Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL
Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL
�
APRESENTAÇÃO
Este documento reúne informações
sobre as principais ferramentas de
gestão da inovação, com uma dupla
finalidade: por um lado, servir de au-
xílio às micro e pequenas empresas
(MPE) na implementação de proces-
sos inovativos e, por outro lado, servir
de apoio aos Comitês Temáticos de
inovação dos Movimentos Estaduais
pela Qualidade, Produtividade e Com-
petitividade (MEQPC), no seu trabalho
de divulgação e estímulo à inovação
junto às MPE.
As informações sobre as ferramen-
tas de auxílio à gestão do processo
de inovação em Micro e Pequenas
Empresas contidas neste documento
complementam aquelas informações
sobre fontes de recursos para a inova-
ção contidas no Manual de Inovação
Empresarial. As mesmas informações
são também objeto de um tratamento
didático no Curso de Gestão da Inova-
ção Empresarial, terceiro produto do
trabalho contratado pelo Movimento
Brasil Competitivo junto à Fundação
Universa e o Instituto Brasileiro da
Qualidade e Produtividade – IBQP.
O Kit Metodológico aqui apresentado é
um documento de caráter instrumen-
tal e não acadêmico, que resume, de
maneira simples e numa linguagem
acessível, os principais conceitos e
ferramentas relativos à gestão dos
processos de inovação nas empre-
sas. Está composto de três partes:
uma primeira, referente a conceitos,
onde se ampliam alguns dos conceitos
básicos enunciados na primeira parte
do Manual de Inovação; uma segunda,
referente a ferramentas, onde de des-
crevem as principais áreas e diretrizes
metodológicas de gestão da inovação
nas MPE e uma terceira, de glossário e
referências, onde é feita uma descrição
dos termos mais utilizados e mencio-
nam-se os endereços dos sítios inter-
net mais relevantes sobre o tema.
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PARTE 1
CONCEITOS BÁSICOS
1. INOVAÇÃO
Inovação é a implementação de um
produto (bem ou serviço) novo ou sig-
nificativamente melhorado, ou de um
processo de produção, ou de um novo
método de marketing, ou de um novo
método organizacional nas práticas de
negócios, na organização do local de
trabalho ou nas relações externas da
empresa, que resultem em maior com-
petitividade no mercado.
Em termos gerais, a inovação empre-
sarial é a exploração de novas idéias ou
a aplicação original do conhecimento,
criando vantagens competitivas para
responder com sucesso comercial às
demandas do mercado. Ela pode ser
realizada pela empresa, individualmen-
te ou em parceria com outras institui-
ções ou, também, adaptando idéias de
outras empresas, sejam elas nacionais
e estrangeiras.
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2. TIPOS DE INOVAÇÃO
2.1 InovaçãoemProdutos (bensouserviços):
desenvolvimento de produtos novos
ou melhoramento significativo de pro-
dutos já existentes. Produtos novos
são aqueles cujas características tec-
nológicas, ou uso pretendido, diferem
significativamente dos produtos pre-
viamente produzidos. Produtos aper-
feiçoados são aqueles cujo desempe-
nho é substancialmente melhorado ou
avançado. Um produto simples pode
ser aperfeiçoado através do uso de
componentes ou matérias-primas de
melhor desempenho, enquanto um
produto complexo, que consiste na
integração de um certo número de
subsistemas técnicos, pode se tornar
aperfeiçoado através de mudanças
parciais em um dos subsistemas.
2.2 InovaçãoemProcessos:
aprimoramento ou desenvolvimento de
novas formas de produção ou de distri-
buição de bens ou de novos meios de
prestação de serviços. Essas novas
formas podem compreender mudan-
ças nos equipamentos ou na organiza-
ção da produção, ou uma combinação
de ambos, ou podem ser derivados
do uso de conhecimento novo. Pode
tratar-se também de novos métodos
introduzidos para distribuir produtos
novos, aperfeiçoados ou já existentes.
Também pode tratar-se de novas for-
mas de prestação de serviços, novos
ou já existentes.
2.3 InovaçãoTecnológica:
quando a inovação em produtos ou
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processos é resultado da aplicação de
conhecimentos novos, obtidos atra-
vés da pesquisa científica aplicada a
produtos ou processos de produção,
com novas funcionalidades e efetivos
ganhos de qualidade ou produtividade,
resultando em maior competitividade.
Tais inovações podem envolver tecno-
logias radicalmente novas, serem ba-
seadas na combinação de tecnologias
existentes empregadas em novos usos
ou serem derivadas do uso de conhe-
cimento novo.
2.4 InovaçãoOrganizacional:
trata-se da adoção ou desenvolvimen-
to de novos métodos de organização e
gestão, seja no local de trabalho, seja
nas relações da empresa com o mer-
cado, com os fornecedores ou distri-
buidores. Pode envolver a implemen-
tação de novas estruturas de poder e
liderança, bem como a implementação
de novas formas de comunicação e
funcionamento entre os funcionários.
2.5 Inovação em Marketing ou
ModelosdeNegócio:
adoção ou desenvolvimento de novos
métodos de marketing e comercializa-
ção, com mudanças significativas na
concepção do produto, no design ou
na sua embalagem, no posicionamen-
to do produto no mercado, na sua pro-
moção ou na fixação de preços. Neste
caso a inovação consiste, fundamen-
talmente, num novo modelo de relacio-
namento com o cliente, onde produtos
ou serviços, novos ou não, passam a
ser comercializados de maneira total-
mente diferente daquelas existentes no
mercado até esse momento.
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2.6 Inovaçãoincremental:
conceito relativo ao grau de intensidade
da inovação; refere-se ao aperfeiçoa-
mento de produtos (bens ou serviços)
ou processos já existentes, mediante o
acréscimo de novos materiais, dese-
nhos, embalagens, usos diferenciados
ou outro tipo de melhoras evidentes,
que os tornam mais práticos e deseja-
dos pelos consumidores e, portanto,
mais competitivos.
2.7 Inovaçãoradical:
também relativo ao grau de intensida-
de da inovação, este conceito refere-
se idéias que resultam em produtos ou
processos totalmente novos, que an-
tes não existiam no mercado; quando
os produtos ou processos que resul-
tam da inovação radical tornam obso-
letas as bases tecnológicas existentes,
criando novos mercados e alterando o
comportamento da sociedade, fala-se
em inovaçãorevolucionária.
