Download - Literacia da informação - parte 1
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Literacia da Informação e Educação para a Literacia da InformaçãoLiteracia da Informação
Mestrandas:Alexandra Lopes, Anabela Monteiro, Fernanda Malveiro, Graciete Monteiro, Manuela Silva e Olga Correia
As TIC e o Trabalho de Projeto
Professora Doutora Guilhermina Lobato Miranda
Abril, 2014
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O Conceito de LiteraciaO termo Literacia deriva da palavra inglesa Literacy e foi utilizado inicialmente como sinónimo de alfabetização (Dudziac, 2009), tendo adquirido com o tempo, novos significados, que estão muito para além da capacidade de ler e escrever. Posteriormente, segundo Gomes et al. (2000), a definição de Literacia passou a significar a capacidade de utilização, na vida quotidiana, das competências de leitura, escrita e cálculo.
DE: Conceito sinónimo de alfabetização
PARA: Conceito baseado nas competências
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O Conceito de Literacia
De acordo com Gomes et al., (2000) ao utilizar-se o termo Literacia coloca-se o enfoque no uso destas três competências e não na formação académica, por se considerar não ser possível estabelecer uma correspondência evidente entre os níveis de escolarização de uma população e o seu nível de Literacia.
● Leitura● Cálculo● Escrita
Literacia
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O Conceito de Literacia
A Literacia é considerada um conceito evolutivo uma vez que as competências de uma população neste domínio tendem a alterar-se por via da evolução das competências individuais e também pelas transformações que ocorrem na sociedade.
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O Conceito de Literacia
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O Conceito de Literacia
Segundo Gomes et al. (2000) a utilização cada vez mais frequente do conceito de literacia, alterou a categorização da população que dividia alfabetizados e analfabetos, por ser redutora da diversidade de situações sociais existentes. Desta forma, nas sociedades atuais procura-se identificar o perfil de Literacia de uma população, que se traduz em níveis e graus diferenciados de competências, utilizados nos mais diversos contextos.
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O Conceito de LiteraciaNíveis de Literacia elevados são hoje reconhecidos como tendo profundas implicações individuais, sociais e económicas sendo cada vez mais associados à empregabilidade e à cidadania (Caldeira, 2011)
Empregabilidade Cidadania
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O Conceito de Literacia
De acordo com Coelho (2010) o desenvolvimento das tecnologias de comunicação e a difusão massiva de informação operaram uma transformação no conceito de Literacia no sentido de englobar saberes e competências necessárias à interação com a tecnologia e à obtenção de informação através dela, surgindo neste contexto a expressão Literacia da Informação.Também noutros domínios do conhecimento, o termo Literacia foi começando a ser adotado como sinónimo de competências nesses mesmos domínios, sendo hoje utilizado de forma global, existindo diversas formas de Literacia, a saber:
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Económica
…Cultural
Múltiplas formas de Literacia
O Conceito de Literacia
Digital
Mediática
Financeira
Informação
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Literacia da Informação
O que é a literacia da informação (adaptado de Nishimuro, 1999)
Font
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a, G
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Silv
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(201
1)
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Literacia da Informação (continuação)
A expressão “literacia da informação” surge associada à exigência de um novo conjunto de competências para
o acesso e utilização da informação, tornando-se um atributo decisivo na sociedade contemporânea,
indispensável à autonomia na aprendizagem ao longo da vida.
As definições de literacia de informação, avançadas quer por organizações quer por estudiosos, têm sido várias;
no entanto, a mais frequentemente citada é a da American Library Association a qual refere que um indivíduo
com competências de informação "deve ser capaz de reconhecer quando a informação é necessária, e ter
capacidades para a localizar, avaliar e usar efetivamente a informação”(ALA, 1989, citado por Dudziak, 2003, p.
26). Acrescentando, ainda, que “as pessoas competentes em informação são aquelas que aprenderam a
aprender. Elas sabem como aprender, pois sabem como o conhecimento é organizado, como encontrar a
informação e como usá-la de modo que outras pessoas aprendam a partir dela” (ALA, 1989, citado por Dudziak,
2003, p. 26).
