advogado para defender os
seus interesses.
A Ordem também tem a função da formação de advogados. Em que é que consiste?
Temos dois tipos de formação:
a dos estagiários, que decorre em
Évora, e a formação contínua que
damos ao nível das comarcas com
pessoas habilitadas nas mais diver-
sas áreas científi cas que tenham a
ver com temáticas de foro jurídico. No ano passado fi zemos sobre in-
solvências, sobre execuções, sobre
direito do urbanismo, sobre código
da estrada… Todos os anos temos
tentado fazer cinco ou seis acções
de formação. Trata-se sobretudo
de fazer reciclagem. Estando-se
longe dos centros onde se leccio-
na Direito e onde se cria doutrina,
a formação torna-se mais difícil. Se
a trouxemos cá, é mais fácil.
Como é que aparecem os casos que levantam questões de deon-tologia?
Por denúncia. Por participação de
advogado ou de um cidadão que
tem uma queixa qualquer contra
um advogado.
São muitos os casos, aqui na re-gião?
De Abrantes não há memória de
pendências a nível de Conselho
Distrital. A nível distrital sim, há al-
gumas queixas.
Essas queixas têm normalmen-te a ver com o quê?
Abusos de dinheiros, desleixos
ao nível dos prazos. Queixas que
às vezes até não têm fundamento.
São vontades das partes em impor
soluções impossíveis, que depois
não são sufragadas pelos senho-
res juízes, ao nível das sentenças,
e as pessoas convencem-se que
têm razão. Isto do Direito é um bo-
cado complexo, não é só a pessoa
pensar que tem direito a fazer isto,
é preciso demonstrar com provas
que tem razão e, por vezes, a prova
não se consegue em juízo.
Como é que um cidadão, em Abrantes, pode ter a informação sobre qual o advogado mais in-dicado para o seu caso?
Boa pergunta, porque os advoga-
dos não podem fazer publicidade,
está-lhes vedado. Vai-se sabendo
que uns terão mais apetência para
umas áreas do Direito do que ou-
tros, mas não podemos fazer pu-
blicidade. Mas, em geral, todos fa-
zemos qualquer área do Direito,
exceptuando talvez o Direito Ad-
ministrativo.
O que é que se destaca do rela-tório da delegação da Ordem re-lativo ao ano de 2011?
Temos tido muito trabalho, so-
bretudo no apoio judiciário, que é
o que nos ocupa mais. Também te-
mos colaborado, desde o ano pas-
sado, com o apoio à vítima de vio-
lência. É um trabalho mais recente,
mas provavelmente era a última
coisa que nos faltava fazer. Faze-
mos nessa área consultas gratuitas
e depois acabamos por indicar ad-
vogados para patrocinar as vítimas.
E, infelizmente, há alguns casos.
Como é que tem visto as alte-rações que estão a ser propostas para o mapa judiciário?
Em Abrantes, iremos provavel-
mente fi car sem Tribunal de Tra-
balho. O resto manter-se-á, não
sabemos bem em que moldes. A
única dúvida é saber como serão
os processos do foro do Círculo,
isto é, os processos acima de trinta
mil euros. Iremos ter, em princípio,
competências genéricas: Família,
Crime e Cível. O Trabalho sairá de
Abrantes e irá para Tomar, o que é
uma perda de valência, não há dú-
vida. Porque nós, mesmo antes de
termos competência genérica, jul-
gávamos Direito do Trabalho. Mas
é natural que se percam valências,
como nos Hospitais. A centraliza-
ção obriga a isso. Aqui na nossa área
fi caremos com a área de Mação.
A Ordem, a nível nacional e re-gional, tem-se manifestado ou tem deixado que sejam as popu-lações e as autarquias a fazê-lo?
Temos um Bastonário proactivo,
mas neste assunto da reforma do
mapa judiciário, ainda não há uma
posição defi nitiva da Ordem. Esta-
mos na fase de consulta aos par-
ceiros sociais. Aqui, em Abrantes,
também ainda não tomámos uma
posição.
Como é que vê essa passagem do Tribunal do Trabalho para To-mar e do Tribunal de Mação para Abrantes?
Obviamente que para as popu-
lações é sempre mau. A questão
prende-se com os transportes pú-
blicos porque nem todos temos
carro e mesmo os que têm podem
não conseguir custear as despe-
sas das deslocações, porque agora
também há portagens. Estas refor-
mas fazem-se no papel, não se fa-
zem nos locais, quem está em Lis-
boa não tem conhecimento. Ter-
se-ão que arranjar soluções a nível
de transportes públicos.
• Representante dos advogados de Abrantes: quando se perdem valências “é sempre mau para as populações”
jornaldeabrantes
MARÇO20124 SAÚDE
HÁLIA COSTA SANTOS
Ainda não são dez da manhã. Em frente ao Centro de Saúde de Vila Nova da Barquinha, está estacio-nada uma carrinha com o símbolo da freguesia de Tancos, com quatro pessoas lá dentro. Ao volante está Natália Nobre, funcionária da Junta. Praticamente todos os dias, aque-la carrinha circula entre Tancos e a sede do concelho, para transportar, de forma gratuita, idosos que pre-cisam de cuidados de saúde. Isto porque em Tancos, como em tan-tas outras freguesias, não há médi-co de família e os utentes são con-sultados nas sedes de concelho.
Há cerca de três anos e meio que
a Junta de Freguesia de Tancos dá
resposta a um dos principais pro-
blemas da população, em geral, e
dos mais velhos, em particular. Nas
localidades em que não há médicos
do sistema público, ser consultado
ou simplesmente obter uma recei-
ta pode ser uma tarefa difícil. Mes-
mo quando a solução está apenas
a três quilómetros de distância. As
pernas já não ajudam, os problemas
de saúde complicam-se e a distân-
cia difi cilmente se consegue percor-
rer a pé.
Hortênsia Lopes, de 72 anos, é
uma das habitantes de Tancos que
usa a carrinha para ir ao médico no
Centro de Saúde da Barquinha ou
simplesmente para ir à farmácia.
Naquele dia, estava na carrinha da
Junta mas às vezes, quando lhe dá
“a maluqueira”, ainda se faz ao cami-
nho, a pé, para resolver os seus pro-
blemas. Diz que esta iniciativa da
Junta é “muito boa” e também não
se queixa do Centro de Saúde, que
tem três médicos, sendo um médi-
co brasileiro. “Não me incomodo
que seja brasileiro, logo que me tra-
te bem e seja bom médico!”
O colesterol alto e, de vez em quan-
do, a tensão alta. Estes são os prin-
cipais problemas de saúde de Hor-
tênsia Lopes, que num destes sába-
dos esteve quase a chamar o INEM
para ir para o Hospital. Mas acabou
por se recompor. Esta é a única so-
lução para as emergências, quan-
do não se tem transporte próprio.
Quando tem que fazer exames, re-
corre aos transportes públicos. Ain-
da estava convencida que, numa
próxima situação, poderia receber
o valor dos bilhetes, mas a compa-
nheira de viagem, Fernanda Costa,
diz-lhe que “desde Setembro que já
não pagam”. Fernanda Costa não é
idosa, mas como tem uma defi ciên-
cia nas pernas também está autori-
zada a utilizar a carrinha da Junta de
Freguesia.
António de Oliveira Dias, de 78
anos, tem problemas no coração
e nas pernas. Também aproveita o
transporte para ir ao médico, quan-
do tem consulta marcada. Está sa-
tisfeito com o serviço e com o aten-
dimento no Centro de Saúde. O pior
são os seis comprimidos que tem
que tomar por dia, por causa do
coração. “Antes davam uma ajuda,
agora parece que já não dão nada.
Apresentava recibo e davam algu-
ma coisa, mas agora dizem que já
não vale a pena apresentar os pa-
péis. Não tiram o coração ao povo
porque não podem.”
No mesmo dia, logo pela manhã,
Paula Cortês, com a fi lha de qua-
tro anos, entrou e saiu do Centro
de Saúde da Barquinha sem serem
consultadas. As duas estavam visi-
velmente doentes, mas só a meni-
na conseguiu consulta, para depois
de almoço. Se não conseguisse con-
sulta para si, Paula teria que ir às ur-
gências do Hospital. “Mas quando
chegamos às urgências perguntam
logo se não fomos ao médico de fa-
mília”, desabafa. Adianta que a si-
tuação, sobretudo para quem não
tem médico de família, “está cada
vez pior”. E aos “privados não se
pode chegar”.
Estas são histórias que se repe-
tem por diferentes freguesias, que
não têm médico de família ou que
só o têm alguns dias por semana.
É isso que acontece em S. Miguel
do Rio Torto, freguesia do concelho
de Abrantes. Naquele mesmo dia,
Joaquim e Leopoldina Nascimento,
de 84 e 83 anos, davam o seu pas-
seio matinal para desenferrujar as
pernas. Apesar da idade, os proble-
mas de saúde não são graves. Mes-
mo assim, lamentam que o médico
raramente vá a S. Miguel. “Às vezes
vem uma ou duas vezes por sema-
na, às vezes não vem nenhuma”. É
assim há cerca de quatro anos. “Ele é
bom médico, vem é poucas vezes”,
lamenta Leopoldina Nascimento.
O Hospital de Abrantes está ape-
nas a cinco quilómetros de distân-
cia. Quando os problemas de saú-
de são mais graves, é o genro do
casal que os leva ao Hospital. Mas
Joaquim e Leopoldina dizem co-
nhecer muita gente “a precisar mui-
to” de cuidados de saúde e alguns
“não têm família” que lhes valha. S.
Miguel é bem servido de transpor-
tes, por causa dos jovens que vão
para as escolas, “mas ir a Abrantes
é uma carga de trabalhos, porque
custa subir para o autocarro”, garan-
te Joaquim Nascimento.
Para resolver o problema do aces-
so aos médicos de família, tam-
bém a Junta de Alcaravela, a maior
freguesia do concelho do Sardo-
al, disponibiliza uma carrinha de
nove lugares, duas vezes por sema-
na, para levar os utentes à consul-
ta na sede do concelho. Desde Ou-
tubro de 2010 que a freguesia não
tem médico de família e a luta para
resolver o problema tem sido uma
constante, incluindo junto dos Gru-
pos Parlamentares da Assembleia
da República. Manuel Serras, o pre-
sidente da Junta, tem a promessa
de que o problema vai ser resolvi-
do até ao fi nal de Março, depois da
reestruturação dos serviços de saú-
de.
Manuel Serras diz que a popula-
ção está satisfeita, apenas em parte,
com a solução do transporte. Por-
que a verdade é que, quando havia
médico de família em Alcaravela,
praticamente não havia vagas nas
consultas. O que quer dizer que os
1.300 inscritos realmente precisam
de cuidados médicos próximos e
permanentes. O presidente espera
que esta solução seja mesmo provi-
sória, até porque o funcionário que
faz o transporte também é necessá-
rio noutras tarefas essenciais, como
na prevenção de incêndios. A época
de incêndios é logo a seguir a Mar-
ço e, em caso de tragédia, a popula-
ção precisa ainda mais de um médi-
co em permanência, sobretudo por
causa do “estado em que as pesso-
as fi cam”. O presidente não desiste:
“Água mole em pedra dura tanto
bate até que fura!”
UTENTES SÃO TRANSPORTADOS PELAS JUNTAS, OU ESPERAM PELO DIA EM QUE O MÉDICO VEM
Juntas de Freguesia facilitam acesso aos cuidados médicos
• Na carrinha da Junta de Tancos, três dos utentes que normalmente são transportados
jornaldeabrantes
MARÇO2012 SAÚDE 5
A distribuição das valên-
cias hospitalares pelos três
Hospitais do Centro Hos-
pitalar do Médio Tejo tem
criado descontentamento
junto dos utentes. Anabela
Maia, natural do Tramagal,
tem sofrido com a mudan-
ça dos serviços de Otorri-
nolaringologia de Abrantes
para Tomar, nomeadamen-
te no acompanhamento
que tem dado à mãe, do-
ente crónica. Quando ha-
via consultas em Abrantes,
facilmente contactava os
serviços, quer pessoal-
mente, quer por telefone.
O mesmo já não acontece
desde que os serviços pas-
saram para Tomar.
Recentemente Anabela
Maia tentou contactar com
as consultas externas de
Otorrino no Hospital de
Tomar, mas nenhum dos
“cinco ou seis números de
telefone” atendeu durante
45 minutos. Quando fi nal-
mente alguém atendeu,
explicou que “eram muitas
chamadas” e que não con-
seguiria passar para o se-
gundo piso, uma vez que
as consultas externas, em
Tomar, estão descentrali-
zadas por pisos. Quando
fi nalmente conseguiu fa-
lar com alguém das con-
sultas externas de Otorri-
no, Anabela Maia não con-
seguiu falar com a médica
e, por isso, não foi possível
obter, por telefone, a infor-
mação que poderia resol-
ver o problema. Ou seja,
esta utente teve que se
deslocar a Tomar, “prova-
velmente ocupando uma
urgência de outra pessoa”,
quando tudo poderia ter
sido resolvido por telefone.
“Em Abrantes era mais fácil
o contacto”, remata.
O concelho de Sardoal, à se-melhança do que acontece no país, tem sido, nos últimos anos, muito afectado pela falta de médicos de família. Esta ca-rência agravou-se com a apo-sentação de alguns clínicos, no ano de 2010, que ali exerciam funções. Durante cerca de seis meses, o Centro de Saúde de Sardoal não teve nenhum mé-dico de família, sendo que ape-nas assegurava serviços de re-ceituário e enfermagem.
Embora sem competências
directas na área, o município
sardoalense acompanhou de
perto a situação, cooperando
e dialogando com as instâncias
regionais e nacionais com res-
ponsabilidades nesta área, na
tentativa de colmatar a carên-
cia da população.