2.8 Inovaçãoparaaempresa:
conceito relativo ao grau de abran-
gência da inovação, utilizado para re-
ferir-se às inovações implementadas
no âmbito de uma empresa, mesmo
que as mudanças já existam em ou-
tras empresas ou instituições, ou ain-
da que utilize conhecimentos técnicos
já dominados e difundidos em outros
lugares.
2.9 Inovaçãoparaomercado:
também relativo ao grau de abrangên-
cia da inovação, o conceito refere-se
especificamente à inovação em produ-
tos, quando a empresa é a primeira a
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introduzir o novo produto no mercado,
seja esse mercado no âmbito regional
– um país ou região do mundo – seja
no âmbito setorial, no setor de atuação
da empresa.
2.10 Inovaçãoparaomundo:trata-se do tipo mais abrangente de
inovação, quando os resultados das
mudanças nos produtos ou proces-
sos de produção são introduzidos pela
primeira vez em todos os mercados,
nacionais e internacionais, no mundo
todo; ou seja, quando as mudanças
ainda não tinham sido praticadas por
outras empresas, no país ou no exterior.
�. INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE
A inovação e o aumento da competitivi-
dade estão diretamente associados ao
desempenho financeiro e ao sucesso
da empresa. A diferenciação de produ-
tos é essencial para a sobrevivência do
negócio.
Na economia globalizada do sécu-
lo XXI, onde a concorrência é mun-
dial, a inovaçãoé fator fundamental
de competitividade, tão importante
quanto à qualidade dos produtos e o
atendimento aos clientes e muito mais
importante que a redução de custos e
preços.
Na corrida para ser mais competitivas,
as empresas devem procurar subs-
tituir produtos velhos, diversificar a
gama de produtos oferecidos e me-
lhorar constantemente o desempenho
dos mesmos. Para isso, devem desen-
volver novas tecnologias ou melhorar
e adaptar, de maneira criativa, tecno-
logias existentes às necessidades de
produção da empresa.
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Deve-seinovartambémnosproces-sos, para ser mais competitivos na
redução de custos, no aumento da
qualidade, na melhoria das condiçõesdetrabalho, na preservação do meioambientenatural e na produtividade
da empresa como um todo.
�. AMBIENTES PROPÍCIOS À INOVAÇÃO
Ambientes propícios à inovação são os
espaçosfísicoseinstitucionais, tanto
internos quanto externos à empresa,
onde existem condições favoráveis
para que a criatividadeeainovação
possam ser desenvolvidas.
No âmbito interno da empresa, trata-
se, por um lado, dos departamentosde pesquisa, desenvolvimento e ino-
vação e, por outro lado, das instanciasde discussão - em todos os níveis -
criadas para favorecer o surgimento de
novas idéias.
No âmbito externo da empresa, os am-
bientes propícios à inovação são os
espaços de pré-incubação e incuba-
ção de empresas, os parques científico
– tecnológicos, os pólos tecnológicos,
as tecnópolis e os sistemas locais e
regionais de inovação.
Incubadoras são ambientes que favo-
recem a criação de empresas e pro-
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dutos, em especial os inovadores e
intensivos em conhecimento, quando
se trata de incubadoras de empresas
de base tecnológica.
Parquestecnológicos são empreendi-
mentos imobiliários destinados a rece-
ber empresas inovadoras ou intensivas
em conhecimento e a promover a sua
interação com instituições de ensino e
pesquisa vinculadas ao parque.
Pólostecnológicos são aglomerações
de empresas, entidades de pesquisa e
órgãos de gestão de ciência e tecno-
logia, com interesses correlatos, que
atuam de forma articulada no âmbito
de um determinado território. Vários
pólos tecnológicos podem constituir
uma tecnópolis.
Tecnópolis, no sentido original do
termo, são cidades construídas para
promover a geração do conhecimen-
to científico e tecnológico e a sua
transformação em bens e serviços.
Num sentido amplo, são ambientes
regionais ou programas regionais de
desenvolvimento econômico e social
baseados em processos de inovação
e transferência de tecnologia.
Sistemas locais e regionais de ino-
vação é o conjunto de relações entre
diversos atores, públicos e privados,
que, na área de um ou mais municípios,
realizam ações destinadas a promover
a inovação nas empresas, contribuindo
dessa forma para o aumento da com-
petitividade das mesmas e para o de-
senvolvimento da economia regional.
Um sistema regional de inovação não
é uma entidade ou estrutura orgânica,
criada por iniciativa de um ou mais ato-
res sociais, e sim a rede de influências
mútuas entre esses atores, no contexto
das suas ações de estímulo à inovação.
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�. PROFISSIONAIS INOVADORES
A inovação é sempre resultado da ati-
vidade de pessoas criativas, insatis-
feitas com a situação existente (pro-
dutos, condições de trabalho, comer-
cialização, etc.) e que procuram fazer
melhor e diferente.
Mas na basta ser criativo para inovar, é
preciso que a energia da criação tenha
um foco bem direcionado, no sentido
do resultado econômico das novas
idéias, da possibilidade real de serem
transformadas em processos e produ-
tos economicamente viáveis e comer-
cialmente bem sucedidos.
A inovação também não é resultado da
atividade isolada de indivíduos criati-
vos. A inovação é resultado da troca
de experiências, do aprendizado coleti-
vo e do trabalhoemequipe. Daí a im-
portância de ambientes propícios para
a inovação, onde as pessoas possam
trocar informações de maneira cons-
tante. Daí a importância, também, de
que na empresa existam condições
para que todos possam se manifestar,
abrindo espaço para as novas idéias
sobre como fazer mais e melhor.
A inovação, como processo organiza-
cional, com características próprias e
com focos diferenciados (tecnologia,
gestão, processos, produtos, negó-
cios), é resultado de uma cultura es-
pecífica, desenvolvida em ambientes
favoráveis para tanto e resultado da
atividade de pessoas inovadoras.
