FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS
ALINE LOPES DA SILVA
MARCELLA REIS SILVA
LEVANTAMENTO DAS PARASITOSES INTESTINAIS ANALISADOS
NO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS DA FEF NO PERÍODO
DE JANEIRO A JULHO DE 2011
FERNANDÓPOLIS 2011
ALINE LOPES DA SILVA MARCELLA REIS SILVA
LEVANTAMENTO DAS PARASITOSES INTESTINAIS ANALISADOS NO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS DA FEF NO PERÍODO DE
JANEIRO A JULHO DE 2011
FERNANDÓPOLIS
2011
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Fundação Educacional de Fernandópolis, como requisito parcial para obtenção do titulo de Bacharel em Farmácia. Orientadora: Prof.ª Esp. DaianeFernanda Pereira Mastrocola.
FOLHA DE APROVAÇÃO
ALINE LOPES DA SILVA
MARCELLA REIS SILVA LEVANTAMENTO DAS PARASITOSES INTESTINAIS ANALISADOS NO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS DA FEF NO PERÍODO DE JANEIRO A JULHO DE 2011
Data de aprovação: 07/11 / 2011
Examinadores: Professora: Esp. Daiane Fernanda Pereira Mastrocola Curso: Biomedicina Instituição: Faculdades Integradas da Fundação Educacional de Fernandópolis.
Professor: MS. Jeferson Leandro de Paiva Curso: Farmácia Instituição: Faculdades Integradas da Fundação Educacional de Fernandópolis.
Professora: MS. Vânia L. Lucatti Ferreira Sato Curso: Farmácia Instituição: Faculdades Integradas da Fundação Educacional de Fernandópolis.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Fundação Educacional de Fernandópolis como requisito parcial para obtenção do titulo de Bacharel em Farmácia.
Dedicamos este trabalho primeiramente a Deus,
pela força nos momentos de dificuldades, pois é o nosso refúgio e fortaleza.
Aos nossos pais e familiares, pelo carinho, amor e compreensão em todos os momentos desde a nossa existência.
E aos nossos amigos que contribuíram na realização dessa formação.
Agradecemos em primeiro lugar a Deus, que é nosso refúgio e inspiração, a quem
recorremos sempre que necessário, e buscamos força pra continuar a luta em busca do
sucesso pessoal e profissional. A Ele que nos iluminou e nos possibilitou alcançar essa
gloria da conquista do grau acadêmico. Pelo amor, discernimento e bênçãos
dadas a nós. Obrigada Senhor!
Aos nossos Pais, Graciano e Ana Valéria, Onismar e Sandra
pela ajuda, carinho, atenção dispensados a nós, pela força que nos passam, a
maneira pela qual nos conduziram até aqui, por possibilitarmo-nos adquirir maturidade e a
essência para viver, viver de maneira honesta, digna e correta, por nos fazerem sorrir
quando desejávamos chorar... Sem vocês essa conquista não teria o mesmo valor, o
mesmo significado.
A nossa orientadora, a professora Daiane Mastrocola pela compreensão, auxilio e
tempo dispensados durante o período de orientação desse trabalho, pelas dicas e
sugestões bibliográficas. Que não mede esforços para nos auxiliar e pelo exemplo que
você nos dá de postura e profissionalismo.
Especialmente aos professores Vânia Luiza Ferreira Lucatti Sato, Jeferson Leandro
de Paiva e Anísio Storti pela atenção, carinho, dedicação e pelo exemplo que nos passa,
pelo amor à docência e a forma que nos inspira pela profissão. Pela disposição, os
conselhos e o enriquecimento intelectual e cognitivo
que nos possibilitou durante esses anos de graduação.
Aos nossos amigos que fazem parte de nossas vidas e juntamente conosco
escrevem mais esse capítulo de nossa história; aos colegas; familiares; todos nossos
professores do curso de graduação em Farmácia da FEF, que são brilhantes, experientes
e nos fazem amar a profissão a cima de tudo
com ética, respeito e virtude; funcionários da FEF e demais pessoas que
contribuíram de forma direta ou mesmo indiretamente para a realização e concretização
desse estudo acadêmico. E em especial aos pacientes
do Laboratório de Analises Clínicas da FEF por serem peças fundamentais para o
sucesso desse trabalho. A todos nosso carinho e Muito Obrigada...
“Andei, por caminhos difíceis eu sei. Mas olhando o chão sob meus pés,
vejo a vida correr. E assim, cada passo que eu der, tentarei fazer o melhor que puder. Aprendi, não tanto quanto quis, mas vi que conhecendo o universo ao
meu redor, aprendo a me conhecer melhor. E assim escutarei o tempo, que ensinará a tomar a decisão certa, em cada momento. E partirei, em busca de
muitos ideais, sei que hoje se encontram o meu passado, presente e futuro. Hoje sinto em mim a emoção da despedida, hoje é um ponto de chegada e, ao
mesmo tempo, ponto de partida...” (Fernando Sabino)
RESUMO
LEVANTAMENTO DAS PARASITOSES INTESTINAIS ANALISADOS NO
LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS DA FEF NO PERÍODO DE JANEIRO A JULHO DE 2011
As infecções parasitárias intestinais representam um problema de saúde pública mundial, e que não se difere em âmbito nacional. No Brasil elas apresentam maior prevalência em populações de nível socioeconômico mais baixo e que vivem em condições precárias de saneamento básico, resultando em altos índices de morbidade e mortalidade; frequentemente produzem déficits orgânicos, sendo um dos principais fatores debilitantes da população, e associando-se freqüentemente a quadros de diarréia crônica e desnutrição, comprometendo, como conseqüência, o desenvolvimento físico e intelectual da população. Apesar dos esforços no combate às verminoses, as infecções intestinais por parasitoses ainda são excessivamente comuns, e constituem um mal endêmico em nosso país. Por se tratar de uma problemática de grande relevância e de incidência atual elaboramos um estudo bibliográfico associado a uma pesquisa de campo com o propósito de aprofundar nossos conhecimentos e evidenciar os casos mais recorrentes de parasitoses encontradas em amostras analisadas no Laboratório de Analises Clinicas da FEF – “Fundação Educacional de Fernandópolis.” Foram analisados 143 exames coproparasitológicos, dos quais 14 (9,52%) deram resultados positivos para algumas enteroparasitoses, os agentes encontrados foram Giardia lamblia 03 (21,43%), Entamoeba coli 06 (42,86%), Endolimax nana 02 (14,28%) e Strongyloides stercoralis 03 (21,43%). Com relação ao sexo, as parasitoses são frequentes em mesma quantidade entre homens e mulheres, porém a Entamoeba coli e Endolimax nana é encontrada tanto em homens quanto em mulheres. Na faixa etária de 0 a 13 anos, o parasita encontrado foi a Giardia lamblia, tanto para meninos quanto para meninas. Acima dos 13 anos, o parasita presente foi a Entamoeba coli, também em homens e mulheres. Palavras - chave: Parasitoses, levantamento, enteropatias parasitárias, analises clínicas.