Desde 2009 que o município
pôs à disposição uma casa de
função para um clínico que ali
quisesse exercer funções. Em
meados de 2011, esta hipótese
tornou-se realidade com a vin-
da de uma médica colombia-
na, que vive na referida casa de
função e que tem a seu cargo
um fi cheiro com cerca de 2.000
utentes.
O fi cheiro do concelho de
Sardoal tem aproximadamen-
te 4.000 utentes, dos quais 986
são da freguesia de Alcaravela,
sendo esta, actualmente, a mais
afectada pela falta de médi-
cos de família (ver texto pág. 4).
O município do Sardoal assu-
miu, ainda, a responsabilidade
do transporte diário de um mé-
dico, vindo de Abrantes, para
prestar serviço aos utentes do
concelho que tinham fi cado
sem médico de família. O que
já anteriormente tinha aconte-
cido com uma médica prove-
niente do Entroncamento.
Relativamente à Câmara Mu-
nicipal da Barquinha, todas as
extensões estão activas, aguar-
dando-se evolução em relação
a Limeiras, a de maior risco de
encerramento no concelho.
Quanto ao pessoal, apesar de
um dos médicos de família es-
tar em situação de contratação,
vai permanecer mais alguns
meses, não se sabendo como
fi cará a situação após essa data.
Contudo, a autarquia diz que
tudo irá fazer para evitar que os
utentes fi quem prejudicados
na resposta às suas necessida-
des. Quanto aos transportes de
doentes, na Barquinha não se
tem verifi cado necessidade de
haver qualquer intervenção da
autarquia.
Em Constância, o próprio di-
rector executivo do ACES do
Zêzere, Fernando Siborro, dis-
ponibilizou-se a assegurar
os cuidados médicos a 1.250
utentes de Santa Margarida da
Coutada. O outro fi cheiro é as-
segurado pela médica de Medi-
cina Geral e Familiar. Assim sen-
do, a situação é estável. Quanto
a Constância, a situação tam-
bém é estável, porquanto to-
dos os utentes têm médico de
família.
Ao nível dos cuidados de en-
fermagem, a Câmara de Cons-
tância tem a consciência de
que existe um grande esforço
para garantir os cuidados de
saúde prestados, uma vez que
das três enfermeiras, duas es-
tão de licença de maternidade,
tendo si “substituídas” por uma
enfermeira com um contrato
de 30 horas semanais.
Considerando todos os cons-
trangimentos, sentidos pela
população do concelho de
Constância, com especial refl e-
xo nos utentes das Extensões
de Saúde de Montalvo, a Câma-
ra Municipal já fez sentir este
problema junto das diferen-
tes entidades competentes. A
autarquia também já manifes-
tou a sua disponibilidade para
analisar possíveis soluções que
possam superar a falta de con-
dições no âmbito dos cuidados
de saúde prestados, ainda que
extravasem as suas competên-
cias. Contudo, e até à presente
data, não foram apresentadas
quaisquer propostas de cola-
boração por parte de qualquer
organismo do Serviço Nacional
de Saúde (SNS).
No caso da Câmara de
Abrantes, os munícipes que
têm solicitado ajuda para re-
solver problemas relacionados
com questões de saúde têm
tido apoio no âmbito do Re-
gulamento de Apoio a Estra-
tos Sociais Desfavorecidos (que
abrange também a habitação,
a educação e a isenção de ta-
xas). No âmbito desta medida
já foram apoiadas sete agre-
gados familiares, no montante
fi nanceiro de 2.201.95 €. Este
apoio pode ser usado para di-
ferentes situações, nomeada-
mente a comparticipação de
despesas com medicamentos,
comparticipação em despe-
sas com consultas de especia-
lidade (desde que, comprova-
damente, não estejam dispo-
níveis no SNS) e em despesas
de transporte (desde que seja
transporte público e que não
seja garantido pelo SNS). Para
além de comprovada situação
de carência, os candidatos a
este apoio devem apresentar
comprovativos das prescrições
médicas dos cuidados de saú-
de a realizar.
Informações fornecidas pelos Gabi-netes de Comunicação das Câma-ra de Abrantes e Sardoal, pela ve-readora Rosa Maria Garrett, da Câ-mara de Vila Nova da Barquinha, e pela vereadora Júlia Amorim, da Câmara de Constância.
Mesmo fora das suas competências, Câmaras ajudam como podem
Mais difi culdade nos contactos
• Joaquim e Leopoldina Nascimento: “O médico é bom, vem é poucas vezes”
jornaldeabrantes
MARÇO20126 ABRANTES
Centros Escolares abriram portas aos alunosOs quatro centros escolares do con-celho de Abrantes estão concluídos. Foi após as férias do Carnaval que as comunidades de Alferrarede, Bem-posta, Tramagal e Rio de Moinhos viram os centros escolares abrirem portas aos alunos.
Para Maria do Céu Albuquerque,
presidente da Câmara Municipal
de Abrantes, este acontecimento
representa uma grande satisfação.
“Toda a comunidade educativa vai
encontrar excelentes condições de
trabalho, estes centros são dotados
dos melhores equipamentos e vão
permitir uma educação de excelên-
cia.”
Sobre as obras, a presidente da
Câmara congratulou-se com a cele-
ridade das mesmas dando o exem-
plo do centro escolar de Alferrarede,
o único cujo tempo previsto para
conclusão era de ano e meio; para
os restantes, o prazo era de um ano.
No entanto, os novos centros es-
colares ainda não estão equipados
com todas as valências previstas,
nomeadamente com novas tecno-
logias, como os quadros interac-
tivos ou os sistemas de projecção
com ‘data-show’. “As candidaturas
estão lançadas. Há indicação que
estão para aprovação, mas só de-
pois da sua formalização podemos
adquirir os equipamentos”, explicou
a autarca.
Maria do Céu Albuquerque tam-
bém justifi cou o facto de estas inau-
gurações já terem sido assinaladas
e não no início do ano lectivo de
2012/13. “Entendemos que se as
escolas estão prontas, os concur-
sos foram lançados e as obras estão
dentro do calendário expectável,
podemos proporcionar o contac-
to dos alunos que estão a acabar o
1.º ciclo com as novas instalações.
Isto porque as antigas escolas es-
tavam numa situação de degrada-
ção.” Quanto às Associações de Pais,
a autarca garante que “estão a rea-
gir muito bem, apesar das mudan-
ças nunca serem muito fáceis, mas
vamos mudar para melhor e isso é o
mais importante”.
São quatro centros escolares que
abriram portas e que estão avalia-
dos na ordem dos 10 milhões de
euros.
Os 25 anos da Gr o Caf , empresa dos irm os Lu s e Adelino Pires, foram assina-lados no dia 7 de Fevereiro, em ambiente de festa, em S o Louren o, “o fi lho mais novo” do grupo, que tem tamb m o Trin-canela. Lu s Pires lembrou o lema de sem-pre: “Empreender, criar valor e partilhar”. Por isso mesmo, o jantar, partilhado com familiares, amigos e parceiros, serviu para confi rmar que uma empresa “n o se faz s de cifr es”, mas sobretudo de pesso-as. A componente humana esteve sempre presente, ao longo da vida da Gr o Caf ,mas tamb m durante o jantar de aniversrio, em que os empres rios agradeceram aos colaboradores, aos fornecedores e a todos os que os acompanharam ao longo deste percurso. Lu s Pires falou do sonho que teve quando ainda era muito novo e garante estar disposto a continuar a sua aposta no sector alimentar, continuando o sector dos Caf s Torrados a ser o principal eixo do neg cio.
A Gr o Caf , que emprega 70 pessoas,
a maior empresa da regi o no sector da cafetaria. Apesar dos 25 anos que com-pletou, a Gr o Caf continua a ter a jovia-lidade e a energia como imagens de mar-ca. Apesar da crise conjuntural e estrutu-ral, Lu s Pires garante que a empresa vai continuar o seu trabalho: “Fa amos das amea as, oportunidades; fa amos das fra-quezas, for as”. O jantar, que foi marcado por alguns momentos emocionados, con-tou com a presen a de parceiros indiscutveis da Gr o Caf : a C mara Municipal, a Nersant, os Rot rios de Abrantes, o Lions, o CRIA, a Santa Casa da Miseric rdia, a Igreja Cat lica e o rec m-criado grupo de empres rios BNI. Lu s Pires deixou claro:“Partilhamos com todas, o mesmo esp rito, mesmo que de formas diferentes – dar de n s, antes de pensarmos em n s”. Com este tipo de parcerias e com a preocupa-
o que demonstra ter pelos seus cola-boradores, a Gr o Caf assume-se como uma empresa que retribui sociedade as oportunidades que esta lhe deu.
Grão Café celebra 25 anos
• Novo Centro Escolar de Alferrarede
jornaldeabrantes
MARÇO2012 ABRANTES 7
A “menina Felismina” tem
72 anos, é de S. Facundo, mas
vive desde os 18 na mesma
casa, no centro de Abrantes.
A única família que tem é
uma sobrinha e uma sobri-
nha neta, em Lisboa, e uma
outra sobrinha, aqui mais
perto, mas que é utente do
CRIA. Por isso, Felismina Qui-
tério Bernardo, de seu nome
completo, foi-se habituando
a estar sozinha. Mas a soli-
dão não é coisa que se dese-
je e várias foram as pessoas
e as entidades que se foram
preocupando com a sua si-
tuação.
Há uns meses, D. Felismina
ouviu uma assistente social
da Câmara de Abrantes cha-
mar por ela, quando tinha
ido buscar o pão. Foi essa
assistente que lhe falou de
um equipamento, com tele-
fone, que poderia fazer com
que tivesse sempre uma for-
ma de falar com alguém. Vi-
nha mesmo a calhar. Pouco
tempo antes D. Felismina ti-
nha dado uma queda em
casa e fi cou horas estendida
no chão, durante a madru-
gada, até se conseguir arras-
tar para a cama. No outro dia
chamou um táxi e foi para o
Hospital. Fez tudo sozinha:
de noite ninguém ouviu os
seus pedidos de ajuda; de
dia não tinha ninguém a
quem pedir que a transpor-
tasse ao Hospital.
Hoje, esta idosa não está
sozinha: para além de dois
jovens estudantes do secun-
dário que a visitam semanal-
mente – o João e a Bárbara
– tem ainda uma senhora – a
D. Ilda – que a ajuda, desde
o dia 6 de Janeiro, a vestir-
se e na lida da casa. Mas há
mais uma preciosa compa-
nhia, que lhe dá segurança e
descanso 24 horas por dia: o
aparelho da teleassistência.
D. Felismina ainda não pre-
cisou de ligar a pedir aju-
da. Faz um telefonema só
para mostrar que sabe usar
o equipamento. Do outro
lado, Sílvia Silva, da Cruz Ver-
melha, na central em Lisboa,
pergunta-lhe como está. De-
pois explica-lhe que “tem
que esperar, não pode estar
sempre a tocar, senão can-
cela a chamada”. E acaba por
explicar que a maior parte
dos contactos que os idosos
fazem é para chamar trans-
porte para o Hospital. A outra
situação frequente é quan-
do dão quedas. Nessa altu-
ra simplesmente precisam
que alguém telefone para
um familiar para os ir levan-
tar. E a voz que está do ou-
tro lado da linha assim o fará.
D. Felismina faz um since-
ro sorriso quando fala da
vida que agora tem: “Estou
muito contente, mais acom-
panhada, mais tudo. Eu co-
nheço a voz dela, daque-
la senhora que agora falou.
Quando o senhor da Cruz
Vermelha veio cá ensaiar o
equipamento para ver se
funcionava em todas as ca-
sas (divisões), essa senhora
disse que, quando me sen-
tir muito só, posso ligar para
ela, só para falar. Mas olhe,
ainda nunca o fi z. Isto é uma
companhia e dizem que até
posso tomar banho com
isto, que não se estraga nem
coisa nenhuma!”
Hália Costa Santos
Está já em marcha a pri-
meira fase do serviço de te-
leassistência para idosos no
concelho de Abrantes. Este
serviço, que surge no segui-
mento de um protocolo en-
tre a Câmara Municipal de
Abrantes (CMA) e a Cruz Ver-
melha Portuguesa, tem por
objectivo acompanhar os
idosos em situação de isola-
mento, a viver sozinhos, com
doença prolongada e em
convalescença. Na prática,
estando na posse de um te-
lemóvel, os idosos passam a
ter condições para contacta-
rem de imediato com as enti-
dades de segurança e saúde.
Celeste Simão, vereadora,
fala com entusiasmo sobre
esta nova valência e mostra-
se satisfeita com a recepção
manifestada pelos 16 ido-
sos abrangidos. “É um apa-
relho que se tem em casa,
num cordão com um botão
ao pescoço, que podem ac-
cionar por emergência. A
chamada é atendida pela
Cruz Vermelha que pode
direccionar para a GNR, PSP
ou para o Centro de Saúde”.
A vereadora dá um exemplo
da satisfação dos utentes do
serviço: “Uma senhora di-
zia que antes tinha a com-
panhia de Jesus Cristo, mas
agora é o aparelho que o faz.
As pessoas sentem-se mais
seguras.”
A teleassistência funciona
24 horas por dia, 365 dias
por ano, num investimento
que custará à CMA 11 euros
por mês, durante um ano,
para cada um dos dez apa-
relhos já entregues e insta-
lados. “Os outros seis estão
a cargo da Cruz Vermelha”.
Nesta fase procede-se a uma
primeira monitorização,
através dos técnicos da CMA
com os da Cruz Vermelha.
Celeste Simão explica co-
mo se processou a selecção
dos idosos abrangidos por
este programa: “Aproveitá-
mos um trabalho que a GNR
e PSP fi zeram e cruzámos
os dados com a opinião das
Juntas de Freguesia. Estes
idosos estão identifi cados.