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Literacia da Informação (continuação)
Segundo a declaração de princípios da American Library Association (Association of College and Research
Libraries, 2000, citado por Calixto, s.d., p. 4) aquele que possui literacia da informação deverá ser capaz de:
“determinar a extensão da informação de que necessita; aceder à informação de que necessita de modo eficaz
e eficiente; incorporar a informação selecionada na sua base de conhecimentos; usar a informação eficazmente
de modo a conseguir um objetivo específico; compreender as questões económicas, legais e sociais que
envolvem o uso da informação e aceder e utilizar a informação de modo ético e legal”.
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Literacia da Informação (continuação)
A UNESCO/ IFLA (2005), através da Proclamação de Alexandria, refere que “a literacia da informação habilita
os indivíduos em todas as etapas da sua vida para a procura, avaliação, uso e criação de informação de modo
eficaz, na prossecução dos seus objetivos pessoais, sociais, profissionais e educativos, constituindo um direito
humano básico num mundo digital e promovendo a inclusão social de todas as nações”.
Portanto, a literacia da informação é de extrema importância, pois não se liga, apenas, à leitura, à escrita e ao
cálculo mas também às competências tecnológicas relacionadas com os computadores e a internet: a
popularização de recursos como os blogues, as wikis e os sistemas de partilha de conteúdos em linha,
característicos da web 2.0, suscitaram uma apetência pela colaboração e pela interação com o mundo digital
em que cada indivíduo pode não só ser consumidor mas também produtor de informação, mesmo não
possuindo conhecimentos técnicos avançados.
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Literacia da Informação (continuação)
A Literacia da Informação (Portal da literacia da informação da Universidade de Idaho)
É a capacidade de: - identificar que informação é necessária; - compreender como a informação está organizada; - identificar quais as melhores fontes de informação de acordo com as
necessidades; - localizar essas fontes; - avaliar as fontes criticamente; - partilhar a informação…
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Literacia da Informação (continuação)
Para possuir competências de “literacia da informação” é necessário sentido crítico e saber porquê, quando e como usar as fontes de informação.
Fon
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Literacia da Informação (continuação)
Perante tanta informação disponível, precisamos de ter consciência de que essa informação não tem toda o mesmo valor e que a quantidade de informação disponível aumenta exponencialmente, assim como as tecnologias utilizadas para aceder, manipular e criar informação estão igualmente em expansão.
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Literacia da Informação (continuação)
Dar acesso a um manancial de informação produzido diariamente, através
de múltiplas fontes, e sobretudo através da internet, sem dar a devida
formação e apoio para a abordar é como dar um carro sem dar formação
sobre o código da estrada e sobre como conduzir.
É premente dotar as pessoas dessa capacidade de “filtrar” a informação,
no sentido de não serem manipuladas, pois, assim como nos deparamos
com informação fidedigna e acessível do ponto de vista linguístico,
também há informação falsa e enganosa e até já desatualizada.
Neste sentido, verifica-se em alguns países da U.E. alguma pressão para ser
criada uma disciplina de caráter obrigatório sobre Educação para a
literacia (Miranda & Silva, 2011).
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Literacia da Informação (continuação)
Maria Inês Peixoto Braga (s.d., p. 166) afirma que "literacia e Educação andam de mãos dadas, e a tal não será
alheio o facto de serem reconhecidas como um Direito Humano, tendo -se registado um progressivo
reconhecimento universal da importância da literacia, cada vez mais perspetivada como inegável fator do
progresso individual do ser humano e das nações“.
De acordo com Jurjo Torres Santomé (2000, p. 11), "é função fundamental da escola: a análise [da] informação.
Ver como essa informação está construída e quem a construiu, com que objectivos, que distorções estão
presentes e como se manipula essa informação. Do meu ponto de vista só a escola poderá exercer esta função,
que, aliás, deve ser a sua razão de ser. Temos de capacitar as pessoas para compreender o seu mundo e
entender que a informação é produzida num determinado contexto histórico e que as pessoas que a constroem
têm interesses”.
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Literacia da Informação (continuação)
Acrescenta, ainda, que “é à escola que compete essa finalidade: construir esse mundo de possibilidades, fazer
ver às pessoas que o processo de construção de conhecimento é um processo histórico e inacabado, em que
todos podemos e devemos participar. E que não se pode mistificar o conhecimento, apresentando-o como algo
sagrado, que não se pode tocar. Pelo contrário: o conhecimento é falível, é produzido por seres humanos com
interesses opostos. E na medida em que estivermos conscientes disso melhor o podemos avaliar e denunciar o
que não funciona, promovendo a construção de um conhecimento mais útil” (Torres Santomé, 2000, p. 11).
