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Tradução: Delta Translator/ Google tradutor/ Dicionário Michaellis/
Cee Austen.
Revisão: Cee Austen
Revisão Final: Tafnys R. Araújo
Comentários:
Tafnys R. Araújo: Como sempre este é mais um livro da Lisa que eu
adorei, o mocinho é muito atrevido (do jeito que eu gosto) e a
mocinha é inexperiente, mas decide tomar decisões acertadas na hora
certa. O livro tem poucas cenas hot, mas as que possui são muito
boas. Só achei que ficou faltando mesmo mais cenas com as
"Wallflowers".
Cee Austen: Este livro encerra a série Wallflowers (snif, snif), conta a
história de Thomas Bowman irmão mais velho de duas das agora ex-
Wallflowers (floreios) e da dama de companhia Hannah Appleton.
Apesar de ser um livro curto dá alguma atenção, mas não muita, ao
“Happy ever after” (Felizes para Sempre) dos outros livros da série e
mostra um pouco da insegurança de Lillian
Bowman no seu casamento com o Lord Westcliff e,
também algo da vida de casado das outras ex-
Wallflowers. Adorei a série e gosto muito da
autora, pena que esta série termina aqui.
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UM NATAL INESQUECÍVEL
5º Livro da Série Wallflowers**
PRÓLOGO
Era uma vez quatro meninas que sempre se sentava em um canto
de cada dança, celebração e recepções em cada temporada de Londres.
Esperando noite após noite em uma fileira de cadeiras, vasos,
eventualmente, começaram a conversar. Elas descobriram que apesar
de competir pelo mesmo grupo de cavaleiros, elas poderiam amigas
em vez de rivais. Além disso, elas realmente gostaram-se. Decidiram,
então, se unirem para encontrar maridos, começando com a mais
velha, Anabelle, até atingir a mais nova Daisy. Anabelle, era sem
dúvida a mais bonita, mas não tinha um centavo, colocando-a em
grande desvantagem em comparação com outras senhoritas. Embora
os solteiros em Londres, na esperança de encontrar uma namorada
bonita, escolhia uma que tinha um grande dote. Evie era atraente de
uma forma não convencional, com cabelos vermelhos e muitas muitas
sardas. Era sabido que um dia ela iria herdar a fortuna de seu pai. No
entanto, seu pai era um plebeu ex-pugilista proprietário de um Clube
de Jogos, e um passado tão vergonhoso que era um obstáculo difícil
de bater para uma jovem senhorita. E, a tudo isto acrescentava-se que
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Evie era terrivelmente tímida e gaga. Qualquer homem que tentou
puxar conversa com ela descrevia que o encontro como uma
verdadeira tortura. Lillian e Daisy eram irmãs e Nova York. Sua
família, Bowman, era surpreendente, e quase inimaginavelmente rica,
tendo seu pai construído a fortuna a partir da fabricação de sabão. Elas
não tinham sangue azul, maneiras ou conexões sociais. Lillian era uma
amiga muito carinhosa, mas era mandona e teimosa. E Daisy era uma
sonhadora, que muitas vezes disse que a vida real não era tão
interessante quanto os romances que lia vorazmente.
Enquanto, as Floreios** ajudavam umas as outras para navegar
pelas dificuldades da sociedade londrina, consolando e apoiando umas
as outras através dos perigos reais, tristezas e alegrias, cada uma
encontrou um marido e nunca mais ninguém se referiu a elas como
Floreios.
Em todas as épocas sociais, porém, nunca teve escassez de
novas Floreios. (Então como agora, há sempre algumas senhoritas que
são ignoradas pelos cavalheiros que deveriam olhar melhor.) Mas,
logo depois houve o Natal, em que Rafe Bowman, o irmão mais velho
de Lillian e Daisy, veio para a Inglaterra. Depois disso, a vida de uma
Floreio nunca mais seria a mesma...
** Wallflowers – Floreios = referem-se a vasos de plantas,
expressão que significa figurantes numa festa, em algum local,
ninguém importante para dar-se atenção.
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CAPÍTULO 1
Londres -1845
- É oficial - Lillian, Lady Westcliff, disse com satisfação,
deixando de lado a carta do seu irmão. - Rafe chegará em Londres em
apenas duas semanas. - Olhou a Anabelle e Evie, que estavam
sentadas no chão da sala de trabalho em um círculo enorme de veludo
vermelho. Elas estavam reunidas na casa de Londres de Lillian,
Marsden Terrace, para uma tarde de conversa e chá. Naquela época
Anabelle e Evie estavam fazendo um tapete para a árvore, ou melhor,
tentando salvar o tecido dos esforços anteriores de Lillian. Evie estava
soltando as costuras de uma peça de brocado que foi costurada torta de
um lado, enquanto Anabelle estava ocupada cortando um novo pedaço
de tecido para costurá-lo. A única coisa que faltava era Daisy, a irmã
mais nova de Lillian, que vivia em Bristol com seu novo marido.
Annabelle estava ansiosa para ver Daisy e saber como ela estava em
seu recente casamento. Graças a Deus, todas estariam juntas cedo para
passar o Natal em Hampshire.
- Você acha que seu irmão vai ter dificuldade em convencer
Lady Natalie se casar com ele? - Annabelle perguntou, franzindo a
testa enquanto ele estava com uma mancha negra no tecido.
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- Ah, com certeza, - disse Lillian. - Ele é bonito, charmoso e
muito rico. O que poderia se opor Lady Natalie, além do fato de que
ele é americano?
- Bem, Daisy disse que era um libertino. E algumas mulheres
jovens podiam não...
- Bobagem! - disse Lillian. - Rafe não é um libertino. Ah, teve
suas aventuras, mas é um homem com sangue nas veias, não?
Annabelle olhou para ela com a dúvida. Embora irmã de Lillian,
Daisy, era geralmente vista como uma sonhadora e uma romântica,
tinha um olhar muito perspicaz que faziam as suas opiniões serem
muito confiáveis.
– Ele bebe e joga? - Annabelle perguntou a Lillian.
- Às vezes.
– Comportar-se rudemente ou inapropriadamente?
- É um Bowman. Nós não sabemos como nos comportar de outra
maneira.
– Persegue as mulheres?
- Claro!
– Alguma vez ele foi fiel a uma mulher? Alguma vez ele já se
apaixonou? - Lilian olhou para ela com uma careta.
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- Não que eu saiba. - Annabelle olhou para Evie com as
sobrancelhas arqueadas.
- O que você acha, Evie?
- Libertino - foi sua resposta.
- Ah, tudo bem, - rosnou Lillian. - Eu acho que é um libertino.
Mas isso não pode ser um empecilho para conquistar Lady Natalie.
Algumas mulheres, gostam dos Libertinos, - falou olhando para Evie.
Evie continuou soltando o brocado das costuras, enquanto um sorriso
curvou seus lábios.
- Eu não gosto de todos os libertinos, - disse ela olhando para sua
costura. - Apenas um.
Evie, a mais dócil e tranqüila de todas foi a menos provável de
capturar o coração do famoso Lord St. Vincent, que havia sido o
maior de todos os libertinos. Apesar de Evie, com seus grandes olhos
azuis e cabelos vermelho brilhantes, tinha uma beleza rara e pouco
convencional, era extremamente tímida. E também era gaga. Mas Evie
tinha também uma força oculta e espírito galante que conquistou seu
marido completamente.
- E esse antigo devasso obviamente a ama além da razão, - disse
Anabelle. Olhou a Evie atentamente antes de perguntar baixinho.
– St. Vicent está satisfeito com o bebê, querida?
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- Oh, sim, ele ... - Evie parou e olhou com olhos arregalados para
Anabelle cheio de surpresas. - Como você se deu conta? - Annabelle
sorriu.
- Tenho notado que todas as suas roupas novas têm costuras para
alargar enquanto sua figura cresce. Isso te traiu na hora, querida.
- Você está grávida? - Lillian perguntou, lançando um grito de
alegria muito pouco feminino. Ela se levantou de sua cadeira e sentou
ao lado de Evie, jogando seus braços ao redor dela. - É uma ótima
notícia! Como você se sente? Você tem náuseas agora?
- Só quando eu vi o que você fez com o tapete para a árvore, -
disse Evie rindo da exuberância de sua amiga. Muitas vezes era difícil
de lembrar que Lillian era uma condessa. Sua natureza espontânea não
tinha mudado nem um pouquinho, apesar da influência da sociedade.
- Oh, você não deveria estar no chão, - disse Lillian. - Vem, me
dê a tesoura, eu vou trabalhar nessa coisa estúpida...
- Não, - disse Annabelle e Evie ao mesmo tempo. - Lillian,
querida, - Annabelle continuou com firmeza, - você não deve chegar
perto deste tapete. O que você faz com uma linha e agulha deve ser
considerado um crime.
- Eu tento, - Lillian protestou com um muxoxo, sentando-se
sobre os calcanhares. - Eu começo com boas intenções, mas depois eu
me canso de fazer todos aqueles pequenos pontos, e começo a fazê-lo
rapidamente. Mas nós devemos ter um tapete para a árvore, e um
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muito grande. Caso contrário, não há nada em que poderia cair a cera
das velas colocadas sobre a árvore que será acesa de uma vez.
- Pode me dizer qual é esse retalho? - Annabelle, apontou para
um retalho negro sobre o veludo. Lillian respondeu com um gesto de
vergonha.
- Eu pensei que talvez pudéssemos colocar a parte traseira. Eu
derramei um copo de vinho.
– Você estava bebendo enquanto costura? - Annabelle
perguntou, achando que isso explicava muito.
- Eu pensei que poderia ajudar a relaxar um pouco. Costurar me
deixa nervosa. - Annabelle sorriu tão hesitante.
- Por quê?
- Faz-me lembrar todas as vezes que minha mãe estava em pé
atrás de mim enquanto eu trabalhava no meu bordado. E quando eu
cometia um erro, ela me bateia nas juntas com uma régua, - Lillian fez
um gesto de abnegação, mas pela primeira vez a diversão nunca
alcançou seus olhos castanhos brilhantes. - Eu era uma criança
terrível.
- Você foi uma menina adorável, tenho certeza, - Annabelle
disse suavemente. Ela nunca tinha tido certeza como Lillian e Daisy
Bowman tinha funcionado tão bem, dada a sua criação. Mercedes e
Thomas Bowman de alguma forma conseguiram ser exigentes,
críticos e negligentes de uma só vez, algo que era uma façanha. Três
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anos antes, Bowman trouxe suas duas filhas para Londres depois de
descobrir que nem mesmo sua grande fortuna pode levar a um
cavalheiro de Nova Iorque para se casar com elas. Com uma
combinação de trabalho duro, sorte e ações cruéis, Thomas Bowman
estabeleceu uma das maiores empresas de sabão do mundo. Agora que
o sabão era acessível para as massas, as empresas de Bowman, em
Nova York e Bristol poderiam atender a demanda. Mas, mais do que
dinheiro, para conseguir um lugar na sociedade de Nova York.
Herdeiros sem sangue azul, como Lillian e Daisy, não eram desejáveis
para os cavalheiros que queriam se casar assim. Assim, Londres, com
o aumento de aristocratas empobrecidos, era um terreno fértil para os
novos-ricos americanos. Com Lillian, ironicamente, os Bowman
atingiram o topo social ao casá-la com Marcus, Lord Westcliff.
Ninguém teria acreditado que o Conde reservado e poderoso casaria
com Lillian, uma menina muito teimosa. Mas, Westcliff viu além de
sua fachada descarada, viu o grande coração vulnerável de Lillian, que
ela tão zelosamente guardava.
- Eu era um demônio, - disse Lillian com sinceridade, - e assim
também foi Rafe. Nossos outros irmãos, Ransom e Rhys, sempre se
comportaram um pouco melhor, mas isso não diz muita coisa. E Daisy
participou das minhas travessuras, mas a maior parte do tempo ela
passava sonhando e vivendo em seus livros.
- Lillian, - Annabelle disse, enrolando com cuidado um
embrulho de fita, - por que seu irmão concordou em conhecer Lady
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Natalie e aos Blandford? Ele realmente está pronto para se casar? Ele
precisa de dinheiro, ou simplesmente está buscando agradar seu pai?
- Eu não tenho certeza, - disse Lillian. - Eu não acho que seja por
dinheiro. Rafe fez uma fortuna em Wallstreet. Eu suspeito que,
finalmente, se cansou de lutar com o pai. Ou talvez ... - Ela hesitou, e
uma sombra cruzou sua face.
- Talvez? - Evie disse suavemente.
- Bem, Rafe parece uma pessoa despreocupada, mas nunca foi
uma pessoa feliz. Mamãe e papai eram terríveis com ele. Com todos
nós, na verdade. Eles nunca jogaram com nada que acreditavam que
era inferior a nós. Eles pensavam que eram todos inferiores a nós. Os
gêmeos tinham um ao outro e, claro, Daisy e eu estávamos sempre
juntas. Mas Rafe estava sempre sozinho. Papai queria que fosse uma
criança séria, assim o separava das outras crianças. A Rafe nunca
permitido fazer qualquer coisa que o pai acreditava que era frívola.
- Então, de repente se rebelaram, - disse Anabelle. Lilian sorriu
brevemente.
- Oh, sim. - Sua diversão desbotada. - Mas agora eu me
pergunto... O que acontece quando um jovem cavalheiro está cansado
de ser sério, e também está cansado de se rebelar? O que há depois
disso?
- Aparentemente, é isso que descobriremos.
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- Eu quero que seja feliz, - disse Lillian. - Encontrar alguém que
se preocupa com ele. Evie olhou para elas, pensativa.
- Você já conhece Lady Natalie? Será que sabemos algo sobre
sua personalidade?
- Eu ainda não a conheço, - admitiu Lillian, - mas tem uma
reputação impecável. É uma jovem de muito boa família, que debutou
no ano passado e causou uma excelente impressão. Ouvi dizer que é
muito bonita e muito bem educada. - Ela fez uma pausa, seguida de
uma careta. - Rafe a assustará até morte. Deus sabe porque Blandford
são a favor do casamento. Deve ser porque eles precisam de dinheiro.
Papai pagaria qualquer coisa para que a introdução de mais sangue
azul na família.
- Nós poderíamos fa-falar com alguém que a conheça, - Evie
refletiu. - Alguém que dá conselhos a seu irmão, que dê pistas sobre o
que ela gosta, sua flor fa-favorita, e esse tipo de coisa.
- Ela tem uma dama de companhia, - disse Lillian. - Uma pobre
prima chamada Hannah ou algo assim. Eu me pergunto se nós
poderíamos convidá-la para tomar chá antes de que Rafe conheça a
Lady Natalie...
- Eu acho uma ótima idéia, - disse Annabelle. - Se ela nos conta
mesmo que um pouquinho sobre Lady Natalie, isso ajudaria muito o
cortejo de Rafe.
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- Sim, você deve ir, - disse Lord Blandford decididamente.
Hannah estava diante dele no Salão da Casa Blanford em Mayfair. Era
uma das menores e antigas vilas de casas mais elegantes do bairro,
perto de Hyde Park. Mayfair foi a casa de muitas famílias
aristocráticas. - Faça tudo que puder, - Blandford continuou - para
ajudar a facilitar o compromisso entre minha filha e Sr. Bowman. -
Hannah olhou para ele, incrédula. Senhor Blandford tinha sido sempre
um homem de bom senso e bom gosto. Ela mal podia acreditar que
queria que Natalie, sua única filha se casasse com o insensível filho de
um comerciante americano. Natalie era linda, sofisticada e madura
para os seus 20 anos. Podia ter o homem que desejasse.
- Tio, - Hannah disse cuidadosamente, - Eu nunca sonharia em
questionar sua opinião, mas...
- Mas você quer saber se eu perdi o juízo? - Ele perguntou, e riu
entre os dentes quando ela assentiu. Ele apontou para a cadeira que
estava do outro lado da lareira. - Sente-se, querida. Nem sempre se
têm a oportunidade de conversar em particular. - Mas, Lady Blandford
e Natalie foram visitar um primo que estava doente, e haviam decidido
que Hannah ficaria para preparar as roupas e itens pessoais para
Natalie para a próxima viagem a Hampshire, onde iriam passar as
festas de final de ano.
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Olhando para o homem sábio e gentil, que tinha sido tão
generoso com ela, Hannah disse: - Eu posso falar honestamente, tio? -
Seus olhos brilhavam ante isso.
- Você sempre falou honestamente, Hannah.
- Sim, bem... Mostrei-lhe o convite para o chá de cortesia que
Lady Westcliff, mas eu não tenho nenhuma intenção de aceitar.
- Por que não?
- Porque a única razão que gostariam de me convidar é para
obter informações sobre Natalie, e também para me impressionar com
as supostas virtudes do Senhor Bowman. Tio é óbvio que o irmão de
Lady Westcliff não é bom o suficiente para Natalie!
- Parece que já foi julgado e condenado, - disse o Senhor
Blandford suavemente. Você é sempre tão severa com os americanos,
Hannah?
- Não é porque é americano. - Hannah protestou. - Ou pelo
menos não é culpa dele. Mas a sua cultura, seus valores, seus apetites
são bastante estranhos para alguém como Natalie. Ela nunca poderia
ser feliz com ele.
- Apetites? - Blandford disse, arqueando as sobrancelhas.
- Sim, por dinheiro e poder. E embora seja uma pessoa
importante em Nova York, não tem título. Natalie não está
acostumada com isso. Seria um casal estranho.
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- Você está certa, é claro, - Blandford a surpreendeu ao dizer
isso. Encostou-se no respaldo de sua cadeira, juntando seus dedos.
Blandford era um bom homem com um rosto agradável. Sua cabeça
era grande e bem formada, onde não havia vestígios de cabelo e corpo
esbelto tinha quase nenhum músculo. - Seria um casal estranho de
muitas maneiras, - Blandford continuou. - Mas poderia ser a salvação
das gerações futuras da família. Querida, você é quase como uma filha
para mim, então vou falar claramente. Eu não tenho filho para herdar
o título e não desejarei a Natalie e a Lady Blandford fique à mercê doa
próximo Senhor Blandford. Para minha tristeza profunda, não posso
deixar uma boa herança, já que a terra e o dinheiro de Blandford está
diretamente ligado ao título.
- Mas há cavalheiros ingleses com o dinheiro e de bom grado
que se casariam com Natalie. Lord Travers, por exemplo. Ele e
Natalie são muito compatíveis, e tem muitos meios pelos quais a ser
generoso...
- Meios aceitáveis, - Blandford gentilmente corrigiu. - Não são
muitos. E nada comparado ao que é hoje tem o Bowman, para não
mencionar sua herança futura. - Hannah estava desconcertada. Em
todos os anos eu sabia Lord Blandford, nunca tinha mostrado um
interesse particular em termos de riqueza. Não era comum para um
nobre mostrar interesse por estas questões, pois eles eram
considerados inferiores a eles. O que provocou essa preocupação
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repentina com o dinheiro? Lendo sua expressão, Blandford sorriu
melancolicamente.
- Oh, Hannah. Como eu poderia explicar corretamente? O
mundo está se movendo tão rápido para um homem como eu. Muitas
mudanças na maneira de fazer as coisas. Antes que você possa se
acostumar com uma mudança, tudo mudou novamente. Dizem que
terá estrada de ferro, em breve toda a Inglaterra. As massas podem
comprar sabão e comida enlatada, roupas prontas. A distância entre
nós será cada vez mais estreita. - Hannah ouviu, percebendo que ela e
sua falta de riqueza e de sangue azul, estava entre as classes sociais de
Blandford e "as massas".
- E isso é uma coisa ruim, tio?
- Não, é claro, - Blandford disse depois de um longo silêncio. -
Embora me entristeça saber que o sangue e a nobreza começam a
dizer tão pouco. O futuro está mudando e pertence aos iniciantes como
Bowman. E os homens como o Lord Westcliff que estão dispostos a
sacrificar qualquer coisa para manter o ritmo. O Conde de Westcliff
era cunhado de Raphael Bowman. Ele foi, sem dúvida, uma linhagem
impecável, com o sangue mais azul que a própria rainha. E ainda era
conhecido como um liberal, política e financeiramente. Entre seus
muitos investimentos, Westcliff tinha acumulado uma fortuna da
indústria de locomotiva, e disse ter muito interesse em assuntos de
negócios. Tudo isto enquanto os seus colegas ficaram felizes com o
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reino de manter suas fortunas graças à antiga tradição de manter os
arredatários em suas terras.
- Então você quer a ligação com Lord Westcliff, e assim como os
Bowman, - disse Hannah.
- Claro que sim. Isso iria colocar minha filha em uma posição
privilegiada por se casar com um americano rico, mas ter como
cunhado o Lord Westcliff. Como a esposa de Bowman, a sentariam na
ponta da mesa... mas será a mesa de Westcliff, e isso não é uma
consideração secundária.
- Eu entendo, - disse ela, pensativa.
- Você não concorda?
Não. Hannah não ficou convencida de que sua querida Natalie
tinha que carregar um marido com poucas maneiras, só para ter como
cunhado Lord Westcliff. Entretanto, ela não iria questionar o parecer
de Lord Blandford. Pelo menos não em voz alta.
- Eu não estou totalmente segura de sua opinião, tio. No entanto,
espero que as vantagens e desvantagens de esta união se revele
rapidamente. Lord Blandford riu.
- Você é toda uma diplomata. Você tem uma mente sagaz,
querida. Provavelmente mais do que uma jovem precisa. Melhor ser
bonita e de cabeça vazia como minha filha, que ter uma cara normal e
ser inteligente. - Hannah não estava ofendida com isso, mas poderia
discutir ambos os pontos. Para começar, sua prima Natalie era tudo
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menos uma cabeça oca. Mas Natalie sabia que era melhor não alardear
sua inteligência, e que a qualidade não atraia os cavalheiros. E Hannah
não considerava que ela tinha uma cara normal. Ela tinha cabelos
castanhos e olhos verdes, tinha um sorriso agradável e uma figura
decente. Se Hannah pudesse ter boas roupas e jóias, pensava que
poderia ser considerada alguém bonita. Tudo estava no olho de quem
olha.
- Vá para até Marsden Terrace – Senhor Blandford disse,
sorrindo. - Semeie o romance. Um casal tem de ser feito. Ele olhou
significativamente. - Depois de casar a Natalie, sem dúvida você vai
encontrar o seu próprio pretendente. Eu tenho minhas suspeitas de que
entre você e o Senhor Clark, pode haver alguma coisa. - Hannah
sentiu que seu rosto ficava vermelho. Durante o ano passado tinha
tomado algumas funções de secretaria de menor importância para
Samuel Clark, um amigo próximo e parente distante de Lord
Blandford. E Hannah mantinha em segredo alguma esperança com
relação ao solteiro atraente, que tinha cabelos loiros e magro, não
muito mais velho que ela. Mas, talvez, suas esperanças não eram tão
privadas como ela pensava.
- Eu não sei o que quer dizer, tio.
- Tenho certeza que sim você sabe - ele disse e riu entre os
dentes. - Tudo a seu tempo, querida. Primeiro asseguremos um futuro
satisfatório para Natalie. E então será a sua vez. - Hannah sorriu,
mantendo os seus pensamentos privados. Mas por dentro ela sabia que
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sua definição de “um futuro satisfatório” para Natalie não era igual ao
que teria seu tio. Natalie merecia um homem que fosse amoroso,
responsável e digno de confiança.
E se Rafe Bowman era esse homem teria que provar.
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CAPÍTULO 2
- Há risco de soar arrogante, - Rafe disse.
- Eu acho que você não precisa de conselhos sobre como
conquistar uma mulher. - Rafe tinha chegado em Londres no dia
anterior. Hoje, enquanto estava visitando os trabalhos das locomotivas
de Westcliff nos quais detinha ações, Rafe tinha decidido tomar chá
com Lillian e suas amigas. Rafe teria preferido viajar com Westcliffe
aos trabalhos locomotores. Ele era filho de um empresário e a idéia de
ver novas máquinas e equipamentos sempre foi de grande fascínio
para ele. Em contra partida, Lillian pediu-lhe para ficar e ele nunca
pode rejeitar nada dela. Ele amava as irmãs, que em sua opinião eram
as melhores coisas que seus pais tinham conseguido.
- Stra. Appleton não vai lhe dar conselhos, - disse Lillian,
acariciando seus cabelos carinhosamente.
- A convidamos para o chá de modo que ela possa nos dizer mais
sobre Lady Natalie. Eu acho que você quer saber tudo o que puder
sobre sua futura esposa.
- Isso ainda está em discussão, - lembrou Rafe sombrio. -
Mesmo se eu quisesse casar com ela, é a decisão da Lady Natalie me
aceitar ou não.
- E é por isso que nós vamos ser tão encantadores que a Stra.
Appleton correrá de volta para sua casa para entregar um relatório que
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brilha por si só sobre ti a Lady Natalie. - Lilian parou e deu-lhe um
olhar que continha certa ameaça. - Não é verdade? - Rafe sorriu para
sua irmã enquanto brincava com sua sobrinha de oito meses Merritt,
sobre o joelho. O bebê tinha cabelos escuros e olhos castanhos como
seus pais. Depois de puxar um dos botões de seu colete resolutamente,
a bebê tentou colocar o botão na boca.
- Não, querida, - disse Rafe, removendo o botão que foi bem
apertado em sua mão gordinha e úmida. Merritt começou a gritar em
protesto. - Sinto muito, - ele disse. - Eu gritaria assim, se alguém
removesse algo que eu queria muito. Mas você pode se engasgar com
ele, amor e, então, sua mãe iria me mandar direto para a China.
- Isso é se Westcliff não te alcançar primeiro - Lillian disse,
pegando o bebê gritando. - Não, minha querida. A mamãe não vai
deixar que o velho tio mau Rafe siga te incomodando. - Ela fez uma
careta e franziu o nariz para ele, enquanto acalmava sua filha.
O casamento e a maternidade fez bem a Lillian, pensou Rafe.
Sua irmã sempre foi uma criança teimosa, mas ela parecia mais calma
e mais feliz agora do que nunca tinha visto. Ele só podia dar crédito a
Westcliff disso, ainda que como um homem tão adequado e
autocrático poderia conseguir essa mudança em Lillian ainda fosse um
mistério. Sempre alguém pensou que o casal teria matado um ao outro
durante o primeiro mês de casamento. Depois que o bebê ficou quieto
e Lillian entregou para a babá levá-la para cima, Annabelle e Evie
chegaram. Levantando-se, Rafe inclinou para as senhoras, enquanto as
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apresentações foram feitas. Sra. Annabelle Hunt, esposa de um
empresário Simon Hunt do ramo ferroviário, era conhecida como uma
das grandes belezas da Inglaterra. Era difícil imaginar que qualquer
mulher poderia eclipsá-la. Ela era a perfeita Rosa inglesa, com cabelos
cor de mel, olhos azuis e pele branca. Somente sua figura teria levado
a um santo para o pecado, mas sua expressão era tão animada e
amigável que isso o relaxou um pouco. Evie, Lady St. Vincent, não
era tão acessível. Entretanto, Lillian, tinha avisado a Rafe que a
timidez de Evie era freqüentemente confundida como reserva. Sua
beleza era pouco convencional, com a pele levemente sardenta e os
cabelos vermelhos. Seus olhos azuis eram amigáveis, mas também
vulneráveis e isto tocou Rafe.
– Querido Sr. Bowman, - Annabelle disse com uma risada, - eu o
reconheceria em qualquer lugar, mesmo sem uma introdução. Você e
Lillian compartilham uma incrível semelhança. São todos os Bowman
assim, altos e de cabelos escuros?
- Todos exceto Daisy, - disse Rafe. - Tenho medo de que os
quatro primeiros de nós levamos toda a altura, e ficou nada para ela
quando nasceu.
- O que a Daisy falta em altura, - disse Lillian, - a compensar
com sua personalidade. - Rafe riu.
- Verdade. Eu quero ver a pequena patife, e ouvir de seus
próprios lábios que se casou com Mathew Swift, por vontade própria e
não porque o pai a forçou a fazer isso.
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- Daisy realmente ama o Sr. Swift - Evie disse a sério. Ao som
de sua gagueira, que foi outra das coisas que Lillian disse ele, Rafe
deu um sorriso tranquilizador.
- Estou muito feliz em ouvir isso - disse suavemente. - Eu
sempre pensei que Swift é um cavalheiro decente.
– Nunca te incomodou, a maneira que o pai o adorou como um
filho de fato? - Lillian perguntou, sentando-se e fazendo gestos para os
outros a fazerem o mesmo.
- Pelo contrário, - disse Rafe. - Eu estava contente com qualquer
coisa ou pessoa que fixasse a atenção do pai para longe de mim. Eu
tive o suficiente do velho homem e seu chicote curto para uma vida. A
única razão que eu estou pronto para tolerá-lo agora é porque eu quero
ser sócio da expansão européia da empresa.
Annabelle pareciam se divertir com sua franqueza. - Parece que
a discrição não nos preocupa hoje. Rafe sorriu.
- Duvido que haja muito sobre os Bowman que Lillian já não
lhes havia dito. Assim, deixemos a discrição de lado e vamos assuntos
mais interessantes.
- São as damas de Londres, uma questão de interesse? - Lillian
perguntou.
- É claro. Conte-me sobre elas.
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- Elas são diferentes aqui do que em Nova Iorque, - Lillian
advertiu. - Especialmente as mais jovens. Quando você é apresentado
a uma jovem inglesa apropriada, ela manterá o olhar no chão, e ela
não vai chamar nem falar pelos cotovelos como os americanos fazem.
As meninas inglesas são muito mais protegidas, e não estão nada
acostumadas a companhia de homens. Portanto, não considere discutir
negócios ou política e esses tipos de coisa.
- Então o que eu tenho permissão para falar? - Rafe perguntou
apreensivo.
- Música, arte e cavalos - disse Annabelle. - E lembre-se que as
meninas inglesas raramente oferecem suas opiniões sobre algo, em
vez disso preferem repetir as opiniões de seus pais.
- Mas depois de ca-casados - disse Evie, - será muito mais
dispostas a revelar sua verdadeira personalidade. Rafe deu um olhar
torto.
- Quão difícil seria descobrir a verdadeira personalidade de uma
menina antes do casamento?.
- Quase im-possível, - disse Evie gravemente, e Rafe começou a
sorrir, até que ele se deu conta que ela não estava brincando. Agora
estava começando a entender porque Lillian e suas amigas estavam
tentando descobrir mais sobre Lady Natalie e seu caráter.
Aparentemente, isso não viria da própria Lady Natalie. Olhando para
Lillian e depois Anabelle e Evie, Rafe disse lentamente.
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- Eu aprecio sua ajuda, damas. Dou-se conta que necessito mais
da ajuda de vocês do eu pensava.
- A pessoa que será muito útil - disse Lillian, - é a Stra.
Appleton. Esperamos. - separou as cortinas da janela para olhar a rua.
- E se eu não me engano, acabou de chegar.
Rafe ficou de forma superficial, enquanto a Stra. Appleton
entrou no hall de entrada. Lillian saiu para recebê-la enquanto lacaio
recebia seu casaco e chapéu. Rafe assumiu que deveria estar grato que
a velha galinha veio de visita, mas tudo que eu conseguia pensar era a
rapidez com que podem obter as informações necessárias para se
livrar dela. Olhou sem muito interesse, quando ela entrou na sala. Ela
usava um vestido azul sem vida, aqueles que são práticos e resistentes
que os funcionários de alto escalão usavam. Seus olhos passaram
sobre a sua cintura fina, a curva suave dos seios e, em seguida seu
rosto. Ele sentiu uma picada de uma pequena surpresa quando viu que
ela era jovem, não mais do que a idade de Daisy. Por sua expressão,
pode-se deduzir que não estava mais feliz de estar que Rafe. Mas
havia uma sugestão de ternura e humor na suave forma de sua boca, e
as linhas delicadas do nariz e do queixo. Sua beleza não era fresca e
pura, mas quente e ligeiramente desordenada. Seus cabelos castanhos,
brilhantes como a seda, pareceu terem sido presos rapidamente.
Enquanto ela retirava suas luvas com um puxão de cada dedo, olhou
para Rafe com olhos verde-oceano. Aquele olhar não deixava dúvida
de que a Stra. Appleton não gostava, nem confiava nele. Nem deveria,
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Rafe pensou com um lampejo de divertimento. Não é exatamente
conhecido por suas nobres intenções quando se tratava de mulheres.
Ela aproximou-se dele de uma forma que chateou Rafe por alguma
razão. Ela fez como desejou... bem, ele não sabia como, mas
começaria com algo como levantá-la e deitá-la sobre a primeira
cadeira que encontrasse.
– Stra. Appleton - Lillian disse: - Eu gostaria de apresentar meu
irmão, Sr. Bowman.
- Stra. Appleton - Rafe murmurou, estendendo a mão. A jovem
hesitou, dedos pálidos vibrando, fanzendo um pequeno movimento
com o lado de sua saia.
- Oh, Rafe, - Lillian disse apressadamente, - Isso não é hábito
aqui.
- Minhas desculpas. - Rafe retirou a mão, olhando os
translúcidos olhos verdes. - O aperto de mão é comum nas salas
americanas. - Stra. Appleton deu-lhe um olhar especulativo.
- Em Londres, uma inclinação simples é melhor, - ela disse com
uma voz suave e clara, que enviou uma onda de calor na parte de trás
do seu pescoço. - Apesar de agora uma senhora casada pode apertar as
mãos, raramente faz uma mulher solteira. Isto aqui é considerada
como uma prática de classe baixa, e uma questão muito pessoal,
especialmente quando feito sem luvas. - Ela o estudou por um
momento, um indicio de um sorriso curvou seus lábios. - Entretanto,
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eu não tenho nenhuma objeção para liberar na moda americana. -
Estendeu a magra mão. - Como é feito? – O calor, inexplicavelmente,
caiu da parte de trás do pescoço de Rafe e se espalhou pelos ombros.
Ele pegou a mão delgada em sua mão que era muito maior do que a
dela, surpreendido pela sensação de necessidade em seu abdômen. –
Um aperto firme, - disse ele - é geralmente considerado... - Ele
parou, incapaz de seguir falando, quando ela devolveu cautelosamente
a pressão dos dedos.
- Assim? - Ela perguntou, olhando para seu rosto. Suas
bochechas estavam vermelhas.
- Sim - Rafe se perguntou que diabos havia de errado. A pressão
da mão pequena, e confiante estava o afetando mais que a caricia mais
atrevida de sua ultima amante. Soltando sua mão, moveu seu olhar
para longe dela e lutou para controlar sua respiração. Annabelle
Lillian e trocaram um olhar perplexo sobre o silêncio carregado.
- Bem, - disse Lillian brilhantemente quando bandejas de chá
foram arrumadas, - vamos nos conhecer um pouco mais. Sirvo-lhes?
Annabelle sentou no sofá ao lado de Lillian, enquanto Rafe e a
Stra. Appleton se sentaram no outro lado da mesa de café. Durante os
próximos minutos, os rituais do chá foram observados. Pratos com
torradas e bolinhos fritos foram passados.
Rafe parecia incapaz de parar de olhar para a Stra. Appleton, que
estava sentada ereta em sua cadeira, bebericando seu chá com
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cuidado. Queria tirar as presilhas do cabelo dela e de enredar os dedos
nele. Queria tombá-la no chão. Ela parecia tão apropriada, tão boa,
sentada ali com suas saias perfeitamente organizadas.
Ela lhe fazia querer ser muito, muito mau.
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CAPÍTULO 3
Hannah nunca ficou tão desconfortável em sua vida. O homem
que estava sentado ao seu lado era uma besta. Ele olhou para ela como
se fosse uma curiosidade de carnaval. E ele já tinha confirmado muito
do que ela sabia sobre os homens americanos. Tudo nele era muito
masculino e o encontrou de desagradável ao gosto. A maneira como
ele tomou o seu lugar, de modo desajeitado e informal, ela gostaria de
chutar-lhes as canelas.
Seu sotaque de Nova York com vogais e consoantes achatadas,
claro, era completamente estranho e desconfortável. Entretanto, ela
teve de admitir que a própria voz dele... uma voz profunda de barítono
como o couro polido, era fascinante. Seus olhos eram extraordinários,
de um tom escuro, mas que brilhavam como fogo negro. Ele tinha pele
bronzeada, como de um homem que passou muito tempo longe de
casa, e sua mandíbula barbeada começava a mostrar sinais de uma
barba forte. Ele era em excesso, uma criatura muito inflexível e
obstinadamente masculina. Não em absoluto um partido para Natalie,
de qualquer forma. Ele sempre estaria fora de lugar, seja em um salão
de baile, numa sala de estar, ou qualquer outro lugar com pessoas
civilizadas.
O Sr. Bowman se dirigiu a ela com tanta franqueza, que ela
achou perturbador.
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- Diga-me Stra. Appleton... O que faz uma dama de companhia?
A senhorita recebe salário por isso?
Oh, ele era muito rude ao perguntar uma coisa dessas! Engolindo
grande parte de sua indignação, Hannah disse: - É uma posição paga.
Não recebo salário, mas sim uma atribuição. Ele abaixou a cabeça e a
olhou fixadamente.
- Qual é a diferença?
- O salário que significaria que eu sou uma criada.
- Entendo. Então o que a senhorita faz para mudar a sua tarefa,
sua atribuição? - Sua persistência foi corrosiva.
- Eu forneço companheirismo e conversa - disse ela - e às vezes
atuo como uma acompanhante de Lady Natalie. Eu também pratico a
costura e faço pequenas coisas que tornam a vida mais confortável de
Lady Natalie, tais como servir-lhe de chá e fazer-lhe os recados.
Zombaria brilhou nos olhos pagãos dele. - Mas você não é uma
empregada doméstica. - Hannah deu-lhe um olhar frio.
- Não. - Ela decidiu mudar o rumo da conversa com ele. - O que
faz exatamente, é um especulador financeiro?
- Eu faço investimentos. Também espiono as pessoas que estão
sendo idiotas com seus investimentos. E nesse momento incentivo-os
a atacar com ambas as mãos, até que eu caia com seus lucros,
enquanto eles estão em pé sobre uma pilha de destroços fumegantes.
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- Como você consegue dormir à noite? - Ela perguntou
consternada.
Bowman mostrou um aberto e fresco sorriso.
- Ok, obrigado.
- Eu quis dizer...
- Eu sei que a senhorita quis dizer, Stra. Appleton. Eu durmo
tranqüilo sabendo que fiz para minhas vítimas de um serviço.
- Como?
- Eu ensino uma lição valiosa.
Antes de Hannah pudesse responder, Annabelle parou
abruptamente.
- Meu Deus, não podemos deixar que a conversa derive para
uma discussão de negócios. Eu escuto demais disso em casa também.
Stra. Appleton, já ouvi falar maravilhas sobre Lady Natalie. Há quanto
tempo a senhorita é sua dama de companhia?
-Três anos - Hannah facilmente respondeu. Era ligeiramente
mais velha do que sua prima, dois anos para ser exata, e tinha visto
como Natalie tornou-se equilibrada e deslumbrante garota que é agora.
- Lady Natalie é uma delícia. Sua disposição é gentil e carinhosa e tem
todas as graças de caráter que alguém poderia desejar. Não há
nenhuma senhorita mais inteligente e encantadora como ela.
Bowman deu uma risadinha cheia de descrença.
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- Um modelo de excelência - disse ele - Infelizmente, tenho visto
outras jovens serem anunciados nos mesmos termos de encantamento.