ABSTRACT
Lifting of intestinal parasites analyzed in the Laboratory of Clinical Analysis of FEF the period January to july 2011
Intestinal parasitic infections represent a public health problem worldwide, and that there is no difference nationwide. In Brazil they have a higher prevalence in populations of lower socioeconomic status and living in poor sanitation, resulting in high morbidity and mortality, often organic produce deficits, and is a major debilitating factors of population, and associating often the pictures of chronic diarrhea and malnutrition, compromising, as a consequence, the physical and intellectual development of the population. Despite efforts in the fight against worms, intestinal parasitic infections are still too common, and constitute an endemic evil in our country. Because it is an issue of great importance and we make an actual incidence associated with a bibliographic field research in order to deepen our knowledge and highlight the most recurrent cases of parasites found in samples analyzed in the Clinical Laboratory of the FEF - "Fernandópolis Educational Foundation." 143 examinations had been analyzed, of which 14 (9.52%) had given resulted positive for some intestinal parasitism the joined agents had been Giardia lamblia 03 (21.43%), Entamoeba coli 06 (42.86%), Endolimax nana 02 (14.28%) and Strongyloides stercoralis 03 (21.43%). With regard to gender, parasites are common in the same amount of men and women, but Endolimax nana and Entamoeba coli is found in both men and women. In the age group 0 to 13 years, the parasite Giardia lamblia was found for both boys and girls. Above 13 years, the parasite Entamoeba coli was present also in men and women. Key - words: parasites, lifting, parasitic intestinal diseases, intestinal worms.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 a – Cisto de Giardia lamblia sem coloração ...............................................18
Figura 1 b – Cisto de Giardia lamblia com coloração de lugol..................................18
Figura 2 – Ciclo biológico da Giardia lamblia ...........................................................19
Figura 3 – Cisto da Entamoeba coli ..........................................................................21
Figura 4 – Trofozoito da Entamoeba coli ..................................................................21
Figura 5 – Cisto de Endolimax nana .........................................................................22
Figura 6 – Larva do Strongyloides stercoralis ..........................................................27
Figura 7 – Larva macho do Strongyloides stercoralis ...............................................27
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Distribuição das amostras analisadas .....................................................30
Tabela 2 – Distribuição dos parasitas encontrados ..................................................31
Tabela 3 – Distribuição dos parasitas de acordo com o sexo ...................................32
Tabela 4 – Distribuição dos parasitas por faixa etária e sexo ...................................33
Tabela 5 – Frequência dos parasitas de acordo com os meses ............,..................35
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Distribuição das amostras analisadas ...................................................30
Gráfico 2 – Distribuição dos parasitas encontrados .................................................32
Gráfico 3 – Distribuição dos parasitas de acordo com o sexo .................................33
Gráfico 4 – Distribuição dos parasitas por faixa etária e sexo..................................34
Gráfico 5 – Frequência dos parasitas de acordo com os meses .............................35
LISTA DE ABREVIATURAS
LAC – FEF - Laboratório de Analises Clínicas da Fundação Educacional de
Fernandópolis
OMS – Organização Mundial da Saúde
SIH – Sistema de Informação Hospitalar
FUNASA – Fundação Nacional de Saúde
SUS – Sistema Único de Saúde
PI – Parasitoses Intestinais
pm – Picometro
µm – Micrometro
mm – Milímetro
LCR – Líquido Cefalorraquidiano (líquor)
SNC – Sistema Nervoso Central
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................13
1.1 Parasitoses Intestinais.....................................................................................14
2. DESENVOLVIMENTO...........................................................................................17
2.1 Revisão de Literatura.......................................................................................17
2.1.1 Giardia lamblia .....................................................................................17
2.1.2 Entamoeba coli .....................................................................................20
2.1.3 Endolimax nana.....................................................................................22
2.1.4 Strongyloides stercoralis ......................................................................23
2.1.5 Profilaxia e Tratamento das Parasitoses Intestinais.............................28
2.2 Materiais e Métodos........................................................................................29
2.3 Resultados e Discussões................................................................................30
3. CONCLUSÃO........................................................................................................36
4. REFERÊNCIAS ....................................................................................................37
13
1. INTRODUÇÃO
As enfermidades parasitárias são apontadas como indicadores de desenvolvimento
socioeconômico de um país, e um frequente problema de saúde pública, afetando
indivíduos independentemente da idade, sexo, desencadeando além de problemas
gastrintestinais, comprometimentos, dores e desconfortos gerais. Embora não sejam
medidos esforços por parte dos órgãos de saúde mundial para controlar estas
enfermidades, não tem ocorrido uma redução nestes índices, considerando
principalmente as famílias de baixa renda, cuja condição de vida precária, má higiene e
nutrição, contribuem ainda para a propagação das enfermidades parasitárias.
As parasitoses intestinais são responsáveis pela diminuição da qualidade de vida da
população causando perdas econômicas, diminuição da produtividade, prejuízo da função
de órgãos vitais, contribuindo para o aumento da desnutrição e outras formas de
patologias clínicas. O panorama das infecções parasitárias não apresentou grandes
mudanças nestes últimos 30 anos tendo-se registrado altos níveis de positividade. Devido
a essa problemática desenvolvemos esse estudo bibliográfico a fim de esclarecer e
compreender efetivamente essa temática de grande relevância e interesse para nossa
formação acadêmica.
O presente trabalho de revisão bibliográfica tem como objetivo a oferta de
conhecimentos teóricos e cognitivos sobre parasitoses intestinais, preconizando o
diagnóstico e a caracterização dos quadros epidemiológicos das mesmas. O presente
estudo caracterizou as parasitoses intestinais quanto ao respectivo diagnóstico
parasitológico; uma vez diagnosticada e caracterizada, é de grande importância o
tratamento, controle e prevenção, através de atividades educacionais que visem à
mudança de comportamento daqueles com resultados positivos. Além de promover essas
mudanças comportamentais na população acreditamos que esse trabalho influenciará a
consciência crítica e sensibilizará os alunos para os problemas sociais, contribuindo assim
para uma formação mais holística, tornando-os agentes transformadores conscientes de
seu papel na sociedade.
14
1.1 Parasitoses Intestinais
As infecções parasitárias intestinais representam um problema de saúde pública
mundial de difícil solução e contribuem para problemas econômicos, sociais e médicos.
No Brasil, elas também ainda constituem um sério problema, apresentando maior
prevalência em populações de nível socioeconômico mais baixo e condições precárias de
saneamento básico, resultando em altos índices de morbidade e mortalidade;
frequentemente produzem déficits orgânicos, sendo um dos principais fatores debilitantes
da população, e associando-se frequentemente a quadros de diarréia crônica e
desnutrição, comprometendo, como consequência, o desenvolvimento físico e intelectual,
particularmente das faixas etárias mais jovens da população (LUDWIG et al, 2009).
As parasitoses humanas, provocada por agentes específicos, denominados
parasitas. É uma doença frequente, de difícil controle dos órgãos públicos, que acomete o
ser humano de forma irrestrita. Ocorre em crianças e adultos, de ambos os sexos, em
todas as classes sociais, tanto na zona rural como nas cidades, sendo mais comum em
áreas de baixo nível socioeconômico. A doença é transmitida por alimentos
contaminados, frutas e verduras mal lavadas, água contaminada, carnes cruas ou mal
cozidas, mãos sujas, objetos contaminados (chupetas, brinquedos, copos, pratos,
talheres, etc.) (LUDWIG et al, 2009).
A forma de contaminação humana mais comum é via oral-fecal, sendo transmitida
através de água e alimentos contaminados com ovos de parasitas. Em alguns casos,
como a infecção por ancilostomídeos, a via de entrada do parasita é a própria pele,
através de penetração direta (LUDWIG et al, 2009).