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PARTE 2 FERRAMENTAS DE
GESTÃO DA INOVAÇÃO
1. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E OPERACIONAL
A inovação deve formar parte da es-
tratégia da empresa. O empresário e
a gerência devem estar convencidos
da importância de inovar e a inovação
deve ser objetivoeresponsabilidade
permanente de todos os funcioná-
rios, em todos os níveis e em todos os
momentos.
A estratégia empresarial para pro-
mover a inovação pode ser de vários
tipos, dependendo dos objetivos da
empresa:
• Se a empresa quer ser líder do mercado
no seu segmento de atuação, deve ter uma
estratégiapró-ativa de inovação, procu-
rando criar e lançar constantemente novos
produtos no mercado.
• Se o objetivo da empresa não é ser líder
no mercado e sim tão somente manter-se
no mercado com produtos competitivos
que não fiquem ultrapassados, então será
uma estratégia comparativa, procurando
acompanhar os produtos e processos lan-
çados pelos concorrentes.
Tanto no caso de uma estratégia pro
ativa quanto de uma estratégia compa-
rativa, a empresa deve definir, de ma-
neira organizada e sistemática, quais
são as ações a serem realizadas, quais
os prazoseasmetas, quais os resul-
tadosesperados, quais os obstáculos
erecursos e quais os departamentos
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ou pessoas que serão responsáveis
pelas mesmas.
Em outras palavras, a empresa deve
fazer uso do planejamentoestratégico
e inovação deve tornar-se parte desse
planejamento. Para tanto, as empresas
devem considerar a prospecção das
tendências tecnológicas no seu setor
de atuação, a identificação e planeja-
mento dos processos inovadores mais
adequados às suas características, as
adequações necessárias na estrutura
funcional, os recursos humanos, ma-
teriais e financeiros e os parâmetros de
avaliação do processo de inovação.
2. A GESTÃO DE RECURSOS FINAN-
CEIROS
Parte fundamental da estratégia em-
presarial para inovar é decidir quanto
a empresa está disposta a investir
nas atividades que possam estimular a
criatividade, a geração de novas idéias
e a sua transformação em produtos ou
processos novos. Por isso, a gestão
de recursos é ferramenta essencial
para a gestão da inovação.
Como os resultados dos investimentos
em pesquisa e desenvolvimento apa-
recem, na maioria dos casos, somente
no longo prazo, os investimentospara
inovaçãodevemsertambémdelon-
goprazo, sustentados no tempo.
Isso significa que o orçamento desti-
nado à pesquisa e desenvolvimento na
empresa não podem estar atrelados às
oscilações periódicas do faturamento,
sofrendo, portanto, alterações a cada
ano. O orçamento para a inovação deve
ter um caráter estratégico, que aponta
para resultados efetivos de longo prazo.
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Na decisão de investir em inovação o
papel do setor público é fundamental e,
nesse sentido, a empresa deve procu-
rar se informar e utilizar-se, ao máximo,
das possibilidades oferecidas pelas di-
versas fontes existentes. OManualdeInovaçãoEmpresarialpreparado pelo
MovimentoBrasilCompetitivo–MBCinforma sobre as oportunidades emecanismosde fomentoe incentivoàinovaçãooferecidaspelosetorpú-blico, tanto no âmbito federal como no
âmbito das unidades da federação.
A procura por fomento e incentivos
públicos e a preparação e apresen-tação de projetos para alavancar os
recursos disponíveis, é uma ferramen-
ta importante de gestão de recursos
financeiros para a inovação, mas não
a única.
O planejamento financeiro da em-
presa que deseja inovar deve destinar
parte do faturamento às atividades
de pesquisa, desenvolvimento e ino-
vação, de maneira sistemática e per-
manente, criando centrosinternosdeP&D, promovendo a contratação depesquisadores e sustentando as ati-vidadesde trocadeconhecimentos,aprendizagemcoletivaeestímuloàcriatividade.
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�. A COOPERAÇÃO E AS PARCERIAS EXTERNAS
Um dos aspectos mais importantes da
estratégia empresarial para a inovação
é a realização de parcerias externaseacooperação entre empresas para
melhor atender às demandas do mer-
cado e otimizar o acesso e o uso dos
recursos para o fomento e incentivo à
inovação.
A vinculaçãodasempresascomen-tidadesdepesquisa existentes na re-
gião, sejam estes centros e institutos
governamentais ou privados, univer-
sitários ou não, pode levar à criação
de centros ou sistemas locais ouregionaisdeinovação, diferentemen-
te dos centros de P&D das próprias
empresas. Verdadeiras redes de rela-
cionamento voltadas para a realização
de projetos cooperativos de inovação,
esses centros ou sistemas locais ou
regionais podem ser a base de proces-
sos inovativos permanentes nas PME
dos ArranjosProdutivosLocais.
Através de convênioseacordoscominstituiçõespúblicaseprivadas, a co-
operação e a parceria entre empresas
e entidades de pesquisa podem per-
mitir a oferta de suporte técnico espe-
cializado na identificação dos gargalos
tecnológicos das PME e no desenvol-
vimento das necessárias inovações,
seja na produção ou nos processos de
gestão e comercialização.
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Cooperação e parceria são palavras
de ordem de primeira importância para
as PME. A organização em arranjos
produtivos locais, a articulação de
cadeias produtivas, a participação em
sistemas locais e regionais de inova-
ção, são mecanismos que permitem
ampliar a capacidade de ação dessas
empresas no esforço para inovar.
Do ponto de vista instrumental, o uso
das técnicas da Inteligência Com-petitiva pode ser de grande utilidade
para as PME no sentido de estimular
a cooperação empresarial, ouvindo
os clientes, compreendendo melhor
seus nichos de mercado, identifican-
do estruturas de custos e modelos de
estabelecimento de preços da concor-
rência, mediante a utilização de infor-
mações disseminadas no meio.
�. A GESTÃO DE PESSOAS E DA INTELIGÊNCIA
A inovação deve ser preocupação de
todos os colaboradores da empresa,
em todos os níveis. Entretanto, é fun-
damental que existam equipes espe-cialmente voltadas para a atividadedepesquisaedesenvolvimento e ins-
tâncias especialmente voltadas para
estimular a criatividade.
