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B o l e t i m d a V e l a R u a M a t r i z 1 2 3 4 C i d a d e , E s t a d o 5 4 3 2 1 - 0 0 0 1 2 . 3 4 5 6 . 7 8 9 0
LEIA, NA NTEGRA, AS PERGUNTAS DA JORNALISTA E
AS RESPOSTAS DA DRA MARIA APARECIDA MOYSS
E APRENDA COMO TENTAR DESQUALIFICAR EREDUZIR CONTROVRSIAS CIENTFICAS A P.
A ENTREVISTA
DE MARIAAPARECIDA
MOYSS
Em primeiro lugar, no posso deixar de estranhar a expressocravar que voc usa em suas perguntas para se referir aoprocesso de diagnosticar uma doena. Um diagnstico no
cravado, gravado, como um estigma a ferro e fogo. (pgina 8)
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JORNALISTARACHEL COSTA
DA ISTO
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Respostas de Maria Aparecida Moyss jornalista Rachel Costa, da Isto 2
Essas entidades nosolgicas foram descritas pelamedicina h mais de um sculo, sem que suaexistncia jamais tenha sido comprovada. Nessesmais de 100 anos, foram mudando seus nomes e ashipteses explicativas de mecanismos causais efisiopatolgicos. Essas hipteses, nuncacomprovadas, foram sempre apresentadas comoteoria absolutamente comprovada, absoluta einquestionvel, algo estranho ao campo da cincia.
Este quadro persiste at hoje: a no comprovaode que se trate de doena e a no aceitao decrticas e questionamentos, criando umpatrulhamento ideolgico aos pesquisadores eprofissionais que no aceitam passivamente o quese difunde como verdade absoluta, como dogma.Esse patrulhamento ocorre por meio de tentativasde desqualificar, at agressivamente, e de intimidar,ao invs de contrapor argumentos racionais ecientficos.
Ento, perguntar se contestamos a existncia dedoenas colocar a questo de modo inadequado.Contestamos que se afirme tranquilamente queseja uma doena ignorando que ainda no foicientificamente comprovada.
importante esclarecer que comprovar aexistncia de uma alterao, ou irregularidade, oudiferena, seja em anamnese (histria clnica), emexame fsico, em exames laboratoriais, incluindo os
exames de imagem, no significa comprovar quetais alteraes sejam decorrentes ou indicativas dedoenas. O mtodo cientfico para comprovar quedeterminado problema seja uma doena bastantediverso.
Um outro ponto a ser destacado refere-se s taxasde prevalncia dessas entidades. Para TDAH,variam de 2 a 17% em diferentes regies,chegando-se a uma taxa mdia de 5 a 6%. Ora,tais taxas so inaceitveis para uma doena inata,
inerente ao indivduo. Em medicina, porcentagem usada para doenas socialmente determinadas,como fome, desnutrio, verminose. Doenasinatas so muito menos frequentes, com
prevalncias da ordem de 1 por 10.000, 1 pormilho. Pretender que uma doena neurolgica, ouneuropsiquitrica, inata, como divulgam, tenhaessa prevalncia absurdo em medicina!
Isto no significa negar a existncia de pessoasque aprendem de outros modos, e mesmo commais dificuldades, ou de pessoas que apresentemmodos de agir e reagir, de ser e sentir, de secomportar e de no se comportar que escapam dospadres socialmente estabelecidos comoadequados.
Ao contrrio.Essas pessoas existem e sofrem, assim como
sofrem seus familiares e amigos, principalmentepelos preconceitos e estigmas enfrentados. Aoserem enquadradas nesses diagnsticos, deixam deser vistas e ouvidas com o respeito que seusofrimento merece e deixa-se de identificar a(s)causa(s) reais desse sofrimento.
importante destacar que uma pessoa que secomporta de um modo to fora dos padresestabelecidos, pode estar expressando um conflito,um sofrimento, pode estar pedindo ajuda. E ao serenquadrada em um diagnstico, geralmente demodo muito rpido, lhe negada a possibilidade, oespao para falar de seu sofrer.