A sintomatologia pode variar de leve a grave. Nos quadros leves, as manifestações
podem ser inespecíficas, como anorexia, irritabilidade, distúrbios do sono, vômitos
ocasionais, náuseas e diarréia. Quadros mais graves são comuns em pacientes
desnutridos e imunodeprimidos, devido há baixa imunidade e ao sistema de defesa estar
deprimido. Em caso de urgência, quando as parasitoses atingem uma quadro clínico mais
grave e que afete a integridade da pessoa, inicia-se o tratamento com imunossupressor, e
deve-se administrar concomitantemente antiparasitários (MELO, et al, 2004).
Ainda que a mortalidade ocasionada pelas enteroparasitoses seja relativamente
baixa, observam-se, às vezes, complicações, que em muitos casos exigem atenção
hospitalar. A má-absorção, a diarréia, a perda de sangue, a capacidade diminuída de
trabalho, a reduzida taxa de crescimento, bem como as deficiências de cognição e de
15
aprendizado, devido às infecções parasitárias intestinais, constituem importantes
problemas sanitários e sociais (OMS, 1987).
Três fatores principais estão intimamente relacionados com as infecções
parasitárias: o parasito, o hospedeiro e o meio ambiente. O parasitismo é uma relação
direta e estreita entre dois organismos geralmente bem determinados: o hospedeiro e o
parasita, vivendo o segundo á custa do primeiro. Os parasitas obtêm alimentos a
expensas de seu hospedeiro, consumindo os tecidos, humores e conteúdo intestinal,
tendo então um relacionamento com base nutricional, que é essencialmente unilateral,
sendo o hospedeiro indispensável ao parasita que, dele separado, morrerá por falta de
nutrição (AMATO et al., 1969; PESSOA et al.,1982).
Parasitoses intestinais (PI) ou enteroparasitoses decorrem da presença de helmintos
(macroparasitas) e/ou protozoários (microparasitas) no trato digestivo, comprometem
cerca de 25% da população mundial (mais de dois bilhões de pessoas) e se distribuem de
acordo com a região do globo e características das comunidades. Ocorrem em países
desenvolvidos, mas são mais frequentes nos em desenvolvimento (RODRIGUES, 2003).
Apesar dos conhecimentos quanto ao tratamento e prevenção, a espécie humana é
responsável pela manutenção da cadeia de transmissão das parasitoses intestinais,
perpetuando a contaminação fecal do solo e da água, que constitui o principal mecanismo
de disseminação dos parasitas. A invasão do hospedeiro ocorre através da pele (pelo
contato direto com o solo contaminado) e/ou através da boca (pela ingestão de água ou
alimentos contaminados). A ausência ou insuficientes condições mínimas de saneamento
básico e inadequadas práticas de higiene pessoal e doméstica são os principais
mecanismos de transmissão dos parasitas intestinais. Aproximadamente, um terço da
população das cidades e dos países subdesenvolvidos vive em condições ambientais
propícias à disseminação das infecções parasitárias. Embora apresentem baixas taxas de
mortalidade, as parasitoses intestinais ainda continuam representando um significativo
problema de saúde pública, haja vista o grande número de indivíduos afetados e as várias
alterações orgânicas que podem provocar, inclusive sobre o estado nutricional (PRADO,
et al., 2001).
Nos países em desenvolvimento, onde as parasitoses intestinais atingem índices de
prevalência de 90%, a endemicidade está relacionada com a contaminação do meio
ambiente. Ocorrem principalmente sob condições sanitárias inadequadas, possibilitando
transmissão via oral-fecal, o que proporciona risco maior para a população infantil. Nos
16
países desenvolvidos, por outro lado, o nível socioeconômico e a educação sanitária não
asseguram proteção (LUDWING et al, 2009).
No Brasil, apesar das diferenças regionais, a contaminação do meio ambiente é
intensa, elevada a prevalência das parasitoses intestinais e homogênea a distribuição e a
associação dos vários parasitas. No Brasil, 66% das crianças em idade escolar são
parasitadas, sendo comum o multiparasitismo e associação de desnutrição e anemia. Na
Bahia, nas cédulas e moedas em circulação foram identificados ovos e cistos de parasitas
de Entamoeba coli e Ascaris lumbricoides, entre outros agentes que causam
enteroparasitoses (PRADO, et al., 2001).
Essas doenças, muitas vezes, são subestimadas pelos profissionais de saúde,
porém a morbidade a elas associada é significativa. Saneamento básico é considerado
uma das melhores e mais eficazes soluções para a promoção da saúde no Brasil.
Financeiramente, o investimento é relativamente baixo e o retorno é garantido. Dados da
Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que, em um período de dez anos, 4 reais
são economizados em cada 1 real aplicado em obras de saneamento. A rede pública de
saúde também ganha com investimento neste tipo de obra. Dados do Sistema de
Informações Hospitalares (SIH), do Sistema Único de Saúde (SUS), mostram que, na
última década, cerca de 700 mil internações hospitalares ao ano foram causadas por
doenças relacionadas à falta ou inadequação de saneamento (FUNASA, 2004).
17
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Revisão de Literatura
A parasitologia, como estudo dos organismos que vivem em íntima e estreita
dependência de outros seres vivos teve seu início no século XIX. Mas foi no século XX
que seus progressos foram notáveis por incorporarem métodos e técnicas desenvolvidas
em outras áreas, como o da microscopia óptica, da imunologia, da biologia molecular, da
quimioterapia, da epidemiologia etc., chegando a conhecimentos profundos sobre a
sistemática, a estrutura e ultraestrutura, a fisiologia, a patologia e a ecologia da maioria
dos parasitos, chegando a indicar os meios pelos quais as doenças causadas por
parasitos devem ser diagnosticadas, tratadas ou controladas em suas respectivas áreas
endêmicas (REY, 1992).
No entanto, este acúmulo de informações científicas não contribuiu muito por
mudanças equivalentes nas situações das populações sujeitas ao risco de infecção por
parasitos. Isto porque, se nos países desenvolvidos, a transmissão de muitas parasitoses
foi interrompida ou reduzida a níveis insignificantes, o mesmo não ocorreu nos países em
desenvolvimento, dentre eles, o Brasil (REY, 1992).
Muitas são as doenças parasitárias que se configuram de forma endêmica no Brasil,
ou seja, estão presentes constantemente em uma população ou em uma área geográfica
(CARNEIRO; ANTUNES, 2004).
2.1.1 Giardia lamblia
A Giardia lamblia é um parasita intestinal cosmopolita, destacando sua ocorrência
em todas as classes sociais, caracterizando assim a não interferência do nível
socioeconômico em sua prevalência (CIMERMAN, 1999).
O parasito pode ser encontrado em todo o intestino delgado, tendo preferência pelo
duodeno, porém, a forma mais infectante desta moléstia é o cisto (FIGURA 1 e 2) que
além de ser muito resistente, pode sobreviver por até dois meses no meio externo.
Destaca-se, principalmente, pela quantidade de cistos eliminados por dia, cerca de 300
milhões a 14 bilhões (CIMERMAN, 1999).
