UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Centro de Ciências Agrárias
Departamento de Solos e Engenharia Rural
Programa de Pós Graduação em Manejo de Solo e Água
CARACTERIZAÇÃO E MAPEAMENTO DE SOLOS EM BREJO DE
ALTITUDE NA PROPRIEDADE JARDIM, ÁREA EXPERIMENTAL DO
CCA/UFPB, EM AREIA-PB
Tadeu Montenegro de Miranda Henriques
AREIA, PB
FEVEREIRO DE 2012
TADEU MONTENEGRO DE MIRANDA HENRIQUES
CARACTERIZAÇÃO E MAPEAMENTO DE SOLOS EM BREJO DE
ALTITUDE NA PROPRIEDADE JARDIM, ÁREA EXPERIMENTAL DO
CCA/UFPB, EM AREIA-PB
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós Graduação em
Manejo de Solo e Água da
Universidade Federal da Paraíba,
como parte dos requisitos para a
obtenção do título de "Mestre em
Manejo de Solo e Água". Área de
concentração: Manejo e
Conservação de Solos e Água.
Orientador: Ivandro de França da Silva
Co-orientador: João Carlos Ker
AREIA, PB
FEVEREIRO – 2012
TADEU MONTENEGRO DE MIRANDA HENRIQUES
CARACTERIZAÇÃO E MAPEAMENTO DE SOLOS EM BREJO DE
ALTITUDE NA PROPRIEDADE JARDIM, ÁREA EXPERIMENTAL DO
CCA/UFPB, EM AREIA-PB
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós Graduação em Manejo de Solo e
Água da Universidade Federal da
Paraíba, como parte dos requisitos para
a obtenção do título de "Mestre em
Manejo de Solo e Água". Área de
concentração: Manejo e Conservação de
Solos e Água
Aprovada em 15 de fevereiro de 2012
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Ivandro de França da Silva
CCA/UFPB
Orientador
Dr. José Coelho de Araújo Filho
Embrapa Solos UEP - Recife
Examinador
Prof. Dr. Roseilton Fernandes dos Santos
CCA/UFPB
Examinador
ii
Onde você estava quando lancei os alicerces da Terra? Responda-me, se é que você sabe tanto. Quem marcou os limites das suas dimensões? Talvez você saiba!
E quem estendeu sobre ela a trena? E os seus fundamentos, sobre o que foram postos? E quem colocou sua pedra de esquina?
(Jó 38:4-6)
iii
Mas eu confio em ti, Senhor, e digo: "Tu és o meu Deus".
O meu futuro está nas tuas mãos.
"Eu o instruirei e o ensinarei no caminho que você deve seguir; eu o aconselharei e cuidarei de você".
(Salmos 31:14-15; 32:8)
iv
DEDICATÓRIA
A Valuce, Talita e Vítor, por seu sacrifício tão pouco reconhecido, ao dividirem um
esposo e pai com uma dissertação que tanto exigiu dele.
v
AGRADECIMENTOS
Ao Deus Eterno, pela vida, pela saúde, pela família, pelos amigos, pela Esperança.
A Valuce, que é a alegria da minha vida!
A Talita e Vítor, a quem devo grande parte da minha felicidade neste mundo. É
muito bom ser o pai de vocês!
A minha mãe, dona Oneide, pelo inestimável trabalho na construção do meu coração
e mente (literal e intangivelmente). Seu amor me constrange.
Aos meus jovens amigos, companheiros de lutas acadêmicas, pela solícita e grande
cooperação e pelo tratamento igualitário, mesmo tendo eu a idade dos seus pais. Um
abraço especial para o Thiago, o Jhony, o Emanuel, e o Gutemberg, que
gentilmente me hospedaram diversas vezes. Para a Renata, que me deu aquela
força enquanto cursávamos Estatística Experimental. Ao Járisson, pelo
companheirismo na UFV, e pelo alívio de não mais precisar ouvi-lo "cantar".
Aos funcionários do DSER por sua prestatividade e simpatia.
À coordenação, à secretaria e aos professores do Programa, pela boa vontade e
disponibilidade nos momentos de necessidade. Menção especial da professora
Vânia Fraga, do prof. Guttemberg Silvino e do prof. Roseilton Fernandes, que tão
de perto acompanhou meu trabalho, sempre com palavras de ânimo e apoio; grato
também por sua interpretação dos difratogramas.
Ao meu orientador, prof. Ivandro, pelo direcionamento amigo, tranqüilo e seguro,
nunca me fazendo sentir desânimo após uma conversa, mas, ao contrário, mantendo-
me animado e confiante.
Ao Dr. José Coelho de Araújo Filho, por aceitar integrar minha banca e pelas
valiosas sugestões concedidadas.
Ao prof. João Ker, por me lembrar de que eu não iria "salvar o mundo com a minha
tese", dando-me uma perspectiva mais realista da importância dela na minha vida.
Ao prof. Liovando Costa, pela sua ajuda na identificação dos fitólitos do solo, tema
que pretendo desenvolver num artigo.
Ao prof. Adailson, pelo apoio na fase PROCAD.
À Codevasf por me conceder a oportunidade de, durante dois anos, estar ausente
para aperfeiçoamento profissional.
Ao meu amigo e chefe Luiz Augusto, meu verdadeiro professor de Pedologia, por
seu estímulo e auxilio que foram fundamentais na minha liberação para estudar.
À Dra. Ecila Villani, pela gentil revisão do meu texto final.
vi
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS .............................................................................................. v
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................ viii
LISTA DE TABELAS .............................................................................................. x
RESUMO .............................................................................................................. xii
ABSTRACT ......................................................................................................... xiii
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 3
2.1. Aspectos fisiográficos da área estudada ................................................. 3
2.1.1. O Ambiente Brejo ................................................................................... 3
2.1.2. A Propriedade Jardim ............................................................................. 6
2.1.3. Relevo .................................................................................................... 8
2.1.4. Geologia ................................................................................................. 8
2.2. Aspectos edáficos ...................................................................................... 9
2.3. Argissolos ............................................................................................ 10
2.4. Planossolos ........................................................................................... 11
2.5. Latossolos .............................................................................................. 13
2.6. Gleissolos .................................................................................................. 15
2.7. Neossolos Regolíticos ............................................................................. 16
2.8. Horizontes cimentados (coesos) – fragipans e lamelas ........................ 17
2.8.1. O horizonte plácico ............................................................................... 18
2.8.2. Lamelas ................................................................................................ 20
2.9. Mineralogia do solo .................................................................................. 20
2.10. Caulinita ................................................................................................... 21
. 2.11. Outros minerais de ocorrência frequente nos solos ......................... 22
3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 24
3.1. A área de estudo ...................................................................................... 24
3.2. Coleta de dados ........................................................................................ 24
3.3. Análises físicas ......................................................................................... 25
3.4. Análises químicas ..................................................................................... 25
3.5. Análises mineralógicas ............................................................................ 25
3.6. Classificação dos solos e mapeamento ................................................. 26
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 27
4.1. Distribuição Espacial dos Solos .............................................................. 27
vii
4.2. Topossequências selecionadas ............................................................. 28
4.2.1. Topossequência I ................................................................................ 28
4.2.2. Topossequência II ................................................................................ 44
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES ................................................... 67
6. CONCLUSÕES ................................................................................................. 68
7. REFERÊNCIAS ................................................................................................ 69
8. APÊNDICES ..................................................................................................... 74
APÊNDICE A – Tabelas de descrição geral e descrição morfológica dos
perfis que compõem as topossequências I e II. ............................................ 75
A.1. Topossequência I .................................................................................. 76
A.2. Topossequência II ................................................................................. 80
APÊNDICE B – Difratogramas de raios-X – argila natural .......................... 85
APÊNDICE C – Mapas ...................................................................................... 94
C.1. Localização da área de estudo ............................................................... 95
C.2. Mapa de Solos da Propriedade Jardim ................................................... 96
C.3. Mapa de Uso do Solo e Cobertura Vegetal da Propriedade Jardim ....... 97
C.4. Modelo Digital de Elevação da Propriedade Jardim .............................. 98
C.5. Hidrografia e Curvas de Nível da Propriedade Jardim ........................... 99
C.6. Bacia do rio Mamanguape. Modelo Digital de Elevação ...................... 100
APÊNDICE D – Arquivos Fotográficos ......................................................... 101
D.1. Fotos da propriedade Jardim ................................................................ 102
D.2. Fotos dos Perfis das Topossequências ................................................ 104
APÊNDICE E – Cálculos para definição do horizonte A húmico do Perfil 1
(Latossolo Amarelo Distrófico húmico), segundo Embrapa (2006) .......... 113
9. ANEXOS ......................................................................................................... 114
Anexo 1 - Classes de interpretação da análise do solo ............................. 115
(Segundo Alvarez V et. al, 1999) ................................................................... 115
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Região do Brejo Paraibano, abrangendo oito municípios ........................ 3
Figura 3. Perfil esquemático dos brejos de altitude no Nordeste do Brasil ............ 4
Figura 4.Localização da área de estudo, a 8 km da cidade de Areia-PB ............... 6
Figura 5. Espacialização da Topossequência I, Propriedade Jardim, Areia/PB,
composta pelos Perfis P1 (LAd), P8 (PVAd) , P10 (SXdb) e P7 (GMd) ............... 29
Figura 6. Perfil esquemático da Topossequência I, Propriedade Jardim, Areia/PB,
composta pelos Perfis P1 (LAd), P8 (PVAd) , P10 (SXe) e P7 (GMd) ................ 29
Figura 7. Perfil do Latossolo Amarelo distrófico húmico ....................................... 30
Figura 8. Difratograma de raios-X (montagem orientada) em argila natural de
Latossolo Amarelo distrófico típico (P1), apresentando dominância de picos de
Caulinita (Ct). Números representam espaçamento d em nanômetro. CoKα/Ni. .. 34
Figura 9. Aspecto do Perfil P8 (PVAd) na estação seca (1) e na chuvosa (2) ...... 36
Figura 10. Perfil 10 (1) e aspecto da área de ocorrência de Planossolos na
Propriedade Jardim (2). ........................................................................................ 39
Figura 11. Aspecto do Planossolo erodido, com o horizonte Bt exposto. ............. 39
Figura 12. Perfil 7. Gleissolo Melânico Tb distrófico úmbrico ................................ 41
Figura 13. Espacialização da Topossequência II. Propriedade Jardim, Areia/PB,
composta pelos perfis P15 (PVAd), P13 (PVd), P5 (PAd), P6 (RRd) e P12 (GMe)
.............................................................................................................................. 44
Figura 14. Perfil esquemático da Topossequência II ........................................... 44
Figura 15. Erosão em Argissolo Amarelo, ocorrente em área cultivada próxima ao
Perfil 15 da Topossequência II. Início de exposição do horizonte Bt (1); Horizonte
Bt já exposto mais abaixo na encosta (2). ............................................................ 45
Figura 16. Aspecto do Perfil 15 (PAd), na propriedade Jardim, Areia/PB, na
estação seca (1) e no início da estação chuvosa (2). ........................................... 46
Figura 17. Argissolo Vermelho com horizonte superficial muito raso. Aspecto da
tradagem inicial. Indício de horizonte decapitado por intenso processo erosivo.
Área de pastagem próxima ao P13 ....................................................................... 50
Figura 18. Perfil de Argissolo Vermelho Distrófico endoáquico (1) e aspecto da
lenta permeabilidade do perfil (2) .......................................................................... 50
ix
Figura 19. Perfil 5, sendo apontada a profundidade de ocorrência do horizonte
plácico ................................................................................................................... 53
Figura 20. Fragmento do horizonte plácico, retirado do P5, localizado na unidade
cartográfica PAd .................................................................................................... 53
Figura 21. Perfil 6 - Neossolo Regolítico Distrófico fragipânico, lamélico (1);
detalhe das Bandas Onduladas (2); material do horizonte sub-superficial coeso
(3), aspecto das lamelas com a camada Entre Bandas parcialmente removida (4)
.............................................................................................................................. 58
Figura 22. Efeitos adversos do lençol freático elevado em experimentos de milho
e mandioca – variação no stand e clorose. ........................................................... 65
Figura 23. Aspecto do P12, sendo percebida a desuniformidade do sollun no
perfil, devido à ocorrência de camadas descontínuas de deposição diferencial. .. 66
x
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Solos identificados e classificados na propriedade Jardim ................... 27
Tabela 2. Resultados das análises físicas do Perfil 1. Latossolo Amarelo Distrófico
húmico .................................................................................................................. 34
Tabela 3. Resultados das análises químicas do P1. Latossolo Amarelo Distrófico
húmico .................................................................................................................. 35
Tabela 4. Resultados das análises físicas do perfil 8. Argissolo Vermelho-Amarelo
Distrófico úmbrico endoáquico .............................................................................. 37
Tabela 5. Resultados das análises químicas do perfil 8. Argissolo Vermelho-
Amarelo Distrófico úmbrico endoáquico ................................................................ 37
Tabela 6. Resultados das análises físicas do Perfil 10. Planossolo Háplico
Eutrófico úmbrico .................................................................................................. 40
Tabela 7. Resultados das análises químicas do Perfil 10. Planossolo Háplico
Eurófico típico ....................................................................................................... 40
Tabela 8. Resultados das análises físicas do Perfil 7 Gleissolo Melânico Tb
Distrófico úmbrico ................................................................................................. 43
Tabela 9. Resultados das análises químicas do Perfil 7 Gleissolo Melânico Tb
Distrófico úmbrico ................................................................................................. 43
Tabela 10. Resultados das análises físicas do Perfil 15. Argissolo Amarelo
Distrófico úmbrico endoáquico .............................................................................. 47
Tabela 11. Resultados das análises químicas do Perfil 15. Argissolo Amarelo
Distrófico úmbrico endoáquico .............................................................................. 47
Tabela 12. Resultados das análises físicas do P13. Argissolo Vermelho Distrófico
endoáquico............................................................................................................ 51
Tabela 13. Resultados das análises químicas do P13. Argissolo Vermelho
Distrófico endoáquico ............................................................................................ 51
Tabela 14. Resultados das análises físicas do Perfil 5. Argissolo Amarelo
Distrófico arênico fragipânico plácico .................................................................... 56
Tabela 15. Resultados das análises químicas do Perfil 5. Argissolo Amarelo
Distrófico arênico fragipânico plácico .................................................................... 56
Tabela 16. Atributos físicos das camadas do horizonte C1 do P6. Neossolo
Regolítico Distrófico fragipânico lamélico .............................................................. 60
xi
Tabela 17. Atributos químicos das camadas do horizonte C1 do P6. Neossolo
Regolítico Distrófico fragipânico lamélico .............................................................. 60
Tabela 18. Resultados das análises físicas do Perfil 6. Neossolo Regolítico
Distrófico fragipânico lamélico............................................................................... 62
Tabela 19. Resultados das análises químicas do Perfil 6. Neossolo Regolítico
Distrófico fragipânico lamélico............................................................................... 62
Tabela 20. Resultados das análises físicas do Perfil 12. Gleissolo Melânico Tb
Eutrófico úmbrico .................................................................................................. 64
Tabela 21. Resultados das análises químicas do Perfil 12. Gleissolo Melânico Tb
Eutrófico úmbrico .................................................................................................. 64
Tabela 22. Descrição Geral do Perfil 1 ................................................................. 76
Tabela 23. Descrição Morfológica do Perfil 1 ........................................................ 76
Tabela 24. Descrição Geral do Perfil 8 ................................................................. 77
Tabela 25. Descrição Morfológica do Perfil 8 ........................................................ 77
Tabela 26. Descrição Geral do Perfil 10 ............................................................... 78
Tabela 27. Descrição Morfológica do Perfil 10 ...................................................... 78
Tabela 28. Descrição Geral do Perfil 7 ................................................................. 79
Tabela 29. Descrição Morfológica do Perfil 7 ........................................................ 79
Tabela 30. Descrição Geral do Perfil 15 ............................................................... 80
Tabela 31. Descrição Morfológica do Perfil 15 ...................................................... 80
Tabela 32. Descrição Geral do Perfil 13 ............................................................... 81
Tabela 33. Descrição Morfológica do Perfil 13 ...................................................... 81
Tabela 34. Descrição Geral do Perfil 6 ................................................................. 82
Tabela 35. Descrição Morfológica do Perfil 6 ........................................................ 82
Tabela 36. Descrição Geral do Perfil 5 ................................................................. 83
Tabela 37. Descrição Morfológica do Perfil 5 ........................................................ 83
Tabela 38. Descrição Geral do Perfil 12 ............................................................... 84
Tabela 39. Descrição Morfológica do Perfil 12 ...................................................... 84
xii
RESUMO
MIRANDA HENRIQUES, T. M. Caracterização e mapeamento de solos em brejo de altitude na propriedade Jardim, área experimental do CCA/UFPB, em Areia-PB. Areia-PB. Centro de Ciências Agrárias. Universidade Federal da Paraíba. Fevereiro de 2012. Dissertação. Programa de Pós Graduação em Manejo de Solo e Água. Orientador: Ivandro de França da Silva. Co-orientador: João Carlos Ker.
O trabalho consiste de um estudo dos solos da propriedade Jardim, área experimental do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, localizada no município de Areia, na microrregião do Brejo Paraibano. Foi realizado o levantamento e a classificação dos solos ocorrentes na propriedade de 152 ha, de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos vigente. Dezoito perfis foram descritos e coletados, tendo sido feitas análises físicas, químicas e mineralógicas. Os solos são predominantemente distróficos, sendo os Argissolos a classe dominante. Ocorrem Argissolos Vermelhos, Amarelos, Vermelho-Amarelos e Acinzentados. Foram identificados também Planossolos, Neossolos Regolíticos, Latossolos e Gleissolos. Nove perfis foram selecionados para compor duas topossequências a fim de apresentar um trabalho mais compacto. Algumas particularidades pedogênicas foram identificadas, como é o caso das bandas onduladas (lamelas), do horizonte plácico e da ocorrência de Latossolo com horizonte A húmico. O trabalho teve por finalidade principal identificar as diversas unidades de solos existentes na área, tendo sido definidas as suas características morfológicas, físicas, químicas e mineralógicas, assim como sua distribuição e extensão geográfica, disponibilizando-se uma nova fonte de subsídios básicos para o planejamento e execução de experimentos, podendo-se correlacionar produtividade com classe de solo e extrapolar resultados para áreas semelhantes na região do Brejo.
Palavras chave: Classificação de solos. Brejo de Altitude. Lamelas. Horizonte
plácico. Horizonte A húmico. Argissolos
xiii
ABSTRACT
MIRANDA HENRIQUES, T. M. Characterization and mapping of the Jardim farm's soils, CCA/UFPB experimental area in high wetlands of Areia-PB, Brazil; Areia-PB. Center of Agrarian Sciences. Paraíba Federal University. February, 2012. Dissertation. Pos-Graduate Program in Soil and Water Management. Leader: Ivandro de França da Silva. Co: João Carlos Ker.
This work consists of a study of the Garden Farm soils that belongs to the Center of Agrarian Sciences, Federal University of Paraíba, located in Areia-PB, in the Brejo microregion. The survey and classification of soils were conducted in a 152 ha property, according to the Brazilian Soil Classification System (Embrapa, 2006). Eighteen profiles were described and collected. A physical, chemical and mineralogical analisis was done. The soils are predominantly dystrophic, Ultisols being the dominant class. Planosols, Entisols, Oxisols and Gleysols could also be found. Nine profiles were selected to compose the two toposequences in order to present a compacted paper. Some pedogenic particularities have been identified, such as wavy bands (lamellae), placic horizon and Oxisol with A humic horizon. The paper aims to identify the various major soil units in the area defining their morphological, physical, chemical and mineralogical attributes as well as its geographical spread and extension, providing a new source of basic subsidies for planning and execution of experiments whose results make it possible to correlate soil with productivity and could be extrapolated to other similar areas in the Brejo region.
Key words: soil classification. lamellae. placic horizon, A humic horizon
1
1. INTRODUÇÃO
A área experimental do Centro de Ciências Agrárias, localizada no
município de Areia, PB, na microrregião do Brejo Paraibano, não contava com um
levantamento detalhado de solos que abrangesse toda a sua extensão.
Levantamentos foram executados anteriormente, porém, quer pela
abrangência parcial, quer pelo nível de detalhamento, ou ainda pela qualidade
gráfica do material produzido, não eram suficientes para que os trabalhos de
pesquisa realizados naquela área tivessem um embasamento em relação às
classes de solos.
A partir da necessidade de ter um mapa atualizado dos solos da
propriedade, e com um detalhamento que possibilitasse a correta identificação da
classe de solos em que os experimentos são realizados, promoveu-se a abertura
de dezoito trincheiras, de acordo com as exigências das variações fisiográficas da
área, onde dezessete perfis foram descritos e coletados. As análises físicas,
químicas e mineralógicas realizadas, associadas às informações obtidas por
sondagens a trado, seguindo uma malha de cem metros por toda a área,
possibilitaram a identificação e delimitação das unidades cartográficas, tendo sido
elaborado o mapa detalhado de solos na escala 1:7000.
Os solos mais representativos da propriedade foram agrupados em duas
topossequências, com a finalidade de produzir um trabalho mais compacto, porém
elucidativo sobre os solos da Propriedade. A topossequência I, composta pelas
unidades taxonômicas Latossolo Amarelo, Argissolo Vermelho, Planossolo
Háplico e Gleissolo Melânico, e a topossequência II, composta por Argissolo
Amarelo, Argissolo Vermelho, Argissolo Amarelo, Neossolo Regolítico e Gleissolo
Melânico.
O desenvolvimento pedogenético dos solos reflete a atuação dos
diferentes fatores de formação. Atuando em conjunto, com graus de dominância
distintos, o clima, o material de origem, o relevo, o tempo, determinaram as
diferentes feições pedológicas encontradas na área estudada. A elevada
precipitação pluviométrica anual e a temperatura mais amena contribuíram de
forma marcante na gênese da maioria dos solos das duas topossequências,
resultando em solos profundos, com textura média dominante, ocorrência de
horizontes A proeminente e húmico, mineralogia predominantemente caulinítica e
2
reação ácida. A forte influência do relevo na pedogênese também ficou
constatada ao conferir padrões diferenciados a cada solo, atribuídos a esse fator.
Algumas particularidades pedogênicas foram identificadas, como é o caso
das bandas onduladas que se fazem presentes no Neossolo Regolítico (Perfil 6)
e, do horizonte plácico, cuja ocorrência pouco comum pode ser percebida no
Argissolo Amarelo distrófico (Perfil 5). O horizonte A húmico do Perfil 1 é também
digno de nota, por despertar especial interesse científico e ambiental devidos aos
escuros e espessos horizontes superficiais, com importantes reservas de carbono
orgânico em profundidade.
Assim, o trabalho teve por finalidade principal identificar, mapear e
caracterizar as diversas unidades de solos existentes na área por meio de um
levantamento detalhado. Sendo assim, este estudo constituirá uma nova fonte de
subsídios básicos para o planejamento e execução dos experimentos, podendo-
se correlacionar produtividade com classe de solo e extrapolar resultados para
áreas semelhantes na região do Brejo.
Neste trabalho serão apresentados os principais solos da propriedade,
agrupados nas duas topossequências anteriormente referidas.
3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Aspectos fisiográficos da área estudada
2.1.1. O Ambiente Brejo
Nas regiões mais orientais do Estado da Paraíba, ocorrem climas mais
amenos resultantes da ação expressiva da massa de ar Equatorial Atlântica.
Essas massas de ar, carregadas de umidade movimentam-se para o interior do
Estado e por convecção acabam precipitando nas encostas do Planalto da
Borborema, cuja altitude média é de 600 m, propiciando condições bioclimáticas
diferenciadas àquele ambiente, que é denominado de Brejo de Altitude (Figura 1).