Existe 2 a 18% de pessoas no mundo comcomportamentos considerados pelos avaliadores
como anormais? Pode ser, mas com essa taxasomos obrigados a questionar se no se trata de umproduto social.
E muito importante: dizer isto no
significa desqualificar, desrespeitar, negar,ou zombar de seu sofrer; nem dizer que sua
famlia, seus pais so os culpados. Estamos
falando de um comportamento produzidopela sociedade em que vive.
Na verdade, enquadr-lo em um diagnstico que
impede a identificao do problema real, que atpode ser uma outra doena de fato, isto sim desrespeitar, desqualificar, zombar de seu sofrer. Deseu sofrer e do sofrimento de seus familiares.
1. O FRUM CONTESTA A EXISTNCIA DAS
DOENAS TDAH E DISLEXIA OU APENAS A
FORMA COMO SE D ESSE DIAGNSTICO?
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Respostas de Maria Aparecida Moyss jornalista Rachel Costa, da Isto 3
O uso de metilfenidato (droga psicoativa,comercializada pela Novartis - com o nome deRitalina e pela Janssen com o nomeConcerta) para tratar crianas que apresentemproblemas de comportamento no novo.
Desde a poca em que TDAH era chamadoLCM (Leso Cerebral Mnima), e asexplicaes e critrios eram diferentes, otratamento preconizado era o mesmo: uso depsicoestimulantes. Em 1962, o nome mudoupara DCM (Disfuno Cerebral Mnima),mudaram as explicaes e os critrios e otratamento continuou o mesmo. Nos anos1980, mudou para TDAH, mudaram
explicaes e critrios e o tratamentopermaneceu o mesmo!O metilfenidato tem o mesmo mecanismo de
ao que as anfetaminas e a cocana, adiferena est na intensidade. Essas drogasaumentam a concentrao nas sinapses dedopamina, neurotransmissor associado aoprazer.
O metilfenidato pode provocar uma srie
grande de reaes adversas em todo oorganismo, que constam em qualquer livrotexto de farmacologia. No sistema nervoso,podem provocar, alm de cefaleia, insnia,sonolncia, tambm crises de alucinao, crisespsicticas, suicdio, em taxas no desprezveis.O risco de levar a drogadio tambm relevante, assim como reduo irreversvel deestatura final.
Essas reaes constam em livros defarmacologia e tambm dos dados do Sistemade Relatos Espontneos de Reaes Adversas
do FDA (Food and Drug Administration),existente nos Estados Unidos, ao qual osmdicos se reportam espontaneamente aodepararem com reaes adversas a qualquermedicamento. Por esse motivo, as indstriasfarmacuticas e entidades que preconizam edefendem seu uso ainda no conseguiram,apesar de intensa presso, que suacomercializao seja liberada sem restries, oque significa retir-lo da lista de drogasmarcadas com a famosa tarja preta.
Alm disso, uma de suas reaes adversasmais comuns (em 40 a 50% das pessoas) focara ateno, isto , s conseguir prestar ateno e
fazer uma nica coisa de cada vez. Outrareao adversa comum, que costumaacompanhar esse focar ateno, ficarcontido em si mesmo, quieto, parado; esseefeito nomeado, em farmacologia, de zumbi-like.
O problema que essas 2 reaes adversasso apresentadas como efeito teraputico!
Este um aspecto, que j deveria colocar, no
mnimo, cautela, em preconizar o uso de umadroga psicoativa em crianas e adolescentes.O outro aspecto a considerar : seu efeito
benfico e consistente?Para responder a este tipo de pergunta, so
feitos pesquisas de meta-anlise, em que solevantados todos os trabalhos publicados sobreos assunto em todas as revistas mdicasindexadas. Esse tipo de pesquisa o que
sustenta a Medicina Baseada em Evidncias e feito por alguns poucos centros especializadosno mundo todo. importante frisar que nessas
2. O MESMO VALE PARA A RITALINA:CONTESTA-SE A SUA EFICCIA OU SUA
P R E S C R I O S E M O D E V I D ODIAGNSTICO?