Mas, quando elas são apresentadas, sempre tem ou se encontra um
defeito.
- Algumas pessoas - Hannah respondeu - insistem em procurar
defeitos nos outros, mesmo quando não há nenhum.
- Todo mundo tem defeitos, Stra. Appleton. - Ele a provocava.
Ela enfrentou os olhos afiados e perguntou.
– Qual é o seu, Sr. Bowman?
- Ah, eu sou um sem-vergonha, - disse ele alegremente. - Eu tiro
vantagem dos outros, não me preocupo com a moralidade e os bons
costumes, e eu tenho um mau hábito de dizer exatamente o que eu
penso.
- Qual é o seu? - Em silêncio, ele sorriu com os olhos bem
abertos. - Ou por acaso a senhorita é tão perfeita como a senhora
Natalie?
Hannah ficou muda por sua audácia. Nenhum homem jamais
tinha falado daquela maneira com ela. Outra mulher poderia ter se
machucado com o sarcasmo na voz dele. Mas algo a impedia de
recuar.
-Rafe - ela ouviu Lillian dizer em tom de advertência - Estou
certa de que nossa convidada não deseja de ser sujeitada a uma
inquisição, antes de ter servido os bolinhos.
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-Não, milady - disse Hannah - está tudo bem. - Cravou os olhou
diretamente em Bowman. - Eu sou muito teimosa - disse ela. - Eu
acho que é o meu pior defeito. Sou muitas vezes impulsiva. E eu sou
terrível durante as conversações. Eu tendo a ficar muito animada
deixando-me levar com a conversa, e continuou assim por muito
tempo. - Fez uma pausa estratégica, antes de prosseguir - bem eu
tenho pouca paciência com pessoas arrogantes. - Seguiu-se um breve
silêncio e tumultuada, enquanto seus olhares fixos se aproximavam.
Hannah não conseguia desviar o olhar dele. Sentiu as palmas ficando
úmidas e quentes, e sabia que seu rosto estava vermelho.
- Bem dito – disse ele suavemente - Minhas desculpas, Stra.
Appleton. Eu não tinha intenção de dar qualquer impressão de
insolência.
Exceto que ele teve. Ele tinha vindo analisar-lhe, assediando-a
verbal e intencionalmente para ver o que ela fazia. Como um gato
brincando com um rato. Hannah sentiu uma sensação de calor
eriçando-se embaixo em sua coluna vertebral quando ele olhou
desesperadamente para as profundezas de seus olhos.
-Rafe - ela ouviu Lillian exclamar com exasperação - se este foi
um exemplo de suas boas maneiras em sala, há muito trabalho a fazer
antes de eu deixar você conhecer Lady Natalie.
- Lady Natalie é muito protegida - disse Hannah - eu temo que o
senhor não vai ficar muito perto dela, Sr. Bowman, se é qualquer coisa
menos um cavalheiro.
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- Tomo nota - Bowman dirigiu a Hannah um olhar com uma
inocência infantil – posso me comportar melhor que isso.
Disso duvido, passou por sua mente querendo dizer em voz alta,
mas decidiu engolir as palavras. E Bowman sorriu como se pudesse
ler os pensamentos.
A conversa voltou ao tema de Natalie, e as respostas previstas de
Hannah a tais perguntas como as suas flores favoritas, que música
gostava, livros favoritos e suas preferências. Havia passado pela
mente de Hannah ser uma mentirosa, por o Sr. Bowman em
desvantagem com Natalie. Mas, não estava em sua natureza mentir, ou
não era boa nisso. E também estava o pedido do Sr. Blandford. Se
realmente acreditava que seria uma vantagem para Natalie fazer parte
da família Bowman, Hannah não tinha o direito de impedir. Os
Blandford tinham sido gentis com ela, e não mereciam uma má
jogada.
Encontrado um pouco peculiar que Bowman perguntasse muito
pouco sobre Natalie. Em vez disso, ele parecia contente deixando
outras mulheres perguntando, enquanto tomava seu chá e cravava seus
olhos nela com um olhar fixo e sereno que a avaliava.
Das três mulheres, Hannah gostava, sobretudo, de Annabelle.
Tinha habilidade para manter uma conversa entretida, tinha graça e
era versado em muitos assuntos. Na verdade, Annabelle era o vivo
exemplo de que Natalie poderia tornar-se alguns anos.
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Se não fosse a presença perturbadora do Sr.Bowman, Hannah
teria lamentado que a hora do chá tinha acabado. Mas, recebeu com
alívio a notícia de que a carruagem de Lord Blandford tinha chegado
para levá-la de volta para casa. Pensou que não podia suportar mais o
olhar fixo e inquietante de Bowman.
- Obrigada pelo chá adorável - disse Hannah a Lillian
levantando-se e alisando a saia dela, - foi um prazer ter te conhecido
Lillian.
Lilian sorriu abertamente com o mesmo brilho de travessura que
o Sr. Bowman havia exibido antes. Com seus olhos castanhos
brilhando com especiais e brilhosos cabelos escuro, sem dúvida, a sua
semelhança com a família. Exceto que Lillian era muito mais
agradável.
- A senhorita é muito gentil em nos tolerar, Stra. Appleton.
Espero que não tenhamos nos comportado muito mal.
- De maneira alguma - Hannah respondeu - Estou ansiosa para
vê-la em Hampshire.
Dentro de alguns dias, Hannah teria que viajar para se encontrar
com Lillian e Lord Westcliff em sua fazenda, juntamente com Natalie
e os Blandford para uma visita prolongada durante o Natal. Mesmo
que durariam umas duas semanas, durante o qual o Sr. Bowman e
Natalie teriam tempo suficiente e muitas oportunidades para descobrir
se eles entendiam bem. Ou não.
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- Sim, este será um Natal maravilhoso, glorioso - Lillian
exclamou, com um brilho nos olhos - A música, a festa, os bailes, e
todos os tipos de diversão. E Lord Westcliff prometeu que teremos
uma árvore de Natal de uma altura absolutamente imponente.
Hannah sorriu, apanhada em seu entusiasmo.
- Eu nunca vi uma antes.
- Você nunca viu? Oh, é mágico quando todas as velas estão
acesas. As árvores de Natal são muito populares em Nova York, onde
fui criada. Começou como uma tradição alemã, e teve êxito
rapidamente na América, embora não seja comum na Inglaterra.
Ainda.
- A família real teve árvores de Natal por algum tempo - disse
Annabelle. - A Rainha Charlotte estava sempre um passo à frente em
Windsor. E eu ouvi que o príncipe Albert continuou a tradição depois
com os costumes de sua herança alemã.
- Estou ansiosa para ver a árvore de Natal - disse Hannah - e
passar o dia celebrando com todos vocês. Ela curvou-se para as
mulheres, e parou hesitante, quando ela olhou para cima ao Sr.
Bowman. Era de grande estatura, com uma presença tão enérgica e
extremamente imponente, ela sentiu uma sacudida de consciência,
quando ele se aproximou dela.
Quando ela olhou para seu rosto belo e arrogante de Bowman,
tudo que ela conseguia pensar era o quanto ela não gostava dele.
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Apesar da aversão que ela nunca tinha sentido, isso a fez ficar com a
boca seca. A aversão nunca tinha feito o seu pulso correr mais rápido,
batendo as batidas, e sentir um nó no estômago.
Hannah assentiu com a cabeça de modo de uma reverencia.
Bowman sorriu, mostrando os dentes brancos em seu rosto
bronzeado.
- A Stra. apertou minha mão antes - lembrou a ela, e estendeu a
palma da mão.
Tal audácia. Mas ela não queria tocá-lo novamente, e ele sabia
disso. Sentiu o peito oprimido, estreitando-se tanto que se viu forçada
a tomar um fôlego extra. Mas, ao mesmo tempo sentiu um sorriso
sardônico e não contido curvar seus lábios. Ele certamente era um
canalha. Natalie ia descobrir isso cedo demais.
- Sim, eu fiz - disse Hannah e tratou de alcançar sua mão. Um
arrepio percorreu-lhe o corpo enquanto sentia seus dedos se fecharem
em torno dela. Era uma mão forte, capaz de esmagar seus ossos
delicados com facilidade, mas o aperto dele era educado. E quente.
Hannah enviou-lhe um olhar desconcertado e puxou com força,
enquanto seu coração batendo rapidamente. Queria que ele parasse de
olhar fixamente para ela, na realidade podia sentir o olhar dele sobre a
sua cabeça que encontrava-se, provavelmente, inclinada para ela.
- A carruagem espera - disse ela trêmula.
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- Vou levá-la ao hall de entrada. – ouviu dizer a Lillian - e
vamos tocar o sino para trazer seu casaco e... - parou de falar quando
ouviu o som de um bebê chorando. - Oh, amor.
A babá entrou na sala, levando um bebê de cabelo escuro
envolta em uma manta rosa.
- Peço-lhe perdão milady, mas não deixa de chorar.
- Minha filha Merrit – Lillian disse a Hannah. Alcançando o
bebê, a colocou ano colo e a acalmou. - Minha querida, você está
irritada hoje. Stra. Appleton se você esperar um momento...
- Eu vou sozinha - disse Hannah sorrindo - Fique aqui com sua
filha, milady.
- Irei com você - Rafe se ofereceu facilmente.
- Obrigada, Rafe - agradeceu Lillian, antes de Hannah pudesse se
opor.
Sentindo uma pontada de nervos, Hannah saiu da sala com Rafe
Bowman. Antes que ele tentasse alcançar a campainha, ela murmurou.
- Se não houver objeção, eu gostaria de ter uma palavra com
você em particular.
- Claro que sim. - Um olhar fixo viajou em cima dela, segurando
seus olhos com brilho contendo da luz malvada de um homem que
está acostumada a ter momentos íntimos com as mulheres que apenas
40
acaba de conhecer. Seus dedos deslizaram em torno de seu cotovelo,
para levá-la com ele na sombra debaixo da escada.
- Sr. Bowman - Hannah sussurrou com desesperada seriedade –
Eu não tenho o direito nem o desejo de corrigir suas maneiras, mas...
esse tipo de aperto de mão...
Sua cabeça se inclinou sobre a dela. - Sim?
- Por favor, o senhor não deve estender a mão para uma pessoa
idosa, ou um homem de grande prestígio e, sobretudo, uma senhorita,
a menos que essas pessoas se ofereçam a mão ao senhor. Isso
simplesmente não se faz. É irritante e chato quando isso acontece. Eu
não desejo que seja mal educado. - Para sua surpresa, Rafe parecia
ouvir. Quando ele respondeu, seu tom foi infundido com a gravidade.
- É muito amável de sua parte, Stra. Appleton.
Ela desviou o olhar, seu olhar foi para o chão, as paredes, a parte
inferior das escadas. Sua respiração saía em bocados pequenos e
ansiosos.
- Eu não tenho um bom coração. Eu acabo de dizer que é
irritante e chato. O Senhor ainda não fez nenhum esforço para ser
gentil.
- Tem razão - ele disse calmamente. - Mas, acredite em mim, eu
sou irritante quando estou tentando ser educado. - Eles estavam muito
perto, o cheiro do seu casaco de lã e da camisa de linho engomado que
lhe estavam obstruindo as narinas. E a profunda fragrância de sua
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pele, fresca e temperada com sabonete perfumado de bergamota, era
atordoante. Bowman a olhou com a mesma intensidade, e a mesma
fascinação, que tinha mostrado na sala. Deixava-a nervosa ser
observada dessa maneira.
Hannah ajeitou seus ombros.
- Eu devo ser franca, Sr. Bowman. Eu não acho que você e Lady
Natalie vão se dar bem. Não há nenhum átomo de semelhança entre
ambos. Nenhum ponto em comum. Eu acho que seria um desastre. E é
meu dever partilhar essa opinião com Lady Natalie. Na verdade, eu
farei o que for necessário para impedir o noivado. E embora o senhor
não possa acreditar, é por seu bem assim como também para o bem de
Lady Natalie.
Rafe não pareceu nada preocupado com a sua opinião ou o seu
aviso.
- Não há nada que eu possa fazer para mudar sua idéia sobre
mim?
- Não, eu sou muito teimosa em minha opinião.
- Então eu vou ter que mostrar o que acontece com as mulheres
que ficam a se por no meu caminho.
Suas mãos deslizaram em torno dela com cautela de modo que
estava completamente presa. Antes que ela compreendesse o que
estava acontecendo, um braço poderoso tinha a atraído contra o calor
animal de seu corpo rígido masculino. Com a outra mão, agarrou sua
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nuca e lhe inclinou a cabeça para trás. E sua boca tomou posse da
dela.
Hannah enrijeceu em seus braços, inclinou-se para trás, mas ele
a seguiu e a segurou mais firme contra ele. Deixou que ela o sentisse
quão grande e forte ele era, e quando ele respirou fundo e tentou falar,
ele se aproveitou rápido dos lábios abertos.
Uma estranha sacudida passou por ela, e ela se estendeu para
tentar forçar separar sua cabeça. Sua boca era experiente e
incrivelmente macia, e possuía a dela com sedutora habilidade. Nunca
havia pensado que um beijo poderia ter um gosto, um sabor íntimo.
Nunca imaginou que seu corpo daria boas vindas a algo que sua mente
rejeitava completamente. Mas, Bowman a obrigou a aceitar o
profundo e viciante beijo, se sentindo fraca, seus sentidos sendo
invadidos. Seus dedos traidores enrolados entre os seus grossos,
crespos fios negros, como tão pesados como a seda. E em vez de
repelir, se encontrou sustentando-se mais perto. Sua boca tremia e
abriu no âmbito de sua especialista persuasão como o fogo líquido
correndo em suas veias.
Lentamente Rafe separou seus lábios dos dela e guiou a cabeça
para seus seios, movendo-se sob o seu rosto com um forte
encorajamento. Um sussurro travesso fazia cócegas em seu ouvido.
- Assim é como cortejamos as senhoritas na América. As
agarramos e as beijamos. E se não lhes gosta, nós fazemos de novo,
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mais e mais, até se renderem. Isso nos poupa horas de conversações
engenhosas.
Observando-o atentamente, Hannah viu um flash de riso
perverso em seus olhos escuros, e ela disse tomando o ar de insulto.
- Eu vou dizer...
- Diga a quem você quiser. O negarei.
Franziu a testa em uma carranca. – O Sr. é pior que um turrão.
O Sr. é um canalha.
- Se você não gostou - ele murmurou - não deveria ter
respondido ao beijo.
-Eu não...
Sua boca esmagou a dela novamente. Ela fez um som abafado,
batendo no peito com o punho. Mas, ele era imune aos golpes, ele
subiu a mão e pegou seu punho inteiro. E a consumiu com um
profundo e sensual beijo, acariciando seu interior, fazendo coisas que
nunca pensou que as pessoas fizessem enquanto se beijavam. Ficou
chocada pela invasão abrasadora, e ainda mais pelo prazer que lhe
deu, todos os seus sentidos abriram-se para receber mais. Queria que
ele parasse, mas mais do que isso, queria que ele prolongasse e
continuasse.
Hannah sentiu sua respiração rápida e rosto queimando, seu
peito subia e descia uma força tenebrosa. Ele soltou a mão dela e ela
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inclinou-se levemente contra ele, agarrando seus ombros para não
cair. A pressão de urgência da sua boca, ele lhe jogou a cabeça para
trás. Ele riu e deu um leve gemido ou alguma coisa, precisando algo,
que para ela não tinha nome, algo só para acalmar o ritmo de seu
pulso ansioso. Aparentemente, se ela o tivesse mais perto, mais
apertado, poderia aliviar a excitação sensual sentia em cada parte dela.
Recostado relutantemente para trás, Bowman terminou o beijo
com um toque de seus lábios, e sacudiu o próprio rosto em sua mão. A
diversão foi embora de seus olhos, substituído por um fogo quente e
perigoso.
- Qual é seu nome? - Seu sussurro como um vento suave de
vapor ventilou através de seus lábios. Ante o seu silêncio, ele arrastou
a boca sobre a dela levemente. - Diga-me, ou lhe beijarei novamente.
- Hannah - ela disse fracamente, sabendo que ela não podia
agüentar mais.
Seu polegar acariciou a superfície de escarlate em sua bochecha.
- De agora em diante, Hannah, não importa o que a senhorita
diga ou faça, eu vou lembrar de olhar a sua boca e recordar que é tão
doce e você saberá. - Um falso sorriso curvou os lábios, ele
acrescentou calmamente, - Maldita seja.
Soltando-a com cuidado, ele foi até o sino e deu-lhe um toque,
chamando uma criada. Quando trouxeram o casaco de Hannah e o
chapéu, ele os tomou da criada.
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- Venha, Stra. Appleton.
Hannah não conseguia encará-lo. Sabia que seu rosto estava
muito vermelho. Sem dúvida, nunca tinha estado tão envergonha e
confusa em sua vida. Esperou em silêncio enquanto ele habilmente
colocou seu casaco em volta dela e o sujeitava em seu pescoço.
- Até que nos encontraremos novamente, em Hampshire – Ela o
ouviu dizer. A ponta de seu dedo tocou seu queixo. - Olhe para cima,
querida.
Hannah imediatamente obedeceu. Ele colocou o chapéu
cuidadosamente ajustando a borda.
- Te assustei? - ele sussurrou.
Furiosa, levantou o queixo mais acima. Sua voz tremia um
pouco.
- Desculpe desapontá-lo Sr. Bowman. Mas, não me assusta nem
me intimida.
Um brilho humor chameiou nos olhos obstinados.
- Devo advertir-lhe Hannah, quando nos encontrarmos em Stony
Cross Park, cuide evitar o visco. Para o nosso próprio benefício.
Depois de que a deliciosa stra. appleton foi embora, Rafe estava
no saguão, sentado em uma cadeira de carvalho pesada. Excitado e
desnorteado, ele refletiu sobre sua perda inesperada de controle. Só
tinha a intenção de dar a jovem um beijinho, a quantidade certa para
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pô-la nervosa e confusa. Mas, o beijo tinha conduzido a um incêndio
que se tornou em algo tão urgente, tão violentamente passional, que
não podia parar, levando muito mais do que deveria ter tomado.
Ele teria gostado de ficar beijando essa boca inocente por horas.
Queria destroçar cada uma de suas inibições até que ela ficasse
envolvida em torno dele, nua e gritando para que ele tomá-la. Pensava
como seria tão difícil seduzi-la, e condenadamente divertido seria ficar
debaixo da saia dela, sentiu com inquietude que estava ficando duro.
Um sorriso lento e mordaz cruzou seu rosto quando refletiu que, sim,
era isso que ele esperaria das inglesas, tomaria uma residência
permanente em Londres.
Ouvindo o ruído de passos, Rafe levantou seu olhar. Lillian tinha
entrado no saguão. Ela olhou para ele com exasperação afetuosa.
- Como está a bebê? – perguntou Rafe.
- Annabelle está com ela. Por que você ainda está aqui fora?
- Levou um tempo para esfriar meu... temperamento.
Cruzando os braços finos em volta do tórax. Lillian balançou a
cabeça lentamente. Ela era linda em uma forma valente, brava,
corajosa, apresentada com um estilo limpo, tão animada e dissipada
como se fosse uma mulher pirata. Ela e Rafe sempre compreenderam
um ao outro, talvez porque nenhum deles tinha sido capaz de tolerar
as duras regras impostas por seus pais.
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- Só você - disse Lillian sem calor – poderia converter uma visita
respeitável na hora do chá em jogo de entretenimento.
Rafe sorriu sem remorso e olhou pensativamente para a porta da
frente.
- Há algo nela que aflora o diabo em mim.
- Pois bem, você deve conter isso, querido. Porque se você tem o
desejo de conquistar Lady Natalie, terá que mostrar muito mais
cortesia do que você fez naquela sala. O que você acha que a Stra.
Appleton falará para seus empregadores sobre você?
- O que eu sou um vilão sem princípios, mal educado? - Rafe
encolheu os ombros e disse em uma maneira razoável – mas, você
sabe que sou de Wall Street.
Os olhos cor de gengibre estreitaram quando Lillian o observava
de forma especulativa.
- Você não parece nada preocupado, eu tenho que assumir que
você sabe o que está fazendo. Mas deixe-me lembrá-lo que Lady
Natalie quer se casar com um cavalheiro.
- Na minha experiência - disse Rafe preguiçosamente - nada que
faz as mulheres se queixarem muito quando elas conseguem o que
querem.
Lillian riu baixinho. - Oh, estas vão ser umas festas muito
interessantes. Retornara para a sala?
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- Em um momento. Eu ainda estou me esfriando.
Ela lhe dirigiu um olhar interrogativo. – Teu temperamento leva
muito tempo para baixar, verdade?
- Você não tem idéia. - ele disse gravemente.
De volta à sala, Lillian parou à porta e olhou para suas amigas.
Annabelle estava sentada com Merritt descansando em paz em seus
braços, enquanto Evie estava derramando a última taça de chá.
- O que ele disse? - Annabelle perguntou.
Lillian colocou seus olhos em branco.
- O idiota do meu irmão, certamente não parece preocupado que
a Stra. Appleton vai entregar um relatório crítico sobre ele aos
Blandford e a Lady Natalie.
Ela suspirou. - Isso não vai tão bem, né?
- Você já viu tamanha animosidade instantânea, entre duas
pessoas sem nenhuma razão aparente?
- Sim - disse Evie.
- Eu acho que sim. - disse Annabelle.
Lillian franziu o cenho. - Quando? Quem? - Ela perguntou, e
ficou perplexa quando elas sorriram uma à outra.
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CAPÍTULO 4
Para a surpresa de Hannah, Natalie não apenas não ficou
chocada com o que aconteceu com a visita a Rafe Bowman, mas
estava extremamente entretida. No momento Hannah tinha acabado
rememorando o beijo debaixo da escada, Natalie tinha caído sobre a
cama em um ataque de riso.
- Natalie - Hannah disse, franzindo a testa, claramente não
conseguindo transmitir o quão terrível era aquele homem. - É um
bárbaro. Um bruto. Um cafajeste.
- Parece que sim. - Ainda rindo entre os dentes, Natalie sentou-
se. - Espero encontrá-lo.
- O quê?
- É um manipulador, o nosso Sr. Bowman. Eu sabia que me
diria que ele tinha feito, e eu estaria intrigada. E quando eu o ver em
Hampshire, ele vai agir como um perfeito cavalheiro com a esperança
de contrariar a situação.
- Você não deveria estar intrigada, mas sim horrorizada!
Natalie sorriu e acariciou-lhe a mão levemente.
- Oh, Hannah, você não sabe como lidar com os homens. Não
leve tudo tão a sério.
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- Mas, o casamento é um negócio sério - Hannah protestou. Era
em momentos como este não entendia as diferenças entre ela e sua
prima mais nova. Natalie parecia ter uma compreensão mais completa
das manobras sociais, o processo de busca e captura, que Hannah
poderia nunca ter.
- Oh, querida, teus enfoques infantis deve deixá-los de lado, o
cortejo é um assunto sério, é hora de deixar os jogos. Devemos
proteger o nosso coração e cuidadosamente esconder nossos
sentimentos, Hannah. É a única maneira de vencer.
- Eu pensava que o cortejo era um processo de revelar nosso
coração - disse Hannah.
- Não vencer um jogo.
Natalie sorriu. - Eu não sei onde você consegue essas idéias. Se
você quiser atrair um homem para capturá-lo, nunca deve revelar o
seu coração para ele. Pelo menos não tão rápido. Os homens só
valorizam algo quando tem que colocar algum esforço para obtê-lo.
- Ela colocou o dedo indicador no seu queixo. - Hum... vou ter
que me preparar para sair com uma boa estratégia contra ele.
Saindo da cama, Hannah pegou as luvas, meias e outros itens
que tinham sido deixados caídos descuidadamente no chão. Ela nunca
teve a necessidade ordenar, não até depois de Natalie. Hannah tinha
sido dama de companhia de outra mulher cujos parceiros tinham feito
sua vida uma miséria, tratando-os com desprezo e submetendo-os a
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todo tipo de crueldades. Natalie, por outro lado, era gentil e atenciosa,
e embora um pouco preocupada de vez em quando, não era nada que o
tempo e a maturidade não pudessem curar.
Colocou os itens pessoais em uma gaveta da cômoda, e virou-se
para Natalie, que ainda estava mastigando.
Natalie refletia uma visão linda, deitada na cama branca
amarrotada, com seus cachos dourados espalhados sobre a colcha.
Seus olhos azuis tinham roubado o coração de muitos homens durante
a sua primeira temporada. E as rejeições delicadamente lamentáveis
que dava a seus pretendentes não tinha feito nada para frear seu
entusiasmo. Muito tempo depois que a temporada acabou, destacava o
número de arranjos de flores que foram entregues na mansão
Blandford, e cartões de visita empilhados na bandeja prata do hall de
entrada.
Com ar ausente Natalie enredava seus cabelos brilhosos em seus
dedos. - O Sr. Bowman pensa que depois de uma temporada devo ter
examinado cuidadosamente e não ter ficado com alguém, devo ter
cansado de todos aqueles homens ociosos. E depois que eles passaram
meses após o término da temporada, assumo também que estou
entediada e ansiosa por um desafio. - Ela riu brevemente. - E você está
certa.
- A maneira correta para ele para chamar sua atenção não é
violar a sua dama de companhia - murmurou Hannah.
52
- Você não foi estuprada, mas sim beijada. – Os olhos de
Natalie brilhavam maliciosamente como ela perguntou: - Confesse
agora, Hannah, ele beija bem?
Recordando a sensação de erótica e calorosa da boca de
Bowman, Hannah sentiu como se estivesse corando novamente. - Eu
não sei, - disse logo. - Eu não tenho nenhuma base de comparação.
Natalie arregalou os olhos. - Isso quer dizer, você nunca beijou
ninguém?
Hannah meneou a cabeça.
- Mas certamente o Sr. Clark...
- Ele não - Hannah ergueu os dedos a suas bochechas.
- Ele deveria ter tentado - Natalie insistiu. – Passou muito tempo
em sua companhia.
- Venho trabalhando para ele - protestou Hannah.
- Eu tenho ajudado com os seus manuscritos e documentos.
- Isso significa que você foi realmente uma secretaria para ele?
Hannah deu-lhe um olhar perplexo. - Que outra coisa mais faria?
- Eu sempre achei que quando você mencionou que você estava
"tomando notas" significava que você estava o deixando te beijar.
53
A boca de Hannah se mudou para um sorriso e disse-lhe: -
Quando eu disse que tinha estava "tomando notas" significava que
estava tomando notas!
Natalie se sentiu claramente desapontada. - Querida, se você
gasta muito tempo com ele, e ele nem lhe beijou ainda uma vez,
significa, na minha opinião, que isso é uma prova de que sua paixão
pelo seu trabalho ofuscar todo o resto. Mesmo uma mulher. Temos de
encontrar outra pessoa para você.
- Eu não me importaria de tomar o segundo lugar no âmbito do
trabalho do Sr. Clark - Hannah disse a sério. – Será um excelente
homem algum dia. Ele vai fazer muito bem para os outros.
- Grandes homens nem sempre são necessariamente bons
maridos. E você é muito querida e bonita para ser arruinada por ele. -
Natalie balançou a cabeça em desgosto. – Porque, qualquer de meus
pretendentes da última temporada poderia ser melhor para você do que
o velho idiota do Sr. Clark. - Um pensamento perturbador cruzou para
Hannah, mas estava quase com medo de expressar sua desconfiança.
- Natalie, deixou alguma vez algum de seus pretendentes te
beijar?
- Não - disse Natalie em uma reconfortante vez. Hannah respirou
de alívio.
- Eu deixei quase todos eles me beijar - prosseguiu Natalie
alegremente – Em ocasiões distintas, é claro.
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Assustada, Hannah inclinou-se com força contra a cômoda. -
Mas... mas eu estava cuidando de você, te olhando o tempo todo...
- Você é uma dama de companhia terrível, Hannah. Você muitas
vezes se torna tão absorta na conversa que você se esquece de me
vigiar. Um dos motivos que eu adoro. - Hannah nunca imaginou que
sua corajosa presumida prima houvesse se deixado a beijar, muito
menos por vários.
- Você sabe que nunca deve permitir que tais privilégios - ela
disse fracamente. - Isso fará com que haja boatos, e pode rapidamente
ser classificada e, em seguida...
- Ninguém vai promover um compromisso comigo? - Natalie
sorriu ironicamente. - Na temporada passada eu recebi quatro
propostas de casamento, e não tinha vontade de incentivar mais, eu
poderia ter conseguido outra meia dúzia. Acredite em mim, Hannah,
eu sei como lidar com os homens. Traga minha escova de cabelo, por
favor.
Hannah teve que admitir que houve uma boa razão para que
Natalie estar tão segura de si mesma. Ela era, ou é a noiva ideal para
qualquer homem. Ela deu-lhe a escova com cabo de prata e assistiu
Natalie escovar os muitos cachos loiros. - Natalie, por que você não
decidiu aceitar uma oferta especial na última temporada? - Eu estou
esperando por alguém especial - ficou pensativa e depois disse - eu
deveria sentir ódio por ser cortejada por um mundo de homens
ordinários. - Natalie sorriu com petulância.
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- Quando eu beijar ao homem certo quero ouvir o canto dos
anjos.
- Que se sabe de Lord Travers? - De todos os cavaleiros que
tinham mostrado interesse em Natalie, ele havia sido o maior nas
atenções segundo Hannah era o Lord Edward Travers. Ele era um
cavalheiro sóbrio e calmo, cuidadoso na aparência e presença. Embora
seu rosto não parecia deslumbrado por Natalie, e entretanto ele foi o
mais atento e respeitoso com ela sempre que esteve presente. Ele era
rico e com título, que, conjuntamente com suas outras qualidades, o
fazia um excelente partido. A menção de Travers, fez com que Natalie
fizesse uma careta. - Ele é o único homem que eu sei que não vai fazer
um movimento para mim, mesmo quando lhe dê uma oportunidade
perfeitamente boa. Eu acho que é por causa de sua idade.
Hannah não pôde deixar de rir. - Quantos anos?
- Está nos trintas, afinal .
– É maduro – concedeu Hannah - Mas ele também é confiante,
inteligente e tem toda a aparência, em pleno vigor.
- Então por que não me beijou?
- Por que te respeita? - Sugeriu Hannah.
- Eu preferiria que me mostrasse paixão em vez de respeito.
- Bem, então - disse Hannah, ironicamente, - Eu diria que o Sr.
Bowman é o seu homem.
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A menção de Bowman devolveu o bom humor a Natalie. -
Possivelmente, sim. Agora, Hannah, diga a minha mãe e a papai que o
Bowman é uma pessoa com um comportamento extraordinariamente
bom. Não, eles não acreditariam nisso porque é um americano. Diga
que é muito apresentável. E não mencione o beijo debaixo da escada.
CAPÍTULO 5
Hampshire - Stony Cross Park
Hannah não havia esperado ter a oportunidade de ver Stony
Cross Park. Os convites das celebrações de Lord Westcliff no Estado
de seu país, não eram fáceis de obter. Localizada no condado do sul de
Hampshire, Stony Cross Park tinha a fama de possuir alguns das
melhores terras da Inglaterra. A variedade de flores nos campos,
prados férteis úmidos, pântanos e florestas antigas o convertiam em
um lugar bonito e desejado para visitar. Gerações da mesma família
eram convidadas para esses aos mesmos eventos e festas anuais. Ser
excluído da lista de convidados seria dado a lugar a uma indignação
inconsolável.
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- E pensar que - Natalie estava refletindo sobre na carruagem na
longa viagem desde Londres. - Se eu casar com o cunhado de Lord
Westcliff vou poder visitar Stony Cross Park quando quiser!
-Tudo pelo preço de ter o Sr. Bowman como teu marido - disse
Hannah secamente. Embora ela não tivesse dito ao Lord e a Lady
Blandford sobre o beijo roubado, ela deixou claro que ela não
acreditava que Bowman fosse um pretendente adequado para a
Natalie. Lord Blandford, entretanto, tinha reservado o seu parecer até
que todos o conhecem melhor.
Lady Blandford, tão loira, charmosa e exuberante como sua
filha, tomou encorajamento ao ver surgir Stony Cross Park no
horizonte. A casa de projeto europeu foi construída de pedra cor de
mel, com quatro torres graciosas, tão altas, que pareciam perfurar o
céu noturno, que estava com coloração do Sol laranja e lavanda da
noite.
Localizado numa falésia junto ao rio Itchen, Stony Cross Park
era uma grande paisagem com jardins e pomares, áreas de equitação e
trilhas que conduziam através de enormes extensões de bosques e
parques. Devido à sua localização conveniente a sul de Hampshire, o
clima era mais ameno do que o resto da Inglaterra.
-Oh, Natalie! - exclamou Lady Blandford - acho que se és uma
Bowman, poderias ter sua própria fazenda, uma casa em Londres e
uma vila no continente, para não mencionar a sua própria carruagem e
equipada quatro cavalos, e as mais belas jóias e vestidos...
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- Céus, os Bowman são ricos? – Natalie perguntou, com um
toque de surpresa. - E o Sr. Bowman vai herdar a maior parte da
empresa da família?
- Uma bela parte dela, estou certo - Lord Blandford respondeu,
sorrindo para a filha com os olhos brilhando de interesse. - Ele tem
sua própria riqueza e a promessa de muito mais por vir. Seu pai
deixou claro que o noivado de seu filho, haverá grandes benefícios
para ambos.
- Eu acho que sim - disse Natalie pragmática - uma vez que seria
uma grande decepção para mim me casar com um plebeu, quando tão
facilmente poderia ter um Lord como marido. - Não houve intenção de
arrogância e desprezo em sua declaração. É um fato que algumas
portas estariam abertas para a esposa de um Lord que nunca seria
aberta para a esposa de um fabricante americano.
Como a carruagem havia parado antes da entrada da mansão,
Hannah viu que tudo era construído à maneira francesa, com estábulos
localizado em frente da casa em vez de ser escondido do lado ou atrás
dela. Os estábulos estavam armazenados em um prédio com enormes
entradas em arco, formadas de um lado da entrada do pátio marcado
por pedra.
Os lacaios foram ajudar com a carruagem, e os cavaleiriços de
Westcliff vieram para ajudar com os cavalos. Mais criados se
apressaram para recolher os baús e malas. Um velho mordomo
recebeu no saguão, aonde o regimento iam e voltavam, criadas com
59
cestos de roupa, lacaios com caixas, e outras pessoas envolvidas na
limpeza, polimento e de varredura.
- Lord e Lady Blandford! - Lillian caminhou em direção a eles,
olhando-os radiantemente com um vestido vermelho escuro, o cabelo
dela estava bem preso envolvido em uma rede de malha feita jóias.
Com o seu sorriso simpático e brilhante, ela era tão agradável que
Hannah entendia porque Lord Westcliff havia se casado com ela.
Lillian lhes fez uma reverencia eles responderam da mesma maneira.
- Bem-vindos a Stony Cross Park - disse Lillian. - Eu espero que
sua viagem tenha sido confortável. Por favor, perdoem o barulho e
agitação, estamos tentando desesperadamente nos preparar para a
multidão de convidados que chegarão nesta manhã. Depois de os
senhores refrescarem-se, deveriam vir a sala principal. Meus pais
estão lá, e desde então meu irmão, e... - Ela parou quando viu Natalie.
- Minha querida Lady Natalie. - Sua voz se suavizou. - Eu esperei
ansiosamente para conhecê-la. Faremos todo o possível para garantir
que você tenha uma temporada de férias natalinas encantadora.
- Obrigada milady - Natalie respondeu timidamente. - Não tenho
dúvidas de que será esplêndida. - Ela sorriu a Lillian. – Minha dama
de companhia me disse que haverá uma arvore de Natal.
- Quatro metros de altura – disse Lillian entusiasmada. Nós
estamos tendo um maldit... Ou seja, muitas dificuldades na decoração,
já que os ramos principais são impossíveis de alcançar. Mas nós temos
uma expansão da escada de mão e muitos lacaios altos, de modo que
60
será alcançado o topo. Virou-se para Hannah – Stra. Appleton. Um
prazer te ver novamente.
– Obrigada, mi... – Hannah fez uma pausa quando compreende
que Lillian havia estirado sua mão. Surpreendida, Hannah estendeu a
sua para cumprimentá-la e olhou para ela de forma estranha. A
Condessa piscou, e Hannah viu que ela estava brincando. Ela riu da
piada privada, e devolveu a pressão quente dos dedos de Lillian.
- Em função da sua tolerância notável para os Bowman - Lillian
disse - deve vir para a sala também.
- Sim, milady.
A ama de chaves chegou para levá-los aos seus quartos, lhes
pareceu havia quilômetros de pavimentação.
- Hannah, porque Lady Westcliff apertou sua mão? - Natalie
sussurrou – E... por que achou tão engraçado?
Natalie e Hannah compartilhariam a mesma habitação, Natalie
ocuparia a habitação principal e a sala principal e Hannah dormiria na
ante-sala. A habitação era bonita, com papel de parede de flores e
móveis de mogno e uma cama com um dossel de renda.
Enquanto Natalie estava lavando as mãos e o rosto, Hannah
encontrou um vestido de dia claro para ela e o sacudiu. O vestido era
um favorecedor tom azul, com uma queda em linha reta até os
ombros, no qual cheio de rendas e mangas compridas com acessórios
finos. Rindo na antecipação do encontro com Bowman, Natalie
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sentou-se diante do espelho, enquanto Hannah penteava seu cabelo
para trás e o prendia. Depois de garantir a aparência boa de Natalie,
com o nariz levemente polvilhado com pó, os lábios suavizados com
bálsamo de água de rosas, Hannah foi para a sua própria mala e
começou a se mexer.
Lady Blandford apareceu à porta – Vamos, meninas - disse
serenamente. - É hora de nos unirmos à companhia abaixo.
- Alguns minutos mais, mamá - disse Natalie. Hannah não
mudou seu vestido e se cabelo penteou.
- Não devemos deixar todo mundo esperando - Lady Blandford
insistiu. - Venha como você, Hannah. Ninguém vai notar.
- Sim, senhora - disse Hannah obediente, ocultando uma pontada
de consternação. Suas roupas estavam empoeiradas da jornada, e seu
cabelo estava ameaçando cair de suas presilhas. Não queria afrontar
com os Bowman e os Westcliff nesta condição. - Eu prefiriria ficar
aqui e ajudar as empregadas para descompactar os baús...
- Não – disse Lady Blandford com um suspiro impaciente. -
Geralmente, eu concordo, mas a Condessa pediu sua presença. Você
vem com a gente e trata de ser modesta, Hannah.
-Sim, milady - Hannah recolheu o cabelo solto para trás e virou-
se para a pia para lavar o rosto. Algumas gotas de água causaram
umas poucas manchas escuras em seu vestido de viagem. Gemendo
por dentro, seguido Natalie e Lady Blandford através da habitação.
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- Desculpe! - Natalie murmurou, franzindo a testa. - Não
deveríamos ter tomado tanto tempo me embelezando.
A casa estava maravilhosamente decorada, as janelas envoltas
em seda com bordas de papel dourado, nas entradas galhos nus de
folhas perenes e com folhas de azevinho e hera. As mesas estavam
cobertas com velas e arranjos de flores belas de crisântemos, rosas de
Natal e camélias. E havia várias portas decoradas com guirlandas e
bolas penduradas com cordas de sempre-vivas.