A empresa deve preocupar-se de con-
tratar e manter uma equipe especial-
mente treinada e capacitada para pes-
quisar e desenvolver novos produtos
e processos, a partir das novas idéias
sugeridas nas instâncias de estímulo à
criatividade.
Por isso, a contrataçãodeprofissio-naiscomtreinamentonaatividadedepesquisa - mestres e doutores – é de
grande importância para que a empre-
sa possa inovar.
O estímulo à criatividade exige que
sejam superadas algumas barreiras
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importantes no comportamento daspessoas, em especial por parte dos
cargos de gerência. A crítica e a puni-
ção dos erros desestimulam qualquer
ambiente criativo. Erros devem serentendidos como oportunidades deaprendizado e a tentativa deve serrecompensada.
Ferramentas fundamentais na gestão
de pessoas voltada para a inovação
são a GestãodaInformaçãoeaGes-tãodoConhecimento. A informação
existe em qualquer organização, o pro-
blema é a sua falta de estruturação,
que facilita a perda de informações
úteis e o excesso de informações inú-
teis, o chamado lixo informacional.
Por outro lado, as pessoas são deten-
toras de conhecimento, o capital inte-
lectual da empresa, que muitas vezes
não é aproveitado da melhor forma,
com os indivíduos ocupando cargos e
funções que não correspondem ao seu
perfil profissional. A gestão do conhe-
cimento é um bom instrumento para a
conformação de equipes motivadas,
para valorizar os talentos internos e
para criar um ambiente organizacional
voltado para a criação, transferência e
utilização do conhecimento.
A gestão de pessoas para a inovação
supõe promoveracriatividade. Nes-
se sentido, existem diversas técnicas
que podem ser usadas para aumen-
tar a criatividade de uma equipe tais
como o Brainstorming (“tempestade
de idéias”) e a sua versão escrita, o
Brainwriting (“escrevendo o que pen-
samos”).
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A gestão de pessoas deve considerar
a adequaçãodas liderançasno pro-
cesso de mudanças promovidas pela
criatividade e a inovação. Orientações
básicas para a mudança são a forma-çãodeequipes, a administraçãoporobjetivos, a negociação, a delegação
e o planejamentocomoumaatitudepermanente.
�. A GESTÃO DE ESPAÇOS
Pode parecer óbvio, mas por isso mes-
mo muitas vezes não é levando em
conta o fato que profissionais criativos
trabalham melhor em ambientes que
estimulam a criatividade. Ambientesde qualidade melhoram a produtivi-dadedequalqueratividade. Quando
essa atividade é pensar em como fazer
melhor e diferente, as condições do
espaço em que ela se da são de vital
importância.
Organizar o ambiente de trabalho,
criar condições materiais e funcionais
que permitam aos indivíduos se con-
centrarem nas suas tarefas fins e não
nos meios para realizá-las, constitui
uma ferramenta importante de gestão
da inovação.
O espaço que favorece a inovação é
um espaçoondesemisturamaqua-lidadematerial e umbomambientede relaçõesentreaspessoas. É um
ambiente institucional de transparên-
cia, aprendizado e reconhecimento
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dos valores individuais, que funciona
num espaço físico agradável, confor-
tável e aconchegante.
A preocupação com a qualidade, com
a higiene, com a funcionalidade, com
a segurança e com a beleza do espaço
de trabalho aponta para a criação de
ambientes que estimulam a culturada inovação. As técnicas de contro-
le e gestão dos ambientes de trabalho
oriundas do modelojaponês (sistema
toyota de produção) constituem uma
importante ferramenta nesse sentido.
A cultura da inovação gerada em
ambientes que estimulam o questio-
namento e a criatividade produtiva
favorece as relaçõeshorizontaisein-formaisemoposiçãoàsrelaçõeshie-rárquicaseverticais;estimula a troca
de experiências e conhecimento, ques-
tiona as tradições, aceita e enfrenta os
riscos como desafios de superação e
não tão somente como ameaças ou
perigos.
�. A GESTÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL
Para realmente funcionar como fator
de competitividade, as inovações de-
vem ser protegidas para que assim
não possam ser utilizadas pelos con-
correntes. Para proteger as inovações
existem diversasformasderegistro,
tais como os direitos autorais, mar-casepatentes.
Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL
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A patente é uma concessão cedida
pelo governo, que garante ao titular
a propriedade de explorar comercial-
mente sua criação, e assim evita que
terceiros copiem ou comercializem
determinado produto sem autorização
previa, em condições de vantagem
desleal, visto que não arcaram com os
custos da inovação e que possam ven-
dê-lo a mais baixo preço.
A patente também permite ao empresá-
rio, através da concessãodelicenças
deuso da inovação patenteada, ter um
retorno dos custos investidos no de-
senvolvimento da inovação, se conso-
lidando em um importante instrumento
para o aumento da rentabilidade de
umproduto.
No Brasil, quem se ocupa do registro
de direitos, marcas e patentes é o Ins-
tituto Nacional da Propriedade Inte-
lectual(INPI), organismo do Governo
Federal, vinculado ao Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comér-
cio Exterior. Mas em todos os Estados
vêm sendo criados grupos ou núcle-
os de orientação, apoio e proteção à
propriedade intelectual, assim como
em universidades e institutos de tec-
nologia.
Esta é uma ferramenta fundamental de
gestão da inovação, mas é importante
saber que para obter a patente de uma
invenção ou de um produto novo, é
necessário que o mesmo seja passível
de industrialização e comercialização.
Nãoépossívelobterpatentessópara
idéiasouparainvençõesquenãopo-
demserindustrializadas.
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21
�. A NORMALIZAÇÃO
Normalização é o cumprimento das
normas técnicas existentes num de-
terminado país ou setor empresarial.
As normas servem para estabelecer
requisitos de qualidade, de desempe-
nho ou de segurança, bem como para
estabelecer procedimentos, padronizar
formas, dimensões, tipos, usos, fixar
classificações ou terminologias nos
processos produtivos.
O cumprimento das normas existentes
é o ponto de partida para que inova-
ções possam ser reconhecidas e regis-
tradas, transformando-se efetivamente
em ferramentas de competitividade
no mercado. Num cenário marcado
pela globalização da economia e pela
concorrência internacional, aumenta
a importância de produtos com maior
valor agregado e portadores de maior
conteúdo tecnológico. Nesse contexto,
asbarreiras técnicasparaacomer-
cializaçãodebenseserviços tendem
também a aumentar, o que faz neces-
sário que as empresas se preocupem
cada vez mais com a normalizaçãode
seusprodutoseprocessos.
