Download - Júlio Resende
Nasceu no Porto a 23 de Outubro de 1917
De 1930 a 1936 frequentou a Academia Silva Porto.
Em 1937 entra para a Escola de Belas-Artes do Porto onde é discípulo de Dórdio Gomes.
Noite de S.João"Aguarela 1927Dordio Gomes
Em 1943 participa na organização do "Grupo dos Independentes".
Faz a sua primeira exposição individual no Salão Silva Porto.
Em 1944 ingressa no ensino secundário como professor.
Em 1945 conclui o Curso na Escola de Belas-Artes com a pintura "Os Fantoches".Obtém os prémios da Academia Nacional e "Armando de Bastos".
1944No Circo22,5x29Aguarela
A Visita ao Museu do Prado em Madrid e o encontro com Vasquez Diaz marcam a sua obra de um tenebrismo goyesco.
Em 1946 obteve uma bolsa no estrangeiro do
"Instituto Para a Alta Cultura".
De 1947/1948 estuda as técnicas de afresco e gravura na Escola de Belas-Artes de Paris.Foi discípulo de Duco de La Haix.Na Academia Grande Chaumière recebe lições de Othon Friesz.
1948Marché aux Puces
25,5x35Aguarela
De 1947/1948 copia os Mestres no Museu do Louvre.
Visita os museus da Bélgica, Holanda, Inglaterra e Itália.
1949Fonte da Praça15x20,6 Aguarela
1949Regresso do Campo16x21,5Aguarela e Tinta da China
Em 1949/1950 é professor na pequena escola de
cerâmica de Viana do Alentejo.
Em 1949/1950 estabelece contactos com o escritor Virgílio Ferreira e com os artistas Júlio e Charrua.
Em Lisboa conhece Almada Negreiros e E. Viana.
Viaja até à Noruega onde é hospede de Oddvard Straume.Permanece uma temporada em Orstavik.
Em 1951 fixa-se no Porto mantendo actividade docente no ensino secundário. O mar entra na sua obra que ganha luminosidade.
1957Menina com Alga33,5x22,5Tinta da China
Em 1954 lecciona na Escola Secundária da Póvoa de Varzim.
Júlio Resende. Aguarela, 1954 (Póvoa do Varzim)
Em 1956 conclui o curso de Ciências Pedagógicas
na Universidade de Coimbra.
Em 1958 é convidado para docente da Escola de Belas-Artes do Porto.
Fachada do edifício central
da Faculdade de Belas Artes da
Universidade do Porto
Fotografia cedida por: limamil2005
http://sigarra.up.pt/fbaup/web_page.inicial
Em 1962 presta provas públicas para a Cadeira de
Professores na Escola Superior de Belas-Artes do
Porto.
Fotografia cedida por: limamil2005
Em 1971 faz a sua primeira viagem ao Brasil encontrando-se com Jorge Amado e Mário Cravo Filho.
1971Flor Rosa15,5x20
Caneta e Pastel sobre Papel
De 1975 a 1976 dedica-se a tempo inteiro à gestão da ESBAP
Fotografia cedida por: limamil2005
Em 1977 viaja até ao Nordeste Brasileiro.Encontra-se com os artistas Sérgio Lemos e Francisco Brennand.
1971Moça com Balão
20x15,5Caneta e Pastel sobre Papel
Em 1978 visita as Faculdades de Belas-Artes de Espanha.
Em 1986 faz viagem a Goa
Em 1992 faz viagem a S. Vicente e Stº Antão (Cabo Verde).
1992PescadoresPastel
Em 1997 viaja até Santiago e Fogo (Cabo-Verde).
1999Meninos Pescadores - Cabo Verde20,5x16Pastel
Em 1987 profere a última lição na ESBAP.
Júlio Resende: uma obra excepcionalFoto: Lucilia Monteiro
Em 1993 é criado o "Lugar do Desenho - Fundação
Júlio Resende".
Inauguração do lugar do Desenho
Em 1997 recebe a Grã-Cruz da Ordem do
Infante D. Henrique.
Em 1999 faz uma viagem à Ilha de Moçambique com Armando Alves, Francisco Laranjo, Manuel Casal Aguiar, Marta Resende, Victor Costa e Zulmiro de Carvalho
Em 2000 vai ao Recife, Brasil.
1965S/Título - Ciclorama para "Auto da India" TEP [Encenação de Carlos Avilez]27,5x41Técnica Mista
1965Figurino para "Auto da India" TEP
32,7x21Técnica Mista
1968Cenário de Bailado da Gulbenkian "Judas" Coreógrafa Águeda Sena37,5x50,5Técnica Mista
1969Estudo para Cenário "Auto da Alma"TEP Encenação de Luis
Tito14,6x18,8
Técnica Mista
Orienta o visual estético do Espectáculo de Portugal na "Exposição Mundial de Osaka".(1970)
1970Descobertas - Figurino para Espectáculo de Portugal em Osaka41,5x23,2Tinta da China
Realizou múltiplos afrescos:
Ilustrou vários livros:
1968 "Aparição" de Virgílio Ferreira.
1973 "Retalhos da Vida de um Médico"de Fernando Namora
Júlio Resende. Aquela Nuvem e Outras de Eugénio de Andrade
Aguarela 1986
1989Tenho uma Ideia de Arsénio Mota14,5x26,5Colagem
Arrisco-me a afirmar que em arte, a técnica passa despercebida…
1963Mulher e Bilha65,0x50,0Técnica Mista
1989S/ Título25,0x18,0Pastel
1952Conjunto Feminino13,5x21,0Lápis
Aguarela, pastel, guacho, lápis, tinta da china, etc, são técnicas “expeditas” que pratico nas minhas deambulações …
1996/2000Postura - Goa29,5x21Pastel
1960Tinta da China Aguada
1952lápis sobre Papel
1982Itamaracá32x24Aguarela sobre Papel
Outras técnicas, às quais apelido “oficinais”, como: gravura, monotipia, colagem, técnica mista constituem o elo de referência para a técnica do óleo, acrílico, etc ….
