Medicina Periodontal: o potencial efeito de
infecções bucais sobre condições sistêmicas
Mario Vianna Vettore
O que é a Periodontia Médica
ou
Medicina Periodontal?
Teoria da Infecção Focal
A possível influência de condições bucais sobre outros
sistemas e órgãos, desencadeando diferentes
enfermidades foi sugerida por Hunter em 1910.
O’Reilly & Claffey, 2000.
Teoria da Infecção Focal
Os focos ou lesões infecciosas (incluindo na cavidade
bucal), de natureza bacteriana, seriam capazes de se
disseminarem, resultando em infecções sistêmicas em
tecidos contínuos ou não (O’Reilly & Claffey, 2000; Apud:
Billings, 1912).
TEORIA DA INFECÇÃO FOCAL TEORIA DA INFECÇÃO FOCAL ( SÉCULO IX E INÍCIO DO XX )( SÉCULO IX E INÍCIO DO XX )
INICIAÇÃO E PROGRESSÃO DE DOENÇAS INFLAMATÓRIAS (ARTRITE ÚLCERA PÉPTICA
E APENDICITE )
EXODONTIA
Porque a teoria da infecção focal não se sustentou?
• Poucos estudos: falta de evidências científicas.
• Limitações dos métodos científicos: comprometimento
da validade dos estudos.
Porque a teoria da infecção focal renasceu?
Avanços na área da Epidemiologia, Estatística e Biologia
Molecular.
1. Possibilidade de estudar desfechos de natureza
multifatorial.
2. Análise dos critérios de causalidade, especialmente a
temporalidade.
3. Critérios para avaliar a validade dos estudos.
4. Análise do conjunto de estudos considerando o nível de
evidência (observacionais x intervenção).
5. Investigação de mediadores do processo, como aspectos
microbiológicos e inflamatórios.
Quais as características da doença
periodontal que poderiam sugerir seu
potencial efeito sobre a saúde sistêmica?
Comunidade microbiana indefinida associada à
superfície do dente, ou a qualquer outro material
duro não-descamativo (Wilderer & Charaklis,
1989)
BIOFILME DENTAL
P. gingivalisT. denticolaT.forsythia
C. gracilisC. rectusC. showaeE. nodatumF. nuc nucleatumF. nuc polymorphumF. nuc vincentii F. periodonticum M. microsP. intermediaP. NigrescensS. constellatus
V. parvulaA. odontolyticus
S. mitisS. sanguinisS. oralisS. gordoniiS. intermedius
A. actino a e bC. gingivalisC. ochraceaC. sputigenaE. corrodens
COMPLEXOS MICROBIANOSSocransky et al 1998
A. gerencseriae
A. israeliiA. naeslundi 2
E. saburreumG. morbillorumL. buccalisN. mucosaP. melaninogenicaP. acnes I e IIS. noxiaS. anginosusT. socranskii
P. gingivalisB. forsythusT. denticola
Actinobacillus actinomycetencomitans
BACTEREMIA
CITOCINASPRÓ-INFLAMATÓRIAS
LOCAL SISTÊMICA
Periodontopatógenos
Periodontite crônica Periodontite agressiva
DOENÇA SISTÊMICAS QUE PODEM SER AFETADAS PELA DOENÇA PERIODONTAL
• PREMATURIDADE E BAIXO PESO AO NASCIMENTO
• DOENÇA CARDIOVASCULAR
• DIABETES MELLITUS
• ENDOCARDITE BACTERIANA
• PNEUMONIA BACTERIANA
DOENÇA PERIODONTAL
E
DOENÇA CARDIOVASCULAR
Doença Periodontal
Microorganismos
PGE2
IL1-
TNF-
IL6
DOENÇA CARDIOVASCULAR
Agregação plaquetária e formação de trombo.
Vasos sanguíneos
Microorganismos
PGE2
IL1-
TNF-
IL6
CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA
INFARTO DO MIOCÁRDIO
Plausibilidade biológica
A doença periodontal aumenta o risco para doença cardiovascular?
Odds ratios ou riscos relativos • 7 estudos transversais• 2 estudos caso-controles
Cunha-Cruz & Nadanovsky 2003 Does periodontal disease cause cardiovascular disease? Analysis of epidemiological evidences Cad Saude Publica. 2003 19(2):357-68.
Riscos relativos • 7 estudos coorte• 1 estudo de intervenção
A doença periodontal aumenta o risco para doença cardiovascular?