Figura 1. Região do Brejo Paraibano, abrangendo oito municípios1
A microrregião do Brejo destaca-se das adjacências principalmente pelas
condições climáticas presentes, como temperaturas mais amenas e umidade mais
elevada. Segundo a classificação de Köppen, o clima é do tipo As’ – quente e
úmido, com verão seco e estação chuvosa iniciando em janeiro/fevereiro com
término em setembro, onde a precipitação pluvial anual varia de 1.400 a 1.600
1 Fonte: Imagem da Wikipédia (2011), georreferenciada no ArcGIS (ESRI, 2010).
4
mm. A temperatura média anual varia entre 23 e 24ºC, com variações mensais
mínimas (BRASIL, 1972; GONDIM, 1999).
Os brejos de altitude nordestinos, com sua vegetação de Mata Atlântica,
formam ilhas de floresta úmida em plena região semiárida, cercadas por
vegetação de caatinga e com uma condição climática bastante atípica para as
condições nordestinas, com relação à umidade, à temperatura e à vegetação
(Figura 3).
Em algumas áreas na Zona do Brejo devido às chuvas frequentes e ao
fornecimento de umidade pela condensação dos nevoeiros, desenvolvem-se
formações vegetais que podem ser consideradas como disjunções da floresta
subperenifólia, conhecidas por matas serranas. Estas áreas possuem o mesmo
bioclima, as formações florestais, fisionomia e composição semelhantes às
florestas da Zona do Litoral e da Mata (PORTO et al., 2004).
Figura 2. Perfil esquemático dos brejos de altitude no Nordeste do Brasil 2
O Brejo Paraibano é hoje caracterizado por condições sociais e
ambientais bastante vulneráveis. A intervenção das atividades humanas nesse
cenário tem propiciado degradação ambiental acentuada, originando inclusive em
algumas áreas os denominados “núcleos de desertificação”, onde a degradação é
muito mais intensa (DUARTE, 2004). O crescimento econômico e a exploração do
meio rural têm sido constantemente prejudicados pela falta de um planejamento
real, que tenha como base o conhecimento dos recursos naturais.
O mesmo autor assevera que no Brasil, a ocupação do solo, conduzida
por pressões populacionais ou econômicas, tem se processado em total
2. Fonte: PORTO (2004)
5
desrespeito à aptidão agrícola das terras e a não adoção de critérios técnicos no
planejamento tem agravado problemas ambientais. O homem, ao realizar a
adaptação das terras para as explorações agrícolas, modifica as características
dos solos, não considerando os fatores limitantes e favorecendo a agressão das
mais variadas formas, o que leva á deterioração progressiva dos recursos
edáficos. Nas últimas décadas, o aumento da produção agrícola e da
produtividade e as consequentes intensificações do uso do solo, trouxeram
preocupações relacionadas aos impactos ambientais e à conservação dos
recursos naturais a curto, médio e longo prazo.
Para reverter essa situação é importante que sejam levantadas as
características e propriedades dos recursos solo, água e vegetação, bem como
sua espacialização na paisagem geral, o que possibilitará uma avaliação do seu
potencial e de suas limitações, com a consequente previsão e prevenção de
problemas.
Lepsch et al. (1991), destacam que as informações geradas do meio
físico, levando em consideração a declividade, solos e uso das terras, permitem
conhecer as características e as condições das áreas, fornecendo subsídios para
atividades de análise ambiental e planejamento agrícola. Um estudo de
caracterização, planejamento e uso do solo, gera informações objetivas e
proporciona uma discussão embasada em critérios reais sobre o planejamento
conservacionista da área.
O município de Areia, localizado no brejo de altitude paraibano, encontra-
se entre as coordenadas geográficas 6º51’47” e 7º02’04” latitude Sul e 35º34’13”
e 35º48’28” longitude Oeste e abrange, segundo o IBGE (2004), superfície
territorial de 269 km2. Em seu território há vários fragmentos da mata que outrora
recobria grande parte da área. A relação clima-relevo-solo pode ser denotada
pelo perfil aparente da comunidade vegetal, que se caracteriza pela presença
efetiva de formações de grande porte, como as florestas. A presença dessa
tipologia contrasta com outras situações espacialmente próximas, destacando
uma paisagem diferenciada da realidade de municípios vizinhos.
Embora possua suporte ecológico distinto, contemplando uma
complexidade entre elementos e fatores bioclimáticos que permitem uma
constituição que lhe confere o status de Brejo de Altitude, Areia apresenta uma
paisagem degradada, decorrente das fases econômicas vividas pela população. É
perceptível a necessidade de implementação de ações que sejam direcionadas
6
para a recuperação de algumas áreas, contemplando a manutenção de seus
recursos naturais para a utilização pelas gerações futuras (BARROS, 2007).
2.1.2. A Propriedade Jardim
A propriedade Jardim, pertencente ao Centro de Ciências Agrárias, da
Universidade Federal da Paraíba, localiza-se na porção noroeste do município de
Areia, a 6°58'12"S e 35°42'15"W. Sua altitude média é de 590 m, e o relevo
apresenta-se entre ondulado e fortemente ondulado, característico da região.
Topos arredondados e em forma de chã são interrompidos por encostas com
predominância de vertentes com gradientes fortes a suaves, que convergem para
baixadas de fundo chato, em forma de U e de fundo mais estreito em forma de V.
Está a 8 km da sede do município, ao longo e à direita da estrada “Anel do Brejo”
(PB 079), no trecho Areia-Remígio (Figura 4 e Apêndice C.1).
Figura 3.Localização da área de estudo, a 8 km da cidade de Areia-PB 3
Localizada nas cabeceiras da Microbacia de Vaca Brava, integrante da
Bacia do Rio Mamanguape (Apêndice C.6), a hidrografia da propriedade é
composta por pequenos riachos e nascentes. Os principais riachos são o Olho
3 Fonte: Inserção de dados sobre imagem do Google Earth (2010).
7
D’água, cuja nascente encontra-se no interior da área, e o Jardim, que passa pelo
açude local, abastecido pelo escoamento superficial e drenagem das áreas mais
elevadas circundantes (Apêndice C.5).
A propriedade limita-se ao norte pelo sítio Olho D’água, ao sul pela
estrada PB 079, a leste pelo sítio Lameiro e a oeste pelo sítio Barreira. Apresenta
uma poligonal bastante irregular, tendo sua maior extensão na direção norte-sul, e
área total de 152,4 ha.
A vegetação original é representada pela Floresta Tropical Subperenifólia,
com trechos de transição para a Caatinga ou Savana Estépica, conforme IBGE
2011.
Trata-se de uma área destinada à experimentação agrícola e a atividades
acadêmicas diversas, como aulas práticas e demonstrações de campo. Nela
também se localizam a horta da Instituição, que abastece parcialmente o
restaurante universitário, uma microdestilaria de álcool, que se encontra em fase
de reativação, e alguns experimentos de pesquisa. Percebe-se, contudo, um
nítido sub-aproveitamento do potencial da propriedade, uma vez que poucos
trabalhos de pesquisa estão em andamento na área.
Contrastando com as demais propriedades que a cercam, a propriedade
Jardim possui áreas reflorestadas com espécies diversas, bem como
remanescentes de floresta, ainda que quase totalmente secundária. Tais aspectos
refletem a aplicação de princípios conservacionistas adotados no passado,
quando muitos trechos declivosos do terreno foram protegidos, amenizando os
danosos efeitos da erosão provocados pelo intenso desmatamento. Há trechos
reflorestados com eucalipto (Eucalyptus globulus), pinus (Pinus elliotii), teca
(Tectona grandis), sabiá (Mimosa caesalpinefolia), bambu (Bambosa vulgaris),
jacarandá (Darbergia sp ), entre outras (ver mapa de uso atual e vegetação,
Apêndice C.3).
Por localizar-se às bordas da região do Brejo Paraibano, a propriedade
Jardim está numa área de transição geoclimática. Tal fato pode ser constatado na
sua fisiografia, quer seja no aspecto pedológico quer no vegetacional. Num trecho
de poucos quilômetros, uma paisagem dominada por Latossolos e Argissolos
profundos altera-se para outra de solos rasos, planossólicos; deixa-se uma
paisagem de floresta tropical e ingressa-se numa vegetação mais xerófila,
prenúncios da chegada ao Semiárido circundante.
8
2.1.3. Relevo
O Planalto da Borborema constitui o mais característico e elevado
acidente geográfico da Região Nordeste, exercendo na Paraíba papel de
particular importância no conjunto do relevo e na diversificação do clima. Esta
área é dividida em três regiões: a Superfície Aplainada, as Frentes do Planalto e
os Restos de Capeamento Sedimentar Elevados. As Frentes do Planalto
possuem comumente direção N-S, localiza-se entre a Depressão Sublitorânea, a
leste, e as extensas áreas pediplanadas sertanejas, a oeste. A escarpa oriental (a
leste) tem repentina mudança de nível, notando-se a ruptura do relevo, sobretudo
no trecho central correspondente à Zona do Brejo. Neste local ocorre uma área
dissecada, com os níveis superando 600 m em contraste com os níveis de 200 m
da Depressão Sublitorânea. O clima úmido propicia drenagem rica em córregos
perenes de grande atividade erosiva, surgindo um relevo de espigões de topos
horizontais (sendo alguns capeados por sedimentos da Formação Bananeiras) e
sub-horizontais (chãs), de extensão variável (FURRIER et.al, 2006). Predomina o
relevo forte ondulado e montanhoso, com vales profundos em forma de V, e
diferenças altimétricas locais de 100 a 200 m ou superiores. Há, contudo, trechos
do interior do planalto com relevo menos acidentado com formas colinosas
limitando vales relativamente amplos em forma de U. As várzeas assim formadas
são importantes para a agricultura regional por proporcionarem melhores
condições de cultivo.
2.1.4. Geologia
Sedimentos do Grupo Barreiras formam parte da área litorânea do Estado
da Paraíba, tendo também representação no município de Areia. O Grupo
Barreiras é constituído de sedimentos pouco consolidados, de estratificação
predominantemente horizontal, afossilíferos, apresentando materiais areno-
argilosos, argilo-arenosos, arenosos, argilas de coloração variegada, intercalados
muitas vezes com camadas de seixos rolados e concreções lateríticas (BRASIL,
1972). Podem ser encontrados em toda a zona úmida costeira da Paraíba,
chegando a atingir 40 km em direção ao interior. Possuem espessura variável,
sendo que em alguns locais atingem até 80 m (FURRIER et al., 2006), onde entram
9
em contato com os calcários do “Cretácio”. Diminuem de espessura à medida que
avançam para oeste.
2.2. Aspectos edáficos
Publicado em 1972 na escala 1:500.000, o Mapa de Solos do Estado da
Paraíba (BRASIL, 1972) permite a percepção de apenas duas unidades de
mapeamento na área da Propriedade Jardim, assim definidas: Associação de
Regosol eutrófico com Solos Litólicos eutróficos (REe 11) e Associação de
Podzólico Vermelho-Amarelo Equivalente eutrófico com Solos Litólicos eutróficos
(PE 11) . Em 2006 a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da
Paraíba – AESA publicou uma versão do mapa anterior, com uma legenda
simplificada, onde novamente apenas duas classes de solo podem ser
identificadas na área: Podzólico Vermelho Amarelo eutrófico e Regosol
(AESA,2006)..
No ano de 1974 foi realizado um levantamento semidetalhado dos solos
da propriedade Jardim, como uma das etapas de um curso sobre uso manejo e
conservação de solos, promovido pela Sudene. Na ocasião, onze perfis de solo
foram descritos, coletados, e análises físicas e de fertilidade foram realizadas,
culminando o trabalho com a geração de um mapa pedológico, onde dezoito
unidades de mapeamento foram definidas. Os principais solos identificados,
segundo os critérios de classificação vigentes foram: Latossolo Vermelho Amarelo
distrófico, Podzólico Vermelho Amarelo, Solo Litólico distrófico, Regossolo
distrófico, Regossolo eutrófico, Aluvial Hidromórfico eutrófico, Gley húmico
eutrófico e Solos Concrecionários.
A atualização da legenda do mapa de solos da propriedade foi efetivada
por Campos e Queiroz (2002), seguindo os mesmos critérios adotados para a
atualização do mapa estadual de acordo com Embrapa (1999).
Segundo Farias (2006), os solos de maior ocorrência na bacia Vaca
Brava, onde está inserida a propriedade, foram identificados e classificados por
Brasil Neto (2001), Lima (2003) e Duarte (2003), apoiados nas descrições
completas de trabalhos descritos no Boletim 15 da Sudene (BRASIL, 1972), em
trabalhos de dissertação (SANTOS, 2004) e relatórios técnicos. Esses autores
relataram a ocorrência de: Argisolo Vermelho-Amarelo distrófico típico, Argissolo
Vermelho distrófico típico, Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico latossólico,
10
Argissolo Vermelho-Amarelo Concrecionário, Argissolo Vermelho-Amarelo
Variegado, Neossolo Regolitico distrófico típico , Neossolo Fluvico Tb distrófico,
Neossolo Flúvico Tb distrófico gleico, Cambissolo Háplico Tb distrófico, Neossolo
Litolico distrófico típico e Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico típico.
Este relato sobre os solos da bacia de Vaca Brava constitui a fonte de
informação disponível mais atualizada acerca dos solos ocorrentes na
Propriedade Jardim. De acordo com a legenda do mapa apresentado, todas as
classes categóricas apresentadas acima têm ocorrência na área experimental da
Universidade.
2.3. Argissolos
Os Argissolos são solos constituídos por material mineral, apresentando
horizonte B textural imediatamente abaixo do horizonte A ou E, com argila de
atividade baixa ou com argila de atividade alta conjugada com saturação por
bases baixa e/ou caráter alítico na maior parte do horizonte B, e satisfazendo,
ainda, os seguintes requisitos: horizonte plíntico, se presente, não satisfaz os
critérios para Plintossolo; horizonte glei, se presente, não satisfaz os critérios para
Gleissolo (Embrapa, 2006). Em segundo nível categórico, os Argissolos podem
ser: Bruno-Acinzentados, Acinzentados, Amarelos, Vermelhos e Vermelho-
Amarelos
A base para a definição desta classe de solos é a evolução avançada
com atuação incompleta de processo de ferralitização, em conexão com
paragênese caulinítica-oxidíca ou virtualmente caulinítica, ou com hidroxi-Al entre
camadas, na vigência de mobilização de argila da parte mais superficial do solo,
com concentração ou acumulação em horizonte subsuperficial. O critério adotado
é o desenvolvimento (expressão) de horizonte diagnóstico B textural em
vinculação com atributos que evidenciam a baixa atividade da fração argila ou o
caráter alítico4.
Considerando todo o Estado da Paraíba, os Argissolos são a terceira
ordem de maior ocorrência, contribuindo com pouco mais de 13% do total
(OLIVEIRA, 2007). Os solos dominantes são os Neossolos Litólicos (40%) e os
Luvissolos (23%). Na microrregião do Brejo Paraibano os Argissolos ocorrem com
4 Refere-se à condição em que o solo se encontra dessaturado e apresenta teor de alumínio extraível
> 4 cmolc/kg de solo, associado à atividade de argila > 20 cmolc/kg de argila e saturação por alumínio [100 Al
+3/(S + Al
+3)] > 50% e/ou saturação por bases (V% = 100 S/T) < 50%
11
maior frequência, sendo os solos dominantes na Propriedade Jardim. No mapa de
solos da Paraíba (BRASIL, 1972), os Argissolos correspondentes à área estudada
estão representados na unidade de mapeamento correspondente a Podzólico
Vermelho Amarelo com A proeminente abrúptico com fragipan textura argilosa,
sendo reconhecido pela presença de horizonte B textural, não hidromorfico, com
argila de atividade baixa e saturação por bases baixa, e destacando-se por
apresentar horizonte A proeminente, fragipan e o caráter abrúptico. São solos de
baixa fertilidade natural, profundos ou muito profundos, tendo por material de
origem sedimentos argilo-arenosos do Grupo Barreiras, em capeamento pouco
espesso, localizados nos baixos platôs nas transições da faixa úmida para a faixa
seca.
2.4. Planossolos
Os planossolos geralmente ocorrem em áreas que apresentam
alternância de ciclos de umedecimento e secagem, e em áreas de topografia
plana ou deprimida, podendo, em alguns casos, ocorrer em superfícies
moderadamente onduladas (JACOMINE, 1996). No Brasil, os planossolos
ocorrem em vários Estados, sendo mais expressiva sua presença no Semiárido
do Nordeste (OLIVEIRA et al., 1992).
São solos minerais imperfeitamente ou mal drenados, com horizonte
superficial (A + E) de textura mais leve, que contrasta abruptamente com o
horizonte B imediatamente subjacente, adensado, geralmente de acentuada
concentração de argila.
No Sistema Brasileiro de Classificação de Solos - SiBCS (Embrapa,
2006), o horizonte B textural de cores acinzentadas, que se apresenta subjacente
a horizonte A ou E, que é precedido por mudança textural abrupta e cuja estrutura
é prismática, colunar ou em blocos angulares e subangulares, grandes ou médios,
é denominado o horizonte B plânico. Dada sua baixa permeabilidade, este
horizonte funciona como um pã de argila e dificulta o movimento de água e a
penetração das raízes, sendo responsável pela formação temporária de lençol de
água suspenso nos períodos mais chuvosos do ano, bem como pelo
estabelecimento de ambiente redutor no seu topo e na base do horizonte
precedente (OLIVEIRA, 2001). A presença de horizonte B plânico à profundidades
inferiores a 1,5 m, associada ao ambiente semiárido inviabiliza a utilização dos
12
solos que apresentam este tipo de horizonte com agricultura irrigada
(CODEVASF, 1998), não só pela formação do lençol de água suspenso, mas
também por agravar os riscos de salinização/sodificação dos solos.
Apresenta estrutura prismática, ou colunar, ou em blocos angulares e
subangulares grandes ou médios, e, às vezes, maciça; permeabilidade lenta ou
muito lenta e cores acinzentadas ou escurecidas, podendo ou não possuir cores
neutras de redução, com ou sem mosqueados. Este horizonte apresenta teores
elevados de argila dispersa e pode ser responsável pela formação de lençol de
água suspenso, de existência temporária, o que, associado às tendências
alcalinas, limita o uso destes solos para a agricultura irrigada (FERNANDES,
2005).
A formação de horizonte plânico está sempre relacionada com processos
que levam à concentração relativa de argila no subsolo, seja porque este foi
enriquecido com argila (iluvial, formada "in situ" ou neoformada), seja porque o
horizonte superficial foi empobrecido em argila (por destruição ou remoção
vertical e, ou, lateral de argila) (Embrapa, 2006).
A ocorrência destes horizontes paleoplânicos não está diretamente
restrita a um único tipo litológico, o que leva a crer num controle local imposto
pelo relevo. De acordo com Dudal (1973), citado por Parahyba (1993), os fatores
que são reconhecidos como favoráveis à formação de Planossolos são aqueles
que provocam a má drenagem, interna ou externa, durante um período do ano.
Estes são geralmente desenvolvidos em relevo plano, sobre material rochoso,
compactado ou argiloso, e sob condições climáticas, que, conjuntamente,
resultam numa superfície sujeita à alternância de umedecimento e secagem.
Os solos desta classe ocorrem preferencialmente em áreas de relevo
plano ou suave ondulado, onde as condições ambientais e do próprio solo
favorecem vigência periódica anual de excesso de água, mesmo que de curta
duração, especialmente em regiões sujeitas à estiagem prolongada, e até mesmo
sob condições de clima semiárido (Embrapa, 2006).
De modo geral, os planossolos são eutróficos. Podem apresentar reação
fortemente ácida ou neutra no horizonte superficial, tornando-se alcalina na
subsuperfície (PINHEIRO e PANIGATTI, 1972; OLIVEIRA et al., 1992).
Na região semiárida do Brasil, é comum a presença do íon sódio (Na+),
ocupando porção considerável do complexo de troca, conferindo aos planossolos
o atributo de solódico (6 < PST < 18) ou sódico (PST > 18), segundo EMBRAPA
13
(2006). As motivações são diversas para ocorrência do íon Na+ no solo, podendo
ser devido à intemperização de rochas contendo minerais como feldspatos e
feldspatóides ou outros minerais sódicos ou cálcio-sódicos (SUMNER, 1995);
aporte geoquímico de elementos solúveis de alteração de rochas ao longo de
pendentes, e contribuição de sais de NaCl e Na2SO4 em lâminas de águas de
irrigação (PIZARRO, 1985).
A fração argila apresenta composição muito diversificada, o que ocorre
em função do material de origem, das condições ambientais e do relevo. É citada
a ocorrencia de argilominerais do tipo 2:1, expansivos ou não, associados à
caulinita (LUZ et al., 1992), interestratificados (SMITH e WILDING, 1972), cloritas
e feldspatos (FEIJTEL et al., 1988) e quartzo (OLIVEIRA NETO, 1992).
PARAHYBA et al. (2010) comentam que embora possuam, na maioria,
condições de fertilidade natural de razoáveis a boas, apresentam fortes limitações
ao uso agrícola, sobretudo no que diz respeito às condições físicas e à
suscetibilidade à erosão. Quanto à gênese dos Planossolos, estes mesmos
autores atribuem a diferenciação textural desses solos ao processo de formação e
acumulação de argila in situ, no horizonte Bt, da própria rocha do local, associado
à perda lateral de materiais mais finos do horizonte superficial. Ainda segundo
Parahyba et al. (2009), a diferenciação textural em Planossolos pode não ser
decorrente da iluviação de argila, sendo o fator preponderante a intemperização
de silte e areia. Esse interessante fato é confirmado no trabalho citado no início
deste parágrafo, pelas observações micromorfológicas, que evidenciam a
intemperização de biotitas e produção in situ de argila. Eluviação-iluviação e
lessivagem em sentido restrito pareceram exercer menos influência, havendo
poucas evidências de terem ocorrido.
2.5. Latossolos
O processo de formação dos Latossolos (latossolização) ocorre quando o
intemperismo químico, especialmente a hidrólise e a oxidação, e a lixiviação são
muito intensos, ou atuaram durante um período bastante longo. Os solos onde
este processo predomina são ricos em caulintia e/ou óxidos de ferro e alumínio,
dependendo do grau (intensidade) da dessiliciticação. Assim, o horizonte B
Latossólico é um horizonte em avançado estágio de intemperização, intensa
dessiliciticação e lixiviação de bases, e concentração residual de óxidos de Fe e
14
Al e argilominerais do tipo 1:1 resistentes ao intemperismo. Possui ainda baixa
relação textural, pouca diferenciação de cor entre os horizontes, menos de 5% do
volume com fragmentos de rochas, grau de floculação da argila, em geral, igual
ou próximo de 100%, menos de 4% de minerais primários alteráveis, CTC a pH 7
menor do que 17 cmolc.kg de argila e cerosidade no máximo pouca e fraca.
Os Latossolos são constituídos por material mineral, com horizonte B
latossólico e pequena variação textural ao longo do perfil. São muito
desenvolvidos, comportando variações desde solos predominantemente
cauliníticos, com valores de Ki mais altos, em torno de 2,0, admitindo o máximo
de 2,2, até solos oxídicos com Ki muito baixo.
São, em geral, solos fortemente ácidos, com baixa saturação por bases,
distróficos ou alumínicos. Ocorrem, todavia, solos com média e até mesmo alta
saturação por bases, encontrados geralmente em zonas que apresentam estação
seca pronunciada, semiáridas ou não, ou ainda por influência de rochas básicas
ou calcárias.