Propusemos que as pesso-
as entregassem as candida-
turas.”
Para que sejam elegíveis a
este programa de teleassis-
tência, os idosos têm de ter
residência permanente no
concelho de Abrantes, 65 ou
mais anos, e rede fi xa no lo-
cal da instalação. A candida-
tura segue depois para os
serviços da CMA onde téc-
nicos fazem a análise às can-
didaturas. Para já, entre os
16 aparelhos instalados, en-
contram-se residentes em
Martinchel, Aldeia do Mato,
Fontes e mesmo no centro
da cidade de Abrantes, en-
tre outros.
Serviço de teleassistência para quem mais precisa
“Posso ligar para ela, só para falar”
• Felismina Bernardo já tem o serviço Teleassistência
jornaldeabrantes
MARÇO20128 GASTRONOMIA
É do concelho de Mação que sai a grande fatia da produção nacio-nal de presunto mas Barrancos, no Alentejo, chegou primeiro. O Ribatejo fi ca com a Catedral, a casa mãe.
A marca “Capital do Presunto” foi
registada em 2008 no Instituto Na-
cional da Propriedade Industrial
(INPI) pela Câmara Municipal de Bar-
rancos. A solução encontrada pelo
elenco executivo da Câmara Muni-
cipal de Mação (CMM) é auto-intitu-
lar-se “Catedral do Presunto” tendo já
avançado com um pedido de registo
da nova marca no dia 12 de Janeiro.
O pequeno embate de capitais fi -
cou resolvido com “educação e bom
senso”, contou Saldanha Rocha, pre-
sidente da autarquia eleito pelo
PSD. “Fomos informados pelo presi-
dente de Barrancos de que o registo
da capital do presunto estava feito
por eles e não era delicado da nos-
sa parte continuarmos a utilizar esse
cognome”.
Saldanha Rocha não deixou de de-
fender o seu concelho e o seu pre-
sunto, “independentemente de Ma-
ção produzir 70% do presunto na-
cional, e no nosso entender ser uma
capital do presunto, por uma ques-
tão de bom senso e educação o que
fi zemos foi pensar noutra designa-
ção, a “Catedral do Presunto”.
“Patetices”
Já no que toca a comentar a acção
da oposição no processo, o presiden-
te da CMM foi um pouco mais ob-
jectivo. “A oposição não sabe do que
fala, são patetices!”, afi rmou. Quan-
do foi tornado público que Mação
teria de mudar de cognome, a opo-
sição (PS) reagiu no seu blogue com
muitas críticas ao facto de à altura
do acontecimento estar em marcha
uma campanha de promoção à “Ca-
pital” e que alteração para “Catedral”
teria custos que poderiam ter sido
evitados. O PS de Mação criticou
ainda Saldanha Rocha por se ter “es-
quecido” de verifi car a disponibilida-
de da marca e de se ter precipitado
ao começar a campanha.
Saldanha Rocha reforça a ideia,
“são patetices de quem não sabe do
que fala”. “Nós não fi zemos nenhu-
ma campanha de promoção, ape-
nas dois painéis na A23, o nosso site
na internet e ofícios. Foram investi-
mentos muito ridículos. Obviamen-
te que depois se faz o aproveitamen-
to politico mas não houve nenhum
dispêndio extra com esta alteração.
Para além do mais, em tudo o que
está feito é só mudar uma palavra,
até apenas algumas letras”, afi rma.
A confi ança na marca Mação man-
tém-se intocável para o presidente
da CMM, “os produtores receberam
bem a nova marca, e o que quere-
mos é que o presunto seja de qua-
lidade, trabalhado de acordo com
as certifi cações, com o caderno. Que
quando chega ao consumidor fi nal
seja de novo pedido pelo mesmo,
que haja repetição. Isso de ser uma
palavra ou outra…”, desvalorizando
o problema com o cognome.
O PS não teceu apenas críticas,
também contribuiu com sugestões
para um novo cognome do con-
celho por acharem que a escolhi-
da pelo executivo “não parece feliz”.
Para os socialistas “Mação - Terra do
Presunto” e “Mação - Um Presunto
com Tradição”, seriam soluções me-
lhores. Mas para Saldanha Rocha é
a “Catedral do Presunto” que lhe en-
che as medidas, contando que ca-
tedral signifi ca “casa mãe, o que dá
outra grandeza. E na realidade é de
Mação que sai a esmagadora maio-
ria do presunto”. Marketing e estra-
tégias publicitárias à parte, do em-
bate de capitais saiu uma catedral,
que é ribatejana, e o presunto conti-
nua igual, com a mesma qualidade.
Ricardo Alves
Mação passa de capital a catedral mas o presunto fi ca igual
Lampreia é rainha durante um mês
Até ao dia 25 de Março
o concelho de Mação tor-
na-se destino obrigatório
para os amantes do Arroz
de Lampreia. O Festival da
Lampreia conta este ano
com nove restaurantes
aderentes e é organizado
pela Câmara Municipal de
Mação e a Pinhal Interior –
Associação de Desenvolvi-
mento do Pinhal Interior
Sul.
Para o presidente da au-
tarquia, esta edição inau-
gura um novo ciclo. “É um
produto muito apreciado
que faz com que o conce-
lho tenha visibilidade. So-
mos visitados por milhares
de comensais”. Saldanha
Rocha adianta ainda que
este ano foi desenvolvida
uma nova estratégia, “com
a adesão destes nove res-
taurantes”, o que propor-
cionará “maior divulgação
do nosso território”.
Para além da rainha do
evento, a Lampreia, tam-
bém o território e o pre-
sunto ‘Marca Mação’ serão
divulgados durante o pe-
ríodo de um mês, acredita
o presidente da autarquia.
“É um novo modelo – ten-
tou-se concentrar tudo no
mesmo sítio, junto ao rio,
mas não resultou – e com
restaurantes aderentes em
várias partes do concelho
os comensais que nos vi-
sitam podem usufruir de
um leque mais vasto de
ofertas.”
Será, então, todo o con-
celho em mostra até dia
25 de Março: a lampreia, o
território, a cultura e o pre-
sunto. Os nove restauran-
tes aderentes são: Aveni-
da, Pica-Fino (Mação); Casa
Cardoso (Envendos); Casa
Velha (Mação); Dona Flor
(Penhascoso); Koisas dos
Deuses, Kabra’s II (Mação);
Lena da Barragem (Orti-
ga); O Cantinho (Mação);
O Godinho (Mação); Solar
do Moinho (Cardigos).
Os empresários japoneses
estão interessados em comer-
cializar produtos dos conce-
lhos de intervenção da TAGUS:
Abrantes, Constância e Sardo-
al. Entre esses produtos desta-
cam-se os vinhos, azeites, mel,
marmeladas, compotas e fi gos
confi tados. Este é um dos prin-
cipais resultados da visita de
trabalho que uma delegação
da Câmara de Abrantes fez ao
Japão, entre 9 e 18 de Fevereiro.
A deslocação aconteceu na
sequência do convite da Câ-
mara de Hitoyoshi, município
geminado com Abrantes, a
propósito das comemorações
do 70º aniversário do municí-
pio japonês. Do ponto de vis-
ta da comitiva que partiu de
Abrantes, o objectivo era pro-
mover os produtos do Ribatejo
Interior e encetar contactos
institucionais que originem
contactos entre empresas.
A comitiva integrou a chefe
de gabinete e o coordenador
da TAGUS, associação que tem
trabalhado em estreita articu-
lação com a Câmara em maté-
ria de promoção de produtos
regionais. Para além de várias
visitas, foram desenvolvidas
acções de mostra e divulgação
dos produtos da região. Inte-
ressados em comercializá-los,
os empresários japoneses soli-
citaram que pudessem ser en-
cetadas diligências no sentido
de ser encontrada uma entida-
de acreditada para a sua expor-
tação para o Japão.
No âmbito desta visita AI-
CEP (agência especializada nas
questões relacionadas com o
comércio externo), mostrou-
se disponível para a realiza-
ção de reuniões conjuntas en-
tre a TAGUS e importadores
japoneses, tendo o seu direc-
tor considerado fundamental
o aprofundamento do proces-
so de geminação entre as duas
cidades, com vista à colocação
dos produtos locais no merca-
do japonês. Também o embai-
xador de Portugal no Japão
mostrou grande disponibilida-
de para apoiar esta iniciativa.
Aproveitando a presença no
Japão, a presidente da Câma-
ra de Abrantes, Maria do Céu
Albuquerque visitou a casa
mãe da fábrica da Mitsubishi
Fuso, em Kawasaki, procuran-
do fortalecer as relações com
esta empresa, cuja fábrica no
Tramagal constitui um factor
estruturante do desenvolvi-
mento económico do conce-
lho.
Produtos locais promovidos no Japão
• Maria do Céu Albuquerque promoveu os produtos locais em Hitoyoshi
jornaldeabrantes
MARÇO2012 VILA NOVA DA BARQUINHA 9
Pelo 18.º ano consecutivo o conce-lho promove o que de melhor os rios oferecem. Sável e Lampreia fa-zem as delícias dos comensais até Abril e promovem o desenvolvi-mento económico da região
É já uma longa tradição que a
cada ano confi rma estar para fi car.
A mostra gastronómica “Mês do Sá-
vel e da Lampreia” em Vila Nova da
Barquinha (VNB) assinala 18 anos
de existência. Será de 18 de Feve-
reiro a 8 de Abril que os amantes de
arroz de lampreia e açorda de sável
frito poderão saciar meses de es-
pera pela chegada destas iguarias
aos restaurantes da região. Nesta
edição serão 8 os restaurantes ade-
rentes, num período de tempo que
Fernando Freire, vereador da cul-
tura da autarquia, considera ser de
grande importância para os restau-
rantes do concelho.
“O principal objectivo é promover
a cozinha típica e tradicional (…)
num evento que traz grandes be-
nefícios para o nosso concelho de
VNB e para concelhos limítrofes”,
afi rma o vereador. A localização
territorial de VNB leva Fernando
Freire a considerar que o “peixe do
rio é a nossa principal fonte de sa-
bores. Temos de reconhecer que
temos uma localização privilegia-
da, somos banhados por três rios -
Tejo, Zêzere e Nabão - e felizmente
ainda abundam algumas espécies,
o sável mais raro mas a lampreia
em abundância”, contou Fernando
Freire.
O “Mês do Sável e da Lampreia”
mostra também o modo como a
gastronomia difere entre os vários
restaurantes, apesar de uma base
tradicional de confecção transver-
sal a todos os restaurantes, mas
como Fernando Freire enaltece,
“cada um tem os seus segredos,
técnicas, como a arte”.
À gastronomia, por si só uma vi-
sita à cultura e história regionais,
junta-se este ano a possibilidade
de visitar o Castelo de Almourol,
com a autarquia a oferecer um bi-
lhete por dose, válido durante os
fi ns-de-semana. Os restaurantes
aderentes são: A Carroça (Limeiras);
Almourol (Tancos); O Chico (Praia
do Ribatejo); Palmeira (Barqui-
nha); Platina (Cardal); Soltejo (Bar-
quinha); Stop (Atalaia); Tasquinha
da Adélia (Barquinha).
Ricardo Alves
Iguarias dos rios à mesa em Vila Nova da Barquinha
jornaldeabrantes
MARÇO2012
O ensino politécnico minis-
trado na Escola Superior de
Tecnologia de Abrantes (ESTA)
volta a ser reconhecido publi-
camente, desta feita através do
Prémio “Ferreira da Silva”. Um
aluno do curso de Engenharia
Mecânica foi distinguido, a ní-
vel nacional, pela Fundação Ro-
tária Portuguesa”, tendo sido es-
colhido pelo núcleo rotário de
Abrantes.
Enquanto aluno fi nalista, Luís
Filipe Martins Silva realizou o
estágio curricular da licenciatu-
ra em Engenharia Mecânica, na
empresa OGMA – Indústria Ae-
ronáutica de Portugal. Foi aí que
desenvolveu o trabalho ago-
ra premiado, criando uma so-
lução técnica para testar válvu-
las do tanque de combustível
de aviões militares e comerciais,
de modo a garantir a optimiza-
ção dos procedimentos de ma-
nutenção em componentes das
aeronaves.
O trabalho premiado foi acom-
panhado e orientado pelos do-
centes da ESTA. O prémio atri-
buído pela Fundação Rotária
Portuguesa é mais uma prova
da qualidade e versatilidade do
ensino ministrado na ESTA, cada
vez mais orientado para a satisfa-
ção das necessidades das empre-
sas, nos mais diversos sectores.
Foram 15 as instituições de solidarie-dade social que responderam afi rma-tivamente ao pedido da Câmara Mu-nicipal de Abrantes (CMA) no sentido de fornecerem refeições a munícipes em situação de carência social ou em situações de emergência.
Sempre que qualquer parceiro da
Rede de Acção Social de Abrantes si-
nalizar alguém com extrema necessi-
dade de alimentação, a situação será
analisada e essa pessoa ou família
será encaminhada para a instituição
que lhe fornecerá refeições. Desta
forma, a autarquia pretende dar res-
posta a um dos muitos problemas
com que se depara, cada vez com
mais frequência.
Os serviços da CMA analisarão cada
situação e determinarão o número
de refeições, durante quanto tempo
e onde serão fornecidas a cada pes-
soa. Em função da situação, as pes-
soas abrangidas por este apoio tan-
to poderão comer nas próprias can-
tinas das instituições, como poderão
levar as refeições para casa. As re-
feições fornecidas serão pagas pela
CMA às instituições que as fornece-
rem, por um valor de 4.27 €, o que
corresponde ao subsídio de almoço
da função pública. Este valor será ac-
tualizado anualmente.