Hannah sentiu uma pontada de nervosismo olhando os ramos de
visco, já que veio a mente Rafe Bowman. Acalme-se, pensou com um
sorriso despreocupado, olhando seu velho vestido cinza. Ele
certamente não iria tentar beijá-la agora, nem sequer sob um monte de
visco.
Eles entraram no salão principal, uma sala grande e confortável
mobilhada com uma mesa de jogos, pilhas de livros e revistas, um
piano, um móvel de costura de pé e uma mesa pequena de secretária.
A primeira pessoa que Hannah viu foi Marcus, Lord Westcliff,
um homem com uma presença imponente e poderosa, coisa rara em
um homem que só estava em seus trinta anos. Quando ele foi ao
encontro deles, Hannah comprovou que só era de estatura média, mas
estava em excelente forma e era muito seguro de si. A Westcliff via-se
um homem que estava totalmente à vontade com sua própria
autoridade.
63
Enquanto Lillian fez as apresentações, Hannah se dirigiu para o
canto da sala, observando a cena. Olhava discretamente ao Sr.
Bowman que se reuniu ao Lord Blandford. Thomas Bowman tinha
uma cabeça brilhante que foi decorada com uma peruca que parecia
prestes a saltar para fora de seu couro cabeludo e fugir da sala.
Thomas Bowman era robusto, e sua boca dominava seu rosto
com um grande bigode. Sua esposa, Mercedes, por outro lado, era
magra e frágil, com olhos severos e uma risada que fraturava o rosto,
como rachaduras em um lago congelado. A única coisa que o casal
parecia ter em comum era o sentimento de insatisfação com a vida e
de um pelo outro, como se isto fosse uma manta onde ambos se
juntavam. Os filhos do Sr. Bowman assemelhavam-se mais entre si do
que com qualquer dos progenitores, ambos eram altos, irreverentes e
com postura descontraída. Pareciam ter sido formados por alguma
combinação mágica de somente as partes boas de ambos os pais.
Hannah observava silenciosamente como Lillian apresentou
Rafe Bowman a Natalie. Não podia ver a expressão de Natalie, mas
tinha uma excelente vista de Bowman. Sua maneira de amarrar o
lenço, vestindo um casaco escuro perfeitamente ajustado, calça cinza e
uma camisa branca engomada com um lenço preto amarrado muito
bem. Ele se dobrou em uma reverencia a Natalie e murmurou algo que
foi recompensado com um riso sem fôlego. Não havia como negar a
sua masculinidade e ousadia nos olhos escuros, Rafe era expresso em
uma gíria popular, cativante. Hannah se perguntou o que achava de
64
sua prima. A face Bowman estava ilegível, mas estava segura de que
não poderia encontrar nenhuma falha em Natalie.
Quando a conversação aumentou pelo quarto, Hannah moveu
lentamente em direção à porta. Se fosse possível, ia deslizar-se da sala
de forma inadvertida. O portal estava aberto de maneira incitante,
trazia uma liberdade prometedora. Ah, seria ótimo escapar para seu
quarto, vestir roupas limpas e escovar os cabelos na intimidade. Mas
quando chegou à porta, ouviu a voz profunda Rafe Bowman.
- Stra. Appleton. Certamente a senhorita não nos privará de sua
presença encantadora. - Hannah parou abruptamente e virou-se para
encontrar-se com todo mundo a olhando, justo no momento que queria
a menor atenção possível. Tinha muita vontade de fulminar com os
olhos a Bowman. Não, tinha muita vontade de matá-lo. No entanto,
adotou uma expressão neutra e sussurrou. - Boa tarde, Sr. Bowman.
Lillian a chamou imediatamente. – Stra. Appleton venha, por
favor. Quero lhe apresentar meu marido.
Reprimindo um profundo suspiro, empurrou de volta os
bloqueios que pairava sobre a superfície e virou frente e indo para lá.
- Westcliff - disse Lillian ao marido. - Esta é a dama de
companhia de Lady Natalie, Stra. Hannah Appleton.
Hannah fez uma reverencia e olhou timidamente ao Conde. Suas
feições eram escuras e austeras. Mas, pode ver que seus olhos eram
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amáveis. Ele falou com uma voz aveludada que caiu agradavelmente
em suas orelhas.
- Bem-vinda, Stra. Appleton.
- Obrigada, milord – disse ela - E muito obrigada por me
permitir passar as férias aqui.
- A condessa desfrutou de sua companhia no chá na última
semana - Westcliff respondeu, sorrindo brevemente a Lillian. - Quem
goste a ela a mim também me agrada.
Lillian falava a seu marido com total naturalidade, como se fosse
um simples homem mortal em lugar de um dos mais ilustres do reino.
- Westcliff, eu acho que você vai querer falar com a Srta
Appleton sobre seu trabalho com o Sr. Samuel Clark. - Hannah olhou
para ela em seguida quando ela disse. -O conde leu alguns dos seus
escritos, e gostou muito deles.
- Oh, eu não trabalho com o Sr. Clark - disse Hannah às pressas
– Mas, sim trabalho para ele como uma espécie de secretariado. –
Olhou a Westcliff com um sorriso cauteloso. - Estou um pouco
surpresa que o senhor tenha lido algo do Sr. Clark, milord.
- Estou familiarizado com muitos teóricos progressistas de
Londres - disse Westcliff - O que o Sr. Clark está trabalhando agora?
- Atualmente ele está escrevendo um livro sobre as leis naturais
que poderiam reger o desenvolvimento da mente humana.
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- Eu gostaria de ouvir mais sobre ele no jantar.
- Sim, milord.
Lillian procedeu a apresentar Hannah seus pais, que
responderam com um agradável aceno de cabeça. Era evidente,
porém, que já tinha catalogado Hannah como uma pessoa que não era
importante.
- Rafe, a condessa chamou o irmão dela, talvez você poderia
levar a Lady Natalie e Lady Blandford para dar um passeio ao redor
da casa antes do jantar.
- Oh, sim - disse Natalie. Podemos mamá?
- Isso soa bem - disse Lady Blandford.
Bowman sorriu para elas duas - Seria um prazer. Dirigiu-se a
Hannah - Virá também Stra. Appleton?
- Não – disse rapidamente e, então viu uma sombra de dor que
atravessou seu rosto ante sua resposta de rejeição. Suavizou o tom.
Vou conhecer a casa mais tarde, obrigada. - Seu olhar se
voltou para o seu rosto.
- Os meus serviços podem não estar disponíveis então.
Ela se pôs rígida pelo deboche em sua voz suave como uma
pena, mas não parecia poder romper o olhar fixo que compartilhava
ambos. Na sala iluminada e quente, seus olhos detiveram os flashes de
67
ouro marrom e canela. - Então, de algum modo terei que ficar sem o
senhor, Sr. Bowman - respondeu ela secamente, e ele sorriu
abertamente.
- Não me disse que o Sr.Bowman era tão bonito - disse Natalie
depois do jantar. A hora tardia, a longa viagem desde Londres,
seguida de um jantar muito longo com muita comida, tinha deixado as
duas meninas esgotadas, que haviam subido para descansar enquanto
todos seguiam com o chá e o porto.
Embora o menu tinha sido delicioso, com pratos como o capão
assado recheado com trufas, ervas, costelas de boi, o jantar tinha sido
um verdadeiro tormento para Hannah. Era muito consciente de seu
próprio aspecto descuidado, depois de ter tido apenas tempo suficiente
para lavar e mudar para um novo vestido antes que tivesse que ir até a
sala de jantar. Para sua decepção, Lord Westcliff insistiu em perguntar
sobre o trabalho de Samuel Clark, que atraiu mais atenção do que
tinha desejado. E ao mesmo tempo Rafe Bowman tinha mantido uma
espécie de ousado e perturbador de interesse que ela só poderia
interpretar como zombaria.
Obrigou a seus pensamentos a voltar novamente ao presente, e
viu como Natalie sentou-se na frente do espelho e tirou as presilhas e
penteava seus cabelos. - Eu suponho que o Sr. Bowman poderia ser
considerado atraente - disse Hannah com relutância. - Se alguém gosta
desse tipo de homem.
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- Quer dizer a um alto, de cabelo escuro e totalmente
deslumbrante?
- Ele não é deslumbrante - Hannah protestou.
Natalie riu. – O Sr. Bowman é um dos mais soberbamente
formado que eu já vi. O que há errado que você pode encontrar em sua
aparência?
- Sua postura - reclamou Hannah
- O quê?
- Ele senta-se com os ombros caídos.
- É americano. Todos eles se sentam com os ombros caídos. O
peso das suas carteiras os arrasta.
Hannah não poderia deixar de rir. - Natalie, você é atraída pelo
homem mesmo ou é o tamanho da sua carteira?
- Ele tem grande apelo pessoal, sem dúvida. Tem um cabelo
grosso... aqueles encantadores olhos escuros... para não mencionar o
físico impressionante. - Natalie pegou um grampo e colocou-o sobre
seu cabelo. - Mas não iria lhe querer se fosse pobre.
- Existe um homem que você quereria se ele fosse pobre? -
Hannah perguntou
- Bem, se eu tivesse que ser pobre, eu preferiria estar casada com
um lorde. Isso é muito melhor do que ser um ninguém.
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- Eu duvido que o Sr. Bowman chegue a se tornar pobre - disse
Hannah. - Parece ser muito bem resolvido nas transações financeiras.
Ele é um homem de sucesso, mas receio que ninguém honrável.
- Oh, ele é um patife, sem dúvida. - Concordou com Natalie e
começaram a rir.
Tensa, Hannah se encontrou com olhar de sua prima no espelho.
- Por que disse isso? Disse-te ou fez algo inadequado?
- Não, e não o espero com o noivado ainda sobre a mesa. Mas
tem um tipo de irreverência perpétua... Me pergunto se ele poderia ser
honesto sobre algo algum dia.
- Talvez seja uma fachada – sugeriu Hannah sem convicção. -
Talvez seja um homem diferente por dentro.
- A maioria das pessoas não tem fachadas - disse Natalie - Oh ,
todo mundo pensa que há mais, mas quando você escava além da
fachada, só há mais fachada.
- Algumas pessoas são autênticas.
- E essas pessoas são chatas.
- Eu sou autêntica. - protestou Hannah.
- Sim. Terá que trabalhar nisso, querida. Quando se é autêntica,
não há mistério. E os homens amam o mistério de uma mulher.
Hannah sorriu e abanou a cabeça. - Certamente que sim –
assinalou. - Vou-me para a cama agora mesmo. - Depois de mudar e
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por uma camisola branca, ela foi para a pequena ante-sala deslizou na
suave e limpa cama. Depois de um momento, ouviu Natalie murmurar
- Boa noite, querida - e apagou a luz. Passou um braço debaixo do
travesseiro, e se virou de lado e pensar nas palavras de Natalie. Não há
dúvida de que Natalie tinha razão, Hannah não tinha nenhum ar de
mistério. Além disso, não tinha sangue nobre, não tinha dote, não
possuía uma grande beleza, não tinha nenhuma habilidade ou
capacidade que pudesse distingui-la. E além dos Blandford, não tinha
qualquer ligação significativa. Mas, ela tinha um coração quente e
uma boa mente, e era decente. E seu sonho era ter uma casa e sua
própria família algum dia.
Não havia escapado que Natalie era uma privilegiada no mundo,
as pessoas esperam encontrar a felicidade e o amor fora do casamento.
Mas, seu maior desejo para ela de Natalie era que tinha que acabar
com um marido com quem poderia partilhar alguma semelhança
intelectual e do coração. E nesse ponto, seguia sendo altamente
questionável quanto se Rafe Bowman tinha um coração.
CAPÍTULO 6
Enquanto Lord Westcliff partilhava cigarros com Lord
Blandford, Rafe foi com seu pai para ter uma conversa privada. Eles
foram para a biblioteca, uma sala grande e bonita, era de dois andares
71
com prateleiras de mogno que detinham mais de dez mil volumes. Um
aparador havia sido construído para fazê-lo envergonhar-se com as
prateleiras.
Rafe se alegrou de ver que havia uma coleção de garrafas e
destilados organizada na penteadeira de mármore superior. Teve a
necessidade de tomar algo mais forte que o porto, e se encontrou com
a garrafa de uísque. - Um duplo? - Perguntou ao seu pai, que assentiu.
Rafe tinha sempre odiado falar com seu pai. Thomas Bowman
foi o tipo de homem que manipulava as mentes dos outros, e achava
que sabia mais do que eles mesmos. Desde pequeno Rafe tinha feito o
que ele pensava e, logo era punido por isso. Apenas parecia importar
se havia feito algo bom ou mal. Só havia importado se era ou não o
que o seu pai teria feito.
E sempre, Thomas ameaçou deserdá-lo. Finalmente Rafe tinha-
se rendido a ser condenado. E ele havia saído para fazer a sua própria
fortuna, a partir de praticamente nada.
Agora, enquanto ele se reunia com seu pai, Rafe queria a
propriedade européia do Bowman, mas ele não ia vender sua alma
para ele. Ele deu a seu pai um uísque e tomou um gole, deixando o
doce sabor deste, rolar por sua língua.
Thomas foi sentar-se em uma cadeira de couro ante ao fogo. Ele
franziu a testa e verificou a posição de sua peruca na cabeça. Havia
escorregado durante toda a noite.
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- Você pode amarrar uma linha com ele - Rafe sugeriu
inocentemente, e obteve uma carranca feroz.
- A tua mãe parece atraente.
- Pai, eu acho difícil acreditar que algo postiço possa atrair mais
de uma armadilha amorosa. - Rafe puxou a peruca e deixou-a cair em
uma mesa próxima. - Desista e sinta-se confortável, pelo amor de
Deus.
Thomas reclamou, mas não discutiu, relaxando em sua cadeira.
Apoiando um braço contra a chaminé, Rafe considerou a seu pai
com um leve sorriso. - Então? - Thomas exigiu as sobrancelhas
erguidas expectativa. - Qual é a sua reação com Lady Natalie?
Rafe levantou os ombros em um encolher de ombros preguiçoso.
- Ela está bem
Os cílios se apressaram para baixo.
- Ela está bem? É tudo que pode dizer?
- Lady Natalie é nem mais nem menos do que eu esperava -
Depois de tomar outro gole de uísque, Rafe disse categoricamente: -
Eu suponho que eu não me importaria de casar com ela. Embora eu
não me interesse nem o mínimo.
- Uma esposa não tem de ser interessante.
Rafe, tristemente se perguntou se não havia mais que sabedoria
oculta. Com uma esposa como Lady Natalie, não haveria surpresas.
73
Seria um casamento tranqüilo e fictício, deixando tempo suficiente
para ele, seu trabalho e atividades pessoais. Tudo o que teria que fazer
seria oferecer um generoso banco de projetos e gerar filhos.
Lady Natalie era agradável e bonita, seus cabelos loiros e lisos, e
a sua maneira extraordinariamente segura de si mesma. Se alguma vez
Rafe a levasse a Nova York, ela se resolveria muito bem com
multidão de Knickerbocker. Sua educação equilibrada e a confiança a
fariam muito admirada.
Uma hora em sua companhia, e você sabia praticamente tudo o
que devia saber dela.
Enquanto Hannah Appleton era fresca e fascinante, e no jantar
não tinha sido capaz de parar de olhar para ela. Ela não tinha a beleza
meticulosa de Natalie. Em contraste, havia algo casual, alegre sobre
ela, como um ramo de flores silvestres. Seu cabelo, que saltava em
pequenas mechas em torno de seu rosto, o colocava locou, teve o
desejo de estender a mão e brincar com os fios brilhantes. Ela tinha
uma espécie de deliciosa vitalidade que ele nunca havia encontrado e
que instintivamente o atraía.
A sensação foi intensificada quando Rafe viu Hannah conversar
francamente com Westcliff. Tinha sido alegre e adorável, o jeito que
ela havia descrito a obra de Samuel Clark sobre o desenvolvimento da
mente humana. Na verdade, ela o havia deixado tão absorto no
assunto que ele tinha esquecido de comer, e depois olhou
74
melancolicamente o prato de sopa ainda cheio, enquanto um lacaio o
levava embora.
– Você a cortejou, certo? - seu pai exigiu, dirigindo seus
pensamentos para Lady Natalie.
Rafe olhou para seu pai fixadamente, sem qualquer expressão. -
Mais cedo ou mais tarde. Como se supõe que consiga um anel, ou que
já escolheu o que eu necessito?
- Na verdade, sua mãe o comprou que ela pensava o que seria
adequado.
- Oh, por Deus. Quisera sugerir a ela por mim, e trazê-la para
mim quando você tenha dado a sua resposta?
- Ouso dizer que eu faria com uma maldita cara mais
entusiasmada do que você - disse Thomas.
- Vou lhe dizer o que eu faria com todo o entusiasmo, pai:
estabelece a fabricação de sabão em larga escala em todo o continente.
E eu não deveria se casar Lady Natalie.
- Por que não? Por que deveria estar isento de pagar um preço?
Por que não tentar me agradar?
- Por quê? - Rafe deu-lhe um olhar severo. - Talvez porque me
bateu na cabeça contra a parede por anos e nunca fez um nada por
mim.
75
A face de Thomas, sempre propensa a mudar facilmente a cor,
tornou-se um tom de ameixa, quando começou a se irritar e seu
temperamento estava se incendiando.
- Foi uma prova para mim em todas as fases de sua vida. As
coisas sempre vieram muito fácil para você e seus irmãos, mimados,
que são todos criaturas preguiçosas que não querem fazer nada.
- Preguiçoso? - Rafe lutou para manter seu auto-controle, mas as
palavras saíram como um fósforo aceso num barril de pólvora. - Só
você, Pai, pode ter cinco filhos decentes fazendo de tudo para
impressioná-lo, e dizer que eles não estão fazendo o suficiente. Sabe o
que acontece quando o senhor chama um ser inteligente, de estúpido,
ou a um homem trabalhador, de preguiçoso? Ele faz entender que não
há nenhum maldito ponto para obter sua aprovação.
- Você sempre pensou que eu teria a minha aprovação, só
porque você nasceu sendo um Bowman.
- Eu não quero isto faz tempo - disse Rafe com os dentes
cerrados, vagamente surpreso ao descobrir que a velocidade de seu
temperamento não era muito diferente de seu pai.
- Eu quero – o mesmo se verificado jogado a cabeça para trás e
bebendo o resto de seu uísque, tragou dura ao sentir o ardor na
garganta. Quando a sensação tinha desaparecido de sua garganta, seu
pai lhe deu em seu lugar um olhar frio.
76
- Vou me casar com Lady Natalie, não importa de qualquer
maneira. Só ia acabar com alguém como ela. No entanto, pode
reservar tua maldita aprovação. Tudo que eu quero é uma parte da
empresa Bowman.
Pela manhã os convidados começaram a chegar um clamor de
elegantes famílias ricas e os seus criados. Os baús, malas e a carga
expressa foram trazidos para casa em um desfile interminável. Outras
famílias permaneceriam nas fazendas vizinhas, ou na hospedaria da
cidade, indo e vindo a eventos que ocorriam na mansão.
Depois que Hannah despertou pelos mesmos sons abafados que
ficava mais além da ante-sala, ela não podia voltar a dormir. Com
cuidado para não acordar Natalie, levantou-se e realizou as suas
atividades matutinas, que culminou em uma trança presa em um nó na
base do pescoço. Ela usava um vestido de lã verde ajustado, com a
uma saia escocesa, que foi fechada na frente com botões pretos. Com
o intuito de dar um passeio fora, ela puxou um par de botas de salto
baixo e pegou uma manta de viagem, algo pesado.
Stony Cross Manor era um labirinto de corredores e salas e
quartos agrupados. Hannah cuidadosamente atravessou a extensa
casa, parando ocasionalmente para pedir indicações a um dos criados
que passava. De repente, ela encontrou a sala de jantar que estava
congestionada e entupida de gente que ela não conhecia. Um grande
buffet de havia sido posto, destacando o pescado, um pedaço de bacon
frito, pão, ovos cozidos, saladas, bolos, e diversas variedades de
77
queijo. Se serviu de uma xícara de chá e pouco de bacon em um pão, e
deslizou após uma série de portas francesas que conduzem a um
terraço. O tempo estava limpo e seco, o ar frio promovia uma névoa
branca com a respiração.
Jardins e extensões de pomares alongavam-se ante ela, tudo de
um modo delicado e limpo. As crianças brincavam do outro lado do
terraço, rindo, e correndo para frente e para trás. Hannah riu em
silêncio, olhando-os correndo através da laje como um bando de
gansos. Eles jogavam um jogo de golpe de pluma, que implicava duas
equipes tentando manter uma pluma no ar durante várias voltas.
Estando de pé a um lado, Hannah comeu seu pão e bebeu o chá. As
travessuras das crianças cresceram, uma vez que eles saltaram e
mandaram a pluma com um forte e ruidosos sopros. A pluma foi à
deriva, em seguida, preguiçosamente para baixo.
As meninas gritavam – Sopra, Stra, Sopra! São meninas contra
meninos! - Depois disso, não havia escolha. Lutando com um sorriso,
Hannah apertou os lábios e exalou agudamente, enviando a pluma
para cima em um redemoinho que a fez flutuar. Ela fez sua parte para
que a pluma fosse à deriva, controlando uns poucos passos, aqui e ali,
prestando atenção aos gritos encantados prazer de suas companheiras
de equipe. A pluma navegava sobre sua cabeça, e ela a sustentou
rapidamente, com o rosto virado para cima. Mas, se assustou ao sentir
alguma coisa por trás colidir com ela, não era uma parede de pedra,
mas era forte e flexível. As mãos de um homem se fecharam em torno
78
de seus braços, garantindo o seu equilíbrio. Acima de sua cabeça, o
homem lançou um sopro que fez a pluma voar metade do caminho do
terraço. Correndo e gritando, as crianças correram atrás dela.
Hannah seguia aturdida pela colisão, mas mais ainda por ter
reconhecido a sensação de Rafe Bowman. Os dedos de suas mãos, os
músculos rígidos de seu peito sobre suas costas. A limpeza, o cheiro
picante de seu sabão de barbear. Sua boca estava seca, provavelmente
devido aos efeitos do jogo da pluma e tentou umidecê-la com a língua.
- Que quantidade tão notável de ar o senhor é capaz de produzir,
Sr. Bowman. - Rindo, ela cuidadosamente a virou para ele. Ele era tão
grande e bonito, com uma posição relaxada que a achatou sobre a sua
forma...
- Bom dia para a senhorita também. - Ele lhe olhou
insolentemente com cuidado. - Por que a senhorita não está ainda na
cama?
- Sou uma madrugadora - Hannah tinha decidido lançar a
pergunta audaz, exatamente como ele tinha olhado antes. - Por que o
senhor também não está? - Um brilho divertido passou por seus olhos.
- Não há motivo para ficar na cama quando estou só.
Ela olhou ao redor para se certificar de que nenhuma das
crianças poderiam ouvi-los. Os duendes haviam cansado do seu jogo e
entraram na casa através das portas que levavam ao salão principal. –
Suspeito que é uma rara ocorrência, Sr. Bowman.
79
Seu tom de voz suave ocultou toda a sinceridade. – Raro, sim.
Na maioria das vezes a minha cama é mais ocupada do que ovelhas no
momento do corte. - Hannah o viu com uma evidente aversão.
- Isto não fala nada de bom para as mulheres com as quais se
associa. Ou o Senhor por ser tão indiscreto.
- Eu não sou indiscreto. Só que acontece que eu sou bom para
encontrar mulheres que se encontram nos meus elevados padrões. E
ainda mais agradável para convencê-las a entrar na minha cama.
- E depois do corte. - Um sorriso triste cruzou seus lábios. - Se
você não se importa, Stra. Appleton, eu retiro a minha analogia com
ovelhas. Está ficando desagradável, até para mim. Gostaria de andar
comigo? - Ela balançou a cabeça com espanto.
- Com o senhor? ... Por que?
- A Stra. está usando uma vestido e botas de caminhada. E
suponho que queira saber a minha opinião sobre Lady Natalie.
Mantenha perto de seu inimigo, e assim por diante.
- Já sei qual é a sua opinião sobre Lady Natalie.
Suas sobrancelhas levantadas. – A Stra.? Agora, insisto que fazer
uma caminhada juntos. Estou sempre fascinado por ouvir as suas
opiniões.
Hannah considerou-o severamente.
- Muito bem, - disse ela.
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- Primeiro recolherei a xícara de chá, e...
– Deixa-a.
- Em uma mesa aqui fora? Não, alguém tem que levá-la.
- Sim. Que chamem algum criado. Quem, ao contrário da
senhorita recebe um salário em troca.
- Isso não significa que deixei o meu trabalho para que o faça
alguém mais.
Antes que ela pudesse recuperar a xícara, o Sr. Bowman a
pegou. Eu cuido disso. Os olhos de Hannah se arregalaram quando o
viu caminhar despreocupadamente através do corrimão de pedra. E
suspirou ao ver como ele segurou a xícara de chá do outro lado e a
deixou cair. O som de que algo se quebrava sova desde abaixo.
- É isso - disse ele – um acidente. Problema resolvido.
Hannah necessitou de três tentativas antes que ele pudesse falar
- Por que você fez isso? Eu poderia facilmente ter levado para
dentro!
Ele parecia divertir com o seu espanto. - Eu teria pensado que
minha falta de preocupação com bens materiais lhe agradaria.
Hannah olhou fixadamente como se nele tivesse crescido chifres.
- Eu não chamaria isso de despreocupação com bens materiais, mas
sim uma falta de respeito por eles. E tão ruim quanto a valorização dos
mesmos.
81
A risada do Sr. Bowman desvaneceu-se quando percebeu a
extensão da sua raiva.
- Stra. Appleton, Stony Cross Manor tem pelo menos dez
diferentes jogos de porcelana da China, cada uma com bastante
xícaras de chá para ajudar a servir cafeína a todo Hampshire. Eles não
carecem de xícaras aqui.
- Isso não faz nenhuma diferença. Você não deveria ter
quebrado. - O Sr. Bowman deu um suspiro sarcástico.
- Sempre a senhorita tem uma grande paixão pela porcelana,
Stra. Appleton?
Sem dúvida, ele era o homem mais insuportável que ela já
conheceu.
- Tenho certeza que o senhor considerará um defeito que não me
pareça ser divertido a destruição gratuita.
- E eu tenho certeza - ele se virou para ela gentilmente - que a
senhorita vai usar isso como uma desculpa para evitar passear comigo.
Hannah o olhou por um momento. Ela sabia que ele tinha-se
incomodado por dar tanta importância à perda de um pequeno artigo
de porcelana que não faria nenhuma diferença no esquema das coisas.
Mas, este foi o gesto grosseiro de um homem rico, deliberadamente
destruindo algo sem qualquer motivo.
82
O Sr. Bowman estava certo. Hannah tinha sido tentada a
cancelar seu passeio, mas o desafio frio em seus olhos a havia tentado.
Ele a tinha olhado, por um momento, como um aluno recalcitrante,
que tinha sido capturado em uma travessura e agora aguardava a
punição.
- De jeito nenhum - disse ela. - Eu estou pronta para passear com
o senhor. Mas eu queria que o senhor se abstivesse de quebrar algo
mais ao longo do caminho.
Ela teve a satisfação de ver que o havia surpreendido. Algo em
seu rosto se suavizou, ele mostrou o seu interesse o que havia causado
uma aceleração misteriosa dentro dela.
- Não quebrarei mais coisas. - prometeu.
- Bem, então. - Ela puxou o capuz de seu casaco e se dirigiram
para as escadas que levavam do terraço ao jardim. Em uns poucos
grandes passos o Sr. Bowman a alcançou.
- Tome o meu braço – a aconselhou. -As telhas podem ser
escorregadias.
Antes de fazer isso, Hannah deslizou a mão no braço dele e
acabou descansando suavemente, enquanto sorria, por debaixo de seu
braço musculoso. Em seus esforços para evitar despertar a Natalie
antes, havia esquecido suas luvas.
- Haveria se alterado Lady Natalie? – o Sr. Bowman perguntou.
83
- Sobre a xícara quebrada? - Hannah considerou isto durante um
momento. - Não creio. Ela provavelmente teria rido, e o teria
lisonjeado.
Ele fez um meio sorriso. - Não há nada absolutamente errado
com elogios, Stra. Appleton. Isso me deixa muito feliz e manejável.
- Não tenho nenhum desejo de manejá-lo Sr. Bowman. Não
tenho certeza se o senhor vale o esforço.
Seu sorriso desapareceu e sua mandíbula ficou tensa, como se
ela tivesse tocado um nervo desagradável. - Vamos deixar isso para
Lady Natalie, então.
Atravessaram uma abertura em um trecho antigo perto de uma
cerca e começaram a caminhar ao longo da estrada de cascalho. Os
arbustos cuidadosamente aparados e a vegetação eram uns dos
montículos que pareciam bolos gigantes. As chamadas trepadeiras de
flutuavam em um bosque próximo. Uma galinha magricela ciscando
perto do chão, suas asas tensas em V largo, como se buscasse uma
presa. Apesar de ter sido bastante agradável agarrar-se no braço forte
de Sr. Bowman, Hannah retirou sua mão.
- Agora – disse o Sr. Bowman cuidadosamente – diga-me o que
pressupõe que é a minha opinião sobre a Stra. Natalie.
- Não tenho dúvida de que ela lhe agrada. Penso que o senhor
está disposto a casar-se com ela, porque ela satisfaz às suas
necessidades. É óbvio que ela facilitará seu caminho na sociedade e
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dar-lhe crianças loiras, e é suficientemente bem-educada para olhar
para o outro lado quando o senhor seja infiel.
- Por que a senhorita está tão segura de que serei infiel? – o Sr.
Bowman perguntou, parecendo mais curioso que indignado.
- Tudo o que tenho visto do senhor até agora confirma que não é
capaz de ser fiel.
- Eu poderia ser, se encontrasse a mulher adequada.
- Não, o senhor não iria - disse ela com muita certeza. – Ser fiel
não tem nada a ver com a mulher, isso depende inteiramente de seu
caráter.
- Meu Deus, você é teimosa. Deve aterrorizar quase todo homem
que você conhece.
- Não conheço muitos homens.
- Isso explica, então.
- Explica o quê?
- Por que a senhorita nunca tinha sido beijada antes.
Hannah parou e virou-se para enfrentá-lo. – Como sabia que...?
- O homem tem mais experiência - disse - ele pode facilmente
descobrir a falta dela em alguém.
Eles chegaram a uma pequena clareira, no centro foi uma fonte
de sirene, cercada por um círculo de bancos baixos de pedra. Hannah
85
subiu em dos bancos e, lentamente, e saltou sobre o pequeno espaço
entre o banco ao lado.
O Sr. Bowman a seguiu imediatamente, andando ao lado dos
bancos com ela, em que fazia um círculo ao redor deles.
- Então o seu Sr. Clark nunca a cortejou?
Hannah sacudiu a cabeça, com a esperança de que ele atribuísse
o aumento de cor a fria temperatura. - Ele não é meu Sr. Clark. Como
para fazer um avanço... Não estou inteiramente segura... Uma vez
que... – Consciente do que estava prestes a confessar, ela fechou a
boca com um estalo.
- Oh, não. Não pode me deixar suspenso. Diga o que ia dizer. -
Bowman deslizou os dedos debaixo do cinto de tecido do vestido dela
e a segurou firmemente, o que a obrigou a parar.
- Não faça isso - disse ela, ofegante, franzindo a testa de sua
vantagem superior sobre o banco.
O Sr. Bowman pôs as mãos em sua cintura e girou para o chão.
Ele se manteve firme contra ela, suas mãos levemente agarradas a seus
lados. - O que ele fez? Você quis dizer algo indecente? Ele olhou
debaixo do seu sutiã?
- Sr. Bowman - ela protestou com um cenho desamparado. – Faz
aproximadamente um mês, o Sr. Clark estava estudando um livro de
frenologia, e ele perguntou se eu podia sentir meu...
86
O Sr. Bowman não tinha ouvido tudo, e seus olhos já se
coloriam enquanto se alargavam ligeiramente. - Seu o quê?
- Meu crânio - Vendo sua expressão branca, Hannah continuou a
explicar. – A Frenologia é a ciência de analisar a forma do crânio de
alguém e...
- Sim, eu sei. Cada medida e cada recesso deve significar alguma
coisa.
- Sim. Então o deixei avaliar minha cabeça e fazer um cartão de
qualquer formação que revelaria meus traços de caráter.
O Sr. Bowman parecia infinitamente entretido. - E o que
descobriu o Sr. Clark?
- Parece que tenho um cérebro grande, uma natureza amorosa e
constante, uma tendência a ser prejudicada, e um caráter forte.
Infelizmente, há também um ligeiro estreitamento da parte de trás do
meu crânio que indica uma tendência criminosa.
Ele riu com prazer. - Eu deveria ter adivinhado. São sempre os
de aspecto inocente os que são capazes do pior. Aqui, deixe-me senti-
lo. Quero saber como é feito uma mente criminosa
Hannah esquivou rapidamente quando ele ia alcançá-la. - Não
me toque!
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- A senhorita já deixou um homem acariciar seu crânio - disse
ele, depois se afastou dela. - Não faz diferença que permita a alguém
mais fazê-lo.
Hannah percebeu que ele estava brincando com ela. Apesar de
ter sido totalmente inadequado, ela sentiu um riso escapar por cima de
seus sentimentos de cautela e ansiedade.
- Examine sua própria cabeça - ela gritou, enquanto fugia do
outro lado da fonte. - Eu tenho certeza que há um grande número de
massas criminais no senhor.
- Os resultados seriam tendenciosos - disse ele. - Recebi muitos
golpes na cabeça durante a minha infância. Meu pai disse aos meus
tutores que era bom para mim.
Embora as palavras foram faladas levianamente, Hannah parou e
sentiu um lampejo de compaixão. – Que triste foi a sua infância.
O Sr. Bowman parou diante dela novamente. - Não é nada, eu
merecia. Eu tenho sido mau desde o nascimento.
- Nenhuma criança é ruim, sem uma razão.
- Ah, eu tinha um motivo. Como eu não tinha nenhuma
esperança de alguma vez me fazer de modelo que meus pais
esperavam, eu decidi ir por outro caminho. Estou convencido de que
só a intervenção da minha mãe, impediu meu pai de amarrar-me a
uma árvore na beira da estrada com uma nota de "Levem-no para o
orfanato.."
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Hannah riu ligeiramente - Algum de seus irmãos agrada a seu
pai?
- Não especialmente. Mas, ele tem esperança que em meu
cunhado Matthew Swift. Inclusive antes de se casar com Daisy, Swift
tornou-se um filho para meu pai. Trabalhava para ele em Nova York.
Um homem muito paciente, o Sr. Swift. Caso contrário, não poderia
ter sobrevivido por tanto tempo.
- Seu pai tem muito gênio?
- Meu pai é o tipo de homem que poderia atrair um cachorro com
um osso, e quando o cachorro estivesse chegando, golpearia-lhe com
ele. E logo teria um acesso de raiva, se o cão não se apressar volta
para ele.
Hannah ofereceu o braço novamente e se dirigiram de volta para
casa.
- Seu pai arranjou um casamento entre sua irmã e o Sr. Swift?
- Sim, mas que de alguma forma parece ter se tornado um amor
compartilhado.
- Isso acontece às vezes - disse sabiamente.
- Só porque algumas pessoas fazem frente ao inevitável, se
convencem eles mesmos de que se gostam simplesmente para tornar a
situação aceitável.
89
Hannah fez uma tsk tsk suavemente com a língua. – O senhor é
um cínico Sr. Bowman.
- Eu sou realista.
Ela deu-lhe um olhar curioso. – O senhor crer que pode se
apaixonar por Natalie?
- Eu provavelmente poderia cuidar dela - disse rapidamente.
- Quero dizer o verdadeiro amor, do tipo que faz você se sentir
desenfreado, alegria, desespero e tudo isso ao mesmo tempo. O amor
que inspira fazer qualquer tipo de sacrifício para o bem de alguém.
Um sorriso sardônico curvou seus lábios. - Por que eu iria querer
sentir-me assim por minha esposa? É a ruína de um matrimonio
perfeito.
Caminharam pelo jardim de inverno, em silêncio, enquanto
Hannah estava lutava com a certeza de que era ainda mais perigoso,
muito ruim para Natalie, do que ela pensava. Natalie poderia ser ferida
e desiludida com um marido que nunca confiaria.
- O senhor não é adequado para Natalie - disse de maneira
péssima. - Quanto mais o conheço, mais segura estou disso. Desejaria
que a deixasse sozinha. Deveria encontrar outra filha de um nobre
que poderia tomar como presa.
Rafe parou com ela ao lado de uma cerca. - Isso é um pouco
arrogante, - ele disse calmamente. - A presa não é minha eleição.
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Estou apenas tratando fazer o melhor em minhas circunstâncias. E se
Lady Natalie me aceita, não é a senhorita quem, poderá se opor.
- Meu amor por ela me dá o direito de dizer algo.
- Talvez não é afeto. Tem certeza, senhorita, de que não está
falando por causa dos ciúmes?
- Ciúmes? De Natalie? Está louco para sugerir tal coisa.
- Ah, eu não sei - disse ele com doçura implacável. – É possível
que está cansada de estar em pé a sua sombra. Olhando para o sua
prima em todos seus melhores enfeites, sendo admirada e solicitada,
ao mesmo tempo que a senhorita permanece no outro lado da sala com
as viúvas e as floreios.
Hannah balbuciou com indignação, um de seus punhos se
apertou como se o fosse bater. Bowman capturou facilmente seu
pulso, a direção de um dedo levemente sobre os nós dos dedos
brancos. Seu riso macio, zombando em seus ouvidos.
- Aqui - disse colocando o dedo dentro de seus dedos. - Nunca
tente acertar alguém com seu polegar estendido, senão o quebrará
dessa maneira.
- Deixe-me - ela gritou, puxando com força seu pulso preso.
- A senhorita não estaria tão zangada se eu não tivesse golpeado
um nervo –zombou ele. - Pobre Hannah, sempre de pé no canto,
esperando a sua vez. Direi-lhe algo, a senhorita tem mais ou igual do
91
sangue azul que Natalie. A senhorita foi feita para algo melhor que
isso!
- Chega!
- Uma esposa para conveniência e uma amante para o conforto e
prazer. Não é assim que a aristocracia faz?
Hannah enrijeceu todas as partes, e começou a ofegar quando o
Sr. Bowman a atraiu a seu grande e poderoso corpo. Ela parou de
lutar, reconhecendo que tais esforços eram inúteis contra a sua força.
Seu rosto virou para ele, e mudou-se quando sentiu a boca quente
acariciando a curva da orelha dela.
- Eu deveria fazê-la minha amante – sussurrou o Sr. Bowman. -
bonita Hannah. Se a senhorita fosse minha, eu a colocaria sobre
lençóis de seda e a enrolaria em cordões de pérolas, e a alimentaria de
mel em uma colher de prata. Claro, a senhorita não poderia fazer todas
as suas decisões magnânimos se a senhorita fosse uma prostituta...
mas a sehorita não teria que se preocupar. Sentiria o prazer, Hannah,
cada noite, toda noite, até que a senhorita esquecesse seu próprio
nome. Até que estivesse disposta a fazer coisas que lhe impressionaria
na luz do dia. A libertinagem desde sua cabeça até os inocentes dedos
de seus pezinhos.
