Download - Jornal O Monatran Abril de 2010
o monatranJORNAL DO MONATRAN - MOVIMENTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO NO TRÂNSITO FLORIANÓPOLIS - ABRIL DE 2010 - ANO 1 - Nº 6
José Roberto
de Souza Dias
Página 5
Ildo Raimundo
Rosa
Página 7
Roberto Alvarez
Bentes de Sá
Página 3
Colunistas de “o monatran”
O desrespeito ao idoso
e ao deficiente
Celular, se
dirigir não use
A ponte Hercílio Luz
e a mobilidade da Capital
Página 7
Confusãoem blitzprovocapolêmicaentre PolíciaMilitar eMagistradosCatarinenses.Página 6
Você sabe com
quem está falando?
Projetopermite quejovenspossam tirarcarteira deMOTORISTAAOS 16 ANOSPágina 11
O TRÂNSITO
PELO MUNDO
A partir desta ediçãoestréia como
colunista o empresárioMarcos Sá (foto),
abordando o trânsitopelo Mundo.
Página 9
o monatran
2 - o monatran Abril de 2010
EDITORIAL
A espera deum milagre...
Há cerca de 50 anos uma pergunta paira sobre oBrasil: como fazer funcionar o trânsito se osespaços das cidades são limitados e o númerode veículos e de pessoas é cada vez maior?
Segundo a obra “20 anos de lições de trânsito”, de J.Pedro Corrêa, a busca de solução nas maiores metrópolestem sido tentada há mais de meio século, aparentemente,sem o indispensável esforço coletivo envolvendo todos osque poderiam efetivamente ajudar.
Cidades que viram seu crescimento acelerado devido aquaisquer novos fatores começaram a sentir o amargo gostodo caos no trânsito. Muitas vezes, sem o conhecimentotécnico suficiente, relativamente poucos recursos orçamen-tários, muitas cidades passaram e continuam passando pormaus bocados. Que falta fazem boas escolas de engenha-ria de tráfego!
Uma solução imaginada seria convencer os proprietá-rios de automóveis a deixá-los em casa e tomar o transpor-te coletivo para os deslocamentos, especialmente para ocentro da cidade. Porém, além de ser um desafio enormepara os administradores brasileiros, nos parece, no míni-mo, improvável, principalmente porque nosso sistema detransporte de massa não é bom. Pior: não se observa ne-nhuma clara intenção prática de melhorá-lo. O tema é re-corrente, faz parte do cotidiano, mas as ações concretaspara que se torne realidade ainda continuam sendo aguar-dadas.
Outra opção que poderia resultar em melhoria consi-derável em relação aos problemas urbanos seria promoverum bem-planejado diálogo com a sociedade através dosmeios de comunicação, esclarecendo a situação real, soli-citando contribuições e compartilhando possíveis soluções.No mínimo, ninguém poderia alegar que simplesmente des-conhecia o assunto.
Pelo Brasil a fora, fala-se na necessidade de se criaruma Agência Nacional do Trânsito com poder de coorde-nar ações de todos os ministérios nesse campo, com estru-tura e orçamento compatíveis com o setor.
De qualquer maneira, é essencial que a comunidadeligada ao trânsito não baixe a guarda e nem deixe de repe-tir em alto e bom som as imensas necessidades do setorque, na verdade, são de toda a sociedade brasileira.
Enquanto isso, continuamos aqui, a espera de um mila-gre...
Jornal do MONATRAN -Movimento Nacional de Educação no Trânsito
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NOTAS E FLAGRANTES
Pouco Caso
Há quatro meses estamos acompanhando o descaso com a mobilidade na rua
Afonso Pena (fotos acima), no bairro Estreito, em Florianópolis. Depois do remen-
do mal feito sobre a obra da Casan (empresa responsável pelo abastecimento de
água e saneamento básico), para melhorar a situação, jogaram areia tentando enco-
brir o buraco. Resultado: sem sinalização, carros e ônibus continuam tendo que
desviar em cima do buraco, que agora passou a produzir lama. Até quando???
Devagar, quase parando
Ao mesmo tempo em que se anuncia ochamado PAC 2, obras do PAC 1 parecemestacionar. As obras de duplicação do tre-cho Sul da BR-101 estão atrasadas. Os tra-balhos desenvolvem-se em ritmo lento emvários pontos da rodovia. Em Araranguá,apenas 40% das obras do lote 29 foramexecutados e as duas empreiteiras que to-cavam o trecho rescindiram o contrato emfunção de problemas financeiros.
Sistema novo só para junho
No ritmo dos adiamentos costumeirosdas inaugurações da região, foi transferidapara 1º de junho a implantação definitivado novo modelo de Zona Azul emFlorianópolis, que permite pagar o estaci-onamento pelo celular, via internet. Deacordo com o presidente do Instituto dePlanejamento Urbano de Florianópolis(Ipuf), Átila Rocha dos Santos, o atrasoacontece por causa de problemas técnicosno site www.estacionafacil.com, no qualo motorista pode comprar os créditos.
Baixaria
O que era para ser uma audiência pú-blica para discutir a reabertura da Aveni-da Paulo Fontes, no dia 15 de abril, naCâmara de Vereadores, acabou se trans-
formando em bate-boca e agressões. A di-retora de Operações da Secretaria dosTransportes, Lúcia Maria Mendonça San-tos, foi ofendida, enquanto tentava expli-car as vantagens do fechamento, por umdos representantes dos comerciantes doMercado Público e até por um dos verea-dores, que chegou a afirmar desconhecerse ela era “natural da cidade”. (Fonte: Visor- DC)
Plano Diretor sob nova direção
Em meados de abril, houve substitui-ção no comando da comissão especial quevai retomar as discussões do Plano Dire-tor Participativo. O secretário de Educa-ção, Rodolfo Pinto da Luz, substituiu opresidente do Ipuf, Átila Rocha. “Temosesperança de que agora a coisa vai andar!”
Abril de 2010 o monatran - 3
Há poucos dias, todos nós fomos testemunhas de uma cenagrotesca: um empresário, de 49 anos, pai de uma moça com defi-ciência, foi cruelmente agredido por um (não tão) jovem, de 34anos, após tê-lo repreendido por estacionar seu carro no espaçoreservado para deficientes.
Depois de ser atingido por uma barra de ferro na cabeça, o paifoi hospitalizado e passou por cirurgia para a retirada de um coá-gulo no cérebro. Enquanto o agressor pode ser indiciado por le-são corporal ou tentativa de homicídio.
Provavelmente, este empresário não foi o primeiro a se indig-nar ao ver alguém que não necessita ocupar as vagas reservadaspara idosos e deficientes. A matéria ao lado mostra que essas va-gas são desrespeitadas em todo país e, com certeza, todos nós jávimos um fato parecido acontecer.
A ação do infrator é apenas uma prova da total falta de consci-ência de muitos brasileiros que, infelizmente, acabam por refletiro total descaso das autoridades brasileiras para com esses doisgrupos tão especiais.
A Lei da Acessibilidade (composta pelas Leis 10.048, de 08de novembro de 2000, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000), deiniciativa do então Presidente Fernando Henrique Cardoso, foiregulamentada em 02 de dezembro de 2004, através do decreto5.296, assinado pelo Presidente Luis Inácio Lula da Silva mas,até hoje, grande parte dela está apenas no papel.