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Literacia da Informação (continuação)
As escolas e as universidades devem contribuir para a formação dos alunos de modo a que estes consigam
pesquisar, recuperar, avaliar e utilizar devidamente a informação de que necessitam. Esse papel deve ser
desempenhado pelas bibliotecas, cujos profissionais, devido às competências adquiridas e aplicadas na
organização, recuperação e avaliação da informação, devem estar aptos a participar nesta vertente da
preparação dos alunos para o futuro: ter consciência das suas necessidades de informação; saber realizar
pesquisas eficientes; interpretar dados e avaliar o valor das suas fontes. Estas competências são importantes
para todos, pois fazemos parte duma economia global que exige formação ao longo da vida e o desempenho
de uma cidadania plena. Por isso, compete às escolas/universidades preparar os alunos para um futuro numa
era extremamente dinâmica, na qual é previsível que terão de se adaptar a novas situações e de se orientar
num mundo digital complexo.
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Formatos em que pode ser apresentada a informação
A informação que nos chega atualmente provém de diversas fontes e adquire variados formatos, como:
* o texto impresso
* a televisão
* os vídeos
* as bases de dados de bibliotecas
* os sítios da Web
* redes sociais...
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Literacia digitalA Literacia Digital refere-se à capacidade que uma pessoa tem para desempenhar, de forma efetiva, tarefas em
ambientes digitais - incluindo a capacidade para ler e interpretar media, para reproduzir dados e imagens
através de manipulação digital, e avaliar e aplicar novos conhecimentos adquiridos em ambientes digitais
(Loureiro & Rocha, s. d.).
A sociedade atual necessita de pessoas com competências digitais que providenciem determinadas infra-
estruturas digitais, mas também de pessoas com competências digitais para as usar. Desta forma, como
referem Loureiro e Rocha (s.d), uma sociedade digital ou em rede – digitally literate – é um percursor para uma
sociedade baseada no conhecimento - knowledge-based society. É necessário controlar os modos e contextos
de interação e ter em conta a mudança generalizada da maioria dos sujeitos de consumidores para produtores
requerendo o desenvolvimento de uma consciência cívica da cidadania digital baseada na interatividade e na
geração de conteúdos.
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Esta sociedade, globalmente interligada e com uma forte componente e presença digital, requer competências específicas por parte dos seus cidadãos, tal como se pode verificar na figura.
Literacia digital
Future Work Skills (Davies, Fidler e Gorbis, 2011)
Font
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Na última década, muito especialmente a partir de 2006, a União Europeia tem refletido sobre literacia
mediática, particularmente no âmbito das políticas europeias para os media e da Estratégia de Lisboa (2000):
fazer da União Europeia a mais competitiva, dinâmica e inclusiva economia mundial baseada no conhecimento.
A literacia mediática é a capacidade de aceder aos media, de compreender e avaliar de modo crítico os
diferentes aspetos dos media e dos seus conteúdos e de criar comunicações em diversos contextos. Esta
definição consta da Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho Europeu, ao Comité
Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões: uma Abordagem Europeia da Literacia Mediática no
Ambiente Digital, de 20 de Dezembro de 2007.
Literacia mediática
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O referido documento diz, ainda, que “a abordagem europeia da literacia mediática deve abranger todos os media” e
“considerar vários níveis de literacia mediática: estar à vontade com todos os tipos de media, desde jornais a
comunidades virtuais; utilizar ativamente os media, nomeadamente através da televisão interativa, dos motores de
pesquisa da Internet ou da participação em comunidades virtuais, e explorar melhor as potencialidades dos media
entretenimento, acesso à cultura, diálogo intercultural, aprendizagem e aplicações quotidianas; ter uma visão crítica
dos media no que respeita tanto à qualidade como ao rigor do conteúdo; utilizar criticamente os media, atendendo a
que a evolução das tecnologias dos media e a presença crescente da Internet como canal de distribuição permitem
que um número crescente de europeus crie e difunda imagens, informação e conteúdos; compreender a economia
dos media e a diferença entre pluralismo e propriedade dos media; estar consciente das questões dos direitos de
autor, essenciais para uma “cultura de legalidade”, em especial para os mais novos, na sua dupla qualidade de
consumidores e produtores de conteúdos” (Comissão das Comunidades Europeias, 2007).