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Respostas de Maria Aparecida Moyss jornalista Rachel Costa, da Isto 4
pesquisas no se questiona nem se valida odiagnstico, apenas se tenta estabelecer umrankingentre os tratamentos preconizados.
Muito poucas pesquisas de meta-anliseforam feitas sobre os efeitos do metilfenidato.Um dado constante: a imensa maioria dostrabalhos publicados excluda, por noapresentarem metodologia cientfica rigorosa.
A ltima pesquisa, publicada em outubro de2011, pela AHRQ (Agency for HealthcareResearch Qual i ty ) fo i rea l izada naUniversidade McMaster, de Ontario, Canad,um dos mais importantes e reconhecidoscentros de pesquisa de Medicina Baseada emEvidncias. Foram levantadas todas aspublicaes entre 1980 e maio de 2010.(disponvel em www.ahrq.gov)
Os resultados so impactantes: os melhoresresultados no tratamento de crianas com
diagnstico de TDAH foram obtidos com o uso deorientao familiar exclusivamente; resultados beminferiores foram obtidos com orientao emetilfenidato; o uso exclusivo de metilfenidatorevelou-se o pior esquema, com baixa evidncia deresultados positivos.
Especificamente em relao a desempenho escolar,os resultados foram considerados inconclusivos!
Ento, a pergunta que deve ser feita : porque tantas entidades, associaes e profissionaisinsistem em dizer que o metilfenidato umadroga segura e com timos resultados? Por queinsistem em apresentar uma verso dos fatos
que no se sustenta quando adequada eidoneamente pesquisada? A quem interessa
manter essa verso e continuar, contra todas asevidncias cientificas reais, prescrevendo drogaspsicoativas para crianas e adolescentes?
Esta questo remete diretamente a outra:como profissionais, associaes e entidadespodem ser apoiadas, financiadas, patrocinadas,por laboratrios farmacuticos? Isto sim antitico e anticientfico; isto sim conflito de
interesse. Esse profissional, entidade ouassociao dir que o produto comercializadopor essa indstria (que s visa o lucro e s temlucro se vender seus produtos) no cumpre osefeitos prometidos ou que pode ser danoso?
A esse respeito, recomendo a leitura dostextos da Dra Marcia Angell, mdica eprofessora universitria nos Estados Unidos,que por 8 anos foi editora chefe de uma dasmais renomadas publicaes cientficas nocampo da medicina clnica (New EnglandJournal of Medicine) e saiu afirmando que seretirava por saber dos graves problemas ticos ecientficos que permeiam os trabalhosencaminhados para publicao - todosdecorrentes da ao das indstr iasfarmacuticas e no conseguir impedir. Ela
publicou um livro, disponvel no Brasil emportugus, intitulado A verdade sobre oslaboratrios farmacuticos e vrios textos eentrevistas suas foram publicados em jornaisbrasileiros, com destaque para a matriaveiculada em 2011 na revista Piau, Aepidemia de doena mental.
Outro modo de efetuar a patrulhaideolgica: tentar intimidar apregoandoque a crtica pode levar ao caos!? Caospara quem?
2. O MESMO VALE PARA A RITALINA: CONTESTA-SEA SUA EFICCIA OU SUA PRESCRIO SEM ODEVIDO DIAGNSTICO? (continuao)
http://www.ahrq.gov/http://www.ahrq.gov/http://www.ahrq.gov/ -
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A sua pergunta j traz embutido um vcio de
olhar: o fato de descartar outras possveis
doenas comprovaria que se trata de uma
doena previamente definida. Ora, mas a no
h a possibilidade de chegar concluso de que
no se trata de doena. Ou de que se precisa
pesquisar mais para entender a provvelimensido de problemas que esto ocultados e
silenciados ao serem reduzidos e enquadrados
no diagnstico de TDAH.