No que se trata de acessibilidade no transporte coletivo rodo-viário, por exemplo, algumas vezes presenciei motoristas se ne-gando a parar para o acesso de deficientes e idosos, isso sem con-tar na falta de veículos adaptados conforme determina a Lei. Eonde estão as autoridades que não observam essa situação?
Geralmente, a desculpa é a falta da regulamentação da Lei.Porém, neste caso, a regulamentação já caminha para o sexto ani-versário e o silêncio é total.
Daqui a pouco mais de quatro anos, toda a frota de veículos detransporte coletivo rodoviário e a infra-estrutura dos serviços des-te transporte deverão estar totalmente acessíveis. Será que haverátempo hábil? Afinal, já se passou mais da metade do tempo e nãotemos qualquer alteração na frota adaptada.
Não podemos esquecer que o Decreto 5.296 determina umprazo de 120 meses, ou seja, dez anos, para que toda a frota estejaadaptada.
Fica difícil imaginar que as empresas se adaptem no tão poucotempo que resta. Será que existe um cronograma planejado para aexecução da Lei?
Será que, até o encerramento do prazo, os demais usuários dotransporte coletivo já estarão conscientizados sobre a importân-cia da acessibilidade?
Será que em menos de cinco anos não mais veremos vagasespeciais sendo desrespeitadas pelo país?
Esperamos que sim!
O DESRESPEITO AO IDOSO
E AO DEFICIENTE
PALAVRA DO
PRESIDENTE
Roberto Alvarez Bentes de Sá
Um teste nacional do respeito às va-gas de idosos e deficientes, promovidopelo programa televisivo Fantástico,mostrou uma triste realidade: motoris-tas desrespeitam vagas especiais emtodo o país.
O programa percorreu estacionamen-tos de dez grandes cidades brasileiras,onde foram flagradas inúmeras cenas depessoas saudáveis estacionando nessasvagas. E, na hora do flagra, desculpa éo que não falta.
Para o pesquisador do comportamen-to brasileiro, o sociólogo Alberto CarlosAlmeida, o brasileiro não pode ser ta-xado simplesmente de egoísta. “É maisuma malandragem do que egoísmo”,acredita. Ele diz que muitas pessoas co-locam o interesse individual acima dalei. “Acaba que cada um faz a sua re-gra. Eu transformo o espaço públicoquase em uma coisa privada”, afirma.
Pela lei federal, nas vias públicas,somente podem estacionar em vagas re-servadas: maiores de 60 anos, portado-res de deficiência ou pessoas com mo-bilidade reduzida, como obesos, porexemplo. E não é só ir parando na vaga.Cartões de identificação, que começa-ram a ser distribuídos em janeiro, sãoobrigatórios em todo o território nacio-nal. A punição prevista é uma multa deR$ 53,20, três pontos na habilitação eremoção do veículo.
Porém, nas ruas, a infração às vezespassa em branco. Nas cidades onde adistribuição do cartão de idosos aindanão começou, como São Paulo, os fis-cais de trânsito só podem orientar osmotoristas. Mas a punição para quem
Vagas especiais sãodesrespeitadas emtodo o país
estaciona nas vagas de deficientes estávalendo. Só em 2009 foram quase oitomil multas na capital paulista.
Em alguns lugares falta fiscalização.Campo Grande, no Mato Grosso do Sul,contabilizou apenas sete multas por es-tacionamento irregular em todo o anopassado. Mas bastou uma tarde na portade um banco para o programa registrarseis flagrantes.
Nos estacionamentos privados, oproblema é outro. “Não há punição emestacionamentos privados, como os dosshoppings. A gente não tem poder depolícia, de fiscalização, de multar”, la-menta o superintendente de shoppingGuillermo Bloji. O máximo que essaspessoas podem receber é uma multamoral, ou seja, um aviso dos vigilantesdos shoppings, informando que elas es-tão fazendo uma coisa errada.
Para combater os motoristas folga-dos, o importante, diz o sociólogo, é pro-testar. “A gente só fica reclamando : ah,isso aqui é Brasil, por isso que é assim.Não, a gente tem que ir lá e reclamar,realmente”, diz o sociólogo AlbertoCarlos Almeida.
4 - o monatran Abril de 2010
Justiça Federal dácolher de chá àComcap edesocupação é adiadapara 06 de maio
A briga é antiga. A área que é de pro-priedade da União foi cedida ao Estadoem 1974 com o objetivo de melhorar otrânsito, com a construção do aterro edas vias de acesso à ponte ColomboSalles. Porém, a partir de então, o Esta-do teria cedido indevidamente o espaçopara outros empreendimentos, culmi-nando com a devolução da área à União,em 2000. A União por sua vez, cedeu oespaço para a construção do prédio doMinistério Público Federal. Resultado:muita confusão entre todos os envolvi-dos.
A União entrou com ação contra oEstado de Santa Catarina, o municípiode Florianópolis e os ocupantes que ex-ploram o imóvel. E, como a tentativa deacordo não deu certo, o juiz decidiu pela
desocupação da área de 18 mil metrosquadrados.
A ordem de desocupação caiu comouma bomba para diversos setores da so-ciedade. Os motoristas terão uma área amenos para estacionar seus veículos nocentro da capital – uma região que jásofre demais com a falta de espaço; aCompanhia Melhoramentos da Capital(Comcap) lamenta a perda da receitamensal da companhia, que pode chegara R$ 150 mil; os camelôs temem perderos poucos clientes que lhes restam e logodevem ser obrigados a deixarem o lo-cal; o Sindicato das Empresas de Trans-porte Urbano de Passageiros da GrandeFlorianópolis (Setuf) não tem onde co-locar os ônibus que também ocupam aárea; e aqueles que imaginavam ver uma
área verde no local já podem desistir dosonho.
Na data final para o encerramentodas atividades do estacionamento, 22/04, a Justiça Federal prorrogou por mais15 dias a desocupação do terreno cedidoà Companhia Melhoramentos da Capi-tal (Comcap) na Baía Sul, motivada pelasolicitação do Setuf, que espera da Pre-feitura a definição do novo local paraestacionar os veículos.
Segundo o juiz Hildo Nicolau Perón,é viável conciliar, ao menos por algunsdias, o interesse da manutenção do Setufe da Comcap nas áreas a serem desocu-padas. “O que não significa que essaprorrogação venha a ser mantida emcaráter abusivo, injusto e gratuito”, ad-vertiu o juiz na decisão.
Chegou ao Supremo Tribunal Federal(STF) uma ação ajuizada, com pedidocautelar, pelo Conselho Federal da Ordemdos Advogados do Brasil contra disposi-tivo do Código de Trânsito Brasileiro(CTB) – Lei 9503/97. Na Ação Direta deInconstitucionalidade (ADI) 4405, a enti-dade contesta o parágrafo 2º, do artigo 288,do CTB, que previu o depósito prévio dovalor da multa como condição deadmissibilidade de recurso administrativo.
Conforme a ADI, o entendimento doSupremo sobre a matéria é no sentidode que a exigência de depósito prévioconfigura obstáculo aos recursos admi-nistrativos, em plena violação aos pos-tulados da ampla defesa e do contradi-tório (artigo 5º, inciso LV), bem comoao direito de petição previsto no incisoXXXIV, alínea “a”, ambos da CF.