São típicos das regiões equatoriais e tropicais, ocorrendo também em
parte das zonas subtropicais, distribuídos, sobretudo, por amplas e antigas
superfícies de erosão, pedimentos ou terraços fluviais antigos, normalmente em
relevo plano e suave ondulado, embora possam ocorrer em áreas mais
acidentadas, inclusive em relevo montanhoso. São originados a partir das mais
diversas espécies de rochas e sedimentos, sob condições de clima e tipos de
vegetação os mais diversos (EMBRAPA, 2006).
Têm sequência de horizontes A, Bw, C, com pouca diferenciação de
horizontes, e transições usualmente difusas ou graduais. Em distinção às cores
mais escuras do A, o horizonte B tem aparência mais viva, as cores variando
desde amarelas ou mesmo bruno-acinzentadas até vermelhas, nos matizes 2,5
YR a 10 YR, dependendo da natureza, forma e quantidade dos constituintes,
especialmente dos óxidos e hidróxidos de ferro. No horizonte C,
comparativamente menos colorido, a expressão cromática é bem variável, mesmo
heterogênea, devido à natureza mais saprolítica. O incremento de argila do A
para o B é pouco expressivo e a relação textural B/A não satisfaz aos requisitos
para B textural. De modo geral os teores da fração argila no solum aumentam
gradativamente com a profundidade ou permanecem constantes ao longo do
perfil. Tipicamente é baixa a mobilidade das argilas no horizonte Bw, ressalvados
comportamentos atípicos, de solos desenvolvidos de material arenoso quartzoso,
15
de constituintes orgânicos ou com variação de pH positiva ou nula (CUNHA et al.,
2000).
2.6. Gleissolos
Conforme especificado no SiBCS, a classe dos Gleissolos compreende
solos hidromórficos, constituídos por material mineral, que apresentam horizonte
glei dentro dos primeiros 150 cm da superfície do solo, imediatamente abaixo de
horizontes A ou E (com ou sem gleização, sendo que, por vezes, o próprio
horizonte A ou E pode ser concomitantemente horizonte glei), ou de horizonte
hístico com menos de 40 cm de espessura; não apresentam textura
exclusivamente areia ou areia-franca em todos os horizontes dentro dos primeiros
150 cm da superfície do solo ou até um contato lítico, tampouco horizonte vértico,
ou horizonte B textural com mudança textural abrupta acima ou coincidente com
horizonte glei ou qualquer outro tipo de horizonte B diagnóstico acima do
horizonte glei. Horizonte plíntico, se presente, deve estar à profundidade superior
a 200 cm da superfície do solo. Sendo assim, a base para sua caracterização é a
hidromorfia, expressa por forte gleização, resultante de processamento de intensa
redução de compostos de ferro, em presença de matéria orgânica, com ou sem
alternância de oxidação, por efeito de flutuação de nível do lençol freático, em
condições de regime de excesso de umidade permanente ou periódico.
Os solos desta classe encontram-se permanente ou periodicamente
saturados por água, salvo se artificialmente drenados. A água permanece
estagnada internamente, ou a saturação é por fluxo lateral no solo. Em qualquer
circunstância, a água do solo pode se elevar por ascensão capilar, atingindo a
superfície.
O processo de gleização é evidenciado por meio de cores acinzentadas,
azuladas ou esverdeadas, devido à redução e solubilização do ferro, permitindo a
expressão das cores neutras dos minerais de argila, ou ainda precipitação de
compostos ferrosos. A ausência de oxigênio favorece a atividade de
microrganismos anaeróbios, que utilizam metais como aceptores finais dos
elétrons (reação de oxi-redução). Os primeiros oxidantes, substituindo o oxigênio
na recepção de elétrons, são nitratos e alguns compostos de manganês. Quando
esses se esgotam, o ferro (Fe) de valência 3 na goethita e hematita passa a ser o
receptor de elétrons. Desta maneira, Fe3+, Mn3+ e Mn4+ são reduzidos e liberados
16
dos respectivos óxidos. A migração dos íons Fe2+ e Mn2+ na solução origina zonas
empobrecidas em óxidos e, por isso, descoloridas (EMBRAPA, 2006).
2.7. Neossolos Regolíticos
A classe dos Neossolos compreende solos minerais, que não apresentam
alterações expressivas em relação ao material originário devido à baixa
intensidade de atuação dos processos pedogenéticos, seja em razão de
características inerentes ao próprio material de origem, como maior resistência ao
intemperismo ou composição química, ou dos demais fatores de formação (clima,
relevo ou tempo), que podem impedir ou limitar o desenvolvimento dos solos.
Constituem um grupamento de solos pouco desenvolvidos, apresentando
insuficiência de manifestação dos atributos diagnósticos referentes aos diversos
processos de formação. Possuem exígua diferenciação de horizontes, com
individualização de horizonte A seguido de C ou R, com predomínio de
características herdadas do material originário.
Os Neossolos Regolíticos são solos com contato lítico a uma
profundidade maior que 50 cm e horizonte A sobrejacente a horizonte C ou Cr,
admitindo horizonte Bi com menos de 10 cm de espessura. Apresentam pelo
menos um dos seguintes requisitos:
a) 4% ou mais de minerais primários alteráveis (menos resistentes ao
intemperismo) na fração areia total e/ou no cascalho, porém referidos a 100g de
TFSA em algum horizonte dentro de 150 cm da superfície do solo;
b) 5% ou mais do volume da massa do horizonte C ou Cr, dentro de 150
cm de profundidade, apresentando fragmentos de rocha semi-intemperizada,
saprolito ou fragmentos formados por restos da estrutura orientada da rocha que
deu origem ao solo.
Mesmo apresentando textura arenosa dominante e baixa capacidade de
adsorção de nutrientes e possuir baixo teor de matéria orgânica e nitrogênio, este
solo é intensamente utilizado na agricultura, seja por suas características físicas
favoráveis, seja por sua grande difusão geográfica.
17
2.8. Horizontes cimentados (coesos) – fragipans e lamelas
O conceito de fragipã do atual SiBCS (Embrapa, 2006) corresponde
parcialmente ao conceito adotado pela Soil Taxonomy (EUA, 1999) e refere-se a
um horizonte mineral subsuperficial endurecido e aparentemente cimentado
quando seco, contínuo ou presente em 50% ou mais do volume do horizonte. Seu
conteúdo de matéria orgânica é pequeno e os valores de densidade do solo são
normalmente elevados e superiores aos demais horizontes do perfil. Sua
coloração tende a esbranquiçada, quase sempre com a presença de mosqueados
ocres e pequenos. A textura é, na maioria dos casos, média tendendo a arenosa,
com expressiva participação da fração areia, não sendo raros os casos de textura
arenosa. Mesmo com tal textura o fragipã tende a oferecer resistência à
penetração de água e raízes em razão de sua massividade e dureza,
especialmente quando se apresenta de forma contínua no perfil.
Normalmente o fragipã não apresenta uma nítida organização dos
elementos estruturais, sendo na maioria dos casos considerado um horizonte de
estrutura maciça. Quando seco, apresenta consistência que varia de dura a
extremamente dura, e quando úmido apresenta quebradicidade fraca a
moderada; seus elementos estruturais tendem a se romper subitamente sob
pressão entre o polegar e o indicador, não sofrendo deformação lenta. A sua
gênese e de algumas características que o definem ainda são motivo de
controvérsias. Embora alguns autores relacionem sua formação, dureza e
arranjamento denso das partículas com fenômenos diversos ocorridos em “eras
geológicas” passadas, tais como: consolidação dentro de uma camada de
permafrost, pressão por geleiras etc., a maioria dos autores que estudaram o
assunto, conforme destaca a última versão do Soil Taxonomy (EUA, 1999),
considera sua origem como sendo pedogenética.
Para explicar a formação do fragipã e de características a ele associadas
por processos pedogenéticos, alguns autores destacam que o arranjamento
maciço e a dureza podem ser resultantes do rearranjo de partículas com
empacotamento por argilas, além de ligações químicas mais frágeis por um ou
mais agentes, e não necessariamente o mesmo em todos os tipos de solos,
destacando-se a participação da sílica, do alumínio e, em menor quantidade, do
ferro (RODRIGUES E SILVA & LEPRUN, 1997; MOREAU, 2001), das pontes de
hidrogênio com aluminossilicatos (EUA, 1999) etc. A fragilidade das reações
18
químicas poderia ser a explicação para a quebradicidade do fragipã quando
imerso na água por duas horas, conforme recomendado por Embrapa (2006).
Alguns processos apóiam a explicação de origem pedogenética, como os
indicativos de reações de oxi-redução no mosqueado e em pequenas fissuras
com cores mais claras, às vezes presentes, que permitem a visualização de um
arranjamento poligonal grosseiro e orientação de argilas, ainda que de forma
tênue (EUA, 1999).
A ocorrência de horizontes adensados tem sido mais constatada no Brasil
na região semiárida e nos tabuleiros costeiros do nordeste e leste, onde tiveram
sua gênese e características estudadas por ARAÚJO FILHO (2003), GOMES
(1995) e MOREAU (2001).
As pesquisas de Lima Neto et al. (2010), estudando horizontes
adensados nos tabuleiros costeiros alagoanos, sugeriu que a gênese do caráter
coeso apresenta duas fases distintas, sendo formado inicialmente pelo
entupimento dos poros decorrente da iluviação de argila fina, havendo
posteriormente uma perda de Fe na parte superior, que colapsa a estrutura e
provoca um ajuste face a face da caulinita.
A dispersão de argila associada à predominância das frações areia fina e
muito fina verificadas na areia total colaboram também com a formação do
adensamento. A dispersão pode acarretar a eluviação da argila para as camadas
inferiores, levando ao encrostamento superficial e à compactação subsuperficial
do solo (PRADO e CENTURION, 2001).
Os ciclos alternados de umedecimento e secagem, a que estes solos
estão submetidos, atuando continuamente sobre estas frações, proporcionam um
estado de orientação e de proximidade tal, que influi nos acentuados valores da
densidade do solo (VIANA et al. 2004). Os fluxos de água lateral (água que
permanece na superfície antes de percolar) e basal (qualquer oscilação do lençol
freático perto da superfície), que são provenientes destes ciclos de umedecimento
e secagem, provavelmente contribuem também para formação de horizontes
adensados devido ao suprimento de água abundante nos períodos chuvosos,
provocando rearranjamento estrutural e o carreamento de partículas e agentes
cimentantes.
2.8.1. O horizonte plácico
19
É um tipo especial de horizonte cimentado (plácico – do grego plax, pedra
chata), constituindo-se num horizonte fino, de cor preta a vermelho escuro que é
cimentado por Fe (ou Fe e Mn), com matéria orgânica. São autênticas crostas,
apresentando-se como um impedimento à passagem da água e ao
desenvolvimento das raízes das plantas (Embrapa, 2006). Na descrição de JIEN
(2010) o material tem aparência vítrea, de cor castanha escura com laivos
avermelhados até negros, cimentados por óxidos complexos ferro-alumínicos
ligados a material orgânico (complexos Bhfc ou Bfc), óxidos hidratados de Fe
(Bgfc), ou uma mistura de óxidos de Fe e Mn. Existem poucos registros da sua
ocorrência e, portanto, da variabilidade de atributos tais como espessura. Em
vista do conhecimento atual, o horizonte plácico deve atender aos seguintes
requisitos:
Ser cimentado ou endurecido por Fe ou Fe e Mn, com matéria
orgânica, acompanhados ou não de outros agentes cimentantes;
Ser contínuo lateralmente, exceto por fendas verticais espaçadas de,
pelo menos, 10 cm através das quais pode haver penetração do sistema
radicular; e
Ter uma espessura variável entre 0,5 cm (mínimo) e 2,5 cm
(máximo).
O horizonte plácico, segundo o SiBCS ocorre geralmente associado aos
Espodossolos. Dias et al. (2003) caracterizando solos altimontanos no Parque
Estadual do Ibitipoca, MG, identificaram horizontes descritos como "feições
micropedológicas [...] semelhantes às de horizontes plácicos, com duas gerações
de deposição ferruginosa: uma mais avermelhada (ferridrita-hematita) e outra
xantizada (goethita). O plasma intergranular do horizonte espódico apresenta
zonas plásmicas diferenciadas, uma mais aluminosa, de composição caulinítica, e
outra mais ferruginosa, rica em sílica, revelando uma participação de sílica
coloidal amorfa na cimentação dos “ortstein” (ou horizontes plácicos) em
associação ao cimento ferruginoso, no Espodossolo. Os autores concluíram que,
naquele caso, os dados evidenciaram a participação de sílica coloidal ao lado de
aluminossilicatos amorfos, na cimentação dos “microorstein” (horizontes plácicos),
em associação ao cimento ferruginoso e plasma caulinítico, provavelmente pouco
cristalino.
20
2.8.2. Lamelas
Uma lamela é um horizonte de solo iluvial com menos de 7,5 cm de
espessura, que contém uma acumulação de argila sobre ou unindo grãos da areia
e de silte. Igualmente referida como lâmina, pseudofibra, faixas da argila, bandas
onduladas, sua presença é comum em solos de textura grosseira em todo o
mundo. Geralmente, os horizontes contêm diversas lamelas de B textural
separadas pelos horizontes que contêm menos ou nenhuma argila. Em solos
argilosos, as lamelas são facilmente reconhecidas por terem cromas mais altos,
matizes mais vermelhas e valores de uma cor mais baixa, do que os horizontes
eluviais adjacentes. Parecem geralmente como finas camadas de argila, tendo
frequentemente limites superiores e inferiores ondulados, e não são sempre
lateralmente contínuas (SCHAETZL, 2001).
2.9. Mineralogia do solo
A mineralogia do solo constitui-se em área básica e essencial ao
entendimento e desenvolvimento da Ciência do Solo. Utilizada desde a década
de 30 para determinação da estrutura cristalina, a difratometria de raios-X é
essencial para a caracterização mineralógica dos argilominerais e de outros
constituintes cristalinos presentes nas frações granulométricas mais finas dos
solos, como silte e argila. É considerada como a principal técnica para a
identificação de minerais nestas dimensões e se tornou indispensável para
estudos em mineralogia de solos.
O termo argilomineral é atribuído especificamente aos aluminossilicatos
hidratados planares do grupo dos filossilicatos. Engloba os seguintes grupos de
minerais: grupo da caulinita, grupo das micas, grupo das vermiculitas, grupo das
esmectitas e grupo das cloritas, além de possíveis minerais interestratificados
constituídos por espécimes pertencentes a dois grupos diferentes. De ocorrência
menos comum em solos, podem ser citados também os grupos do talco-pirofilita e
da sepiolita-palygorskita (EMBRAPA, 2009).
A difratometria de raios-X é a mais poderosa ferramenta para estudo de
minerais do solo, particularmente aqueles presentes na fração argila. Esta técnica
baseia-se na resposta dos planos atômicos dos minerais à radiação de raios-X,
possibilitando a obtenção dos difratogramas, gráficos que refletem os atributos
21
dos minerais (tamanho, grau de cristalinidade, caracterização dos compostos
cristalinos, ocorrência de substituição isomórfica), constituindo-se
verdadeiramente na impressão digital dos minerais (SAMPAIO, 2006).
Ao incidir um feixe de raios-X em um cristal, o mesmo interage com os
átomos presentes, originando o fenômeno de difração. A difração de raios-X
ocorre segundo a Lei de Bragg, a qual estabelece a relação entre o ângulo de
difração e a distância entre os planos que a originaram (característicos para cada
fase cristalina):
Sua utilização permite a identificação e a quantificação dos minerais
presentes nos solos. Quando aliada aos conhecimentos da pedologia, fertilidade
do solo e nutrição de plantas, esta técnica possibilita a obtenção de informações
gerais sobre fontes potencias de nutrientes existentes e previsão sobre o
comportamento físico-mecânico do solo (RESENDE et al., 2005).
Em grande maioria, minerais primários como, quartzo, micas, feldspatos,
olivinas, anfibólios e piroxênios, estão presentes nas frações areia e silte. Na
fração argila encontram-se os minerais secundários, os quais influenciarão no
comportamento, além de participarem nas diversas reações físicas e químicas
que acontecem no solo (FONTES, 2006).
Entre os minerais do solo, as argilas tem destaque pela grande atividade
físico-química, que é derivada da sua grande superfície específica. Tanto as
argilas silicatadas como os óxidos exercem grande influência no comportamento
dos solos.
Assim sendo, num contexto definido pelas informações pedológicas, a
identificação e a caracterização desses minerais podem trazer grande
contribuição no aperfeiçoamento do estudo dos solos. Além da identificação, da
determinação do grau de cristalinidade, do tamanho do cristal e da substituição
isomórfica, pode-se, pelo uso da difração de raios-X, quantificar os minerais
presentes na amostra.
2.10. Caulinita
A caulinita é um argilo-mineral do tipo 1:1, não expansivo, devido às fortes
ligações entre folhetos adjacentes. Por ter baixo equilíbrio de cargas e fraco poder
de retenção de água, é um mineral pouco eletronegativo, o que influencia na sua
capacidade de troca de cátions, que também é baixa (SAMPAIO,2006). Este
mineral é produto das alterações por intemperismo de feldspatos, micas ou outros
22
aluminossilicatos. Mineralogiamente a caulinita é classificada como um
filossilicato, cuja fórmula química é Al2Si2O5(OH)4 . Quimicamente, sua
composição é 39,5% Al2O3, 46,5% SiO2 e 14% H2O. Sua estrutura é constituída
por camadas neutras do tipo tetraedro-octaedro, sendo o silício (Si) o elemento
central dos tetraedros e o alumínio (Al) o elemento central dos octaedros. A união
entre tais camadas ocorre por ligações de hidrogênio entre os grupos OH da
camada dos octaedros de alumínio e os oxigênios da camada dos tetraedros de
Si.
De grande abundancia na crosta terrestre, a caulinita é um mineral que
ocorre na fração argila, formada através da alteração dos minerais primários e
secundários dada as adversas condições ambientais. Sua gênese é propiciada
por condições de clima quente e úmido, meio ácido, drenagem livre e sem
lixiviação intensa de sílica, mas, não exclusivamente (DIXON, 1989). Tais
situações são geralmente encontradas nos trópicos, justificando a alta
expressividade desse mineral, principalmente para os Latossolos (KER, 1999).
Nas condições de intemperismo tropical, onde há temperaturas elevadas
e muita chuva, os silicatos primários são destruídos e a grande quantidade de
água corrente produz a lixiviação rápida dos metais alcalinos terrosos. O Fe tende
a atingir o grau máximo de oxidação e seu movimento é retardado, juntamente
com o Al. Nesse ambiente rico em água, sílica solubilizada, Fe e Al podem
formar-se outras composições minerais, como as argilas, que são
aluminossilicatos hidratados, a exemplo da caulinita (RODRIGUES, 2009).
. 2.11. Outros minerais de ocorrência frequente nos solos
Os minerais de argila não silicatados, óxidos, hidróxidos e oxi-hidróxidos
de Fe e Al, comumente chamados de óxidos, possuem grande relevância para os
solos do Brasil e das regiões tropicais. Influenciam nas propriedades do solo, e
são encontrados na fração argila, possuindo presença quase obrigatória
(FONTES, 2002).
Na formação dos óxidos de Fe, diversos fatores influenciam, por exemplo:
o material de origem, as condições do ambiente, os processos pedogenéticos e o
grau de intemperimo. Estes, são indicadores de pedogênese e mesmo ocorrendo
em pequenas proporções, possuem elevado poder de coloração, resultando em
diversas pigmentações passíveis de distinção nos solos (KÄMPF E
23
SCHWERTMANN, 1983; KÄMPF E CURI, 2000; FONTES, 2006). Detentores de
elevada superfície específica, e dada sua natureza química, apresentam
capacidade de adsorver ânions e propiciam a cimentação, pois contribuem na
formação e estabilização de agregados de pequena dimensão, e podem possuir
elementos fundamentais para os vegetais (MELO et. al., 2001; FONTES, 2002).
Destacam-se a goethita (α-FeOOH), hematita (α-Fe2O3), magnetita
(Fe3O4), maghemita (α-Fe2O3), lepidocrocita (α-FeOOH) e ferridrita (5Fe2O3.9H2O)
como os principais óxidos de Fe encontrados nos solos brasileiros, contudo, os
dois primeiros (goethita e hematita) são os mais expressivos (FONTES, 2002). A
Goethita juntamente com a hematita influenciam na cor do solo, sendo
responsáveis pelas colorações amarelas ou brunadas e vermelhas,
respectivamente. (KÄMPF, 1988; SCHWERTMANN 1983).
Considerada como a forma mais estável, a goethita ocorre em diferentes
condições ambientais, possuindo a tendência de ser a forma mais expressiva nos
solos. Está presente em diversos tipos de solos, até mesmo nos avermelhados,
contudo, é mascarada pela coloração da hematita (RESENDE, 1976). De modo
geral, são provenientes de minerais primários contendo ferro, geralmente em
estado divalente. Após a intemperização, o ferro liberado passa para a solução,
oxida-se (Fe3+), e precipita-se como ferrihidrita, se a taxa de liberação for superior
ao produto de solubilidade deste óxido, caso contrário, precipita-se como goethita
( KÄMPF, 1988).
Se ocorrer pequena atividade de sílica em solução (ambiente favorável) e
baixas quantidades de matéria orgânica, acontece uma menor complexação do
ferro, a ferrihidrita origina a hematita mediante rearranjos internos de
desidratação, sendo, por este motivo, considerada precursora da hematita. O
maior conteúdo de matéria orgânica pode ser responsável pela habilidade em
complexar o Fe e estabilizar a ferridrita (a fonte primária de FeO), inibindo, assim,
sua transformação para formas mais estáveis de óxidos de ferro
(SCHWERTMANN e TAYLOR, 1977).
Tal situação é geralmente verificada quando a drenagem é livre, e as
temperaturas, regime de umidade e pH, são altos, o que favorece maiores taxas
de intemperismo, maior mineralização da matéria orgânica e lixiviação de sílica.
Por outro lado, se os fatores do ambinte não propiciarem estas condições
ocorrerá a dissolução da ferrihidrita e a formação da goethita (KER, 1999).
24
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. A área de estudo
A propriedade Jardim, pertencente ao Centro de Ciências Agrárias da
Universidade Federal da Paraíba localiza-se a 8 km da cidade de Areia, na
microrregião do Brejo paraibano. Com 152 ha de área, encontra-se inserida nas
coordenadas geográficas 6°57'35''S e 35°45'30''W. O relevo é ondulado a
fortemente ondulado.
Inicialmente toda a área da propriedade foi percorrida a fim de se obter
uma noção da sua fisiografia, por meio da observação da vegetação, do relevo e
dos solos. A abertura dos perfis foi definida com base em dois fatores: (1) a partir
das variações de solo observadas na paisagem e (2) a proximidade com os perfis
abertos na década de 1970, cuja localização fosse possível encontrar e que
correspondessem a prováveis unidades taxonômicas de solos.
3.2. Coleta de dados
Para fins de caracterização do solo, foram abertas dezoito trincheiras (P1
a P18), medindo 1,50 m de comprimento e 1,30 m de largura, com profundidades
variáveis, de acordo com o limite requerido pela profundidade do solo. Os
trabalhos de descrição e coleta de perfis foram realizados conforme as
recomendações do Manual de Descrição e Coleta de Solos no Campo (SANTOS
et al. 2005).
Além dos perfis, foram feitas observações e sondagens a trado seguindo
uma grade de pontos georreferenciados espaçados em aproximadamente 100 m.