Ao contrrio do que voc pretende afirmar, o
diagnstico se restringe sim basicamente
anlise de um questionrio simplista, com
perguntas mal formuladas, vagas.O mdico psiquiatra, neurologista, ou
qualquer outra especialidade que se deixa
convencer de que as 18 perguntas do
questionrio avaliam bem o comportamento e
o consideram como indicativo da existncia de
uma doena neurolgica ou neuropsiquiatra,
passa a olhar a criana em busca de sinais dehiperatividade, desateno, impulsividade. E
com grande chance encontrar.
Assim, se ele faz uma avaliao do
comportamento da criana no consultrio...
Ora, avaliar comportamento no consultrio?! E
a vida real, onde fica? Pois o consultrio
ambiente artificial para a criana (e tambm
para os adultos) e portanto pssimo local para
se observar comportamentos, para seaproximar da vida da criana.
Como aceitar que uma doena neurolgica
ou neuropsiquitrica somente precise se
manifestar em 2 contextos diferentes? Em que
lgica cientfica prestar ateno no videogame
no anula no prestar ateno na escola?? Oargumento de que quando a criana se
interessa muito, se esfora e consegue superar
sua doena fantstico!
Pois ento, tudo que temos a fazer
descobrir os interesses, gostos, sonhos da
criana e conquistar sua ateno. E a deixa deser doena!!
TODAVIA, SE OBSERVARMOS COMO ATUAM OS BONS PROFISSIONAIS DAPSIQUIATRIA, ELES NO SE BASEIAM APENAS NESSA EVIDNCIA PARACRAVAR QUE A CRIANA TEM TDAH OBSERVAM TAMBM OCOMPORTAMENTO DO PRPRIO MENINO OU MENINA NO CONSULTRIOE FAZEM EXAMES COMPLEMENTARES PARA SE ELIMINAR OUTRASPOSSVEIS DOENAS. O PROBLEMA, MAIS DO QUE NO DIAGNSTICO EMSI NO ESTARIA NA FALTA DE BONS PROFISSIONAIS CAPACITADOS PARAFAZER O DIAGNSTICO ?
3. QUANDO SE CRITICA O DIAGNSTICO DE TDAH O
ARGUMENTO O USO DE UM QUESTIONRIO SIMPLES
E RESPONDIDO APENAS POR PAIS/PROFESSORES.
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Em sntese: a crtica ao diagnstico de TDAH bem mais slida do que voc
coloca e remete diretamente ausncia de fundamentao cientfica que
comprove: a) a existncia da doena TDAH; b) que esses critrios sejam de
fato indicadores de doena neurolgica ou neuropsiquitrica.
Ento, no se trata de capacitar profissionais a fazerem corretamente o
diagnstico de TDAH. Esta uma questo viciada, que s pode levar a
respostas que concordem com a comprovao de que TDAH doenacientificamente comprovada.
Na verdade, o que est faltando so mais profissionais que saibam avaliar
uma criana valorizando diferenas, aceitando que no somos todos iguais,
no aprendemos de um mesmo modo, somos sujeitos constitudos de um
corpo biolgico que interage com o ambiente e se modifica nessas interaes;somos corpos biolgicos vivos, somos sujeitos histricos e culturais, no um
amontoado de clulas e molculas. Quando o profissional reduz a pessoa a
um padro gentico ou neurolgico, quando ele no sabe avaliar uma pessoa
imprevisvel e irregular como so todas as pessoas vivas, ele a enquadrar em
um diagnstico/rtulo, que retira a vida de cena e fecha as possibilidades defuturos diferentes.