O protocolo entre a CMA e as
15 entidades que aceitaram fazer
parte da rede de cantinas que se
disponibilizam para fornecer estas
refeições sociais foi assinado no pas-
sado dia 23 de Fevereiro. O protoco-
lo tem validade por um ano e foi as-
sinado por instituições como o Cen-
tro de Recuperação Integração de
Abrantes (CRIA). A escolha da institui-
ção que vai prestar o serviço depen-
de, em cada caso, de aspectos como
a proximidade geográfi ca entre os
benefi ciários e as instituições.
10 REGIONAL
Cumprindo o conceito de
“museu vivo”, de defesa do
ambiente e da preservação
de aldeias e aglomerados
populacionais, o núcleo de
Moinhos de Vento de En-
trevinhas, no concelho de
Sardoal, está já na fase fi -
nal da sua recuperação, de-
vendo entrar em funciona-
mento durante os próxi-
mos meses de Verão.
É a segunda vez que os
quatro os moinhos de En-
trevinhas são requalifi ca-
dos. Já em 1999 o local ha-
via sido intervencionado,
mas o tempo acabou por
desgastar as estruturas de
madeira. Agora todo o es-
paço volta a ter nova vida.
Os trabalhos estão a ser fei-
tos por um especialista na
construção de moinhos,
credenciado pelo Ministé-
rio da Agricultura.
O moinho principal, que
será usado para demons-
tração das antigas técni-
cas de moagem, já possui
o grande mastro, o capelo
(cobertura), bem como a
entrosga, carretos e eixos
que compõem a engrena-
gem interior que faz mover
as mós. Outra das unidades
foi adaptada para instala-
ções sanitárias, enquanto
as restantes duas estão re-
servadas para apoio a ac-
tividades (pequeno bar e
centro de documentação).
Este projecto foi dinami-
zado pela Junta de Fregue-
sia de Sardoal, em parceria
com o Município, com en-
quadramento da Associa-
ção TAGUS, no âmbito do
PRODER, um programa da
União Europeia para o de-
senvolvimento do meio
rural. Ascende a um cus-
to de 55 mil euros, sendo
que 60% desta verba advi-
rá dos fundos comunitários
e o restante do orçamento
da Junta.
Decorre de 5 a 30 de Março, no
Instituto Politécnico de Tomar
(IPT), o período de candidaturas
para as provas especialmente
adequadas destinadas a avaliar a
capacidade para a frequência do
ensino superior dos maiores de
23 anos. De acordo com o Decre-
to-Lei 64/2006 de 21 de Março,
um dos objectivos destas provas
é a promoção de igualdade de
oportunidades no acesso ao en-
sino superior, atraindo novos pú-
blicos, numa lógica de aprendi-
zagem ao longo de toda a vida.
Podem inscrever-se para a rea-
lização das provas todos os can-
didatos que completem 23 anos
até ao dia 31 de Dezembro do
ano que antecede a realização
das provas.
As candidaturas devem ser for-
malizadas nos serviços acadé-
micos do Instituto Politécnico
de Tomar, em Tomar ou em
Abrantes, na Escola Superior de
Tecnologia de Abrantes. Mais in-
formações em www.ipt.pt
Refeições solidárias com o apoio de 15 instituições
No primeiro domingo de cada
mês a praça Alexandre Hercula-
no, em Constância, enche-se de
cor e sabor. É pela manhã que
todos os produtores do conce-
lho fazem o tradicional merca-
do e lá vendem as frutas, os le-
gumes, as hortaliças e outras le-
guminosas.
Máximo Ferreira, presidente
da Câmara Municipal, diz que
“mais que um acto comercial,
esta praça é uma recuperação
das antigas tradições, das ven-
das que aconteciam em Cons-
tância e do convívio que se es-
tabelecia entre todos”. O objec-
tivo da autarquia é “promover
os produtos da terra, produzi-
dos no concelho, e valorizar o
património envolvente”.
Uma actividade cultural pro-
movida pela Câmara Municipal
e pela TAGUS, Associação para o
Desenvolvimento Integrado do
Ribatejo Interior.
Domingo é dia de praça CONSTÂNCIA
• Cerimónia do protocolo entre a Câmara Municipal e as instituições de solidariedade social
Candidaturas abertas para os Mais de 23
Aluno da ESTA recebe prémio da Fundação Rotária
Moinhos de Vento de Entrevinhas em fase fi nal de recuperação
• Moinhos de Vento de Entrevinhas em recuperação
• Filipe Martins Silva
Foto
de
Paul
o So
usa
jornaldeabrantes
11ESPECIAL CASAMENTOS
Num tempo em que o casamento se tor-
nou tão frágil e de validade a tão cur-
to prazo, o mais “natural” é que se te-
nha desvalorizado e perdido importân-
cia. De facto, para alguns assim é. Mas
não para a generalidade das pessoas.
Basta ver o investimento económico que
agora se faz num só casamento. Casar é
caro, mesmo muito caro. E num momen-
to de crise, não se nota que essas despesas,
de puro luxo, estejam a ser postas de parte.
Além disso, a perda de um cônjuge
ou o divórcio continuam a ser as cau-
sas de maior stress, de maior sofrimen-
to, do maior abalo à vida de uma pessoa.
De facto, a instituição casamento ou a ins-
tituição família parecem estar em crise.
Mas o casamento e a família em si mes-
ma, seja lá isso o que for, continuam a ter
uma importância acima de todas as crises.
AJ
A importânciado casamento
jornaldeabrantes
MARÇO201212 ESPECIAL CASAMENTOS
O casamento pela Igreja
Para além de um acto civil, casar pode
ser um acto religioso.
É um facto que a tendência de seguir
a religião católica tem sido perdida pe-
los jovens ao longo dos tempos. Então,
por que é que se casam pela Igreja?
José Manuel Cardoso, padre na região,
explicou ao JA que mais do que acto re-
ligioso em si, os noivos dão muita im-
portância a outros pormenores quan-
do formalizam a cerimónia na Igreja.
“Uma percentagem elevada daqueles
que casam pela Igreja é por questões
familiares; outros porque entendem
que o casamento fi ca muito mais bo-
nito na Igreja, ao nível das fotografi as.
Quanto às razões ligadas à fé, a per-
centagem é muito baixa. A Igreja está
sempre aberta para todos, mas por ve-
zes deveria haver uma coerência e uma
consciência daquilo que se está a fazer.
O que pretendíamos é que todos fos-
sem conscientes que vão realizar um
sacramento, um acto religioso.”
Na região, o número de casamentos
não parece decrescer, mesmo com a cri-
se. José Cardoso tem já agendado para
este ano cerca de dez casamentos, mas
já o ano passado “foi um ano anormal”,
uma vez que teve “imensas cerimónias”.
Para tornar os noivos mais conscientes
que vão realizar um sacramento, a Igre-
ja tem tomado algumas medidas. “Já há
muito tempo que se faz o CPM, Centro
de Preparação para o Matrimónio, que
é uma preparação aos jovens, para que
estes tenham consciência que, ao reali-
zarem um matrimónio, estão a efectu-
ar um sacramento.” Esta preparação ser-
ve também para mostrar aos noivos o
que é ter uma vida em comum. “Infeliz-
mente, a tendência é fugir e a desculpa
é sempre a falta de tempo e nós só ar-
ranjamos tempo para aquilo que que-
remos” – remata o padre José Manuel
Cardoso.
JMC
O dia do casamento é um dos mais importantes na vida de um casal, está sempre revestido de um simbolismo que refl ecte sen-timentos profundos, emoções e um sentido de partilha único.
Estivemos à conversa com Filipa
Ferreira e João Lopes, que vão casar
e que nos contaram como está a
ser preparado o grande momento.
Filipa e João decidiram casar
pela Igreja pois são católicos e
sempre desejaram ter uma ce-
rimónia como “manda” a tradi-
ção, com todo o envolvimento
que esse dia sugere: família, ami-
gos, Igreja, quinta, fotografi as,
lua-de-mel, enfi m…uma infi ni-
dade de pormenores. Filipa re-
vela a importância do dia do ca-
samento: “É um sonho para mim,
sempre foi. Sempre ansiei passar
por aquele momento especial”.
Filipa e João vivem juntos há
já algum tempo e consideraram
que este Verão era altura ide-
al para selar a relação perante a
Igreja. Mas para preparar o gran-
de dia, ao que parece, não é uma
tarefa fácil. É necessário, primeiro
que tudo, perceber as tendências
vigentes, seja no que diz respei-
to ao vestido de noiva, às alian-
ças, à decoração, às fl ores, etc.
Todo o processo tem um iní-
cio. Primeiro, é essencial saber
onde é local da grande festa.
A QUINTA
Filipa e João começaram por
tratar da quinta. Depressa perce-
beram que há casais que deixam
as suas marcações com anos e
anos de antecedência. Após uma
procura exaustiva pela região,
chegaram à conclusão que a
quinta das Vieiras, em Torres No-
vas, era o espaço de excelência
para o grande dia, pois, segundo
Filipa, combina o factor “qualida-
de e preço”.
A marcação da Igreja foi ou-
tra preocupação inicial do casal.
Filipa explicou ao JA que foi a se-
gunda tarefa a ter em conta. “Fa-
lámos com o pároco da minha lo-
calidade, agendámos o dia e per-
cebemos que não era necessário
grandes formalismos, como por
exemplo os cursos que se tiram
até ao dia. O pároco não é rigoro-
so, o que é óptimo”.
“O FOTÓGRAFO É UMA PEÇA CHAVE NO DIA DO CASAMENTO”
A terceira marcação do casal
foi o fotógrafo. Para Filipa e João,
este é uma peça chave no dia do
casamento. Para além de ser vis-
to como um orientador do dia, é
também ele quem tem a função
de garantir a memória fotográfi -
ca do casamento. “Tal como nas
quintas, o fotógrafo que esco-
lhemos já tinha marcações feitas
com anos de antecedência. Nun-
ca pensei que isto fosse possível,
mas conseguimos garantir a pre-
sença do profi ssional que ambi-
cionávamos”.
OS CONVITES E OS ELEMENTOS DECORATIVOS, PORMENORES COM IMPORTÂNCIA
Filipa e João ainda não trataram
dos convites e confessam-se um
pouco confusos face à escolha do
modelo. “Ao escolhermos os con-
vites, gostaríamos de associá-los
à cor e ao tema que vamos apre-
sentar na quinta. Esta não uma ta-
refa fácil porque há uma infi nida-
de de padrões, estilos, formatos,
cores, preços … enfi m, há uma
infi nidade de pormenores que
ainda não escolhemos. Uma coi-
sa já decidimos, vamos dar uma
lembrança no fi m da cerimónia,
mas não sabemos o que será. Tal-
vez algo que seja útil e não uma
peça para colocar na gaveta.”
O BOUQUET, UM ELEMENTOESSENCIAL
As fl ores assumem um valor
muito importante no dia do ca-
samento. São estas que dão a
vida à decoração no local onde
se celebra o momento. Filipa e
João ainda não escolheram as
fl ores a utilizar. “Confesso que
estou completamente perdida
face ao bouquet. Tenho procu-
rado na internet, mas ainda não
encontrei algo que me preencha.
Tem de ser uma escolha cuidado-
sa pois é um elemento essencial,
que se destaca sempre. Penso
que as fl ores devem
estar associadas
à decoração
envolvente e
o bouquet
deve estar
em harmo-
nia com o
vestido de
noiva”.
AS ALIANÇAS, A PEÇA QUE FORMALIZA
A aliança é uma peça muito
importante no dia do casamen-
to, é esta que fecha o contrato,
a união entre o casal. Filipa dis-
se ao JA que as tendências deste
ano passam pela mistura entre o
outro branco e amarelo, com dia-
mantes ou outras pedras crava-
das, com um formato espalmado.
“Ainda não escolhemos as alian-
ças, porque ainda estamos com
algum tempo, mas não vamos
fugir às tendências. Em princípio
vamos optar pela mistura de am-
bos os ouros”.
MAQUILHAGEM E PENTEADO DA NOIVA
O estilo de uma noiva não está
completo sem uma maquilha-
gem perfeita. O dia do casamen-
to é normalmente sempre um
dia longo e a maquilhagem, se
não for feita com os cuidados ne-
cessários, pode não “aguentar”
até ao fi nal, tal como o pentea-
do. Filipa disse ao JA que os con-
selhos do cabeleireiro são essen-
ciais. “À semelhança do ano pas-
sado, os apanhados estão na
moda. Em princípio vou optar
por um, penso que um apanha-
do faz sempre uma noiva mais
elegante.”
O DESCANSO MERECIDO, A LUA-DE-MEL
A lua-de-mel é o momento em
que os noivos podem realmente
descansar. Depois de um dia can-
sativo e cheio de emoções, nada
melhor do que partir para um
destino turístico ou paradisíaco.
João afi rmou ao JA que a escolha
do local ainda não foi feita. “Va-
mos tratar da viagem para bre-
ve, penso que vamos optar por
um lugar que tenha praia para
descansar. Agora, e até ao gran-
de dia, é preparar tudo da melhor
forma para garantir que nada fal-
te, a nós e aos nossos convida-
dos.”