- Ah, o desprezo - ela gritou contorcendo desesperadamente
contra ele. Ela tinha começado a sentir verdadeiro medo, não só de seu
92
forte apertam e palavras insultantes, mas também dos choques de
calor que a atravessavam de lado a lado.
Depois disso, ela nunca seria capaz de enfrentá-lo novamente.
Que erro provavelmente o que ele queria. Um som suplicante vindo de
sua garganta quando ela sentiu um beijo suavemente investigando a
depressão embaixo de sua orelha.
- A senhorita me deseja - ele murmurou. Em uma mudança de
humor desconcertante, ele deixou sua oferta, viajando com seus lábios
lentamente ao longo do pescoço. – Admita isso, Hannah, apele a suas
tendências criminosas. E a senhorita decisivamente traz o pior em
mim. - Ele deslizou a boca em seu pescoço, parecendo saborear as
ondas rápidas, respiração instável.
- Beije-me - ele sussurrou - Apenas uma vez, e a deixo ir.
- O senhor é libertinho depreciável, e...
- Eu sei. Eu sou... Tenho vergonha de mim mesmo. - Mas ele
não parecia de todo envergonhado. E não soltou a sua espera. - Um
beijo, Hannah.
Ela podia sentir seu pulso repercutindo em todos os lugares, o
ritmo de seu sangue que golpeava com força em sua garganta e de
todos os pontos mais profundos do corpo. E mesmo em seus lábios, a
superfície delicada estava tão sensível que o toque de seu próprio
fôlego era insuportável.
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Estava frio em todos os lugares onde eles pressionavam-se, e no
espaço entre as bocas a névoa onde misturava suas expirações.
Hannah olhou para a sombra de seu rosto e pensou rapidamente. Não
o faça, Hannah, não o faça, e logo ela terminou fazendo de todos os
modos, colocando-se na ponta dos pés para atrair sua boca a seus
lábios trêmulos.
Ele a abraçou, sustentando-a em seus braços e boca, tendo um
grande e faminto gosto. Ele a aproximou mais, até que um de seus pés
ficou entre os seus, sob as saias, e seus seios fartos e se pressionando
contra peito. Foi mais que um beijo... tratava-se de uma fila
interrompida de beijos, a doce e quente sensação de seus lábios e a
sensação de embriaguez em sua língua... Uma de suas mãos subiu ao
seu rosto, acariciou-a gentilmente, isto lhe enviou um calafrio entre
seus ombros e costas. As pontas dos seus dedos exploraram as linhas
da mandíbula, o seu lóbulo da orelha, enquanto seu rosto corava.
Sua outra mão subiu, e seu rosto foi saudado por seus dedos
suaves, enquanto os lábios dele foram à deriva sobre seu rosto... uma
roce suave sobre as suas pálpebras, um golpe seu nariz, uma última
mordiscada persistente de sua boca. Ela aspirou e engoliu o ar fresco
do inverno, dando boas-vindas ao encher seus pulmões. Quando ela
finalmente se virou e olhou para ele, ela esperou que ele parecesse
satisfeito ou arrogante. Mas, para sua surpresa, seu rosto estava tenso,
e havia uma preocupação em seus olhos pensativos.
- A senhorita quer que eu peça-lhe perdão? - ele perguntou.
94
Hannah se afastou dele, esfregando seus braços que a coçavam
por suas mangas. Ela estava mortificada pela intensidade de seu
próprio impulso para pressionar-se contra a dureza quente e atrativa de
seu corpo.
- Eu não vejo o propósito disso - ela disse em um tom de voz
baixo. - Não é como se o senhor de verdade o pensasse. - Deu-se a
volta e começou a caminhar de maneira apressada para a casa, rezando
silenciosamente para que ele não a seguisse. E sabendo que qualquer
mulher tola o suficiente para se enredar-se com ele não iria ser melhor
que a xícara de chá quebrada no terraço.
CAPÍTULO 7
Quando Hannah entrou na sala, o ar quente fez o seu rosto
formigar. Ela ficou de costas para o hall de entrada, tentando evitar a
multidão de convidados recém-chegados e os criados. Era um grupo
luxuosamente vestido, as damas com jóias brilhantes e vestidas em
camadas e camadas de casaco de peles.
Natalie acordaria logo, e ela geralmente começava cada dia com
uma xícara de chá na cama. Com tanta atividade, Hannah era cética de
que ela era capaz de invocar uma criada. A seu juízo, considerou ir à
sala de café da manhã para pegar uma xícara de chá para Natalie e
95
levá-la para cima ela mesma. E talvez também de uma para Lady
Blandford...
- Stra. Appleton - Uma voz vagamente familiar veio da multidão,
e um cavalheiro avançou para cumprimentá-la. Foi Edward, Lord
Travers. Hannah não esperava que ele viesse para Stony Cross Park
para as férias. Ela sorriu carinhosamente, a pressão diminuiu seu peito
conturbado. Travers era um cavalheiro confortavelmente subserviente,
seguro de si mesmo e de seu lugar no mundo, cortês em cada átomo
de seu ser. Ele era tão conservador em sua forma e aparência que era
quase surpreendente de ver de perto que seu rosto ainda era sem rugas
e não tinha um cabelo branco em seu cabelo castanho cortado rente.
Travers era um homem forte, honrado e a Hannah sempre tinha
gostado dele tremendamente.
- Milord, que agradável é vê-lo por aqui.
Ele sorriu. - E você encontrar a senhorita toda resplandecente,
como sempre. Espero que a senhorita conte com boa saúde? E os
Blandford e Lady Natalie?
- Sim, estamos todos muito bem. Não creio que Lady Natalie
soubesse de sua chegada iminente, ou ela teria mencionado.
- Não - Travers confessou - eu não tinha planejado vir para aqui.
Meus relacionamentos em Shropshire me esperavam. Mas, tive medo
de que eu não preponderara sobre Lord Westcliff por um convite para
Hampshire. - Fez uma pausa, tornando-se sóbrio. – A senhorita verá,
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me interei dos projetos de Lord Blandford relativos à sua filha e... ao
americano.
- Sim, o Sr. Bowman.
- Meu desejo é ver a Stra. Natalie feliz e bem acompanhada -
disse Travers silenciosamente. – Não posso conceber como Blandford
poderia pensar que este acordo seria melhor para ela.
Desde que ela não poderia estar mais de acordo sem criticar seu
tio, Hannah murmurou suavemente – Também estou inquieta com
isso, milord.
- Certamente Stra. Natalie confia em você. O que ela disse sobre
isso? Ela gosta desse americano?
- Ela está disposta a considerar o partido para agradar lord
Blandford - Hannah confessou. - E também... o Sr. Bowman ainda não
fez o pedido . - Ela parou e piscou quando viu Rafe Bowman em
frente do lado oposto da sala, conversando com seu pai. - Na verdade,
o Sr. Bowman se encontra bem ali.
- É ele o pouco corpulento? - Travers perguntou
esperançosamente.
- Não, meu senhor. Esse é o Sr. Bowman seu pai. Seu filho, é o
atol, e é o cavalheiro com quem Lord Blandford deseja comprometer
em matrimonio com Lady Natalie.
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Com um simples olhar, Travers observou tudo o que ele
precisava saber. Rafe Bowman era extremamente bonito, o poder que
emanava da presença do seu corpo não era menos evidente por sua
postura que conservava relaxada. Seus cabelos pretos, grossos que o
vento agitava desgrenhando-o, sua pele é infundida com uma cor
saudável que contrastava com o ar exterior. Aqueles olhos de carvão
negro lançou um olhar ao redor da sala, em nova avaliação, enquanto
um sorriso imperceptível curvava os lábios cruéis. Ele observou de um
modo tão predador que isso o fez recordar de sua evasiva gentileza
assustara ainda mais a Hannah.
Para alguém como Lord Travers, um rival, como Bowman era
seu pior pesadelo.
- Oh, querida – Hannah o escutou reclamar suavemente.
- Sim.
Evie entrou no salão de baile levando uma pesada cesta dupla de
alças.
- Aqui estão os últimos deles - disse ela, chegando apenas da
cozinha, onde ela e duas criadas da cozinha haviam estado enchendo
pequenos cones de papel com nozes e frutas secas, e amarrando-os
98
fechados com fitas vermelhas. - Espero que isso seja suficiente,
considerando que são grandes o suficiente para... - Ela parou e deu
Annabelle um olhar desconcertado - Onde está Lillian?
- Aqui, - veio a voz abafada de Lillian debaixo da árvore. -
Estou arrumando a saia da árvore. Não, que isso importe, já que
porque dificilmente se pode observá-la.
Annabelle sorriu, estando nas pontas dos pés tentando amarrar
uma boneca de pano em um pequeno no galho mais alto que podia
alcançar. Vestida de branco neve, com seu cabelo em cachos cor de
mel e bochechas rosadas pelo esforço excessivo, ela parecia um anjo
de Natal.
- Pensa que deveríamos ter escolhido uma árvore tão grande,
querida? Estou com medo de que enfeitá-la nos tome desde este
momento até que seja Noite de Reis, para que possamos terminar a
decoração.
- Tinha que ser alta, - disse Lillian saindo lentamente de debaixo
da árvore. Com umas agulhas de pinheiro preso em seu cabelo preto e
pedaços de algodão que se aderiram ao vestido, ela não se parecia em
nada com uma condessa. E o sorriso que ela tinha no rosto, pode-se
dizer que ela pouco se importava, - A sala é tão grande, que teria
parecido tolo colocar uma pequena.
Durante as próximas duas semanas, vários eventos teriam lugar
no salão de baile, incluindo um majestoso baile, alguns jogos e
99
entretenimentos para os aficionados e uma magnífica e grandiosa
esfera de Noite feliz. Lillian estava determinada de que a árvore teria
que ser tão esplêndida quanto possível, para aumentar a atmosfera
festiva. Entretanto, decorar a árvore ia ser mais difícil do que Lillian
tinha pensado. Os criados estavam tão ocupados com o trabalho
doméstico que nenhum deles poderia ser dispensado de suas funções
para ajudar com esses detalhes adicionais. E a partir do momento em
que havia proibido Westcliff de que Lillian e suas amigas subissem
em alguma escada ou tamborete que fosse alto, a metade superior da
árvore se encontrava, neste momento, completamente nua.
Para piorar a situação, a nova moda de vestidos trazia umas
mudanças nas mangas, as quais era finas, sujeitas pelos ombros,
impedindo qualquer dama de tratar de alcançar algo mais elevado que
o nível do ombro. Quando Lillian surgiu debaixo da árvore, todos
ouviram o som de tecido rasgando.
- Ah, inferno - Lillian exclamou, voltando-se para ver o buraco
debaixo da sua manga direita. - Este é o terceiro vestido que eu
rasgado nesta semana.
- Eu não gosto deste novo estilo de mangas - comentou
Annabelle tristemente, flexionando seus braços graciosamente com o
seu alcance limitado de movimento. - É muito chato estar incapacitada
para alcançar ali em cima. E também é incomodo suspender a Isabella
quando o tecido se aperta na borda do meu ombro assim.
100
- Irei procurar uma agulha e linha - Evie disse virando-se para
pegar uma caixa de suprimentos estava no chão.
- Não, trás as tesouras, - disse Lillian decisivamente. Sorrindo
maliciosamente, Evie obedeceu. - O que eu faço com elas, onde corto?
Lilian levantou o braço tanto quanto ela era capaz. - Cortar este
lado para combiná-lo com outro. Sem piscar um olho, Evie
cuidadosamente recortou um buraco debaixo da manga de alguns
centímetros ao longo da emenda, expondo um clarão branco de pele.
- Estou finalmente livre! - Lillian levantou os dois braços em
direção ao teto, como se algum primitivo adorador do sol, o tecido
encontrava-se aberta em sua axila. - Eu me pergunto se eu poderia
começar uma nova moda?
- Roupas com buracos? – Annabelle perguntou. - Duvido que
isso seja possível, querida.
- É tão fascinante para mover os braços e ser capaz de alcançar
as coisas. - Lilian pegou as tesouras. - Você quer transformar o seu
vestido também, Annabelle?
- Não se aproxime de mim com essas coisas - Annabelle disse
com firmeza. Ela sacudiu sua cabeça com um sorriso divertido,
enquanto olhava como Evie levantava solenemente seus braços para
que Lillian pudesse cortar buracos debaixo de suas mangas. Esta era
uma das coisas que ela adorava de Evie, quem era tímida e
absolutamente correta, mas estava preparada para participar algum
101
plano selvagem, pouco prático ou aventureiro. – Vocês perderam a
cabeça? - Annabelle perguntou, rindo. - Oh, que tão má influência ela
tem em você, Evie.
- Ela é casada com St. Vicent, que é a pior influência possível -
Lillian protestou.
- Quanto dano que eu poderia fazer depois disso? - Depois de
flexionar e balançar seus braços, esfregou as mãos. - Agora, de volta
ao trabalho. Onde está a caixa de velas? Vou colocar mais deste lado.
- Cantemos para matar o tempo? - Annabelle sugeriu, enquanto
amarrava um anjinho de manta de algodão e um lenço de renda sobre
a ponta de um galho.
As três moveram ao redor da árvore, como se fossem algumas
abelhas operárias, cantando "Twelve Days of Christmas". A música e
o trabalho estavam avançando de maneira formidável, até que elas
chegaram à estrofe do Nono do dia.
- Eu tenho certeza de que eles são damas bailando - disse
Annabelle.
- Não, não, são cavalheiros saltando - Lillian lhe assegurou.
- Trata-se de damas Evie. Não concorda?
- Lembre-se que eu sou sempre a pacificadora - Evie murmurou,
- Mas não importa qual seja lhes garanto. Basta escolhermos uma
delas e...
102
- Supõe-se que os cavalheiros devem ir entre as damas e a
donzelas - insistiu Lillian.
Eles começaram a discutir, enquanto Evie tratava de sugerir, em
vão, que elas deveriam abandonar essa música em particular e
começar com o "Deus é do descanso feliz dos senhores" ou "O
Primeiro Natal".
Mas como estavam tão imersas no debate, de maneira completa,
ninguém foi consciente de todas as pessoas que estavam entrando na
sala até que elas escutaram a voz de uma mulher que estava rindo.
-Lillian, cabeça oca, como de costume você se equivocou nessa
estrofe. São dez cavalheiros saltando.
- Daisy – gritou Lillian e se lançou com uma corrida louca para
sua irmã mais nova. Elas eram muito unidas, tendo, compartilhando
sua mútua e constante companhia desde que ela pudesse se lembrar. E
cada vez que algo engraçado, assustador, maravilhoso ou terrível tinha
acontecido, Daisy foi sempre a primeira pessoa a Lillian dizia tudo.
Daisy gostava de ler, depois de ter alimentado sua imaginação
com tantos livros que, no caso de colocá-los um atrás de outro
provavelmente se estenderiam de um extremo a outro da Inglaterra.
Ela era encantadora, caprichosa, amante da diversão, mas... e aqui a
coisa mais estranha que tinha Daisy... era uma pessoa solidamente
racional, sendo sempre tão perspicaz que quase sempre tinha razão
discernível em tudo o que lhe dizia.
103
Não mais que três meses Daisy casou-se com Matthew Swift,
que era sem dúvida a pessoa favorita de Thomas Bowman no mundo.
A princípio Lillian se opôs fortemente contra a união, sabendo que seu
dominante pai dominador o tinha controlado. Temendo de que Daisy
fosse forçada a se casar sem amor com um jovem ambicioso que
jamais a valorizaria. Entretanto, eventualmente, ao longo do tempo
observou que Matthew realmente amava Daisy. Esse havia sido um
longo caminho para suavizar os sentimentos de Lillian para com ele.
Haviam chegado a uma trégua, entre ela e Matthew, em seu afeto
mútuo compartilhavam por Daisy.
Rodeando seus braços em torno da forma esguia e pequena
Daisy, Lillian curvou-se para trás para vê-la. Daisy nunca havia estado
em tão bom aspecto, seu cabelo castanho escuro se encontrava em
tranças intrincadas, e seus olhos cor de gengibre brilhavam de alegria.
- Agora as férias finalmente podem de começar - disse Lillian
com satisfação e contemplou a Matthew Swift, quem tinha colocado
em pé ao lado delas depois de saudar a Annabelle e Evie.
- Feliz Natal, Matthew.
- Feliz Natal, milady - respondeu ele dobrando-se facilmente
para beijar a bochecha oferecida. Ele era um homem alto, bem
estruturado, com herança irlandesa em seu tom de pele, cabelo preto e
olhos azuis celeste. Matthew tinha a natureza perfeita para lidar com o
temperamento do Sr. Bowman, diplomático e responsável, com um
bom senso de humor.
104
- Verdade que é realmente dez damas bailando? - Lillian
perguntou, e Swift externou um sorriso.
- Milady, nunca fui capaz de lembrar de qualquer parte dessa
canção.
- Sabes... - Annabelle disse pensativa - Sempre compreendi
porque os cisnes nadam e os gansos recostam. Mas por todos os céus,
porque saltam os cavalheiros?
-Eles vão em busca das Damas - disse Swift razoavelmente.
- Na verdade creio que a música refere-se aos bailarinos das
danças populares, que eram utilizados para entreter entre cada prato
dos banquetes, que eram muito longos, - Daisy os informou
- E saltar era uma espécie de dança ou baile? - Lillian perguntou
de maneira intrigada.
- Sim, o faziam com grandes espadas, como uma espécie de
rituais primitivos de fertilidade.
- Uma mulher culta é uma criatura perigosa - Swift disse
rapidamente com um sorriso, inclinando-se para pressionar os lábios
contra os cabelos de Daisy.
Satisfeita pelo óbvio carinho que ele professava a sua irmã,
Lillian disse com muito afeto - Graças a Deus que você está aqui,
Matthew. Meu pai comportando-se como um autêntico tirano, e você é
o único que pode apaziguá-lo. Ele e Rafe estão enfrentando-se a cada
105
momento. E a maneira como eles se fulminam com o olhar, estou
surpresa de que eles ainda não ardam em chamas.
Swift franziu a testa - Vou falar com seu pai sobre esse assunto
ridículo do casamento.
- Parece que isto se já tornou um evento anual - disse Daisy -
Depois que casamos no ano passado, agora ele quer forçar Rafe a se
casar com alguém. O que diz a mãe sobre isso?
- Muito pouco - respondeu Lilian - É difícil dizer quando está
babando em cima. Para a nossa mãe lhe agradaria sobre tudo ter uma
nora aristocrática sobre a qual se gabaria e se mostraria a suas
amizades.
- O que sabemos sobre Lady Natalie? - Perguntou Daisy.
- Ela é uma garota muito bonita - disse Lillian – Gostaria dela,
Daisy, não se preocupe. Mas, eu teria prazer em matar nosso pai,
tornando o casamento uma condição para a Rafe a participar no
negócio da família.
- Ele não deveria ter que se casar com alguém... - Swift
comentou com uma carranca prostrada na testa. - Precisamos de
alguém para estabelecer novas fábricas... e não sei de ninguém além
de seu irmão, que entende dos negócios bem o suficiente para realizá-
los. O diabo sabe que eu não posso fazer... tenho minhas mãos cheia e
ocupada em Bristol.
106
- Sim, bem, mas o nosso pai tem feito o casamento com Lady
Natalie uma exigência inegociável - Lillian disse, franzindo a testa. -
Especialmente porque nosso pai vive para a oportunidade de fazer
qualquer coisa para seus filhos façam qualquer coisa que ele queiram,
que velho mais intrometido...
- Se ele pode ouvir e atender alguém - Daisy interrompeu – esse
é Matthew.
- Vou sair para procurá-lo agora - disse Matthew – Ainda não o
vi mesmo. - Ele sorriu ao antigo grupo de Floreios e acrescentou em
tom de brincadeira, - preocupa-me deixá-las juntas as quatro senhoras.
Não inventarão nenhum plano maquiavélico, certo?
- Claro que não! - Daisy deu-lhe um pequeno empurrão em
direção à entrada do salão de baile.
- Prometo que vamos ser perfeitamente pacíficas. Vai e encontra
o nosso pai e veja se ele já pegou fogo, por favor apague rapidamente.
- Claro - mas antes de sair, Matthew chamou a sua esposa ao
lado da sala - Por que elas tem buraco em seus vestidos?
- Tenho certeza que há uma explicação perfeitamente razoável -
ela sussurrou ao ódio e apertou um fugaz beijo em sua mandíbula.
Regressando para as demais, Daisy abraçou Annabelle e Evie. -
Eu trouxe um monte de presentes para cada um de vocês - disse ela. -
Bristol é um ótimo lugar para fazer compras. Apesar de lhes dizer que
107
foi muito difícil encontrar presentes para seus maridos. Eles parecem
ter tudo que um homem pode desejar.
- Incluindo a umas maravilhosas esposas - Annabelle disse
sorrindo.
- Tem acaso o Sr. Hunt caixa para os palitos? - Daisy perguntou.
- Eu comprei uma bela de prata gravada para ele. Mas se ele já tem
um, também trouxe presentes alternativos.
- Eu não acho que tenho uma destas - disse Annabelle. - Mas eu
vou perguntá-lo quando chegar.
- Ele não veio com você?
O sorriso de Annabelle voltou-se nostálgico.
- Não, e eu odeio estar longe dele. Mas a demanda de produção
de locomotivas tornou-se tão grande que o Sr. Hunt sempre está
enterrado com o trabalho. Ele está fazendo entrevistas com algumas
pessoas para que elas possam ajudar a levar a carga de trabalho, mas
enquanto isso... - ela suspirou e deu de ombros impotentemente - estou
ansiosa para que chegue depois do fim de semana, assim ele pode se
livrar de seu trabalho
- E o St. Vicent? – Daisy perguntou a Evie. - Ele está aqui? -
Evie negou com a cabeça, a luz se deslizava sobre seu cabelo
vermelho, fazendo-o refletir como se fosse um rubi.
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- Seu pai es-está doente, e St. Vicent pensou que era necessário
visitá-lo. Embora os médicos do duque externaram que sua condição
não era nada sério, mas na sua idade nunca se sabe. St. Vicent planeja
para ficar com ele pelo menos, três ou quatro dias, e logo virá
diretamente para Hampshire. - Apesar dela ter tentando parecer
normal, havia uma sombra de melancolia em sua voz. De todas as
antiga floreios e seus cônjuges, a relação de Evie com St. Vincent
tinha sido a menos provável, e a mais difícil de conceber. Eles não
eram publicamente demonstrativos, mas podia-se sentir que sua vida
privada era íntima mais além das medidas comuns.
- Oh, quem precisa dos maridos? - Annabelle disse alegremente,
enquanto deslizava um braço ao redor dos ombros de Evie. - É claro
que temos mais do que suficiente para nos manter ocupadas até que
eles voltem.
Capítulo 8
Era a tortura particular de Hannah ter que fazer de
acompanhante e, portanto, obrigada a sentar-se ao lado de Natalie
durante a noite musical naquela noite, enquanto Rafe Bowman estava
do outro lado de Natalie. As harmonias entrelaçadas dos dois
sopranos, barítono e um tenor eram acompanhados por piano, flauta e
109
violinos. Muitos dos filhos mais velhos tinham permissão para sentar-
se nas últimas filas da sala. Vestidos em suas melhores roupas, as
crianças sentaram eretas e fizeram sua melhor tentativa para não
perturbar, sussurrando.
Hannah pensou com ironia que as crianças estavam se
comportando muito melhor do que seus pais. Havia um murmúrio
constante de fofocas entre os adultos, especialmente nos momentos de
silêncio entre a apresentação musical.
Observou que Rafe Bowman tratava Natalie com uma cortesia
impecável. Ambos pareciam encantados. Discutiram as diferenças
entre Nova York e Londres, e descobriram que tinham gostos
semelhantes em livros e música, e ambos eram apaixonados equitação.
A maneira que Bowman tinha de tratar Natalie era tão encantadora
que, se Hannah não o houvesse conhecido antes, poderia ter dito que
era um perfeito cavalheiro.
Mas ela o conhecia melhor. E Hannah se deu conta que era uma
das muitas pessoas na sala que prestavam atenção nas interações entre
Bowman e Natalie. Estavam os Blandford, é claro, e os pais de
Bowman, e Lord Westcliff que, ocasionalmente, lançava olhares
especulativos sutilmente a esposa, com um leve sorriso nos lábios.
Mas, a pessoa que prestava maior atenção era o Sr. Travers, sua
expressão estóica, seus olhos azuis estavam preocupados. Isso fez
doer o coração de Hannah ao compreender que existia um homem que
gostava muito de Natalie, e com muito pouco incentivo poderia amá-
110
la apaixonadamente. E, entretanto, todos os sinais indicam que
provavelmente escolheria a Bowman em vez dele.
Natalie, não era tão sábia como pensava que era, pensou ela,
pensativa. Escolha o homem que fará sacrifícios por você, que te ame
por quem você é e não pelo que ganharia casando-se contigo.
A pior parte da mais tarde para Hannah veio depois que a
apresentação foi concluída, quando a grande multidão dispersou e
diversos grupos decidiam aonde ir. Natalie distanciou-se de Hannah
para o lado, os olhos azuis faiscando de excitação.
- Em poucos minutos, eu vou sair de mansinho com Bowman, -
ela sussurrou.
- Vamos nos reunir em particular na parte inferior do terraço.
Assim disfarce, e se alguém perguntar onde estou, dar-lhe alguma
desculpa e...
- Não, - Hannah disse suavemente, revirando os olhos.
- Se a vê com ele, causará um escândalo.
Natalie riu. - Qual é o problema? Provavelmente vou-me casar
com ele de qualquer modo. - Hannah sacudiu a cabeça
obstinadamente. Suas experiências com Bowman não havia deixado
dúvidas de que ele se aproveitaria de Natalie. E poderia ser culpa de
Hannah por permitir que acontecesse.
111
– Pode encontrá-lo na parte inferior do terraço, mas eu vou
contigo. - Natalie sorriso desvaneceu-se.
- Agora que você decidiu ser uma acompanhante vigilante? Não.
Não me ponha limites. Sempre fui bondosa contigo. Portanto, não faça
uma cena e me deixe ir.
- Eu vou protegê-la dele - Hannah disse severamente. - Porque se
o Sr. Bowman te compromete, não terá mais escolha. Terá que se
casar com ele.
- Bem, claro que não vou considerar um compromisso sem
descobrir como se beija. – Os olhos de Natalie se estreitaram. - Não
fique no meu caminho, Hannah. Deixar-nos a sós.
Mas Hannah insistiu. Finalmente, ela estava infelizmente, ao
lado do terraço inferior, enquanto Natalie e Rafe Bowman
conversavam. Bowman parecia inalterado pela presença de Hannah.
Mas, Natalie estava furiosa, sua voz ligeiramente cáustica, observou
em voz alta - "ninguém nunca pode falar sobre algo interessante
quando uma dama de companhia está presente", ou "certas pessoas
nunca sabe quando ficar no seu lugar".
Sem nunca antes ter sido alvo de mau humor de Natalie, Hannah
estava confusa e magoada. Se Hannah estava em débito com Natalie
porque a menina sempre tinha sido gentil com ela, o oposto também
era verdade: Hannah sempre tentou tornar a vida mais agradável para
Natalie.
112
- Não é aborrecido, Sr. Bowman, - disse Natalie, - quando as
pessoas insistem estar quando não são bem-vindos? - Hannah
levantou-se. Esta foi a última gota. Acima tinha sido encarregada com
a responsabilidade de cuidar e fazer de acompanhante de Natalie, ela
não permitiria ser objeto de insultos.
Antes de que Bowman pudesse dizer algo, Hannah falou
friamente. – Os deixarei com a privacidade que claramente desejam,
Natalie. Não tenho nenhuma dúvida de que o Sr. Bowman fará o
melhor. Boa noite.
Deixou o terraço inferior, cheios de insultos e mortificações.
Como não podia se unir a qualquer das reuniões sem levantar
suspeitas sobre o paradeiro de Natalie, sua única opção era deitar-se,
ou encontrar um lugar para sentar-se sozinha. Mas ela não estava nem
um pouco sonolenta, não com a raiva fervendo em suas veias. Talvez
ela pudesse encontrar um livro para manter-se ocupada.
Foi para a biblioteca, olhou silenciosamente, espreitando a porta
para ver quem poderia estar lá dentro. Um grupo de crianças estava
reunido dentro, a maioria delas sentadas no chão, enquanto um
homem maior e barbudo estava sentado em uma cadeira estofada. Ele
tinha um pequeno livro impresso em ouro em suas mãos, procurando
os óculos.
- Leia, vovô - uma criança gritou, enquanto outro suplicava,
113
- Continue! O senhor não pode deixar-nos ali. - O velho
suspirou
- Quando eles começaram a fazer as palavras tão pequenas? E
porque a luz aqui é tão pouca?
Hannah sorriu com simpatia e entrou na sala. - Eu posso ser útil,
senhor?
- Oh, sim. - Com um olhar agradecido, ele se levantou da cadeira
e lhe entregou o livro. É uma obra de Charles Dickens, chamada
Canção de Natal. Foi publicado faz dois anos, publicou a história do
resgate tinha sido um sucesso imediato e que reacendeu a alegria
daqueles cínicos no Natal e todas as suas tradições. - Poderia ler um
pouco? - O velho perguntou. - Meus olhos estão cansados. E eu quero
me sentar perto do fogo e acabar o meu ponche.
- Adoraria, senhor. - Tomando o livro, Hannah olhou com
desconfiança para as crianças. - Posso?
Clamando todos ao mesmo instante disseram – Oh, sim!
- Não perca a página, senhorita!
- O primeiro dos espíritos veio - disse uma das crianças.
Instalando-se na cadeira, Hannah encontrou a página da correta,
e começou.
“Você é o espírito, senhor, cuja vinda foi-me anunciada -
perguntou Scrooge.
114
"Eu sou." A voz era suave e gentil. Singularmente baixa, como
se em vez de ser ao lado dele, estava fora. "Quem, e o que é você?"
exigiu Scrooge. "Eu sou o Fantasma do Natal Passado"
Olhando à sua volta, Hannah mordeu os lábios para não esboçar
um pequeno sorriso quando viu as crianças hipnotizadas e os
estremecimentos encantados que eles mostravam com a sua
representação de uma voz fantasmagórica.
Assim, continuou lendo, a magia das palavras do Sr. Dickens
criou um feitiço sobre eles e aliviado a dúvida e a raiva no coração de
Hannah. E ela se lembrou de algo que tinha esquecido: o Natal não era
apenas um único dia. Natal era um sentimento.
Desde então, não teria sido um calvário beijar Lady Natalie.
Mas, Rafe se absteve de tomar qualquer liberdade, principalmente,
porque ela parecia tão determinada a atraí-lo. Depois de Hannah tinha
ido do terraço inferior, Natalie tinha ficado na defensiva e tímida,
dizendo que os homens tinham a sorte de não ter de ir a todas as partes
com acompanhantes necessárias para qualquer lugar que fossem,
porque às vezes era enlouquecedor. E Rafe estava de acordo realmente
de que isso na realidade devia se bastante inconveniente, mas, ao
mesmo tempo acreditava que a Stra. Appleton parecia uma companhia
tolerável.
- Oh, a maioria do tempo Hannah é encantadora - disse Natalie. -
Pode ser sim um pouco burguesa, mas que era esperado. Vem do lado
pobre da família, e é uma das quatro irmãs solteiras, não tem irmãos.
115
E a sua mãe morreu. Eu não quero parecer condescendente, mas se eu
não tivesse pedido a meu pai que a queria como minha acompanhante,
poderia ter sofrido anos de trabalho duro para cuidar de suas irmãs. E
depois que nunca gasta um xelin em si mesma... meu pai deu-lhe uma
atribuição ... herda minhas roupas, e partilhamos quase tudo o que é
meu.
- Isso é muito generoso de sua parte.
- Não, em absoluto – disse ela despreocupadamente - A quero
ver feliz. Talvez eu estivesse um pouco raivosa faz um momento, mas
ela não estava sendo razoável.
- Temo que eu tenha que discordar - Rafe disse – A Stra.
Appleton é um bom juiz de caráter das pessoas.
Natalie sorriu excêntrica. - Disse que ela estava correta em sua
avaliação de você?
- Ela se aproximou, - seus lábios macios e convidativos.
- O que, vai tirar proveito de nossa retirada?
- Eu odeio ser tão previsível - ele disse com pesar, divertido com
sua raiva fingida. - Portanto... não. Devemos entrar antes que
comecem as fofocas.
- Não tenho nenhum medo de fofocas, - disse ela, colocando a
mão no braço dele.
116
- Então a senhorita, todavia não fez nada ainda que possa se
torna objeto de fofocas.
- Talvez seja apenas que eu não tenha sido capturada, - Natalie
disse isso modestamente, rindo.
Era mais fácil gostar Lady Natalie, que era inteligente e bonita. E
não seria difícil ir para cama com ela. Casar-se com ela dificilmente
seria um preço a pagar, para conseguir o trato comercial que ele
desejava com seu pai. Oh, era um pouco mimada e irritante, sem
dúvida, mas não mais que a maioria das mulheres jovens de sua
posição. Além disso, sua beleza, promoveriam conexões e
reproduziria que ele teria uma esposa a quem outros homens
invejariam.
Quando caminharam pelo corredor, eles passaram pela porta
aberta da biblioteca, onde havia recentemente falado com seu pai.
Uma cena muito diferente saudou seus olhos agora.
A luz quente que brilhava o recinto fazendo sombras nos cantos,
servindo como um brilho silencioso sobre a habitação. Hannah
Appleton estava sentada em uma poltrona grande, lendo em voz alta,
cercada por um grupo de crianças ansiosas para ouvir.
Um homem idoso estava de cabeça para abaixada para o fogo, o
queixo apoiado na amplitude de seu peito. Ele estava roncando,
quando era um menino travesso, estava prestes a fazer cócegas em seu
117
queixo com uma pena. Mas, o menino propenso deixou-se, absorvido
na história de Ebenezer Scrooge e sua visita por um espírito de Natal.
Rafe não tinha lido o furiosamente livro popular, mas
reconheceu a história depois de ouvir algumas linhas. Canção de Natal
havia sido citado e discutido em sua crescente fama e tinha sido
rejeitado por Rafe. Ele o tinha considerado como algo muito doce e
sentimental, não merecedor de perder tempo com aquele livro.
Mas quando olhou para Hannah, seu rosto suave e alegre, e
ouviu as inflexões vivazes de sua voz, não pode sair da sala.
Acompanhado pelo espírito do Natal Passado, Scrooge estava
vendo como era um estudante, só e isolado durante os dias de festa até
que sua irmã mais nova tinha chegado reunir-se com ele
“- Sim!” disse a moça, cheia de alegria. ”Uma casa, para que
esteja com nós sempre, sempre. Papá é muito mais carinhoso do que
nunca e nossa casa se parece com o céu. Falou tão docemente uma
noite quando ia para cama, que não teve medo de pedir-lhe uma vez
mais permissão para voltar para casa: disse-me que sim e me mandou
em uma carruagem para te buscar...”
Tomando consciência de sua presença na entrada, Hannah olhou
para ele brevemente. Ela logo sorriu a Natalie. Mas, sua expressão era
mais cautelosa quando olhou para Rafe. Voltando sua atenção para o
livro, e continuou lendo. Rafe foi consciente do nó curioso e quente
que ele sentia quando estava perto de Hannah. Ela parecia uma fada
118
encantadora, sentada na poltrona brincando com o pé no chão. Ele
queria brincar com ela, beijá-la, pegar as forquilhas de seu cabelo
brilhante e penteá-lo com os dedos.
- Vamos - Natalie sussurrou.
Rafe sentiu o desconforto de uma leve picada. Natalie queria ir
para outro lugar e continuar sua conversa, e o flerte, e talvez
experimentar os prazeres adultos que eram novos para ela e tão
detestavelmente familiares para ele.
- Ouça um momento, - ele sussurrou, levando-a para o quarto.
Natalie era inteligente demais para mostrar a sua impaciência.
- É claro - o seguiu, e graciosamente sentou na cadeira
desocupada. Rafe se sentou na mesa, inclinando um ombro contra a
parede e gravou seu olhar em Hannah quando a história continuou.
“Scrooge viu mais coisas de seu passado, incluindo o feliz baile
de Fezziwig. Uma cena cheia de dor continuou, nas que é confrontado
por uma jovem mulher que o amava, mas que havia aceitado agora
que seu desejo para a riqueza era superado por qualquer outra coisa.
"-Talvez, a experiência do passado faz-me supor, isto os
produza aflição. Em breve, muito em breve, expulsaremos toda a
memória dele, alegremente, como expulsa a memória de um pesadelo,
do qual surge felizmente a alegria de quando se desperta. Que você
seja feliz na vida que você escolheu! E ele saiu. “
119
“- Espírito - disse Scrooge, - não me mostre mais coisas! Leve-
me para casa.”
A Rafe não gostava de sentimentalismos. Tinha visto e
experimentado o suficiente do mundo para resistir ao apelo das
histórias sentimentais em excesso. Mas enquanto ele estava de pé,
escutando Hannah, sentiu um calor inexplicável espalhando dentro
dele, e não tinha nada a ver com o crepitar do fogo na casa. Hannah lia
a história de Natal com uma convicção e um prazer que era genuíno
demais para ele resistir. Queria estar sozinho com ela e ouvir sua voz
encantadora, suave durante horas. Queria colocar a cabeça no seu colo
até que pudesse sentir a curva da sua coxa contra o sua bochecha.
Como Rafe olhava para ela fixamente, ela sentiu como se
despertava a excitação, o aumento em uma cálida ternura e uma dor de
saudade. Um pensamento horrível passou por sua mente, o desejo de
ser filha de Blandford, em vez de Natalie. Doce Deus, ela poderia
casar-se com ele no ato. Mas isso era impossível, para não dizer nada
justo para Natalie. E pensar que ele lhe fez sentir o salafrário que
Hannah acusava de ser.
Quando Hannah terminou o segundo capítulo, e rindo, prometeu
às crianças que gritavam, que ela iria ler mais na noite seguinte, Rafe
pediu um desejo por outra pessoa pela primeira vez em sua vida... esse
era para que Hannah algum dia encontrasse um homem que a amasse.
Depois de elogiar o desempenho dos cantores e músicos e liderar
um grupo de damas para o salão de chá, Lillian voltou a salinha.
120
Alguns dos convidados ainda estavam ali reunidos, incluindo seu
marido, que estava situado na esquina, falando reservadamente com
Eleanor, Lady Kittridge.
Tentando ignorar a pontada de fria no estômago, Lillian foi para
Daisy, que tinha acabado de falar com algumas crianças. - Olá,
querida - Lillian disse, forçando um sorriso. - Gostou da música?
- Sim, muito. - Cravando o olhar no seu rosto, Daisy perguntou
diretamente. - O que acontece?
- Está tudo bem. Nada de nada. Por que você pergunta?
- Quando você sorri assim, é porque está preocupada com
alguma coisa, ou está metida em algo.
- Eu não estou metida em nada.
Daisy olhou para ela com preocupação. - O que é então?
- Você vê a mulher com quem Westcliff está falando?
- A bela loira com a figura impressionante?
- Sim - Lilian respondeu amargamente.
Daisy esperou pacientemente.