TODAVIA, SE OBSERVARMOS COMO ATUAM OS BONSPROFISSIONAIS DA PSIQUIATRIA... ? (continuao)
3. QUANDO SE CRITICA O DIAGNSTICO DE TDAH O
ARGUMENTO O USO DE UM QUESTIONRIO SIMPLES
E RESPONDIDO APENAS POR PAIS/PROFESSORES.
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Cabe perguntar se essa sensao de algunspais no est sendo construda e alimentadapelas campanhas de patrulhamentoideolgico a que j me referi.
Alis, estranha essa reao, pois paiscostumam ficar aliviados que seus filhospodem no serem doentes!
O Fr um c r i t i c a e c om bate amedicalizao, jamais as pessoas que sofremas consequncias desse processo. Jamaishouve qualquer manifestao do Frum, ouminha, que culpasse a famlia pelossofrimentos de seus filhos. Ao contrrio,sempre enfatizado que afirmar que o quevem sendo chamado de TDAH um modode viver socialmente produzido no significa
dizer que os pais so culpados.Muitos pais tem nos procurado buscandoajuda, de diferentes modos e tipos, de
acordo com as necessidades e possibilidadesde seus filhos. Isto acontece ao terem acessos nossas pos ies de modo nocontaminado pelas campanhas que tentamdesqualificar e patrulhar o Frum. Essemovimento de familiares nos confirma comoas famlias tem sido capturadas por essesdiagnsticos e pelas entidades que seapregoam como defensoras de seus direitos.Tambm nos indica a necessidade dem e lh or ar m os s em pr e m a i s n o s sacomunicao com eles, ao mesmo tempo emque nos ajuda a encontrar os melhoresmodos de agir.
A esse respeito, encaminho em anexo um
texto que escrevi h um tempo, e que voc
deve conhecer, uma vez que foi intensamente
divulgado na internet, a Carta a uma me.
4. OS PAIS QUE MEDICAM SEUS FILHOS, NO
GERAL,TEMEM QUE O TOM DA CAMPANHA CRIA
HOSTILIDADE EM RELAO A SEUS FILHOS E A
ELES PRPRIOS, UMA VEZ QUE FICA A IMPRESSO
DE QUE OS PAIS ESTO DROGANDO SEUS FILHOS
POR NO SUPORTAR SUAS CARACTERSTICAS
PESSOAIS. SE A MEDICAO NO NECESSRIA,
NO PRECISO QUE A CAMPANHA D UMA
RESPOSTA MAIS SATISFATRIA AOS PAIS DESSAS
CRIANAS, PARA QUE ELES NO SE SINTAM
MARGINALIZADOS E CULPADOS PELOS PROBLEMAS
DE SEUS FILHOS?
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Em primeiro lugar, no posso deixar de estranhar a expressocravar que voc usa em suas perguntas para se referir ao processo dediagnosticar uma doena. Um diagnstico no cravado, gravado,
como um estigma a ferro e fogo.O Frum critica a medicalizao da educao e da sociedade, ou
seja, da vida. No um movimento de combate psiquiatria, nem aosmedicamentos. No combate as doenas psquicas, muito menos os quevivenciam e sofrem problemas psquicos.
O processo de medicalizao tem atingido preferencialmente asreas do comportamento e da aprendizagem, campos de maiorcomplexidade, diversidade e sofisticao, e de maior dificuldade paraserem avaliados e normatizados. Em decorrncia, crianas eadolescentes tm sido os mais afetados.
Da, TDAH e dislexia tem sido os diagnsticos medicalizantes mais
comuns; por isso, o destaque na pgina eletrnica do Frum sobreMedicalizao da Educao e da Sociedade.
5. POR QUE DISLEXIA E TDAH SO
NOMINALMENTE CITADOS NO SITE E
O U T R O S T R A N S T O R N O S D ECOMPORTAMENTO NO, UMA VEZ QUE
EM TODOS ELES INEX I STE U M
MARCADOR BIOLGICO QUE PERMITA
U M E X A M E P A R A C R A V A R AEXISTNCIA DA DOENA?