A regra do parágrafo 2º, do artigo288, do CTB, considerando esse novoentendimento da Corte, seria incompa-
OAB questiona norma do CTB que prevê depósito prévio de
multa como condição de interposição de recurso administrativotível com a Constituição, “merecendo,pois a chancela de inconstitucionali-dade”, de acordo com o conselho. Des-sa forma, a entidade sustenta que o pa-rágrafo 2º, do artigo 288, do CTB, “es-tabeleceu severas limitações ao uso deinstrumento recursal cabível contra de-cisão que impõe pena de multa nas in-frações de trânsito”.
Isto porque, conforme a ADI, aocondicionar a admissibilidade do recur-so administrativo ao prévio depósito dovalor da multa, o legislador não obser-vou os princípios constitucionais, emespecial o direito de petição (artigo 5º,inciso XXXIV, alínea “a”), o contradi-tório e a ampla defesa (artigo 5º, incisoLV). Assim, o Conselho Federal da OABalega que o ato normativo questionadoteria violado a Constituição Federal.
Por fim, a entidade pede a notifica-ção da presidência da República, da Câ-mara dos Deputados e do Senado Fede-
ral, por intermédio de seus presidentes,para que como órgãos/autoridades res-ponsáveis pela elaboração do artigo 288,parágrafo 2º, da Lei 9503/97, presteminformações. Solicita a concessão damedida cautelar para suspender a eficá-cia do dispositivo legal até o julgamento
do mérito e, ao final, pede para que sejadeclarada a inconstitucionalidade da nor-ma questionada ou, caso não seja atendi-do esse pedido, que seja conferida inter-pretação conforme a Constituição Fede-ral de 1988, de modo a admitirinterposição de recurso administrativo
sem a exigência de prévio depósitodo valor da multa.
A ação será relatada peloministro Marco Aurélio.
Abril de 2010 o monatran - 5
Estudos publicados pelo British MedicalJournal mostram que dirigir e usar o te-lefone, simultaneamente, quadruplica apossibilidade de acidentes de trânsito.
Mais grave ainda, a utilização da tecnologia deviva voz não diminuiu de forma significativa essetipo de risco. Pesquisas do Departament ofMedicine and of Health Administration, da To-ronto University, no Canadá, concluíram que émuito mais arriscado falar ao telefone do que es-cutar o rádio e conversar com outros passageirospor exemplo. Dessa forma, demonstraram que sãoequivocados os argumentos de que usar o telefo-ne enquanto dirige seja tão perigoso quanto ou-tras atitudes corriqueiras. Ao contrário, do que atéentão se propalava, a possibilidade de acidentesdevido ao uso de celulares é algo real e sério.
Pesquisadores canadenses concluíram que orisco de acidente é 4.9 vezes maior entre os moto-ristas que usam o celular normal, mas também éalto, 3.8 vezes, entre os que utilizam o sistema deviva voz. Advertem que esta tecnologia, que dei-xa as mãos livres, pode dar uma falsa idéia de se-gurança. Asseguram que se aumentar o uso decelulares, poderá contribuir para um maior núme-ro de acidentes.
Estudos realizados nos Estados Unidos, patro-cinado pela National Highway Traffic SafetyAdministration (NHTSA) e conduzido peloVirginia Tech Transportation Institute, evidenci-am que a distração é uma das principais causas deacidentes de trânsito. Entre os comportamentosque induzem a distração, destaca-se o uso do tele-fone celular, como o mais frequente.
Jose Roberto de Souza Dias *
Celular, se dirigir não use
Segundo o relatório da Virginia Tech o núme-ro de acidentes e de quase acidentes atribuídos aoenvio de mensagens ou torpedos ao volante, équase idêntico ao número de acidentes associa-dos ao ouvir ou falar no telefone. Porém, o relató-rio alerta que enviar uma mensagem é muito maisperigoso e só não se reflete nas pesquisas porqueé realizado com menor freqüência do que conver-sar ao telefone.
Segundo esse relatório, quase que 80% dosacidentes e 65% dos quase-acidentes, ocorrem emtrês segundos e estão, de alguma forma, relacio-nados à distração do motorista.
Alcançar um objeto com o carro em movimentomultiplica o risco de acidente ou quase-acidentepor nove vezes, enquanto a leitura, aplicação demaquiagem ou o uso de dispositivo portátil triplicao risco.
No Brasil, e em particular em Santa Catarina,a utilização de celulares pelas pessoas enquantodirigem tem se tornado uma constante. Apesar detoda a regulamentação existente não há umaconscientização sobre a taxa de perigo que repre-senta esse tipo de procedimento. Por aqui, ao con-trário do que ocorre em outras partes do mundo,ainda não existem pesquisas suficientes para de-monstrar que o uso do celular no volante é tãograve quanto beber e dirigir.
A sociedade catarinense, sempre a frente deimportantes mobilizações sociais, como a defesado meio ambiente, começa a se conscientizar dagravidade desse tipo de comportamento. Já sepercebem movimentos em defesa da cidadania notrânsito, principalmente através de insistentes su-
gestões para inibir tal procedimento por aquelesque estão dirigindo.
Necessário se faz, entretanto, lembrar das con-clusões dos trabalhos científicos internacionaisaqui elencados. O telefone celular é parte integran-te da vida das pessoas e seu valor é fundamentalem diferentes atividades. Mais do que disciplinar,necessário se faz educar as pessoas para a práticada cidadania no trânsito.
Educar e conscientizar as pessoas são formasefetivas para diminuir o número de vítimas emacidentes causados pelo mau uso dos aparelhoscelulares. A multa é, também, um complementoeducativo à condicionar a mudança de atitude notrânsito.
Governo, sociedade e iniciativa privada têmum papel fundamental na divulgação de um com-portamento pró-ativo no trânsito. Principalmenteas empresas fabricantes de aparelhos telefônicose as Teles. Para estas, fica a sugestão de incluíremchamadas em suas propagandas, do tipo ao diri-gir não use seu telefone, alertando para o riscoque representa.
A Copa do Mundo é uma boa oportunidadepara se testar uma campanha pela Vida.
* Doutor em Ciências Humanas pela USP e Mestre em
História Econômica, Professor Adjunto da UFSC, criou
e coordenou o Programa PARE do Ministério dos
Transportes e foi diretor do Departamento Nacional
de Trânsito - Denatran, Secretário Executivo do
GERAT, da Casa aCivil da Presidência da República,
Presidente do Instituto Chamberlain de Estudos
Avançados e Membro do Conselho Deliberativo do
MONATRAN - Movimento Nacional de Educação no
Trânsito.
Especialista divulga ciclo da sobrevivência no trânsitoIdealizador do Projeto So-
brevivência no Trânsito, o enge-nheiro em operação mecânicaautomobilística, Luiz RobertoM. C. Cotti, criou o Ciclo dasobrevivência no trânsito.
Segundo Cotti, é chamadode Ciclo porque o aprendizadoé constante e as lições aprendi-das, tanto nos acidentes que seefetivaram, quanto nas escapa-das por um triz, realimentam oConhecimento dando assim iní-cio a um novo ciclo.
Os cinco pilares básicos doCiclo da Sobrevivência no Trân-sito são:
Conhecimento: É de funda-mental importância que o mo-torista conheça as leis e normas
de trânsito, as particularidadesdo veículo que está dirigindo eas condições adversas a seremenfrentadas, tais como chuva,
Atenção: O ato dedirigir exige que o con-dutor mantenha atençãoconstante aos diversosfatores que surgem aoseu redor, tais como,outros veículos, motos,bicicletas, alagamentos,pista molhada, pedes-tres, sinalização, etc.