- Eu suspeito... - Lillian começou e ficou surpresa ao sentir sua
garganta se fechando e uma pressão quente acumulando por trás de
seus olhos. Sua suspeita era terrível demais para dizê-la em voz alta.
Seu marido estava interessado em outra mulher.
121
Não acreditava que tiveram algo, era um homem de honra, em
absoluto. Ele nunca trairia sua esposa, por mais forte que fosse a
tentação. Lillian sempre soube que seria fiel, ao menos fisicamente.
Mas ela queria que seu coração, tudo, e ver os sinais de sua atração
por outra pessoa, faziam que Lillian quisesse morrer.
Todos disseram ao principio que Conde de Westcliff e uma
herdeira americana impetuosa era o casal mais improvável que se
poderia imaginar. Mas depois de um curto período de tempo, Lillian
havia falado que sob o caráter reservado de Marcus, existia um
homem de paixão, ternura e diversão. E por sua vez, Marcus parecia
gostar de sua irreverência e sua natureza alegre. Os dois anos de
casamento tinham sido a coisa mais maravilhosa que Lillian poderia
ter sonhado.
Mas, recentemente Westcliff tinha começado a prestar atenção à
Lady Kittridge, uma atrativa jovem viúva que tudo em comum com
ele. Era elegante, aristocrática, inteligente e, além disso tudo, ela era
uma amazona notável que compartilhava a paixão de seu falecido
marido pela criação de cavalos. Os cavalos dos estábulos de Kittridge
eram os mais belos descendentes de raça do mundo, com uma doçura
e delicadeza de caráter e de uma anatomia espetacular. Lady Kittridge
era a mulher perfeita para Westcliff.
No princípio Lillian não havia se preocupado com a relação
entre Lady Kittridge e seu marido. As mulheres estavam sempre se
insinuando a Westcliff, que era um dos homens mais poderosos da
122
Inglaterra. Mas então a correspondência começou. E logo, ele foi
visitá-la, aparentemente para aconselhá-la sobre certos assuntos
financeiros. Finalmente Lillian tinha finalmente começado a
experimentar a dor aguda dos ciúmes e da insegurança.
- Eu... eu nunca mais fui capaz de acreditar que o Marcus é
realmente meu, - admitiu humildemente a Daisy. - É a única pessoa,
além de você, que alguma vez realmente me amou. Todavia parece-
me um milagre que ele me deu de querer o bastante para casar-se
comigo. Mas agora eu penso... eu tenho medo... de que ele pode estar
cansado de mim.
Daisy arregalou os olhos - Então você está dizendo que pensa
que ele... e Lady Kittridge...
Lillian sentiu calor nos olhos e visão embaçada. - Eles parecem
ter uma afinidade - disse ela.
-Lillian, é uma louca - sussurrou Daisy. - Westcliff te adora.
Você é a mãe de sua filha.
- Não disse que penso que ele está sendo infiel - Lilian
respondeu. - É muito honrada para isso. Mas eu não quero que a
deseje.
- Reduziu a freqüência de suas... bem, o atenções conjugais?
Lillian corou um pouco quando se considerou a questão. - Nem
um pouco.
123
- Bem, isso é bom. Em alguns dos romances que eu li, o cônjuge
infiel presta menos atenção à sua esposa após o início da infidelidade.
- O que mais eles dizem as novelas?
- Bem, às vezes o marido infiel pode começar a usar um novo
perfume, ou um novo nó em sua gravata. A carranca preocupada
apareceu na frente de Lillian.
- Eu nunca notei seu nó de gravata. Terei que começar olhá-lo
mais atentamente.
- E desenvolvem um desinteresse no horário de sua esposa.
- Bem, isso não ajuda... Westcliff sempre foi desinteressado pelo
horário de todos.
- Você conhece alguns truques novos?
- Que tipo de truques? - Daisy baixou a voz. - No dormitório.
- Oh, Deus! É que um sinal de infidelidade? - Lillian lhe deu um
olhar triste. - Como romancistas sabem destas coisas?
- Fale com ele - Daisy pediu-lhe gentilmente. - Discuta seus
medos. Estou segura que Westcliff nunca desejaria fazer algo que te
causasse dano, querida.
- Não, nunca deliberadamente - Lillian concordou, seu sorriso
tornou-se frágil. Ela olhou por uma janela perto, no exterior da negra e
fria noite. - Está ficando mais frio. A neve é esperada para o Natal,
certo?
124
CAPÍTULO 9
Embora Hannah e Natalie decidiram tacitamente terminar a
disputa da noite anterior, as relações entre elas ainda eram tensas no
dia seguinte. Por isso, Hannah estava aliviada ao não ser incluída
quando Natalie e Lady Blandford foram com um grupo de damas em
um passeio animado de carruagem pelo campo. Outras mulheres
decidiram permanecer no Stony Cross Manor, para conversar sobre o
chá e bordados, enquanto um contingente significativo de cavalheiros
foram desfrutar de um festival de cerveja em Alton.
Deixando de lado suas ocupações, Hannah explorava a casa em
seu tempo livre, entrou na galeria para ver belas pinturas. Ela também
visitou o jardim de inverno, aproveitando o ar temperado com cítricos
e louro. Era uma sala muito quente, com grades de ferro para suportar
o calor das estufas em um piso baixo. Em seu caminho para a pista de
dança foi abordada por uma criança pequena que a reconheceu como
uma das crianças que a tinha ouvido ler.
O menino parecia apreensivo e incerto, correndo pelo corredor
em uma linha irregular. Ele pegou um pau de brinquedo na mão.
- Olá! Está perdido? - Hannah perguntou, agachando-se para
ficar ao nível dele.
- Não, senhorita.
125
- Qual é seu nome?
- Arthur, senhorita.
- Não me parece muito feliz Arthur. Aconteceu alguma coisa?
Ele balançou a cabeça - Eu brinquei com algo que não deveria, e
agora está encravado me darão uma surra por isso.
- O que é? - perguntou com simpatia. - Onde você estava
jogando?
- Eu vou lhe mostrar.
Ele pegou sua mão com impaciência e puxou-a para frente.
Hannah foi voluntariamente.
- Aonde vamos?
- A árvore de Natal.
- Ah, bom. Conheço o caminho.
Arthur a levou para o salão de baile, que, felizmente, para seu
bem, estava vazio. A árvore de Natal era muito grande, com uma
decoração brilhante na metade inferior, mas ainda vazia na metade
superior.
- Alguma coisa está presa na árvore? - Hannah perguntou,
confusa.
- Sim, senhorita, ali. Apontou a uma parte mais alta.
126
- Não vejo nada... Oh, meu Deus, o que é isso?
Algo escuro e peludo pendurado no galho, algo que parecia um
ninho. Ou a de um roedor morto.
- É a peruca do Sr. Bowman.
Hannah arregalou os olhos. - A sua peruca? Mas porquê...
Como?
- Bem - disse Arthur razoavelmente - eu o vi tirando uma soneca
no sofá da biblioteca, e sua peruca estava pendurada em sua cabeça, e
eu pensei que seria divertido para jogar. Portanto, eu fui jogar com
meu estilingue, mas foi muito alta, em cima da árvore de Natal, e não
pude alcançá-lo. Eu ia colocá-la de volta no Sr. Bowman antes que ele
acordasse, eu ia fazer de verdade! – olhou esperando – A senhorita
pode pegá-la?
Nesse momento Hannah virou-se e cobriu o rosto com as mãos,
e ela estava rindo tanto que era muito difícil para respirar. - Eu não
devia rir, - ela engasgou, - ah, eu não devia... – Mas por mais que ela
tratava de sufocar sua risada, pior ficava, até que ela ser forçada a
limpar seus olhos na manga. Quando ela tinha se acalmado um pouco,
olhou para Arthur, que olhava para ela com a testa franzida, e que
quase a fez voltar a rir. Com um esconderijo potencial sobre sua
cabeça, ele não encontrava a situação quase tão engraçada como ela
achava. - Desculpe - ela conseguiu dizer. – pobre Arthur. Pobre Sr.
Bowman! - Sim, eu vou pegá-la, custe o que custar tenho que fazê-lo.
127
A peruca tinha que ser recuperada, não só por causa de Arthur,
mas também para poupar o embaraço do Sr. Bowman.
- Já tentei as escadas, - disse Arthur. – Entretanto, mesmo
quando eu cheguei ao topo, não consegui alcançá-la. - Hannah viu a
escada próxima apreensiva. Era uma reta, extensível.
- A senhorita não é muito grande - disse Arthur duvidoso – Não
creio que possa chegar ali.
Hannah sorriu. - Pelo menos posso tentar. - Juntos, eles
reposicionaram a escada próximo a um dos assentos de nichos na
parede. Hannah tirou os sapatos. Tomando cuidado para não pisar na
barra da saia, ela subiu a escada, hesitando apenas brevemente antes
de continuar até o topo. Mais e mais alto, até que ela chegou ao topo
da escada. Ela chegou até a peruca, só para descobrir com decepção
que ela estava a cerca de 15 cm fora de seu alcance.
- Maldição – murmurou ela – Está quase ao meu alcance.
- Não vai cair - disse Arthur. - Talvez deveria descer agora.
- Não posso deixar ainda. - Hannah olhou desde a escada e a
plataforma, havia uma borda saliente que sobressaia na parede. Isto
era aproximadamente um pé mais alto que o topo da escada tocava -
Sabe, - disse, pensativa - Se eu estivesse de pé sobre aquela borda,
acho que poderia alcançar a peruca do Sr. Bowman. - Com cuidado se
lançou, avançou e levantou-se e caminhou lentamente pela borda,
puxando a massa de suas saias com ela.
128
- Eu não sabia que as mulheres tão velhas como a senhorita
pudessem escalar, - disse Arthur, olhando impressionado.
Hannah deu um sorriso triste. Concentrando-se no seu equilíbrio,
ela se levantou e chegou para se inclinar até peruca. Para sua
decepção, estava muito alto. - Bem, Arthur, a má notícia é que eu
ainda não posso alcançar. A boa notícia é, você tem um estilingue
muito eficaz.
O garoto suspirou. - Eu vou levar uma surra.
- Não necessariamente. Vou pensar em alguma maneira de
recuperar. Enquanto isso...
– Arthur - outro garoto apareceu na entrada do salão. - Todo
mundo está procurando você, ele disse sem fôlego. - O professor disse
que se você está atrasado para a aula, e ele está cada vez mais irritado
a cada segundo que passa.
- Oh, raios - murmurou Arthur. - Eu tenho que ir, senhorita. Pode
descer daí sozinha?
- Sim, eu estarei bem, - disse Hannah. – Vamos anda, Arthur
ande para não chegar-te tarde para suas aulas.
- Obrigado - ele gritou e correu para fora da sala. A voz de seu
companheiro estava no corredor. - Por que ela está lá em cima...?
Hannah se movia lentamente até as escadas. Antes que ela
subisse, a extensão média caiu, clack-clack-clack ruidosamente
129
através do salão de baile. Deixando-a sem fala, Hannah ficou chocada
o topo da escada estava muito abaixo dela. - Arthur? - Chamou, mas
não houve resposta. Hannah percebeu que estava num beco sem saída.
Como havia chegado sua manhã pacífica a converter-se nisso,
ela presa na metade da altura do salão de baile sem nenhuma maneira
de descer, e mais da casa estava vazia! Por tentar salvar ao Sr.
Bowman da vergonha, tinha caído nela mesma. Porque quem a
encontraria seguramente não ia ficar em silêncio sobre o assunto, e a
história iria se repetir indefinidamente, até que fosse alvo do escárnio
das festas de Natal.
Hannah suspirou. - Olá - chamou e esperou. - Alguém pode me
ouvir? - Não houve resposta.
- Merda - disse ele com veemência. Era a pior palavra que ela
sabia.
Uma vez que parecia ter uma longa espera até que alguém viesse
em seu socorro, considerou o ato de sentar na borda. Mas era bastante
limitado o espaço. Se perdesse o equilíbrio, ela certamente iria quebrar
algo. Entediada, mortificada e ansiosa, esperou e esperou até que tinha
certeza que tinha passado pelo menos um quarto de hora. A cada
poucos minutos pedia ajuda, mas a casa era um silêncio mortal.
Quando ela estava beirando a auto-piedade e com uma grande
frustração, alguém veio até a entrada. Ela pensou que era um criado a
princípio. Ele estava vestido com uma informalidade espantosa, uma
130
calça preta e a mangas da camisa arregaçadas, revelando um par de
antebraços poderosos. Mas quando ele entrou na sala com um passo
relaxado, ela reconheceu a maneira pela qual ele se movia, e fechou
seus olhos enfermos.
- Tinha que ser o senhor - ela resmungou.
Ela ouviu seu nome falado em um tom excêntrico, e abriu os
olhos para ver Rafe Bowman, que estava de pé debaixo dela. Havia
uma expressão impar em seu rosto, uma mistura de entretenimento e
confusão e algo que parecia preocupação.
- Hannah, o que diabos está fazendo aí?
Ela estava muito ansiosa para reprová-lo pelo uso de seu nome. -
Eu estava tentando alcançar algo - ela disse brevemente. - A escada
desabou. O que você está fazendo aqui?
- Fui contratado pelas floreios para ajudar a decorar a árvore.
Como os lacaios estão ocupados, precisavam de pessoas grandes que
poderiam subir as escadas. - Fez uma pausa. - Não parece qualificada
para isso, carinho.
- Eu subi perfeitamente bem. - Hannah estava toda vermelha, dos
seus cabelos até os dedos dos pés. - É apenas por isto que representa
um problema. E não me chame de "carinho" e... Que quer dizer, com
floreios?
Bowman tinha ido para a escada e começou a subi-la até ao
centro de extensão
131
- É o nome que a minhas irmãs e suas amigas tontas deram ao
seu grupo. Que importância tem?
- Nenhuma importância.
- Ele sorriu abertamente. Tenho medo que não possa ajudar-lhe a
descer até que me diga.
Hannah desejava dizer-lhe para ir embora, ela preferiria esperar
durante dias antes de aceitar a sua ajuda. Mas, ela estava cansada de
ficar de pé na maldita borda.
Vendo sua hesitação, Rafe disse casualmente. - Outros entrarão
aqui a qualquer momento. E eu provavelmente não deveria mencionar
que tenho uma excelente vista de debaixo de suas saias.
Tomando um grande incentivo, Hannah tentou juntar seu vestido
mais estreitamente ao seu redor, e seu equilíbrio falhou e bamboleou.
Bowman amaldiçoou, e seu divertimento desapareceu - Hannah
pare. Eu ainda não cheguei aí. Vou aí para te ajudar.
- Eu posso fazer sozinha. Apenas tem que aproximar a escada de
mim.
- Ao inferno. Não vou correr o risco de quebrar seu pescoço. -
Depois de ampliar a escada em seu comprimento total, Rafe chegou
com uma velocidade surpreendente.
- Talvez esta feche novamente, - Hannah disse nervosamente.
132
- Não, não. Há um suporte de ferro de cada lado da metade da
escada. Provavelmente não se fixou-se no lugar antes, quando subiu.
A senhorita deve sempre assegurar-se de que esse suporte está bem
fechado antes de subir.
– Eu não penso em subir nunca mais – disse com veemente
sinceridade.
Rafe sorriu. Estava no topo da escada agora, com uma mão
estendida. - Pouco a pouco, agora. Pegue minha mão e mova-se com
cuidado. Coloque o pé nesse degrau e se vire-se para a parede. Vou
ajudá-la.
Quando Hannah fez isso, lhe ocorreu que a logística de descer
era um pouco mais difícil do que se pensava. Sentiu uma onda de
gratidão por ele, principalmente porque ele era muito melhor do que
ela esperava.
Sua mão era muito forte esta fechou-se em torno da dela, e sua
voz era profunda e ela conseguiu subir na escada.
- Tudo bem. Já a tenho. Agora, dê um passo em minha direção e
coloque seu pé... não, não aí, mais alto... isso. Lá vamos nós.
Hannah estava então totalmente na escada, e ele a dirigiu até
abaixo de seus braços prendendo-a neles, seu corpo era como uma
gaiola, quente. Ela estava de costas para ele, olhando fixamente para
os degraus da escada, enquanto ele estava pressionando toda por trás
133
dela com seu corpo. Quando ele falou, seu hálito era quente contra sua
bochecha.
- A senhorita está a salvo. Descanse um momento. - Ele deve ter
sentido o frio que sentiu. - Tranquila. Não vou deixar você cair.
Ela queria dizer-lhe que não tinha medo de altura em absoluto.
Era a estranha sensação de estar suspensa e, entretanto, sentir o
delicioso aroma dele, tão limpo e masculino, e a pressão dos músculos
dele que ela podia sentir através da roupa fina de sua camisa. Uma
onda de calor começou a se desenvolver dentro dela, espalhando-se
lentamente.
- A escada vai segurar nós dois? - Ela conseguiu fazer a
pergunta.
- Sim, ele poderia facilmente sustentar meia dúzia de pessoas. -
Sua voz era tranquilamente reconfortante, as palavras eram como uma
suave caricia sobre sua orelha.
- Vamos passo a passo.
- O senhor cheira a menta – disse ela com admiração, e girou a
cabeça o suficiente para olhá-lo mais facilmente.
Um erro.
Seu rosto estava ao seu nível, tais como aqueles olhos quentes e
escuros, como os cílios de seda preta. Esse cara forte, cinzelado,
talvez demasiada angular, como a linha de desenho de um artista que
134
não foi suavizada. Ela não podia deixar de se perguntar o que estava
por baixo de sua fachada dura, resistente, invulnerável, que o poderia
ser um dia de sensível.
- Eles estão fazendo os bastões de caramelos na cozinha. – Seu
hálito era uma brisa quente, doce de menta contra seus lábios. - Eu
comi alguns pedaços
- Você gosta de doces? - ela perguntou insegura.
- No geral, não. Mas, sou aficionado pelo de menta. - Ele desceu
um degrau, e convenceu-a a seguir.
- A peruca, - protestou Hannah, embora ela desceu com ele.
- O que? - Rafe seguiu seu olhar, viu a peruca de seu pai,
pendurada em um galho e fez um nó garganta. Fez uma pausa na
subida, e inclinou a cabeça para o ombro de Hannah e lutou para
reprimir uma gargalhada que ameaçava derrubar ambos da escada. - É
o que estava tentando alcançar? Bom Deus. - Ele a estabilizou com
uma das mãos quando ela estava à procura de equilíbrio. -Deixando de
lado a questão de como chegou lá primeiro lugar, por que correr o
risco de quebrar o pescoço por um pedaço de pêlo morto?
- Eu queria evitar a vergonha de seu pai.
- Que uma alma doce, - ele disse suavemente.
135
Temendo que zombava dela, Hannah se retorceu ao redor dele.
Mas, ele estava sorrindo, acariciando-a com os olhos, sua expressão
deu origem a uma série de agitações quentes em seu estômago.
- Hannah, a única forma de evitar a vergonha do meu pai é
manter longe dele essa peruca.
- É muito lisonjeiro - ela admitiu. - Alguém lhe disse?
- Sim, mas ele se recusa a aceitar o fato de que há duas coisas
que o dinheiro não pode comprar.
- A felicidade e o cabelo real.
- É cabelo real – disse - Ele não pensa que iria crescer por si
mesmo.
Bowman riu e desceu mais um degrau.
- Por que ele não é feliz? - Hannah se atreveu a perguntar.
Rafe examinou a questão por tanto tempo que eles tinham
atingido o chão quando ele respondeu. - Essa é uma questão universal.
Meu pai dedicou sua vida para alcançar o sucesso. E agora ela está
mais rico do que Creso, ainda não se sente satisfeito. Ele é dono de
estábulos completos de cavalos, quadras inteiras cheia de carros, ruas,
todos com os edifícios... E muito mais mulheres que qualquer homem
deveria ter. Tudo o que me leva a crer que nenhuma pessoa ou coisa
será suficiente para ele. E ele nunca será feliz.
136
Uma vez que eles estavam no chão, Hannah virou-se para
enfrentá-lo plenamente, estava de pé somente com as meias em seus
pés. - É esse o seu destino também, Sr. Bowman? - perguntou - Nunca
ser feliz? - Ele desviou o olhar, sua expressão era difícil de interpretar.
- Provavelmente.
- Desculpe - disse ela com cuidado.
Pela primeira vez desde que ela tinha conhecido o Sr. Bowman,
ela parecia não ter palavras. Seu olhar fixo era profundo e escuro e
volátil e ela sentia os dedos dos pés contra o chão desnudo.
Experimentou a sensação de que às vezes ela tinha quando tinha
estado fora no frio e na umidade, e veio com um copo de chá doce...
quando o chá estava tão quente que quase queimava ao beber, e
mesmo a combinação de doçura e queimação era muito deliciosa para
resistir. - Meu avô me disse uma vez, - comentou - que o segredo da
felicidade é simplesmente deixar de buscá-la.
Rafe continuou olhando fixamente, como se estivesse
memorizando algo, absorvendo alguma coisa. Ela sentiu um aperto
gostoso entre eles, como se o próprio ar os empurravam juntos.
- É o que a senhorita faz? - ele perguntou com voz rouca. - Não a
busca?
- Sim, eu penso que sim.
137
- Não penso que possa parar. – seu tom era reflexivo - Isto é uma
crença popular entre os americanos, a senhorita sabe. A busca da
felicidade. Está na nossa Declaração de Independência, como um fato.
- Então, eu suponho que tem que obedecê-la. Ainda que penso
que seja uma lei idiota. – Um rápido sorriso cruzou seu rosto.
- Isso não é uma lei, que é um direito. Bem, independentemente
do que é, o senhor não pode ir buscar a felicidade como se isso fosse
um sapato que a senhor perdeu debaixo da cama. O senhor já a tem?
Somente tem que desejar ser. – Ela fez uma pausa e franziu o cenho. -
Por que o senhor balançou a sua cabeça assim?
- Porque conversar com a senhorita me recorda travesseiros
bordados que sempre colocam nas cadeiras das salas
Ele estava zombando dela novamente. Se ela estivesse usando
um par de botas resistentes, provavelmente teria chutado-o nas
canelas. Depois de olhar para ele com uma careta, virou-se para
procurar seus sapatos descartados. Percebendo o que ela ia fazer,
Bowman inclinou para pegar seus sapatos. Em um movimento rápido,
ele se ajoelhou no chão, na sua extensão coxas. - Deixe-me ajudar.
Hannah estendeu seu pé, e ele colocou o sapato nele com
cuidado. Ela sentiu o leve toque de seus dedos em seu tornozelo, o
fogo suave que correu nervo a nervo, até parecia que todo o seu corpo
foi aceso. Sua boca ficou seca. Ela olhou para baixo ao grande palmo
de seus ombros, a forma como seu cabelo liso caia, a forma de sua
138
cabeça. Ele abaixou o pé no chão e alcançou o outro. Se surpreendeu
ao sentir a suavidade de seu toque. Não tinha pensado que um homem
tão grande podia ser tão suave.
Ele colocou o sapato em seu pé, e descobriu que a borda superior
da parte de cima do couro havia dobrado na parte de trás, e virou o
polegar na parte interna do calcanhar para ajustá-la.
Nesse momento algumas pessoas entraram na sala. O som das
mulheres de repente cessou abruptamente.
Lady Westcliff, Hannah olhou para ela com consternação. Como
devia de parecer a cena deles?
- Desculpe - disse a condessa alegremente, dando uma olhada no
seu irmão.
- Estamos interrompendo alguma coisa?
- Não - disse Rafe, pondo-se pé. - Estávamos jogando
Cinderella. Tem o resto da decoração?
- Estão com eles - veio outra voz, e o Sr. Swift e Lord Westcliff
entraram na sala, carregando grandes cestos.
Hannah compreendeu que ela estava no meio de uma reunião
privada. Havia a outra irmã de Bowman a Sra. Swift, Lady St. Vincent
e Annabelle. – Os recrutei todos para a ajudar a terminar a decoração,
- disse Lillian com um sorriso - É uma pena que o Sr. Hunt ainda não
chegou... ele só precisaria de uma escada.
139
- Sou quase tão alto como ele - protestou Bowman.
- Sim, mas você não obedece tão bem.
- Isso depende de quem da as ordens – ele contrapôs. Hannah
quebrou o silêncio constrangedor.
- Eu deveria ir. Desculpe...
Mas, em sua pressa por sair, esqueceu do marco de uma escada
que estava atrás dela. E quando se virou, seus pés se atrapalharam
nela.
Em um movimento rápido de reflexos, Rafe a agarrou antes que
ela pudesse cair, e a puxou contra seu peito sólido. Ela sentiu a flexão
dos músculos do seu poderoso peito sob sua camisa. - Se queria que a
agarrasse - ele sussurrou em tom de brincadeira, - a senhorita só
deveria ter solicitado.
- Rafe Bowman – adverteu Daisy Swift em tom de brincadeira. -
O que é isso? Faz tropeçar as mulheres para ganhar sua atenção?
- Quando meus mais sutis esforços falham, sim.
Hannah se libertou com cuidado.
- A senhorita não tem que sair, Stra. Appleton. Na verdade,
poderia nos dar outro par de mãos.
- Eu não deveria...
140
- Ah, deve ficar!- Lillian disse com entusiasmo e, em seguida
Annabelle participou, e teria sido grosseiro recusar.
- Obrigada, eu vou ficar, - ela disse com um riso vergonhoso. - E
ao contrário do Sr. Bowman, eu obedeço muito bem.
- Perfeito – exclamou Daisy, dando Hannah uma cesta de anjos
de pano.
- A exceção de nós, todos os demais aqui presente gostam de dá-
las.
Esta foi a melhor noite que Rafe tinha passado em muito tempo.
Talvez em sua vida.
Mais duas escadas foram trazidas. Os homens amarraram as
velas nos galhos e fixaram ornamentos onde foram, enquanto as
mulheres passavam as decorações. Insultos amistosos voavam de
frente e para trás, para não mencionar as rajadas de riso que eles
mudavam lembrando de memórias das férias passadas. Subindo na
escada mais alta, Rafe conseguiu arrancar a peruca antes que alguém
mais a visse. Ele trocou um olhar com Hannah, que estava de pé
embaixo. Em segredo, ele deixou cair. Ela pegou-a e empurrou-a
profundamente em uma cesta.
- O que estás pensando? - Lillian exigido.
- No ninho do pássaro, - respondeu Rafe despreocupadamente, e
ouviu Hannah sufocar uma risada.
141
Westcliff serviu um excelente vinho tinto e passou as taças ao
redor, ainda pressionando Hannah quando ela tentou recusar.
- Talvez eu não devesse bebê-lo, - disse ela.
Westcliff a olhou escandalizado – Recusar um Cossart Gordon
28? É um sacrilégio! - Ele sorriu abertamente. - Primeiro, tente tomá-
lo como ele é, Stra. Appleton. E diga-me se a senhorita não pode
descobrir os sabores de bordo, a fruta e a nogueira. Como o poeta
romano Horácio disse certa vez: "O vinho traz à luz os segredos
escondidos da alma."
Hannah riu e tomou um gole de vinho. Seu sabor rico,
requintado trouxe uma expressão de que a sua cara. - Delicioso - ela
admitiu. – Mas, bastante forte. E eu posso ter segredos da alma que
deveriam permanecer ocultos.
Rafe sussurrou para Hannah – Uma taça não derrubará todas as
suas virtudes, para meu grande pesar. Vá em frente e lance algum. -
Ele riu quando ela corou um pouco. Isto era uma coisa boa, ele
pensou, que Hannah não tinha idéia como queria provar o vinho em
seus lábios. E era também afortunado que Hannah parecia não ter
idéia de quanto a desejava. O que o intrigava era que ela não usava
nenhum dos truques habituais que as mulheres empregavam... não...
Nenhuma gota de olhos, nenhum golpes discretos ou caricias, nenhum
comentário sugestivo. Ela se vestia como uma freira em férias, e até
agora ela não tinha tentado uma vez sequer ser impressionado por ele.
142
Então o diabo sabia que havia inspirado toda esta luxúria. E isto
não era o tipo comum da luxúria, era... temperada com alguma coisa.
Isto era um calor estável, implacável, como a luz do sol forte, que
enchia cada parte dele. Isto o fazia quase ficar tonto. Parecia mais
como uma doença, se pensava nisso. Quando terminou o vinho e a
decoração continuou, o espaço era preenchido com risos,
especialmente quando Lillian e Daisy e tentaram cantar alguns versos
de uma canção. - Se o som é produzido por um par de pássaros - Rafe
disse às suas irmãs, - eu vou atirar de uma só vez para acabar com sua
dor.
- Bom você canta como um elefante ferido - replicou Daisy.
- Ela está mentindo - Rafe disse a Hannah, que inseria os enfeites
embaixo.
- O senhor não canta mal? - perguntou ela.
- Eu não canto nada.
- Por que não?
- Se você não fizer algo bem, não deve fazer.
- Não concordo - protestou ela. - Às vezes, o esforço deve ser
feito mesmo que os resultados não sejam perfeitos.
Sorrindo, Rafe desceu das escadas para pegar mais velas, e parou
para olhar diretamente em seus olhos verde-oceano. - Você realmente
acredita nisso?
143
- Sim.
- A desafio, então.
- O senhor está me desafiando a quê?
-Cante algo.
- Neste momento? - Hannah sorriu constrangida. - Sozinha?
Consciente de que os outros observavam a interação entre eles,
Rafe assentiu. Ele perguntou se ela iria aceitar o desafio e cantar na
frente de um grupo de pessoas que ela mal conhecia. Não, pensou ele.
Enrubescendo, Hannah protestou, - Eu não posso fazer isso
enquanto o senhor me olha.
Rafe riu. Ele tomou o feixe de cabos e velas, e obedientemente
subiu as escadas. Amarrou uma corda enrolada em volta de uma vela e
começou a amarrá-lo a um ramo. Suas mãos tremeram quando ele
ouviu uma voz doce e suave. Nada distiguida ou de ópera. Somente
voz agradável, encantadoramente feminina, perfeita para canções de
ninar ou canções de Natal. Uma voz que se poderia escutar para toda
uma vida.
“ Here we come a-wassailing (Aqui chegamos a um
brinde)
Among the leaves so green (Entre folhas tão verdes)
Here we come a-wand’ring (Aqui chegamos uma varinha de
condão)
144
So fair to be seen. (Então justo para ser vista)
Love and joy come to you, (Amor e alegria virá para você)
And to you your wassail, too, (E para seu brinde,
também)
And God bless you, and send you (E Deus abençoe, e dar a
você)
A Happy New Year, (Um Feliz Ano Novo,)
And God send you a Happy New Year. (E Deus dê a você
um Feliz Ano Novo.)
Rafe escutava, apenas consciente das duas ou três velas que ser
romperam com o aperto de seu punho. Isso era malditamente ridículo,
ele pensou ferozmente. Se ela se fizesse mais adorável, simpática e
deliciosa, algo que ia acabar morto. Mas, provavelmente seria o seu
coração. Ele manteve seu rosto calmo, mesmo quando ele lutou com
duas verdades irreconciliáveis - ele não poderia tê-la e ele não podia
tê-la. Ele concentrou sua respiração, colocando seus pensamentos em
ordem, removendo a massa de sentimentos indesejados que parecia
derrama-se sobre ele, como ondas do mar.
Finalizando o verso, Hannah procurou Rafe com um sorriso
orgulhoso, enquanto os outros batiam palmas e elogiavam. – Aí teve o
seu desafio, Sr. Bowman. Agora o senhor me deve um.
145
O som de sua risada enviou uma corrente através de seu corpo. E
tomou-lhe todo o seu autocontrole para evitar de terminar encarando-a
como uma cabra com um coração quebrado.
- O Senhor gostaria de cantar para mim? - ela ofereceu
corretamente.
- Por favor, não, - Lillian gritou e Daisy assentiu – nunca lhe
peça, não lhe peça isso!
Rafe desceu da escada e veio ficar de pé ao lado de Hannah. -
Diga-me sua penitência, - disse ele. - Eu sempre pago minhas dívidas.
- Faça-o posar como uma estátua grega – sugeriu Annabelle
- Exija que ele lhe dê u-um elogio encantador – disse Evie.
- Hmmm ... - Hannah olhou para ele pensativa, e disse que a
penitência.
- Tomarei posse de algo do senhor. Algo que leva agora mesmo.
Um lenço, ou uma moeda, talvez.
Sua carteira - Daisy sugeriu alegremente.
Rafe enfiou a mão no bolso das calças, onde uma pequena faca e
algumas moedas tilintaram. E outro objeto, uma pequena figura
metálica de não mais que dois centímetros de altura. Ele
acidentalmente deixou cair na palma da Hannah.
Ela considerou a oferta de perto. - Um soldado de chumbo? - A
maioria da pintura tinha saído, deixando apenas umas partes colorida
146
para indicar a tonalidade original. O soldado de infantaria diminutivo
tinha uma espada presa ao seu lado. Hannah deu-lhe um olhar fixo,
com olhos verdes claros. De alguma forma, ela parecia entender que
havia algum significado secreto no soldadinho de chumbo. Seus dedos
se fecharam para protegê-lo. - É um amuleto de sorte? - ela perguntou.
Rafe sacudiu a cabeça ligeiramente, mal conseguindo respirar
quando sentia-se como se estivesse suspenso entre um sentimento
agradável, de uma forma estranha, de rendição e de dor. Ele quis
voltar-se atrás. E deixá-lo lá no cofre, ainda em sua posse.
- Rafe, - ele olhou a Lillian dizer com uma nota estranha na voz
dela. - Você ainda leva isso? - Após todos esses anos?
- É apenas um velho hábito. Não significa nada. - Quando ele se
afastou de Hannah - Rafe disse secamente, - já é bastante destas
tolices. Vamos terminar a árvore maldita.
Em outro quarto de hora, a decoração toda em cima da árvore e
brilhavam magníficas.
- Imagine se todas as velas estão acesas, - exclamou Annabelle,
vendo a árvore a partir de uma distância.
- Sim, - Westcliff replicou secamente. - Sem mencionar o
grande risco de incêndio em Hampshire.
- Você estava absolutamente no seu direito de escolher uma
árvore tão grande - Annabelle disse Lillian.
147
- Sim, eu acho que... - Lillian apenas uma breve pausa, quando
viu alguém entrar na sala.
Um homem muito alto que só poderia ser Simon Hunt, o marido
de Annabelle. Apesar de ter começado sua carreira trabalhando no
açougue de seu pai, ele tornou-se num dos homens mais poderosos da
Inglaterra, possuindo fundições de locomotivas e uma grande parte
dos negócios da ferrovia. Ele era o amigo mais próximo de Lord
Westcliff, o homem que apreciava espíritos bons e belos cavalos e os
requisitos dos esportes. Mas, isso não era segredo. E não era segredo
que o que mais amava no mundo de Simon Hunt era Annabelle.
- Eu penso que, - Lillian continuou enquanto Hunt andava
silenciosamente por trás Annabelle, - a árvore é perfeita. E penso que
teria uma boa desculpa para ser tão tarde que ele não teve que decorar
nem um maldito ramo.
- Quem? – perguntou Annabelle, enquanto Simon Hunt colocava
as mãos sobre seus olhos e agachava rindo sussurrar algo em seu
ouvido...
A cor tingiu a parte da face de Anabelle que ainda estava
exposta. Percebendo quem estava atrás dela, ela conseguiu puxar as
mãos para passá-las sobre seus lábios, e ela beijou cada uma de suas
mãos. Tranquilamente ela se virou em seus braços, colocando a
cabeça contra seu peito.
148
- Eu ainda estou coberto de poeira da viagem, - Hunt disse
abruptamente. – Mas, eu não podia esperar mais um segundo para te
ver.
Annabelle balançou a cabeça, os braços em volta de seu pescoço.
O momento era tão espontâneo e apaixonado que se fez um silêncio
vagamente embaraçoso pelo resto da sala. Depois de beijar a esposa,
Hunt olhou por cima da cabeça, com um sorriso e estendeu a mão para
Westcliff. - É bom estar aqui por fim - disse ele. - É muita coisa para
fazer em Londres, e eu abandonei um monte de coisas sem fazer.
- Sua presença tem sido requerida, - disse o conde, abanando a
mão com firmeza. Annabelle ainda segurando o braço, Hunt
cumprimentou o resto deles cordialmente.
- St. Vicent ainda está longe? – Hunt perguntou Evie, e ela
assentiu a cabeça. – Alguma palavra sobre a saúde do Duque?
- Infelizmente, não.
Hunt olhou para ela de forma compreensiva. - Tenho certeza
que St. Vicent vai estar aqui em breve.
- E ela está entre amigos que a amam - Lillian disse, colocando o
braço sobre os ombros de Evie.
- E não é um vinho muito bom - Evie disse com uma risada.
- Quer uma taça, Hunt? - Westcliff perguntou, indicando a
bandeja sobre uma mesa próxima.
149
- Obrigado, mas não, - disse Hunt agradavelmente, puxando o
braço de Annabelle.
- Se os senhores nos desculpem, tenho algumas coisas para falar
com minha esposa.
- E sem esperar resposta, ele arrastou Annabelle pelo salão com
uma pressa que sem dúvida todos sabiam o que iria acontecer.
- Sim, tenho a certeza que eles causariam uma tempestade, -
disse Rafe, e estremeceu quando Lillian cutucou nas costelas.
CAPÍTULO 10
Cada um dos quartos da mansão estava ocupado antes do jantar.
Alguns convidados jogavam cartas, outros se reuniram em torno do
piano na sala de música e cantavam, mas o maior grupo de convidados
encontravam-se no salão jogando charadas. Seus gritos e risadas
ecoavam pelos corredores.
Hannah observou as charadas por um momento, apreciando as
travessuras das equipes concorrentes, representando as palavras e
frases, enquanto outros gritaram suas perguntas. Deu-se conta que
Rafe Bowman e Natalie estavam sentados juntos, sorrindo e
compartilhando piadas privadas. Eles faziam um casal excepcional,
150
um, tão moreno, outra, tão loira, ambos tão jovens e atraentes.
Contemplá-los fez Hannah sentir-se particularmente mal humorada.
Sentiu-se aliviada quando o relógio de pé do canto marcou uma
sete e quarenta cinco. Saindo silenciosamente da habitação, caminhou
pelo corredor. Era um alívio estar fora do salão lotado e não tinha que
sorrir quando não queria, assim deu um grande suspiro e se apoiou
contra a parede com os olhos fechados.
- Stra. Appleton?
Hannah abriu os olhos. Lilian, Lady Westcliff a havia seguido
quando ela saiu do salão.
- Estava um pouco concorrido lá dentro, não é? - A Condessa
disse com simpatia acolhedora.
Hannah assentiu com a cabeça - Eu me perdi nas conversações
numerosas.
- Eu também, - Lilian confidenciou - Meu maior prazer é para
relaxar com um pequeno grupo de amigos, ou melhor ainda, ficar a
sós com meu marido e minha filha. Ia até a biblioteca ler para as
crianças, não é?
- Sim, milady.
- Isso é muito bonito de sua parte. Ouvi dizer todos apreciaram
muito ontem à noite. – Poderia acompanhá-la a biblioteca?
- Sim, milady. Desfrutaria de sua companhia.
151
Lilian a surpreendeu quando a pegou pelo braço como se fossem
irmãs ou amigas íntimas. Começaram a caminhar lentamente pelo
corredor. – Stra. Appleton, eu... Caramba! Odeio estas formalidades.
- Posso usar o seu nome de batismo?