Daí a importância da certificação, no
sentido de que as normas técnicas es-
tão sendo cumpridas. A certificação
é realizada por organizações indepen-
dentes para atestar e declarar que um
produto, serviço, pessoa ou sistema
está em conformidade com os requi-
sitos técnicos especificados. Essas
organizações são normalmente deno-
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minadas OrganismosdeCertificação(OC),ouOrganismosdeCertificaçãoCredenciados(OCC).
No Brasil a atividade de certificação
é desenvolvida, nos mais variados
setores industriais e pode ser de ca-
ráter voluntário, ou seja, por decisão
da própria empresa, ou compulsó-rio, determinada pelo governo para
poder comercializar produtos ou ser-
viços. A partir das últimas décadas
do século XX, tornou-se crescente
a necessidade de apresentar certifi-cação de sistemas de gestão (com
base nas normas ISO �000 e ISO
1�000, entre outras) e de produtos
para viabilizar relações comerciais
entre empresas de diferentes países.
No Brasil, o órgão responsável pela
elaboração das normas de caráter
voluntário é a Associação Brasileirade Normas Técnicas – ABNT. Já
o Instituto Nacional de Metrologia,NormalizaçãoeQualidade Industrial– INMETRO é o órgão governamental
encarregado da formulação e execu-
ção da política nacional nessas áreas e
responsável, portanto, pelo credencia-
mento dos organismos de certificação.
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2�
�. A ANÁLISE PRÉVIA E A AVALIAÇÃO DE RESULTADOS
O estudo cuidadoso das novas idéias e
da sua possível aplicação em produtos
comercialmente bem sucedidos, é uma
ferramenta básica de gestão da inova-
ção. Diferentemente da avaliação dos
resultados comerciais das inovações,
a análisepréviatemcomoobjetoosresultadosdaspesquisastécnicasecientíficaseasuatransformaçãoemprodutosnovosoumelhorados.
A análise prévia supõe caracterizar a
tecnologia proposta, analisar os resul-
tados obtidos em testes e protótipos,
estudar a situação do mercado para
a nova tecnologia, levando em con-
ta toda a cadeia produtiva e analisar
a viabilidade econômica, financeira e
comercial (em termos de parcerias e
financiamento) dos novos produtos.
A avaliação de resultados refere-seao estudo crítico do comportamen-todasinovaçõesnomercado, a sua
contribuição para a competitividade
da empresa no seu nicho específico, a
sua adequação aos objetivos estraté-
gicos da empresa face aos seus con-
correntes e o grau de atendimento às
necessidades e demandas de clientes
e consumidores.
Para avaliar resultados é importante
então definir como mediressesresul-tados, o que implica na adoção de in-dicadoresdeprodutividadeedequa-lidade. Os indicadores de produtivida-
de procuram avaliar se a empresa esta
produzindo mais com menos recursos
Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL
2�
e os indicadores de qualidade referem-
se ao desempenho dos produtos face
às necessidades dos clientes.
Análise prévia e avaliação de resulta-
dos devem ser práticas permanentes
na gestão da inovação e, dessa forma,
devem estar incorporadas ao plane-
jamento estratégico e operacional da
empresa, prevendo espaçosinstitucio-nais e recursos para a sua realização.
�. A GESTÃO POR PROJETOS E DE PROJETOS
Um projeto é uma ação a ser realizada,
num tempo determinado, com obje-tivos precisos e com recursos huma-
nos, materiais e financeiros claramente
estabelecidos.
Gerenciar um projeto - gestãodepro-jetos - é o acompanhamento e controle
da sua execução. Gestãoporprojetos
é a organização das atividades da em-
presa em projetos.
Kit Metodológico PARA A INOVAÇÃO EMPRESARIAL
2�
Na gestão por projetos, as atividades
realizadas correspondem aos diversos
projetos planejados, os quais devem
se enquadrar nas diretrizes e planos
estratégicos da empresa.
A gestão por projetos permite organi-zarasatividades da empresa de acor-
do com os seus objetivos e permite
controlar a sua execução e avaliar os
seus resultados.
Os elementosbásicos que compõem
um projeto são:
• o diagnóstico da situação (mercado e
tecnologia)
• os objetivos
• a justificativa
• os recursos humanos e materiais
• o orçamento (custo dos recursos)
• a viabilidade
• o cronograma (tempo de execução das
atividades)
• o método de execução (normas, proce-
dimentos e fluxos) e
• o método de acompanhamento e avalia-
ção de resultados.
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PARTE 3GLOSSÁRIO E
ENDEREÇOS
1. GLOSSÁRIO
Auditoria:exame sistemático e independente
para se verificar se as atividades e seus re-
sultados estão em conformidade com requi-
sitos especificados e objetivos planejados.
Aglomeradoprodutivo:empresas que atuam
numa mesma atividade econômica normal-
mente em um mesmo território, com nível
elevado de articulação inter-empresarial, tra-
balhando em redes ou de forma cooperada.
Aprendizagemorganizacional: processo de
aquisição e assimilação coletiva de novas
bases de conhecimento para adaptação,
geração e aperfeiçoamento do processo de
produção da empresa.
ArranjosProdutivosLocais(APL):arranjos
produtivos são aglomerações de empresas
localizadas em um mesmo território, que
apresentam especialização produtiva e man-
têm algum vínculo de articulação, interação,
cooperação e aprendizagem entre si e com
outros atores locais tais como governo, as-
sociações empresariais, instituições de cré-
dito, ensino e pesquisa.
Atividades de Ciência e Tecnologia: Qual-
quer trabalho relacionado com a geração,
o avanço, a difusão e aplicação de conhe-
cimento científico e técnico em todos os
campos da atividade humana. Constituem
atividades de ciência e tecnologia a pesquisa
básica, científica, aplicada ou tecnológica;
o desenvolvimento experimental de produto
ou processo; a administração da pesquisa
científica e tecnológica; os eventos técnicos
e científicos; a educação e o treinamento em
ciência e tecnologia e os serviços de apoio
à pesquisa.