Habilidade: É ne-cessária para dirigir umveículo e operar seusequipamentos, reconhe-cer as situações que di-namicamente se apre-sentam durante o per-
curso e decidir corretamente oque fazer.
Previsão: É antecipar umacontecimento. O condutor VÊ
determinado cenário e PREVÊo que pode acontecer. Por exem-plo: VÊ a porta entreaberta deum carro estacionado e PREVÊque alguém vai abrir a porta paradesembarcar. VÊ uma pessoaentre dois carros estacionados ePREVÊ que vai atravessar a rua.
Ação: Um motorista com osconhecimentos necessários, aatenção constante e a habilida-de para dirigir e reconhecer osriscos, prevendo o que poderáacontecer, certamente agirá demodo seguro evitando assim queuma situação de risco se trans-forme em acidente.
“Pratique o ciclo e dê prefe-rência à vida!”, incentiva Cotti.
ofuscamento, os buracos, o trá-fego, os outros motoristas, ascondições do piso e sinalizaçãodas vias, etc.
6 - o monatran Abril de 2010
Você sabe com quem está falando?Confusão em blitz provoca polêmica
entre Polícia Militar e Magistrados
Catarinenses. Para a população,
ficou a imagem de que o
“carteiraço” ainda existe no Estado.
Uma blitz de trânsito em
Florianópolis terminou em confu-
são entre policiais militares e uma
desembargadora do Tribunal de
Justiça (TJ) de SC. O caso envolve
a desembargadora Rejane
Andersen, e a suposta tentativa dela
em liberar o carro do filho apreen-
dido pela PM por transitar com a
documentação vencida.
O fato aconteceu no dia 15/04,
no Bairro Cachoeira do Bom Jesus,
onde os policiais faziam barreira de
trânsito quando abordaram um
Celta preto. Segundo os policiais,
o motorista não tinha documento e,
consultando o sistema do Detran, a
PM constatou que o veículo estava
com débitos de 2009 e multas.
Ao ser informado que o carro se-
ria aprendido, o condutor teria te-
lefonado para a mãe que, 15 minu-
tos, depois chegou ao local. Houve
discussão e um dos policiais resol-
veu filmar com o telefone celular.
Na gravação do soldado, Rejane
Andersen aparece nervosa e ressal-
tando a função que ocupa no Tri-
bunal de Justiça.
Segundo o capitão do 21º Bata-
lhão da Polícia Militar (Norte da
Ilha), Richard Westphal, a
desembargadora não queria que o
carro fosse levado ao guincho para
onde costumam ser levados os veí-
culos irregulares, em Palhoça, por-
que regularizaria a situação no dia
seguinte à confusão.
Depois da repercussão, a Asso-
ciação dos Magistrados Catari-
nenses emitiu nota de esclarecimen-
to, no dia 20/04, onde apóia a
desembargadora e avalia que não
houve abuso de autoridade pela
magistrada, já que ela teria sido tra-
tada rispidamente pelos policiais,
além de, segundo a nota, ter havi-
do uma “ameaça arbitrária e des-
cabida de uso de algemas”, o que
fez com que a desembargadora
usasse “a sua condição de
magistrada e cidadã”.
A nota oficial acabou gerando
outra polêmica entre os próprios
magistrados, pois existiam juízes
contrários à publicação por não
concordarem com o comportamen-
to da desembargadora.
Finalmente, no dia 23/04, o
Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) anunciou que vai apurar a
atitude da desembargadora, depois
de a sua ouvidoria receber inúme-
ras manifestações sobre o fato. Se-
gundo o conselheiro catarinense do
CNJ em Brasília, Jefferson
Kravchychyn, magistrado tem que
dar exemplo. “Eu não conheço os
fatos, mas se eles forem verdadei-
ros, as penas deverão ser aplicadas
com maior rigor”, afirmou.
No mesmo dia, Rejane
Andersen acusou, em nota, a mídia
de ser sensacionalista. Segundo a
desembargadora o vídeo teria sido
editado e ela teria sido desrespei-
tada pelos policiais e ameaçada de
detenção ao ser contra a filmagem.
TRECHOS DA DISCUSSÃO
GRAVADA PELO SOLDADO
Policial – Se tocar a mão em
mim de novo, eu vou prender a se-
nhora. (...) Desembargadora – O
senhor sabe quem eu sou? Policial
– Não. Desembargadora – Não
sabe? Policial – Não sei.
Desembargadora – Desembar-
gadora do Tribunal de Justiça. Po-
licial – Que bom então, a senhora
deveria dar um exemplo melhor (...)
Policial – A lei é igual para todos.
Jefferson Kravchychyn
(Conselheiro do CNJ):
“Magistrado tem que
dar exemplo”
Imagine se ao invés de desafiar os policiais, a senhora
tivesse cumprimentado-os e conduzido seu filho para
casa, advertindo-o de que a sua posição de magistrada
não poderia ser comprometida por documentos
irregulares de um carro? Com certeza os policiais
teriam aplaudido a sua atitude e seu filho recebido
uma lição inesquecível. Mas a senhora não pensou:
apenas impôs uma autoridade que, para a saúde da
sociedade, não superou a ética de um simples policial.
‘’[Texto extraído da Carta Aberta a uma autoridade da Justiça,
do Jornalista Laudelino José Sardá.]
Sede da Associação dos Magistrados Catarinenses.
Abril de 2010 o monatran - 7
Ildo Raimundo Rosa *
O Ponte Hercílio Luz e
a mobilidade da Capital
Após vários anos de reforma, nos últimos meses vem se re
produzindo uma intensa discussão quanto ao papel da ponte
HERCÍLIO LUZ em torno da esperada melhora nos aces-
sos e na própria mobilidade da capital.
O monumento histórico, mesmo que continue encarnando um
dos principais pontos de atração do estado, esteve por várias vezes
vinculado à idéia de que seu leito poderia vir a ser aproveitado para
a implementação de um veículo sobre trilhos-VLT o que certamente
agregaria qualidade, rapidez e eficiência neste conturbado acesso a
área central da cidade.
Contudo, o que chama a atenção é o fato de que as discussões
quanto a sua viabilidade tem se resumido a algumas iniciativas go-
vernamentais, não chegando em nenhum momento a motivar e en-
volver o resto da população.
O que talvez fosse recomendável é que, antes de definir qualquer
iniciativa, se implementasse uma pesquisa origem-destino, visando
definir os níveis de demanda e a própria estrutura recomendada para
o investimento.
A importância desta iniciativa deve por sua vez promover uma
séria e honesta discussão com as populações do entorno, visando
dotar a área das condições de atratividade e de lazer tão necessárias
a esse tipo de monumento histórico.
O papel da Associação de Moradores, que por muitos anos vem
lutando pela preservação do Parque da Luz, enquanto área pública
e comunitária, deverá ser levado em conta.
As dificuldades crescentes na gestão de nossas cidades vêm de-
mandando no mundo inteiro um maior protagonismo das popula-
ções, aportando, a partir dessa maior participação, as impressões
mais legítimas e autenticas, reduzindo custos e diminuindo os espa-
ços para a corrupção e o clientelismo político.
Por outro lado, a visão esperada, diz respeito ao reconhecimento
da necessidade de integração de diferentes modais de mobilidade,
visando aparelhar a capital de toda uma gama de alternativas que
tornem o transporte individual plenamente dispensável.
* Delegado da Policia Federal. Ex-presidente do IPUF – Instituto de Planeja-
mento Urbano de Florianópolis. Ex-secretário da Secretaria de Segurança
Pública e Defesa do Cidadão de Florianópolis. Membro do Conselho
Deliberativo do MONATRAN - Movimento Nacional de Educação no Trânsito.