- Será uma honra que me chame pelo meu primeiro nome,
milady, mas não posso fazer o mesmo. Não seria apropriado.
Lilian deu-lhe um olhar triste – Está bem, então, Hannah. Tenho
estado toda a noite querendo falar contigo, é algo muito particular que
queria discutir. E, provavelmente não deveria dizer nada, mas eu fazê-
lo, senão, não poderei dormir.
Hannah estava aturdida. Por não dizer fanaticamente curiosa. –
Milady?
- Aquela prenda que você aceitou do meu irmão hoje...
Hannah empalideceu um pouco - Fiz algo errado? Sinto muito.
Nunca deveria ter...
- Não. Não. Nem isso. Você não fez nada errado. É que, o que te
deu meu irmão eu achei tão... bem, surpreendente.
- O soldado de brinquedo? - Hannah sussurou - por que é tão
surpreendente? - Não era tão incomum. Muitos homens levam
pequenos presentes com eles, como alguns guarda-cabelos de algumas
amadas, amuletos, ou coisas como moedas e medalhas.
152
- Aquele soldadinho pertence a um jogo que Rafe tinha quando
era pequeno. Você já conheceu meu pai, por isso não te surpreenderá
saber que ele era muito rigoroso com seus filhos. Pelo menos quando
ele estava com a gente, graças a Deus isso não ocorria com frequência.
Mas meu pai sempre teve expectativas irracionais com meus irmãos,
especialmente com Rafe, porque é o maior. Meu pai queria que Rafe
triunfasse em tudo, por isso o punido severamente se ele era o
segundo. Mas, ao mesmo tempo, meu pai não queria ofuscado, assim
ele aproveitou cada oportunidade para envergonhar ou degradar Rafe
quando ele era o melhor.
- Oh - Hannah disse suavemente, cheia de simpatia para com o
menino que Rafe tinha sido - Sua mãe não fez nada para mediar?
Lillian fez um som de escárnio, - Ela sempre foi uma criatura
boba que preocupava-se sobre tudo por festas e o status social. Tenho
certeza que gastava mais em seus vestidos e jóias que em um de seus
filhos. Assim, quando meu pai resolvia, minha mãe era mais do que
serviçal em atendê-lo, sempre que ele pagara as contas.
Após um momento de pausa, o tom de desprezo se desvaneceu
do tom de Lillian, sendo substituído pela melancolia.
- Raramente víamos Rafe, porque meu pai queria que fosse uma
criança séria e estudiosa, nunca permitiu brincar com outras crianças.
Ele estava sempre com os professores, estudando, praticando esportes
ou montando cavalos... mas, jamais o permitiu um momento de
liberdade. Uma das poucas vias de escape de Rafe era aquele jogo de
153
soldados, fazia batalhas e escaramuças tinham com eles, e quando
estudava, colocava-los em linha reta em sua mesa para lhe fazer
companhia. Um sorriso cruzou os lábios. - E Rafe vagava pela noite.
Eu costumava o ouvir andando sigilosamente pelo corredor, e sabia
que ele estava embaixo ou fora, com a chance de respirar livremente.
A condessa parou quando eles estavam perto da biblioteca. –
Vamos parar um instante. Ainda não são oito horas, e tenho certeza
que as crianças ainda estão se reunindo.
Hannah assentiu em silêncio.
- Uma noite, - continuou Lillian - Daisy estava doente, e a
mandaram para a enfermaria. Tive que dormir em outro quarto, no
caso de a febre fosse contagiosa. Estava com medo por minha irmã e
eu acordei chorando no meio da noite. Rafe me ouviu e veio perguntar
o que estava errado. Eu lhe disse que estava preocupada com Daisy e
que tivera um pesadelo horrível. Então Rafe foi em seu quarto, pegou
um de seus soldados. Um Infante. Rafe o colocou na minha mesa de
cabeceira e disse - "Este é mais valente e incondicional de todos os
meus homens. Ele vai ficar de guarda durante toda a noite e vai tirar
todas as suas preocupações e sonhos maus.”- A condessa sorriu
ausente. - E funcionou.
- Que adorável! - Hannah disse suavemente. – Assim que esse é
o significado do soldadinho?
154
- Bem, não inteiramente. Veja... – Lillian respirou fundo, como
se tivesse dificuldades para continuar. - Poucos dias depois, o tutor
disse a meu pai que acreditava que os soldadinhos distraiam Rafe de
seus estudos. Assim que meu pai se livrou de todos eles. Para sempre.
Rafe nunca derramou uma lágrima, mas eu vi algo terrível em seus
olhos, como se algo dentro dele havia sido destruída. Agarrei o infante
de minha mesa de cabeceira e entreguei a ele. O único soldadinho que
foi salvo. E penso... - Ela engoliu com dificuldade e uma película de
lágrimas apareceu em seus olhos castanhos escuros. – Penso que o
levava consigo todos esses anos como se fosse parte de seu coração
que ele quisesse manter a salvo.
Hannah não estava consciente das suas próprias lágrimas, até
que sentiu que se deslizavam por suas bochechas. Ela as limpou
rapidamente, secando-as com sua manga. Doía-lhe a garganta, e
quando falou, sua voz era rouca - Por que deu-o a mim?
A condessa parecia estranhamente aliviada ou tranqüilizada, dos
sinais de sua emoção. - Eu não sei Hannah, você tem que encontrar o
significado disto, mas uma coisa eu digo: Não é um gesto casual.
Após arrumar-se, Hannah entrou na biblioteca em uma nuvem de
confusão. As crianças estavam todas lá, sentada no chão, comendo
biscoitos de açúcar e leite quente. Um sorriso puxou seus os lábios de
Hannah quando ela viu mais crianças apinhadas debaixo da mesa da
biblioteca como se fosse um forte.
155
Sentando-se em uma cadeira grande, cerimoniosamente abriu o
livro, mas antes que ela pudesse ler a primeira palavra, um prato de
biscoitos foi colocado em seu colo, e ofereceram uma xícara de leite e
uma das meninas colocou uma coroa de papel de prata na cabeça.
Depois de comer um biscoito, e suportar um ou dois minutos de
escândalo, Hannah silenciou as crianças risonhas e começou a ler:
"Eu sou o Fantasma do Natal Presente", disse o Espírito:
"Contempla-me"
Quando Scrooge começou sua jornada com o segundo Espírito e
visitou a casa humilde, mas feliz dos Cratchits,...
Hannah foi consciente da forma fina e escura de Rafe entrando
na sala. Ele foi para um canto nas sombras e ficou ali de pé,
observando e ouvindo. Hannah fez uma pausa e olhou para trás.
Sentiu um angustioso aperto doloroso no coração, uma onda de
necessidade premente, e a sensação de notável estupidez notável por
estar com uma coroa de papel na cabeça. Não tinha ideia de porque
Bowman tinham vindo para ouvir a próxima parte da história sem
Natalie. Ou porque simplesmente estava na mesma sala que ele fez o
seu coração bater estrondosamente como um tear mecânico, mas isso
levou à conclusão de que ele não era o libertino sem coração e
mimado que ela tinha pensado que era. Não completamente, ao
menos. E, se isso era verdade... Teria direito de se opor ao casamento
com Natalie?
156
Durante os dois dias seguintes Hannah procurou uma
oportunidade para devolver a Rafe Bowman o soldadinho de chumbo,
mas com a casa tão cheia e o Natal se aproximando, a privacidade era
um bem muito escasso. Parecia que o namoro de Natalie e Rafe
Bowman transcorria sem problemas: eles dançavam juntos, passeavam
e ele virava as páginas do repertório de Natalie, quando ela tocava
piano. Hannah tentou ser discreta, mantendo uma maior distância
possível, ficando em silêncio quando ela tinha que se fazer de
acompanhante.
Parecia que Bowman estava fazendo um esforço para refrear-se
em rondar Hannah, não a ignorando, mas não mostrando uma atenção
especial nela. Seu interesse inicial por ela havia desaparecido, o que
não foi uma surpresa. Ele tinha a beleza dourada de Natalie
balançando diante dele, juntamente com a certeza de poder e riqueza
obteria se casasse com ela.
- Eu gosto – Natalie disse em particular, seus olhos azuis
brilhavam de excitação - ele é muito inteligente e engraçado, dança
divinamente e creio que eu nunca conheci um homem que beijou tão
bem quanto ele.
- Sr. Bowman te beijou? - Hannah perguntou, lutando para não
levantar a voz.
- Sim - Natalie sorriu maliciosamente. - Praticamente me
encurralou no terraço exterior, ele riu e beijou-me sob as estrelas. Sem
dúvida vai me perguntar se eu quero me casar com ele. Gostaria de
157
saber quando e como. Espero que ele faça à noite. Eu adoro receber
pedido de matrimonio a meia-noite.
Hannah ajudou Natalie a por um vestido de inverno de lã azul-
claro, eram saias pesadas e de pregas e o casaco combinando com
capuz de recortes de pele branca. Os convidados correram para
passeio de trenó na parte da tarde, viajando através da neve recém-
caída para uma fazenda em Winchester para um jantar e uma festa de
patinação.
- Se o tempo está claro, - Natalie disse – Iremos para casa
debaixo das estrelas. Você pode imaginar nada mais romântico,
Hannah? Tem certeza que você não vai vir?
- Muito segura, eu quero sentar à lareira e ler a minha carta do
Sr. Clark.
A carta foi entregue no início da manhã e Hannah estava ansiosa
para a ler em privado. Além disso, a última coisa que queria ver era
Natalie e Rafe Bowman e aninhando-se debaixo de um cobertor em
um long e frio passeio no trenó
- Desejaria que viesse para a festa do trenó - Natalie insistiu.
- Não é só porque vai se divertir, mas sim, porque, fazer-me o
favor de fazer companhia ao Lord Travers e entretê-lo. Parece que
toda vez que estou com o senhor Bowman, Travers tenta interferir. É
terrivelmente irritante.
- Acho que lhe gosta Lord Travers.
158
- Eu sei, mas é tão reticente, me deixa louca.
- Talvez se te monopolize, como fez o Sr.Bowman...
- Eu tentei, mas nada fez Travers. Ele diz que me respeita. –
franzindo o cenho, Natalie foi com seus pais e o Sr. Bowman ao
passeio de trenó. Uma vez que o trenó partiu, os cascos dos cavalos
pisotearam a neve e gelo, os sinos tilintavam nos flanges, a mansão e
os ficaram em paz. Hannah caminhou lentamente pela mansão,
apreciando a serenidade dos quartos vazios. Os únicos sons ouvidos
que se escutava eram as conversas distantes e apagadas dos criados.
Sem dúvida, eles também estavam muito satisfeitos de que os
convidados haviam deixado durante o resto do dia e da noite.
Hannah chegou na biblioteca, que estava vazia e convidativa, o
ar ligeiramente picante, com aromas de pergaminho e couro. A luz do
fogo lançado uma onda de calor na sala. Sentada em uma cadeira
perto do fogo, Hannah tirou os sapatos e colocou um pé abaixo dela.
Pegou a carta de Samuel Clark em seu bolso, quebrou o selo, e sorriu
para sua caligrafia familiar. Clark era fácil imaginar escrevendo esta
carta, seu rosto calmo e pensativo, com os cabelos loiros um pouco
desalinhados curvado sobre a mesa. Ele me perguntou sobre sua saúde
dos Blandford, e desejava-lhe felizes festas. Ele começou a descrever
a sua mais recente descoberta no campo das características herdadas
descrita pelo biólogo francês Lamarck, e como esmagava as próprias
teorias de Clark sobre a informação importante podia ser armazenada
no tecido do cérebro em si, contribuindo assim para a futura adaptação
159
das espécies. Como de costume, Hannah só entendia metade disto...
ele poderia explicar isso mais tarde para que ela pudesse compreender
mais facilmente.
“Como vê - ele escreveu - eu preciso de uma boa companhia e
sensata. Se a senhorita só estivesse aqui para ouvir os meus
pensamentos e se os pudesse explicar, poderia ordená-los com mais
precisão. É em momentos como estes, na sua ausência, quando eu
percebo que não posso fazer nada quando a senhorita não está, minha
querida Stra. Appleton. Tudo parece errado.
Eu tenho a mais carinhosa esperança que quando a senhorita
regressar, poderemos organizar nossos assuntos mais pessoais.
Durante o transcurso de nosso trabalho, conheceu o meu caráter e meu
temperamento. Tenho poucos encantos. Eu sei. Mas as senhorita tem
muitos, querida minha, assim que, creio que os seus compensarão a
minha falta. Espero que dê-me a honra de converter-se em minha
parceira, companheira e minha esposa...”
Havia mais, mas Hannah dobrou a carta e olhou para o fogo. A
resposta teria que ser sim, claro.
Isto é o que você queria, ela disse a si mesma. Uma oferta
honrável de um homem educado e decente. A vida poderia ser
interessante e gratificante. Ninguém melhor para ela que ser a esposa
de um homem brilhante, para conhecer as pessoas nos círculos mais
educados.
160
Por que, então, estava tão desanimada?
- Por que você está franzindo o cenho? - Hannah ficou surpresa
ao ouvir uma voz da porta da biblioteca.
Seus olhos se arregalaram quando olhou para Rafe Bowman de
pé ali com sua habitual postura descuidada, uma perna ligeiramente
dobrada contra a moldura da porta. Estava em um estado preocupante
de desalinhamento, o colete estava desabotoada, sua camisa sem
colarinho aberto sobre sua garganta, sem gravata. De alguma forma, o
distúrbio só fez mais considerável, ressaltando a sua relaxada
vitalidade, que ela achou perturbadora.
- Eu... eu... Por que está andando meio vestido? - Hannah não
pôde deixar de perguntar
Um de seus ombros encolheu em um movimento lento, -
Ninguém aqui.
- Eu estou aqui.
- Porque não está no passeio de trenó?
- Queria um pouco de paz e privacidade. Porque não está o
senhor no passeio de trenó? Natalie ficará desapontada, ela estava
esperando.
- Sim, eu sei - disse Rafe, sem sombra de remorsos - mas estou
cansado de ser observado como um bicho debaixo de uma grande
161
lente. E o mais importante, tenho assuntos de negócios para discutir
com meu cunhado, que também ficou.
- O Sr. Swift?
- Sim, queremos fazer contratos com a companhia britânica de
química pesada para o fornecimento de ácido sulfúrico e refrigerante.
Então, poderemos introduzir o tema fascinante da produção de óleo de
palma. - Ele entrou na sala, de mãos nos bolsos.
- Nós concordamos que, eventualmente, necessitamos cultivar
nossa fonte de receitas com o estabelecimento de uma plantação de
coqueiros. - Suas sobrancelhas se alcançaram.
- Gostaria de ir ao Congo comigo?
Ela olhou diretamente para seus olhos brilhantes.
- Eu não iria com o senhor nem no final da estrada, Sr. Bowman.
Ele riu baixinho, seu olhar se alargou até onde ela estava
olhando.
- A senhorita não respondeu minha primeira pergunta - Por que
estava franzindo o cenho?
- Oh, não é nada - Hannah se deslocou nervosamente no bolso de
suas saias – Sr. Bowman. Tenho que devolvê-lo isto. Pegando o
soldadinho, ela estendeu a mão. - Deveria tê-lo. Creio... duvido, que o
senhor tenha que lutar muitas batalhas juntos, ele e o senhor.
162
Não lhe servia de ajuda estar olhando sua garganta, onde a pele
luzia macia e dourada. Um pouco mais abaixo, uma sombra de pêlos,
onde o colarinho aberto de sua camisa terminava. Uma sensação
pouco familiar de calor crescia desde seu estomago. Arrastando seu
olhar para cima, ela olhou dentro de seus olhos tão escuros e ricos
como especiarias exóticas.
- Se me devolve ele – perguntou – Eu sigo lhe devendo uma
prenda?
Um sorriso lutou para aparecer, mas apenas aflorou. Não estou
segura. Não o tinha considerado.
Bowman estendeu a mão, mas em vez de tomar o soldadinho da
sua, fechou a mão sobre a dela, prendendo o metal frio em sua palma.
Seu polegar se moveu movido em uma doce carícia sobre as costas de
sua mão. O toque provocou que ela começasse a respirar de forma
rápida e profundamente. Seus dedos moveram-se acima para fechar
em torno de seu pulso, arrastando-a até ele. Sua cabeça inclinou até
ver a carta que ainda agarrava em seus dedos. - O que é isso? - Ele
perguntou rapidamente - O que te preocupa? Problemas em casa?
Hannah deu um ligeiro e enérgico movimento de cabeça e forçou
um sorriso: -Oh, nada me preocupa. Recebi muito boas notícias
Estou... estou feliz –
Rafe deu-lhe um olhar irônico, tendencioso – Já vejo.
163
- O Sr. Clark quer se casar comigo – escapou dela. - Por alguma
razão, dizê-lo alto a fez sentir uma onda de frio de pânico sobre ela.
Seus olhos se estreitaram. – Clark a propôs por uma carta? Tem
problemas para vir aqui e perguntá-la pessoalmente?
Embora tenha sido uma pergunta muito racional, ela colocou-se
na defensiva. – Penso que muito romântico. É uma carta de amor.
- Posso vê-la?
Ela revirou os olhos - O que faz pensar que eu vou ensinar algo
tão pessoal e...? - Ela fez um pequeno som de angústia quando ele
pegou a carta de seus dedos nervosos, mas não tinha intenção de
devolvê-la.
A face de Rafe era inexpressiva, enquanto observava as linhas
cuidadosamente escritas – Isso não é uma carta de amor - murmurou,
lançando a carta desdenhosamente ao chão. - Isto é um maldito estudo
científico.
- Como se atreve? - Hannah se abaixou para pegar a carta, mas
ele não deixou, o soldadinho caiu rodando pelo tapete branco quando
Rafe a agarrou pelos cotovelos.
- Não o está considerando, verdade? Com essa fria, patética
desculpa para lhe pedir em matrimonio?
164
- Claro que eu estou fazendo. - Sua raiva explodiu sem nenhum
aviso, alimentada por um desejo profundo e traiçoeiro. - Ele é tudo o
que você não é, é amável, honroso, cavalheiro...
- Não te ama. Nunca o fará.
Isso a feriu. Na verdade, a pena a dobrou e redobrou até que
Hannah apenas podia respirar. Se contorceu dentro com raiva. – Pensa
que por ser pobre e comum, ninguém como o Sr. Clark pode me amar.
Mas está errado. Ele se...
- Corrente? Está louca? Você é a garota mais loucamente
deliciosa que nunca conheci e, se eu fosse Clark, faria muito mais, que
acariciar seu crânio, de fato...
- Não zombe de mim!
- Te haveria seduzido dez vezes - ele deliberadamente pisou na
carta. - Não mintas para mim e para ti mesma. Tu não és feliz. Tu não
o queres. Te conformas com isso porque não queres correr o risco de
se tornar uma solteirona.
- Isso é uma excelente acusação vindo de ti, hipócrita!
- Não sou um hipócrita. Estou sendo honesto com todo o mundo,
incluindo Natalie. Não pretendo me apaixonar. Não pretendo amar a
ela da forma que amo a ti.
Hannah ficou imóvel, olhando para ele em silêncio atordoado.
Assim que o tinha admitido...
165
Deu-se conta que estava respirando muito rápido, como ele. Seus
dedos se enroscaram em suas mangas, contra os braços fortes e
musculosos. Não tinha certeza se com seu aperto se esforçava para
mantê-lo próximo ou afastá-lo.
- Diz que está apaixonada por ele. - Bowman disse.
Hannah não conseguia falar.
Com mais suave insistência. - Então me diga que o deseja. Tu
podes sentir que isso é muito para ele, ao menos.
Um calafrio correu através dela, se espalhando até as pontas dos
dedos das mãos e dos pés. Respirou mais profundamente quanto podia
e foi capaz de dar uma resposta suave. - Não sei.
Sua expressão mudou, um estranho meio sorriso apareceu em
seus lábios, seus olhos quentes e predadores - Não sabe como dizer se
deseja um homem, querida? Eu posso ajudar com isso.
- Esse tipo de ajuda. - Hannah disse bruscamente, - Não a
necessito - Enrijeceu quando ele se aproximou, suas mãos grandes
escorregou de seus pulsos para agarrar seus braços. Seu pulso se
voltou selvagem, o calor invadindo cada parte dela.
Ele se inclinou para beijá-la. Ela fez uma tímida tentativa de
libertar-se, causando que sua boca capturasse sua bochecha. Rafe não
parecia notar. Parecia disposto a beijar cada parte que ele pudesse
alcançar, suas bochechas, queixo, mandíbula, lóbulo da orelha.
Hannah ficou quieta, sentindo-se como os beijos se deslizavam e
166
viajavam por todo seu rosto queimando. Fechou os olhos e sentiu
como ele capturou os lábios dela com os ele. Outro suave, inclinado
roce, e outro e, finalmente, fechou os lábios nos dela, seguro e
profundamente.
O sabor de sua língua, procurando lentamente, e uma voluptuosa
sensação eliminou todos os vestígios de pensamento ou da razão. Um
braço a rodeou, e sua cabeça girou e beijou-a com mais urgência. Sua
mão livre acariciava sua mandíbula, mexendo e agarrando seu rosto.
Retirou-se apenas para jogar com ela, a carícia febril de sua boca
persuadindo-a com sua franqueza, lambendo seu vulnerável fogo.
O tremor ficou pior, um insidioso e comovedor prazer a
dissolveu como se fosse açúcar. Quando ele tentou aliviá-la, as partes
moles de seu corpo começaram a latejar debaixo de suas roupas, todas
as laços e costuras colavam e aprisionavam-na com uma tensão
enlouquecedora. Ela lutou um pouco, roçando as restrições artificiais.
Ele pareceu compreender. Os lábios se afastaram, sua respiração
quente ventilando na curva da orelha dela, enquanto seus dedos foram
para o corpete. Ela ouviu seu próprio gemido de alívio quando ela
sentiu-o lentamente em seu pescoço e seus sussurros tranqüilizantes
que lhe que ele iria cuidar dela, que nunca iria machucá-la, ela relaxou
e confiou nele, relaxou... completamente quando sua mão moveu
furtivamente ao longo da frente, devagar e marcadamente.
Ele a beijou novamente, um toque quente e aveludado que fez
seus joelhos não pudesse a sustentar, mas o lento colapso não ocorreu,
167
ele abraçou-a e baixou com segurança para o chão acarpetado.
Encontrou-se deitada enquanto ele se ajoelhou no meio das muitas
rugas em seu vestido. Suas roupas caíram em um distúrbio
desconcertante, botões desfeitos e as saias levantadas. Ela fez uma
tentativa impressionante para corrigir algo, para cobrir algo, mas
como beijá-la tornou impossível pensar. Ele inclinou-se delicadamente
em cima, seu braço era um duro suporte por trás de seu pescoço.
Relaxou sem poder fazer nada, enquanto sua travessa boca pegava a
dela uma e outra vez saboreando-a.
- A mais doce pele... - ele sussurrou, beijando-a na garganta,
facilitando a abertura de seu corpete.
- Deixe-me ver-te, Hannah, amor... - Abaixou o decote da blusa,
expondo um pálido seio que estava subindo no inteiro e alto sobre seu
corset. Então, foi quando Hannah compreendeu que ela estava no chão
com ele, e ele estava descobrindo partes dela que nenhum homem
havia tinha visto antes.
- Espera. Não deves. Não deves. - Mas seu protesto foi
silenciado quando ele inclinou-se sobre a forma suave, seus lábios
fechando-se sobre ela, sobre seu mamilo tenso. Sua garganta
murmurou um suspiro baixo quando sua língua deslizou em toques
aveludados e rudes.
- Rafe. - ela suspirou, a primeira vez que dizia o nome dele, ele
liberou uma respiração irregular no vale de seus seios.
168
Sua voz era rouca e profunda, - eu queria fazer isso desde a
primeira vez que eu te conheci. Observava-te sentada com essa
pequena xícara de chá na mão, e não pude deixar de pensar como seria
você sentar com o copinho de chá na mão, e eu não pude deixar de
pensar como seria aqui... e aqui... - ele chupou cada seio enquanto o
dizia, suas mãos deslizando ao longo de seu retorcido corpo.
- Rafe - ela engasgou - Por favor, eu não posso...
- Não, não há ninguém aqui - sussurrou contra sua carne
palpitante. - Ninguém vai saber, querida... Deixe-me tocar você.
Deixe-me ensinar-te como se sente alguém quando te deseja como eu
a desejo...
E ele esperou por sua resposta, respiração contra a pele trêmula,
a mão quente cobria seu peito. Não podia ficar quieta, seus joelhos
flexionados e os quadris elevados em resposta a de um profundo e
exigente impulso. Estava repleta com a doçura, a vergonha e a
necessidade. Ela nunca o teria. Sabia disso. Sua vida transcorria por
caminhos fora dos dela. Ele era proibido. Talvez essa fosse a razão de
sua imprudente atração.
Antes que ela percebesse, ele abaixou a cabeça e a guiou para
ela. Ele respondeu imediatamente, levando sua boca em um beijo
deslumbrante e acossador. Suas mãos se colocaram debaixo de sua
roupa, à procura de sua pele pálida, acariciando de forma que lhe
provocava calafrios. Um soluço escapou dela quando ela se sentiu
puxando as fitas de sua roupa íntima. Ele tocou seu estômago tenso,
169
fazendo um círculo com seu dedo ao redor de seu umbigo. Suas mãos
deslizaram para baixo, para os cachos macios cobrindo seu sexo,
abrindo gentilmente suas coxas. Sentiu-se acariciada, manuseada,
ligeiramente aberta, o seu toque cuidadoso e inteligente como se
estivesse desenhando uma figura em uma janela congelada, exceto que
a superfície que tocava com as pontas dos dedos não era vidro fosco
gelado, sim a pele macia, viva, pulsante e queimando com desespero.
Lançou um borrado vislumbre de seu rosto escuro sobre ela, sua
expressão estava brilhando com a luxúria. Ele jogou com ela, parecia
que ele saboreava sua agitação, sua própria cor subia inflamando. Ela
apertou-se contra ele, arqueando seus quadris, lábios entreabertos em
uma suplica silenciosa. Um de seus dedos entrou nela, e ela gritou em
choque.
Seu toque se retirou, o molhado dedo fazendo círculos astutos e
persistentes ao redor do doloroso pico do seu sexo. Ele abriu-lhe as
pernas de forma mais ampla e beijou as pontas de seus seios. Seu
sussurro contra a pele queimada. - Se quiser que te tome agora,
Hannah, você vai deixar-me, verdade? Deseja-me que entre em ti, que
ter preencha.... Se você quer dizer-me que entre em você e acalme...
O que diz, carinho? - Ele começou uma suave e tortuosa massagem. -
Diga - murmurou - Diga.
- Sim. - Ela agarrou-o a cegas, sua respiração tinha se
transformado em soluços. – Sim.
170
Rafe sorriu, seu olhar provocativo. - Então, aqui tem sua prenda,
carinho.
Ele agarrou-a em um ritmo rápido e ágil, cobrindo a boca com a
sua com a dele, para absorver seus soluços. Ele sabia exatamente o
que estava fazendo, seus dedos estavam seguros e sedutores. Parecia
que ela ia morrer por excesso de libertação. Ela se agarrou e
estremeceu contra ele, quando o prazer começou a se acalmar, e subir,
ganhando poder e força, até que ela se sentiu indefesa, consumida e
destruída.
Abaixou-a lentamente, beijando e acariciando seu corpo
tremendo. Seu dedo voltou a entrar outra vez, desta vez deslizando
facilmente em sua umidade. A sensação de seus músculos íntimos
aprisionando-o firmemente, parecia causar-lhe dor. Ela levantou-se
instintivamente e ele gemeu e retirou o dedo, deixando-lhe sua
inchada carne apertando o vazio.
O rosto de Rafe estava duro e cheio de suor quando ele colocou
suas mãos sobre ela. Ele a olhou sem ocultar sua raiva. Seus olhos se
estreitaram, seu peito pesado. Suas mãos tremiam quando ele alcançou
os ganchos do seu espartilho, botões de seu vestido, sua roupa de
interior desfeita. Mas até que um de seus dedos tocou sua pele quente,
e ele afastou as mãos abruptamente e sentou-se - Não posso - disse ele
com voz rouca.
- Não pode o que? – ela sussurrou
171
- Não posso te ajudar com as suas roupas. - A respiração
trêmula. - Se te toco de novo... não poderei parar até que esteja nua.
Encarando-o acima tonta, Hannah compreendeu que o prazer, o
alívio só havia sido da parte dela. Ele estava perigosamente excitado,
no limite de seu autocontrole. Ela colocou a camisa sobre os seios nus.
Rafe sacudiu a cabeça, ainda olhando para ela. Sua boca era uma
cruel fatia – Se você quer que Clark te faça as mesmas coisas que eu
te fiz – disse – então vai e case-se com ele.
Ele a deixou ali na biblioteca, como se sua presença ali, um
momento mais pudesse resultar em um desastre para ambos.
CAPÍTULO 11
Na opinião de Evie, a festa do trenó havia sido agradável mais
muito longa. Estava cansada, seus ouvidos ainda apitavam por todo o
ruído e cânticos. Evie havia rido e brincado com o grupo todo, estando
perto de Daisy, cujo marido tinha ficado em casa a discutir os assuntos
de negócios com Rafe Bowman.
- Não se preocupe com nada - Daisy disse alegremente, quando
Evie perguntou se estava desapontada porque Swift não poderia se
juntar a eles. - É melhor deixar Matthew esclarecer seus negócios
172
primeiro e, em logo poderá estar livre para prestar-me toda sua
atenção mais tarde.
- T-trabalha muito? – Evie perguntou com um pouco de
preocupação, sabendo que a empresa dos Bowman em Bristol era um
grande projeto que envolveria muita responsabilidade
- Há dias em que ele trabalha muito. - Daisy respondeu
prosaicamente, - mas outras vezes quando ele está em casa, passamos
todo o dia juntos. - Um sorriso cruzou seu rosto. - Eu adoro estar
casada com ele, Evie. Apesar de tudo ser tão novo... às vezes me
surpreendo ao acordar e encontrar Matthew ao meu lado. - Ela se
aproximou dela e sussurrou - Eu vou lhe contar um segredo, Evie, um
dia eu reclamei que eu tinha lido todos os livros da casa e não havia
nada novo para ler na biblioteca, e Matthew, desafiou-me que eu
tentasse de escrever meu próprio meu próprio livro. Então eu o
comecei. Eu escrevi umas cem páginas.
Evie riu encantada - Daisy - disse ela sussurrando - Você vai se
tornar uma escritora famosa? - Daisy encolheu-se de ombros.
– Não me preocupa se posso ou não publicá-lo. Desfruto
escrevendo-o.
- É um romance respeitável ou mal?
Os olhos castanhos Daisy dançaram maliciosamente. – Evie. Por
que me faz perguntas? É claro que é um romance malvado.
173
De volta ao conforto do seu quarto, em Stony Cross Manor, Evie
se banhou na banheira portátil junto à chaminé, suspirando de alívio
com a sensação de água morna contra seus membros inchados e
doloridos. Montar em trenós, refletiu, era uma daquelas atividades que
sempre soava melhor na teoria que na prática. Os assentos de trenó
eram duros e estavam cheio de pacotes e seus pés tinham se esfriado.
Ouvi uma batidinha na porta e o som de uma pessoa entrando no
quarto. Ela estava protegida por um biombo, Evie recostou-se e olhou
através da janela de madeira.
Uma donzela carregava um balde de metal. - Mais de água
quente, milady? – perguntou-lhe.
- S-sim, por favor.
Com cuidado, a donzela despejou a água no final da banheira
perto do pé da Evie e ela afundou mais profundamente no banho. -
Oh, obrigada.
- Quer que volte com uma panela quente para remover o frio da
cama, milady? - Uma panela cheia de brasas que são passados entre os
lençóis e aquecia a cama antes de dormir. Evie assentiu.
A donzela foi-se e Evie ficou no banho até que o calor
desapareceu. Relutante, ela saiu da banheira e se secou. O pensamento
de ir para a cama sozinha - de novo – a mergulhou na melancolia. Ela
tentou não ficar triste por St. Vicent. Mas quando acordava todas as
174
manhãs, buscando-o, seu braço cruzado através do lugar vazio ao lado
dela.
St. Vicente era o oposto de Evie. Era elegante, resplandecente,
articulado, calmo e com autodomínio... e tão malvado que todo mundo
estava de acordo que ia ser um marido terrível.
Ninguém sabia como Evie, que era terno e dedicado em privado.
É claro, suas amigas como Lord Westcliff e o Sr. Hunt tinham certeza
de que St. Vicent tinha sido reformado os seus modos desonestos. E
ele estava fazendo um excelente trabalho no clube de jogos que tinha
herdado de seu pai, reconstruindo o império em decadência quando
ele assumiu suas responsabilidades.
Ele ainda era um sem-vergonha, ela pensou com um sorriso
privado. Saindo do banho, Evie se secou e colocou uma bata de
veludo que abotoada na frente. Ela ouviu a porta abrir novamente. -
Voltar para aquecer a cama? - perguntou.
Mas a voz que ela ouviu não era da donzela
- Na verdade... sim.
Evie se dirigiu ao som de um profundo e sedoso suspiro.
- Encontrei-me com a donzela nas escadas e disse-lhe que não ia
necessitá-la esta noite – ele continuou. – Se há uma coisa que eu sei
bem – disse-lhe – é esquentar a cama de minha esposa.
175
Nesse momento, Evie manobrou torpemente com o biombo,
quase batendo nele.
St. Vicent a alcançou em alguns passos graciosos, tomando-a
nos seus braços – Acalme-se, o amor. Não há necessidade de pressa.
Acredite em mim. Não vou a nenhum lugar.
Eles ficaram de pé, juntos por um longo e silencioso tempo,
respirando, abraçando-se forte.
Finalmente, St. Vincent inclinou a cabeça para trás e olhou para
Evie. O cabelo dourado e avermelhado, olhos azuis brilhando como
pedras preciosas em seu rosto de anjo caído. Era um grande homem
ardente, sempre muito bem vestido e penteado, mas não havia estado
dormindo bem, ela notou. Tinha sombras de cansaço debaixo de seus
olhos e sinais de fatigo em seu rosto. Estes toques humanos de
vulnerabilidade, entretanto, só serviam para torná-lo mais atraente,
suavizando o que de outra forma o converteria em um reluzente e
divino pedestal.
- Seu p pai - ela começou. – Está...?
St. Vicent lançou um olhar exasperado para o teto. - Ele está
bem. Os médicos não conseguiram encontrar nada de errado com ele,
outra indigestão causada por boa comida e vinho. Quando vinha, ele
estava jogando olhares lascivos e beliscando suas criadas e recebendo
uma dúzia relações subservientes que queriam se aproveitar no Natal.
- Suas mãos se moveram levemente em suas costas cobertas com a
176
bata de veludo. Sua voz se fez mais suave - Foi uma boa menina na
minha ausência?
- Sim, claro - ela disse sem fôlego.
St. Vicente deu-lhe um olhar reprovador e beijou-a com uma
delicadeza sedutora que fez a velocidade de seu pulso acelerar. -
Temos de corrigir isso imediatamente. Recuso-me a tolerar um
comportamento adequado de minha esposa.
Ela tocou seu rosto sorrindo enquanto ele mordiscava a ponta
dos dedos. - Eu acho sentiu minha falta, Sebastian.
- Sentiu falta, amor? - Lentamente, ele desabotoou os botões de
sua bata, seus olhos brilhando com calor quando sua pele ia se
revelando. - Quanto você sentiu mais?
- Sua mente - disse ela, sorrindo ante sua expressão.
- Eu esperava uma resposta mais depravada do que essa.
- Sua mente é depravada. – ela contestou solenemente.
Ele lançou uma gargalhada rouca. - Certo.
Ela suspirou ao sentir sua mão esperta introduzindo-se dentro de
sua bata. - Que parte de m-mim, tem sentido falta?
- Eu tenho saudades da cabeça aos pés... eu senti falta de cada
sarda... senti falta do seu gosto... da sensação dos seus cabelos em
minhas mãos .. Evie, meu amor, está vergonhosamente vestida.
177
Ele a pegou nos braços e a levou para a cama. Foi destituída da
bata de veludo, sendo substituída pelas mãos acariciando-a e
refletindo a luz do fogo. Ele beijou a rica curva de seu estômago,
fascinado pelas mudanças no seu corpo fértil. Então ele beijou em
todas as partes e entrou nela com habilidade zombadora. Evie saltou
um pouco com a sensação tão dura e forte para tê-lo dentro dela.
Fazendo uma pausa, St. Vincent sorriu, seu rosto queimando de
desejo. – Pequena doce esposa – sussurrou - O que eu vou fazer
contigo? Todo esse tempo separados... e você já esqueceu como
acomodar-se a mim - Evie sacudiu a cabeça, tentando fazer com que
ele se movesse de novo e seu marido riu baixinho - Deixe-me ajudá-la
amor... - E ele buscou seu corpo com cuidado, com suavidade, até que
ela estava completamente cheia e saciada, suspirando e tremendo, no
suave êxtase.
Depois, Evie se reclinou para o lado dele e tentou recuperar o
fôlego, St. Vincent saiu da cama e voltou com uma grande mala de
couro. Colocou-a sobre o criado-mudo. - Eu trouxe as jóias da família.
- Eu sei - disse languidamente, e ele soltou uma gargalhada
quando viu que ela estava olhando.
- Não, amor. As outras jóias da família. Elas devem ser usadas
pela futura Duquesa de Kingston, mas eu disse a meu pai que eu ia te
dar agora, considerando que ele vai viver uma maldita eternidade.
178
Seus olhos se arregalaram. - Obrigada, Sebastian, mas não... não
necessito de jóias...
- Sim, você precisa delas. Deixe-me colocá-las - ele tirou fios de
pérolas preciosas, colares de brilhantes, pulseiras e brincos feitos com
ouro e todos os tipos de pedras preciosas. Embora Evie se contorcia e
ria de constrangimento, ele se sentou ao lado dela e começou a
decorá-la, colocando uma pulseira de safira em seu pulso, colocando
um diamante em seu umbigo.
- Sebastian... - protestou, quando ele cobriu seu corpo com
bastante ouro e pedras preciosas para alimentar um pequeno país.
- Fique parada – sua boca remexendo entre cordões de pérolas,
parando aqui e ali para beliscar e morder sua pele delicadamente - Eu
estou fazendo as decorações de Natal.
Evie sorriu e estremeceu, - Que significa dizer que está
decorando a mim.
- Não estrague o meu espírito natalino, querida. Agora deixa eu
te mostrar algo interessante sobre estas pérolas... - e pouco depois,
seus protestos tornaram-se suspiros de prazer.
CAPÍTULO 12
179
- Hannah! - Natalie estava na cama, bebericando seu chá
matinal. Uma donzela estava revolvendo e virando as brasas do fogão,
rindo tontamente como se ela e Natalie estivessem compartilhando
uma piada muito engraçada. Vindo de uma longa caminhada fora,
Hannah entrou no quarto e riu sua prima com carinho.
- Bom dia, querida. Finalmente acordada?
- Sim, eu fiquei acordada até muito tarde na noite passada. - Um
grupo de convidados mais jovens, incluindo Natalie, tinha passado a
tarde jogando na sala de jogos. Hannah não perguntou, nem queria
saber se Rafe.. ela agora pensou no Sr. Bowman... estava entre eles.