Joana Margarida Carvalho
Casar, um momento para a vida
O VESTIDO DE NOIVA – A PEÇA DO DIA”Revestido de todo aquele simbolismo, o vestido de noiva é, para
Filipa, uma peça importantíssima. Este ano, as tendências dos vesti-
dos de noiva incidem sobretudo nas cores claras, na aplicação de ren-
das, e no formato do vestido único. Ou seja, segundo esta noiva, não
se deve optar pela separação do corpete e da saia. “Já fi z a primeira
prova e foi uma sensação única, especial, senti-me bem, bonita. Foi
um momento diferente. Apesar desta boa sensação, ainda não en-
contrei o vestido: o modelo sim, mas o vestido não. Espero que no
grande dia me possa sentir “a noiva” e não mais uma que apresenta
um vestido claro, volumoso e com um véu. O João também vai come-
çar a procurar, mas não já. Penso que o fato do homem nunca se tor-
na tão complicado de encontrar como o vestido da noiva, que obe-
dece a uma série de provas e a um gosto muito pessoal.”
jornaldeabrantes
MARÇO2012 ESPECIAL CASAMENTOS 13
O dia do casamento é singular. Marca uma opção de vida, que pode ser vi-venciado de várias formas e inserido em várias tradições e etnias. Neste es-pecial Casamentos, não quisemos ape-nas dar-lhe a conhecer como é o casa-mento na comunidade dominante, mas também na comunidade cigana.
Tânia Sousa pertence a uma comuni-
dade cigana no concelho de Abrantes.
Tem 39 anos, é casada e é a nova me-
diadora cultural na Câmara Munici-
pal. Tânia contou-nos tudo sobre a
tradição no casamento cigano. “A tra-
dição já não é o que era. Antigamen-
te, as crianças eram prometidas quase
à nascença, eram os pais que faziam
os casamentos. À medida que íamos
crescendo já sabíamos que estávamos
destinadas a casar com determinado
rapaz. O que se traduzia muitas vezes
em situações complicadas, pois não
existia o amor entre pares.”
Tânia continua, explicando que actu-
almente as coisas são bem diferentes.
“Normalmente, é o rapaz que toma a
iniciativa de pedir a mão da rapariga aos
pais. Caso a rapariga não queira casar,
os pais já não a obrigam, como acon-
tecia no passado. Para terminar com
esta ligação nós utilizamos uma pala-
vra, que é só nossa, que é ‘cabaças’. Esta
palavra signifi ca que acabou o com-
prometimento entre os dois jovens ”.
O casamento é encarado dentro da
etnia cigana como um dos dias mais
importantes de determinada comu-
nidade. Tânia conta que todos se ves-
tem a rigor e trocam de roupa vezes e
vezes. Há muita comida e tudo é fei-
to e preparado nos dias do casamen-
to, que podem ir além de dois dias
de festa. “Hoje, com os preços eleva-
dos nas quintas, já não fazemos ca-
samentos com mais de um dia, ou
pelo menos é raro, contudo é nes-
te data que todos mostram o me-
lhor que têm, há uma ostentação de
fatos, prendas, ouro, comida….en-
fi m um dia que fi ca para recordar na
vida dos noivos e na comunidade.”
Treze, catorze anos é idade mais co-
mum para casar dentro de uma comu-
nidade cigana. A rapariga normalmen-
te é sempre mais nova que o rapaz,
este casa com quinze, dezasseis anos.
Tânia considera que esta situação de-
via de ser alterada dentro da tradição
cigana, “são umas crianças quando ca-
sam, não há responsabilidade, não há
meios de sobrevivência devido à idade
que têm e acabam por fi car na guarda
dos pais do noivo até muito tarde”.
Quando se chega ao grande dia são
muitas as famílias ciganas que se jun-
tam em festa. Os noivos podem ter
trinta, quarenta, cinquenta padrinhos.
Tânia explicou ao JA que antigamen-
te esta situação não acontecia. Geral-
mente, existia apenas um padrinho e
uma madrinha, mas com o avançar do
tempo há casamentos onde todos são
padrinhos ou madrinhas. “A cerimónia
é passada a comer, a dançar e a convi-
ver depois no fi nal do dia há o grande
momento, que é quando a noiva vai
para uma sala e é testada a sua virgin-
dade pelas mulheres mais velhas da
comunidade. Este é o momento mais
importante, pois é nesta altura que é
selado o casamento. Isto se rapariga for
virgem, pois caso não seja pode acon-
tecer uma grande confusão e desgraça
nas famílias dos noivos. É uma realida-
de que acontece hoje em dia e penso
que nunca vai morrer pois é esta que
demarca a nossa tradição. É obrigató-
rio, é o que formaliza o acto de casar”.
O “fugimento” foi a expressão utili-
zada por Tânia para descrever outra
forma de casar dentro da comunida-
de cigana. “Caso a rapariga fuja da co-
munidade mas se venha a provar que
esta é virgem considera-se casamento
na mesma, pois a rapariga era virgem,
apenas fugiu. Esta é uma realidade
que acontece com muita frequência
na nossa etnia.”
Ainda propósito do casamento nas
comunidades ciganas, Tânia salien-
ta um outro aspecto: “No futuro, caso
aconteça algo de mau ao marido e
este venha a falecer, manda a tradição
que a mulher não deve refazer a sua
vida com mais ninguém, o luto é para
toda a vida, o preto é cor dominante
nas vestes e acabou a alegria. Hoje isto
já não acontece com frequência, é cos-
tume a mulher voltar a refazer a sua
vida, contudo nunca mais tem o res-
peito da comunidade que tinha antes
de tomar essa atitude”.
Casar com uma pessoa na comuni-
dade dominante nunca é bem visto
dentro da etnia cigana. “Uma cigana
ou um cigano, ao casar com alguém
da comunidade dominante, é sempre
uma situação complicada e difícil de
gerir nas famílias. A primeira reacção
é proibir, mas há muitos pais que aca-
bam por ceder, vai havendo um caso
ou outro, mas são situações pontuais”.
Joana Margarida Carvalho
O casamento na etnia cigana
• Tânia Sousa, media-dora cultural na Câmara Municipal de Abrantes
jornaldeabrantes
MARÇO201214 ESPECIAL CASAMENTOS
Juntar-se em vez de casar é uma nova opção para muitos casais. Apesar de muitas famílias ainda estarem ligadas ao casamento tra-dicional e estranharem este novo conceito de união, hoje em dia é mais habitual ouvir um casal amigo falar em juntar-se em vez de casar.
Dois casais de Abrantes partilha-
ram connosco um pouco da sua
vida e abriram-nos as portas à rela-
ção que têm.
Maria e José (nomes fi ctícios) es-
tão juntos há oito anos. Esta não é a
primeira relação que têm, pois am-
bos já foram casados. Conheceram-
se há dez anos no local de trabalho
de Maria, onde José era cliente. Co-
meçaram a namorar e pouco tem-
po depois juntaram-se. Hoje vivem
juntos e acreditam que não têm de
casar para que a relação continue.
“Já não faz sentido porque ambos
temos os fi lhos já grandes e não é
o casamento que une o sentimento
entre duas pessoas.” O que os uniu
“foi a cumplicidade, a partilha da
vida, a amizade, o respeito e o fac-
to de ser mais fácil para os dois com
esta partilha”. E acreditam que não
seria melhor se estivessem casados.
“Não é a assinatura no papel que vai
defi nir o sentimento de ambos”.
José teme a reacção da família a
um casamento, sendo ele mais ve-
lho que Maria, porque a sociedade
ainda não vê com bons olhos este
tipo de ligações. “Pode ser conside-
rado um jogo de interesses ou, por
parte dos fi lhos, pode haver senti-
mento de perda. Se perante a lei é
possível deixar bens ao companhei-
ro sem necessidade de casar, não
ponderámos o casamento e apenas
nos juntámos”.
O facto de ambos já terem tido
um casamento e fi lhos dessa rela-
ção anterior também infl uencia a
forma como agora vêem o casa-
mento. José explica a forma como
encara o casamento: “A minha visão
do casamento hoje é diferente da
de há vinte anos atrás, quando me
casei pela primeira e única vez. Para
mim o casamento era a união entre
duas pessoas que se amam e com-
pletam, para a vida. Presentemente,
a minha ideia de casamento é que
dure até que as pessoas sejam feli-
zes, até que se completem, até que
se entendam, enquanto acharem
que viverem juntos tem fi nalidade
e faz sentido. Caso contrário, é me-
lhor seguirem a sua vida e serem fe-
lizes.” José acrescenta que “quando
se passa para o papel há logo de se-
guida a separação e o divórcio por-
que as pessoas pensam que, com o
papel assinado, a relação se torna
um bem adquirido e, de facto, na
cumplicidade não há bem adquiri-
do, há a partilha”. É esta partilha de
sentimentos que ambos acreditam
conseguir sem ser necessário o ca-
samento.
Apesar de esta ser a segunda rela-
ção do casal e de a família de Maria
ser religiosa, não se opõe à relação
e ao facto de estarem juntos em vez
de casarem. “A minha mãe, que é
muito religiosa, nunca tocou sequer
no assunto”.
A Inês e o Miguel (nomes fi ctícios)
também vivem juntos. A história
deste jovem casal começou quan-
do se conheceram na escola secun-
dária, apesar de só começarem a
namorar anos mais tarde.
Têm a mesma idade, no entan-
to, a Inês trabalha em Abrantes e o
Miguel em Lisboa. A distância só os
uniu e, depois de três anos de na-
moro, optaram por mudar-se para o
Entroncamento.
A decisão de não casarem, para já,
não teve a ver com a religião. Am-
bos acreditam que o casamento “é
um passo sério na vida de um casal,
que deve ser bastante ponderado,
porque se pretende que perdure”.
Desta forma, morar juntos ajuda a
“ver se as coisas funcionam em am-
biente conjugal antes de tomar a
decisão relativa ao casamento”.
Um outro factor importante para
dar este passo foi a estabilidade fi -
nanceira. “Se não fosse a estabili-
dade fi nanceira de ambos, possi-
velmente não teríamos optado por
nos juntar já”. No entanto, o facto
de este casal se juntar não signifi -
ca que não tenha em mente casar,
pode apenas não ser para já. “Pen-
samos que não será o mais impor-
tante, mas não é posto de parte”. As
despesas que um casamento acar-
reta foram também consideradas
por Inês e Miguel: “Tivemos tam-
bém em conta o investimento que
é a festa de casamento”.
O casal acredita que a família pre-
feria vê-los casados, apesar de nun-
ca ter havido problemas e de te-
rem aceitado bem a notícia quando
anunciaram que iam morar juntos.
Uma moda ou um futuro, a felici-
dade está implícita. Segundo um
estudo norte-americano publicado
na revista científi ca “Journal of Mar-
riage and Family”, quem mora com
o parceiro é mais feliz. No caso de se
juntarem, há mais espaço para a in-
dependência e crescimento pesso-
al, o que faz com que tenham mais
auto-estima e bem-estar psicoló-
gico. Por sua vez, o casamento traz
mais saúde e benefícios fi scais ao
casal.
Mafalda Vitória
Casais que se juntam, uma moda ou um futuro?
Foto
s de
Inês
Dia
jornaldeabrantes
MARÇO2012 ESPECIAL CASAMENTOS 15
O casamento é como tudo o mais: está a mu-dar a grande velocidade. Não se sabe para onde, mas conhece-se a sua origem. Até há pouco tempo, era fácil responder à pergunta “o que é o casamento?” Hoje já não é assim tão fácil.
De facto, a tradição já não é o que era.
Cada vez mais os casais optam apenas por
uma ida ao cartório e realizam uma cerimó-
nia simples, sem formalidades e despesas.
Foi o caso de José Miguel Gaspar e Sofi a
Valquaresma. Decidiram casar pois estavam
a precisar de férias, e a licença do casamen-
to pareceu-lhes uma excelente opção. A vida
de ambos estava encaminhada, já viviam
juntos há algum tempo, tinham casa e car-
ro comprado, emprego, davam-se bem, en-
fi m… não lhes faltava, à partida, nada. José
Miguel explica o processo: “Fizemos tudo o
que supostamente acontece depois do ca-
samento. Tomámos os passos mais impor-
tantes. Logo, para nós, casar ou não era indi-
ferente. Só nos faltava o fi lhote. Estávamos
bem, apenas precisávamos de umas férias. E é
curioso! Foi a marcação da partida para o Mé-
xico que defi niu o dia do nosso casamento.”
Para ambos, o casamento é a união de
duas pessoas perante a sociedade, de for-
ma simples e prática. José Miguel che-
gou mesmo a referir ao JA que o casamen-
to “é um contrato e na verdade não é neces-
sário nenhum contrato, para se estar com
uma pessoa: ou se gosta ou não se gosta”.
Já Sofi a considera que hoje as normas da
Igreja Católica já não são adoptadas pelas fa-
mílias da mesma forma como eram adop-
tadas antigamente, porque tudo mudou, as
mentalidades e o próprio estilo de vida, no-
meadamente o das mulheres. “Hoje as mu-
lheres já não fi cam até tão tarde em casa dos
pais, não têm apenas um namorado, não ca-
sam virgens, não são os pais que arranjam os
casamentos... Ou seja, aquela cerimónia na
Igreja que tinha como base a educação cató-
lica, com uma série de normas e regras, foi-se
banalizando com o passar do tempo. Actual-
mente, o dia do casamento é um verdadeiro
negócio para muitas casas, o que não é errado,
mas que banaliza o sentimento, a harmonia, a
mística e a tradição do dia. Eu não sou contra
a estes casamentos, mas no nosso caso não fa-
zia qualquer sentido, uma vez que já vivíamos
juntos e já tínhamos a nossa vida formada.
Casámos, por fi m, porque estávamos a
precisar de férias e porque começámos a
perceber que muitas entidades que trata-
vam connosco situações formais tinham al-
gum constrangimento cada vez que se di-
rigiam a um de nós. Por exemplo, estavam
comigo ao telefone e diziam o José Miguel,
o seu companheiro, o seu namorado ou
o marido. Era uma chatice” - conta Sofi a.