Cunha-Cruz & Nadanovsky 2003 Does periodontal disease cause cardiovascular disease? Analysis of epidemiological evidences Cad Saude Publica. 2003 19(2):357-68.
Riscos relativos
Doença cardíaca coronoariana e doença periodontal • 8 estudos • 2 encontraram associação
Khader et al 2004. Periodontal Diseases and the Risk of Coronary Heart and Cerebrovascular Diseases: A Meta-Analysis. Journal of Periodontology 75(8): 1046-1053.
A doença periodontal aumenta o risco para doença cardiovascular?
Riscos relativos
Doença cerebrovascular e doença periodontal • 6 estudos • 3 encontraram associação
Khader et al 2004. Periodontal Diseases and the Risk of Coronary Heart and Cerebrovascular Diseases: A Meta-Analysis. Journal of Periodontology 75(8): 1046-1053.
A doença periodontal aumenta o risco para doença cardiovascular?
DOENÇA PERIODONTAL
E
PARTO PREMATURO
BAIXO PESO AO NASCER
Doença Periodontal
Microorganismos
PGE2
IL1-
TNF-
IL6
PREMATURIDADE
Contração uterina, dilatação cervical e ruptura da
membrana
Placenta
Microorganismos
PGE2
IL1-
TNF-
IL6
CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA
PARTO PREMATURO
Rezende, J. & Montenegro, C. A. B. (1999) Obstetrícia Fundamental, Guanabara Koogan, 8ª ed. Rio de Janeiro.
Plausibilidade biológica
Doença Periodonta
l
PGE2
TNF-
TNF-
PGE2
CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA
Placenta
PGE2
TNF-
Afetam o desenvolvimento intra-uterino
• Potencial de causar necrose isquêmica em tumores
• Previne a absorção e utilização de lipídeos e nutrientes
Beutler B, Cerami A. The biology of cachectin/TNF--a primary mediator of the host response. Annu Rev Immunol. 1989;7:625-55.
BAIXO PESO AO NASCER
BAIXO PESO AO NASCER
Plausibilidade biológica
PREMATURIDADEE
BAIXO PESO AO NASCIMENTO
1930 1994 1996
Maior prevalência e severidade da gengivite
em gestantes
CRONOLOGIA DOS ESTUDOS: DOENÇA PERIODONTAL GESTAÇÃO/PUERPÉRIO
10 experimento em animais com
patógeno periodontal
1960
Estudos sobre a etiopatogenia da gengivite
em gestantes
1942
Gengivite gravídica
10 estudo epidemiológico
1972
Demonstração da influência de inoculação de endotoxinas bacterianas e E. coli sobre
embriões de animais
1992
A inoculação intracervical de E. coli e T. cruzi durante a gestação de coelhas gerou o aumento de IL-1β, IL-1α, TFN-α e PG-E2 nos fluidos amnióticos
2001
10 estudo de coorte e 10 ensaio
clínico
2003
10 revisão sistemática
Estudos que associam a DP como fator de risco para
P/BPN
As infecções podem levar a P/BPN por mecanismos diversos
• Motivando a hipertermia (infecção aguda), que influencia
diretamente o aumento da cinética uterina;
• Acometendo diretamente o concepto ou a placenta de modo que o
feto pode vir a falecer, interrompendo-se a gestação antes do termo;
• Determinando amnionite e conseqüente amniorrexe prematura;
• reduzindo o suprimento vascular na região placentária pela ação de
mediadores inflamatórios produzidos pela infecção.
Rezende & Montenegro 1992
Infecções subclínicas maternas e o critério de associação com a doença periodontal
A associação do parto prematuro com infecções é
suportada por estudos que detectaram elevados níveis de
bacteróides em gestantes com prematuridade
Minkoff et al., 1984; Mc Donald et al., 1995
Os partos prematuros que decorrem de infecções são
indiretamente mediadas pelo deslocamento de produtos
bacterianos como endotoxinas (lipopolissacarídeos) e pela
ação de mediadores inflamatórios produzidos pela gestante
Gibbs et al., 1992
Periodontal infection and preterm low birth
weight: a systematic review of epidemiologic
studies and reviews. 2006.
Vettore MV, Leão ATT, Sheiham A, Leal MC.
Revisão crítica dos estudos analíticos que relacionam a doença
periodontal como possível fator de risco para a prematuridade e o
baixo peso ao nascer.