18
Apresenta-se sob duas formas: a trofozoítica (forma não infectante) e a forma
cística (forma infectante), que é responsável pela disseminação da doença. Localiza-se
no intestino delgado. É uma parasitose intestinal de distribuição universal, afetando tanto
países desenvolvidos como subdesenvolvidos. No Brasil, sua maior prevalência está nas
regiões de clima temperado, como a região Sul. (CIMERMAN, 1999).
Figura 1 a: Cisto da Giardia lamblia Figura 1 b: Cisto da Giardia lamblia com sem coloração coloração de lugol
Fonte: http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/html/image_library.htm
A transmissão ocorre principalmente pela água, ou pela contaminação de frutas e
verduras pelo cisto (FIGURA 3), existe também a possibilidade de se contaminar de forma
direta através do contato entre as pessoas, muito comum em creches e asilos e pela
forma indireta através de artrópodes como moscas e baratas (CARNEIRO, 2004).
19
Figura 2: Ciclo biológico da Giardia lamblia Fonte: http://www.cdc.gov/ncidod/dpd/parasites/giardialamblia/default.htm
A Giardia lamblia apresenta duas formas evolutivas: o trofozoíto e o cisto. O
trofozoíto tem formato de pêra, com simetria bilateral e mede 20 µm de comprimento por
10 µm de largura. A face dorsal é lisa e convexa, enquanto a face ventral é côncava,
apresentando uma estrutura semelhante a uma ventosa. Abaixo do disco, ainda na parte
ventral, é observada a presença de uma ou duas formações paralelas, em forma de
vírgula, conhecidas como corpos medianos. O cisto é oval ou elipsóide, medindo cerca de
12 µm de comprimento por 8 µm de largura. O cisto, quando corado, pode mostrar uma
delicada membrana destacada do citoplasma. No seu interior encontram-se dois ou
quatro núcleos, um número variável de fibrilas (axonemas de flagelos) e os corpos
escuros com forma de meia-lua e situados no pólo oposto aos núcleos (SOGAYAR e
GUIMARÃES apud NEVES, 2006).
Após um período de incubação, que varia de uma ou duas semanas, as
manifestações clínicas do paciente infectado vão depender dos fatores relacionados com
o parasito (cepa, número de cistos ingeridos), da resposta do hospedeiro (idade,
exposição prévia, estado imune, nutrição, ph do suco gástrico) e da duração da infecção.
De uma maneira geral pode-se classificar a giardíase em três manifestações clínicas
principais: forma assintomática, forma aguda e diarréia crônica. A forma assintomática
(portador assintomático) caracteriza-se por ser a mais encontrada em crianças e adultos e
20
o indivíduo infectado pode continuar eliminando cistos nas fezes por um período de até
seis meses (GASPARINI, 2005).
Os mecanismos desencadeadores da diarréia e má absorção intestinal ainda não
estão bem esclarecidos. Sabe-se que a Giardia lamblia coloniza o intestino delgado
superior competindo com a mucosa intestinal na absorção de nutrientes e desconjugação
dos sais biliares, interferindo com a absorção de gorduras e provocando lesão na mucosa,
em especial nos pacientes imunodeprimidos (GASPARINI, 2005).
A maioria dos pacientes tem queixas gastrointestinais inespecíficas. Sintomas
relatados em ordem decrescente de frequência incluem diarréia, fadiga, dor abdominal,
distensão, flatulência, perda de peso, febre e vômitos (OBERHUBER, 1997;
OSTERHOLM, 1981).
O diagnóstico clínico é feito pela história de diarréia prolongada, sem muco, pus ou
sangue, com perda ponderal, intolerância à lactose e pela história epidemiológica
(GASPARINI, 2005).
O diagnóstico laboratorial é feito pela identificação de cistos ou trofozoítos no exame
direto de fezes ou identificação de trofozoítos no fluído duodenal, obtido através de
aspiração. A detecção de antígenos pode ser realizada pelo ELISA, como confirmação
diagnóstica. Em raras ocasiões, poderá ser realizada biópsia duodenal, com identificação
de trofozoítos (BRASIL, 2006).
2.1.2 Entamoeba coli
A Entamoeba coli é o agente causador da Amebíase Comensal (não patogênica).
Possui forma cística e trofozoíta. Sua forma cística é caracterizada pelo formato circular
que evidencia de seis a oito núcleos visíveis. A forma trofozoíta de todas as amebas
(gênero Entamoeba sp) são de difícil diferenciação, pois todas são muito semelhantes.
Elas são formadas por uma célula arredondada de bordas irregulares (emissão de
pseudópodes) e um núcleo grande com cromatina irregular, que pode estar centralizado
ou periférico na célula. A transmissão se dá de maneira oral-fecal (NEVES, 2006).
Seu ciclo biológico se dá através do homem que se infecta ao ingerir cistos
presentes na água ou nos alimentos contaminados. Ocorre o desencistamento, liberando
os trofozoítos que reproduzem-se por divisão binária. Esses trofozoítos novamente
21
formam os cistos, que são evacuados através das fezes. Dentro do cisto o parasito realiza
divisão binária formando de seis a oito novos indivíduos que desencistam quando chegam
ao intestino de um novo hospedeiro (PESSOA, 1982).
O trofozoíto mede cerca de 20 a 50 micrometros (µm, 1 µm equivale a dez elevado a
menos seis metros), citoplasma não é diferenciado em endo e ectoplasma; o núcleo
apresenta a cromatina grosseira e irregular e o cariossoma grande e excêntrico. O cisto
apresenta-se como uma pequena esfera medindo 15-20 µm, contendo até oito núcleos,
com corpos cromatóides finos, semelhantes a feixes ou agulhas (SILVA e GOMES. apud
NEVES, et al., 2006).
É necessário grande cuidado quando se identifica esse organismo, porque ele não é
patogênico e acarreta o tratamento desnecessário, se for confundido com Entamoeba
histolytica (LEVENTHAL e CHEADLE, 2000).
Figura 3: Cisto da Entamoeba coli Disponível em: http://www.ib.unicamp.br/dep_parasitologia/files/dep_parasitologia/PROTOZOARIOS.pdf
Figura 4: Trofozoito da Entamoeba coli
Disponível em: http://www.ib.unicamp.br/dep_parasitologia/files/dep_parasitologia/PROTOZOARIOS.pdf
22
2.1.3 Endolimax nana
A Endolimax nana é o agente causador da Amebíase Comensal (não patogênica).
Possui forma cística e trofozoíta. Sua forma cística é bem pequena, chegando a quase
metade do tamanho das E. coli e E. histolytica. É caracterizada pelo formato circular ou
oval que evidencia de 1 a 4 núcleos visíveis. Geralmente encontra-se mais
frequentemente as formas císticas do que as formas trofozoítas nas fezes. Seu ciclo
biológico é igual ao da E. coli. A transmissão se dá de maneira oral-fecal. (NEVES, 2006).
É a menor ameba que vive no homem. O trofozoíto mede 10-12 µm, com o
citoplasma claro, membrana nuclear fina e sem grãos de cromatina, cariossoma grande e
irregular. O cisto mede 8 µm; é um oval, contendo quatro núcleos pequenos; às vezes
podem ser vistos corpos cromatóides pequenos e ovóides (SILVA; GOMES, apud
NEVES, 2006).
São consideradas comensais não patogênicas. É importante, identificar
corretamente, para assegurar a terapia própria, e se for o caso evitar o tratamento
desnecessário, devido a erro no diagnóstico (LEVENTHAL e CHEADLE, 2000).