Literacia mediática
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O objetivo da literacia mediática é ampliar os conhecimentos dos indivíduos acerca das
mensagens media com que se deparam no seu dia-a-dia, como, por exemplo, programas, filmes,
imagens, textos, sons e sítios web que lhes chegam através de diferentes formas de comunicação.
A literacia mediática é uma competência fundamental na Sociedade de Informação, uma vez que
contribui para a inclusão social e para o exercício de uma cidadania ativa e plena, não só dos
jovens mas também dos adultos. Através da internet e da tecnologia digital, o número de
indivíduos que pode criar e divulgar imagens, informação e conteúdos é cada vez maior.
Literacia mediática
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Educar para os media
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ReferênciasBiblioteca Geral da Universidade de Évora (2012). Uévora. Retirado 23 março 2014, de http://www.bib.uevora.pt/avaliar-recursos.
Biblioteca Pública de Évora (1998-2003). L-Info. Retirado 23 março 2014, de http://www.evora.net/bpe/Linfo/introduçao.htm.
Braga, M. I. P. (s.d.). Formação para a literacia da informação: uma interactividade necessária com os Media. Retirado de
http://www.cetacmedia.org/files/014_CICOM_Ines_Braga.pdf.
Caldeira, Lúcia M. C. (2011). Contributos da Biblioteca Escolar para o Desenvolvimento de uma Cultura Integrada de Leitura das Novas Literacias. Bragança: Instituto Politécnico de Bragança. Retirado de https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/5980/1/Relat%C3%B3rio%20Final.pdf.
Calixto, J. A. (s. d.). Literacia da informação: um desafio para as bibliotecas. Retirado de http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/artigo5551.PDF
Coelho, Helena S. (2010). Information Literacy meets Library 2.0. Lisboa: Faculdade de Motricidade Humana. Revista Prisma.com , 13, 1-5. Retirado de http://revistas.ua.pt/index.php/prismacom/article/view/795.
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ReferênciasComissão das Comunidades Europeias - Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e
Social Europeu e ao Comité das Regiões: uma Abordagem Europeia da Literacia Mediática no Ambiente Digital. Retirado de http://zip.net/bhm9QT.
Dudziak, E. A. (2003). Information literacy: princípios, filosofia e prática. Ci. Inf., 32, n.1, 23-35. Retirado de http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf/article/view/123
Fundação para a Computação Científica Nacional (s. d.). Literacia da Informação. Retirado 3 abril 2014, de http://zip.net/blm815.
Miranda, G. L. & Silva S. (2011). A relação dos jovens com os media: Um estudo com alunos do 9º ano do ensino básico do Distrito de Castelo Branco. Retirado de https://lisboa.academia.edu/GuilherminaLobatoMiranda.
Gomes, M. do C.; Ávila, P.; Sebastião, J.; Costa, A. F. (2000). Novas Análises dos Níveis de Literacia em Portugal: Comparações Diacrónicas e Internacionais. IV Congresso Português de Sociologia. Retirado de http://www.cies.iscte.pt/outras/congressos/index.jsp.
IFLA/UNESCO (2006). Directrizes da IFLA/UNESCO para as bibliotecas escolares. Retirado de http://zip.net/bxnblP.
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ReferênciasInternacional Association of School Librarianship (1999). O manifesto da IFLA/UNESCO das bibliotecas escolares. Declaração
política da IASL sobre bibliotecas escolares. Retirado de http://migueloliveira.web.simplesnet.pt/manifestounescobibescolares.htm
Loureiro, A. & Rocha, D. (s.d). Literacia digital e literacia da informação – competências de uma era digital. Retirado de http://ticeduca.ie.ul.pt/atas/pdf/376.pdf
Torres Santomé, J. (2000). Jurjo Torres Santomé, em entrevista a “a Página”. Jornal a Página da Educação. 87, p.11. Retirado de http://www.apagina.pt/?aba=7&cat=87&doc=7888&mid=2
UNESCO (2010). Educação um tesouro a descobrir: relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. Brasília: Faber-Castell. Retirado de http://zip.net/bpm91D.
UNESCO/IFLA (2005). Alexandria Manifesto on Libraries, the Information Society in Action. Retirado de
http://rcbp.dglb.pt/pt/ServProf/Documentacao/Paginas/Manifestos.aspx.
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University of Idaho (2014). Information Literacy. Retirado de http://www.webpages.uidaho.edu/info_literacy/.
Referências