Foi no dia 16 de Setembro, de 2011, às 14h30,
no cartório do Entroncamento, que Sofi a e José
Miguel casaram. O momento foi selado na pre-
sença dos pais, numa sexta-feira de muito ca-
lor. Uma cerimónia que caracterizaram como
“simples”, mas ao mesmo tempo “ideal”, com
o signifi cado necessário que pretendiam ter
daquele dia. “Nessa sexta o Miguel ainda pon-
derou ir trabalhar de manhã, mas não foi. Tirá-
mos o dia e eu limitei-me a comprar um vesti-
do ligeiramente mais formal para a cerimónia.
No momento sentimos um ligeiro nervosis-
mo porque percebemos realmente que esta-
va tudo acontecer. De seguida, a notária selou
o momento, não assinámos nada e não tive-
mos testemunhas, pois agora já não é neces-
sário. Sem qualquer imposição, sem planea-
mento, casámos… simplesmente aconteceu.”
Sofi a e José Miguel afi rmam ao JA que pou-
co mudou, apenas o sentimento de respon-
sabilidade. “Sentimos uma responsabilidade
que temos para com os dois, mas não é uma
sensação má, é uma sensação de compromis-
so, onde as nossas atitudes devem ser pon-
deradas e partilhadas. Deixo aqui um conse-
lho aos jovens casais: façam o que têm a fazer
antes do momento ofi cial, pois não vão ter o
sentimento que se algo correr mal vai surgir
uma série de complicações associadas. O que
é bom hoje em dia, que não é afectado pela
crise, é a espontaneidade. Eu acho que é nes-
te factor que devemos apostar” - fi naliza Sofi a.
Joana Margarida Carvalho
CASAR NO CARTÓRIO
“É na espontaneidade que devemos apostar”
• José Miguel Gaspar e Sofi a Valquaresma
jornaldeabrantes
MARÇO201216 ESPECIAL CASAMENTOS
Número de Casamentos Celebrados na Conservatória do Registo Civil de Abrantes, de 2006 A 2011:
Civil 2006 39
Católico 2006 43
Civil 2007 68
Católico 2007 78
Civil 2008 66
Católico 2008 41
Civil 2009 73
Católico 2009 47
Civil 2010 52
Católico 2010 52
Civil 2011 51
Católico 2011 41
A independência económica
Casamento a prazo
Ainda há pouco, em Portugal os
divórcios eram praticamente proi-
bidos. Depois foram facilitados de
diversos modos. Hoje são já o re-
sultado da maioria (cerca de 60%)
dos casamentos.
Por um lado, porque os mem-
bros do casal têm independência
económica. Por outro, porque os
relacionamentos profi ssionais fora
da família criam laços e compro-
missos afectivos que podem tor-
nar-se alternativos aos familiares.
A união é sobretudo afectiva. Mas
porque os laços afectivos são vo-
láteis, desgastam-se com facilida-
de e outros surgem de modo es-
pontâneo. Resta, se resta e quan-
do resta, o amor e a intimidade.
Além disso, a cultura em vigor é a
do relacionamento fácil e descom-
prometido, por vezes do sexo do
momento e sem compromissos.
Tudo parece “ajudar” ao fi m de
um casamento e nada à sua ma-
nutenção ou prolongamento.
Por isso, não admira também
que alguns proponham já que o
casamento seja apenas um con-
trato com período de validade,
de cinco ou sete anos. Renovável
apenas se ambas as partes se
mantiverem dispostas a isso. No
fundo, é só mais um passo além
do divórcio por mútuo acordo.
A.J.
Até há pouco anos, uma família
era uma unidade de produção e
consumo, cada família consumia
aquilo que consumia. Era uma
economia de sobrevivência ou
se subsistência. Como a produ-
ção estava dependente da terra,
o casamento estava directamen-
te ligado à posse da terra. Uma fa-
mília tinha de ter a terra necessá-
ria ao sustento de todos os seus
membros. Sair da família era per-
der os meios de sobrevivência.
Por isso era vital que o casamento
fosse indissolúvel. Era-o sobretu-
do de facto.
Com a revolução industrial, as
coisas mudam. O sustento vai
buscar-se fora. E a família deixa de
ser unidade de produção e come-
ça a ser apenas unidade de con-
sumo, em que alguns membros
da família vão “lá fora” buscar re-
cursos para que cada um possa
gastar. E cada vez são necessá-
rios mais recursos para um cada
vez maior consumo. É a socieda-
de de consumo, com a sua pres-
são crescente sobre a família e
um desgaste também crescente
no casamento.
Além disso, com a “saída” das
mulheres para o mercado de tra-
balho, cada um dos membros
adultos da família ganha autono-
mia e não precisa da família para
sustentar-se. A família passa a de-
pender, então, não tanto de rela-
ções económicas, mas sobretudo
de relações afectivas.
Mas os laços afectivos são frá-
geis. A paixão dura no máximo
dois ou três anos. E o amor tem
de ser cultivado, se é para durar.
E cada vez menos se pensa que
é para durar. A não ser enquan-
to dure.
A.J.
jornaldeabrantes
MARÇO2012 ACTUALIDADE 17
“Reorganizar e reconverter” é a primeira prioridadeAntónio Alberto Margarido é, des-de 2 de Janeiro, o novo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Abrantes. À frente de uma lista de oito elementos, assume a respon-sabilidade de dirigir, por três anos (2012-2014), a maior das nossas as-sociações de carácter social.
Um dos problemas é, sem dúvida,
o fi nanceiro. Uma casa destas, com
múltiplas solicitações e múltiplos
compromissos, tem sempre pro-
blemas a resolver, e mais ainda em
tempo de crise, em que todos pro-
curam cortar nas despesas. Além
disso, uma das tarefas prioritárias é
proceder a legalizações imprescin-
díveis. Não que a Misericórdia te-
nha vivido na ilegalidade, mas “as
coisas evoluem com uma rapidez
tal que é necessário haver revisões
e reconversões dos processos e dos
regulamentos”. Por exemplo: a cre-
che e jardim de infância vêm de um
tempo que já lá vai. “Hoje, a oferta
pública ao nível do jardim de infân-
cia deixa-nos sem crianças sufi cien-
tes para essa valência, ao passo que
não temos resposta sufi ciente para
a procura ao nível da creche. Temos,
portanto, que proceder à necessária
reconversão.”
O mesmo se passa com certos re-
gulamentos que já estão desactu-
alizados. E com os hábitos ou ro-
tinas da casa. O pessoal de serviço
está habituado a um certo ritmo
ou rotina de trabalho. Lembremos
que o anterior provedor, Horácio
de Sousa, estava à frente da Santa
Casa desde 1991, portanto, há mais
de 20 anos. É natural que o peso do
tempo tenha deixado marcas e que
uma nova direcção, mais jovem e
mais atenta às exigências do pre-
sente, peça agora um “desempenho
profi ssional de excelência”, que não
está, ainda, no espírito da casa. Mas
está em curso, vindo já do último
ano da anterior direcção, um pro-
jecto de formação dos funcionários
com vista a dar mais qualidade a
um atendimento que tem cada vez
mais exigências.
Outro problema é o lar de infância
e juventude, conhecido por Patro-
nato de Sta. Isabel. Foi incorporado
na Misericórdia porque fi cou sem
corpos directivos e porque tinha
um prejuízo corrente insuportável.
As negociações com a Segurança
Social não correram da melhor for-
ma e chegou a ser tomada a decisão
formal de encerrar. Mas uma última
tentativa, que vem já dos últimos
meses da anterior direcção, está a
ser feita. Foram desafectadas três
pessoas do lar e, assim, está a fazer-
se um esforço de equilíbrio das con-
tas. “Veremos o resultado.”
A Santa Casa da Misericórdia de
Abrantes é hoje um pequeno mun-
do com diversas valências: lar da ter-
ceira idade (105 utentes), centro de
dia (30 utentes), apoio domiciliário
(34 utentes), apartamentos para a
terceira idade (6 utentes), creche e
jardim de infância (110 crianças), lar
de infância e juventude (20 rapari-
gas). E gere ainda o centro médico
e de enfermagem de Abrantes, ao
lado da igreja de S. João. Para esse
pequeno-grande mundo conta
com um total de 160 trabalhadores.
Para todo este universo há já um
estudo técnico feito pela União das
Misericórdias que vai servir de guia
ao projecto de acção da nova Mesa
Administrativa. E, mais uma vez, “há
muito trabalho a ser feito” e uma
nova Mesa com vontade de fazê-
lo, com uma “diversidade de forma-
ções e competências” postas ao ser-
viço da causa social.
Alves Jana
MISERICÓRDIA DE ABRANTES TEM NOVA DIRECÇÃO
MESA ADMINISTRATIVA OU DIRECÇÃO 2012-2014
António Alberto Margarido - provedorSilvino Maia Alcaravela - vice-provedor, centro médico, farmácia e coordenação de qualidadeAugusto Maia Alves - tesoureiro e instalaçõesEduardo M. Gonçalves Caldelas - secretário e viaturasLurdes M. Conceição Baptista - creche e jar-dim de infânciaHélder Silvano Sousa Neves - comunicação e informáticaFernando Morgado Silva – recursos humanosMaria Fernanda R. Sarmento - lar de infân-cia e juventude
ÚLTIMOS PROVEDORESAntónio Alberto Margarido 2012 Horácio Mourão de Sousa 1991- 2012Fernando Martins Velez 1979 – 1991António Soares Mendes 1976 - 1979Isidro Sequeira Estrela 1973 – 1976Manuel Alves de Oliv. e Silva 1970 -1973César Dias Ferreira 1964 - 1970João Damas Vicente 1961 – 1964Agostinho Rodrigues Baptista 1952 - 1961José de Jesus Pereira da Silva 1949 - 1952Júlio Serras Pereira 1946 - 1949Manuel Fialho de França Machado 1940 - 1946Henrique Miranda Martins de Carvalho 1935 – 1940Francisco Solano de Abreu 1919 - 1935Guilherme H. de Moura Neves 1914 - 1918
• Alberto Margarido e a galeria dos últimos provedores
jornaldeabrantes
MARÇO201218 CULTURA
Os “Mourões”do Rossio ao Sul do TejoLUGARES COM HISTÓRIA
TERESA APARÍCIO
Na margem esquerda do rio Tejo, poucos metros a montante da ponte rodoviária, encontram-se quinze pi-lares de altura desigual, construídos em pedra e cal, que são vulgar-mente conhecidos por “mourões”.
Vestígios enigmáticos, como tudo
o que é antigo, foram considerados,
por muitos e durante muito tempo,
restos de uma ponte romana. Vários
estudiosos destas coisas antigas, lo-
cais ou nacionais, assim os conside-
raram e essa ideia passou a ser um
dado adquirido e já não só uma
simples hipótese. Eis senão quan-
do, em 1984, os abrantinos foram
confrontados não com uma lenda,
ou apenas com a tradição, mas com
factos concretos: os “mourões” não
eram romanos, nem tinham dois
mil anos, tinham apenas cerca de
dois séculos e datavam da época
das invasões francesas.
A 24 de Outubro desse ano de
1984, o major Fernando Salgueiro
Maia, num colóquio na Biblioteca
Municipal, trouxe a público a cópia
de uma planta, bastante pormeno-
rizada, de uma ponte de barcas de
que os mourões eram parte inte-
grante. Este documento foi encon-
trado graças à pesquisa que este
militar de Abril fi zera no Gabinete
de Estudos Arqueológicos de Enge-
nharia Militar e teve também a ama-
bilidade de ceder à cidade uma ou-
tra cópia em tamanho natural, que
se encontra, presentemente, no Ar-
quivo Municipal, à disposição de
quem a quiser consultar.
Estes pegões constituíam o cais da
margem sul e foram construídos du-
rante os meses de Setembro, Outu-
bro e Novembro de 1811; o cais da
margem norte não foi construído
como este, em pedra e cal, mas sim
em madeira e dele já hoje nada res-
ta. Contudo, na década de oiten-
ta do século vinte, quando houve,
no local, trabalhos de remoção de
areia, foram postas a descoberto
duas fi las de toros de madeira, ain-
da em bom estado, pois o pinho,
como se sabe, conserva-se bem
dentro de água. Uma vez postos a
seco apodreceram rapidamente.
A ligar toda a estrutura da pon-
te, havia um passadiço de madeira,
que no centro se alargava, forman-
do uma pequena praça, onde podia
cruzar o trânsito que vinha nos dois
sentidos e onde os carros podiam
fazer inversão de marcha, caso fos-
se necessário. Havia, também, uma
pequena ponte levadiça, por onde
passavam os barcos que navega-
vam no Tejo.
Na planta, encontram-se algumas
legendas com informações adicio-
nais bastante úteis. Assim, do lado
esquerdo, está uma que nos informa
que esta ponte e outras construídas
na Beira Baixa foram feitas sob a di-
recção do Coronel do Corpo de En-
genharia, Manuel de Sousa Ramos.
O objectivo principal desta ponte
de barcas era estabelecer a ligação
entre o norte e o sul do Tejo, numa
altura em que se tornou premente a
necessidade de defesa, face às inva-
sões francesas. A sua vida foi breve,
porque como tinha fi ns exclusiva-
mente militares, quando os solda-
dos de Napoleão abandonaram o
país, deixou de ter utilidade prática.
Em 1817 já não funcionava e a partir
daí foi-se degradando e só os “mou-
rões”, feitos em materiais mais du-
ráveis, ali fi caram, quais sentinelas
perfi lando-se face ao Tejo, prontos
para entrarem no domínio da len-
da que rapidamente os envolveu,
fazendo-os recuar aos tempos míti-
cos dos mouros e dos romanos. E aí
ainda certamente permaneceriam,
se um militar de Abril, por sinal dos
mais famosos e também dado à in-
vestigação, não tivesse, um dia, de-
sencantado uma velha planta, per-
dida há muito tempo num arquivo
militar.