Ativofixo:bens, direitos e valores que a em-
presa não pretende vender em curto prazo
e que não são facilmente conversíveis em
dinheiro.
Ativo imobilizado: conjunto de bens e di-
reitos necessários à manutenção das ativi-
dades da empresa, podendo apresentar-se
tanto na forma tangível (edifícios, máquinas,
etc.), como na forma intangível (marcas, pa-
tentes, etc.).
Ativos intangíveis:são bens não-físicos. O
termo define os ativos de uma empresa que
não têm representação física. Fazem parte
dos ativos intangíveis as patentes, franquias,
nomes e marcas, etc.
Auto-sustentabilidade: capacidade da em-
presa de manter-se no mercado de modo
competitivo.
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Avaliação de conformidade: qualquer ati-
vidade com o objetivo de determinar, direta
ou indiretamente, que um produto, proces-
so, pessoa ou serviço atende aos requisitos
técnicos especificados pelos órgãos compe-
tentes.
Basetecnológica: processo ou produto que
resulta da pesquisa científica e cujo valor
agregado advém das áreas de tecnologia
avançada: informática, biotecnologia, quími-
ca fina, mecânica de precisão, novos mate-
riais, etc.
Benchmarking: um processo contínuo de
comparação dos produtos, serviços e práti-
cas empresariais entre os mais fortes con-
correntes ou empresas reconhecidas como
líderes. É um processo de pesquisa que
permite realizar comparações de processos
e práticas “empresa-a-empresa” para identi-
ficar o melhor do melhor e alcançar um nível
de superioridade ou vantagem competitiva.
Cadeiadevalor: conjunto das diversas eta-
pas de produção, que começa com a matéria
prima, inclui o fornecimento de equipamen-
tos, o aparato tecnológico e institucional e se
encerra com a distribuição e comercialização
do produto final.
Cadeiasprodutivas:referem-se ao conjunto
de etapas pelas quais passam e vão sendo
transformados e transferidos os diversos in-
sumos, em ciclos de produção, distribuição
e comercialização de bens e serviços.
Capacidade tecnológica: habilidade que a
empresa possui de reter e utilizar informa-
ções para as atividades que favorecem o do-
mínio de tecnologias para a aquisição de no-
vos conhecimentos e a inovação contínua.
Capitalderisco:investimento temporário em
empresas emergentes com evidente poten-
cial de crescimento por meio de aquisição de
ações ou debêntures conversíveis em ações
visando rentabilidade acima das alternativas
disponíveis no mercado financeiro.
Capital intelectual: conjunto de conheci-
mento e informações acumulado pelos fun-
cionários da organização.
Capital social: parcela do patrimônio líqui-
do de uma empresa, o qual abrange não
somente as parcelas entregues pelos acio-
nistas, mas também os valores obtidos pela
empresa e que, por decisão dos acionistas
ou proprietários, são incorporados no capital
social.
Centrode inovaçãoouCentrode tecnolo-
gia:organização que abriga e promove a ge-
ração de empreendimentos inovadores e de-
senvolve atividades para o desenvolvimento
de conhecimento científico e tecnológico e a
capacitação tecnológica, financeira e geren-
cial das empresas numa região.
Centrodepesquisaedesenvolvimento: or-
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ganização que abriga atividades de estudos
empíricos e laboratórios.
Certificação Compulsória: estabelecida
pelo governo para comercialização de pro-
dutos e serviços (exemplos: certificação de
preservativos masculinos e certificação de
fios e cabos elétricos).
Certificações: procedimento de verificação
e produção de atestado formal, efetuado por
especialistas, relativo à presença de requisi-
tos mínimos estabelecidos quanto às qualifi-
cações de pessoal, processos, procedimen-
tos, ou itens de acordo com necessidades
específicas aplicáveis a empresa.
Certificado de Conformidade: documento
emitido, de acordo com as regras de um sis-
tema de certificação, para declarar a confor-
midade de um produto, processo ou serviço
às normas técnicas ou outros documentos
normativos.
Clínicatecnológica:é constituída por servi-
ços de consultorias tecnológicas, prestados
por especialistas a empreendedores e em-
presários de micro e pequenas empresas,
com o objetivo de fornecer soluções sob
medida para problemas específicos de pro-
dutos e processos.
Cluster:pólo produtivo consolidado pela in-
teração entre empresas de determinado se-
tor econômico que apresentam possibilidade
de crescimento contínuo superior àquele
das aglomerações econômicas comuns. O
cluster apresenta alto potencial de beneficia-
mento através de maior atração de capital,
redução do lead time, custos, e riscos; maior
qualidade e flexibilidade de mão de obra, au-
mento do dinamismo empresarial e da quali-
dade de vida da região.
Conhecimento científico: competência que
se adquire através da pesquisa ou investiga-
ção científica, seguindo as etapas da meto-
dologia científica e que dão origem a teorias
explicativas dos fenômenos estudados.
Credenciamento:modo pelo qual um orga-
nismo autorizado dá reconhecimento formal
de que uma organização ou pessoa é compe-
tente para desenvolver tarefas específicas.
Culturaempresarial: compreende um con-
junto ou sistema de significados que são
compartilhados por uma determinada em-
presa. Ela inclui valores e crenças, ritos,
histórias, formas de relacionamento, tabus,
tipos de gestão, de distribuição da autorida-
de, de exercício da liderança e uma série de
outros elementos.
Cursosin company:atende às necessidades
específicas de uma empresa, nas suas de-
mandas de capacitação e aprimoramento.
DeclaraçãodoFornecedor:procedimento
pelo qual um fornecedor dá garantia escrita
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que um produto, processo ou serviço está
em conformidade com os requisitos especi-
ficados.
Desenvolvimento experimental: trabalho
sistemático delineado a partir de conheci-
mento preexistente, obtido por meio da pes-
quisa e/ou da experiência prática e aplicado
na produção de novos materiais, produtos e
aparelhagens, no estabelecimento de novos
processos, sistemas e serviços e, ainda, no
aperfeiçoamento de bens já produzidos ou
de processos já estabelecidos.