Figura 5: Cistos da Endolimax nana Disponível em: http://www.ib.unicamp.br/dep_parasitologia/files/dep_parasitologia/PROTOZOARIOS.pdf
23
2.1.4 Strongyloides stercoralis
O Strongyloides stercoralis é um nematódeo de distribuição mundial, especialmente
nas regiões tropicais, onde o solo deve ser arenoso, poroso, rico em matéria orgânica,
úmido e com ausência de luz direta e a temperatura deve variar de 25ºC a 30ºC
(MACHADO, 1996).
Existem várias formas de se contaminar, uma delas é a que possui maior
prevalência, se faz através da penetração ativa de larvas filarióides na pele. No homem
pode se dar ainda pela autoinfecção interna, onde as larvas rabditóides se transformam
em filarióides penetrando na mucosa do intestino e completando o ciclo pulmonar e pela
autoinfecção externa, onde as larvas filarióides presentes na região anal penetram
ativamente na pele completando seu ciclo (PAULA, 1999).
O equilíbrio entre o hospedeiro e o parasito parece ser predominantemente mantido
pela imunidade celular, embora o mecanismo exato ainda seja duvidoso. A quebra desse
equilíbrio faz com que uma infecção considerada “inocente” se torne uma infecção com
risco de vida (GASPARINI, 2005).
Isso pode ser causado por doenças e drogas, apesar de 15% dos pacientes terem a
função imune intacta. Imunosupressão e uso de corticóides podem desencadear
estrongiloidíase potencialmente fatal em pacientes previamente assintomáticos, mas
cronicamente infectados devido à autoinfecção maciça (FELDMAN et al, 2002;
GASPARINI, 2005).
Os aspectos morfológicos são divididos em seis formas evolutivas de S. stercoralis:
Fêmea partenogenética parasita: Possui corpo cilíndrico com aspecto filiforme
longo, extremidade anterior arredondada e posterior afilada. Mede de 1,7 a 2,5 mm de
comprimento por 0,03 a 0,04 mm de largura. Apresenta cutícula fina e transparente,
levemente estriada no sentido transversal em toda a extensão do corpo. Aparelho
digestivo simples com boca contendo três lábios; esôfago longo, ocupando 25% do
comprimento do parasito, tipo filarióide ou filariforme, cilíndrico, que à altura do quinto
anterior é circundado por um anel nervoso também denominado colar esofagiano; seguido
pelo intestino simples, terminando em ânus, próximo da extremidade posterior. O
aparelho genital, com útero em disposição anfidelfa ou divergente, apresenta ovários,
ovidutos e a vulva, localizada no terço posterior do corpo. Os ovos são alinhados em
diferentes estágios de desenvolvimento embrionário, no máximo até nove em cada ramo
uterino, o anterior e o posterior. Não há receptáculo seminal. A fêmea, que coloca de 30 a
24
40 ovos por dia, é ovovivípara, pois elimina na mucosa intestinal o ovo já larvado; a larva
rabditóide, que é frequentemente libertada ainda no interior do hospedeiro, torna-se a
forma evolutiva de fundamental importância no diagnóstico (COSTA-CRUZ apud NEVES,
2006).
Fêmea de vida livre ou Estercoral: Possui aspecto fusiforme, com extremidade
anterior arredondada e posterior afilada. Mede de 0,8 a 1,2 mm de comprimento por 0,05
a 0,07 mm de largura. Apresenta cutícula fina e transparente, com finas estriações.
Aparelho digestivo simples, com boca contendo três lábios; o esôfago, que é curto, tem
aspecto rabditóide, pois se apresenta dividido em três porções sendo uma anterior,
cilíndrica e alongada (corpo), uma intermediária, estreitada (istmo), e uma posterior,
globulosa (bulbo), o anel nervoso contorna a parte estreitada um pouco adiante do bulbo;
o intestino é simples e de difícil observação devido a presença dos órgãos genitais;
terminando em ânus. Aparelho genital é constituído de útero anfidelfo, contendo até 28
ovos, ovários, ovidutos e a vulva situada próxima ao meio do corpo. Apresenta
receptáculo seminal (COSTA-CRUZ apud NEVES, 2006).
Macho de vida livre: Possui aspecto fusiforme, com extremidade anterior
arredondada e posterior recurvada ventralmente. Mede 0,7 mm de comprimento por 0,04
mrn de largura. Boca com três lábios, esôfago tipo rabditóide, seguido de intestino
terminando em cloaca. Aparelho genital contendo testículos, vesícula seminal, canal
deferente e canal ejaculador, que se abre na cloaca. Apresenta dois pequenos espículos,
auxiliares na cópula, que se deslocam sustentados por uma estrutura quitinizada
denominada gubemáculo (COSTA-CRUZ apud NEVES, 2006).
Ovos: São elípticos, de parede fina e transparente, praticamente idênticos aos dos
ancilostomídeos. Os originários da fêmea parasita medem 0,05 mm de comprimento por
0,03 mm de largura e os da fêmea de vida livre são maiores, medindo 0,07 mm de
comprimento por 0,04 rnrn de largura. Excepcionalmente, os ovos podem ser observados
nas fezes de indivíduos com diarréia grave ou após utilização de laxantes (COSTA-CRUZ
apud NEVES, 2006).
Larvas rabditóides: O esôfago, que é do tipo rabditóide, dá origem ao nome das
larvas. As originárias das fêmeas parasita são praticamente indistinguíveis das originadas
das fêmeas de vida livre. Apresentam cutícula fina e hialina. Medem 0,2 a 0,03 mm de
comprimento por 0,015 mm de largura. Apresentam vestíbulo bucal curto, cuja
profundidade é sempre inferior ao diâmetro da larva, característica que a diferencia das
larvas rabditóides de ancilostomídeos em que o vestíbulo bucal é alongado e sua
25
profundidade é igual ao diâmetro do corpo. O intestino termina em ânus afastado da
extremidade posterior. Apresentam primórdio genital nítido formado por um conjunto de
células localizadas um pouco abaixo do meio do corpo. Essa característica também
auxilia na diferenciação das larvas de ancilostomídeos que apresentam somente vestígio
de primórdio genital. Terminam em cauda pontiaguda. Visualizada a fresco, as larvas se
mostram muito ágeis com movimentos ondulatórios. As larvas L1 ou L2 originadas da
fêmea parasita atingem o meio externo, sendo encontradas de uma a 25 larvas por grama
de fezes. Nas formas disseminadas são encontradas na bile, no escarro, na urina, nos
líquidos duodenal, pleural e cefalorraquidiano (LCR) (COSTA-CRUZ apud NEVES, 2006).
Larvas Filarióides: O esôfago, que é do tipo filarióide, dá origem ao nome das larvas.
Este é longo, correspondendo a metade do comprimento da larva. Cutícula fina e hialina.
Medem de 0,35 a 0,50 mm de comprimento por 0,01 a 0,031 nm de largura. Apresenta
vestíbulo bucal curto e intestino terminando em ânus, um pouco distante da extremidade
posterior. A porção anterior é ligeiramente afilada e a posterior afina-se gradualmente
terminando em duas pontas, conhecida com cauda entalhada, que a diferencia das larvas
filarióides de ancilostomídeos, que é pontiaguda. Esta é a forma infectante do parasito
(L3) capaz, portanto, de penetrar pela pele ou pelas mucosas; além de serem vistas no
meio ambiente, também podem evoluir no interior do hospedeiro, ocasionando os casos
de auto-infecção interna (COSTA-CRUZ apud NEVES, 2006).