Nos últimos dias, como sua interação na sala foi impressionante,
Hannah e Rafe tinham se evitado tanto quanto possível, e ela não tinha
tentado falar com ele diretamente. Ela tinha dado muitos passeios
solitários e tinha feito muita introspecção, incapaz de compreender por
que Rafe tinha feito esse ato íntimo com ela, porque ela tinha
permitido, e quais eram seus sentimentos em relação a ele.
Embora Hannah sabia pouco sobre o desejo físico, ela entendeu
que era mais forte entre algumas pessoas do que outras. Ela não
conseguia entender se Rafe sentia o mesmo desejo por Natalie. Isso a
fez sentir-se miserável ao contemplá-lo. Mas ela tinha certeza que ele
não tinha feito esse tipo de avanço com Natalie, pelo menos não ainda,
ou Natalie teria lhe dito. Acima de tudo, ela entendeu que, em última
análise nada disto importava. Para um homem na posição de Rafe, os
sentimentos de desejo e apego não fariam nenhuma diferença para o
180
curso que ele tomaria. Quando ele se casasse com Natalie, ele não
seria a ovelha negra da família. De uma só vez ele ganharia o favor de
seu pai, asseguraria sua posição legitima e ganharia uma fortuna.
Se ele escolhesse outra pessoa mais, ele perderia tudo. Uma
mulher que se preocupara por ele nunca lhe pediria para fazer isso.
Naquela tarde, quando Hannah foi levantada do chão da biblioteca e
tinha acomodado sua roupa com cuidado, ela reconheceu que ela
estava apaixonada por ele, e quanto mais o conhecia, mais profundos
eram seus sentimentos. Ela tinha recuperado o soldadinho de chumbo,
e o carregava no bolso, um peso pequeno e privado. Este era seu sinal
agora - ela não ofereceria a Rafe novamente. No futuro, ela seria
capaz de fechar o soldado na sua mão e lembrar o canalha americano
que a seduziu e tinha estourado em uma paixão que ela jamais
esquecerá. - Sou uma mulher com um passado agora - pensou ela,
divertida e melancólica.
E quanto a Samuel Clark e sua oferta... Rafe estava certo. Ela
não o amava. Seria injusto para Clark se ela se casasse com ele e eu
sempre compará-lo com alguém mais. Portanto Hannah decidiu
escrever em breve a Clark e rejeitar sua oferta de casamento, ainda
que a segurança a tentava. A voz alegre de Natalie tirou a de seus
pensamentos.
- Hannah! Hannah, você está ouvindo? Tenho algo delicioso
para dizer... faz alguns minutos atrás, Polly trouxe a uma pequena nota
mais surpreendente - Natalie agitou um pedaço de pergaminho
181
amassado diante dela. - Você irá ficar ruborizada quando a ler. Ir
desmaiar
- O que é isso? - Hannah perguntou, numa lentamente abanando
a cabeça.
A jovem donzela de cabelos escuros, Polly, respondeu
timidamente. - Bem, senhorita, isso é parte das minhas tarefas de polir
e limpar as grelhas nos quartos da casa de solteiro detrás do senhorio...
- Este é o lugar onde o Sr.Bowman fica - jogou Natalie.
E depois de que o Sr. Bowman se foi esta manhã, fui a casa, e
enquanto eu estava varrendo as cinzas, vi um pedaço de papel com
algo escrito por ele. Então eu peguei, e quando eu vi que isto era uma
carta de amor, eu sabia que era para a Lady Natalie.
- Por que a senhorita assumiu isso? - Hannah perguntou, irritada
que Rafe privacidade ter sido invadida de tal modo.
- Como ele está me cortejando - Natalie disse, revirando os olhos
- e todos sabem disso.
Hannah olhou para ela para a donzela, cujo entusiasmo tinha
escurecido ante sua desaprovação. – A senhorita não deve vasculhar
entre as coisas dos convidados, Polly - disse ela com cuidado.
- Mas estava no quarto foi metade queimada, - protestou a
criada, corando. - Eu não queria. E vi as palavras e pensei que poderia
ser importante.
182
- Imagino que a senhorita pensou que era, mas me diga, a
senhorita pensou que isto era lixo, ou a senhorita imaginou que era
importante? Qual dos dois?
- Terei problemas? - Polly sussurrou, olhando para apelar a
Natalie.
- Não, certamente que não - disse Natalie, impaciência
- Agora, Hannah, não fique como uma professora da escola.
Omite completamente este ponto, o qual é ... que isso é uma carta de
amor do Sr. Bowman para mim. Eu nunca recebi algo igual antes, e é
divertido. - Chiou e riu quando Hannah agarrou a carta dela.
A carta tinha sido machucada quando tirada da grelha. Foi
queimada nas bordas, então os nomes no alto e na parte debaixo
tinham desaparecido. Mas havia uma abundância de rabiscos pretos
para revelar que esta era realmente uma carta de amor. E quando
Hannah leu o pergaminho queimado e semi-destruída, se viu forçada a
dar-se a volta para esconder o tremor de sua mão.
“Deveria adverti-lhe que a carta não seria eloqüente. No
entanto, seria honesta, principalmente no fato de que nunca a lerá.
Tenho sentido estas palavras como um peso em meu peito até eu me
encontro assombrado que o meu coração pode continuar batendo com
tal carga pesada. Eu te amo. Eu te amo desesperadamente,
violentamente, ternamente, complemente. Amo-te de modo que te
assustaria. Meu amor, você não vai conhecer a nenhum homem como
183
eu. No passado, eu fiz coisas que você não aprovaria, e eu fiz umas
dez vezes. Tenho levado uma vida de pecado imoral. Como é, estou
tão imoral quanto o amor. Pior, na verdade.
Eu quero beijar a cada ponto fraco em seu corpo, fazer-te corar
e dar-te tanto prazer até você chorar, e eu vou secar as lágrimas com
meus lábios. Se você soubesse como eu desejo provar-te. Quero
tomar-te com minhas mãos e boca e dar-me um banquete com teu
corpo. Quero beber teu vinho e teu mel.
Eu quero você debaixo de mim. Sobre suas costas.
Sinto muito. Merece mais respeito do que isso. Mas eu não
consigo parar de pensar nisso. Seus braços e pernas ao meu redor.
Sua boca está aberta para os meus beijos. Necessito-te demais. Uma
vida de noites gastadas entre suas coxas, não seria suficiente.
Quero recordar cada palavra que alguma vez já me disse.
Se eu apenas pudesse visitar-te como um estrangeiro entra em
um novo país, aprender sua língua, passear por todas as fronteiras
em cada lugar privado e secreto, eu iria ficar para sempre. Eu me
faria um cidadão de ti.
Pensarás como é possível que em tão pouco tempo cheguei a te
amar. Perguntarás-te como eu poderia ter tanta certeza. Mas algumas
coisas não podem ser medidas com o tempo. Pergunte-me em uma
hora deste este momento. Pergunte-me em um mês, em um ano, em
dez anos, em uma vida. Eu te amo e esse sentimento vai durar e
184
continuar por muito mais tempo e passará por cada calendário, como
as horas de um relógio, e cada nota de cada campainha que alguma
vez será tocada. Se você só...”
E ali ela parou. Ciente do silêncio no quarto, Hannah tentou
regulamentar a sua respiração.
- Tem mais? - Ela perguntou em um tom controlado.
- Eu sabia que iria se ruborizar - Natalie disse triunfante.
- O resto era cinza, senhorita - disse Polly, mais cautelosa.
- A senhorita mostrou a alguém mais? - Hannah perguntou
bruscamente, preocupada pelo bem de Rafe. Estas palavras não foram
escritas para que ninguém as lesse. - Algum dos serventes?
- Não, senhorita - disse a menina, com o lábio inferior tremendo.
- Santo céu, Hannah - disse Natalie, - não há nenhuma
necessidade de estar assim com raiva. Eu pensei que isso iria divertir-
te, não que te colocaria em um temperamento muito ruim.
- Eu não estou com raiva. - Ela estava devastada, desesperada, e
angustiada. E, sobretudo, confusa. Hannah pôs uma cara inexpressiva
quando ela seguiu. - Por respeito ao Sr. Bowman, não penso que isso
deve ser exposto para o entretenimento de outros. Pelo contrário deve
ser protegida.
- Eu, protegê-lo? - Natalie perguntou maliciosamente. - Depois
de ler isto, e eu acho que necessitarei ser protegida dele. - Ela
185
balançou a cabeça e riu-se do silêncio da Hannah. - Que desmancha-
prazeres você é. Vá e queime isto e deixa abandonada, para ver se isso
te coloca de humor melhor.
- Alguns homens, - Rafe refletiu, - não querem nada mais para os
seus filhos que continuar a mesma vida que tinham. – Depois de uma
longa e cruel discussão, naquela manhã, estava claro que Thomas não
cederia de nenhum modo. Rafe devia passar a vida que seu pai tinha
planejado para ele e tornou-se mais ou menos, um reflexo de Thomas
Bowman. Qualquer coisa a menos, seu pai o consideraria como um
fracasso, tanto como filho, como um homem.
O argumento teve início quando Thomas havia dito a Rafe que
esperava que ele propusesse casamento a Lady Natalie antes da
Véspera de Natal. - Lord Blandford e eu queremos anunciar o
casamento de nossos filhos no baile de Natal.
- Que idéia maravilhosa – se havia maravilhado Rafe
sarcasticamente. - Mas eu ainda não decidi se realmente quero casar
com ela.
A cor tinha mudado em face de Thomas Bowman. – É hora de
tomar uma decisão. Tem todas as informações necessárias. Passou
tempo suficiente com ela para poder avaliar as suas qualidades. Ela é
186
filha de uma família com um título de nobreza. Conhece todas as
recompensas que viriam quando se casar com ela. – Maldita seja que o
condenem, mas porque hesita? Não tem nenhuma afeição por ela?
Tanto melhor! Este será um casamento estável. Hora de tomar o seu
lugar no mundo como um homem, Rafe. - Thomas havia feito um
esforço visível para controlar seu temperamento quando tentou se
fazer entender. - O amor passa. A beleza desaparece. A vida não é um
prado romântico.
- Santo céu, isso é inspirador.
- Nunca obedeceu o que eu disse. Nunca tentou. Queria um filho
que fosse de uma grande ajuda para mim, que entendesse a
importância do que eu fazia.
- Entendo que quer construir um império, pai - Rafe disse
calmamente. - E eu tenho tentado encontrar um lugar para mim no seu
magnífico mundo. Eu poderia fazer grandes coisas pela empresa, e
sabes disso. O que eu não entendo é por que quer que eu siga por este
caminho primeiro.
- Quero... Quero que me demonstre seu compromisso. Como
Matthew Swift fez. Ele se casou com a mulher que escolhi para ele.
- Aconteceu de ele estar apaixonado por Daisy, - disse Rafe.
- O mesmo poderia ser com Lady Natalie. Mas ao final, o amor
não importa. Homens como nós somos casam-se com as mulheres que
estão além das nossas ambições, ou pelos menos não as dificultam.
187
Você viu o que um casamento longo e produtivo entre eu e sua mãe
foi capaz de fazer.
- Trinta anos - Rafe esteve de acordo. - E o senhor e minha mãe
mal conseguem ficar no mesmo lugar juntos. – Suspirando
tensamente, Rafe passou a mão pelo cabelo. Ele olhou para o rosto
teimoso do seu pai, com seu bigode eriçado, e se perguntou porque
sempre obrigava Thomas a exercer tal implacável controle sobre as
pessoas que estavam ao seu redor - O que é isso tudo para ti, pai? Que
recompensa tem depois de todos estes anos de construir uma fortuna?
- Eu gosto de ser Thomas Bowman.
- Eu estou contente com isso. Mas não penso que eu desfrute
dele.
Thomas o encarou por um longo tempo. Seu rosto suavizou, e
pela primeira vez, ele falou em um tom próximo a algo paternal. - Eu
te tento ajudar. Eu não pediria que você faça algo que você acredita
ser contra seus próprios interesses. Minha opinião sobre o Swift e
Daisy era correta, certo?
- Por algum milagre de Deus, sim - murmurou Rafe
- Tudo isso vai melhorar, será mais fácil uma vez que comece a
tomar as decisões corretas. Começará a construir uma vida boa, Rafe.
Tome seu lugar na família. Não há nada errado com a filha dos
Blandford. Todo mundo quer essa união. Lady Natalie deixou claro
188
para todos. E você me levou a acreditar que levar a cabo esta união
enquanto a jovem fosse aceitável!
- Tem razão. Ao princípio disto não importava com quem eu me
casar. Mas agora não me encontro disposto a escolher uma esposa sem
mais cuidado do que eu poderia ter para escolher um par de sapatos.
Thomas estava observando exasperado. - O que mudou desde
que você veio para a Inglaterra?
Rafe não respondeu.
- É por aquela menina de cabelo marrom? - Seu pai cutucou ele.
- A companhia de Lady Natalie?
Ele olhou para ele com espanto. - Porque isso?
- Parece que você passou mais de uma vez escutando a ler à
noite a um grupo de crianças. E você não preocupa-se nada pelas
crianças ou as histórias de Natal. - Ele coçou o bigode se contorcendo
com desdém. - Ela é uma plebéia, Rafe.
- O que não somos nós? A avó era um lugar de Washington, e só
o diabo sabe quem foi o pai dela. E se eu me lembro que era só sobre
o seu lado da família...!
- Eu passei minha vida tentando levantar esta família arruinada e
transformá-la em algo mais! Não use essa menina como uma forma de
evitar suas responsabilidades. Você pode ter muitas de sua classe
como desejar, depois que se case com Lady Natalie. Ninguém poderia
189
condená-lo por isso, especialmente na Inglaterra. A seduza. Faça dela
sua amante, compra-lhe uma casa, se quiser, ninguém vai condenar
você por isso.
- Obrigada, mas eu posso dar-me ao luxo de escolher minhas
próprias amantes. - Rafe lançou a seu pai um olhar de repugnância
escuro. - Quer este matrimonio tanto que está disposto a financiar a
corrupção de uma menina inocente para fazê-lo?
- Cada um perde a sua inocência, mais cedo ou mais tarde. -
Quando Thomas viu o olhar de Rafe, seus olhos tinham ficado frios. -
Se frustrar as expectativas que todos têm, e eu coloquei-me no local, e
envergonhar-me neste assunto, vou deserdar-lo. Não há mais chances.
- Entendido - Rafe respondeu secamente.
CAPÍTULO 13
"...e sempre se disse de ele que sabia manter o espírito de Natal
como ninguém. Tomara se pudesse dizer o mesmo e nós, de todos
nós! E assim, como o pequeno Tim disse, Deus abençoe a todos nós! "
Levantando os olhos quando terminar de ler Um Conto de Natal,
Hannah viu os rostos extasiados das crianças, seus olhos brilhando.
Houve um breve silêncio, o prazer de compartilhar uma história
maravilhosa tingida com a tristeza de ter que terminar. E logo estavam
190
todos de pé, movendo-se sobre a sala, com os rostos pegajosos de leite
e migalhas de biscoito, suas pequenas mãos aplaudindo com
entusiasmo.
Havia dois diabinhos em seu colo, e um abraçando seu pescoço
por trás da cadeira. Hannah olhou para cima quando Rafe Bowman se
aproximou dela. O ritmo do seu coração enlouqueceu, e sabia que sua
dificuldade para respirar não tinha nada a ver com os pequenos braços
em torno de seu pescoço.
O olhar fixo dele se voltou para suas roupas desordenadas e
cabelo num emaranhado confuso. - Bem feito - disse ele - me fez
sentir como o Natal. Para todos.
- Obrigada - sussurrou ela, tentando não pensar em suas mãos
em sua pele, sua boca...
- Preciso falar com você.
Cuidadosamente, Hannah desceu as crianças de seu colo e
desemaranhou os braços de seu pescoço. Estando de pé para enfrentá-
lo, tentou em vão endireitar seu vestido e alisou a saia. Suspirou, mas
sua voz saiu com uma perturbada falta de força. - Eu... Eu não vejo
como algo de bom pode vir disto.
Seu olhar era quente e direto. – Entretanto, eu quero falar
contigo.
As palavras da carta dele passaram por sua cabeça. - Eu quero
beijar todo lugar macio de você...
191
- Por favor, agora não - ela sussurrou, o rosto ruborizado e um
nó crescendo em sua garganta. Lendo os sinais de sofrimento, ele
cedeu.
- Amanhã? Eu preciso muito de você...
- Sim - disse ela com dificuldade.
Percebendo o quanto sua presença a perturbava, Rafe deu um
ligeiro aceno, a mandíbula tensa. Parecia que havia uma dúzia de
coisas que ele queria dizer, as palavras que pendia com impaciência
sobre seus lábios, mas algo... compaixão ou piedade, talvez... permitiu
o domínio necessário de si mesmo.
- Amanhã - respondeu calmamente, e a deixou.
As babás vieram para pegar as crianças, e Hannah saiu da
biblioteca aturdida de tristeza.
Ninguém nunca disse a ela que o amor podia fazer todas as
células do corpo doerem. Estava muito segura de que não seria capaz
de assistir ao casamento de Rafe e Natalie, todos os acontecimentos da
sua vida de casados, os nascimentos das crianças, as celebrações e
rituais, seriam impossível para ela tolerar.
Fervia com desespero, ciúmes e ressentimento, até que se
desintegrou. A escolha certa para uma mulher em sua posição saberia
que um dia conheceria outro homem, e esqueceria completamente de
Rafe Bowman. Mas não queria outro homem. Não havia ninguém
mais como ele.
192
Eu estou condenada, ela pensou.
Com a cabeça baixa, caminhou com dificuldade através do
saguão, desejando ir para seu quarto, onde podia chorar e lamentar,
em privado. Infelizmente, andando com a cabeça baixa significa que
não pode ver exatamente para onde se está indo. Quase colide com
uma mulher que se aproximava no sentido oposto, alguém que andava
com um particular passo grande e despreocupado.
Ambas pararam abruptamente, e a mulher se aproximou para
sujeitar Hannah. - Milady, - Hannah engasgou, reconhecendo a
Lillian. - Ah... desculpe... peço-lhe desculpas...
- Não foi nada - disse a condessa, - a culpa foi minha, realmente.
Apressei-me para dizer algo para a ama de chaves antes de encontrar-
me minha irmã, e..., - ela fez uma pausa e olhou para Hannah. - Parece
estar prestes a chorar - disse ela sem rodeios. Há algo de errado?
- Não - Hannah disse alegremente, e umas pequenas lágrimas
quentes derramaram-se. Suspirou e baixou a cabeça novamente. - Ah,
maldição. Desculpe-me, tenho que ir...
- Pobrezinha – disse Lillian com verdadeira simpatia, não parece
em absoluto afetada pela blasfêmia. - Venha comigo. Há um quarto
privado no andar superior, onde podemos conversar.
- Não posso - sussurrou Hannah. – Milady, perdoe-me, mas a
senhora é a última pessoa que eu posso confiar isto.
193
- Oh - Os olhos da condessa, o mesmo veludo marrom que seu
irmão, alargou-se ligeiramente - é Rafe, não é?
Mais lágrimas fluíram, sem importa o quão forte ela fechou os
olhos.
- Tem alguma amiga com que possa falar? – perguntou Lillian
suavemente.
- Natalie é minha melhor amiga - Hannah disse entre soluços. -
Portanto, é impossível.
- Então me deixe ser sua amiga. Eu não tenho certeza se eu
poderia ajudar, mas pelo menos eu posso tentar entender. - Ela foi
para uma sala aconchegante, uma sala de recepção privada, decorada
com um estilo luxuoso e feminino. Lillian fechou a porta, e trouxe um
lenço para Hannah, e se sentou ao lado dela no sofá.
- Insisto que me chame de Lillian - disse - e antes que alguma de
nós diga uma só palavra, deixe-me garantir-lhe que qualquer coisa que
se diga nesta sala se manterá completamente em privado. Ninguém
saberá.
- Sim, mi... Lillian - Hannah assuou o nariz e suspirou.
- Agora, o que aconteceu para fazê-la chorar?
- É o Sr. Bowman... Rafe... – parecia não poder colocar suas
palavras na ordem correta, assim as deixou sair sem controle, ainda
sabendo que Lillian nunca poderia fazer-las ter sentido. - Ele é tão... e
194
eu nunca serei... e quando ele me beijou eu pensei, não, é uma mera
paixonite, mas... e logo o Sr. Clark declarou-se, e me dei conta que
não poderia aceitá-lo porque... e sei que é cedo demais e rápido
demais. Mas a pior parte é a carta, porque nem sequer sabe para a
quem escreveu!, - ela continuou e continuou, tentando
desesperadamente ser compreendido. De alguma forma,
milagrosamente, Lillian foi capaz de dar sentido a toda a bagunça.
Enquanto Hannah contava toda a história, ou pelo menos uma
versão retocada, Lillian agarrou sua mão com firmeza. Quando
Hannah parou para assuar o nariz novamente, Lillian disse: - Eu vou
tocar a campainha para o chá. Com conhaque.
Tocou a campainha para os servidores, e quando uma criada
bateu na porta, Lillian abriu-a e sussurrou. A criada se foi para trazer o
chá.
Justo quando Lillian voltou para o sofá, a porta se abriu, e Daisy
assentiu a cabeça. Ela estava ligeiramente surpreendida ao ver Hannah
sentada ali com Lillian.
- Olá. Lillian, presume-se que você estava indo jogar cartas.
- Espere! Eu esqueci.
Os olhos café de Daisy encheram cheios de curiosidade e
compaixão, quando olhou para Hannah. - Por que está chorando?
Existe alguma coisa que eu possa fazer?
195
- É um assunto muito particular e sensível - disse Lillian. -
Hannah confia em mim.
- Oh, confie em mim, também! - Daisy disse severamente,
entrando na sala. - Eu posso guardar um segredo. Melhor que Lillian,
de fato.
Sem dar a oportunidade de Hannah responder, Daisy fechou a
porta e sentou ao lado de sua irmã.
- Você não deve contar a ninguém - disse Lillian a Daisy
severamente. - Hannah está apaixonada por Rafe, e ele vai declarar-se
a Lady Natalie. Exceto que ele está apaixonado por Hannah.
- Eu não tenho certeza sobre isso - disse Hannah devidamente. -
É apenas que... A carta...
- Você a tem ainda? Eu posso ver?
Hannah considerou seriamente.
- É muito particular. Não quero que ninguém leia.
- Nesse caso deve ter queimado a maldita coisa corretamente -
disse Lillian.
- Mostre-a a nós, Hannah, - Daisy pediu. - Não irá mais além, eu
prometo.
Cuidadosamente, Hannah pegou o pedaço de pergaminho do
bolso e entregou-a Lillian. As irmãs estavam se inclinaram para lê-la
atentamente.
196
-Oh, meu... - Daisy ouviu murmurar.
- Não mediu palavras, não é? - Lillian perguntou secamente, com
as sobrancelhas levantadas. Olhou para Hannah. - Esta é a escrita de
Rafe, e não tenho dúvida de que ele foi o autor. Mas isso é incomum
nele se expressar dessa maneira.
- Tenho certeza de que ele sabe muitas frases para atrair
mulheres. – Hannah falou entre os dentes. – É uma serpente.
- Pois, bem, sim é uma serpente, mas ser tão aberto e efusivo...
Ele não é assim. Geralmente é...
- É uma serpente de poucas palavras. – Daisy terminou por ela.
- Minha opinião é, que foi claramente movido por um
sentimento muito forte - Lillian disse Hannah. Virou-se para sua irmã
mais nova. - O que você acha, Daisy?
- Bem, ler tais sentimentos do meu irmão é um pouco nojento -
disse Daisy. - O vinho e o mel, etc. Mas, independentemente disso, é
claro que Rafe se apaixonou pela primeira vez em sua vida.
- A carta não pode ter sido dirigida a mim - Hannah começou
quando a porta foi reaberta. Foi Evie, Lady St. Vincent, seu cabelo
vermelho dispostas em um coque frouxo.
- Estávamos te procurando - disse ela.
- Não te temos visto faz dias. – Lillian disse – Onde tem estado?
A cor de Evie se intensificou – Com St. Vincent.
197
- Que têm estado... Oh, Deus meu. Esqueça isso.
O olhar de Evie caiu sobre Hannah. - Oh, querida. E v-você está
bem?
- Discutimos alguns assuntos muito particulares - Daisy disse
ela. - Hannah está apaixonada por Rafe. É um segredo. Entre nós.
Evie entrou na sala e sentou em uma cadeira próxima, enquanto
Lillian explicou brevemente a situação.
- Posso ver a carta? - ela perguntou.
- Não penso... - Hannah começou a dizer, mas Daisy já tinha
dado a ela.
- Não se preocupe - disse Lillian a Hannah. - Evie é melhor do
que ninguém para guardar segredos.
Depois que ela tinha acabado de ler, olhou para cima com seus
redondos olhos azuis, Hannah disse uma forma mal-humorado, - Não
pode ter sido dirigida a mim. Também poderia ter sido escrita para
Natalie. Os homens a adoram. Sempre se declaram a ela, e ela lida tão
bem com eles, e eu não lido com eles em absoluto.
- N-ninguém pode lidar com os homens - Evie disse com
firmeza. - Não, eles n-nem sequer podem lidar com eles mesmos.
- Assim é – disse Lillian. - Na verdade, qualquer mulher que
pensa que pode manipular os homens não deveria ser autorizada a ter
um.
198
- Annabelle os pode manipular - disse Daisy, pensativamente. -
Embora ela nega.
Houve um breve toque na porta.
- Chá - disse Lillian.
No entanto, não era a criada e sim Annabelle Hunt.
- Olá -, disse ela com um sorriso, o olhar dela viajou para o
grupo - o que estão fazendo? - Quando ela olhou para Hannah, seu
rosto se suavizou com preocupação. - Oh, ela está chorando.
- Está apaixonada por Rafe Bowman - Evie disse. - É um s-
segredo. Entra.
- Não diga a ninguém, Annabelle - Lillian disse a sério. - Isso é
confidencial.
- Não é muito boa com os segredos - disse Daisy.
- Sim, sou - disse Annabelle entrando na sala. - Pelo menos, eu
sou boa em guardar segredos grandes. Com os pequenos com os que
me pareço ter um problema.
- Este é um grande problema - disse Lillian.
Hannah esperava com resignação, enquanto a situação foi
explicada a Annabelle. Recebendo a carta, Annabelle escrutinou o
pergaminho queimado, e um leve sorriso veio aos lábios. - Oh, que
lindo. - Ele olhou para Hannah. - Isso não foi dirigida a Lady Natalie
199
- disse ela sem rodeios. - Hannah, a atração de Rafe pela senhorita não
passou despercebida. De fato, tem sido discretamente comentada.
- Quer dizer que todo o mundo tem feito fofoca sobre a senhorita
– disse Daisy a Hannah.
- Creio - Annabelle continuou, que a Rafe Lady Natalie é
agradável, certamente muito dela que pode gostar. Mas ele ama a
você.
- Mas é impossível - disse Hannah, uma preocupação desenhada
na face triste.
- É impossível que ele possa amar? – perguntou Daisy, - ou
impossível pelo tratamento infernal que nosso pai criou para ele?
- Ambos – disse Hannah tristemente. - Primeiro, eu não sei se o
que ele sente por mim é uma paixonite..., - fez pausa para secar seus
olhos vermelhos.
- Pergunte-me dentro de uma hora - Annabelle lendo lentamente
a carta. - Pergunte-me dentro de um mês. Um ano, dez anos, uma
vida... Isso não é uma paixonite, Hannah.
- Mas mesmo se for verdade - disse Hannah, - nunca o aceitaria,
porque ele iria perder tudo, inclusive seu relacionamento com seu pai.
Não quereria que fizesse tal sacrifício.
- Nem o pai deve querer, - disse Lillian misteriosamente.
200
- Talvez eu deva mencionar - Daisy se ofereceu como voluntaria
– Matthew está determinado a esclarecer as coisas o pai neste assunto.
Disse que o pai não pode permitir a tais excessos. Os limites devem
ser estabelecidos, ou a tentará atropelar todo o mundo. E já que
Matthew tem uma grande influência sobre o pai, é muito possível que
ele possa fazer para que retrate demandas.
- Mas não importa - Annabelle disse Hannah, - você não tem
nada a ver com a relação entre Rafe e seu pai. Sua única obrigação é
de dar a conhecer os seus sentimentos por Rafe. Por amor a ele... e
para seu próprio bem... deve dar Rafe uma escolha. Merece conhecer
seus sentimentos antes de tomar decisões importantes sobre o seu
futuro.
Hannah supôs que Annabelle estava certa. Mas a verdade não é
exatamente libertadora. Fazia sentir-se vazia e pequena. Circulou com
o dedo do pé em seu sapato um padrão floreado do medalhão
desenhado sobre o tapete.
- Espero ser tão valente - disse para si mesma, e não para outros.
- O amor vale a pena o risco - disse Daisy.
- Se você não disser a Rafe - Lillian disse: - você vai se
arrepender para sempre. Porque você nunca sabe o poderia ter
ocorrido.
- Diga-o - Evie disse calmamente.
201
Hannah respirou com medo, olhando para as quatro. Eram um
grupo peculiar, todas tão brilhante e bonitas, mas... diferentes. E tinha
a sensação de que essas mulheres encorajavam as excentricidades
umas das outras, e apreciava suas diferenças. Qualquer coisa pode ser
dita ou feita entre elas, e não importa o que fosse, aceitariam e
perdoariam. Às vezes, em algumas amigas raras e maravilhosas, a
união de amor fraterno era muito mais forte que qualquer laço de
sangue.
Foi bom estar com elas. Sentia-se confortada na presença delas,
especialmente quando olhou diretamente aos olhos escuros e
familiares das irmãs Bowman.
- Está bem - lhes disse, seu estômago apertando-se. - Direi a ele
amanhã.
- Amanhã à noite é o baile de Natal. - Annabelle disse. - Tem um
bonito vestido de noite para por?
- Sim - disse Hannah. - Um branco. É muito simples, mas é meu
favorito.
- Tenho um colar de pérolas que poderia emprestar - Annabelle
ofereceu.
- Tenho luvas brancas de cetim para ela - disse Daisy.
Lilian sorriu. – Hannah, lhe enfeitaremos que nem a árvore de
Natal. Quem quer chá com conhaque? - perguntou Lillian.
202
- Eu - disse Daisy.
-Tomarei o-o meu sem conhaque - Evie se queixou
- Tomarei o meu sem o chá – disse Annabelle.
Movendo-se e pondo-se de lado de Hannah, Daisy deu-lhe um
lenço novo, e colocou o braço sobre os ombros. - Sabe, querida - disse
Daisy, - a senhorita é nossa primeira floreio honorária. E nós temos
trazido muito boa sorte umas as outras. Não tenho dúvida que te
daremos sorte também.
Ligeiramente embriagada por uma taça de conhaque, Lillian
disse boa noite as floreios, incluindo o seu mais novo membro. Todas
elas deixaram a sala de Marsden para ir para seus quartos. Vagando
lentamente na suíte principal, Lillian analisou cuidadosamente a
situação de seu irmão com o cenho franzido.
Era uma mulher sem rodeios, que preferia lidar com um
problema tirando da luz publica e ocupando-se dele diretamente. Mas
sabia que este assunto devia ser tratado com discrição e sensibilidade.
O que significava que necessitava manter-se longe disso. Mas ainda
assim ansiava por Rafe encontrar a felicidade que merecia. Ainda
mais, queria sacudir o asno e teimoso pai e ordena-lhe que pare de
manipular a vida de todos ao seu redor.
Decidiu falar com Westcliff, com que sempre podia contar com
o conforto e o bom senso. Apenas podia esperar para ouvir suas
opiniões sobre Rafe, Hannah e Lady Natalie. Como suspeitava que,
203
todavia estaria abaixo com os convidados, encaminhou-se até a
grandiosa escadaria.
Quando alcançou o final e se dispôs a descer, viu seu marido de
pé na sala abaixo, conversando com alguém.
Lady Kittridge... outra vez.
- Marcus - sussurrou, sentindo uma pontada de ciúme doentio.
Rapidamente seguido pela fúria.
Por Deus, não podia suportá-lo. Não perderia o afeto de seu
marido para outra pessoa. Não sem uma luta. Suas mãos cerradas em
punhos. Embora cada um de seus instintos gritavasse a precipitar-se
abaixo e interpusesse entre seu marido e a mulher loira, conseguiu
abster-se. Ela era uma condessa. Faria as coisas com dignidade, e
enfrentaria Marcus em privado.
Primeiro foi aos quartos das crianças boa noite a pequena
Merritt, que estava encolhida em um berço decorado com rendas e
com uma babá olhando para ela. A visão de sua preciosa filha
acalmou Lillian um pouco. Passou sua mão levemente sobre o bebê de
cabelos escuros, absorvendo sua imagem. Sou a mãe de sua filha,
pensou com veemência, desejando poder jogar estas palavras como
punhais na encantadora Lady Kittridge. Sou sua mulher. E ele não
deixou de me amar ainda!
Foi para o quarto principal, se banhou, se vestiu como uma
camisola e um roupão de veludo, e penteava seus longos cabelos.
204
Seu coração começou a bater violentamente quando Marcus
entrou no quarto. Ele parou ao ver seus cabelos longos e fluidos sob
suas costas, e sorriu. Aqui em privado, sua conduta autocrática se
desvanecia, e o conde onipotente se convertia em um homem
carinhoso, amoroso, muito mortal. Tirou o casaco e deixou-a cair
sobre uma cadeira. Seguindo a gravata. E logo foi parar ao lado dela.
Lillian fechou os olhos quando suas mãos vieram até sua cabeça,
os dedos deslizando suavemente pelo seu cabelo solto, e as pontas dos
dedos massageava suas têmporas. Era profundamente consciente dele,
o poder que cobria seu corpo, e o doce e seco perfume dele no ar,
como o feno recém-cortado. Ela amava este homem complicado com
necessidades complexas. Tendo sido criado sob críticas constantes dos
pais, não era de se estranhar que ocasionalmente duvidara de sua
habilidade de ser suficiente para Marcus.
- Está cansada? – lhe perguntou em um sussurro grave envolto
em veludo, tão característico e agradável.
- Só um pouco – suspirou quando suas mãos deslizavam por seus
ombros, trabalhando a tensão deles.
- Poderia simplesmente recostar-se e deixar-me sair com a minha
- sugeriu ele, com os olhos brilhando.
- Sim, mas... Há algo que eu falar contigo primeiro.- Maldita
seja, havia um tremor em sua voz, apesar de suas tentativas de soar
calma e digna.
205
A expressão de Marcus mudou quando ele ouviu a angústia em
sua voz. Ele a puxou para frente, e encarou-a com preocupação,
quando ela desviou o olhar. - O que acontece, meu amor?
Lillian suspirou e suspirou novamente. Seu medo, sua raiva e
preocupação eram tão grandes, foi difícil conseguir as palavras.
-Eu.... não deveria interferir em suas... pesquisas fora do
casamento. Sim, isso. Compreendo como é com sua classe... digo, eles
têm feito por séculos, e suponho que era demais para mim prenteder
que você ... que eu... seria suficiente. Tudo que eu peço é que seja
discreto. Porque não é fácil de ver você com ela, o jeito como você
sorri, e... - Ela parou e cobriu o rosto com as mãos, com vergonha ao
sentir as lágrimas saltando de seus olhos. Maldito inferno.
- Minha classe? - Marcus soou perplexo. – Que tem feito por
séculos? Lillian, que diabos você está falando?
Sua voz aflita se filtrou por trás de suas mãos. – Lady Kittridge
Houve um breve silêncio, comossionado.
- Você perdeu a razão? Lillian, olha para mim. Lillian.
- Eu não posso te olhar - ela murmurou.
Ele lhe deu uma pequena sacudida. - Lillian... Devo entender que
você pensa que eu tenho um interesse pessoal nela?
A nota verdadeira de reprovação na sua pergunta fez Lilian se
sentir um pouco melhor. Nenhum marido culpado poderia ter fingido
206
tanta raiva frustrada. Por outro lado, nunca era uma boa idéia para
insultar Marcus. Raramente tinha raiva, mas uma vez que começava,
as montanhas tremiam, os oceanos se separaram, e cada criatura com
um instinto de auto preservação fugia para um refúgio.
- Tenho visto você falando com ela - disse Lillian, abaixando as
mãos, - e sorrindo, e você tem trocado cartas com ela, e...-, deu-lhe um
olhar indignado, - mudou a forma como você dá o nó da gravata!
- Meu ajudante de quarto o sugeriu - disse ele, olhando
espantado.
- E aquele truque de novo na outra noite... essa coisa nova que
você faz na cama...
– Você não gostou disso? Maldita seja, Lillian, tudo o que tinha
que fazer era dizer-me...
- Eu gostei disso - disse ela, corando. - Mas é um dos sinais.
- Sinais de que?
- De que está cansado de mim – disse ela, com a voz quebrada. -
Que você quer alguém mais.
Marcus cravou os olhos nela e soltou uma série de blasfêmias
que abalaram Lillian, que tinha um bom controle sobre o linguajar
obsceno. Segurando seu braço, puxou-a com ele do quarto.
- Vem comigo.
- Agora? Assim? Marcus, eu não estou vestida...
207
- Não me importa maldita seja!
Finalmente o colocou enlouquecido, pensou Lillian alarmada,
quando desceu e a arrastou escada abaixo através do salão, apesar de
alguns serventes lhes olhassem aturdidos. Lá fora, no frio cortante de
Dezembro. O que faria? Lançá-la a sua sorte?
- Marcus? - perguntou nervosamente, apressando-se para
avançar em sintonia com seus passos.
Sem resposta, só a levou através do pátio aos estábulos, a parte
central com bebedouros para cavalos e dentro do espaço acolhedor
filas de baias para cavalos excelentes. Os cavalos olhavam para eles
com interesse suave enquanto Lillian era puxada por Marcus até o
final da primeira linha. Havia um lugar grande, brilhante e vermelho e
uma janela na parte superior.
O lugar continha uma égua árabe incrível e bela de cerca de
1,65m de altura, com uma forte e eloqüente cabeça e pescoço, olhos
grandes e brilhantes, dando a aparência de ser perfeito.
Lillian piscou, surpresa.
- Um árabe branco? - perguntou fracamente, nunca tinha visto
uma criatura antes. - Parece algo saído de um conto de fadas.
- Tecnicamente, ela está registrada como cinza - disse Marcus.
Mas a sombra é muito leve, parece prateado pálido. O nome dela é
Misty Moonlight. - Ele deu um olhar sardônico. - É o seu presente de
208
Natal. Perguntou-me se poderíamos trabalhar em suas habilidades de
equitação juntos, lembra?
- Oh - Lilian engasgou de repente.
- Me requereu seis malditos meses para fazer os arranjos, -
Marcus continuou tenso. - Lady Kittridge é a melhor criadora de
cavalos na Inglaterra, e muito cuidadosa sobre a quem lhes vende um
de seus árabes. E como este cavalo tinha sido oferecido a alguém
mais, tive que subornar e ameaçar ao outro comprador, e pagar uma
maldita fortuna a Lady Kittridge.
- E é por isso que você tem estado se comunicando muitas vezes
com Lady Kittridge?
- Sim – a olhou com uma carranca.
- Oh, Marcus! - Lillian foi embargada pelo alivio e felicidade.