Desenvolvimento sustentável: desenvolvi-
mento industrial que atende às necessidades
presentes sem comprometer a possibilidade
de as gerações futuras satisfazerem as suas
próprias necessidades. Preserva o meio am-
biente e os recursos naturais renováveis.
Design: esforço criativo através do qual se
projetam todo tipo de coisas, incluindo uten-
sílios, vestimentas, peças gráficas, livros,
máquinas, processos, ambientes e também
interfaces de programas.
Diferenciação: a capacidade que uma em-
presa tem de ser percebida como diferente
dos concorrentes, em função de suas van-
tagens competitivas. Ela pode se diferenciar
a partir da segmentação de seu mercado,
seu posicionamento e seu Mix de Marketing
(produto, preço, promoção e ponto-de-ven-
da/distribuição).
Difusão tecnológica: processo de generali-
zação, adoção, melhoramento e adaptação
contínua de inovação técnica entre usuários
potenciais.
Direitos autorais: ramo do Direito Privado
destinado a regulamentar as relações jurí-
dicas surgidas da criação e da utilização de
obras literárias, artísticas ou científicas.
Empresas de base tecnológica: organiza-
ção que fundamenta sua atividade produtiva
no desenvolvimento de novos produtos ou
processos, baseado na aplicação de conhe-
cimentos científicos e tecnológicos e na utili-
zação de técnicas avançadas ou pioneiras.
Engenharia não-rotineira: atividades de
engenharia diretamente relacionadas ao pro-
cesso de inovação, envolvendo o desenvolvi-
mento de produtos e/ou processos.
Ergonomia:avaliação de tarefas, trabalhos,
produtos, ambientes e sistemas, a fim de
torná-los compatíveis com as necessidades,
habilidades e limitações das pessoas.
Fomento:aplicação de recursos orçamentá-
rios governamentais destinados a estimular
atividades diversas; é frequentemente apli-
cado às atividades relacionadas à pesquisa
científica e tecnológica.
Fundo de investimento: é uma entidade
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financeira, formada pela união de vários in-
vestidores que se juntam para a realização
de um investimento financeiro, visando um
determinado objetivo ou retorno esperado,
dividindo as receitas geradas e as despesas
necessárias para o empreendimento.
Fundossetoriais: são instrumentos de finan-
ciamento de projetos de pesquisa, desenvol-
vimento e inovação no País. Seus recursos
são alocados no FNDCT e operados pela
FINEP. Comitês gestores definem suas dire-
trizes e planos anuais de investimentos.
Gestãodainovação:conjunto de atividades
da função gerencial que coordena esforços
para apoiar a criatividade dos seus membros
e prover contextos de pesquisa e desenvolvi-
mento para que eles gerem novos produtos
e processos.
Gestãodaqualidade:consiste numa estraté-
gia de administração orientada a criar cons-
ciência de qualidade em todos os processos
organizacionais. Seu objetivo é a implicação
não só da empresa inteira mais também a
organização estendida: fornecedores, distri-
buidores e demais parceiros de negócios
Gestãotecnológica: estratégia de utilização de
técnicas de administração com a finalidade de
maximizar o potencial tecnológico da empresa.
Licenciamentode tecnologia: acordo con-
tratual pelo qual uma organização vende a
outra empresa os direitos de uso de tecno-
logia de sua propriedade, sob a forma de
patentes, processos e/ou know-how técnico
e pelo qual recebe pagamentos de royalties
e/ou outra forma de compensação.
Melhoriacontínua: as empresas são muni-
ciadas com ferramentas para se organizarem
e buscarem sempre resultados melhores.
Atua de forma ampla para reconhecer e
eliminar os desperdícios existentes na em-
presa, sejam em processos produtivos já
existentes ou em fase de projeto, produtos
novos, manutenção de máquinas e proces-
sos administrativos.
Metrologia:ciência da medição que abran-
ge todos os aspectos teóricos e práticos
relativos às medições, qualquer que seja a
incerteza, em quaisquer campos da ciência
ou tecnologia.
Metrologia: é a ciência das medições que
trata de como obter uma informação confi-
ável a partir do uso de um instrumento de
medição, que é algo imperfeito.
Nicho de mercado: segmento de mercado
especializado, com características próprias
e que oferecem oportunidades de negócios
para empreendimentos específicos.
NichoTecnológico: oportunidade de inovação
de natureza predominantemente incremental,
detectada no paradigma tecnológico vigente,
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que utiliza competências essenciais da em-
presa ou da região, para possibilitar vanta-
gem competitiva em determinado mercado.
OrganismodeInspeção(OI):entidade res-
ponsável por avaliar se determinada caracte-
rística ou conjunto de características de um
produto ou serviço atendem aos requisitos
técnicos especificados.
Organização de Terceira Parte: organiza-
ção independente, não envolvida diretamente
na produção do produto/ na prestação do
serviço ou representante de seus interesses
(primeira parte), nem com o consumo deste
produto ou serviço ou quem representa os
seus interesses (segunda parte).
Paradigma tecnológico: padrão ou mode-
lo para solução de problemas tecnológicos
ou econômicos que define as necessidades
mais relevantes, os princípios científicos
utilizados para a realização de determinada
tarefa e o material tecnológico a ser utilizado.
O paradigma tecnológico determina as opor-
tunidades tecnológicas que resultam em ino-
vações e alguns procedimentos básicos para
a exportação dessas inovações.
Patente:título de propriedade temporária so-
bre invenção, modelo de utilidade ou desenho
industrial, outorgado pelo estado ao inventor,
autor, pessoa física ou jurídica detentora de
direitos sobre a criação. A patente confere
ao seu titular uma situação legal, pela qual a
invenção patenteada pode ser explorada (fa-
bricada, importada, vendida e usada), com
autorização do particular.
Planodenegócios:documento no qual esta-
rão registrados o conceito do negócio, os ris-
cos, os concorrentes, o perfil da clientela, as
estratégias de marketing e o plano financeiro.
Produtividade sistêmica: abordagem inte-
grada dos diversos fatores que integram os
processos produtivos: sociais, tecnológicos,
culturais, econômicos e ambientais.