As prospecções pedológicas foram realizadas até uma profundidade média de
200 cm, ou até onde fosse encontrada camada de impedimento; não houve coleta
de amostras por ocasião dessas tradagens, tendo apenas sido feitos registros
visando individualizar as unidades de mapeamento, definindo seus limites.
Os dados sobre os limites da área da Fazenda foram obtidos por meio do
georreferenciamento dos pontos do contorno, utilizando o GPS Garmim Map
76CSX, a partir de um caminhamento por todo o perímetro, tendo sido registrados
os pontos de referência.
25
Dos dezessete perfis descritos e coletados, nove foram selecionados para
este trabalho, compondo duas topossequências (TOP I e TOP II) representativas
da área de estudo.
3.3. Análises físicas
As amostras deformadas foram secas ao ar, destorroadas e
passadas em peneira de malha de 2 mm, obtendo-se a terra fina seca ao ar
(TFSA). As análises físicas de caracterização dos solos foram realizadas de
acordo com os métodos apresentados em Embrapa (1997), e incluíram
granulometria, argila dispersa em água, densidade do solo (método do torrão
parafinado e método do cilindro para uma amostra mais arenosa) e densidade de
partículas. A partir dos resultados, foram calculados o grau de floculação e a
relação silte/argila, conforme expressões apresentadas por Embrapa (1997).
3.4. Análises químicas
As análises químicas, realizadas conforme métodos descritos em
Embrapa (1997) constaram das determinações de: pH em água (na relação
1:2,5 de solo:solução); Ca2+ e Mg2+ (extraídos com KCl 1 mol L-1 e
determinados por espectrofotometria de absorção atômica); Na+ e K+ (extraídos
com solução de Mehlich-1 e determinados por espectrofotometria de chama);
Al3+ (extraído com solução de KCl 1 mol L-1 e determinado por tilulação); H + Al
(extraídos com solução de acetato de cálcio 0,5 mol L-1 e determinados por
titulação com NaOH 0,060 mol L-1), P e C orgânico (oxidação pelo dicromato de
potássio em meio sulfúrico). A partir desses dados, foram calculados: soma de
bases (S), capacidade de troca de cátions (CTC), saturação por bases (V%) e
porcentagem de saturação por alumínio (m%).
3.5. Análises mineralógicas
Para as análises mineralógicas, primeiramente foi feita a
individualização das frações areia - silte - argila a partir da TFSA. O fracionamento
das amostras foi realizado por peneiragem úmida em peneira de 0,053 mm de
26
malha, separando-se a fração areia. As frações silte e argila foram
individualizadas por decantação e centrifugação, obedecendo à lei de Stokes.
Para a realização desta etapa foi utilizado o difratômetro marca
PANanalytical e modelo X'PERT PRO com tubos de cobalto e filtro de níquel. A
faixa de varredura foi na amplitude de 4 a 50° à temperatura ambiente, e a
velocidade de varredura foi de um passo 0,01° a cada 10s. O comprimento de
onda da emissão de raios-X foi de y = 0,17890 nm.
Utilizou-se a difratometria de raios-X apenas na fração argila, sem
tratamentos prévios (argila natural), sendo as amostras preparadas em lâminas
de vidro e orientadas. A análise por difratometria de raios-X das amostras da
fração argila foi realizada no Departamento de Solos da Universidade Federal de
Viçosa. A interpretação dos difratogramas de raios-X foi realizada segundo Brown
(1961), Grim (1968) e Joint Committee on Powder Difraction Standards (1974).
3.6. Classificação dos solos e mapeamento
Os solos foram classificados de acordo com o Sistema Brasileiro de
Classificação de Solos - SiBCS (EMBRAPA, 2006).
O processamento dos dados obtidos e a edição dos mapas foram
realizados por meio do software ArcGIS 9.3 (ESRI, 2009).
27
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Distribuição Espacial dos Solos
Os solos são distribuídos na paisagem de maneira condizente com o
ambiente de transição fisiográfica em que está inserida a propriedade Jardim. Foi
identificada a ocorrência de Latossolos Amarelos, Argissolos Acinzentados,
Argissolos Amarelos, Argissolos Vermelho-Amarelos, Gleissolos Melânicos,
Neossolos Regolíticos e Planossolos Háplicos, sendo os Argissolos Vermelho-
Amarelos a classe dominante. A relação completa dos solos identificados e
classificados na área de estudo é apresentada na Tabela 1. O mapa de solos
encontra-se no Apêndice C-2.
Tabela 1. Solos identificados e classificados na propriedade Jardim
Classes de Solos Área
ha %
Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico endoáquico - PVAd 36,1 23,7
Gleissolo Melânico Tb Eutrófico - GMe 20,7 13,6
Argissolo Vermelho Distrófico típico - PVd 19,2 12,5
Argissolo Vermelho Distrófico úmbrico endoáquico - PVd 18,6 12,2
Argissolo Amarelo Distrófico típico - PAd 14,8 9,7
Planossolo Háplico Eutrófico típico - SXe 19,0 12,4
Neossolo Regolítico Distrófico fragipânico lamélico - RRd 5,7 3,7
Gleissolo Melânico Tb Distrófico - GMd 4,4 2,9
Neossolo Regolítico Distrófico típico - RRd 4,2 2,7
Latossolo Amarelo Distrófico húmico - LAd 3,2 2,1
Argissolo Amarelo Distrófico endoáquico - PAd 2,6 1,7
Argissolo Amarelo Distrófico arênico fragipânico plácico - PAd 2,1 1,4
Argissolo Acinzentado Distrófico abrúptico epiáquico - PACd 1,3 0,9
Argissolo Amarelo Distrófico cambissólico - PAd 0,7 0,5
Totais 152,6 100
28
4.2. Topossequências selecionadas
Foram selecionadas duas topossequências, cujas feições guardam
características inerentes à área de estudo, sendo também representativas dos
solos regionais e da maneira como dispostos na paisagem. A primeira sequência,
denominada TOP I, é composta por quatro classes de solos, e inicia na parte mais
alta da propriedade, com ocorrência de Latossolo, e segue até a baixada onde
ocorre Gleissolo; no trecho intermediário são encontrados Argissolo e Planossolo.
A segunda sequência, TOP II, também inicia num topo, só que com ocorrência de
Argissolo Amarelo, seguido de Argissolo Vermelho, Argissolo Amarelo, Neossolo
Regolítico, terminando com Gleissolo na baixada.
Pelo estudo, infere-se que a sequência se desenvolve sobre os mesmos
sedimentos argilo-arenosos, pois as diferenças de textura quantificadas entre os
diversos solos seriam devidas não a descontinuidade litológica, mas a processos
de dissoluções, migrações e neoformações, influenciados pelos fluxos hídricos no
solo. Quimicamente, todos os perfis estudados são dessaturados (distróficos) e
ácidos. Quanto aos teores de carbono orgânico, eles decrescem em
profundidade, sendo apresentados valores superficiais na faixa de 2,42 e 0,62
dag kg-1, teores considerados bons a baixos, conforme Alvarez V. et al. (1999). A
difratometria com raios-X revelou que todos os solos da propriedade possuem
mineralogia da fração argila essencialmente caulinítica. De modo geral, esses
solos apresentam baixo pH, baixa disponibilidade de P e de outros elementos
(nutrientes) necessários para o desenvolvimento da planta, alta fixação de P e
toxicidade de Al, baixa CTC, entre outras características ou propriedades
relacionadas, direta ou indiretamente, com a mineralogia dominantemente
caulinítica.
4.2.1. Topossequência I
A dinâmica físico-químico-hídrica desses solos passa a ser discutida,
iniciando-se pela TOP I (Figura 5), composta pelos Perfis P1 (LAd), P8 (PVAd) ,
P10 (SXdb) e P7 (GMd). Uma visualização esquemática da sequência é
apresentada na figura 6. A íntegra dos dados da descrição geral e da morfológica
de todos os perfis encontra-se no Apêndice A, no entanto, dados de maior
interesse na discussão dos perfis integrantes das topossequências serão
apresentados em seguida.
29
Figura 4. Espacialização da Topossequência I, Propriedade Jardim, Areia/PB, composta pelos Perfis P1 (LAd), P8 (PVAd) , P10 (SXdb) e P7 (GMd) 5
Figura 5. Perfil esquemático da Topossequência I, Propriedade Jardim, Areia/PB, composta pelos Perfis P1 (LAd), P8 (PVAd) , P10 (SXe) e P7 (GMd) 6
4.2.1.1. Latossolo Amarelo Distrófico húmico (LAd), Perfil 1
O P1 (Figura 7) encontra-se no topo da paisagem, numa área de mata
secundária com altitude de 625 m. O relevo local, plano a suave ondulado,
associado aos demais fatores de formação, possibilitou a formação desses solos,
que se estendem por uma vasta área na direção leste, compondo a chamada Chã
de Jardim.
5 Fonte: inserção de dados sobre imagem do Google Earth, 2010.
6 Fonte: inserção de dados sobre perfil topográfico do Google Earth, 2010.
30
Figura 6. Perfil do Latossolo Amarelo distrófico húmico
Trata-se de um solo muito intemperizado, profundo e bem drenado. A
faixa abrangida pelos dois horizontes mais superficiais, rica em matéria orgânica,
apresentou coloração variando de preto a bruno acinzentado muito escuro, com
teor médio de carbono igual a 2,3 dag kg-1, considerado bom pelos valores
preconizados por Alvarez V. et al. (1999), que serão usados como referência ao
longo de toda esta discussão. A maior riqueza em carbono orgânico (COT)
relaciona-se à condição climática do Brejo de Altitude e também ao fato de tratar-
se de uma área de mata, cujo horizonte A não foi empobrecido por erosão ou uso
agrícola inadequado.
Os procedimentos contidos em Embrapa (2006) quanto à classificação do
horizonte A, levaram ao enquadramento desse horizonte como húmico. Os
cálculos efetuados para definição do A húmico estão inseridos no Apêndice E.
Segundo Ker (1998), a distrofia do sistema bem como as temperaturas amenas
ao longo do tempo, inibem a atividade microbiana, favorecendo o acúmulo de
matéria orgânica. Em razão disso, particularmente em áreas que permitem maior
acúmulo de matéria orgânica, não é incomum encontrar Latossolos Húmicos com
horizonte A de mais de 1 m de espessura.
O registro da existência de A húmico na Paraíba é recente, não existindo
ainda literatura científica publicada que mostre a ocorrência desse horizonte nos
31
solos do Estado. Dados não publicados de Miranda Henriques et al. (2010)
relativos à descrição morfológica e à determinação dos dados físicos e químicos
desse solo, condizem com o enquadramento do P1 como húmico. Em
andamento existem as pesquisas também ainda não publicadas de Lima (2011),
que fez a caracterização mineralógica e o fracionamento da matéria orgânica de
outro perfil aberto na mesma unidade de mapeamento. Esses pesquisadores
obtiveram resultados analíticos concordantes com os obtidos neste trabalho. Os
resultados analíticos do P1 podem ser visualizados nas tabelas 2 e 3.
O grau de floculação (GF) manteve-se entre 92 e 98%. Reações do solo
mais ácidas, como encontradas neste solo, integram os fatores que determinam
um alto grau de floculação da argila e alta estabilidade dos agregados. Em
Latossolos, valores mais próximos de 100% são um indicativo de que há uma
maior saturação por Al na fração argila, pois esse elemento desempenha
importante papel na floculação desses solos (RESENDE,1983). Nos horizontes
mais superficiais, mesmo não havendo valores de m tão elevados quanto no Bw1,
infere-se que a matéria orgânica, mais presente nesses patamares, exerça sua
parcela de contribuição na estabilidade dos agregados e na manutenção do grau
de floculação elevado.
A relação silte/argila, apresentou valor médio de 0,13, sendo este valor
considerado baixo, estando, portanto, em conformidade com o elevado grau de
desenvolvimento pedológico do solo.
Quimicamente, os teores encontrados são condizentes com o alto grau de
intemperismo e distrofia dessa unidade de mapeamento.
A caracterização mineralógica da fração argila revelou tratar-se de um
solo predominantemente caulinítico. Apesar de ser um solo muito intemperizado,
não apresentou, reflexões de gibsita, uma vez que não foram definidos picos
referentes a este argilomineral nos difratogramas (Figura 8). Os difratogramas
referentes aos demais perfis, por não apresentarem diferenciações mineralógicas
significativas, estão inseridos no Apêndice B.
34
Tabela 2. Resultados das análises físicas do Perfil 1. Latossolo Amarelo Distrófico húmico
Horiz. Prof. Granulometria
ADA GF Textura Silte/ Argila DS DP Porosid. Areia Silte Argila
cm ------------------ dag kg-1 -------------------- ---------- g cm-3 ---------
Oo 4 - 0 - - - - - - - - -
Ap 0 - 10 58 6 36 3 92 Arg-arenosa 0,15 1,48 2,69 0,55
A1 10 - 20 59 7 34 1 96 Fr-arg-arenosa 0,19 1,55 2,74 0,56
A2 20 - 70 48 7 45 2 93 Argilo-arenosa 0,15 1,54 2,71 0,57
A3 70 -100 37 6 57 4 93 Argila 0,10 1,33 2,72 0,49
AB 100 -140 39 5 56 3 94 Argila 0,10 1,33 2,68 0,49
Bw1 140 - 180 41 7 52 3 95 Argila 0,13 1,40 2,72 0,51
Bw2 180 - 230+ 29 7 64 1 98 Muito argilosa 0,10 1,44 2,76 0,52
Horiz. = horizonte; Prof = profundidade; ADA= argila dispersa em água; GF= grau de floculação; DP= densidade de partícula; DS=densidade do solo; Porosid.=Porosidade Total
32
35
Tabela 3. Resultados das análises químicas do P1. Latossolo Amarelo Distrófico húmico
Horiz. Prof. pH H2O
Ca2+ Mg2+ K+ Al3+ Na+ H+Al SB t T m V COT P
cm ----------------------------------- cmolc kg-1 -------------------------------- ----- % ---- dag.kg-1 mg.dm-3
Oo 4 – 0 - - - - - - - - - - - - - -
Ap 0 -10 4,0 0,9 0,7 0,03 0,3 0,06 13,37 1,69 1,99 15,06 7,48 11,22 2,42 0,24
A1 10 -20 3,6 0,75 0,4 0,03 0,25 0,04 11,59 1,22 1,47 12,75 8,63 9,10 2,20 0,18
A2 20 -70 3,4 0,75 0,2 0,03 0,25 0,03 11,39 1,01 1,26 12,45 8,78 8,51 1,99 0,14
A3 70 -100 3,8 0,3 0,3 0,02 0,5 0,02 9,24 0,64 1,14 9,88 10,82 6,48 0,93 0,06
AB 100 -140 3,7 0,4 0,2 0,03 0,2 0,01 5,61 0,7 0,9 11,04 17,83 5,80 0,86 0,03
Bw1 140 – 180 3,7 0,6 0,2 0,02 0,05 0,03 3,96 0,85 0,9 4,81 25,25 17,67 0,47 0,01
Bw2 180 -230+ 4,0 0,6 0,2 0,03 0,1 0,02 3,14 0,85 0,95 3,99 31,90 21,30 0,29 0,01
SB=soma de bases, t=CTC efetiva a pH natural, T=CTC a pH 7, m=saturação por alumínio, V=saturação por bases, COT=carbono orgânico total
33
34
Figura 7. Difratograma de raios-X (montagem orientada) em argila natural de
Latossolo Amarelo distrófico típico (P1), apresentando dominância de picos de
Caulinita (Ct). Números representam espaçamento d em nanômetro. CoKα/Ni.
4.2.1.2. Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico úmbrico endoáquico, Perfil 8
Este componente da topossequência localiza-se a 599 m de altitude numa
área de mata secundária em relevo suave ondulado e ocupa uma área de 36 ha,
correspondendo a 23% da propriedade. Configura-se como um solo profundo,
moderadamente drenado, que apresenta cores que vão do bruno muito escuro ao
33
35
bruno acinzentado nos horizontes superficiais e coloração variegada a partir dos
80 cm, onde são expressos os efeitos da retenção hídrica periódica, indicando
restrição de drenagem nesse perfil. Há uma diferença textural acentuada entre os
horizontes A e Bt, encontrando-se uma camada muito argilosa (70 dag kg-1 de
argila), que vai dos 80 aos 160 cm, cuja permeabilidade lenta mantém o lençol
freático alto durante alguns meses do ano.
O caráter epiáquico contemplado pelo Sistema Brasileiro de Classificação
de Solos - SiBCS, derivado de FAO (1998), é conceituado como ocorrente em
solos que apresentam lençol freático superficial temporário resultante da má
condutividade hidráulica de alguns horizontes do solo. Esta condição de
saturação com água permite que ocorram processos de redução e segregação de
ferro nos horizontes que antecedem ao Bt e, ou, no topo deste, conforme
Embrapa (2006).
Ainda conforme o SiBCS, o padrão de distribuição das feições de redução
e oxidação do caráter epiáquico atinge, em profundidade, até o topo do horizonte
Bt. No entanto, neste perfil, e também nos demais solos deste estudo que
apresentam características semelhantes, a retenção hídrica não ocorre
superficialmente, como é requerido para a inclusão nesse caráter, porém a
profundidades maiores (Figura 9), mas ainda no horizonte B. Para configurar e
expressar com mais precisão tal situação sugere-se que seja considerada pelo
Comitê do Sistema a criação do caráter endoáquico, que designaria os solos que
apresentassem em profundidades maiores as feições do caráter epiáquico.
Sugere-se profundidades superiores a 80 cm, ou que abrangessem toda a porção
inferior do horizonte B.
Sendo os Argissolos dominantes na área da propriedade, os aspectos
morfológicos apresentados por esta unidade são bem representativos dos demais
solos que foram observados neste estudo. Especialmente essa faceta
“endoáquica”, que se repete com graus variados em nove dos dez perfis
argissólicos descritos.
36
Figura 8. Aspecto do Perfil P8 (PVAd) na estação seca (1) e na chuvosa (2)
As análises químicas revelaram tratar-se de um solo com baixa fertilidade
natural, com teores de P, Ca e Mg abaixo dos desejáveis para cultivos agrícolas.
Os índices de acidez trocável estão entre baixos e médios, a acidez potencial é
alta e a saturação por Al tem valores médios; por conseguinte, a reação do solo
encontra-se entre forte a moderadamente ácida. Em relação à soma de bases, os
valores estão entre baixos e médios, e os teores de carbono orgânico, na faixa
dos 0,9 dag kg-1 nos horizontes superficiais, são considerados baixos (ALVAREZ
V, 1999). Os parâmetros comparativos preconizados por Alvarez V (1999), que
foram utilizadas na interpretação dos resultados, encontram-se no Anexo 1. Os
resultados das análises químicas do P8 são apresentados na tabela 4.
37
Tabela 4. Resultados das análises físicas do perfil 8. Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico úmbrico endoáquico
Horiz Prof. Granulometria
ADA GF Textura Silte/
Argila DS DP Porosid.
Areia Silte Argila
cm ----------------------- dag kg-1 --------------------- ----------- g cm-3 ----------
A1 0 -20 83 5 13 4 70 Areia franca 0,38 1,59 2,66 0,60
A2 20 - 50 72 7 21 3 88 Fr-arg-aren 0,35 1,6 2,68 0,60
AB 50 -80 62 7 31 10 67 Fr-arg-aren 0,23 1,52 2,67 0,57
Bt 80 -160 19 11 70 14 80 Mt argiloso 0,15 1,41 2,67 0,53
Bt/Cr 160 - 180 + 57 20 23 2 94 Fr-arg-aren 0,89 1,53 2,72 0,56
Horiz. = horizonte; ADA= argila dispersa em água; GF= grau de floculação; DP= densidade de partícula; DS=densidade do solo; Porosid.=Porosidade Total
Tabela 5. Resultados das análises químicas do perfil 8. Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico úmbrico endoáquico
Horiz. Prof. pH H2O Ca2+ Mg2+ K+ Na+ Al3+ H+Al SB t T m V COT P
cm ---------------------- cmolc kg-1 --------------- ---- % ---- dag.kg-1 mg.dm-3
A1 0 -20 4,9 2,1 0,65 0,03 0,2 5,86 2,81 3,01 8,67 6,64 17,2 0,89 0,53
A2 20-50 4,6 0,8 0,65 0,14 0,03 0,75 8,17 1,62 2,37 9,79 31,65 12,2 0,94 0,34
AB 50 -80 4,7 0,95 0,3 0,14 0,03 0,7 7,84 1,46 2,16 9,30 32,41 12,8 0,79 0,15
Bt 80 -160 5,2 1,05 0,5 0,09 0,07 0,65 5,61 1,74 2,39 7,35 27,2 17,8 0,32 0,03
Bt/Cr 160-180+ 5,5 1 1,25 0,03 0,1 0,05 1,32 2,33 2,38 3,65 2,1 75,8 0,15 0,01
SB=soma de bases, t=CTC efetiva a pH natural, T=CTC a pH 7, m=saturação por alumínio, V=saturação por bases, COT=carbono orgânico total
37
38
4.2.1.3. Planossolo Háplico Eutrófico úmbrico . Perfil 10
Estando inserida numa área climática transicional, há uma parte da
propriedade Jardim que começa a apresentar características mais diferenciadas
daquelas do Brejo Paraibano. A ocorrência de Planossolos é uma dessas
características. Esses solos apresentam um horizonte E distinto, precedido pelo
horizonte A um pouco mais rico em matéria orgânica e sucedido pelo B plânico,
numa sucessão abrupta evidenciada pelo limite drástico que configura um
fraturamento muito nítido entre o horizonte E e o Bt (Figura 10). A feição textural
apresentada é em blocos angulares grandes, com tendência prismática.
Esta Unidade ocupa uma área de 6,5 ha, o que equivale a 4,3% da área
total da propriedade. Está localizada na porção mais setentrional da Propriedade,
em terreno ondulado, tendo 9% de declividade no local do perfil e a altitude é de
568 m.
Trata-se de um solo imperfeitamente drenado, pouco profundo, com
material litóide encontrado à profundidade de 90 cm. A presença do horizonte B
Plânico, que funciona como uma barreira ao fluxo descendente da água ocasiona
uma imperfeita drenagem do perfil e a consequente saturação.
Apesar das desvantagens agrícolas do ponto de vista físico, por ser um
solo mais raso, mais arenoso superficialmente, e pela permeabilidade baixa no
horizonte subsuperficial, esse solo apresenta vantagens químicas (nutricionais)
em relação aos demais da topossequência. Como evidenciado na tabela 7, os
valores de pH estão entre os mais agricolamente favoráveis que ocorrem na
Propriedade, contudo o solo ainda é classificado como moderadamente ácido. A
acidez trocável apresenta índices bons, e a potencial mostrou-se entre média a
alta. Os teores de P são muito baixos, o mesmo não ocorrendo com os de Ca2+ e
Mg2+, que vão de médios a muito bons. A CTC efetiva (t) está entre média a
muito boa (ALVAREZ et. al, 1999). Estes níveis refletem a condição menos
intemperizada desse solo, que é também atestada pelos altos valores da relação
silte/argila, de 0,66 a 1,13.
A presença de um horizonte mais arenoso na superfície, associada à
ausência de técnicas conservacionistas e ao regime pluvial da região, proporciona
acentuados índices de erosão. Ações erosivas do tipo laminar e em sulcos foram
observadas em toda a área (Figura 11). A susceptibilidade dessa classe de solo à
erosão foi evidenciada na pesquisa de Oliveira et al. (2008), sobre a tolerância de
39
perdas de solo por erosão nos solos da Paraíba, onde os Planossolos foram
situados logo após os Neossolos e os Luvissolos na escala de tolerância a perdas
por erosão, tendo apresentado valores bem próximos entre si.