Bibliografi a:- Candeias Silva, Joaquim, “Os mou-rões do Rossio de Abrantes – afi nal a ponte romana era um cais… do sé-culo XIX”, in “Conimbriga” XXIV, 1985
- Jornal “Nova Aliança” de 13 de No-
vembro de 1984
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jornaldeabrantes
MARÇO2012 SAÚDE 19
Vacinar – Porquê?Secção da responsabilidade da Unidade de Saúde Publica do ACES do Zêzere
A vacinação constitui uma das for-
mas mais importantes do organis-
mo humano se fortalecer contra al-
gumas doenças. A evolução técnica
e científi ca que ocorreu no desen-
volvimento das vacinas, a existência
de Programas de Vacinação consis-
tentes, o envolvimento dos técni-
cos de saúde e a adesão das popu-
lações é considerada uma das mais
importantes conquistas da saúde
pública.
Em Portugal, são administradas
vacinas desde o início do séc. XIX,
nomeadamente a vacina anti-varió-
lica. No entanto, foi a partir de 1965,
com a introdução do Programa Na-
cional de Vacinação (PNV), que nos
anos seguintes a morbilidade e
mortalidade por doenças infeccio-
sas, sobre as quais incidiu a vacina-
ção, apresentou reduções notáveis.
No primeiro ano de vacinação con-
tra a poliomielite registou-se uma
redução de 292 casos de doença
para 13, o que traduz uma redução
de 96%, graças à vacinação. O mes-
mo aconteceu em 1966 com o iní-
cio da vacinação das crianças con-
tra a difteria e a tosse convulsa, ten-
do no espaço de um ano reduzido
o número de casos destas doenças
em 50%. Mas a maior vitória da va-
cinação foi a erradicação da Varíola
desde 1980, uma doença até aqui
responsável por inúmeras mortes.
O PNV tem sofrido várias altera-
ções ao longo dos anos, em função
do conhecimento científi co e tec-
nológico, e adequando-se aos con-
textos de desenvolvimento das do-
enças, tendo a última sido em Janei-
ro de 2012.
O PNV mantém-se um programa
universal, gratuito e acessível a to-
das as pessoas presentes em Por-
tugal.
Actualmente são várias as vacinas
que fazem parte do PNV, nomea-
damente: BCG (anti-tuberculose),
DTPa (difteria, tétano e tosse con-
vulsa), Hib (haemophilus infl uenzae
tipo B), VIP (anti-poliomielitica inac-
tivada), MenC (meningite C), VASPR
(anti sarampo, rubéola e papeira),
Td (tétano e difteria), VHB (anti-he-
patite B) e HPV (Papiloma Humano
– cancro do colo do útero).
Para que se atinjam níveis de pro-
tecção efi cazes, em toda a popula-
ção, é importante que pelo menos
95% (imunidade de grupo) dos in-
divíduos de uma comunidade es-
tejam vacinados. Na área geográ-
fi ca abrangida pelo ACES Zêzere
(Abrantes, Constância, Ferreira
Zêzere, Mação, Sardoal, Tomar e VN-
Barquinha), os resultados da avalia-
ção efectuada em Janeiro de 2012
mostram que o número de indiví-
duos vacinados garante a imuni-
dade de grupo das populações re-
sidentes.
Fernando NogueiraEnfermeiro Unidade Saúde Pública
SAÚDE É ...
jornaldeabrantes
MARÇO201220 CULTURA
Abrantes Até 29 de Fevereiro – Exposição “Fantasmagor Ias
Continuam”, de Tozé Cardoso – São Lourenço
Até 17 de Março – SPIN TECHS – Antiga Rodoviária
Até 15 de Maio – Exposição “O Azulejo em Abrantes
– Um Percurso de 5 Séculos”- Museu D. Lopo de Al-
meida
2 de Março a 27 de Abril – Exposição sobre Manuel
da Fonseca – Biblioteca António Botto
2 a 23 de Março – Exposição de trabalhos dos alu-
nos do curso de Artes Visuais da Escola Secundária
Dr. Solano de Abreu – Galeria Municipal de Arte
2 de Março – Concerto com Noidz – Cine-Teatro S.
Pedro, às 21h30
17 de Março – Teatro “Estórias, Estorietas e Outras
Conversetas”, com os contadores Ana Anes e Maria
João Trindade – Cine-Teatro S. Pedro, às 10h30
22 de Março – Encontro com o autor Richard Zimler
– Biblioteca António Botto, às 14h30
22 de Março – “Entre Nós e as Palavras com…” Ri-
chard Zimler – Biblioteca António Botto, às 21h30
23 de Março – “Ler os nossos…”com Carla Paião.
Apresentação da obra “À Deriva” – Biblioteca Antó-
nio Botto, às 21h30
24 de Março – VII Festival de Música da Beira Interior
2012 – Cine-Teatro S. Pedro, às 21h30
Cinema Espalhafi tas, Cine-teatro São Pedro, às
21h30:
29 de Fevereiro – “A Dívida”
3 de Março – “O Gato das Botas” (10 horas)
7 de Março – “O Cavalo de Turim”
14 de Março – “Uma Separação”
21 de Março – “Sonhos de Dança”
Barquinha Até 31 de Março – Exposição “Imagens do Concelho
de Vila Nova da Barquinha” – Centro Cultural, dias
úteis das 14h às 17h30 e Sábados das 15h às 18h
28 de Fevereiro – Workshop de ilustração infantil
pelo formador João Nunes – Casa da Hidráulica, das
19h às 22h
3 de Março – Palestra “Território, Pessoas, Organi-
zações e o Turismo: algumas considerações sobre o
Médio Tejo” com Luís Mota Figueira – Centro Cultu-
ral, às 17h
24 de Março – Espectáculo “Váris Danças, Várias
Emoções” – Salão dos Bombeiros Municipais, às
21h30
Constância 11 de Fevereiro a 4 de Março – Exposição “Um
Olhar obre Constância”, fotografi a de Paulo Sousa –
Posto de Turismo
Mação Até 29 de Fevereiro – Exposição de trabalhos das
crianças dos jardins-de-infância e escolas EB1 do
Concelho de Mação – Edifício dos Paços do Conce-
lho
30 de Março – Ciclo de Cinema Documental.
Documentários e debates, no âmbito do tema
“União Europeia, do Sonho à Realidade” – Instituto
Terra e Memória, às 21h
Sardoal 29 de Fevereiro – Colóquio “Experiências de Vida”
com a jornalista Marcelina Souschek e Bibá Pita –
Centro Cultural Gil Vicente, às 17h
Cinema – Centro Cultural, às 16h e às 21h30:
11 de Março – “O Gato das Botas”
17 de Março - “Moneyball”
AGENDA DO MÊS
ABRANTES: Ed. S. Domingos - Rua de S. Domingos – 336 – 2º A – Apart. 37Tel. 241 372 831/2/3 – Fax 241 362 645 - 2200-397 ABRANTES
LISBOA: Rua Braamcamp – 52 – 9º EsqºTel. 213 860 963 – 213 862 922 - Fax 213 863 923 - 1250-051 LISBOA
E.Mail: [email protected]
Eurico Heitor Consciência
João Roboredo Consciência
Teresa Roboredo Consciência
Rui Roboredo Consciência
ADVOGADOS
O Index - Festival de Cinema e Experimenta-ção vai realizar-se em Abrantes entre os dias
30 de Março e 1 de Abril, Sendo a primei-
ra edição deste festival, as expectativas são
muitas. Andreia Carvalho, presidente da or-
ganização, refere ao JA que se “espera um
grande número de pessoas a aderir ao In-
dex e que o festival seja o ponto de partida
para uma série de outros eventos que pre-
tendemos realizar”. A organização do festi-
val está a cargo da Vastaplateia, que iniciou
funções a 6 de Dezembro de 2011. Esta As-
sociação Cultural de Arte Experimental foi
criada por um grupo de alunos da Escola
Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA),
“mas é completamente desvinculada e au-
tónoma da Escola”. Objectivo do festival é
dar a conhecer a arte experimental em Por-
tugal que “ainda não está muito desenvol-
vida”. Andreia Carvalho anuncia: “Queremos
ser os pioneiros nesta matéria porque não
existe nenhum festival que se dedique só à
arte experimental.”
O Index começa dia 30 de Março, mas ha-
verá um período que antecede o festival.
Nos dias 24 e 25 de Março a Vastaplateia
junta-se à Associação Envolve (Rossio ao Sul
do Tejo, Abrantes) para a realização de um
workshop de fotografi a experimental “Como
vejo o mundo?”, em que o público-alvo são
os jovens dos 10 aos 16 anos. Alguns dias
depois, 29 e 30 de Março, o workshop será
de som experimental “SoundExperience”,
com o formador Pedro Monteiro Gomes, a
decorrer na ESTA. Ainda neste período que
antecede o Index, entre 1 de Março a 1 de
Abril, vai ser exposta no Mercado Criativo
uma exposição de fotografi a experimental
e documental. A abertura do festival decor-
re às 21h30 do dia 30 de Março, na praça Ba-
rão da Batalha, com concertos de Tiago Pe-
reira e os Saur (música portuguesa alterna-
tiva). O segundo dia do Index, 31 de Março,
decorre no Cine-Teatro São Pedro partir das
10h00 e propõe visionamento de muito ci-
nema com a “Competição Nacional de Cur-
tas de Animação” e a “Competição de Cur-
tas Musicais”. Neste dia haverá ainda uma
retrospectiva cinematográfi ca de Tiago Pe-
reira. Às 22h00 tem lugar no Cine-Teatro
São Pedro um espectáculo de música expe-
rimental portuguesa e a noite termina com
uma festa num bar da cidade. O terceiro
e último dia do festival, 1 de Abril, começa
às 10h30 com a “Competição de Curtas de
Animação”, a “Competição de Curtas Mu-
sicais” e a “Mostra Curtas da ESTA”. A fi ndar
esta primeira edição do Index estão as Men-
ções Honrosas e a entrega de Prémios.
Visto que a maior parte da direcção da
Vastaplateia não é de Abrantes, o JA ques-
tionou Andreia Carvalho, presidente da as-
sociação, e Ana Matias, secretária, sobre
como tencionam assegurar o futuro da As-
sociação quando os todos os elementos
terminarem a formação académica. Ambas
sorriem, mas é a presidente que responde
de forma peremptória: “Nós estamos a pen-
sar criar pólos espalhados por todo o país e
ter uma estratégia para nos reunirmos sem-
pre que necessário. Vamos também usar as
redes sociais para comunicarmos mais fa-
cilmente”. Ana Matias fi naliza dizendo que
não há restrições no festival. “Queremos
que as pessoas se sintam bem e apelamos
para que as pessoas de Abrantes partici-
pem e colaborem connosco.”
André Lopes
Index, Abrantes recebe festival de cinema experimental
O Instituto Terra e Memó-
ria está a promover um Ciclo
de Cinema Documental su-
bordinado ao tema “União
Europeia, do Sonho à Reali-
dade”, que se vai realizar na
última Sexta-feira de cada
mês. Depois deste ciclo ter
começado a 24 de Fevereiro,
é vez de regressar dia 30 de
Março, onde serão visiona-
dos curtos documentários
e posteriormente have-
rá debate entre o público.
Cada sessão terá a dura-
ção de 2 horas, com início
às 21h30 e entrada gratui-
ta a todos os interessados.
Ciclo de Cinema Documental em Mação
Depois de terem estado nas Fes-
tas da Cidade em 2010, os Noidz
estão de regresso a Abrantes desta
vez para apresentar a tour 2.0.1.2. O
Cine-Teatro recebe no dia 2 de Mar-
ço (21h30) esta banda com uma
sonoridade muito peculiar de fu-
são entre rock, música electró-
nica e música tradicional portu-
guesa, contando com a presença
do instrumento Gaita-de-foles
Em Março o grupo vai lançar um
novo álbum e o lançamento da tour
que precede o disco acontece em
Abrantes. Finalistas em 2011 da In-ternational Songwriting Competi-
tion, o maior concurso de compo-
sição mundial, os Noidz têm vindo
a conquistar cada vez mais públi-
co em Portugal e no mundo, pro-
va disso é a digressão que fi zeram
em 2010 no Brasil, Estados Uni-
dos da América e Japão. A ban-
da é um projecto idealizado por
Rodrigo Leal (Zork) que se jun-
tou a Monkka, Dr Zee, Lunatikka e
ZDion, e que nos concertos se ocul-
tam através de personagens e más-
caras, criando um mundo místico.
Noidz começam nova digressão em Abrantes
jornaldeabrantes
MARÇO2012 CULTURA 21
Alexandra Pimentel - animadora na Rádio Antena Livre
Rita Alexandra Matias Pimentel é o seu
nome completo, mas é como Alexandra
Pimentel que a conhecemos. Chegou a
Abrantes já lá vão alguns anos, para es-
tudar Jornalismo na ESTA (Escola Supe-
rior de Tecnologia de Abrantes). Jorna-
lismo era a palavra que trazia na cabeça
desde muito nova. Alexandra confes-
sa ao JA: “No início foi muito difícil para
mim deixar Tentúgal, onde sempre vivi
e onde tinha todas as minhas raízes...fa-
mília...amigos, etc. Pensava nessa altura
que Abrantes era no Algarve, por isso fi -
quei muito feliz quando soube que era
em Abrantes que ia fazer o meu curso,
pois, na minha ideia, poderia usufruir
das muitas praias nos intervalos das au-
las.” E continua dizendo que fi cou “mui-
to triste” quando se apercebeu que afi -
nal estava enganada. Mas Abrantes
conquistou-a por completo. “Quando
penso em Abrantes comovo-me e te-
nho muitas saudades de lá viver”. A jo-
vem Jornalista, uma vez em Abrantes,
procurou a Rádio Antena Livre para po-
der colaborar e aprender enquanto tira-
va o seu curso. Foi nesta estação emis-
sora que acabou por fazer o seu estágio
curricular e depois o profi ssional. Após
o estágio profi ssional, surgiu a oportu-
nidade de fazer alguns trabalhos para a
TVI, fazendo a cobertura dos aconteci-
mentos na região centro do país. Ape-
sar de continuar ligada à TVI, Alexandra
Pimentel optou por trabalhar a tempo
inteiro como coordenadora da TV Fáti-
ma (www.tvfatima.com), uma web tv
que faz um trabalho exemplar na área
da informação em toda a zona centro
do país. Relativamente à rádio, Alexan-
dra conta que fi ca “muito feliz por con-
seguir continuar ligada à rádio” que
também considera sua. “Por isso aceitei
o convite do Paulo Delgado para fazer
as manhãs de sábado e domingo (08h
às 11h), até porque era fazer locução,
algo que nunca tinha feito. Penso que
tem corrido bem. Já faço há 2 anos. Re-
centemente fui convidada pela Joana
Margarida Carvalho para assegurar a ru-
brica Antena Livre Roteiro, e aceitei logo
pois é o meu regresso à informação da
rádio. Apesar de estar a viver em Fátima,
a informação é a minha vida, portanto
estou sempre actualizada, sendo as-
sim fácil para mim fazer este trabalho”.