As larvas filariódes e rabditóides são diferenciadas pelo estágio evolutivo e
morfologia. As larvas filariódes são de terceiro estágio, infectantes que não se alimentam
e tem bainha, esôfago longo e estreito. Enquanto as larvas rabditóides são de primeiro
estágio, infectantes que se alimentam, tem esôfago com bulbo refringente (LEVENTHAL e
CHEADLE, 2000).
As patologias causadas pela estrongiloidíase se configuram em forma de lesões
cutâneas, lesões pulmonares e lesões intestinais, além dos sintomas gerais como
anemia, emagrecimento, desidratação e irritabilidade nervosa. Cabe aqui ressaltar, a
íntima relação deste helminto com as condições físicas do ambiente, pois por se tratar de
um geo-helmintíase – (transmitido pelo solo) sua transmissão torna-se extremamente
infectante, pois seu ciclo de vida livre lhe assegura a sobrevivência por um período que
varia de uma a três semanas (PAULA, 1999).
Estrongiloidíase não-complicada compreende as formas cutânea, pulmonar e
intestinal. É a mais frequente e caracteriza-se pela ausência de auto-infecção e pelo
envolvimento de órgãos pertencentes ao ciclo biológico do parasito. 30% a 50% dos
26
indivíduos infectados são assintomáticos e seguem um curso crônico e benigno. Entre os
indivíduos sintomáticos, prevalecem as manifestações gastrointestinais e pulmonares
(GASPARINI, 2005).
A maior parte dos pacientes com Strongyloides stercoralis não apresenta sintomas
abdominais. Pacientes podem apresentar um rash urticariforme serpiginoso (que se
caracteriza por alterações cutâneas com aparecimento súbito de manchas e pápulas
avermelhadas, por todo o corpo, acompanhadas de prurido (coceira) intenso; essas
lesões cutâneas curam-se em uma parte e se alastram por outra, parecendo que se
deslocam) causado pala rápida migração dérmica da larva filarióide, que geralmente se
apresenta na região perianal. Um estudo de prisioneiros de guerra mostrou ser este rash
de pele uma queixa mais comum do que os sintomas gastrointestinais (FELDMAN et al,
2002; GILL, 1979).
As manifestações digestivas são dor epigástrica, mimetizando um quadro de doença
ulcerosa péptica, anorexia, náuseas, vômitos, prurido anal, diarréia líquida com muco
abundante e até quadro de má absorção e perda ponderal (FELDMAN et al, 2002).
O pulmão, que pertence ao ciclo normal do parasito, é o órgão extra-intestinal mais
frequentemente envolvido na síndrome de hiperinfecção (45 a 48%). As manifestações
pulmonares são tosse produtiva, dispnéia, hemoptise, broncoespasmo, broncopneumonia,
pneumonia lobar, abscesso pulmonar e insuficiência respiratória aguda (GILL, 1979).
A estrongiloidíase disseminada é frequente em pacientes severamente
imunodeprimidos, muitas vezes se complicando com infecções bacterianas ou fúngicas. A
maioria dessas infecções é causada por bactérias Gram-negativas entéricas, enterococos
e Candida sp. Tem alta letalidade, sendo a sepse a principal causa de óbito. O
acometimento inclui o SNC (meningite, crises convulsivas e abscesso cerebral), o fígado
(icterícia e quadro de obstrução da árvore biliar, hepatite granulomatosa), rins, coração,
peritônio, linfonodos abdominais, pâncreas, tireóide, paratireóide e próstata. Em certos
casos, o envolvimento do órgão só é conhecido na realização da necropsia (GASPARINI,
2005).
27
Figura 6: Larva do Strongyloides stercoralis. Fonte: http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/html/imagelibrary.htm
Figura 7: Larva macho do Strongyloides stercoralis. Fonte: http://campeche.inf.furb.br/sias/parasita/fotos.htm
A estrongiloidíase tem distribuição mundial heterogênea. Nos países desenvolvidos,
a infecção prevalece em agricultores, hortigranjeiros e trabalhadores rurais, enquanto que
nos países tropicais, a doença atinge principalmente crianças, pela frequente
permanência em solos contaminados (COSTA-CRUZ, 2004.)
Se houver suspeita desse parasita e houver eosinofilia, deve-se realizar um exame
de fezes cuidadoso para pesquisa de larvas, que podem, no entanto, ser difíceis de
encontrar. Existem também diversos tipos de exames sorológicos, mas sua sensibilidade
é variável, estando também sujeitos a reações cruzadas com outros parasitas. O método
em placa de Agar parece ser o mais sensível para identificação de larvas (FLOCH et al,
2007).
28
2.1.5 Profilaxia e Tratamento das Parasitoses Intestinais
Giardia lamblia: Como medidas de controle deve-se enfatizar a necessidade de
medidas de higiene pessoal, educação sanitária como lavar as mãos após a utilização do
banheiro, ferver e filtrar a água potável e instalações sanitárias adequadas (BRASIL, M.
S., 2006). O tratamento pode ser realizado com secnidazol, tinidazol, metronidazol,
furazolidona, nimorazol, paromomicina, albendazol e nitazoxanida (GASPARINI, 2005).
Entamoeba coli: Geralmente o tratamento é realizado com amebicidas, como o
Metronidazol (Flagyl®). A profilaxia dessa parasitose é realizada com a melhoria de
condições sanitárias; higiene dos alimentos e das mãos; consumo de água fervida ou
filtrada; tratamento dos doentes (BRASIL, 2010).
Endolimax nana: A profilaxia está em torno da educação sanitária, onde simples
medidas podem pelo menos amenizar a contaminação. Outra forma seria estimular a
população para fazer exames preventivos, com fins de identificar os casos assintomáticos
e tratá-los, evitando assim a transmissão dos parasitos (BRASIL, 2006).
Strongyloides stercoralis: Como medida preventiva está a redução de infecção
com tratamento sanitário adequado das fezes e o uso de calçados. Quimioterapia em
massa em comunidades com alta endemicidade é preconizada por alguns autores
(BRASIL, M. S., 2006). O tratamento pode ser realizado com ivermectina, tiabendazol,
cambendazol e albendazol (GASPARINI, 2005; BRASIL, 2006).
29
2.2 Materiais e Métodos
Este trabalho de cunho qualitativo foi realizado com levantamento bibliográfico de
textos, livros, periódicos, artigos, busca digital nos sites BIREME, MEDLINE, LILACS e
SCIELO e outros onde foram encontrados artigos com embasamento cientifico. A partir
da leitura destas referências foram organizadas as informações pertinentes a parasitoses.
Este estudo foi complementado com base nos registros de análises coproparasitológicas
do Laboratório de Análises Clínicas (LAC) das Faculdades Integradas da Fundação
Educacional de Fernandópolis (FIFE/FEF), situado na Avenida Teotônio Vilela s/n, na
cidade de Fernandópolis/SP. Ao todo encontramos o registro de 143 pacientes que foram
submetidos a exames clínicos no período de janeiro a julho de 2011. A partir dessas
referências e dos dados realizamos esse estudo de caráter cognitivo e de cunho
acadêmico.