Figura 9. Perfil 10 (1) e aspecto da área de ocorrência de Planossolos na Propriedade Jardim (2).
Figura 10. Aspecto do Planossolo erodido, com o horizonte Bt exposto.
40
Tabela 6. Resultados das análises físicas do Perfil 10. Planossolo Háplico Eutrófico úmbrico
Hor. Prof. Granulometria
ADA GF Textura Silte/
Argila DS DP Porosid.
Areia Silte Argila
cm ----------------------- dag Kg-1 -------------------------- ----------- g cm-3 -----------
Ap 0 -10 87 7 7 1 81 Areia fr 1,00 1,62 2,65 0,61
A1 10 - 30 79 9 12 4 68 Fr-aren 0,78 1,59 2,65 0,60
A2 30 - 60 74 11 16 4 76 Fr-aren 0,66 1,63 2,61 0,62
Bt 60 - 90 50 9 41 3 33 Arg-aren 0,22 1,68 2,81 0,60
Cr 90 -120 73 14 13 5 59 Fr-aren 1,13 1,7 2,75 0,62
Hor. = horizonte; ADA= argila dispersa em água; GF= grau de floculação; DP = densidade de partícula; DS = densidade do solo; Porosid = porosidade total
Tabela 7. Resultados das análises químicas do Perfil 10. Planossolo Háplico Eurófico típico
Horiz Prof pH Ca2+ Mg2+ K+ Na+ Al3+ H+Al SB t T m V COT P
cm H2O ------------- cmolc kg-1 ------------ --- % --- dag.kg-1 mg.dm-3
Ap 0 -10 6,0 2,15 0,65 0,02 0,02 0,05 3,22 2,84 2,89 6,06 1,73 46,86 0,62 0,83
A1 10 - 30 5,8 3,35 0,98 0,28 0,03 0,05 4,87 4,64 4,69 9,51 1,07 48,79 0,70 1,59
A2 30 - 60 5,8 3,55 0,65 0,09 0,07 0,25 5,61 4,36 4,61 9,97 5,42 43,73 0,79 0,28
Bt 60 - 90 6,1 3,9 3,75 0,03 0,43 0,35 4,37 8,11 8,46 12,48 4,14 64,98 0,24 0,14
Cr 90 -120 6,3 3,45 3,75 0,05 0,43 0,25 6,68 7,68 7,93 14,36 3,15 53,48 0,17 5,33
SB=soma de bases, t=CTC efetiva a pH natural, T=CTC a pH 7, m=saturação por alumínio, V=saturação por bases, COT=carbono orgânico total
40
41
4.2.1.4. Gleissolo Melânico Tb Distrófico úmbrico, Perfil 7
Por sua localização na paisagem, inserido numa baixada inundável que
permanece com lençol freático alto durante toda a estação chuvosa, este solo
reflete os efeitos ambientais principalmente pela cor acinzentada do horizonte
subsuperficial. As feições do horizonte superficial, entre elas a existência do
horizonte A proeminente e da coloração preta (10YR 2/1) até 50 cm, dentre outras
características, preencheram as exigências contidas em Embrapa (2006) para
enquadrá-lo como Melânico (Figura 12).
Figura 11. Perfil 7. Gleissolo Melânico Tb distrófico úmbrico
Especialmente nos horizontes subsuperficiais, por conta do regime
hídrico, os valores da argila dispersa em água são mais elevados, havendo a
consequente diminuição no grau de floculação e aumento da densidade do solo.
Apesar da textura ser favorável à drenagem natural, a sua localização favorece o
encharcamento, limitando seu uso agrícola apenas à estação seca. Nas
imediações do perfil observam-se afloramentos de rocha, o que justifica ter havido
contato lítico de material gnáissico a 85-110 cm.
Com acidez moderada e índices de saturação por Al (m) baixos,
apresenta uma CTC efetiva (t) com valores favoráveis à agricultura. Considerando
42
também os teores de Ca2+ e Mg2+ classificados como bons a muito bons e os
bons teores de carbono orgânico, pode-se concluir que este solo possui uma
aptidão agrícola pouco explorada economicamente no momento.
As tabelas 8 e 9 apresentam os valores obtidos nas caracterizações
físicas e químicas desse solo.
43
Tabela 8. Resultados das análises físicas do Perfil 7 Gleissolo Melânico Tb Distrófico úmbrico
Hor. Prof. Granulometria
ADA GF Textura Silte/
Argila DS DP Porosid.
Areia Silte Argila
cm --------------------- dag kg-1 ----------------------- ----------- g cm-3 -----------
Ap 0 - 8 68 12 20 5, 75 Fr-arg-aren 0,57 1,39 2,59 0,54
A2 8 - 21 66 14 21 8 63 Fr-arg-aren 0,64 1,5 2,55 0,59
A3 21 - 45 67 12 21 6 69 Fr-arg-aren 0,57 1,55 2,6 0,60
Cg1 45 - 85 65 17 17 15 12 Fr-aren 1,00 1,72 2,64 0,65
Cg2 85 - 110 76 9 15 13 15 Fr-aren 0,60 1,89 2,71 0,70
Hor. = horizonte; ADA= argila dispersa em água; GF= grau de floculação; DP= densidade de partícula; DS=densidade do solo. Porosid. = Porosidade total
Tabela 9. Resultados das análises químicas do Perfil 7 Gleissolo Melânico Tb Distrófico úmbrico
Horiz Prof. pH Ca2+ Mg2+ K+ Na+ Al3+ H+Al SB t T m V COT P
cm H2O ---------------------------- cmolc kg-1 --------------- ---- % ---- dag.kg-1 mg.dm-3
Ap 0 - 8 5,6 4,45 2,25 0,07 0,06 0 5,86 6,83 6,83 12,69 0 53,82 1,24 0,31
A2 8 - 21 5,7 5,3 1,4 0,16 0,07 0,05 10,48 6,93 6,98 17,41 0,7 39,80 1,32 0,38
A3 21 - 45 6,2 4,35 1,2 0,05 0,07 0,05 9,9 5,67 5,72 15,57 0,9 36,42 1,00 0,36
Cg1 45 - 85 5,3 2,75 0,85 0,07 0,09 0,1 2,31 3,76 3,86 6,07 2,6 61,94 0,24 0,1
Cg2 85 - 110 6,1 1,35 0,65 0,05 0,11 0,05 2,23 2,16 2,21 4,39 2,3 49,20 0,11 0,06
SB=soma de bases, t=CTC efetiva a pH natural, T=CTC a pH 7, m=saturação por alumínio, V=saturação por bases, COT=carbono orgânico total
43
44
4.2.2. Topossequência II
Esta topossequência compreende cinco perfis: P15 (PVAd), P13 (PVd),
P5 (PAd), P6 (RRd) e P12 (GMd), dispostos em segmento descendente a partir
do topo (616 m de altitude) até a baixada (586 m), como mostrado na figura 13. A
posição relativa de cada perfil em relação à declividade do terreno é mostrada no
perfil esquemático da figura 14.
Figura 12. Espacialização da Topossequência II. Propriedade Jardim, Areia/PB, composta pelos perfis P15 (PVAd), P13 (PVd), P5 (PAd), P6 (RRd) e P12 (GMe) 7
Figura 13. Perfil esquemático da Topossequência II 8
4.2.2.1. Argissolo Amarelo Distrófico úmbrico endoáquico. Perfil 15
O P15, localizado a 616 m de altitude, em topo de paisagem, ocupa uma
área de 2,6 ha (1,7% do total da propriedade). Trata-se de um solo profundo, com
7 Fonte: inserção de dados sobre imagem do Google Earth, 2010.
8 Fonte: inserção de dados sobre perfil topográfico do Google Earth, 2010.
45
relevo local suave ondulado e vegetação de gramíneas e capoeira baixa, sendo a
área utilizada para plantio de culturas de subsistência (principalmente mandioca e
feijão). O horizonte superficial de textura franco-argilo-arenosa, associado ao fato
da total inexistência de práticas conservacionistas, favorece o arrastamento das
partículas do solo pela enxurrada, havendo locais em que o horizonte Bt,
localizado a mais de 60 cm de profundidade, encontra-se exposto. Nos arredores
do perfil, onde a declividade aumenta, são visíveis os efeitos da erosão laminar,
havendo também a formação de sulcos profundos, se bem que esparsos,
expondo o horizonte Bt (Figura 15). O uso da área, com agricultura de
subsistência, ainda utilizando técnicas rudimentares de cultivo, favorece o
processo erosivo.
Figura 14. Erosão em Argissolo Amarelo, ocorrente em área cultivada próxima ao Perfil 15 da Topossequência II. Início de exposição do horizonte Bt (1); Horizonte Bt
já exposto mais abaixo na encosta (2).
Trata-se de um solo moderadamente drenado, pois a textura
subsuperficial muito argilosa (70 dag kg-1 de argila no Bt) ocasiona o surgimento
de cores de redução devido à retenção hídrica no perfil durante o período das
chuvas (Figura 16).
46
Os valores de argila dispersa em água são baixos, sendo
consequentemente alto o grau de floculação, que chega a 100% no Bt. É um solo
fortemente ácido, com valores de acidez potencial de alta a muito alta e acidez
trocável média (Tabelas 10 e 11). Ainda assim, no horizonte superficial até 10 cm
a soma de bases chega a 4,4 cmolc kg-1, valor classificado como bom, segundo
Alvarez V et. al (1999). Comparando-se os teores mencionados com aqueles do
P3, outro perfil da área, que apresenta semelhanças com o P15, os valores da SB
superficiais são ainda maiores. A saturação por bases, no entanto, é baixa ao
longo de todo o perfil. Foram encontrados valores bons de Ca e baixos de P. Os
valores nutricionais melhores do horizonte superficial podem ser creditados, em
parte, aos teores de carbono orgânico, que são médios, ou à ação humana, pela
realização de adubações no passado, possibilidade que não foi atestada pelo
agricultor.
Figura 15. Aspecto do Perfil 15 (PAd), na propriedade Jardim, Areia/PB, na estação seca (1) e no início da estação chuvosa (2).
47
Tabela 10. Resultados das análises físicas do Perfil 15. Argissolo Amarelo Distrófico úmbrico endoáquico
Hor. Prof. Granulometria
ADA GF Textura Silte/ Argila DS DP Porosid. Areia Silte Argila
cm ----------------------------- dag kg-1 ----------------------- ----------- g cm-3 -----------
Ap 0 - 10 70 4 26 4 85 Fr-arg-aren 0,17 1,52 2,63 0,58
A2 10 - 35 65 7 28 5 82 Fr-arg-aren 0,24 1,63 2,66 0,61
AB 35 - 55 42 4 54 10 81 Argilosa 0,07 1,56 2,72 0,57
BA 55 - 80 37 7 57 6 88 Argilosa 0,12 1,48 2,63 0,56
Bt 80 -160 + 21 10 70 0 100 Mt arg 0,14 1,55 2,73 0,57
Hor. = horizonte; ADA= argila dispersa em água; GF= grau de floculação; DP= densidade de partícula; DS=densidade do solo; Porosid= porosidade total
Tabela 11. Resultados das análises químicas do Perfil 15. Argissolo Amarelo Distrófico úmbrico endoáquico
Horiz Prof. pH Ca2+ Mg2+ K+ Na+ Al3+ H+Al SB t T m V COT P
cm H2O -------------------------- cmolc kg-1 -------------------- ------ % ----- dag.kg-1 mg.dm-3
Ap 0 - 10 5,5 3,8 0,35 0,14 0,13 0,05 6,93 4,42 4,47 11,35 1,12 38,94 1,71 0,44
A2 10 - 35 4,9 0,8 0,9 0,14 0,06 0,75 8,42 1,9 2,65 10,32 28,3 18,41 0,76 0,29
AB 35 - 55 5,2 0,55 0,65 0,09 0,05 0,9 9,24 1,34 2,24 10,58 40,18 12,67 0,63 0,06
BA 55 - 80 5,3 0,8 0,4 0,03 0,07 1,05 8,09 1,3 2,35 9,39 44,68 13,84 0,41 0,06
Bt 80 -160 + 5,3 0,8 0,7 0,03 0,06 0,4 5,45 1,59 1,99 7,04 20,1 22,59 0,23 0,01
SB=soma de bases, t=CTC efetiva a pH natural, T=CTC a pH 7, m=saturação por alumínio, V=saturação por bases, COT=carbono orgânico total
47
48
4.2.2.2. Argissolo Vermelho Distrófico endoáquico, Perfil 13
Por se encontrar no terço superior de uma encosta ondulada, com
declividade local de 14%, esta unidade apresenta o horizonte superficial menos
profundo de todos os Argissolos ocorrentes na Propriedade. Contudo, os efeitos
do hidromorfismo estão presentes nesse perfil. A cor variegada, com dominância
dos matizes avermelhados, faz-se presente logo aos 40 cm de profundidade
(Figura 18). A textura também é diferenciada, sendo argilosa desde os horizontes
superficiais, passando a muito argilosa a partir dos 40 cm, onde uma faixa de
drenagem muito lenta tem início (Tabela 12).
Há a possibilidade de que o horizonte superficial seja raso por ter sido em
parte erodido (decapitado). A vegetação em fase de regeneração, mas ainda de
pouca idade, indica ter estado esse solo desprotegido por um longo período. Na
mesma encosta há vários trechos reflorestados, mas que não foram estendidos
até alcançar o local deste perfil.
Pode-se inferir também que as condições de maior declividade tenham
contribuído para uma menor atuação dos fatores de formação deste solo. Ao se
considerar a relação silte/argila desta unidade, bem superior a todas as outras,
percebe-se que há indicativos de se tratar de um solo com menor
desenvolvimento pedogenético. Os teores de silte são duas a três vezes maiores
do que os do perfil 15, localizado no topo da encosta, em terreno suave ondulado
(4%). Mesmo os valores da relação silte/argila estando dentro da faixa
considerada baixa (0,23; 0,30 e 0,59), há uma diferença considerável em relação
aos encontrados no P15 (0,07; 0,12 e 0,14), nos horizontes ABt a Bt.
Os valores de argila dispersa em água (ADA) são também
comparativamente maiores, iniciando com 21 dag kg-1 no Ap e aumentando para
41 dag kg-1 no ABt , enquanto que no início da topossequência o P15 apresentou
valores nos mesmos horizontes indo de 3,8 a 10 dag kg-1, chegando a 0 no BC
Enquanto o grau de floculação (GF) apresentou valor médio de 87% no perfil
anterior, neste não passou de 65%. Esses valores de argila dispersa em água e
do grau de floculação indicam um solo menos estruturado (Tabela 12).
Prado e Centurion (2001) discorreram sobre a ação da matéria orgânica
no sentido de aumentar o grau de floculação da argila, e a estruturação do solo,
por seu efeito cimentante, citando inclusive pesquisa de Carvalho Júnior et
al.(1998), que constatam a ocorrência da floculação da argila pela ação da
49
matéria orgânica, em áreas com vegetação nativa. No entanto, de maneira
diversa, no solo em estudo os teores de carbono orgânico são superiores aos do
P15 e, mesmo assim, há uma considerável diferença para menos na ADA e no
GF. Conclui-se que outros fatores estão em ação neste solo, contribuindo para
que esses índices sejam mais baixos. A atenção volta-se então para os teores
mais elevados de Ca2+ e Mg2+ presentes no P13 (Tabela 13).
A atribuição dos índices de ADA e de GF menores à ação dessas bases é
referida por Albuquerque et al. (2003) que constataram a diminuição do GF de
69 %, em média, no solo não calcariado, para aproximadamente 58 %, quando se
adicionou 9,0 Mg ha-1 de calcário. Segundo esses autores, esta redução está,
provavelmente, relacionada com o aumento da espessura da dupla camada
elétrica difusa dos colóides, atribuído à criação de cargas negativas, a qual se
evidencia pelo aumento na CTC e pela substituição do Al3+ pelo Ca2+ e Mg2+ no
complexo de troca.
Outra influência de maiores teores de Ca2+ e Mg2+ sobre os atributos
físicos do solo é a diminuição na atividade de Al3+ e H+ na solução do solo, que
são os principais agentes floculantes em solos ácidos (MORELLI e FERREIRA,
1987). Nesse caso, há precipitação de polímeros de hidróxidos de Al, pelo
aumento do pH do solo.
No entanto, quanto ao pH, este solo é tão fortemente ácido como o que o
precede na topossequência. Pode-se deduzir que mesmo sendo igualmente
ácidos, a presença das bases em maior teor exercem maior influência, como pode
ser verificado pelos menores índices de ADA e menor GF.
Os teores de carbono orgânico neste perfil são superiores aos do perfil
que o precedeu na topossequência, especialmente no horizonte superior, onde
atingem 2,86 dag kg-1 sendo valores considerados bons. A soma de bases foi
também superior, com valores bons em sua maioria. A CTC efetiva apresentou
valores entre médios a bons (Tabela 13).
Ao longo da extensão de ocorrência deste solo, que abrange uma área
aproximada de 18 ha, há mudanças nos padrões de profundidade, ocorrendo
manchas com horizonte A ainda mais raso (Figura 17), de cor e de textura,
havendo textura cascalhenta (cascalho arestado) a profundidades variáveis.
50
Figura 16. Argissolo Vermelho com horizonte superficial muito raso. Aspecto da tradagem inicial. Indício de horizonte decapitado por intenso processo erosivo.
Área de pastagem próxima ao P13
Figura 17. Perfil de Argissolo Vermelho Distrófico endoáquico (1) e aspecto da lenta permeabilidade do perfil (2)
51
Tabela 12. Resultados das análises físicas do P13. Argissolo Vermelho Distrófico endoáquico
Hor. Prof. Granulometria
ADA GF Textura Silte/
Argila DS DP Porosid.
Areia Silte Argila
cm ------------------------------ dag kg-1 ------------------------- ------------ g cm-3 ------------
Ap 0 - 10 44 9 47 21 54 Argilosa 0,19 1,34 2,56 0,52
A2 10 - 25 40 12 49 17 65 Argilosa 0,25 1,46 2,68 0,54
AB 25 - 40 21 15 65 41 37 Mt arg 0,23 1,41 2,75 0,51
Bt 40 - 120 18 19 63 18 72 Mt arg 0,30 1,38 2,81 0,49
BC 120-180 + 25 28 48 2 97 Argilosa 0,59 1,42 2,87 0,49
Hor. = horizonte; ADA= argila dispersa em água; GF= grau de floculação; DP= densidade de partícula; DS=densidade do solo; Porosid. = porosidade total
Tabela 13. Resultados das análises químicas do P13. Argissolo Vermelho Distrófico endoáquico
H o r . Prof pH Ca2+ Mg2+ K+ Na+ Al3+ H+Al SB t T m V COT P
cm H2O ------------------------- cmolc kg-1 ----------------------- --- % ---- dag.kg-1 mg.dm-3
Ap 0 - 10 4,6 2,85 1,75 0,33 0,17 0,15 8,91 5,1 5,25 14,01 2,86 36,40 2,62 0,14
A2 10 - 25 5,0 1,8 1,75 0,19 0,12 0,4 8,09 3,86 4,26 11,95 9,39 32,30 1,53 0,08
AB 25 - 40 4,4 1,05 1,65 0,05 0,15 0,45 4,79 2,9 3,35 7,69 13,43 37,71 0,81 0,01
Bt 40-120 4,0 1,05 1,6 0,05 0,18 0,65 4,54 2,88 3,53 7,42 18,41 38,81 0,44 0,01
BC 120-180+ 4,0 0,3 1,55 0,05 0,15 1,65 5,61 2,05 3,7 7,66 44,59 26,76 0,10 0,01
SB=soma de bases, t=CTC efetiva a pH natural, T=CTC a pH 7, m=saturação por alumínio, V=saturação por bases, COT=carbono orgânico total
51
52
4.2.2.3. Argissolo Amarelo Distrófico arênico fragipânico plácico. Perfil 5.
Esta unidade taxonômica ocorre de forma isolada e pouco representativa,
compondo apenas 1,4% do total da área, ocupando pouco mais de 2 ha. Sua
importância deve-se à presença de uma feição pedológica pouco comum, o
horizonte plácico. O P5 (Figura 19) situa-se a uma altitude de 596 m, no terço
médio de uma encosta de relevo ondulado, com declividade de 14%. É um solo
bem drenado, profundo, sendo a vegetação local um denso plantio de Sabiá
(Mimosa caesalpiniifolia. Benth), sem exploração comercial, tendo papel de
reflorestamento e conferindo boa proteção contra a erosão. Há também indícios
de uma sistematização de solo, um terraceamento, aparentemente executado há
décadas, contribuindo para obstar as enxurradas.
Foram medidas conservacionistas como esta que pouparam (ou
recuperaram) vários trechos da Propriedade Jardim do intenso desgaste que
ocorre de maneira generalizada na região. Considerando que o aclive em tela
apresenta declividades de até 23%, pode-se avaliar o benefício de tal
reflorestamento para esse trecho da propriedade.
Separando o horizonte Bt do Btx, há uma tênue camada de
aproximadamente 0,8 cm de espessura, composta por material muito adensado,
férreo, escurecido, que foi identificado como horizonte plácico (Figura 20). Tal
camada tem consistência extremamente dura e está associada a outra camada
igualmente tênue, porém bem menos endurecida, ocorrendo à profundidade de
140 cm (Figura 19).
Há ainda controvérsias quanto à denominação horizonte plácico. Discute-
se se não seria a denominação de caráter plácico mais adequada. Até o
momento, o Comitê Executivo do SiBCS, ainda não se pronunciou no sentido de
fazer alterações na definição já exarada no Sistema, tendo sido nele inserida a
partir dos trabalhos de Araújo Filho (2003). Sendo assim, a formação pedológica
identificada no P5 pode ser inserida na classe de horizonte plácico, conferindo
nome ao solo no quarto nível categórico. Neste trabalho não são apresentados
resultados analíticos do horizonte plácico do ponto de vista físico nem químico,
apenas mineralógico, e ainda assim, apenas da argila natural, sem tratamentos,
visto que análises mineralógicas mais complexas ainda estão em andamento. No
entanto, a presença de Fe no material parece evidente aos sentidos comuns. Seu
53
caráter impermeável à água e às raízes, a não ser em algumas fendas, foi
observado in loco.
Figura 18. Perfil 5, sendo apontada a profundidade de ocorrência do horizonte plácico
Figura 19. Fragmento do horizonte plácico, retirado do P5, localizado na unidade cartográfica PAd
A ocorrência do horizonte plácico na região não está registrada na
literatura científica, havendo, inclusive escassez de relatos e descrições mesmo
em outras regiões do Brasil. Sugere-se que seja mais bem pesquisada a
abrangência deste pan na área estudada, realizando-se novas sondagens a fim
de delimitar com mais precisão seus limites.
54
Além do horizonte acima discutido, este solo tem a particularidade de
apresentar o horizonte Btx, (fragipânico) que, além de ter feições coesas,
apresentando uma cimentação branda, mostra-se com textura franco-arenosa,
sendo que o horizonte que o precede é bem mais argiloso (Tabela 14). Os teores
de argila voltam aos níveis dos horizontes superficiais, em torno de 10 dag kg-1. A
argila dispersa em água alcança o máximo valor no perfil e o grau de floculação
cai para 49% contra 85% no horizonte precedente. Neste caso, ao contrário do
que acontece no P13, não há níveis de bases que justifiquem essa dispersão
maior. Os teores de carbono orgânico e de acidez trocável e potencial também
não se diferenciam dos demais horizontes (Tabela 15).
Em horizontes coesos, segundo Jacomine (2001), o adensamento é
caracterizado pelo aumento da densidade do solo e redução da porosidade total
em relação aos horizontes adjacentes, apresentando-se muito duros ou até
extremamente duros, quando secos, e friáveis ou firmes, quando úmidos. Tais
características são apresentadas pelo horizonte adensado do P5.
