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A partir de uma iniciativa do Sparknews, as mais importantes midias internacionais

estão unindo forças para promover o jornalismo de soluções. Ajude-os nessa missão!

Sparknews é uma empresa social cujo objetivo é buscar e compartilhar iniciativas

positivas através de mídias líderes mundiais, e inspirar empresas a inovar e

contribuir a construir um mundo melhor.

Sparknews gostaria de agradecer aos nossos jornais parceiros, Axa, Total, ADP e

Ashoka. Contate-nos: [email protected]

Uma foto sua com o seu jornal nas mídias sociais pelo

#ImpactJournalism@sparknews

@JornalOGlobo

Os ganhadores das melhores selfies terão a chance de encontrar alguns dos mais prestigiados redatores chefes.

Dos brainstormings organizados pelo Make Sense, criados para ajudar projetos a superar seus desafios.

Seu projeto ou um projeto que voce conheça e que mereça ser publicado por 45 jornais líderes mundiais para edição do IJD 2016.

AXA, um parceiro fundador do IJD

Alinhada às iniciativas de proteção realizadas pelo grupo, a AXA escolheu apoiar o

Impact Journalism Day 2015 na promoção de soluções positivas ao redor do mundo.

Uma melhor proteção começa com um conhecimento aprofundado dos riscos aos

quais estamos expostos.

É por isso que a AXA apoia globalmente pesquisas universitariás, via o AXA Research

Fund, uma iniciativa única centrada no patrocinio cientifico.

Nos também precisamos melhor compreender as soluções destinadas a nos proteger.

AXA People Protectors’ reúne 1.5 milhoes de seguidores em 49 paises na sua página

do Facebook para compartilhar projetos e ideias sobre como podemos proteger

nossos próximos e o nosso meio ambiente. Os artigos publicados durante o Impact

Journalism Day estarão disponíveis no www.facebook.com/axapeopleprotectors

_ @axa

Aeroportos de Paris, parceiro do Impact Journalism Day, por oferecer ao IJD uma

visibilidade excepcional nos seus terminais, particularmente no Terminal 2E do

Aeroporto Paris Charles de Gaulle - ranqueado pela última pesquisa Skytracks

como o 6° melhor terminal de aeroporto do mundo. _

Total, parceiro ‘acesso à energia’ do Impact Journalism Day. Segunda maior

operadora de energia solar, a Total também investe em novos modelos

sustentáveis de acesso à energia. _

A estrada de terra batida conduza um vasto campus. Em umagrande sala de aula, Geeta Devi,de 45 anos, explica uma espéciede circuito complexo a um gru-po de mulheres que rodeiamsua mesa de trabalho. Geeta éuma das centenas de engenhei-ras solares do Barefoot College(“Escola dos Pés Descalços”, emportuguês), cujo público-alvosão mulheres de cerca de 40anos — a maioria já avós. A uni-versidade atrai mulheres dos lo-cais mais remotos da Índia e en-sina suas alunas a construir pai-néis solares, que fornecerãoenergia para suas vilas.

Além de iluminar aldeias, oprograma também se tornouuma ferramenta importante pa-ra o empoderamento das mu-lheres rurais, muitas das quaisanalfabetas. A vida de Geetapassou por uma mudança radi-cal. Em vez de ficar confinada auma rotina de trabalho no cam-po, com o gado e a família, ela éfinanceiramente independente,graças ao pequeno salário men-sal que ganha na universidade.

— Hoje, sou importante —orgulha-se.

A Barefoot College foi funda-da no início dos anos 1970 peloativista social Sanjit “Bunker”Roy, e é dedicada ao ensino daenergia solar desde 1989. Estálocalizada em Tilonia, no desér-tico estado de Rajasthan, a cer-ca de cem quilômetros da capi-tal local, Jaipur. Os trabalhos dauniversidade começaram commulheres da região, expandi-

ram-se para o resto da Índia e,hoje, chegam a 64 países. A ins-tituição tem um importantecampus em Serra Leoa, um no-vo em Zanzibar e outros plane-jados em Sudão do Sul, Tanzâ-nia, Burkina Faso, Senegal, Li-béria e Guatemala.

Boa parte das atividades aindaocorre em Tilonia. Todos osanos, a universidade recebe cemmulheres da Índia e 80 da Ásia,África e América Latina, quepassam pelo curso de seis mesesde duração. O governo indianoreconhece a Barefoot desde2008 e cobre o treinamento e oscustos de viagem das avós. O fi-nanciamento de pessoas físicase fundações privadas ajuda a pa-gar os equipamentos.

INVESTIMENTO SÁBIOCada avó aprende a montar, fa-zer a manutenção e o reparo depainéis solares. Quando dátempo, também são ensinadasa fabricar absorventes higiêni-cos, mosquiteiros e velas.

— O treinamento de mulhe-res mais velhas parece um in-vestimento sábio — asseguraRoy. — Elas ficarão nas aldeias enão têm interesse em procuraremprego na cidade. Querem vi-ver mais perto da terra, de seusfilhos e animais, e transmitir osseus ensinamentos para as ge-rações mais jovens.

Joselyn Mateo Diaz, uma avóde 41 anos da República Domini-cana, viajou por toda a Índia naprimavera passada para apren-der como sua vila pode ser abas-tecida por energia solar — comojá acontece na vila vizinha à sua.