Corredores com ônibusrápidos podem ser soluçãopara transporte da Capital
O prefeito DárioBerger participou, noúltimo dia 22 de abril,de uma reunião amplia-da com a equipe técni-ca do Escritório JaimeLerner Arquitetos Asso-ciados para discutir ouso de BRT (Bus RapidTransit) como soluçãopara melhorar a mobili-dade urbana na Capital.O encontro foi promo-vido pelo gabinete dovice-prefeito João Ba-tista Nunes, com oapoio da Secretaria deTransportes, Mobilida-de e Terminais e doConselho Municipal deTransportes, e teve aparticipação de repre-sentantes de secretarias municipais, co-mércio, empresários e trabalhadores detransporte urbano, construção civil, Uni-versidade Federal de Santa Catarina evereadores, que lotaram o auditório daCDL (Câmara de Dirigentes Lojistas).
Foi a segunda reunião envolvendo aPrefeitura e órgãos da sociedade paradebater a implantação de corredores ex-clusivos para ônibus, táxis e veículos es-colares e de turismo como saída paramelhorar o deslocamento na cidade.
Os técnicos de Curitiba mostraram umvídeo sobre “Mobilidade Urbana” e fa-laram do uso da tecnologia BRT em ci-
dades brasileiras, da América Latina eresto do Mundo. O modelo de corredo-res exclusivos com ônibus de grande ca-pacidade e maior velocidade de desloca-mento já opera em cinco áreas da capitalparanaense e a tecnologia foi exportadapara vários países. Atualmente mais de160 sistemas BRT estão operando ou emconstrução em 23 países dos cinco conti-nentes.
Para o vice-prefeito o conceito é parao mundo uma solução para os problemasdo transporte público e é importante queFlorianópolis comece a discutir sua im-plantação. João Batista Nunes salientou
a experiência da equipe de Jai-me Lerner que pode ajudar aCapital a fazer a sua mudançacultural na questão de mobilida-de, criando saídas para o trans-porte dentro da suas peculiari-dades. “A adoção do modelo deBRT promove ainda ahumanização da cidade e possi-bilita a integra-ção com outros
modais como ciclovias e até com o trans-porte marítimo”, disse o vice.
Técnico explica o uso da tecnologia BRT
em cidades brasileiras.
8 - o monatran Abril de 2010
No Dia Mundial da Saúde Chat discuteDécada de Ações para Segurança no Trânsito
No último dia 7 de abril (DiaMundial da Saúde), a Perkonsreuniu especialistas e interessa-dos em um chat, que durou cer-ca de 45 minutos, para debatertemas relativos à segurança egestão do trânsito. Discutindoa Década de Ações para Segu-rança no Trânsito, campanhaproposta pela Organização dasNações Unidas, o chat mobili-zou jornalistas, especialistas eprofissionais do setor.
Para debater o assunto, fo-ram convidados o deputadoHugo Leal, advogado e vice-presidente da Comissão de Vi-ação e Transportes e presiden-te da subcomissão de revisão doCódigo de Trânsito Brasileiro;a autora do livro “ThiagoGonzaga - Histórias de umaVida Urgente”, responsávelpela campanha VIDA URGEN-TE e a Fundação Thiago deMoraes Gonzaga, DizaGonzaga; e o engenheiro, mes-tre e doutor em engenharia detransportes pela UniversidadeFederal do Rio de Janeiro e di-retor presidente da AgênciaMunicipal de Transporte e
Trânsito (Agetran) de CampoGrande/MS, Rudel Espíndola.
O evento alertou para o fatode o trânsito, além de ser umaquestão que diz respeito aosórgãos de segurança, tambémconcerne à saúde pública. Se-gundo Diza Gonzaga, umas dasespecialistas participantes dochat, mais de 70% dos hospi-tais são ocupados por aciden-tados do trânsito: “Nós, da Fun-dação Thiago Gonzaga, acredi-tamos que, para mudarmos essacarnificina que é o trânsito bra-sileiro, é preciso investir pesa-do em educação, porque o quemata no trânsito não é só o des-conhecimento da sinalização, éo comportamento”, afirma.
Na discussão, os participan-tes abordaram a necessidade da
renovação do Código Penal,que permanece há 40 anos, afalta de estatísticas que repre-sentem a realidade e políticasefetivas de educação - comopropõe a ONU para a Décadade Segurança no Trânsito.
Um consenso entre os espe-cialistas foi que o Brasil, quin-to no ranking dos países commais mortes no trânsito, aindafaz muito pouco para solucio-nar de vez essa verdadeira tra-gédia que só é lembrada nosbalanços da Polícia Rodoviáriapós feriados ou quando um epi-sódio escandaloso acontece.
Na oportunidade, o diretorpresidente da Agetran de Cam-po Grande/MS, RudelEspíndola, colaborou com suavisão interna de um órgão res-ponsável pelo trânsito: “Precisa-mos levar avante a aplicação dosrecursos da área; sinto que osrecursos das multas não têm sidoaplicados com regularidade etransparência pelos órgãosgestores; além disso, vez ou ou-tra, quando acontece um aciden-te que a mídia venha cobrir, apressão no órgão de fiscalização
Especialistas acreditam que falta força na hora de punir os infratores
A Comissão de Viação e Transpor-tes da Câmara dos Deputados promove,no próximo dia 5 de maio, o I Seminá-rio de Segurança no Trânsito Brasileiroem uma iniciativa inédita do LegislativoBrasileiro em prol da ação da Organiza-ção das Nações Unidas (ONU), que pro-clamou o período entre os anos de 2011e 2020 a “Década de Ação pela Segu-rança no Trânsito”.
O objetivo da ONU é o de estimularesforços nacionais e globais para barrar,ou até mesmo inverter, o número cres-cente de mortos e feridos em acidentesde tráfego no mundo.
O primeiro painel, cujo tema é a pró-pria Década de Ação pela Segurança noTrânsito, contará com a ilustre presençada FIA Foundation (Fundação Federa-ção Internacional de Automobilismo),para falar sobre a campanha “Make
é enorme, mas quase nunca ve-mos punição”, afirmou.
REFORÇO DOS “3Es”:Na visão dos especialistas DizaGonzaga, Hugo Leal e RudelEspíndola, a base da inseguran-ça no trânsito brasileiro está nos“3Es” - Engenharia, EsforçoLegal e Educação - este último,muitas vezes confundido cominformação, definido por DizaGonzaga como “um processopermanente e não uma campa-nha pontual”.
Para o deputado Hugo Leal,é preciso um esforço concentra-do nos três setores, mas princi-palmente, na questão da puni-ção às leis: “Só cobrar das au-toridades não tem resolvido.Por isso, em meu relatório queestou finalizando para a insti-tuição de um Plano Nacionalpara a Redução de Mortes eLesões no Trânsito estou inclu-indo a penalização pecuniária.De nada adianta novas normasse a sua eficiente e justa apli-cação não for seguida nos esta-dos. É mais ou menos o casoda Lei Seca”, disse.