Horizontes subsuperficiais adensados, comumente denominados de
coesos, têm ocorrência significativa em solos do Nordeste do Brasil,
principalmente nos Tabuleiros Costeiros Terciários da Formação Barreiras. O
caráter coeso foi definido como um atributo diagnóstico do SiBCS (Embrapa,
2006) para designar um estado de coesão, sem cimentação aparente, que se
manifesta quando o solo está seco e desaparece ou torna-se bem menos
expressivo quando o solo está úmido (Lima Neto et al., 2010). Esses autores, que
pesquisaram solos com horizontes adensados nos tabuleiros costeiros de
Alagoas, sugeriram que sua gênese não se deve à presença de agentes
cimentantes e que a origem do horizonte coeso apresenta duas fases distintas,
sendo sua base formada inicialmente pela iluviação de argila fina, entupindo os
poros do solo, com posterior perda de Fe na parte superior, colapsando a
estrutura.
Por outro lado, Cooper et al. (2000), pesquisando a origem dos cutãs de
iluviação em B textural (que são formações pedológicas texturais) sugeriram uma
ligação aos processos de hidromorfia temporária que ocorrem nos horizontes
superficiais e Bt dos solos, provocando a desestabilização das ligações Fe-argila,
facilitando assim a mobilização e a redistribuição do Fe e da argila. A existência
de um “teto” férreo no Btx do P5, associada aos mosqueados que indicam ter
55
ocorrido hidromorfismo, permite adotar a sugestão dos autores acima como válida
neste caso.
Os valores de pH deste solo variaram de extrema a moderadamente
ácidos, concentrando-se a acidez nos horizontes superficiais (Tabela 15). Os
teores de P são muito baixos, como também os de Ca2+ e Mg2+, com exceção do
teor de Ca2+ no horizonte Ap, que, devido à matéria orgânica adicionada pela
vegetação, apresenta-se médio. Os valores de acidez trocável são bons nos dois
primeiros horizontes, passando a médio e alto nos seguintes. A acidez potencial é
alta ao longo de todo o perfil, e a saturação por Al (m) só é muito baixa no Ap,
sendo classificada como média nos horizontes seguintes, segundo parâmetros de
Alvarez V et. al (1999). É notório o fato do gradiente de m ser tão grande ao
longo do perfil, indo de um valor inicial de 9,3 no Ap para valores de 34 a 50%.
Essa diminuição que ocorre no horizonte superficial foi atribuída ao aporte
orgânico proporcionado pelo reflorestamento (Tabela 15).
56
Tabela 14. Resultados das análises físicas do Perfil 5. Argissolo Amarelo Distrófico arênico fragipânico plácico
Hor. Prof. Granulometria
ADA GF Textura Silte/
Argila DS DP Porosid.
Areia Silte Argila
cm --------------------------- dag kg-1 --------------------------- --------------g cm-3 -------------
Ap 0 - 10 89 1 10 3 73 Areia franca 0,15 1,61 2,62 0,61
A2 10 - 20 cm 83 5 13 1 90 Areia franca 0,38 1,6 2,63 0,61
A3 20 - 100 80 5 15 4 74 Fr-arenosa 0,36 1,62 2,64 0,61
Bt 100 - 130 70 4 26 4 85 Fr-arg-aren 0,17 1,62 2,63 0,62
Btx 140 - 200 + 76 14 10 5 49 Fr-arenosa 1,33 1,7 2,64 0,64
Hor. = horizonte; ADA= argila dispersa em água; GF= grau de floculação; DP= densidade de partícula; DS=densidade do solo; Porosid. = Porosidade total
Tabela 15. Resultados das análises químicas do Perfil 5. Argissolo Amarelo Distrófico arênico fragipânico plácico
Hor Prof. pH Ca2+ Mg2+ K+ Na+ Al3+ H+Al SB t T m V CO P
cm H2O -------------------------- cmolc kg-1 -------------------- -------------- % ------------- dag.kg-1 mg.dm-3
Ap 0 - 10 4,8 1,9 0,3 0,19 0,05 0,25 6,02 2,44 2,69 8,46 9,29 28,84 0,80 0,27
A2 10 - 20 4,6 0,65 0,6 0,16 0,03 0,75 6,11 1,44 2,19 7,55 34,25 19,07 0,52 0,2
A3 20 - 100 4,0 0,55 0,3 0,16 0,02 1,05 7,18 1,03 2,08 8,21 50,48 12,55 0,51 0,1
Bt 100 - 130 5,7 0,5 0,45 0,18 0,02 0,95 4,9 1,15 2,1 6,05 45,24 19,01 0,34 0,04
Btx 140 - 200 + 5,6 0,45 0,03 0,07 0,02 0,55 4,62 0,57 1,12 5,19 49,11 10,98 0,26 0,58
SB=soma de bases, t=CTC efetiva a pH natural, T=CTC a pH 7, m=saturação por alumínio, V=saturação por bases, COT=carbono orgânico total
56
57
4.2.2.4. Neossolo Regolítico Distrófico fragipânico lamélico. Perfil 6
Esta unidade, representada pelo perfil 6, ocupa uma área de 5,7 ha (3,7%
da área total) e está a 592 m de altitude. Trata-se de um solo com características
alóctones, classe textural arenosa, profundo e bem drenado. Mesmo com tal
textura, podem ser percebidos aglomerados estruturais fracos, em formato de
blocos grandes, laminares.
O horizonte C1, com 50 cm de espessura, apresenta bandas texturais
onduladas, também denominadas lamelas (Figura 21). Essas bandas, que podem
ser visualizadas em número aproximado de seis (pois há trechos em que duas
bandas coalescem e voltam a se dividir), destacam-se no perfil por apresentarem
coloração e textura diferenciadas das entre-bandas. Sua textura é franco-arenosa,
apresentam cimentação fraca, consistência ligeiramente dura, friável, não
plástica, não pegajosa e coloração bruno escuro. A espessura individual das
bandas é de aproximadamente 0,8 cm, sendo um pouco variável devido à
conformação ondulada-irregular. As camadas entre-bandas têm textura areia
franca e coloração bruno amarelado claro. A transição entre as formações
lamélicoes e as camadas que as separam é abrupta e o incremento de argila
entre as duas camadas é da ordem de 160%, indo de 5 para 13%.
As bandas onduladas são formadas por leitos sinuosos, mais ou menos
lenticulares, em geral sub-horizontais e que sobressaem em perfis dos solos,
sendo levemente mais ricas em argila, óxido de ferro hidratado, cimento
carbonático ou componentes húmicos do que os materiais intercalados entre as
bandas. Essas diferenças de composição é que atribuíram comportamentos
diversos ressaltando as bandas através da lavagem pelas águas pluviais
(SUGUIO e COIMBRA, 1976).
58
Figura 20. Perfil 6 - Neossolo Regolítico Distrófico fragipânico, lamélico (1); detalhe das Bandas Onduladas (2); material do horizonte sub-superficial coeso
(3), aspecto das lamelas com a camada Entre Bandas parcialmente removida (4)
Estudos detalhados em perfis de solo atribuem a vários mecanismos a
responsabilidade pelo acúmulo de colóides nas lamelas, entre os quais a
deposição em frentes de ressecamento do solo e o entupimento de poros finos
associado ao movimento gravitacional de partículas em suspensão (DIJKERMAN
et al., 1967). O desenvolvimento dessas estruturas em perfis de solo tem se
mostrado rápido, ocorrendo mesmo em materiais com pequena quantidade (1%)
de argila (BOUND, 1986). Este pesquisador reproduziu em laboratório a formação
59
das bandas onduladas por processos de iluviação e a subsequente deposição de
argila, concluindo que: 1) as bandas são muito semelhantes às encontradas em
campo; 2) a dispersão da argila e sua deposição ocorrem por obstrução dos poros
finos ou quando se excede o máximo de concentração de argila em suspensão; 3)
a formação das bandas ocorre simultaneamente ao longo do perfil; 4) o tempo
para a formação das bandas deve ser curto; 5) a velocidade de transporte do
material deve ser curta; e 6) uma baixa porcentagem de argila (1%) já pode ter
efeito nos solos arenosos.
Ruellan e Dosso (1993) sintetizaram as interpretações possíveis sobre a
origem das bandas onduladas, como sendo de dois tipos: (1) de acumulação:
devido a migração vertical e lateral de argila; (2) de degradação e lessivagem de
partículas argilosas: as bandas são residuais do empobrecimento em argila de um
horizonte argiloso. Essas camadas, geralmente horizontais, são sempre
onduladas, com ondulações mais ou menos acentuadas. Os elementos
aglutinantes presentes nas lamelas aparentemente tiveram uma ação conjunta,
que, associada aos fatores que possibilitaram sua formação, culminou por
construir tais curiosidades pedológicas.
Segundo o SiBCS, será considerada como B textural a ocorrência de
lamelas, de textura franco-arenosa ou mais fina, que, em conjunto, perfaçam 15
cm ou mais de espessura, podendo ocorrer entre as mesmas material de textura
arenosa. As lamelas encontradas no P6 não se enquadram nesses critérios, não
sendo, portanto, consideradas como Bt.
A caracterização físico-química das bandas onduladas do P6 foi feita de
modo a permitir a comparação entre o material que compõe as Bandas e o
material adjacente denominado neste estudo de Entre Bandas (Tabelas 16 e 17).
60
Tabela 16. Atributos físicos das camadas do horizonte C1 do P6. Neossolo Regolítico Distrófico fragipânico lamélico
Camada Granulometria
ADA GF Textura silte/ argila DS DP Porosid. Areia Silte Argila
------------------------- dag kg-1 ----------------------------- --------- g cm-3 ---------
Camada de 50 a 105 cm
EL 85 10 5 4 27 Areia franca 2,00 1,73 2,67
0,65
L 79 8 13 6 52 Franco-arenosa 0,60 1,73 2,7 0,64
EL=Entre Lamelas; L= Lamelas; ADA=Argila Dispersa em Água; GF=Grau de Floculação; DS=Densidade do Solo; DP=Densidade de partículas
Tabela 17. Atributos químicos das camadas do horizonte C1 do P6. Neossolo Regolítico Distrófico fragipânico lamélico
Camada pH H2O Ca2+ Mg2+ K+ Na+ Al3+ H+Al SB t T m V COT P
--------------------------------------- cmolc kg-1 ---------------------------------- ------ % ------- dag.kg-1 mg.dm-3
Camada de 50 a 105 cm
EL 4,8 0,5 0,3 0,05 0,03 0,5 1,3 0,8 1,2 2,10 36,6 37,14 0,15 0,6
L 4,7 1,1 0,4 0,07 0,051 0,3 2,7 1,6 1,9 4,29 16 36,60 0,28 1,3
EL=Entre Lamelas; L= Lamelas; SB=Soma de Bases; t=CTC efetiva; T=CTC a pH7; m=Saturação por Al; V=Saturação por Bases; CO=Carbono Orgânico.
60
61
O pH é fortemente ácido em todos os horizontes, variando de 4,4 a 5,3.
Em relação aos horizontes superficiais, ao horizonte subsequente e às camadas
que as separam, as lamelas apresentam maiores teores e são diferenciadas em
alguns aspectos químicos, ainda que os valores sejam igualmente considerados
baixos. No teor de P, apresentam 1,34 mg.dm-3, enquanto a média dos outros
horizontes é 0,51 mg.dm-3. Os teores de K e de Ca2+ + Mg2+ são também
superiores, com exceção do carbono orgânico, que é superior nos horizontes
superficiais (Tabelas 18 e 19). Especialmente empobrecidas são as entre-bandas,
cujos valores são sempre os menores que compõem as médias. Comparando os
teores das lamelas apenas com os das entre-bandas, todos os elementos
ocorrem numa quantidade duplicada, como pode ser visualizado na Tabela 17.
O horizonte que vai de 138 cm a 150 +, quando tem inicio o material
litóide, apresenta também particularidades. Inicialmente é digna de nota a
ocorrência de uma textura mais pesada, franco-argilo-arenosa, sendo este o
horizonte mais rico em argila (21%, contra 7, 9, 5 e 13% nos precedentes) e ter o
maior valor de Soma de Bases. Apresenta sinais de hidromorfia, com mosqueado
pouco, com tons amarelos e vermelho amarelado, contrastando com o bruno
muito pálido e bruno acinzentado dominantes; ocorrem tons vermelhos ao
aproximar-se de R. A consistência é muito dura, firme, não plástica e não
pegajosa. Esse horizonte mais adensado, que ocasiona retenção líquida no
período chuvoso, pode ser melhor visualizado em locais onde torna-se bem mais
raso e aparente devido à declividade do terreno ou à erosão (Figura 21, item 3).
62
Tabela 18. Resultados das análises físicas do Perfil 6. Neossolo Regolítico Distrófico fragipânico lamélico
Hor. Prof Granulometria
ADA GF Textura Silte/ Argila DS DP Porosid. Areia Silte Argila
cm ----------------------------- dag kg-1 ------------------------------ ------------g cm-3 -------------
Ap 0 - 10 86 8 7 3 62 Areia franca 1,20 1,67 2,64 0,63
A2 10 - 50 83 8 9 4 57 Areia franca 0,86 1,71 2,66 0,64
C1 (EL) 50 - 105 85 10 5 4 27 Areia franca 2,00 1,73 2,67 0,65
Cx1 (L) 50 - 105 79 8 13 6 52 Fr-arenosa 0,60 1,73 2,7 0,64
C2 105 - 138 84 8 7 6 13 Areia franca 1,17 1,89 2,67 0,71
Cr 138 + 63 16 21 12 46 Fr-arg-arenosa 0,75 1,83 2,71 0,68
Hor. = horizonte; ADA= argila dispersa em água; GF= grau de floculação; DP= densidade de partícula; DS=densidade do solo; Porosid.= Porosidade total
Tabela 19. Resultados das análises químicas do Perfil 6. Neossolo Regolítico Distrófico fragipânico lamélico
Horiz Prof. pH H2O Na+ Ca2+ Mg2+ K+ Al3+ H+Al SB t T m V COT P
cm ------------------------- cmolc kg-1 ------------------- ------ % ------ dag.kg-1 mg.dm-3
Ap 0 - 10 5,3 0,03 0,7 0,5 0,14 0,25 2,31 1,37 1,62 3,68 15,43 37,23 0,55 0,75
A2 10 - 50 4,5 0,03 0,8 0,3 0,07 0,25 4,29 1,2 1,45 5,49 17,24 21,86 0,37 1,18
C1 (EL) 50 - 105 4,8 0,03 0,45 0,25 0,05 0,45 1,32 0,78 1,23 2,10 36,59 37,14 0,15 0,63
Cx1 (L) 50 - 105 4,6 0,05 1,1 0,35 0,07 0,3 2,72 1,57 1,87 4,29 16,04 36,60 0,28 1,34
C2 105 - 138 4,4 0,03 0,45 0,4 0,05 0,25 1,07 0,93 1,18 2,00 21,19 46,50 0,10 0,26
Cr 138 + 4,8 0,17 1,45 1,75 0,05 0,5 2,15 3,42 3,92 5,57 12,76 46,62 0,13 0,23
SB=soma de bases, t=CTC efetiva a pH natural, T=CTC a pH 7, m=saturação por alumínio, V=saturação por bases, COT=carbono orgânico total
62
63
4.2.2.5. Gleissolo Melânico Tb Eutrófico úmbrico, Perfil 12
Localizado a 586 m de altitude, o perfil 12 situa-se numa baixada
alagadiça que compõe a porção central da área experimental. Seu uso atual é
como área de pastagem, culturas anuais e experimentos agrícolas, nas áreas
terraceadas de maior cota.
Por sua cor, cinzento muito escuro, nos três horizontes superficiais (10YR
3/1), e pelo fato de apresentar horizonte A proeminente, coube-lhe a designação
de “melânico” no segundo nível categórico.
A descontinuidade textural identificada no perfil, não chegou a levar ao
enquadramento desse solo no 4º nível categórico como neofluvissólico, pois as
demais características apresentadas foram insuficientes, visto não haver uma
distribuição errática em profundidade do conteúdo de carbono orgânico (o C
decresce de modo gradual), nem a ocorrência de camadas estratificadas em 25%
ou mais do volume do solo. A presença de bolsões arenosos, que se apresentam
sob a forma de verdadeiras camadas nalguns pontos do sequum, não se
configurou com a estratificação necessária. Tais bolsões ocorrem de maneira
realmente errática no perfil, a partir da profundidade de 60 cm. Sua gênese pode
ser atribuída a fortes variações da sedimentação aluvial no passado, ocasionando
a ocorrência de camadas de deposição diferencial descontínuas (Figura 23).
Os processos de oxidação-redução que ocorrem nos solos de várzeas
alteram as características químicas, inclusive a dinâmica dos nutrientes. A reação
do solo se apresenta com os valores mais altos em toda a área de estudo,
variando de 5,8 a 6,5 e enquadrando-se na classe moderadamente ácida. Os
valores da soma de bases (SB), foram os mais elevados da área, variando de
7,09 cmolc kg-1 (valor considerado muito bom), no horizonte superficial, a 3,12
cmolc kg-1 (médio) no Cg . Nas Tabelas 20 e 21 são apresentados os valores
obtidos pelas análises físicas e químicas do P12.
A maior limitação desse solo é motivada pelo hidromorfismo. Apenas
durante os meses secos do ano, entre outubro a março, quando o nível do lençol
freático recua abaixo de 150 cm, é possível o cultivo.
64
Tabela 20. Resultados das análises físicas do Perfil 12. Gleissolo Melânico Tb Eutrófico úmbrico
Hor. Prof. Granulometria
ADA GF Textura silte/ argila DS DP Porosid. Areia Silte Argila
cm -------------------------- dag kg-1 -------------------------- ---------g cm-3 ---------
Ap 4 – 0 55 19 26 9 65 Fr-arg-aren 0,72 1,36 2,61 0,52
A2 0 -10 65 16 19 5 73 Fr-arenosa 0,85 1,49 2,58 0,58
A3 10 -20 66 15 19 9 53 Fr-arenosa 0,78 1,58 2,62 0,60
AC 20 -70 58 9 33 30 8 Fr-arg-aren 0,28 1,92 2,71 0,71
Cg 70 -100 58 8 34 25 26 Fr-arg-aren 0,23 1,74 2,62 0,66
2Cg 100 -140 80 9 11 7 30 Fr-arenosa 0,86 1,91 2,67 0,72
Hor. = horizonte; ADA= argila dispersa em água; GF= grau de floculação; DP= densidade de partícula; DS=densidade do solo. Camada 2Cg: excertos arenosos (bolsões).
Tabela 21. Resultados das análises químicas do Perfil 12. Gleissolo Melânico Tb Eutrófico úmbrico
Horiz Prof. pH Ca2+ Mg2+ K+ Na+ Al3+ H+Al SB t T m V COT P
cm H2O ------------------------------- cmolc kg-1 --------------------------- ---- % ---- dag.kg-1 mg.dm-3
Ap 0 - 8 5,8 5,00 1,95 0,07 0,07 0 6,44 7,09 7,09 13,53 0 52,40 1,96 1,21
A2 8 - 18 5,9 4,65 1,05 0,16 0,09 0 4,95 5,95 5,95 10,90 0 54,59 1,06 0,61
A3 18 - 30 5,9 4,00 0,65 0,09 0,14 0 6,11 4,88 4,88 10,99 0 44,40 0,80 0,46
AC 30 -110 6,3 1,85 1,50 0,05 0,68 0,05 3,80 4,08 4,13 7,88 1,21 51,78 0,26 0,13
Cg 110 -160 5,9 1,60 1,15 0,03 0,34 0,05 3,14 3,12 3,17 6,26 1,58 49,84 0,04 0,08
2Cg - 6,5 0,95 0,05 0,03 0,12 0 3,38 1,15 1,15 4,53 0 25,39 0,05 0,37
SB=soma de bases, t=CTC efetiva a pH natural, T=CTC a pH 7, m=saturação por alumínio, V=saturação por bases, COT=carbono orgânico total
64
65
Pela presença do lençol freático em nível elevado durante a maior parte
do ano, especialmente nos locais mais baixos, não é prudente sua utilização em
experimentos agrícolas, a não ser aqueles que visem quantificar os efeitos dessas
condições específicas adversas no desenvolvimento vegetal. Foram observados
plantios experimentais de milho e mandioca (Figura 22) com várias parcelas
negativamente afetadas pelo solo semi-saturado, com lençol freático a 40 cm.
Figura 21. Efeitos adversos do lençol freático elevado em experimentos de milho e mandioca – variação no stand e clorose.
66
Figura 22. Aspecto do P12, sendo percebida a desuniformidade do sollun no perfil, devido à ocorrência de camadas descontínuas de deposição diferencial.
Nesta topossequência, a influência dos diversos fatores de formação dos
solos tem atuação ao mesmo tempo integrada e individualizada nos diferentes
perfis. No perfil 15, localizado no topo e em terreno suavemente ondulado,
percebe-se a notória influência do relevo na formação do horizonte A
proeminente, e do material de origem na composição do horizonte subsuperficial
de menor drenagem, ocasionando a saturação do horizonte B durante parte do
ano. O perfil 13, localizado mais abaixo, em terreno bem mais declivoso é
marcado por um raso horizonte A, seguido de um horizonte B muito argiloso, de
baixa permeabilidade, havendo, no entanto, maior translocação lateral interna
pela atuação da gravidade combinada com a declividade acentuada. Por
conseguinte, este perfil apresenta cores mais vivas, com menos influências
redutoras.
Os perfis 5 e 6, localizados na sequência inferior, mostram diferenciação
textural e no arranjamento do perfil, quer pela ação de fatores de
arrastamento/deposição, quer pela natureza do material de origem. O perfil 12, na
baixada, revela a influência da sua posição no relevo, sob os aspectos da
gleização e da descontinuidade litológica. A primeira pelo encharcamento
periódico e a segunda pela recepção de sedimento colúvio-aluvionar depositado
de maneira irregular.
67
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES
Considerando-se a importância da área experimental para o CCA, ressalta-
se a necessidade de uma eficiente demarcação dos limites e
instalação/restauração das cercas da propriedade, evitando, assim, o uso
indevido dos seus recursos naturais por terceiros;
Que seja estimulada por parte do Centro a intensificação do
aproveitamento da área para a finalidade que lhe corresponde, reduzindo o
sub-aproveitamento, através da divulgação interna da ampla variedade de
ambientes e do seu potencial em proporcionar grande diversidade de
temas de pesquisa;
Apesar dos solos terem sido adequadamente classificados no SiBCS até o
terceiro nível categórico (grande grupo), no quarto nível (subgrupo),
percebeu-se a necessidade de inclusão do caráter endoáquico em três
unidades mapeadas. Portanto, propõe-se a inclusão de um subgrupo
endoáquico dentro da classe dos Argissolos Amarelos e dos Vermelhos,
para enquadrar os solos dessas classes, que, diferentemente dos solos
típicos, apresentam as características designadas no Sistema como
"epiáquico", em profundidades maiores e não nos horizontes que
antecedem ao B e/ou no topo deste. Sugere-se profundidades superiores a
80 cm, ou que abranjam toda a porção inferior do horizonte B;
Propõe-se também a inclusão dos subgrupos plácico e lamélico, a fim de
designar solos cujo duripã/fragipã apresente-se sob a forma de horizonte
plácico ou de lamelas, respectivamente.