Produtividade: (a) maximização dos resulta-
dos da empresa através da otimização dos
recursos utilizados; (b) medida da eficiência
de uma empresa ou organização na utiliza-
ção de recursos, calculada através da divi-
são da produção física obtida numa unidade
de tempo por um dos fatores de produção
(trabalho, bens, capital).
Programa:conjunto de projetos ou ações per-
manentes estabelecidas para atingir objetivos,
que utilizam recursos de uma mesma fonte.
Projeto: atividade ou conjunto coordenado
de atividades, com início e término definidos,
dirigidas para alcançar objetivos explícitos e
justificados, segundo uma metodologia defi-
nida e empregando recursos humanos, mate-
riais e financeiros previamente estabelecidos.
Propriedadeindustrial: conjunto de direitos
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que compreende as patentes de invenção, os
modelos de utilidade, os desenhos ou mo-
delos industriais, as marcas de fábrica ou
de comércio, as marcas de serviço, o nome
comercial e as indicações de proveniência
ou denominações de origem, bem como a
repressão da concorrência desleal.
Propriedade intelectual: conjunto de direi-
tos que competem a um indivíduo (escritor,
artista ou inventor) como autor de uma obra
imaginada, elaborada ou inventada. O título
de propriedade intelectual pode ser concedido
nas categorias: artística,, técnica e científica.
Protótipo: modelo original básico represen-
tativo de invenção ou criação nova, feito em
escala, e que apresenta todas as caracterís-
ticas essenciais do produto final desejado. O
protótipo é utilizado em testes físicos.
Qualidade: características de valor de um
produto ou serviço que atende às especifi-
cações ou padrões de excelência referentes
a esse produto ou serviço.
QualificaçãodoFornecedor:atividade re-
alizada pelo produtor ou comprador do bem
ou serviço, para avaliar se seu fornecedor
atende aos requisitos especificados.
Requisitos Técnicos Especificados: itens
ou critérios definidos em uma norma técni-
ca, regulamento técnico ou outro documento
de referência.
Responsabilidadesocial:é a forma ética e
responsável que a empresa desenvolve to-
das as suas ações, suas políticas, suas prá-
ticas, suas atitudes, tanto com a comunidade
quanto com o seu corpo funcional.
Royalties: trata-se de uma retribuição finan-
ceira paga mensalmente pelo franqueado ao
franqueador pelo uso contínuo da marca e
pelo apoio permanente que o franqueado re-
cebe (treinamentos, suporte mercadológico,
suporte administrativo, etc.).
SistemaNacionaldeMetrologia,Normali-
zaçãoeQualidadeIndustrial(SINMETRO):
criado em 1���, tem como finalidade o de-
senvolvimento e implementação da política
nacional de metrologia, normalização e ava-
liação da qualidade industrial. Qualquer enti-
dade pública ou privada que exerça atividade
relacionada aos assuntos pode integrar-se
ao SINMETRO. Possui como órgão norma-
tivo o CONMETRO e como órgão executivo
o INMETRO.
Sistema Brasileiro de Certificação (SBC):
conjunto de organizações, atividades, regras
e procedimento reconhecido pelo governo
brasileiro para garantir a transparência e
credibilidade da atividade de certificação e
atividades correlatas. O órgão executivo do
SBC é o INMETRO.
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Spin-off: empresa impulsionada por outra
já estabelecida no mercado, para atuar na
mesma área de negócio, mas com produto
ou serviço diferente daquele que a empresa
original comercializa.
Tecnologia da informação: aquela que se
aplica às áreas da informática, telecomuni-
cações, comunicações, ciência da computa-
ção, engenharia de sistemas e de software.
Tecnologia industrial básica: tecnologia
aplicada ao processo de manufatura de uma
indústria.
Tecnologia limpa: tecnologias capazes de
produzir com pouco ou nenhum resíduo e/
ou impacto ambiental. Do mesmo modo, ao
produto formado por esta tecnologia é exi-
gido que seja ambientalmente correto – ou
seja, não apresente risco para qualquer usu-
ário durante todo seu ciclo de vida – e que o
descarte seja possível e eficiente nos requi-
sitos de consumo de energia.
Tecnologia: refere-se a técnicas, métodos,
procedimentos, ferramentas, equipamentos
e instalações que contribuem para a realiza-
ção e obtenção de um ou vários produtos.
Em geral, divide-se a tecnologia em duas
categorias: tecnologia de produto e tecnolo-
gia de processo. As tecnologias de produto
caracterizam-se por resultarem em compo-
nentes tangíveis e facilmente identificáveis,
as de processo incluem técnicas, métodos e
procedimentos utilizados para obter determi-
nados produtos.
Transferência de tecnologia: intercâmbio
de conhecimento e habilidades tecnológicas
entre instituições acadêmicas de pesquisa e
empresas. É feita na forma de contratos de
pesquisa e desenvolvimento, serviços de
consultoria, formação profissional, inicial
e continuada, venda de patentes, marcas e
processos industriais, publicação na mídia
científica, apresentação em congressos,
migração de especialistas, programas de
assistência técnica, espionagem industrial e
atuação de empresas multinacionais.
Valor agregado: procedimento através do
qual uma empresa desenvolve e melhora
produtos ou serviços antes de oferecê-los a
seus clientes.
Vantagemcompetitiva: conjunto de fatores
fundamentais que influem na diferenciação
de produtos e processos num ambiente de
concorrência econômica.
Vantagemtecnológica: capacidade da empre-
sa de se manter na fronteira do conhecimento
para o favorecimento do processo de inovação.
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��
2. ENDEREÇOS NA INTERNET
http://www.inovacaotecnologica.com.br
http://www.infotec.org.br
http://www.inovar.org.br
http://www.institutoinovacao.com.br
http://www.mbc.org.br
http://www.mct.gov.br
http://www.desenvolvimento.gov.br
http://www.bndes.gov.br
http://www.finep.gov.br
http://www.abdi.com.br
http://www.sebrae.com.br
http://www.senai.br
MBC » SBN » Quadra 1 » Bloco B » Sala 404 » Edifício CNC » CEP: 70041.902 » Brasília/DFFone/Fax: (55) (61) 3329.2101 » [email protected]
Esta publicação contou com o apoio MCT/FINEP através do projeto “Mobilizar para Inovar”