30
2.3 Resultados e Discussões
Após a realização da pesquisa de dados no Laboratório de Análises clínicas da FEF,
analisamos o resultado do exame de 143 pacientes, destes 87 (60,9%) eram do sexo
feminino e 56 (39,1%) do sexo masculino, as amostras são referentes de janeiro a julho
de 2011. Destas amostras obtivemos um total de 14 (9,8%) amostras positivas para
algum tipo de enteroparasitose. Conforme especificaremos mais adiante.
A tabela e o gráfico esquematizam essa porcentagem:
Tabela 1: Distribuição das amostras analisadas. Nº de amostras analisadas Amostras Negativas Amostras Positivas
143 129 14
100% 90,2% 9,8%
A baixa taxa de positividade de parasitoses intestinais encontrada entre os
examinados no presente trabalho não elimina a necessidade de adoção de medidas de
controle e erradicação da transmissão.
Gráfico 1: Distribuição das amostras analisadas.
31
Durante a análise encontramos os seguintes parasitas:
Tabela 2: Distribuição dos parasitas encontrados. Parasitas Frequência Porcentagem
Giardia lamblia 3 21,43 %
Entamoeba coli 6 42,86%
Endolimax nana 2 14,28 %
Strongyloides stercoralis 3 21,43 %
Total 14 100%
A Giardia lamblia apresentou 3 casos (21, 43%), sendo todos em crianças e como
sabemos, ela é a causa mais comum de diarréia, por ser um parasito cosmopolita,
relacionado com nível sócio-econômico, cultural e os hábitos de higiene pessoal o que
favorece aparecimento de parasitoses (NEVES et al.,2006). Apenas 2 casos (14,28%) de
Endolimax nana, 6 casos (42,86%) para Entamoeba coli. Estes são protozoários
enterocomensais, que são transmitidos por ingestão acidental de água e alimentos
contaminados com cistos provenientes de fezes humanas, sendo bons indicadores
sanitários, porém não necessitam de tratamento medicamentoso (SATURNINO et
al.,2003).
A Giardia lamblia é encontrada em todo o mundo, mas parece incidir mais em
regiões de clima temperado do que em zonas tropicais. Sua prevalência média era de
7,2%, segundo inquéritos já antigos. Enquanto no Estado de São Paulo a taxa de
prevalência entre escolares era de 20 a 25%, em Sergipe estava em torno de 5% e na
Bahia, de 2% apenas (REY, 1992).
Ela é maior entre os grupos populacionais que apresentam condições precárias de
higiene e em instituições fechadas (creches, asilos, orfanatos etc.). Nos EUA (com
prevalência média de 4%), aproximadamente 30 surtos epidêmicos, devido á água, foram
registrados entre 1942 e 1975, afetando dezenas de milhares de pessoas (REY, 1992).
A presença do Strongiloydes stercoralis em 3 casos (21,43%), afirma a importância
dos aspectos ambientais na prevalência de parasitas intestinais, pois este nematódeo se
caracteriza pelo seu ciclo de vida livre, ou seja, é transmitido principalmente pelos solos
favoráveis.
A incidência maior de positividade entre as parasitoses mais comuns foi as causadas
pelo parasita E. coli, o que indica que as pessoas estão em maior contato com esse
32
parasita. Ao observar a tabela 2 percebe-se que a população parasitada, apresentaram a
presença de Entamoeba coli (42,86%) e Endolimax nana (14,28%), que são indícios da
presença de amebas não patogênicas para o ser humano; porém estes números refletem
as condições precárias sócio-sanitárias principalmente em relação à água e aos alimentos
consumidos, pois são estes os principais meios de se contaminar por estes protozoários.
Gráfico 2: Distribuição dos parasitas encontrados.
Já quando a distribuição dos casos positivos são agrupados e diferenciados pelo
sexo obtemos resultados semelhantes (E. coli e E. nana) e outros distintos (G. lamblia e
S. stercoralis), porém há um equilíbrio se levarmos em consideração os resultados como
um todo. São sete casos positivos em cada sexo.
Tabela 3: Distribuição dos parasitas de acordo com o sexo. Parasita Masculino Feminino
Giardia lamblia 1 (7,14%) 2 (14,29%)
Entamoeba coli 3 (21, 43%) 3 (21,43%)
Endolimax nana 1 (7,14%) 1 (7,14%)
Strongyloides stercoralis 2 ( 14,29%) 1 (7,14%)
33
Gráfico 3: Distribuição dos parasitas de acordo com o sexo.
Quanto à frequência de enteroparasitos observadas em diferentes faixas etárias
durante o período de estudo (Tabela 4), constata-se, a partir do primeiro ano de vida, há
um aumento progressivo na frequência de enteroparasitoses, sendo que na faixa de 0 a
13 anos (no sexo feminino) obtém-se a frequência mais elevada (28,57%). E
contraditoriamente no sexo masculino observa-se que a faixa etária com maior
predominância é daqueles maiores de 23 anos (64,28%).
Tabela 4: Distribuição dos parasitas por faixa etária. Feminino Masculino Parasita
0 a 13 anos Acima de 13 anos 0 a 13 anos Acima de 13 anos
Giardia lamblia 2 (14,29%) 0 (0%) 1 (7,14 %) 0 (0%)
Entamoeba coli 1 (7,14 %) 2 (14,29%) 0 (0%) 3 (21,43%)
Endolimax nana 1 (7,14 %) 0 (0%) 0 (0%) 1 (7,14 %)
Strongyloides stercoralis 0 (0%) 1 (7,14 %) 1 (7,14 %) 1 (7,14 %)
34
0
5
10
15
20
25
Giardia lamblia Entamoeba coli
Endolimax nana
Strongyloides stercoralis
Fem (até 13 anos)
Fem (mais de 13 anos)
Mas (até 13 anos)
Mas (mais de 13 anos)
Gráfico 4: Distribuição dos parasitas por faixa etária e sexo.
Diferentes autores realizaram trabalhos de estudo sobre a frequência de
enteroparasitoses em diferentes faixas etárias, determinando que a faixa etária com
índices mais elevados é a de 5 a 12 anos. As crianças estão mais expostas à
contaminação em função do desconhecimento dos princípios básicos de higiene e da
maior exposição a partir do intenso contato com o solo, que funciona como um referencial
lúdico em torno do qual desenvolvem uma série de jogos e folguedos. Postula-se para
uma série de parasitos, particularmente para o Ascaris lumbricoides, que o decréscimo na
ocorrência com o passar da idade, ou seja, as baixas taxas de incidência e prevalência
em adultos, estariam condicionadas não só a uma mudança de hábitos, mas também ao
desenvolvimento de imunidade progressiva e duradoura contra tais parasitos.
Quando levamos em consideração os meses do ano, vemos que a maior incidência
foram os meses de fevereiro e março, com 28,57% cada, totalizando mais da metade de
todos os casos positivos que foram analisados no LAC da Fundação educacional de
Fernandópolis.
35
Tabela 5: Frequência dos parasitas de acordo com os meses. Meses Frequência Parasita Porcentagem
Janeiro 1 Giardia lamblia 7,14%
Fevereiro 4 Giardia lamblia
Endolimax nana
Strongyloides
stercoralis
28,57%
Março 4 Giardia lamblia
Entamoeba coli
Strongyloides stercoralis
28,57%
Abril 2 Entamoeba coli 14,29%
Maio 1 Entamoeba coli 7,14%
Junho 2 Entamoeba coli
Endolimax nana
14,29%
Julho 0 --- 0%
Gráfico 5: Frequência dos parasitas de acordo com os meses.