Alexandra Pimentel está com muita re-
gularidade em Abrantes. “Para além da
rádio, tenho em Abrantes pessoas que
são muito importantes para mim, fa-
zem parte da minha vida para sempre,
tal como a cidade. Beijinhos Abrantes”.
Paulo Delgado
AS CARAS DA RÁDIO
Estava previsto ser o primeiro ano que Feira de São Matias
iria se realizar no Vale da Fontinha, mas tal não aconteceu. A
intervenção prevista para o espaço aguarda fi nanciamento do
QREN, no âmbito de um projecto inserido no Programa de Re-
generação Urbana, que a autarquia de Abrantes pretende le-
var a cabo.
Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Munici-
pal de Abrantes, disse que este ano, é de facto o último da Fei-
ra no Tecnopólo. “Este ano de 2012 posso mesmo afi rmar que
é o último ano da Feira de São Matias no Tecnopólo, uma vez
que este espaço vai entrar em obra. Todo o espaço onde tem
decorrido a feira vai ser requalifi cado e vai ser construída uma
nova nave para empresas inovadoras e de base tecnológica”.
O evento tradicional prolonga-se até ao dia 11 de Março e
permite aos visitantes desfrutar de carrosséis, pista de carros
de choque, espaços com jogos electrónicos, barracas de quin-
quilharia, ou petiscar nos bares, roulottes de farturas, pipocas
e algodão doce.
Este ano, a Junta de Freguesia de Alferrarede vai ter uma par-
ticipação especial no evento, que consiste na organização de
um festival de folclore e de outras iniciativas de cariz solidário.
A presidente da Câmara de Abrantes anuncia alguns dos por-
menores da Feira deste ano: “A freguesia de Alferrarede, que
assinala o seu 53º aniversário, vai promover uma actuação do
cantor Graciano Ricardo, revertendo os lucros da festa a favor
do Banco Solidário da freguesia. Para além desta actuação,
vão subir a palco bandas fi larmónicas, grupo de cantares, o
orfeão de Abrantes, entre outros grupos que vão animar o es-
paço. Vamos também voltar a promover a Tradicional Feira de
Produtos Locais, que conta com presença dos doceiros e dos
produtores de azeites e vinhos da região”.
Feira de São Matias mantém-se no Tecnopólo
Sinergias entre artistas no Spin Techs em Abrantes
O edifício da antiga Rodo-
viária em Abrantes vai re-
ceber o evento Spin Techs
durante um mês. Entre 25
de Fevereiro a 25 de Março
estarão em exposição vá-
rios trabalhos de arte contemporânea de doze artistas locais
e nacionais. A Spin Techs dedica-se a eventos transdisciplina-
res como concertos, exposições de arte contemporânea, tea-
tro e performance, fotografi a e vídeo, cinema e documentário,
design e arquitectura, seminários, workshops e conferências.
Das 4 exposições pensadas através deste projecto, a primeira
propõe uma abordagem em torno do elemento Terra, sendo
que as seguintes exposições irão abordar os restantes elemen-
tos: Terra, Água, Fogo e Ar.
Durante o período em que a Spin Techs estará aberta o pú-
blico pode participar nas visitas guiadas a 10 e 15 de Março,
nos workshops, nos seminários e nos concertos. Do painel de
participantes fazem parte Bruno Cecílio, Fernando Fadigas, Lú-
cia Leitão, Marco Serras, Miguel Neto, Paulo Carmona, Paulo
Passos, Renato Vieira, Ruy Otero, Rui Martins, Sandro Ferreira
e Tiago Batista. O evento funciona nos dias úteis das 14h às
18h30, aos Sábados das 14h às 22h e aos Domingos das 12h às
18h30. A Spin Techs é uma organização da associação cultu-
ral Nervos, em parceria com a Câmara Municipal de Abrantes.
jornaldeabrantes
MARÇO201222 PUBLICIDADE
NOTARIADO PORTUGUÊSCARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES
A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE
- Certifi co para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia vinte e três de Fevereiro de dois mil e doze, exarada de folhas cento e dezasseis a folhas cento e dezanove verso, do Livro de Notas para Escrituras Diversas NOVENTA E SEIS - A, deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO na qual os Senhores JOSÉ EDUARDO DIAS PEREIRA, contribuinte fi scal número 106 535 803 e mulher TERESINHA DE JESUS BERNARDINO PEREIRA, contribuinte fi scal número 106 535 790, casados no regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia de Santiago de Montalegre, do concelho de Sardoal, residentes na Estrada Nacional 2, em São Domingos, Santiago de Montalegre, Sardoal, DECLARARAM que, com exclusão de outrém, são donos e legítimos possuidores do seguinte:- Prédio Rústico, sito em Lomba, na freguesia de Santiago de Mon-talegre, do concelho de Sardoal, composto de construções rurais, pastagem ou pasto, pinhal, horta e vinha, com área de oito mil cento e vinte metros quadrados, a confrontar de Norte com José Eduardo Dias Pereira, de Sul com João Dias Pereira, de Nascente com caminho, João Dias Pereira, Catarina I. Macieira André e Outra e de Poente com caminho, omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 297 da secção H. - Que o prédio veio à sua posse por partilha verbal, com os demais herdeiros, por óbito de seus pais e sogros Francisco Dias Pereira e Iria de Jesus Pereira que também usou Ana de Jesus Pereira, casados que foram no regime da comunhão geral de bens, residentes em Santiago de Montalegre, Sardoal, no ano de mil novecentos e oitenta, logo há mais de vinte anos, nunca tendo sido celebrada a respectiva escritura.- Que, desde a referida data, vêm exercendo continuamente a sua posse, à vista de toda a gente, usufruindo de todas as utilidades do prédio, amanhando-o, apanhando a madeira, colhendo os frutos, na convicção de exercer direito próprio, ignorando lesar direito alheio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente da freguesia e de freguesias limítrofes, pacifi camente, porque sem violência, contínua e publicamente, de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sem a menor oposição de quem quer que seja e pagando os respectivos impostos, verifi cando-se assim todos os requisitos para que a aquisição do citado imóvel seja por usucapião.- Está conforme ao original e certifi co que na parte omitida nada há em contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve.
Abrantes, 23 de Fevereiro de 2012
A NotáriaSónia Maria Alcaravela Onofre
(em Jornal de Abrantes, edição 5493 de Março de 2012)
NOTARIADO PORTUGUÊSCARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES
A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE
- Certifi co para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia vinte e três de Fevereiro de dois mil e doze, exarada de folhas cento e vinte a folhas cento e vinte e um verso, do Livro de Notas para Escrituras Diversas NOVENTA E SEIS – A, deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO na qual os Senhores JOÃO DIAS PEREIRA, contribuinte fi scal número 123 854 296 e mulher EMILIA ROSA SERRAS, contribuinte fi scal número 123 854 300, casados no regime da comunhão geral de bens, naturais, ele da freguesia de Santiago de Montalegre, do concelho de Sardoal e ela da freguesia de Souto, do concelho de Abrantes, residentes em Lomba, Santiago de Montalegre, Sardoal, DECLARARAM que, com exclusão de outrém, são donos e legítimos possuidores do seguinte:-CINCO NONOS, que é o que possuem no Prédio Rústico, sito em Lomba, na freguesia de Santiago de Montalegre, do concelho de Sar-doal, composto de vinha, horta e cultura arvense de sequeiro, com a área de quatro mil novecentos e vinte metros quadrados, a confrontar de Norte com José Eduardo Dias Pereira, de Sul com Manuel do Nas-cimento Varejão e Deolinda Silva, de Nascente com Rosalina da Silva Pereira e Outros e de Poente com caminho, omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 298 da secção H.- Que o prédio veio à sua posse por partilha verbal, com os demais herdeiros, por óbito de seus pais e sogros Francisco Dias Pereira e Iria de Jesus Pereira, que também usou Ana de Jesus Pereira, casados que foram no regime da comunhão geral de bens, residentes em Santiago de Montalegre, Sardoal, no ano de mil novecentos e oitenta, logo há mais de vinte anos, nunca tendo sido celebrada a respectiva escritura.- Que, desde a referida data, vêm exercendo continuamente a sua posse, à vista de toda a gente, usufruindo de todas as utilidades do prédio, amanhando-o, colhendo os frutos, na convicção de exercer direito próprio, ignorando lesar direito alheio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente da freguesia e de freguesias limítrofes, pacifi camente, porque sem violência, contínua e publicamente, de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sem a menor oposição de quem quer que seja e pagando os respectivos impostos, verifi cando-se assim todos os requisitos legais para que a aquisição do citado imóvel seja por usucapião.- Está conforme ao original e certifi co que na parte omitida nada há em contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve.
Abrantes, 23 de Fevereiro de 2012
A NotáriaSónia Maria Alcaravela Onofre
(em Jornal de Abrantes, edição 5493 de Março de 2012)
Fernando Manuel Coelho Tomé27-09-1948 - 22-01-2012
AGRADECIMENTOSua esposa, fi lhos, netos e genro, agradecem a todos aqueles que os acom-panharam e ajudaram durante a doença, até aos seus últimos dias de vida e o acompanharam até á sua última morada.Agradecemos em especial ao Dr. Paulo Vasco, que desde o primeiro dia nos ajudou com todo o seu profi ssionalismo e humanidade bem como a toda a equipa do Serviço de Urologia do Hospital de Tomar, enfermeiros, auxiliares e médicos.A todos o nosso profundo agradecimento.
ABRANTES
Virgínia Maria de OliveiraN.05-05-1915 - F. 17-02-2012
AGRADECIMENTOSua família agradece muito reconhecidamente a todas as pessoas que se dignaram acompanhar a sua ente queri-da à sua última morada no Cemitério dos Cabacinhos em Abrantes ou que de qualquer outra forma lhes manifesta-ram o seu pesar.
jornaldeabrantes
MARÇO2012 PUBLICIDADE 23
CENTRO MÉDICO E DE ENFERMAGEMDE ABRANTES
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ACUPUNCTURADr.ª Elisabete SerraALERGOLOGIADr. Mário de Almeida; Dr.ª Cristina Santa MartaCARDIOLOGIADr.ª Maria João CarvalhoCIRURGIADr. Francisco Rufi noCLÍNICA GERALDr. Pereira Ambrósio - Dr. António PrôaDERMATOLOGIADr.ª Maria João SilvaGASTROENTERELOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVA Dr. Rui Mesquita; Dr.ª Cláudia SequeiraMEDICINA INTERNADr. Matoso FerreiraNEFROLOGIADr. Mário SilvaNEUROCIRURGIADr. Armando LopesNEUROLOGIADr.ª Isabel Luzeiro; Dr.ª Amélia Guilherme
OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIADr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João PinhelOFTALMOLOGIADr. Luís CardigaORTOPEDIADr. Matos MeloOTORRINOLARINGOLOGIADr. João EloiPNEUMOLOGIADr. Carlos Luís LousadaPROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIAPatricia GerraPSICOLOGIADr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch;Dr.ª Maria Conceição CaladoPSIQUIATRIADr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima PalmaUROLOGIADr. Rafael PassarinhoNUTRICIONISTADr.ª Carla LouroSERVIÇO DE ENFERMAGEMMaria JoãoTERAPEUTA DA FALADr.ª Susana Martins
ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SARDOAL
EDITAL Nº 02 / 2012MIGUEL JORGE ANDRADE PITA MORA ALVES
PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SARDOAL
FAZ PÚBLICO que, para efeitos do artº 91º da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro, na redacção dada pela Lei nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro e, dando cumprimento ao artº 16º do Decreto – Lei nº 442/91, de 15 de Novembro, com as alterações introduzidas pela Lei nº 6/96, de 31 de Janeiro, se realiza no próximo dia 28 de Fevereiro de 2012, pelas 20 horas, no Centro Cultural Gil Vicente, em Sardoal, a sessão ordinária da Assembleia Municipal, com a seguinte Ordem de Trabalhos:
Período Antes da Ordem do Dia
Ordem de Trabalhos
1. Informação do Presidente da Câmara, em cumprimento da alínea e) do n.º 1 do art.º 53º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, com a nova redacção dada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro;
2. Relatório de Atividades – CPCJ - 2011;
3. Alteração ao Regulamento do Cartão Municipal do Idoso;
Período de Intervenção do Público
E para constar, se lavrou o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afi xados nos lugares públicos de estilo.
Paços do Município de Sardoal, 17 de Fevereiro de 2012
O Presidente da Assembleia MunicipalMiguel Jorge Andrade Pita Mora Alves