Gravura com Pastel
Técnica Mista
Colagem
Gravura
1973Figura FemininaTinta da China
1982DescansoTinta da China e Lápis de Cor
1986KorntalEsferográfica
A aguarela foi a técnica preferida por
Resende nas suas várias deslocações,
sobretudo e durante as décadas 40/50
reassumindo importância nos anos 80
quando o autor foi assíduo apreciador
da Floresta Negra e do Nordeste
Brasileiro.
Circunstâncias familiares motivaram frequentes estadias em Korntal, vale do trigo, a poucos quilómetros de Estugarda, local da residência da filha Marta e do neto Daniel.
A inserção do artista plástico na sociedade é por
demais entendível ……
Estação Sete-Rios do Metropolitano,Júlio Resende, Lisboa, 1995.foto: Metropolitano
de Lisboa
….parece dever reclamar-se do artista aquela espécie de humildade para reconhecer o momento justo de participar no ambiente exterior ao seu atelier, esse sim, o espaço da experimentação. …
a decoração de um mural é sempre uma referência consequente de um tempo, como o de Berlim ou de uma fé, como o das Lamentações.
1993Tinta da China e
Pastel sobre Papel
Vegetal
Um muro, só por si, tem sempre um significado, quer físico quer psicológico.
1994/95
Pastel sobre Papel
Painel da Ribeira Negra,Júlio Resende, Porto, 1983 · 1985.foto: Carlos Monteiro (DDF-IPM)
a arte no muro em vez de enfatizar o "statu quo" em que a sociedade está entorpecida, deveria despertá-la pelo oposto, isto é, pela nova harmonia que o artista de hoje deverá encontrar pela responsabilidade que lhe cabe. Júlio Resende, “O Desenho no Muro”
1994/95
Pastel sobre Papel
1996
Tinta da China e Pastel
Mural – S. Cosme de Gondomar
1989S/ TítuloGravura
O objecto da minha busca? Talvez a conciliação
de duas coisas aparentemente inconciliáveis.
Encontrar a forma que se ajuste ao "sentir" e à "reflexão".
os analistas afirmam que a minha obra deixa transparecer um expressionismo lírico
1950Lavadeiras do Ave
Lápis de Cor
Ambivalência no sentir e no reflectir responsável por inúmeras hesitações de percurso ….
propósito de autenticidade de que não abdico.
1984Homem PássaroAguada de Tinta da China
no tempo, passei ao lado neo-realismo (anos 40), do abstraccionismo (anos 47/48) e dos demais "ismos", …..sempre fiel ao sentir e à reflexão estética que comigo nasceu.
1960S/ Título
Tinta da China Aguada
Admito pois, que me coloquem no "Index" de uma contemporaneidade marcada pela indefinição própria do "efémero", do "minimalismo"
1992Sinais de AtelierPastel
1987
Tinta da China
Alia a disciplina formal cubista à dramaticidade expressionista."
Fernando Pernes
1962S/ Título22x18Técnica Mista
Teve uma fase tenebrista (de 1949 a 1951) alimentada por Goya e o Alentejo.
A luz ao entrar na sua obra em íntima relação entre a figura e o fundo expressou poética expressionista que se prolonga nos anos cinquenta
1958
27,5x32,8Caneta de Feltro e Tinta da China
Passou uma fase menos figurativa patente no interesse pela matéria, pelo "objecto físico do quadro“.
1956S/ Título17x24Técnica Mista
A gama cromática do pintor, feita de tons pesados, aclarou-se, ganhou novos brilhos e vibrações no final da década de 60. Esta tendência acentua-se com a primeira viagem ao Brasil em 1971.
1982Itamaracá21,1x14,6Caneta e Lápis de Cor sobre Papel
A experiência do Brasil associa-se ao regresso da figura humana e a um intenso e depurado lirismo traduzido plasticamente numa valorização dos tons claros, do movimento e da dinâmica da composição.
1971Flor Rosa15,5x20Caneta e Pastel sobre Papel
1971Figuras na Estrada21,5x15,5Caneta e Lápis de Cor
O final da década de setenta é assinalado pela série
de Ribeiras Negras, uma homenagem à cidade do
Porto, que considera o contexto ideal do seu trabalho
de criação dramático e expressionista.
O ciclo das Ribeiras Negras prossegue nos anos 80
alternando com o lirismo e a luminosidade,
decorrentes de novas viagens ao Brasil em 80 e 90.
1986Ribeira21,8x24Aguarela
1994Homens no Cais25,5x32Aguarela
1967S/ Título63x47,8Aguarela
"Um cântico da terra oferecido ao homem,
uma claridade desabrochando, uma cor
radiante, um jardim para a alma, um jardim
onde o corpo da pintura prova a
possibilidade do sonho e nos convida à
sua viagem, a uma mesma descoberta, a
uma semelhante invenção."
Rui Mário Gonçalves
Bibliografia
Maria João Fernandes, Mestre Resende:
Notícias do Paraíso, J.L. 07/03/ 2001
Germano da Silva, Entrevista Júlio Resende - A
alma do Lugar do Desenho, J.L. 01/12/ 1999
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