68
6. CONCLUSÕES
1. Os solos estudados foram adequadamente classificados de acordo com o
SiBCS até o terceiro nível categórico;
2. Foram identificadas, caracterizadas, classificadas e mapeadas as seguintes
unidades taxonômicas de solos na propriedade Jardim: Argissolo Vermelho-
Amarelo distrófico abrúptico endoáquico – PVAd (23,7%) Gleissolo Melânico Tb
distrófico – GMd (16,5%); Argissolo Vermelho distrófico típico – PVd (12,5%);
Argissolo Vermelho distrófico abrúptico endoáquico – Pvd (12,2%); Argissolo
Amarelo distrófico típico – Pad (9,7%); Planossolo Háplico eutrófico típico –
Sxe (8,1%); Planossolo Háplico distrófico típico – SXd (4,3%); Neossolo
Regolítico distrófico fragipânico lamélico – RRd (3,7%); Neossolo Regolítico
distrófico típico – RRd (2,7%); Latossolo Amarelo distrófico húmico – LAd
(2,1%); Argissolo Amarelo distrófico endoáquico – PAd (1,7%) ; Argissolo
Amarelo distrófico arênico fragipânico plácico – PAd (1,4%); Argissolo
Acinzentado distrófico abrúptico epiáquico – PACd (0,9%); Argissolo Amarelo
distrófico cambissólico – Pad (0,5%);
3. Os Argissolos constituem a classe dominante, ocupando 63% da área da
propriedade;
4. Foram identificadas feições pedogenéticas incomuns, como bandas onduladas,
no Perfil 6; horizonte plácico, no Perfil 5 e horizonte A húmico, no Perfil 1;
5. Os solos da propriedade são essencialmente cauliníticos;
6. A dominância de solos com horizonte A proeminente, bem como a presença de
Latossolo com A húmico, associados aos baixos teores de bases e o alto teor
de alumínio no complexo de troca são indicativos de solos bem desenvolvidos
e intemperizados, condizentes com as condições climáticas regionais.
69
7. REFERÊNCIAS
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74
8. APÊNDICES
75
APÊNDICE A – Tabelas de descrição geral e descrição morfológica dos perfis
que compõem as topossequências I e II.
76
A.1. Topossequência I
Tabela 22. Descrição Geral do Perfil 1
Latossolo Amarelo Distrófico húmico textura argilosa/muito argilosa, caulinítico fase floresta tropical subperenifólia
DATA 10/02/2011. LOCALIZAÇÃO Propriedade Jardim, área experimental da
UFPB, em Areia/PB. Coordenadas UTM
195736,81 e 9229460,18
SITUAÇÃO E DECLIVIDADE Trincheira em mata secundária, em área suave ondulada.
ALTITUDE 625 m FORMAÇÃO GEOLÓGICA E MATERIAL ORIGINÁRIO
Formação Bananeiras. Sedimentos argilo-arenosos
PEDREGOSIDADE Inexistente RELEVO LOCAL Plano a suave ondulado (Chã). RELEVO REGIONAL Fortemente ondulado com vales secos
abertos, topos arredondados e vertentes de dezenas de metros.
EROSÃO Inexistente. DRENAGEM Bem drenado. VEGETAÇÃO REGIONAL Floresta Tropical Sub-perenifólia. VEGETAÇÃO LOCAL Floresta Tropical Sub-perenifólia secundária. USO ATUAL Reserva florestal. DESCRITO E COLETADO POR Tadeu M M Henriques
Tabela 23. Descrição Morfológica do Perfil 1
Horiz Descrição
Oo 4 – 0 cm. Liteira
Ap 0 -10 cm. Bruno-escuro (10 YR 3/3 seco), e preto (10 YR 2/1 úmido); argilo-arenosa
(59,06,36); moderada, pequena a média, granular; poros muito pequenos;
ligeiramente duro, friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição
plana e clara.
A1 10 -20 cm. Bruno-escuro (10 YR 3/3 seco), e bruno muito escuro (10 YR 2/2 úmido);
argilo-arenosa (59,06,36); moderada, pequena a média, blocos subangulares; poros
comuns muito pequenos; ligeiramente duro, friável, ligeiramente plástico e
ligeiramente pegajoso; transição plana e gradual.
A2 20 -70 cm, bruno-acinzentado muito escuro (10 YR 3/2 seco), e bruno muito escuro
(10 YR 2/2 úmido); franco-argilo-arenosa (59,07,34); moderada, média, blocos
subangulares; poros comuns muito pequenos; ligeiramente duro, friável,
ligeiramente plástico, ligeiramente pegajoso; transição plana e gradual.
A3 70 -100 cm. Bruno-escuro (10 YR 4/3 seco), e bruno muito escuro (10 YR 2/2
úmido); argilosa (37,06,58); moderada, média a grande, blocos subangulares e
angulares; poros comuns muito pequenos; dura, firme, muito plástico e muito
pegajoso; transição plana e gradual.
ABw 100 -140 cm. Bruno-escuro (10 YR 3/3 seco), e bruno-acinzentado muito escuro (10
YR 3/2 úmido); argilosa (40,06,55); moderada, média, blocos subangulares; poros
comuns muito pequenos; dura, firme, muito plástico e muito pegajoso; transição
plana e gradual.
77
Bw1 140 – 180 cm, bruno-amarelado (10 YR 5/4 seco), e bruno-amarelado escuro (10 YR
4/4); argilosa (42,07,52); moderada, média a grande, blocos subangulares; poros
comuns muito pequenos; dura, firme, muito plástico e muito pegajoso; transição
ondulada e gradual.
Bw2 180 -230+ cm. Amarelo-brunado (10 YR 6/6 seco), e bruno-amarelado escuro (10
YR 4/6); Muito argilosa (29,07,64); moderada, média a grande, blocos angulares;
dura, firme, muito plástico, muito pegajoso.
Tabela 24. Descrição Geral do Perfil 8
Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico abrúptico úmbrico endoáquico, A proeminente, textura arenosa/média/muito argilosa caulinítico fase
floresta tropical subperenifólia
DATA 14/02/2011. LOCALIZAÇÃO Propriedade Jardim, área experimental da
UFPB, em Areia/PB. Coordenadas UTM
195293,81 e 9229513,70
SITUAÇÃO E DECLIVIDADE Trincheira em mata secundária, em área suave-ondulada.
ALTITUDE 599 metros. FORMAÇÃO GEOLÓGICA E MATERIAL ORIGINÁRIO
Formação Bananeiras. Sedimentos argilo-arenosos
PEDREGOSIDADE Inexistente RELEVO LOCAL Suave ondulado RELEVO REGIONAL Suave ondulado a ondulado EROSÃO Laminar ligeira. DRENAGEM Moderadamente drenado. VEGETAÇÃO REGIONAL Floresta Tropical Sub-perenifólia. VEGETAÇÃO LOCAL Floresta Tropical Sub-perenifólia em
recuperação, associada a capoeira. USO ATUAL APP – Reserva de topo DESCRITO E COLETADO POR Tadeu M de M Henriques
.
Tabela 25. Descrição Morfológica do Perfil 8
Horiz Descrição
A1 0-20 cm, bruno-acinzentado muito escuro (10 YR 3/2 seco) e bruno muito escuro (10YR
2/2 úmido); areia franca (83,05,13); fraca, pequena, blocos angulares e subangulares;
muito poroso; ligeiramente duro, muito friável, ligeiramente plástico e ligeiramente
pegajoso; transição plana e difusa.
A2 20-40/45 cm, bruno-acinzentado escuro (10 YR 4/2, seco); bruno-acinzentado muito
escuro (10 YR 3/2, úmido); franco-argilo-arenosa (72,07,21); moderada, média, blocos
angulares e subangulares; muito poroso; macio, muito friável, plástico e ligeiramente
pegajoso; transição plana e difusa.
ABt 40/45-80 cm, bruno-acinzentado muito escuro (10 YR 3/2 úmido) e cinzento escuro
(10YR 4/1 seco)); franco-argilo-arenosa (62,07,31); moderada, grande, blocos
angulares e subangulares; poros pequenos e muito pequenos; duro, muito friável,
plástico e ligeiramente pegajoso; transição irregular e clara.
Bt 80-160 cm, cor variegada, indo de vermelho (2,5 YR 4/8) a bruno-amarelado escuro (10
YR 4/3 seco), e bruno-amarelado (10 YR 5/8 úmido) amassado; Muito argilosa;
78
moderada, grande a muito pequena, blocos angulares; poros comuns; muito duro,
friável, plástico e pegajoso; transição ondulada e difusa.
Bt/Cr 160-180+ cm, vermelho (10 R 4/8 seco) e vermelho-escuro (10 R 3/6 úmido); (micáceo,
reluzente); franco-argilo-arenosa (57,20,23); fraca, grande, blocos angulares; poros
comuns muito pequenos; ligeiramente dura, muito friável, ligeiramente plástico e
ligeiramente pegajoso.
Tabela 26. Descrição Geral do Perfil 10
Planossolo Háplico Eutrófico típico A moderado textura arenosa/argilosa fase floresta tropical subperenifólia
DATA 16/02/2011. LOCALIZAÇÃO Propriedade Jardim, área experimental da
UFPB, em Areia/PB. Área antropizada, sob
cultivo de culturas subsistência. Coordenadas
UTM 194959,18 e 9229474,78
SITUAÇÃO E DECLIVIDADE Trincheira em área cultivada, com declividade de 9% ( ondulada).
ALTITUDE 568 metros. FORMAÇÃO GEOLÓGICA E MATERIAL ORIGINÁRIO
Formação Bananeiras. Sedimentos argilo-arenosos
PEDREGOSIDADE Inexistente RELEVO LOCAL Ondulado RELEVO REGIONAL ondulado a suave ondulado EROSÃO Laminar ligeira; sulcos moderada. DRENAGEM Imperfeitamente drenado. VEGETAÇÃO REGIONAL Floresta Tropical Sub-perenifólia. VEGETAÇÃO LOCAL Gramíneas; culturas de subsistência. USO ATUAL Cultivado DESCRITO E COLETADO POR Tadeu M de M Henriques
Tabela 27. Descrição Morfológica do Perfil 10
Horiz Descrição
Ap 0 -10 cm. Bruno-acinzentado escuro (10 YR 4/2 seco), e preto (10 YR 2/1 úmido); areia
franca (86,07,07); fraca a moderada, pequena, blocos angulares e subangulares; poros
pequenos; macia, muito friável, não plástica, não pegajosa; transição plana e clara.
A1 10 – 20/30 cm. Cinzento-escuro (10 YR 4/1 seco), e cinzento muito escuro (10 YR 3/1
úmido); franco-arenosa (79,09,12); moderada, média a grande, blocos subangulares;
poros muito pequenos; ligeiramente dura, muito friável, não plástica, não pegajosa;
transição plana e clara.
A2 30 – 55/60 cm. Cinzento-escuro (10 YR 4/1 seco), e preto (10 YR 2/1 úmido); franco-
arenosa (74,11,16); moderada, grande a muito grande, blocos subangulares; poros
muito pequenos; dura, friável, ligeiramente plástica, ligeiramente pegajosa; transição
ondulada e abrupta.
Bt 55/60 – 90 cm. Bruno (10 YR 5/3 seco), e bruno-acinzentado muito escuro (10 YR 3/2
úmido); mosqueado comum, pequeno, distinto, vermelho (2,5 YR 4/8 seco); argilo-
arenosa (50,09,41); moderada, grande, blocos angulares; poros muito pequenos; muito
dura, muito firme, plástica e pegajosa; transição ondulada e abrupta.
Cr 90 – 120 cm. Cinza-brunado claro (10 YR 6/2 seco), e bruno-acinzentado escuro (10
YR 4/2 úmido); mosqueado pouco, pequeno, difuso, vermelho (2,5 YR 4/8 seco);
79
franco-arenosa (73,14,13); fraca, grande, blocos angulares; poros muito pequenos;
extremamente dura, muito firme, plástica e pegajosa
Tabela 28. Descrição Geral do Perfil 7
Gleissolo Melânico Tb Distrófico úmbrico A proeminente textura média fase floresta tropical subperenifólia de várzea
DATA 20/02/2011. LOCALIZAÇÃO Propriedade Jardim, área experimental da
UFPB, em Areia/PB. Área de baixada, coordenadas UTM 194902,37 e 9229543,39
SITUAÇÃO E DECLIVIDADE Trincheira em baixada, base de encosta, relevo suave ondulado
ALTITUDE 565 metros. FORMAÇÃO GEOLÓGICA E MATERIAL ORIGINÁRIO
Formação Bananeiras. Sedimentos argilo-arenosos
PEDREGOSIDADE Inexistente RELEVO LOCAL Plano a suave ondulado RELEVO REGIONAL Ondulado a suave ondulado EROSÃO Não aparente DRENAGEM Mal drenado VEGETAÇÃO REGIONAL Floresta Tropical Sub-perenifólia. VEGETAÇÃO LOCAL Sabiá, vegetação palustre USO ATUAL Plantio Sabiá DESCRITO E COLETADO POR Tadeu M de M Henriques
Tabela 29. Descrição Morfológica do Perfil 7
Horiz Descrição
Ap
0 – 8 cm. Cinzento-escuro (10 YR 4/1 seco), e preto (10 YR 2/1 úmido). Franco-argilo-
arenosa (68,12,20); moderada, pequena, blocos angulares; poros muito pequenos;
dura, muito friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e
clara.
A2
8 -21 cm. Cinzento-escuro (10 YR 4/1 seco), e preto (10 YR 2/1 úmido). Franco-argilo-
arenosa (66,14,21); moderada, blocos angulares médios a grandes; poros muito
pequenos; ligeiramente dura, friável; ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso;
transição plana e clara.
A3
21 – 38/50 cm. Cinzento-escuro (10 YR 4/1 seco), e preto (7,5 YR 2/1 úmido). Franco-
argilo-arenosa (67,12,21); moderada, grande, blocos angulares; poros muito pequenos;
dura, muito friável; não plástico e ligeiramente pegajoso; transição ondulada e abrupta.
Cg1
50 – 85 cm. Cinzento-claro (10 YR 7/1 seco), e cinzento-escuro (10 YR 4/1 úmido).
Franco-arenosa (65,17,17); moderada, grande, blocos angulares; poros muito
pequenos; dura, friável; não plástico e ligeiramente pegajoso; transição
irregular/quebrada e clara.
Cg2
85 – 110 cm. Cinzento-claro (10 YR 7/1 seco), e bruno-acinzentado escuro (10 YR 4/2
úmido). Franco-arenosa (76,9,15); moderada, grande, blocos subangulares; poros
muito pequenos; dura, muito friável; não plástico e não pegajoso; transição irregular e
clara.
R 110+ cm.
80
A.2. Topossequência II
Tabela 30. Descrição Geral do Perfil 15
Argissolo Amarelo Distrófico úmbrico endoáquico A proeminente textura média/muito argilosa fase floresta tropical subperenifólia
DATA 23/02/2011. LOCALIZAÇÃO Propriedade Jardim, área experimental da
UFPB, em Areia/PB. Topo de elevação, em
área antropizada. Coordenadas UTM
194874,78 e 9230320,63
SITUAÇÃO E DECLIVIDADE Trincheira em topo de paisagem suave ondulada, declividade de 4%
ALTITUDE 616 metros. FORMAÇÃO GEOLÓGICA E MATERIAL ORIGINÁRIO
Formação Bananeiras. Sedimentos argilo-arenosos
PEDREGOSIDADE Inexistente RELEVO LOCAL Suave ondulado RELEVO REGIONAL Fortemente ondulado a ondulado EROSÃO Laminar ligeira; sulcos a pouca distância DRENAGEM Moderadamente drenado. VEGETAÇÃO REGIONAL Floresta Tropical Sub-perenifólia. VEGETAÇÃO LOCAL Capoeira, cultivos de subsistência (feijão,
mandioca, batata) USO ATUAL Agricultura tradicional DESCRITO E COLETADO POR Tadeu M de M Henriques
Tabela 31. Descrição Morfológica do Perfil 15
Horiz Descrição
Ap 0 -10 cm. Cinzento-escuro (10 YR 4/1 seco), e bruno-escuro (10 YR 3/3 úmido); franco-
argilo-arenosa (70,04,26); moderada, média a grande, blocos angulares e
subangulares; poros comuns pequenos e muito pequenos; ligeiramente dura, muito
friável, plástica e ligeiramente pegajosa; transição plana e clara.
A2 10 -35 cm. Cinzento-escuro (10 YR 4/1 seco), e bruno muito escuro (10 YR 2/2 úmido);
franco-argilo-arenosa (65,07,28); moderada, média a grande, blocos angulares e
subangulares; poros comuns pequenos e muito pequenos; ligeiramente dura, muito
friável, plástica e pegajosa; transição ondulada e abrupta.
AB 35 - 55 cm. Bruno (10 YR 5/3 seco), e bruno-escuro (10 YR 3/3 úmido); argilosa
(42,04,54); moderada, média a grande, blocos angulares e subangulares; poros
comuns muito pequenos; muito dura, muito friável, plástica e pegajosa; transição
irregular e difusa.
BA 55 – 80 cm. Bruno-acinzentado escuro (10 YR 4/2 seco), e bruno-escuro (10 YR 3/3
úmido); mosqueado pouco, grande, distinto, amarelo (10 YR 7/8); argilosa (37,07,57);
moderada, média a grande, blocos angulares e subangulares; poros comuns muito
pequenos; muito dura, muito friável, plástica e pegajosa; transição irregular e difusa.
Bt 80 – 160+ cm. Cor variegada, composta de bruno-amarelado escuro (10 YR 4/6) e
bruno-amarelado (10 YR 5/8 úmido), e vermelho-amarelado (5 YR 5/8 úmido)
amassado; Muito argilosa (21,10,70); moderada, grande, blocos angulares; poros
poucos muito pequenos; muito dura, muito firme, plástica e pegajosa.
81
Tabela 32. Descrição Geral do Perfil 13
Argissolo Vermelho Distrófico típico A moderado textura argilosa/muito
argilosa fase floresta tropical subperenifólia
DATA 24/02/2011. LOCALIZAÇÃO Propriedade Jardim, área experimental da
UFPB, em Areia/PB. Terço médio de encosta
com aclive acentuado. Coordenadas UTM
194963,75 e 9230168,53
SITUAÇÃO E DECLIVIDADE Trincheira em área de capoeira. Encosta voltada para o Leste. Declividade de 14 %.
ALTITUDE 607 metros. FORMAÇÃO GEOLÓGICA E MATERIAL ORIGINÁRIO
Formação Bananeiras. Sedimentos argilo-arenosos
PEDREGOSIDADE Inexistente RELEVO LOCAL Ondulado RELEVO REGIONAL Fortemente ondulado a ondulado EROSÃO Inexistente. DRENAGEM Moderadamente drenado. VEGETAÇÃO REGIONAL Floresta Tropical Sub-perenifólia. VEGETAÇÃO LOCAL Espécies herbáceas e arbustivas locais;
vegetação em fase de regeneração. USO ATUAL Área não cultivada DESCRITO E COLETADO POR Tadeu M de M Henriques
Tabela 33. Descrição Morfológica do Perfil 13
Horiz Descrição
Ap 0 -10 cm. Bruno-acinzentado escuro (10 YR 4/2 seco), e bruno-escuro (10 YR 3/3
úmido); argilosa (44,09,47); moderada, pequena a grande, blocos angulares e
subangulares; poros comuns pequenos e muito pequenos; duro, firme, plástico e
pegajoso; transição plana e clara.
A2 10 -25 cm. Bruno (10 YR 4/3 seco), e bruno-escuro (7,5 YR 3/2 úmido); argilosa
(40,11,49); moderada, pequena a grande, blocos angulares e subangulares; poros
comuns muito pequenos; duro, firme, plástico e muito pegajoso; transição irregular e
abrupta.
AB 25- 40 cm. Cor variegada, com predomínio de vermelho (2,5 YR 4/6) e bruno-
avermelhado escuro (2,5 YR 2,5/4 seco), e vermelho (2,5 YR 4/6) e vermelho escuro
acinzentado (2,5 YR 3/2 úmido); Mt arg (21,15,65); moderada, pequena a grande,
blocos angulares; cerosidade moderada; poros comuns muito pequenos; duro, firme,
muito plástico e muito pegajoso; transição ondulada e clara.
Bt 40 -120 cm. Cor variegada, composta de bruno-avermelhado escuro (2,5 YR 2,5/4) e
vermelho (2,5 YR 4/8 seco), e vermelho (10 R 4/8 úmido); Mt arg (18,19,63); moderada,
pequena a grande, blocos angulares; poros comuns muito pequenos; duro, firme, muito
plástico e muito pegajoso; transição ondulada e clara.
BC 120 -180+ cm. Cor variegada, composta de cinza-brunado claro (10 YR 6/2) e bruno-
avermelhado escuro (2,5 YR 3/4); argilosa (25,28,48); moderada, pequena a grande,
blocos angulares (tendendo para laminares); poros poucos muito pequenos; duro,
firme, muito plástico, muito pegajoso.
82
Tabela 34. Descrição Geral do Perfil 6
Neossolo Regolítico Distrófico fragipânico lamélico A moderado textura arenosa fase floresta tropical subperenifólia
DATA 27/02/2011. LOCALIZAÇÃO Propriedade Jardim, área experimental da
UFPB, em Areia/PB. Área antropizada,
próxima à estrada de acesso à fazenda.
Coordenadas UTM 195220,45 e 9230210,95
SITUAÇÃO E DECLIVIDADE Terço inferior de encosta suave (6% de declividade)
ALTITUDE 592 metros. FORMAÇÃO GEOLÓGICA E MATERIAL ORIGINÁRIO
Formação Bananeiras. Sedimentos argilo-arenosos
PEDREGOSIDADE Inexistente RELEVO LOCAL Suave ondulado RELEVO REGIONAL Ondulado EROSÃO Laminar moderada DRENAGEM Bem drenado. VEGETAÇÃO REGIONAL Floresta Tropical Sub-perenifólia. VEGETAÇÃO LOCAL Pastagem e árvores frutíferas. USO ATUAL Pastagem; coleta de material arenoso. DESCRITO E COLETADO POR Tadeu M de M Henriques
Tabela 35. Descrição Morfológica do Perfil 6
Horiz Descrição
Ap
0 – 10 cm. Bruno-acinzentado (10 YR 5/2 seco), e bruno-acinzentado muito escuro (10
YR 3/2 úmido); areia franca (85,08,07); fraca, grande a muito grande, laminar (blocos
subangulares laminares); poros muito pequenos; ligeiramente duro, muito friável, não
plástico, não pegajoso; transição plana e clara.
A2
10 – 40/50 cm. Bruno-acinzentado (10 YR 5/2 seco), e bruno-acinzentado muito escuro
(10 YR 3/2 úmido); areia franca (83,08,09); fraca, média a grande, blocos subangulares
(blocos laminares); poros muito pequenos; ligeiramente duro, muito friável, não plástico,
não pegajoso; transição levemente ondulada e clara.
C1 50 – 105 cm. Cinzento (10 YR 6/1 seco), e bruno-amarelado claro (10 YR 6/1 úmido);
areia franca (85,10,05); sem estrutura (grãos simples); transição ondulada e abrupta.