- E em troca pelo meu sofrimento - ele resmungou - Eu sou
acusado de infidelidade! Eu te amo mais que a vida. Desde que eu te
conheci, eu nunca pensei em outra mulher. E o que pensa que poderia
desejar a alguém mais quando passamos junto cada maldita noite,
transcende minha compreensão!
Percebendo que tinha sido mortalmente ofendido e que a sua
raiva aumentou a cada segundo, Lillian ofereceu um sorriso
apaziguador. - Nunca pensei realmente que me traia desse modo.
Temia justamente que encontrasse tentadora. E eu...
209
- A única coisa que eu encontro tentadora é a ideia de levá-la
dentro da cabine e aplicar-lhe alguns golpes em seu traseiro.
Repetidamente. Com vigor.
Lillian retrocedeu, enquanto seu marido se aproximava de modo
ameaçador para ela. Foi preenchido com uma combinação de alarme e
alivio.
- Marcus, tudo está bem. Eu acredito em você. Eu não estou
preocupada.
- Deverias se preocupar - disse ele com glacial suavidade -
Porque está claro que ao menos que haja consequências para essa falta
de fé em mim...
- Consequências? - gritou.
- Este problema pode surgir novamente no futuro. Então, estou a
ponto de eliminar qualquer dúvida sobre o que eu quero, e de quem.
Olhando para ele com os olhos bem abertos, Lillian se perguntou
se ele iria golpeá-la, violentá-la, ou ambos. Calculou suas
oportunidades de escapar. Não eram boas. Marcus, com sua
constituição energética, mas ágil, era soberbamente apto e capaz. Era
tão rápido como raio e, provavelmente, poderia vencer a uma lebre.
Observando com firmeza, despiu o casaco e jogou-o no chão coberto
de feno. Pegando um cobertor para cavalos em uma pilha dobrada, a
estendeu sobre uma pilha de feno.
- Venha aqui - disse ele calmamente, com o rosto implacável.
210
Seus olhos se voltaram enormes. O riso nervoso, meio histérico
subiu em sua garganta. Ela tentou manter sua posição.
- Marcus, há algumas coisas que não deveriam fazer na frente
das crianças ou cavalos.
- Não há nenhuma criança aqui. E o meus cavalos não fofocam.
Lillian tentou passar rapidamente junto a ele. Marcus facilmente
a capturou, jogando-a em cima do feno coberto com o cobertor. E
quando ela protestou e gritou com gritinhos agudos, ele rasgou sua
camisola. Sua boca esmagou a dela, suas mãos deslizavam sobre o
corpo dela com demanda insolente. Um grito foi preso em sua
garganta quando ele desceu para os seios, segurando as pontas
delicadamente com seus dentes, em seguida, apaziguando os pequenos
ataques com sua língua. Fez todas as coisas que sabia que a
despertaria, o seu ato de fazer amor suave, mas implacável, até que ela
disse entrecortadamente algumas palavras de rendição. Desabotoou
suas calças com alguns puxões hábeis, e empurrou profundamente
dentro dela com força primitiva.
Lillian tremeu em êxtase e agarrou suas costas musculosas e
flexíveis. Ele a beijou, sua boca dura e com fome, seu corpo se
movendo em um ritmo forte.
- Marcus - Lilian ficou sem fôlego - nunca duvidarei de você de
outra vez... Oh, Deus meu...
211
Particularmente sorriu contra seu cabelo e levantou o quadril
mais alto contra os ele. – Verei se não o faça – se queixou. E durante
toda a noite, ele se saiu com a sua.
212
Capítulo 14
Hannah tentou, em vão, encontrar uma oportunidade de
conversar com Rafe no dia seguinte. Era impossível encontrá-lo.
Assim como também não conseguia encontrar Natalie e os Blandford
e os Bowman. Ela tinha um pressentimento de que algo estava
acontecendo.
Stony Cross Manor estava cheia de atividades, os convidados
cantando, comendo, bebendo, enquanto as crianças brincavam no
teatro em um palco enorme de brinquedo que tinha sido instalado em
uma das salas de descanso. Bem no final do dia, Hannah finalmente
pode ver Rafe quando passava pelo estúdio privado de Lord Westcliff.
A porta estava aberta e pode ver que ele estava falando com Lord
Westcliff e o Sr. Swift. Ela hesitou por um momento, mas justo aquele
momento Rafe olhou em sua direção. Imediatamente ele se afastou da
mesa onde ele havia estado apoiado e sussurrou aos outros, "um
momento".
Ele deixou a sala, com uma expressão séria. Mas tinha um
sorriso nos cantos de sua boca quando olhou ela de cima a baixo. -
Hannah, - A suavidade de sua voz enviou uma corrente por suas
costas.
- O senhor.... o senhor disse que queria falar comigo - conseguiu
dizer.
213
- Sim, eu disse. Perdoe-me, estive ocupado com alguns assuntos.
- Ele estendeu a mão para tocá-la como se não pudesse evitar, tocando
com os dedos levemente o tecido solto de uma de suas mangas. - Nós
vamos precisar de tempo e privacidade para o que eu quero discutir
contigo, coisas que parecem ser raros hoje.
- Talvez mais tarde esta noite? - sugeriu hesitante.
- Sim, eu te encontrarei. – Soltando sua manga, fez uma
reverencia cavalheiresca. – Até esta noite.
Quando Hannah subiu para ajudar Natalie a por seu vestido de
noite, e para logo vestir-se ela, surpreendeu-se encontrar Natalie
completamente vestida.
Sua prima estava magnífica com o vestido de seda azul-claro e
seu cabelo puxado para trás com alguns cachos soltos de ouro.
- Hannah! - Natalie exclamou, saindo do quarto, na companhia
de Lady Blandford. - Eu tenho que te dizer uma coisa muito
importante.
- Pode dizer-lhe mais tarde, - interrompeu Lady Blandford,
parecendo distraída como sua filha. - Lord Blandford e Lord Westcliff
estão lá embaixo, Natalie. Não quero deixá-los esperando.
214
- Sim, claro. - Os olhos azuis de Natalie brilharam com
entusiasmo. - Falaremos com você em breve, Hannah.
Intrigada, Hannah as olhou andando apressadamente pelo
quarto. Definitivamente, algo está acontecendo, pensou, e uma
pontada de preocupação causou um suor frio descer pelo seu corpo.
Uma donzela a esperava dentro do dormitório. Stra. Appleton,
Lady Westcliff enviou-me para ajudá-la a se vestir para o baile. -
- Ela fez? Isso é muito gentil. Eu geralmente não necessito de
muita ajuda, mas...
- Sou muito boa arrumando o cabelo – a donzela disse com
firmeza. - E Lady Westcliff me disse que poderíamos usar suas
forquilhas de pérolas. Agora, poderia sentar-se na penteadeira,
senhorita?
Tocado pela generosidade de Lillian ao enviar sua própria
donzela, Hannah se sentou. Demorou uma eternidade cachear seu
cabelo com as pinça de calor e organizar os cachos no lugar, com as
forquilhas de pérolas brilhantes espalhadas no centro do seu cabelo
escuro. A donzela ajudou-a a por seu vestido branco que usaria no
baile que, combinava com meias de seda bordada em prata de Evie.
Após abotoar o colar de pérolas de Annabelle no pescoço, a donzela
ajudou a colocar o par de luvas brancas de seda que eram de Daisy. As
floreios, Hannah pensou com um sorriso agradecido, seu próprio
grupo de fadas madrinhas.
215
Terminaram com um toque de pó no nariz e na testa, e um pouco
de bálsamo-de-rosa para seus lábios.
Hannah se sobressaltou um pouco quando ela viu seu reflexo no
espelho de tão elegante que estava.
- Muito bonita, senhorita, - a donzela pronunciou. - É melhor se
apressar, o baile começará logo.
Hannah estava nervosa demais para sentir-se tentada pelas
deliciosas iguarias que se exibiam nas mesas compridas. Os refrescos
seriam apreciados pelos hóspedes durante o baile, mais tarde um
jantar formal seria servido. Tão logo como apareceu no salão de baile,
Lillian e Daisy apareceram ao seu lado, exclamando elogios sobre sua
aparência.
- As senhoras são muito amáveis - Hannah disse sinceramente. –
E ao emprestar-me as pérolas e as luvas vai mais além da
generosidade.
- Temos segundas intenções - Daisy disse.
Hannah a olhou perplexa.
- Algumas razões muito boas - Lillian disse com um sorriso – Te
queremos como irmã.
- Já falaste com Rafe? - Daisy perguntou baixinho
216
Hannah sacudiu a cabeça. - Eu mal o vi o dia todo. Parecia que
ele tinha desaparecido por um momento, e logo estava conversando
com um número de pessoas.
- Alguma coisa está acontecendo - disse Lillian - Westcliff
estava ocupado durante todo o dia também. E meus pais não podiam
ser encontrados em nenhum lugar.
- Aos Blandford igual. - Hannah disse apreensiva. - O que está
acontecendo?
- Não sei. - Lillian lhe deu um sorriso tranquilizador.
- Mas eu tenho certeza que tudo ficará bem. - Deslizou seu braço
em torno de Hannah. -Vamos olhar a árvore.
Com todas as velas acesas, a árvore de Natal era uma visão
brilhante e espetacular, centenas de chamas resplandescentes entre os
galhos como as luzes das fadas. O salão de baile todo decorado com
veludo verde, dourado e vermelho. Hannah nunca tinha participado de
um evento tão impressionante. Ela olhou ao redor maravilhada, vendo
os casais dançando em redemoinhos através do salão, enquanto a
orquestra tocava músicas de Natal em versão de valsa. Centenas de
lustres derramavam luz sobre o salão. Por meio da fileira de janelas
perto dela, viu o brilho das tochas que tinham sido colocadas nos
jardins, brilhantes contra um céu cor de ameixas.
E então viu Rafe do outro lado da sala. Assim como os outros
homens presentes, estava vestido com roupa tradicional de noite, preta
217
e branca. Sua presença, tão carismática e descompromissada, a fez
alucinar com saudades. Seus olhares se cruzaram, através da distância.
Ele examinou-a com o olhar, sem perder nenhum detalhe de sua
aparência. A boca dele se curvou com um lento, sensual sorriso, e os
seus joelhos se converteram em gelatina.
- Aqui está, senhorita. - Um servente chegou com uma bandeja
de champanhe. Copos de bebidas borbulhantes foram servidos para
todos os hóspedes. A orquestra terminou a peça que estava tocando e
fez uma pausa, e houve um tilintar que soava muito parecido com uma
moeda quando bate no vidro.
- O que é isso? - Lillian perguntou, levantando uma sobrancelha,
e Daisy tomou uma taça de champanhe.
- Parece que alguém vai fazer um brinde - disse Daisy.
Vendo Lord Blandford chamar a Natalie do outro lado da sala,
Hannah agarrou a base de sua taça de champanhe com força. Cada
nervo estava tenso com a apreensão.
Não... não podia ser.
- Meus amigos – disse várias vezes Lord Blandford para atrair a
atenção da multidão. Os hóspedes ficaram quietos e olharam para ele
com expectativa - Como muitos dos senhores saben, Lady Blandford e
eu fomos abençoados com uma única filha, a nossa querida Natalie. E
chegou o momento de entregar sua mão a um homem que se
218
encarregará de sua felicidade, enquanto embarcam-se na jornada de
sua vida juntos...
- Oh, não! - Hannah ouviu Lillian sussurrar.
O frio se concentrou em seu peito até que sentiu seu coração
estava sendo perfurado por milhares de espinhos. Lord Blandford
continuou falando, mas ela não ouvia o que ele dizia, já que só ouvia
como o sangue em um turbilhão em seus ouvidos. Sua garganta se
fechou em um grito angustiado.
Era tarde demais. Ela tinha esperado demais.
Suas mãos tremiam demais para segurar o copo de champanhe.
Ela empurrou o vidro para Daisy cegamente. - Por favor, segura isto -
sentia um nó na garganta - não posso... tenho que... – voltou-se em
pânico e angustiada, e caminhou em direção à saídas mais próximas,
uma das portas francesas que levaram fora.
- Nestas festividades alegres - Blandford continuou - tenho a
honra e o prazer de anunciar um noivado. Vamos fazer um brinde com
a minha filha e o homem que lhe darei sua mão em casamento... –
Hannah deslizou pela porta e fechou-a. Seus pulmões se
encheram desesperadamente do ar frio do inverno. Podia ouvir o
barulho de dentro de alegria.
O brinde foi feito.
Rafe e Natalie estavam noivos.
219
Quase caiu pelo peso de sua própria dor. Selvagens pensamentos
passaram por sua mente. Ela não podia enfrentar isso, nada sobre ele.
Teria que sair naquela noite e ir a algum lugar... de volta para a casa
de seu pai e suas irmãs... não podia ver Natalie e Rafe e aos Blandford
novamente. Ela odiava a Rafe por fazer amá-lo. Ela se odiava. Queria
morrer.
Hannah, não seja estúpida, pensou desesperadamente. Não é a
primeira mulher com um coração quebrado, nem será a última. Terá
que superar isto.
Mas quanto mais lutava pelo seu autocontrole, este parecia evitá-
la. Tinha que encontrar um lugar no que desmoronar-se. Dirigiu-se ao
jardim, seguindo um dos caminhos iluminados.
Chegando a uma clareira com uma fonte de sereia, sentou-se em
dos duros e frios bancos. Cobriu seu rosto com suas mãos, enquanto as
lagrimas quentes empaparam suas acetinadas luvas. Cada soluço
rasgou seu peito como uma faca, bruscamente.
E então, através dos suspiros desoladores de miséria, escutou a
alguém dizer seu nome.
Quem veio a ver dessa maneira era sua última humilhação.
Hannah sacudiu a cabeça e se deixou ser arrastada por sua miséria. De
algum modo ela conseguiu falar.
- Por favor, deixe-me...
220
Mas um homem sentou ao lado dela, e ela sentiu uns braços
quentes e fortes braços a abraçarem. Sua cabeça repousou contra um
peito duro.
- Hannah, o amor... não. Não chore. - era a voz profunda de
Rafe, sua essência familiar. Ela tentou empurrá-lo, mas Rafe a
segurou firmemente. Sua escura cabeça se agachou ate a dela.
Murmurando palavras carinhosas, alisou seus cabelos e beijou sua
testa. Seus lábios se tocaram seus cílios molhados. – Vamos, não há
necessidade disto, querida. Sshh, está tudo bem. Olha-me, Hannah. -
O gostoso prazer de ser abraçada por ele, confortada, fez ela se sentir
ainda pior.
- Você deveria estar lá dentro. - ela disse, deixando escapar
alguns soluços - com Natalie. - A palma de sua mão acariciava suas
costas em círculos.
- Hannah. Querida. Eu preciso que você se acalme para que
possamos conversar.
- Não quero falar...
- Mas eu sim. E vai me escutar. Respire profundamente. Dessa
forma. Isso. Boa menina. Mais uma. - Rafe a deixou tempo suficiente
para tirar o casaco e envolver em torno de seu corpo, que tremia. –
Não pensei que Blandford pudesse fazer um anúncio tão malditamente
rápido – disse, apertando-a de novo – Se eu houvesse feito um esforço
para chegar a ti primeiro. –
221
- Não importa, - disse Hannah, seu desespero convertendo-se em
ressentimento. - Nada importa. Não adianta tentar...
Rafe colocou a mão sobre sua boca e a olhou. Iluminado por
tochas, a metade de seu rosto estava na sombra, os olhos escuros e
brilhantes. Sua voz era grossa e quente, com um toque de ternura.
- Se você tivesse ficado no salão cerca de trinta segundos, meu
amor, impulsiva, teria escutado Lord Blandford anunciar o noivado de
Natalie com Lord Travers.
O corpo de Hannah se pôs completamente rígido. Não podia
respirar.
- Com exceção de um breve recado no povo – continou Rafe –
estive conversando com as pessoas durante todo o dia maldito. Com
os meus pais, os Blandford, Westcliff... e o mais importante com a
Natalie. - Removeu a mão de sua boca e enfiou a mão no bolso do
casaco. Ele tirou um lenço e gentilmente enxugou suas faces molhadas
- lhe disse, continuou - como tão encantadora e atraente como é, não
podia casar-me com ela. Porque eu nunca poderia cuidar dela da
maneira que ela merece. Porque eu estava apaixonado, profundamente
e para sempre por alguém. - Ele sorriu para os olhos aturdidos de
Hannah – Creio que depois foi diretamente a Travers, e enquanto a
consolava e apoiava-lhe, ele provavelmente lhe confessou seus
sentimentos. Espero que ela não tenha sido lançada em um casamento
impulsivo apenas para salvar as aparências. Mas essa não é a minha
preocupação.
222
Tomando o rosto de Hannah em suas mãos, Rafe esperou que ela
dissesse alguma coisa. Ela simplesmente sacudiu a cabeça, muito
sobrecarregada para fazer um som.
- Aquele dia na biblioteca – ele disse - quando quase lhe faço
amor, eu percebi que depois de tudo eu queria que nos encontrasse ali.
Queria te comprometer com qualquer coisa que me permitisse estar
contigo. E então eu sabia que naquele momento não seria capaz de
casar com a Natalie. Porque a vida é muito tempo para passar ao lado
da mulher errada.
Sua cabeça e seus ombros ocultaram a luz das tochas quando ele
se agachou, tomando sua boca com lento, penetrante beijo. Ele
apertou os lábios trêmulos para que se separassem, explorando o
interior de sua boca com uma ardente ternura que fez seu coração
bater com golpes dolorosos. Ela ofegou quando sentiu as mãos
escorregarem dentro de sua jaqueta, acariciando a pele exposta pelo
corpete do vestido.
- Querida Hannah - sussurrou - quando te vi chorar um pouco
atrás, pensei por favor, Deus, que seja porque ela se preocupa por
mim, malvado canalha como sou. Deixe-me amar, mesmo que seja um
pouco.
- Eu estava chorando - ela conseguiu dizer-lhe, hesitante -
porque meu coração estava se quebrando ao saber que você ia casar
com outra pessoa - ela encarou sua mandíbula tremendo de combate a
emoção - porque eu... eu te queria para mim.
223
O brilho de paixão que viu em seus olhos fez seu coração bater
mais rápido.
- Então eu tenho que te perguntar uma coisa, meu amor. Mas
primeiro deve entender... eu não herdarei nada dos Bowman. Isso não
significa que não poderei mantê-la, entretanto. Sou um homem rico
por conta própria. E eu vou colocar o meu dinheiro mal chegado a
bom uso. Há oportunidades em todos os lugares.
Era difícil pensar claramente. Hannah teve que se concentrar,
como se tentasse traduzir uma língua estrangeira
- Foi deserdado? –sussurrou finalmente preocupada. Retirando-
se um pouco, assentiu. Seu rosto era severo com determinação.
-É o melhor. Em algum momento do futuro, pai e eu podemos
encontrar a maneira de aceitarmos um ao outro. Mas, enquanto isso,
não vou seguir os ditames de outro homem.
A mão dela repousou na bochecha dele, acariciando-o
suavemente.
- Não queria que fizesse tal sacrifício por mim.
Seus cílios entrecerram com seu toque.
- Não foi um sacrifício. Foi a salvação. Meu pai vê isso como
uma fraqueza, é claro. Mas lhe disse que não me faz menos um
homem amar alguém desta maneira. Faz-me ser mais. E você não está
sob qualquer obrigação, e você sabe disso. Eu não quero que você...
224
- Rafe - disse hesitante - a obrigação não forma parte do que eu
sinto por você.
Sua expressão causou que seu interior derretesse. Segurando
suas mãos, ele tirou-lhe as luvas de maneira pausada, tirando
suavemente de cada dedo para soltá-los. Depois de removê-las, beijou
seus dedos e pulso colocou uma de suas mãos contra o seu rosto
barbeado.
- Hannah, eu te amo mais do que eu posso suportar. Querendo ou
não, sou seu. E não sou inteiramente certo o que pode acontecer se eu
tiver que passar o resto da minha vida sem você. Por favor, case-se
comigo para que eu possa parar de tentar ser feliz, e apenas, ser. Eu
sei que isso tem aconteceu muito rápido...
- Algumas coisas não podem ser medidas pelo tempo. - Hannah
disse com um sorriso trêmulo. Rafe deu-lhe um olhar interrogativo -
Uma das criadas encontrou uma carta de amor parcialmente queimada
na lareira do seu quarto. - disse Hannah - e levou-a para Natalie, que
mostrou para mim. Natalie supôs que era para ela.
Mesmo no escuro, notou como as bochechas de Rafe
enrubesciam.
- Bom, o inferno. – disse em tom triste. Trazendo-a mais perto,
abraçou-a e sussurrou em seu ouvido - era para você. Cada palavra era
sobre você. Deves saber quando voltar a lê-la.
225
- Queria fosse sobre mim. - Hannah disse timidamente - e – seu
próprio o rosto inflamava – as coisas que você escreveu. As quero
fazer todas também.
Ele riu suavemente e voltou a olhar para ela.
- Então me dê sua resposta - deu um breve e apaixonado beijo
na boca. - Diga isso ou vou continuar beijando até que você diga sim.
- Sim - ela disse sem fôlego, com alegria - sim, vou casar-me
com você. Porque eu te amo demais, Rafe, te a...
Ele capturou sua boca com um beijo faminto, enquanto suas
mãos soltava seus cabelos. Ela não se importava nem um pouco. Sua
boca estava tão quente, deliciosa, consumindo-a com carícias
sensuais, fazendo estragos com seus beijos profundos e duros. Ela
respondeu com impaciência, tremendo em seus braços enquanto seu
corpo tentava acomodar todo o prazer muito, muito rápido.
Rafe arrastou seus lábios entreabertos por sua garganta,
excitando suas terminações nervosas, deixando um rastro de fogo no
seu rastro. Sua boca caiu para o peito, e ela se sentiu como os bicos
dos seios ficavam duros e sensíveis.
- Hannah - ele sussurrou, espalhando beijos febris através de sua
pele - Eu nunca quis ninguém tanto. És tão linda em todos os
sentidos... e tudo o que eu descubro sobre ti me faz te amar mais e
mais... - levantou a cabeça e a agitou duramente, como se tentasse se
lembrar onde estava. Um sorriso veio aos lábios. - Meu Deus. Será
226
melhor que tenhamos um noivado curto. Vem, me dê a mão... não, a
outra. - ele enfiou a mão no bolso do casaco e revelou um anel de
brilhantes. Era um anel de prata com uma granada - Esta é a razão que
eu por ter ido à cidade hoje. - disse, deslizando o anel em seu dedo
anelar - Vou comprar um diamante em Londres, mas tínhamos que
começar com algo.
- É perfeito - Hannah disse, olhando para os olhos brilhantes -
granada significa amor duradouro. Você sabia?
Ele sacudiu a cabeça, olhando como se fosse um milagre.
Envolvendo os braços em volta do pescoço, Hannah o beijou
impulsivamente. Rafe endireitou sua cabeça, possuindo seus lábios
com erótica demanda. Ela passou suas mãos nas poderosas linhas de
seu corpo, em uma tímida, mas ardente exploração pequena, fazendo-
o sentir calafrios.
Ofegante, ele regressou em si de novo.
-Hannah... carinho... eu... eu cheguei a meus limites. Temos que
parar.
- Eu não quero parar.
- Eu sei meu amor. Mas tenho que acompanhá-la de volta para o
baile antes que alguém perceba de que faltamos.
227
Tudo nela se rebelava contra a idéia de voltar para a grande e
cheia sala de baile. Falar, dançar, o jantar formal tempo... seria uma
tortura, quando tudo que ela queria era estar com ele.
Corajosamente, Hannah começou a brincar com os botões do
seu colete.
- Leve-me para a casa de solteiro. Eu tenho certeza que ela está
vazia. Todo mundo esta na casa. - Ele deu-lhe um olhar sardônico.
- Se eu fizer isso, coração, não haverá maneira nenhuma de que
saia com sua virtude intacta.
- Quero que me comprometa – lhe disse ela
- Isso que você quer? Porque, meu amor?
- Porque quero ser tua em todos os sentidos.
- Já é – ele murmurou
- Não dessa maneira. Ainda não. E ainda se não me
comprometer, vou dizer a todo mundo que o fez. Portanto, a melhor
coisa seria que você fazer na realidade.
Rafe riu de sua ameaça.
- Na América - disse a ela - diria que estão tentando fechar um
negócio - Gentilmente emoldurou seu rosto em suas mãos e acariciou
suas bochechas com os polegares - mas não tem que fazer querida.
Não há nada na terra que me impeça de casar contigo. Pode confiar
em mim.
228
- Eu confio em você. Mas...
Suas sobrancelhas se levantaram.
- Mas?
A pele sob seus dedos foi aquecida alguns graus.
- Te desejo. Eu quero estar perto de você. Como... como você
escreveu na carta. - ele deu um daqueles sorrisos que lhe enviavam
calafrios pela coluna vertebral.
- Nesse caso... vou te comprometer só um pouco.
Levantando Hannah do banco, Rafe a levou para casa de
solteiros. Ele argumentou consigo mesmo durante todo o caminho,
sabendo que o correto era levá-la para a mansão sem demora.
Entretanto, o desejo de ficar sozinho com ela, mantê-la para si em
privado, era muito poderoso e mais do que podia resistir.
Eles entraram na casa, com seus móveis escuros caros, painéis
de parede e tapetes de pelúcia. Brasas brilhavam no dormitório,
iluminando de cor amarela e laranja ao solo.
Rafe acendeu a lamparina de uma mesinha deixando o chama
baixa, e se virou para olhar para Hannah. Ela havia tirado seu casaco e
estava desabotoando o vestido. Ele viu a expressão de seu rosto, como
se tentando fingir que ir para a cama com um homem que era algo
normal para ela. Sentiu diversão e ternura, e a mais nefasta dor mortal
da luxúria que jamais tinha experimentado.
229
Foi até ela, e fechou as mãos sobre as dela.
- Não precisa fazer isso - disse - esperarei por você. Vou esperar
o tempo que seja necessário.
Hannah puxou para libertar as suas mãos, e as deslizou por trás
de seu pescoço. – Não posso pensar em qualquer outra coisa que eu
quisera estar fazendo neste momento - disse.
Ele se inclinou para beijá-la apaixonadamente, parando apenas
para sussurrar. - Oh, amor, eu tão pouco posso.
Pouco a pouco foi tirando as camadas de seda e linho,
desenganchando o espartilho, tirou as meias demorando-se um pouco
em suas pernas. Só até quando a última peça caiu ao chão, e ela estava
candidamente estirada na cama ante ele, se permitiu vagar um olhar
por seu corpo esguio, e soltou um suspiro agitado. Ela era tão bonita,
tão inocente e tão confiante. Tocou um de seus seios, moldando a
suavidade com os dedos trêmulos.
Seu olhar levantou a sua cara.
- Está nervoso? - perguntou um pouco surpresa.
Rafe assentiu, passando a ponta de seus dedos por uma de seus
mamilos rosa vendo como este se colocava duro.
- Antes, para mim não era um ato de amor.
- Isso o faz diferente?
230
Um sorriso irônico cruzou seus lábios. - Eu não tenho certeza.
Mas há uma maneira de descobrir.
Despiu-se e deitou ao lado dela, abraçando-a com cuidado.
Apesar do desejo que corria por seu corpo, ele a pressionou contra ele
com doçura, deixando-a senti-lo. Ele deslizou uma mão por suas
nádegas, acariciando-as em círculos suaves.
Hannah conteve o fôlego enquanto o sentia contra ela. Uma
pequena mão alcançou a superfície de seu peito peludo e o explorou
com delicadeza...
- Rafe... Como devo te tocar?
Ele sorriu e beijou-lhe a garganta, saboreando a sua suavidade e
a fragrância dela.
- Em qualquer lugar, amor. De qualquer forma que você goste. -
Ele ainda a segurava enquanto ela brincava com abundância de
cabelos luminosos em seu peito. Olhando-o nos seus olhos, ela deixou
que sua palma da mão fosse à deriva para os músculos do seu
abdômen, acariciando-o. Ela hesitou por um momento enquanto
tomava em suas mãos seu lustroso e duro membro, que pulsava com
necessidade. Ela deu algumas caricias vacilantes. Sua resposta foi tão
grave que ele engasgou entrecortadamente ante a brusca sensação.
- Hannah - conseguiu dizer, baixando sua mão e pondo-a sobre a
dela.
231
- Mudança de planos. A próxima vez. - fez uma pausa, lutando
para se controlar - você pode explorar tudo o que quiser, mas por
agora, deixe-me te amar.
- Eu fiz algo errado? Você não gostou do jeito que eu...?
- Eu gostei muito. Se eu tivesse gostado mais, tudo teria
terminado em menos de um minuto.
Colocou-se em cima dela, e distribuiu beijos por todo seu corpo,
ficando mais tempo em seus seios, sugando e mordendo suavemente.
Excitou-se com os espasmos de excitação dela e com a instintiva
forma em que seu quadril se movia buscando a fonte de prazer.
Abrindo suas coxas, descansou a mão entre elas, colocando a
palma da sua mão no centro do seu prazer. Tocou-a gentilmente até
que ela gritou e gemeu, necessitando de mais. Deslizando para baixo,
Rafe beijou seu ventre, deixando que sua língua circulasse em torno
de seu delicado umbigo. Nunca tinha estado tão excitado, tão
completamente absorvido no prazer de alguém mais. A intimidade era
quase insuportável. Sua respiração era rápida e ansiosa, quando se
encontrou com a entrada de seu corpo, provocando-a com o dedo.
- Hannah, querida - sussurrou - relaxa para mim - ele sentiu
como um calor escaldante em torno de seu dedo. A sensação de que
ela era tão deliciosa que ele soltou um gemido. – Tenho que beijá-la
aqui. Tenho que te provar. Não tenha medo... só deixe-me... Oh,
Hannah, doce amor... – Ele levou sua boca para seu sexo, procurando
232
avidamente até que encontrou o centro de seu prazer. Seus sentidos
estavam sumidos em um radiante prazer, todos seus músculos tensos
pela luxúria. O sabor dela, sal e mulher, era imensamente excitante.
Pôs sua língua sobre ela, girando em círculos, deleitando-se com os
seus gritos de impotência. Ele deslizou seu dedo mais profundamente,
uma e outra vez, ensinando-lhe o ritmo.
Ela entrou em êxtase com um grito baixo, mãos segurando sua
cabeça. Muito tempo depois de sua libertação ter desaparecido, ele
seguia saboreando-a, movendo sua língua sobre o calor rosado,
levando-a posteriormente a um estado de sonho.
- Rafe - disse com voz rouca, puxando-o para cima. Sorrindo, ele
cobriu seu corpo com o dele, olhando para os seus olhos verdes
aturdidos. - Mais - sussurrou ela, e passou os braços ao redor de suas
costas, incitando-o a participar – quero mais de ti.
Sussurrando o seu nome, se posicionou entre suas coxas. Uma
explosão inicial de satisfação primitiva passou através dele, enquanto
sentia a tentadora suavidade dividindo-se. Ele empurrou dentro da
resistente carne, tão quente, tão molhada, e quanto mais profunda
entrava mais estreita era ela. Entrou duro e profundamente, tentando
não machucá-la. Nunca tinha sentido algo assim anteriormente, mais
além de qualquer prazer imaginável. Pegou sua cabeça entre as mãos e
a beijou sua boca, enquanto seus sentidos nadavam em êxtase.
- Desculpa, amor - disse com uma voz rouca cheia de prazer –
sinto muito te fazer dano.
233
Hannah sorriu e o olhou – Como um estrangeiro quando vai para
um novo país... – lhe sussurrou no ouvido.
Ele se sacudiu ao rir - Deus. Nunca me deixe esquecer esta carta,
certo?
- Nem se quer a li inteira. – disse – partes dela se queimaram.
Agora nunca saberei o que você queria me dizer.
- As passagens que se perderam, provavelmente, tratem disso -
ele murmurou, empurrando suavemente em seu interior. Ambos
pararam de respirar, absorvendo as sensações disso. Rafe pressionou
um sorriso contra sua bochecha - escrevi muito sobre isso.
- Diga-me o que você escreveu.
Sussurrou em seu ouvido palavras de amor e de louvor, e todos
os anseios que sentia. E com cada palavra que ele dizia sentia que se
abria uma parte de seu ser, uma sensação de liberdade e poder, e
morrer suavemente. Ela se moveu com ele e acolhendo-o mais
profundamente, e o êxtase de desfrutá-lo com ela rugiu através dele,
conduzindo-o a uma profunda, brilhante liberação.
Certamente... fazê-lo com amor era diferente.
Rafe a abraçou durante muito tempo depois, sua mão viajando
delicadamente por seu quadril e suas costas. Parecia que não
conseguia parar de tocá-la. Hannah se acomodou em seu ombro, seu
corpo sentindo-se pesado e saciado.
234
- Isso é real? - ela sussurrou - Parece um sonho.
Diversão retumbou no peito Rafe. - Isto parecerá real quando
amanhã de manhã levá-la para a mansão como uma mulher desonrada.
Se não tivesse dito a Westcliff minha intenção de me casar com você,
me atreveria a dizer que me cumprimentavam com um chicote.
- Não vai me levar esta noite? - ela perguntou, surpresa.
- Não. Para começar eu arruinei seu penteado. Em segundo
lugar, não tenho vontade de sair da cama. Em terceiro lugar... há uma
clara possibilidade de que ainda não tenha terminado com você.
- Esses são todos muito bons motivos. - Sentou-se e retirou o
resto das pérolas de seu cabelo, e se inclinou sobre Rafe para colocá-
las na mesa de cabeceira. Capturando suas costelas em suas mãos, ele
a sentou sobre ele e beijou seus seios enquanto ela se mostrava ante
ele - Rafe - ela protestou –
Parando, ele olhou para seu rosto ruborizado, e sorriu
ironicamente. – Modesta? – lhe perguntou suavemente, e a escondeu
na dobra do seu braço novamente. Seus lábios se pressionaram contra
sua testa. - bom, estar casada curará isso em pouco tempo.
Hannah enterrou seu rosto no peito dele, e ele sentiu a curva de
seu sorriso.
- O que? – lhe perguntou ele,
235
- Nossa primeira noite juntos. E nossa primeira manhã será
Natal. - Rafe acariciou seu quadril nu. - E eu já desembrulhei meu
presente.
- É muito fácil te agradar - disse ela, fazendo-o rir.
- Sempre. Porque Hannah, meu amor, o único presente que eu
sempre vou querer... - ele fez uma pausa para beijar o sorriso nos
lábios dela - é você.
236
EPÍLOGO
A manhã de Natal, Matthew Swift caminhava na frente da casa
de solteiros, seus sapatos e a barra de seu paletó estavam manchados
com a neve recém-caída. Ele bateu na porta e esperou pacientemente
até que Rafe respondeu. Com um sorriso irônico, Swift disse cunhado.
- Tudo o que eu vou dizer é que todo mundo está falando. Assim, é
melhor que você se case com ela rapidamente.
Não houve nenhuma discussão, é claro, por parte de Rafe.
Swift também disse que, imbuídos pelo espírito de Natal (e
combinado com a pressão de toda a família), Thomas Bowman havia
reconsiderado sua decisão de deserdar Rafe e desejava fazer as pazes.
Posteriormente, com jarras de “Obispos Humeantes”, uma bebida
quente feita com frutas, vinho tinto e do porto, os homens chegaram a
um acordo.
Rafe não consentiu em entrar para participar da sociedade com
seu pai, convencido de que, sem dúvida, que seria a fonte de conflitos
futuros entre eles. Em vez disso, ele entrou em um empreendimento
altamente lucrativo com Simon Hunt e Westcliff e contribuiu com
seus conhecimentos sobre a fabricação de máquinas locomotivas. Isto
aliviou a carga sobre os ombros de Hunt, o que fez feliz Annabelle e
permitiu a Rafe e Hannah ficarem na Inglaterra, para o prazer de
ambos.
237
Nos anos seguintes, Thomas Bowman pode esquecer que
Hannah era a esposa que ele originalmente queria para Rafe e um
grande afeto nasceu entre eles.
Natalie se casou com Lord Travers e foram muito felizes juntos.
Ela disse a Hannah em confidencia que, quando se foi com Lord
Travers para consolar-se na manhã de Natal, ele deu-lhe o beijo que
tanto estava esperando.
Daisy finalmente terminou seu romance, que foi publicado com
grande sucesso, embora não com o respaldo dos críticos.
Evie deu à luz naquele mesmo ano a uma garota animada, com
cachos e fogo, levando a St. Vicent à conclusão de que estava
destinado a amar a muitas garotas ruivas. Ele estava deslumbrado.
Hannah e Rafe se casaram no final de janeiro, mas eles sempre
consideraram que seu verdadeiro aniversário era no Natal e o
celebravam nesta data. E cada véspera de Natal, Rafe escrevia uma
carta de amor e a deixava em seu travesseiro.
Samuel Clark encontrou uma nova secretária, uma jovem
competente e encantadora. Depois de descobrir sua cabeça
incrivelmente promissora, se casou com ela sem demora.
Em 1848, uma gravura da Rainha e o príncipe Albert debaixo de
sua árvore de Natal foi publicada em The Illustrated London News,
popularizando o costume até que cada salão estava abençoado com
238
uma árvore decorada. Depois de ver a ilustração, Lillian observou
muito presunçosa que sua árvore era muito mais alta.
A peruca de Thomas Bowman nunca foi encontrada. Ele sentiu-
se apaziguado com a outra mais elegante, presente de Natal de
Westcliff.
FIM
239
NOTA DA AUTORA
Queridos Amigos,
Eu tive muito bem revisitando o mundo das floreios! Escrever
Um Natal Inesquecível me permitiu passar mais tempo com estas
personagens familiares, ter um olhar para sua vida atual e de passo
presentear Rafe Bowman e permitir que sua história saia de minha
mente. Uma das coisas que eu adoro escrever romance é que ele me
permite criar personagens com vida para além da história, com
emoções intensas e pelas paixões ardentes. Quando iniciei o
empolgante desafio de escrever ficção romântica contemporânea, eu
queria mostrar a mesma intensidade de hoje. Afinal, as pessoas têm
as mesmas esperanças, medos, sonhos e desejos, não importa o século
em que nasceram. Agora estou totalmente imersa e absorvida na
criação do mundo na família Travis na minha saga do Texas. Seu
nome é Liberty é a história de uma Cinderela moderna, interpretada
por uma heroína animada e tenaz chamada Liberty Jones. Meu
240
próximo romance contemporâneo, “O diabo tem os olhos azuis”, é a
viagem pessoal de Haven Travis, que luta entre o risco e o desejo de
amar o inimigo de sua família. E então, Smooth Talking Stranger, o
belo Jack Travis encontra a sola de sapato na feroz e teimosa Ella
Varner.
Se você já gostava da minha Série das Wallflowers, espero que
lhes dê uma chance à minha ficção romântica contemporânea. Tanto
se o herói vai a cavalo ou de carro, tanto se a heroína encontra-se em
um salão de baile ou em uma sala de reuniões, o romance romântico
tem os mesmos elementos que nós valorizamos... emoção, paixão e a
satisfação de experimentar um amor que transcende todas as
barreiras,
Obrigada pelo incentivo e apoio e por me deixar compartilhar
meus pensamentos e sonhos com você.
Desejando-lhe sempre feliz, Lisa Kleypas