Sobre a década de açõespara a segurança no trânsi-to: A cada ano, cerca de 1,3milhão de pessoas morrem poracidentes de trânsito no mundointeiro. Preocupados com asestatísticas, um grupo mobili-zou comunidades inteiras emprol do desenvolvimento depolíticas efetivas e medidasmais austeras. A comoção deucerto o assunto virou pauta daONU. Dentre as medidas toma-das pela Organização das Na-ções Unidas, está a Década deAções para a Segurança noTrânsito, definida para os pró-ximos dez anos (2011 - 2020).Fonte: Perkons
I Seminário de Segurança no Trânsito Brasileiro
roads safe”, onde nasceu a idéia da cria-ção da Década de Ação pela Segurançano Trânsito. Essa etapa também contarácom apresentações do presidente daSubcomissão da Reforma do Código de
Trânsito, deputado Hugo Leal e de re-presentantes da Organização Mundial daSaúde (OMS)
O Plano Nacional para a Redução dasVítimas de Acidentes de Trânsito será otema do segundo painel. O plano seráapresentado pelo Presidente da FrenteParlamentar em Defesa do Trânsito Se-guro, Deputado Beto Albuquerque. AONG francesa Prèvencion Routiére tam-bém prestará sua valiosa contribuição,apresentando o modelo francês de pre-venção de acidentes de trânsito, consi-derado o melhor do mundo.
Ao término do encontro, a Comissãode Viação e Transportes reunirá todas ascontribuições em um só documento, umaCarta-Compromisso a ser assumida pe-los candidatos à Presidência da Repú-blica e aos Governos das Unidades daFederação para seus futuros mandatos.
Deputado Hugo Leal, presidente da
Subcomissão da Reforma do Código de
Trânsito.
Deputado Beto Albuquerque, presidente
da Frente Parlamentar em Defesa do
Trânsito Seguro.
Abril de 2010 o monatran - 9
NÓS
O TRÂNSITO PELO MUNDO Marcos Sá *
* Empresário, Administrador de Empresas, Consultor
em Tecnologia da Informação e Membro do
Conselho Deliberativo do MONATRAN - Movimento
Nacional de Educação no Trânsito.
Estradas sinalizadas, limpas, cuidadas,com aspecto arquitetônico trabalhado, rodovias inteligentemente pensadas, seguras e extremamente bem
vigiadas. Motoristas educados, dispostos àcortesia, apesar do calor intenso e da hora dorush. Nestas condições o consumo de combus-tível é diminuído pela qualidade do asfaltoexemplarmente pavimentado e pelo traçado in-teligente das vias, repletas de sinalização pre-ventiva e educativa. Problemas são exceções eexceções são problemas. Mesmo assim elesexistem, mas que não afetam o dia-a-dia daenorme maioria dos cidadãos durante grandeparte de seu tempo, nem transformam númerosem estatística de guerra. Que bom ir e vir!
Por que ao ler estas palavras temos a sen-sação de que isso não é aqui no nosso país?Com toda a certeza o leitor deu até aquelarisadinha nervosa, mas clara, como sinal deque isso não é aplicável a nós; cidadãos brasi-leiros e nossas estradas. Achamos certamenteque estas palavras descritivas são mais ade-quadas a outros países.
O motivo para esta sensação é simplesmen-te a falta de amor ao processo coletivo chama-do trânsito. Isto ocorre porque o trânsito não étratado de forma com que possamos sustentarpor ele amor e sua premissa básica: o respei-to. Nada nos une ao trânsito a não ser a neces-sidade de ir e vir, rápida e individualmente,não importa a que preço.
Respeito não é construído do dia para noi-
te. Isto requer trabalho no dia-a-dia pelosensinamentos constantes que criam identifica-ção com o processo, gerando conhecimentofundamentado no exemplo criador do senti-mento de participação, responsabilidade soci-al ou se preferirem: CONSCIÊNCIA COLE-TIVA ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO. Que ta-refa árdua em um país que nem mesmo a edu-cação em si é respeitada como política princi-pal deste sucesso econômico inicial que temde tornar-se contínuo. Se nem mesmo o pro-cesso de formação básica, média e superior sãovistos como saída para nossa redenção do ter-ceiro mundo, o que esperar então da educaçãono trânsito no futuro?
Todo processo humano revela-se mais len-to do que qualquer outro. Isto porque atuamosem grupos e cada ato individual é importantecomponente no processo final. Mexer nestasengrenagens não é fácil. Métodos educacio-nais para que a mensagem correta seja passa-da de forma segura, clara e constante exigemuma inteligência estratégica digna da força deum Hércules. Fazer com que as pessoas tenhamresponsabilidades sobre seus atos desde a pas-sagem da chave do carro dos pais a um menor,até o uso de drogas para aumento de produti-vidade dos caminhoneiros, passando pelaextinção desta autoconfiança exagerada e in-fundada do brasileiro atrás do volante, instru-mento de libertação da opressão do sub-desenvolvimentismo secular até a exigência decomportamento adequado das empresas e suas
propagandas em relação ao álcool, modifica-ção do enfoque jurídico e legal, cobrança dosfabricantes de carros por segurança nos veí-culos; por que os carros podem ir a 250 ou300 km/h? e muitas outras ações corajosas.Digo corajosas pois não são populares, elasabalam coisas confortavelmente posicionadase edificadas para manter o status quo. Contu-do a pergunta que não quer calar é: Apesar detodas as dificuldades, por que outros têmmais sucesso que nós?
Vontade política proporcional a estes de-safios é necessária, mas vamos ser sinceros,ela existe? Todas estas mudanças exigirão ci-dadãos engajados e dotados de inteligência,de conhecimento amplo e competência técni-ca que apresentem propostas e soluções paracada caso, empreededorismo social. A melhorforma de resolver um grande problema é divi-di-lo em partes menores. Tratando-se de Bra-sil esta é uma verdade incondicional e é exa-tamente por isso que acredito que a origem damudança não está nos políticos e sim repou-sada na sociedade civil organizada: em NÓS.
Nos artigos futuros, mostraremos algunsmodelos utilizados em outros países e situa-ções que podem servir de base nesta busca pelamelhoria de nossa realidade no trânsito.
Ônibus queacopla bicicletaé testado em SPCiclistaspodem travara bicicleta naparte frontaldo veículo.Fase inicial épróxima aparques
A São Paulo Transportes(SPTrans) vai começar a testarnos ônibus um equipamento quepossibilita aos usuários levar bi-cicletas nas viagens. O bike racké um suporte colocado na frentedo transporte coletivo e quepode carregar até três bicicletas.Na capital paulista, o projetoestá sendo chamado de Bike Buse deve começar a operar em ca-ráter experimental no dia 17 deabril.
O equipamento funciona demaneira parecida aos suportesde bicicletas para automóveis.
Quando o ônibus para, o moto-rista aciona um mecanismo quedestrava o Bike Bus para que osusuários guardem as bicicletas.A trava é novamente acionadadepois para evitar roubos. ASPTrans estima que a operaçãodure cerca de um minuto.
Inicialmente, o Bike Busdeve funcionar apenas nos finsde semana, apenas nas linhasque passem por parques muni-cipais. Caso a experiência sejapositiva, os equipamentos serãoinstalados em toda a frota dacapital.
A iniciativa foi elogiada porciclistas e ativistas, uma vez quepossibilita a combinação entrebicicletas e transporte público.Por outro lado, há reclamação deque o período de testes estejasendo feito somente na regiãodos parques e atingindo princi-palmente os ciclistas de lazer. Oreceio é que a Prefeitura desistada medida por considerar quenão houve adesão. “Quem vai aum parque de bicicleta já estápreparado para pedalar bastantee por isso pode não usar os ôni-bus. Os testes deveriam ser fei-
tos com quem utiliza as bicicle-tas para trabalhar, quecorresponde à maioria dos des-locamentos”, diz o cicloativistae diretor do Instituto Ciclo BR,André Pasqualini.