C1x
50 – 105 cm. Bruno-amarelado escuro (10 YR 4/4 seco), e bruno-escuro (10 YR 3/3
úmido); franco-arenosa (79,08,13); bandas onduladas, laminar, grande, cimentação
fraca; poros muito pequenos; ligeiramente duro, friável, não plástico, não pegajoso;
transição ondulada e abrupta. C2 105 – 138 cm. Cinzento-brunado claro (10 YR 6/2 seco), e bruno-acinzentado escuro
(10 YR 4/2 úmido); areia franca (84,08,07); fraca, grande, laminar, cimentação fraca;
poros muito pequenos; ligeiramente duro, muito friável, não plástico, não pegajoso;
transição ondulada e clara. Cr 138 + cm. Cinzento-claro (10 YR 7/2) dominante e bruno-muito pálido (10 YR 7/4) –
com material vermelho amarelado (ao aproximar-se mais de R seco); bruno
acinzentado (10 YR 5/2) dominante e amarelo (10 YR 7/8) – com material de coloração
vermelha (2,5 YR 4/6) ao aproximar-se de R, úmido. Franco-argilo-arenosa (63,16,21);
fraca, média, blocos angulares; muito duro, firme, não plástico, não pegajoso.
83
Tabela 36. Descrição Geral do Perfil 5
Argissolo Amarelo Distrófico arênico fragipânico plácico A moderado textura arenosa/média fase floresta tropical subperenifólia
DATA 28/02/2011. LOCALIZAÇÃO Propriedade Jardim, área experimental da
UFPB, em Areia/PB. Área reflorestada com
Sabiá. Coordenadas UTM 194899,14 e
9230041,19
SITUAÇÃO E DECLIVIDADE Terço médio de encosta. Declividade 14% (ondulado)
ALTITUDE 596 metros. FORMAÇÃO GEOLÓGICA E MATERIAL ORIGINÁRIO
Formação Bananeiras. Sedimentos argilo-arenosos
PEDREGOSIDADE Inexistente RELEVO LOCAL Ondulado RELEVO REGIONAL Ondulado a fortemente ondulado EROSÃO Laminar ligeira DRENAGEM Bem drenado. VEGETAÇÃO REGIONAL Floresta Tropical Sub-perenifólia. VEGETAÇÃO LOCAL Reflorestamento com Sabiá USO ATUAL Floresta de Proteção DESCRITO E COLETADO POR Tadeu M. de M. Henriques
Tabela 37. Descrição Morfológica do Perfil 5
Horiz Descrição
Ap 0-10 cm. Cinzento-escuro (10 YR 4/1 seco), e cinzento-muito escuro (10 YR 3/1 úmido); areia
franca (89,01,10); fraca, pequena, granular; poros muito pequenos; macia, solta, não plástica,
ligeiramente pegajosa; transição plana e clara.
A1 10-22 cm. Cinzento-escuro (10 YR 4/1 seco), e preto (10 YR 2/1 úmido); areia franca
(83,05,13); fraca, pequena, granular uena; poros muito pequenos; macia, solta, não plástica,
ligeiramente pegajosa; transição plana e clara.
A2 22-100 cm. Bruno-acinzentado muito escuro (10 YR 3/2 seco), e preto (10 YR 2/1 úmido);
franco-arenosa (80,05,15); moderada, pequena, granular; poros muito pequenos; macia,
muito friável, não plástica, ligeiramente pegajosa; transição ondulada e clara.
Bt 100-130 cm. Bruno-acinzentado escuro (10 YR 4/2 seco), e bruno-escuro (10 YR 3/3 úmido);
Fr-arg-aren ((70,04,26); moderada, pequena a grande, blocos angulares; poros muito
pequenos; ligeiramente dura, muito friável, plástica e pegajosa; transição plana e abrupta e
descontínua.
Btx 130/140-200+ cm. Horizonte coeso, apresentado cimentação branda tipo fragipã, precedido
de um horizonte plácico descontínuo, com 0,8 cm de espessura. Matriz de cor bruno muito
pálido (10 YR 7/4 seco), e bruno-amarelado escuro (10 YR 4/4 úmido), com mosqueado
pouco, médio, distinto, amarelo brunado (10 YR 6/8 seco); franco-arenosa (76,14,10);
moderada, grande, blocos angulares; poros muito pequenos; muito dura, friável, não plástica
e não pegajosa.
84
Tabela 38. Descrição Geral do Perfil 12
Gleissolo Melânico Tb Eutrófico úmbrico A proeminente textura média/arenosa fase floresta tropical subperenifólia de várzea
DATA 02/03/2011. LOCALIZAÇÃO Propriedade Jardim, área experimental da
UFPB, em Areia/PB. Área de baixada
alagadiça durante o inverno, com
coordenadas UTM 195384,99 e 9229618,71
SITUAÇÃO E DECLIVIDADE Trincheira em baixada alagadiça ALTITUDE 586 metros. FORMAÇÃO GEOLÓGICA E MATERIAL ORIGINÁRIO
Formação Bananeiras. Sedimentos argilo-arenosos
PEDREGOSIDADE Inexistente RELEVO LOCAL Plano a suave ondulado. RELEVO REGIONAL Ondulado a suave ondulado EROSÃO Não aparente DRENAGEM Mal drenado. VEGETAÇÃO REGIONAL Floresta Tropical Sub-perenifólia. VEGETAÇÃO LOCAL Gramíneas, vegetação palustre, jurema preta,
macaíbeiras USO ATUAL Pastagem DESCRITO E COLETADO POR Tadeu M de M Henriques
Tabela 39. Descrição Morfológica do Perfil 12
Horiz Descrição
A1 0 – 8 cm. Cinzento-escuro (10 YR 4/1 seco), e cinzento muito escuro (10 YR 3/1
úmido); Franco-argilo-arenosa (55,19,26); moderada, pequena a média, blocos
angulares; poros pequenos a muito pequenos; ligeiramente duro, muito friável,
ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e clara.
A2 8 – 18 cm. Cinzento-escuro (10 YR 4/1 seco), e cinzento muito escuro (10 YR 3/1
úmido); franco-arenosa (65,16,19); moderada, pequena a média, blocos angulares e
subangulares; poros pequenos a muito pequenos; ligeiramente duro, muito friável,
ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e clara.
A3 18 -30 cm. Cinzento-escuro (10 YR 4/1 seco), e cinzento muito escuro (10 YR 3/1
úmido); franco-arenosa (66.15.19); moderada, média, blocos angulares e
subangulares; poros comuns pequenos a muito pequenos; duro, friável, ligeiramente
plástico e ligeiramente pegajoso; transição ondulada e abrupta.
AgCg 30 -110 cm. Cinzento-claro (10 YR 7/1 seco), e cinzento (10 YR 5/1 úmido); Franco-
argilo-arenosa (58,09,33); moderada, média a grande, blocos angulares; poros
comuns muito pequenos; muito duro, muito firme, plástico e pegajoso; transição
irregular e clara.
,Cg 110-160 cm. Cinzento-claro (10 YR 7/1 seco), e cinzento (10 YR 5/1); Franco-argilo-
arenosa (58,08,34); moderada, grande, blocos subangulares (laminares); poros
comuns muito pequenos; dura, firme, plástica e pegajosa.
2Cg
Excertos
arenosos
Ocorrência errática dentro do perfil a partir dos 60/70 cm, na forma de bolsões
desuniformes. Cinzento-claro (10YR 7/1 seco), e cinzento-brunado (10 YR 5/1);
franco-arenosa (80,09,11); fraca, média, blocos angulares, cimentação fraca; poros
comuns pequenos; ligeiramente dura, muito friável, não plástica, não pegajosa.
85
APÊNDICE B – Difratogramas de raios-X – argila natural
86
Figura B.1. Difratograma de raios-X (montagem orientada) em argila natural de Latossolo Amarelo distrófico típico (P1), Areia-PB, contendo: Ct: Caulinita. Números representam espaçamento d em nanômetro. CoKα/Ni.
A1 (10 - 20 cm)
0,7
23
nm
Ct
--0
,45
4 n
m C
t
--0
,42
1 n
m C
t
---0
,23
6 n
m G
b
0,3
64
nm
Ct
---0
,24
9 n
m G
t
Bw1 (140-180 cm) 0
,35
8 n
m C
t
--0
,23
9 n
m G
b
0,7
23
nm
--0
,41
5 n
m C
t
---0
,24
9 n
m G
t
4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48
Graus 2 θ
Bw2 (180-220+ cm)
0,7
16
nm
Ct
--0
,41
5 n
m C
t
0,3
58
nm
Ct
0,2
39
nm
Ct
87
Figura B.2. Difratograma de raios-X (montagem orientada) em argila natural de Argissolo Vermelho Amarelo Distrófico epiáquico (P8), Areia-PB, contendo: Ct: Caulinita. Números representam espaçamento d em nanômetro. CoKα/Ni.
A2 (10-20 cm)
0,3
38
nm
Ct
--0
,25
8 n
m
--0
,25
1 n
m
--0
,23
4 n
m C
t
0,3
58
nm
Ct
0,4
48
nm
Ct
0,7
23
nm
Ct
Bt (60-100 cm)
0,7
16
nm
Ct
--0
,35
8 n
m C
t
--0
,23
8 n
m
4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48
Graus 2θ
Bt/Cr (100-170+cm)
---0
,23
8 n
m
--0
,35
8 n
m C
t
0,7
15
nm
Ct
88
Figura B.3. Difratograma de raios-X (montagem orientada) em argila natural de Planossolo Háplico Distrófico típico (P10), Areia-PB, contendo: Ct: Caulinita. Números representam espaçamento d em nanômetro. CoKα/Ni.
A1 (10-20/30 cm)
--0
,71
7 n
m C
t
---0
,44
6 n
m C
t
--0
,35
8 n
m C
t
---0
,33
4 n
m Q
z
--0
,26
2 n
m
--0
,25
6 n
m C
t --
0,2
50
nm
--0
,24
3
4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48
Graus 2θ
Bt (55/60-90 cm)
Argila 2:1
89
Figura B.4. Difratograma de raios-X (montagem orientada) em argila natural de Argissolo Amarelo distrófico abrúptico, endoáquico (P15), Areia-PB, contendo: Ct: Caulinita. Números representam espaçamento d em nanômetro. CoKα/Ni.
P15/A2 (10-35 cm)
--0
,71
7 n
m C
t
P15/BtA (55-80 cm)
--0
,71
7 n
m C
t
4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48
Graus 2θ
P15/Bt (80-160+cm)
--0
,71
7 n
m C
t
90
Figura B.5. Difratograma de raios-X (montagem orientada) em argila natural de Argissolo
Amarelo distrófico arênico fragipânico (P5), Areia-PB, contendo: Ct: Caulinita, Qz: Quartzo. Números representam espaçamento d em nanômetro. CoKα/Ni.
A1 (10-20 cm)
Bt (100-130 cm)
---0
,25
7 n
m C
t --
-0,2
49
nm
Gt
---0
,23
9 n
m
---0
,23
4 n
m C
t
4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48
Graus 2θ
Btx (140-200+cm)
0
,71
6 n
m C
t
--0
,44
6 n
m C
t
--0
,35
8 n
m C
t
---0
,33
4 n
m Q
z
91
Figura B.6. Difratograma de raios-X (montagem orientada) em argila natural de Neossolo Regolítico distrófico fragipânico lamélico (P6), Areia-PB, contendo: Ct: Caulinita, Qz: Quartzo. Números representam espaçamento d em nanômetro. CoKα/Ni.
A2 (50-100 cm) entre lamelas
---0
,21
3n
m Q
z
---0
,2 2
8 n
m Q
z
---0
,23
8 n
m C
t
---0
,24
5 n
m
---0
,32
5 n
m F
d
----
----
-0,2
24
nm
0,3
37
nm
C
t
--0
,35
8 n
m C
t
--0
,42
6 n
m Q
z
--0
,71
7 n
m C
t
A2 (50-100 cm)_∑Lamelas=4,8cm
---0
,21
3n
m Q
z
----
-0,2
24
nm
--
---0
,22
8 n
m Q
z
---0
,24
5 n
m
---0
,29
2 n
m
---0
,30
1 n
m F
d
--0
,32
5 n
m F
d
--0
,33
7 n
m C
t --
-0,3
51
nm
---0
,38
1 n
m F
d
---0
,43
1 n
m Q
z
4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48
Graus 2θ
C/R (138+cm)
--0
,71
6 n
m C
t
---0
,44
8 n
m C
t
--0
,35
8 n
m C
t
---0
,33
5 n
m
---0
,23
9 n
m
92
Figura B.7. Difratograma de raios-X (montagem orientada) em argila natural de Horizonte Plácico presente em Argissolo Amarelo Distrófico fragipânico (P5), Areia-PB, contendo: Ct: Caulinita, Qz: Quartzo, Gt: Goetita. Números representam espaçamento d em nanômetro. CoKα/Ni.
4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48
Graus 2θ
P5_Hor. Plácico (140 cm)
---0
,33
4 n
m Q
z
--0
,35
8 n
m C
t
0,7
16
nm
Ct
--0
,44
6 n
m C
t
---0
,24
9 n
m G
t
---0
,23
9 n
m
93
Figura B.8. Difratograma de raios-X (montagem orientada) em argila natural de Gleissolo Melânico Tb Distrófico (P12), Areia-PB, contendo: Ct: Caulinita, Gt: Goetita, Hm: Hematita, Fd: Feldspatos, Qz: Quartzo, Tc: Talco, Hn: Hornblenda. Números representam espaçamento d em nanômetro. CoKα/Ni.
A2 (10-20 cm)
--0
,73
3 n
m T
c
--0
,44
8 n
m C
t 0,3
61
nm
Fd
-ort
--0
,33
7 n
m C
t
--0
,25
8 n
m G
t --
0,2
51
nm
Hm
--0
,23
6 n
m H
n
Cg (110-160 cm)
0,7
17
nm
Ct
0,3
58
nm
Ct
--0
,23
8 n
m C
t
--0
,33
4 n
m Q
z
4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48
Graus 2θ
Excertos arenosos (160+cm)
0,7
17
nm
Ct
0,3
56
nm
Ct
--0
,33
4 n
m Q
z
--0
,23
8 n
m C
t
94
APÊNDICE C – Mapas
95
C.1. Localização da área de estudo
96
C.2. Mapa de Solos da Propriedade Jardim
97
C.3. Mapa de Uso do Solo e Cobertura Vegetal da Propriedade Jardim
98
C.4. Modelo Digital de Elevação da Propriedade Jardim
99
C.5. Hidrografia e Curvas de Nível da Propriedade Jardim
100
C.6. Bacia do rio Mamanguape. Modelo Digital de Elevação
101
APÊNDICE D – Arquivos Fotográficos
102
D.1. Fotos da propriedade Jardim
103
104
D.2. Fotos dos Perfis das Topossequências
D.2.1. TOPOSSEQUÊNCIA I
Perfil 1. Latossolo Amarelo Distrófico húmico textura argilosa/muito argilosa,
caulinítico fase floresta tropical subperenifólia
105
rfil 8. Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico abrúptico úmbrico endoáquico,
A proeminente, textura arenosa/média/muito argilosa caulinítico fase
floresta tropical subperenifólia
106
Perfil 10. Planossolo Háplico Eutrófico típico A moderado textura
arenosa/argilosa fase floresta tropical subperenifólia
107
Perfil 7. Gleissolo Melânico Tb Distrófico úmbrico A proeminente textura
média fase floresta tropical subperenifólia de várzea
108
D.2.2. TOPOSSEQUÊNCIA II
Perfil 15. Argissolo Amarelo Distrófico úmbrico endoáquico A proeminente
textura média/muito argilosa fase floresta tropical subperenifólia
109
Perfil 13. Argissolo Vermelho Distrófico típico A moderado textura
argilosa/muito argilosa fase floresta tropical subperenifólia
110
Perfil 5. Argissolo Amarelo Distrófico arênico fragipânico plácico A moderado
textura arenosa/média fase floresta tropical subperenifólia
111
Perfil 6. Neossolo Regolítico Distrófico fragipânico lamélico A moderado
textura arenosa fase floresta tropical subperenifólia
112
Perfil 12. Gleissolo Melânico Tb Eutrófico úmbrico A proeminente textura
média/arenosa fase floresta tropical subperenifólia de várzea
113
APÊNDICE E – Cálculos para definição do horizonte A húmico do Perfil 1
(Latossolo Amarelo Distrófico húmico), segundo Embrapa (2006)
O horizonte A húmico é um horizonte mineral superficial, com valor e croma
(cor do solo úmido) igual ou inferior a 4 e saturação por bases (V%) inferior a
65%, apresentando espessura e conteúdo de carbono orgânico (C-org) dentro de
limites específicos, conforme os seguintes critérios:
a. Espessura mínima de 25 cm se o solum tiver 75 cm ou mais de espessura;
b. Teor de carbono orgânico inferior ao limite para caracterizar o horizonte
hístico, que é de 80 g/kg;
c. Teor de carbono igual ou maior ao valor obtido pela seguinte equação:
Σ (C orgânico, em g/kg, de subhorizontes A x espessura do subhorizonte , em dm)
> 60 + (0,1 x média ponderada de argila, em g/kg, do horizonte superficial,
incluindo AB ou AC)
Inicialmente, multiplicou-se o teor de carbono orgânico (g/kg) de cada
subhorizonte pela espessura do mesmo subhorizonte, em dm. O somatório dos
produtos dos teores de C-org pela espessura dos subhorizontes, é o teor de C-org
total do horizonte A. A seguir, calculou-se a média ponderada de argila do
horizonte A, a qual foi obtida multiplicando-se o teor de argila (g/kg) do
subhorizonte pela espessura do mesmo subhorizonte (dm) e dividindo-se o
resultado pela espessura total do horizonte A, em dm.
A operação acima pode ser resumida na expressão:
C-org total > 60 + (0,1 x média ponderada de argila do horizonte A)
Subhoriz. Prof (cm)
C-org (g/kg)
Argila (g/kg)
Cálculo da média ponderada da argila (g/kg)
Cálculo do C-org total
Ap 0-10 24,2 360 360 x 1dm / 14dm = 25,71 24,2 x 1 = 24,2 A1 10-20 22,0 340 340 x 1dm / 14dm = 24,28 22,0 x 1 = 22,0 A2 20-70 19,9 450 450 x 5dm / 14dm = 160,71 19,9 x 5 = 99,5 A3 70-100 9,3 570 570 x 3dm / 14dm = 122,14 9,3 x 3 = 27,9 AB 100-140 8,6 560 560 x 4dm / 14dm = 160 8,6 x 4 = 34,4
Total = 492,84 Total = 208
Aplicando-se os dados da tabela acima (referentes aos resultados do Perfil1) na
expressão, chegou-se à conclusão de tratar-se de horizonte A húmico, pois o C-
org total desse horizonte foi superior à soma do numeral 60 multiplicado por um
décimo da média ponderada da argila:
208 > 60 + (0,1 x 492,84)
208 > 60 + 49,28
208 > 109,28
114
9. ANEXOS
115
Anexo 1 - Classes de interpretação da análise do solo
(Segundo Alvarez V et. al, 1999)
Fonte: site da Embrapa Milho e Sorgo:
http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Milho/CultivodoMilho/feranalise.htm
Tabela 1. Classes de interpretação para a acidez ativa do solo (pH)1
Classificação química Ac. muito elevada
Acidez elevada
Acidez média
Acidez Fraca
Neutra Alcalinidade
fraca Alcalinidade
elevada >4,5 4,5 - 5,0 5,1 - 6,0 6,1 - 6,9 7,0 7,1 - 7,8 >7,8
Classificação agronômica
Muito baixo Baixo Bom Alto Muito alto
< 4,5 4,5 - 5,4 5,5 - 6,0 6,1 - 7,0 > 7,0
1 pH em H2O, relação 1:2,5, TFSA : H2O. Fonte: ALVAREZ V. et al. (1999).
Tabela 2. Classes de interpretação de fertilidade do solo para.a matéria orgânica e para o complexo de troca catiônica
Característica Unidade1
Classificação Muito baixo
Baixo Médio2 Bom
Muito Bom
Carbono orgânico (C.O.)
2 dag/kg 0,40
0,41 - 1,16
1,17 - 2,32
2,33 - 4,06
> 4,06
Matéria orgânica (M.O.)
3 dag/kg 0,70
0,71 - 2,00
2,01 - 4,00
4,01 - 7,00
> 7,00
Cálcio trocável (Ca
2+)4
cmolc/dm3 0,40
0,41 -1,20
1,21 - 2,40
2,41 - 4,00
> 4,00
Magnésio trocável (Mg
2+)4
cmolc/dm3 0,15
0,16 - 0,45
0,46 - 0,90
0,91 - 1,50
> 1,50
Acidez trocável (Al
3+)4
cmolc/dm3 0,20
0,21 - 0,50
0,51 - 1,00
1,01 - 2,00
> 2,00
Soma de bases (SB)
5 cmolc/dm
3 0,60 0,61 - 1,80
1,81 - 3,60
3,61 - 6,00
> 6,00
Ac. potencial (H + Al)
6 cmolc/dm
3 1,00 1,01 - 2,50
2,51 - 5,00
5,01 - 9,00
> 9,00
CTC efetiva (t)7 cmolc/dm
3 0,80 0,81 - 2,30
2,31 - 4,60
4,61 - 8,00
> 8,00
CTC pH 7 (T)8 cmolc/dm
3 1,60 1,61 - 4,30
4,31 - 8,60
8,61 - 15,00
> 15,00
Saturação por Al
3+(m)
9 % 15,0
15,1 - 30,0
30,1 - 50,0
50,1 - 75,0
> 75,0
Saturação por bases (V)
10 % 20,0
20,1 - 40,0
40,1 - 60,0
60,1 - 80,0
> 80,0
1 dag/kg = % (m/m); cmolc/dm3. 2 O limite superior desta classe indica o nível crítico. 3 Método Walkley & Black; M.O. = 1,724 x C.O. 4 Método KCl 1 mol/L. 5 SB = Ca2+ + Mg2+ + K+ + Na+. 6 H + Al, Método Ca(OAc)2 0,5 mol/L, pH 7.7 t = SB + Al3+. 8 T = SB + (H + Al). 9 m = 100 Al3+/t. 10 V = 100 SB/T. Fonte: ALVAREZ V. et al. (1999).
116
Tabela 3. Classes de interpretação da disponibilidade para o fósforo, de acordo com o teor de argila do solo ou do valor de fósforo remanescente (P-rem) e para o potássio
Característica Classificação
Muito baixo Baixo Médio Bom Muito bom
---------------------------------(mg/dm3)1------------------------------------------
Argila (%) Fósforo disponível (P)2
60 - 100 2,7 2,8 - 5,4 5,5 - 8,03 8,1 - 12,0 > 12,0
35 - 60 4,0 4,1 - 8,0 8,1 - 12,0 12,1 - 18,0 > 18,0
15 - 35 6,6 6,7 - 12,0 12,1 - 20,0 20,1 - 30,0 > 30,0
0 - 15 10,0 10,1 - 20,0 20,1 - 30,0 30,1 - 45,0 > 45,0
P-rem4 (mg/L)
0 - 4 3,0 3,1 - 4,3 4,4 - 6,03 6,1 - 9,0 > 9,0
4 - 10 4,0 4,1 - 6,0 6,1 - 8,3 8,4 - 12,5 > 12,5
10 - 19 6,0 6,1 - 8,3 8,4 - 11,4 11,5 - 17,5 > 17,5
19 - 30 8,0 8,1 - 11,4 11,5 - 15,8 15,9 - 24,0 > 24,0
30 - 44 11,0 11,1 - 15,8 15,9 - 21,8 21,9 - 33,0 > 33,0
44 - 60 15,0 15,1 - 21,8 21,9 - 30,0 30,1 - 45,0 > 45,0
Potássio disponível (K)2
15 16 - 40 41 - 70 71 - 120 > 120
1 mg/dm
3 = ppm (m/v).
2 Método Mehlich-1.
3 Nesta classe apresentam-se os níveis críticos de
acordo com o teor de argila ou com o valor do fósforo remanescente. O limite superior desta classe indica o nível crítico. P-rem = Fósforo remanescente. Fonte: ALVAREZ V. et al. (1999).