36
3. CONCLUSÃO
O presente trabalho permite concluir que entre 143 amostras de pacientes
analisadas, no LAC-FEF, 129 (90,2%) eram negativas e 14 (9,8%) eram positivas
para algum tipo de parasitose intestinal. Entre os parasitas encontrados a
Entamoeba coli foi a mais frequente, 6 casos (42,86%), seguida pela Giardia lamblia
e Strongiloides stercoralis com 03 casos cada uma (21, 43%), e apenas 2 casos
(14,28%) para Endolimax nana.
Com relação ao sexo, as parasitoses são frequentes em mesma quantidade
entre homens e mulheres, porém a Entamoeba coli e Endolimax nana é encontrado
tanto em homens quanto em mulheres.
Na faixa etária de 0 a 13 anos, o parasita encontrado foi a Giardia lamblia, tanto
para homens quanto para mulheres. Acima dos 13 anos, o parasita presente foi a
Entamoeba coli, também em homens e mulheres.
Os meses que apresentaram maior positividade foram Fevereiro e março. Este
fato pode ser explicado pela maior quantidade de amostras analisadas nestes dois
meses, quando comparadas aos outros meses. O mês de julho não foi analisado
nenhuma amostra, provavelmente pelo período coincidir com as férias escolares e
acadêmicas.
Atualmente o tratamento de água e saneamento básico, associada a educação e
higiene pessoal são fatores que contribuem para uma diminuição significativa das
parasitoses intestinais. Porém ainda é fato o acometimento da população pelas
mesmas, ressaltando a necessidade da profilaxia, diagnóstico e tratamento dos
doentes acometidos por parasitoses intestinais.
37
4. REFERÊNCIAS
AMATO, V. N. et al. Tratamento das parasitoses intestinais. 3. Ed. São Paulo Artes Médicas, 1969.
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Doenças Infecciosas e Parasitárias. Brasília: MS, 2006. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia de Bolso. Doenças Infecciosas e Parasitárias. Brasília: MS, 8ª Ed revisada. 2010. CARNEIRO, M.; ANTUNES, C. M. de F. Epidemiologia: introdução e conceitos. In: NEVES, D. P. Parasitologia humana. 10. Ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2004. p. 10-20. CIMERMAN, B.; CIMERMAN, S. Giardíase. In: Parasitologia Humana e seus fundamentos gerais. São Paulo: Atenueu, 1999. Cap. 7, p. 28-33. COSTA-CRUZ, J. M. Strongyloides stercoralis. In: NEVES, D. P. et al. Parasitologia Humana, 11ª Ed. São Paulo: Atheneu, 2006. Pag. 275-284. COSTA-CRUZ, J. M.; BULLAMAH, C. B.; GONÇALVES-PIRES, M. R. F. et al - Cryo-micrótomo seções de larvas de coprocultura de Strongyloides stercoralis e Strongyloides ratti como fontes de antígenos para o imunodiagnóstico da estrongiloidíase humana Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo, 39 : 313-317, 1997. FELDMAN, M. et al. Doenças Gastrointestinais e Hepáticas. São Paulo: Elsevier, 2002. FLOCH, M. H. et al. Gastroenterologia de Netter. Porto Alegre: Artmed, 2007. GASPARINI, E. A; PORTELLA R. B. Manual de Parasitoses Intestinais. Rio de Janeiro: Rubio, 2005. GILL G. V., BELL D. R. Infecção por Strongyloides stercoralis em ex-prisioneiros de guerra do Extremo Oriente. Br Med J 2(6190):572-4, 1979. LUDWIG K. M. et al. Correlação entre condições de saneamento básico e parasitoses intestinais na população de Assis, estado de São Paulo. Rev. Soc. Bras.
38
Med. Trop., v. 32, n. 5: 547 – 555, set - out, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid. Acesso em: 23 de Ago. 2011. MACHADO, E. R. Pesquisa de Strongyloides Stercoralis em crianças usuárias de creches Municipais em Uberlândia, Minas Gerais. 1996. 101f. Dissertação (Mestrado em Imunologia e Parasitologia) centro de Ciências Biomédicas, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 1996.
MELO M. C. B., KLEM V. G. Q., MOTA J. A. C., PENNA F. J. Parasitoses intestinais. Rev. Med. Minas Gerais, 2004. NEVES D. P., MELO A. L., GENARO O., LINARDI P. M.; Parasitologia Humana, 10ª edição, São Paulo: Atheneu, 2003. NEVES, D. P., MELO, A. L., LINARD, P. M., VITOR, R. W. A. Parasitologia Humana, 11ª edição, São Paulo: Atheneu, 2006. OBERHUBER G, KASTNER N, STOLTE M. Giardíase: uma análise histológica de 567 casos. Scand J Gastroenterologia 32(1):48-51, 1997. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Prevenção e controle das infecções parasitárias intestinais. Espanha: OMS, 1987. (Série de informes técnicos, 749). OSTERHOLM MT, FORFANG JC, RISTINEN TL. Um surto de giardíase de origem alimentar. Engl J Med 304(1):24-28, 1981. PETRI W. A. Os recentes avanços na amebíase. Crit Rev Clin Lab Sci 33(1):1-37, 199 PAULA, F. M de. Diagnostico Parasitológico e Imunológico da Estrongiloidíase em crianças imunocompetentes e imunodeprimidas. 1999. 85f. Dissertação (Mestrado em Imunologia e Parasitologia)- Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 1999. PESSOA, S. B. Parasitologia médica. 11. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1982. PRADO, M. S. et al . Prevalência e intensidade da infecção por parasitas intestinais em crianças na idade escolar na Cidade de Salvador (Bahia, Brasil) Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba, v. 34, n. 1, 2001. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.phpscript=sci_arttext&pid=S00376822001000100016&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 8 Set. de 2011.
39
RODRIGUES, L. D. Diagnóstico clínico e laboratorial das parasitoses intestinais. In: GUIMARÃES, R. X., GUERRA, C. C. C. - Clínica e laboratório: interpretação clínica das provas laboratoriais, 3. ed. São Paulo, Sarvier, 2003. p.200-3. REY, L. Amebas parasitas do homem. In: Bases da parasitologia medica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1992. Cap. 8, p. 73-78. SATURNINO, A. C. R. D.; et al. Relação entre a ocorrência de parasitas intestinais e sintomatologia: observada em crianças de uma comunidade carente de Cidade Nova, em Natal – Rio Grande do Norte, Brasil. Revista Brasileira de Análises Clínicas, fev./ mar. 2003, vol. 35, n.º 2, p. 85-87. SOGAYAR, M. I. T. L.; GUIMARÃES, S. Giardia. In: NEVES, D. P. et al. Parasitologia Humana, 11ª Ed. São Paulo: Atheneu, 2006. Pag. 121-126. SILVA, E. F.; GOMES, M. A. Amebíase: Entamoeba coli, Endolimax nana. In: NEVES, D. P. et al. Parasitologia Humana, 11ª Ed. São Paulo: Atheneu, 2006. Pag. 275-284. LEVENTHAL, R.; CHEADLE, R. F. Parasitologia Médica, 4ª Ed. São Paulo: Premier, 2000. Pag. 9.