OUTROSParis - Bicicletários espalha-
dos pelo centro permitem às pes-soas retirar bicicletas a baixocusto, como 1 por 50 minutos
Berlim - As bicicletas po-dem ser levadas no metrô da ci-dade a qualquer hora do dia epor isso é muito usada comomeio de transporte
São Paulo - O metrô permi-te bicicletas fora do horário depico. Além disso, foram instala-das ciclofaixas de lazer aos finsde semana, mas as ciclovias ain-da são raras
10 - o monatran Abril de 2010
CARTAS
Dirceu Rodrigues Alves Júnior *
ESPAÇO LIVRE
“Fiquei impressionado com o artigo intitulado‘Os jovens e a violência no trânsito’, de autoria dodr. José Roberto de Souza Dias. Ah se todos os jo-vens pensassem e agissem como esses daí de SantaCatarina... Aqui na capital sul-mato-grossense, sótenho visto jovens preocupados com a potência dosauto-falantes dos veículos, os néons coloridos, oronco ensurdecedor dos escapamentos e a força dosmotores. Triste realidade!”
Altair Onofre – Campo Grande/MS
“Mais uma vez, a equipe do ‘O Monatran’ estáde parabéns. Achei a edição de março sensacionale não vejo a hora de receber a próxima. Agora, oque falta é a administração pública prestar mais aten-ção nos assuntos que aqui são abordados. Além deperceber, espero que tomem alguma providência,não fiquem só discutindo ou fazendo promessas quenão saem do papel.”
Helita Lima – Florianópolis/SC
“O jornal O Monatran é de excelente qualidade,os assuntos são de primeira ordem e as opiniõesdos colunistas são muito boas. Enfim é um jornalsobre o qual os comentários deverão ser sempreelogiosos.”
César Silveira – Brasília/DF
“É uma pena que um evento tão importante comoo Fórum das Américas sobre Mobilidade Urbanatenha sido tão pouco divulgado. Eu mesma só fuisaber sobre a realização deste ao ler o Jornal doMonatran. Ainda assim, espero que os poucos pre-sentes consigam fazer a diferença na nossa GrandeFlorianópolis.”
Carol Ramos – Biguaçu/SC
“Sou leitor assíduo do Jornal O Monatran e, ge-ralmente, o leio de ‘cabo a rabo’. Todo o seu con-teúdo sempre tem muita qualidade, porém, atravésdesta mensagem, gostaria de congratular oscolunistas deste veículo pelos conteúdos tão perti-nentes e diretos ao ponto. Parabéns!”
Daniel Silva – Florianópolis/SC
Não só as diferenças físicas entre o sexo mas
culino e feminino justificam o desequilíbrio
comportamental. O metabolismo, a agilidade,
os atos impensados, a pressa, a orientação espacial, a
necessidade de impor condições, de se julgar o dono
do mundo são alguns fatores que dissocia o comporta-
mento do homem e da mulher.
Diferenças comportamentais do universo masculi-
no e feminino fizeram com que pesquisadores da
University of Virginia atrelassem o fato a condições
genéticas e a ação dos estrogênios.
O hemisfério direito do cérebro é emotivo e o es-
querdo analítico. Na mulher parece haver uma cone-
xão maior entre esses hemisférios daí talvez atitudes
mais seguras, mais bem direcionadas, melhor analisa-
das.
O cérebro masculino é cerca de 10% maior que o
feminino o que não significa melhor desempenho inte-
lectual já que os testes de QI (Coeficiente de Inteligên-
cia) são semelhantes.
Os homens são mais rápidos no raciocínio matemá-
tico e espacial enquanto as mulheres são melhores com
as palavras, com as relações humanas. Não temos dú-
vida que isso é uma verdade.
Julgamos o homem mais genérico, pouco analítico
e pouco emotivo nas atitudes e execução de tarefas. Já
as mulheres mais analíticas, detalhistas e emotivas exe-
cutando tarefas com prévio planejamento e segurança.
Na direção veicular vemos esse comportamento pre-
sente. O homem ativo, austero, exigente, dominador,
agressivo, imediatista, irritado enquanto a mulher pas-
siva, cautelosa, paciente, tranqüila.
A agilidade, a pressa, muitas vezes a compulsão para
velocidade são fatores presentes no universo masculi-
no. Daí podermos entender que o homem na direção
veicular tem todos os componentes para a sinistralidade.
Observe que os acidentes são de médio a graves, quase
sempre com vítimas. Já com as mulheres temos mais
freqüentemente os acidentes leves, sem vítimas, com
pequenos danos materiais.
O homem dirige por status e poder, a mulher ape-
nas por necessidade. O homem é exibicionista, já a mu-
lher tende a ser humilde. O homem costuma ter
compulsão para velocidade, enquanto a mulher sim-
plesmente não sente esta compulsão. O homem é im-
paciente e intolerante, a mulher é paciente e tolerante.
Quem seria o melhor motorista? O homem ou amulher?
Não tenho dúvida em afirmar que a mulher desen-
volve essa atividade com melhor habilidade e qualida-
de que o homem. Afirmo isso tendo em vista a grande
sintonia entre o hemisfério cerebral que é analítico e o
que é emotivo, daí existir contenções para execução de
tarefa com risco. Ela é portadora de todo o perfil ideal
para execução dessa tarefa. Basta vermos os dados es-
tatísticos de acidentes de trânsito que vamos concluir
que a mulher é dotada de características próprias para
enfrentar a direção veicular e o trânsito.
É ela que mais respeita a sinalização, raramente
comete ato inseguro e se sai muito bem diante de con-
dição insegura.
Já o homem, de raciocínio rápido e com boa orien-
tação espacial é capaz de exageros com relação à agili-
dade, o respeito à sinalização, torna-se mais competiti-
vo, detém uma direção ofensiva e chega ao acidente de
média e grande proporção com muito mais facilidade.
A mulher, pelo que apresentamos é realmente mais
lenta com relação à orientação espacial, mas isso não
desvaloriza a seguridade que ela porta e por isso a ca-
racterizo como uma excelente operadora de máquina
sobre rodas.
DIFERENÇAS ENTRE O HOMEME A MULHER NA DIREÇÃO VEICULAR
* Diretor de Comunicação e do Departamento de Medici-
na de Tráfego Ocupacional da ABRAMET
Abril de 2010 o monatran - 11
A Câmara analisa o Projetode Lei 6934/10, que autoriza ado-lescentes emancipados, entre 16e 18 anos, a obter habilitação demotorista. A proposta, do depu-tado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ),altera o Código de Trânsito Bra-sileiro (Lei 9.503/97).
Pelas regras atuais, o moto-rista precisa ser penalmenteimputável, o que, conforme oCódigo Penal (Decreto-lei2.848/40), ocorre a partir dos 18anos.
De acordo com o projeto, ojovem emancipado que come-ter crimes na direção de veícu-los estará sujeito às medidassocioeducativas previstas noEstatuto da Criança e do Ado-lescente (ECA - Lei 8.069/90).Entre as sanções estão adver-tência, prestação de serviçoscomunitários e internação poraté três anos em estabelecimen-to educacional.