— O governo se esqueceu denós — diz. — Meu único desejo éestudar com minha neta à noite.

E, em breve, ela conseguiráfazê-lo. Joseyn, que aprendeu a

ler sozinha, não tem problemasem acompanhar as aulas, reali-zadas em inglês básico e refor-çada por linguagem de sinais.Os moradores de sua vila paga-rão uma bolsa mensal, que co-brirá os seus serviços, assim co-mo componentes e peças de re-posição para os painéis.

— Nós mantemos os modelosde Barefoot para que possamser administrados e controla-dos pelas próprias comunida-des — comenta Roy.

MENOS EMISSÃO DE CARBONOEm todo o mundo, cerca de 1,3bilhão de pessoas vivem sem ele-tricidade, sendo 300 milhões deindianos. No país, a energia elé-trica chega a 75% dos habitantes— em zonas rurais, este índicecai para 67%. O mais preocupan-te é que cerca de 800 milhões deindianos são dependentes defontes de combustíveis fósseis eoutras procedências poluentes.

Até agora, aproximadamente750 avós foram formadas emBarefoot, e seus painéis ilumi-nam cerca de 1.160 vilas. Issocontribui para a redução de até13 toneladas de emissões decarbono por dia.

Além disso, o trabalho comenergia solar traz renda às famí-lias pobres. Vilas indianas abas-tecidas com energia elétrica porfontes convencionais não po-dem confiar que receberão oserviço durante o dia inteiro.

— Em vilas com energia so-lar, não há corte de energia —garante Roy.

No novo campus, Geeta exi-be os painéis solares a mulhe-res que rodeavam a sua mesa:

— Elas sempre me pergun-tam: “Vou conseguir lidar comisso?” Digo que, se eu consegui,elas também serão capazes. l

Na Barefoot College, mulheres rurais aprendem a manter painéis solares e levam energia limpa para aldeias

NILANJANA BHOWMICK

SparkNews

FOTOS DE DIVULGAÇÃO

Energia. Aluna da Barefoot College: só na Índia, 750 avós formadas e 1.160 vilas iluminadas por painéis solares

Projeto ilumina vilas e capacita vidas na Índia

Novos circuitos. Estudantes aprendem a criar e a manter as estruturas

“As mulheres maisvelhas queremviver perto da terra e transmitiros ensinamentosaos mais jovens”Sanjit “Bunker” RoyFundador da Barefoot College

Pediatorkope, a ilha de Ganaonde a luz vem de um carrossel

Uso do brinquedo no playground deuma escola gera

eletricidade

Gerar energia através de jo-gos. Esta é uma ideia sim-ples, mas inspirada, da orga-nização humanitária ameri-cana Empower Playgrounds,especializada na geração deeletricidade para equipa-mentos de playground volta-dos a crianças em países emdesenvolvimento.

Pediatorkope, uma peque-na e pobre ilha no sudeste deGana, não tem eletricidade.A ilha não é ligada ao sistemaenergético nacional. Para le-var luz até lá, a EmpowerPlaygrounds teve a ideia deinstalar um carrossel noplayground de uma escolaprimária da região. Quandoas crianças empurram e gi-ram o brinquedo, alimentamuma turbina que gera ener-gia e recarrega baterias, quepodem abastecer lâmpadasLED por mais de 40 horas.

MOTIVAÇÃO PARA ESTUDARAs crianças são responsáveispor recarregar as bateriasdurante a hora do recreio. Ànoite, elas levam as lâmpa-das para casa. É uma ideiarevolucionária porque, atéagora, era difícil ter luz apóso anoitecer. Essas lâmpadas— que também são menosperigosas do que as antigas,a óleo, ainda adotadas pormuitos moradores da ilha —ajudam os estudantes a te-rem condição de fazer o de-ver de casa. Como resultado,eles estão conseguindo no-tas melhores na escola.

— Antes, não podíamos

mandar dever de casa paraas crianças, porque era noitequando elas voltavam paracasa e não havia iluminação.Por isso, o desempenho naescola era fraco — lembraum professor. — Agora, como uso das lâmpadas, já ve-mos muitos progressos. E

também existe mais motiva-ção para os alunos irem alémda escola primária.

O projeto do carrossel jáestá presente em 42 escolasde Gana. O país africano éconstantemente afetado porcortes de energia, que inter-rompem atividades rotinei-ras da população, especial-mente na zona rural.

A organização humanitá-ria também está lançandooutro projeto: a criação deuma pequena fábrica queproduzirá energia solar, on-de a população poderá com-prar baterias para iluminarlâmpadas e carregar celula-res. O dispositivo terá dura-ção de um mês e custaráaproximadamente US$ 1,50— uma verba que será apli-cada na manutenção daplanta de energia solar. l

EMPOWER PLAYGROUNDS INC/CRYS KEVAN LEE

Brincadeira. Carrossel em escola de Gana: baterias recarregadas no recreio

OLIVIER GASSELIN E

SABINE HERVY

L’Actu - Mon Quotidien

Com as lâmpadasque levam paracasa à noite, osestudantes têmcondição de fazerdever, aumentandoo rendimentoescolar

User: Clrocha Time: 06-19-2015 20:46 Product: OGlobo PubDate: 20-06-2015 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_AH Color: CMYK

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