AMADURECIMENTOSegundo o autor do proje-
Projeto permite que jovens possam tirar
carteira de MOTORISTA AOS 16 ANOSvel redução da maioridade pe-nal para 16 anos, avaliaItagiba, reforça a percepção deque a norma de trânsito preci-sa ser revisada.
“Não é razoável que um jo-vem de 16 anos, que pode es-colher o presidente da Repúbli-ca, casar, ter emprego públicoe praticar tantos outros atos davida civil de enorme responsa-bilidade, não possa dirigir umautomóvel”, afirma.
EMANCIPAÇÃO
O Código Civil (Lei 10.406/02) prevê que a emancipação demenores de 18 anos pode ocor-rer nos seguintes casos:• concessão dos pais (ou de
um deles na falta do outro)mediante documento públi-co ou por sentença judicial;
• casamento;• exercício de emprego públi-
co efetivo;• conclusão de curso de ensi-
no superior;
• estabelecimento civil, comer-cial ou existência de relaçãode emprego, desde que, emfunção deles, o indivíduomantenha economia própria.
TRAMITAÇÃO
O projeto tramita em cará-ter conclusivo (Rito detramitação pelo qual o projetonão precisa ser votado pelo Ple-nário, apenas pelas comissõesdesignadas para analisá-lo). Oprojeto perderá esse caráter emduas situações: - se houver pa-recer divergente entre as comis-sões (rejeição por uma, aprova-ção por outra); - se, depois deaprovado pelas comissões, hou-ver recurso contra esse rito as-sinado por 51 deputados (10%do total). Nos dois casos, o pro-jeto precisará ser votado peloPlenário. As propostas serãoanalisadas pelas comissões deViação e Transportes; e deConstituição e Justiça e de Ci-dadania.
to, a legislação brasileira temreconhecido o amadurecimen-to cada vez mais precoce dosjovens. Ele cita como exemplo
a possibilidade prevista naConstituição de jovens entre16 e 18 anos votarem. O pró-prio debate sobre uma possí-
A Associação Nacional dos Fabricantes de VeículosAutomotores (ANFAVEA) e o Sindicato Nacional da Indústria deTratores, Caminhões, Automóveis e Veículos Similares(SINFAVEA) empossaram as novas diretorias em 30 de abril. Opresidente, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro das Cidades,Marcio Fortes de Almeida, participaram da solenidade em SãoPaulo.
Presidente e ministro das Cidades participam da
posse das diretorias da SINFAVEA e ANFAVEA
Ministro Marcio
Fortes e o novo
presidente da
ANFAVEA,
Cledorvino Belini, se
cumprimentam
durante solenidade
de posse
Sistema permitirá identificar toda a frota de
veículos e saber, por exemplo, quem está em dia
com o IPVA e com o licenciamento
O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) regula-mentou como deve funcionar o Sistema Nacional de Identifi-cação Automática de Veículos, que irá monitorar toda a frotado país por meio de chips instalados nos carros.
A resolução do Denatran abre caminho para que Estados emunicípios iniciem a implementação do sistema a partir dejunho do ano que vem. O processo deve ser concluído até 30de junho de 2014, como prevê o órgão.
Com os chips, aumenta o poder de fiscalização dos órgãosde trânsito, que poderão saber quem está em dia com o IPVAe com o licenciamento, por exemplo. O sistema também faci-lita o rastreamento de veículos roubados.INSTALAÇÃO
Um aparelho ou adesivo eletrônico deve ser instalado nocarro. Antenas espalhadas pelas vias reconhecerão o chip,captarão os dados e os repassarão para uma central. Lá, asinformações serão cruzadas com listas de devedores de IPVA,por exemplo.
Caso o chip seja retirado para ser colocado em outro car-ro, ele é desativado.
Denatran definesistema de chips para
monitorar veículos
12 - o monatran Abril de 2010
A CONCREMAT GERENCIACOM ORGULHO AS OBRAS
DE RESTAURAÇÃO DAPONTE HERCILIO LUZ
A PONTE HERCILIO LUZ VAI FAZER MAIS DO QUE ENFEITARNOSSA PAISAGEM. EM BREVE ELA VOLTARÁ A SER IMPORTANTE
ARTÉRIA PARA O TRÂNSITO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS
A PONTE HERCILIO LUZ VAI FAZER MAIS DO QUE ENFEITARNOSSA PAISAGEM. EM BREVE ELA VOLTARÁ A SER IMPORTANTE
ARTÉRIA PARA O TRÂNSITO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS
Transporte de crianças tem novas regras
Além de viajarem no
banco de trás,
menores de dez anos
terão que utilizar
equipamentos de
segurança (como
cadeirinhas),
certificados pelo
Inmetro.
Quanto vale a vida do seu filho? Comcerteza muitos pais responderiam que ovalor é inestimável. E foi justamente pen-sando na vida e segurança de crianças nafaixa etária de zero a doze anos que oConselho Nacional de Trânsito(Contran), através da resolução de núme-ro 277, estabeleceu novas regras para otransporte de crianças em veículosautomotores.
A partir de 9 de junho, todas as crian-ças menores de dez anos só poderão viajarde carro em cadeiras especiais para cadafaixa etária. Quem não se adequar e des-respeitar a determinação, estará sujeito avárias punições como pagamento de multano valor de R$ 191,00, apreensão do veí-culo e perda de sete pontos na carteira.
A lei que obriga as crianças menoresde dez anos a viajar no banco traseiro comacessórios de segurança específicos nãoé uma surpresa, pois já existe desde a cri-ação do Código de Trânsito Brasileiro,em 1997. Porém, até maio de 2008, nãohavia uma regulamentação que apresen-tasse os modelos ideais para prevenir aci-dentes.
Depois de uma série de estudos fei-tos pela diretoria de qualidade do institu-to Nacional de Metrologia (Inmetro), fo-ram aprovadas somente oito marcas quepoderão ser comercializadas no Brasil. Aslojas que continuarem vendendo os pro-dutos sem o selo terão a mercadoria apre-endida e a fábrica será notificada. Se ocomerciante não apresentar nota fiscalnem certificado, quem recebe advertên-cia é o lojista, que temque responder a proces-so e pode pagar multasde até R$ 500 mil, de-pendendo da quantida-de de mercadoria en-contrada.
Para o especialistaem trânsito ValterAragão, porém, o maisimportante é conscientizar os pais de queo mau hábito de colocar as crianças nocolo ou amarrá-las junto ao corpo no cintode segurança precisa acabar. “As pesso-as têm que entender que durante um aci-dente elas perdem o controle da situação.Em muitos casos, a criança morre por-
que foi esmagada pelo peso da pessoa quea levava no colo”, alerta.
Transporte escolar - O Departamen-to Nacional de Trânsito (Denatran) deveestender a obrigatoriedade do uso da ca-deirinha para crianças até sete anos emeio também para o transporte escolar.O uso do equipamento para carregar cri-anças em peruas e vans escolares, porém,não vai ocorrer já. Isso deve acontecer
quando forem regulamentadas asresoluções sobre o assunto queestão sendo discutidas atualmen-te em uma das câmaras temáticasdo Contran.
Segundo o diretor do Denatrane presidente do Conselho Nacio-nal de Trânsito (Contran), AlfredoPeres da Silva, a regulamentaçãopode ocorrer a qualquer momen-
to, quando terminarem os estudos, masainda não há prazo. “Depois disso, osperueiros também terão um tempo paraadaptar os veículos, como ocorreu com apopulação em geral no caso das cadeiri-nhas, cuja mudança foi aprovada há doisanos’’, explica.