Número total de estudos e estudos que mostraram associação entre doença periodontal e parto prematuro/baixo peso ao nascer
34
23
25
19
64
31
0
5
10
15
20
25
30
35
Total Caso-controle Coorte Ensaio Clínico
Número total de estudos
Número de estudos que encontraram associação
RESULTADOS
Estudos caso-controle apresentaram razões de chances que
variaram de 0,8 [0.6-0.9] (Davenport et al 2002) a 7,9 [1.5-41.1]
(Offenbacher et al 1996).
Em estudos de coorte o risco relativo 1.9 [0.7-5.4] (Rajapakse et al
2005) a 4.5 [2.2-9.2] (Jeffcoat et al 2001).
Nos ensaios clínicos, López et al (2002) encontraram uma redução
nas taxas de P/BPN 4,7 vezes maior no grupo tratado para
periodontite, enquanto Mitchell-Lewis et al (2001) não encontraram
reduções significativas.
Resultados
Inconsistência nos achados dos estudos sobre a associação
entre a doença periodontal e a prematuridade e/ou baixo peso ao
nascer.
Variações metodológicas sobre a medição da doença
periodontal
Diferentes desfechos gestacionais foram avaliados, usando
diferentes métodos.
Limitações metodológicas em muitas pesquisas, principalmente
a falta de controle para variáveis de confusão.
VARIAÇÕES METODOLÓGICAS E CONSIDERAÇÕES
Idade• Variou de 16,7 a 27,6 anos.• A doença periodontal apresenta prevalência relevante após os 30 anos.• Pouca prevalência da exposição de interesse.
Variáveis de confusão• Variáveis de confusão controladas por estudo: entre 3 e 10. • Pouco controle sobre: acesso à serviços, diabetes, antibióticos, nível socioeconômico e tabagismo.
Confiabilidade do(s) examinador(es)• 17 estudos clínicos: 4 relatam o grau de confiabilidade.
Avaliação da exposição• 13 diferentes definições de “caso” de doença periodontal.
Desfecho estudado• 4 desfechos: prematuridade, baixo peso ao nascer, prematuridade e baixo peso ao nascer, prematuridade e/ou baixo peso ao nascer.
Avaliação da prematuridade• 13 estudos: 6 descreveram o método de aferição da IG.• Variação nos métodos: Ultrassom (em ≠ epócas), Capurro, Dubowitz, DUM, New Ballard.
Estudo Caso-controle
Objetivo: Investigar a relação entre infecção periodontal materna e
prematuridade/baixo peso ao nascer
Casuística: N = 542 puérperas
Grupo controle = 393
Grupos de Casos: Puérperas de recém-natos prematuros = 110
Puérperas de recém-natos com BPN = 96
Puérperas de recém-natos prematuros e BPN = 63
The relationship between periodontitis and preterm low birth weight
Vettore, M.V.; Leal, M.do C.; Leão, A.; Lamarca, G.A.; Sheiham, A.
Critérios de seleção das participantes
•Idade 30 anos com até 3 dias de pós-parto
•Gestação atual com recém-nato vivo não gemelar
•Presença de mais de 15 dentes naturais
•Não ter recebido tratamento periodontal nos últimos 6 meses
•Não ter usado antibióticos na última semana
•Foram excluídas mulheres HIV positivas, hipertensas e diabéticas
Definição de desfechos
Prematuridade•Neonatos oriundos de gestações < 37 semanas completas•Métodos: DUM e método do Capurro•Utilizou-se a informação da DUM, e na sua ausência utilizou-se o
método do Capurro. Isso ocorreu em 20% das puérperas. Confiabilidade entre a DUM e o Capurro: Coeficiente de Correlação Intra-Classe = 0,92.
Baixo peso ao nascer•Recém-nascidos com menos de 2500 g foram considerados de
baixo peso ao nascer. •O peso de todos os recém-nascidos foi registrado com balanças
calibradas imediatamente após o parto (em gramas).
Exame clínico periodontal
Medidas Clínicas Periodontais• Índice de Placa Visível• Presença de cálculo visível• Índice de Sangramento à Sondagem• Profundidade de bolsa à sondagem (PBS)• Nível clínico de inserção (NCI).
Instrumentos• Sonda periodontal modelo Carolina do Norte
milimetrada com 15 mm(Hu-Friedy®) • Espelhos bucais planos número 5 (Hu-Friedy®)• Focos de luz fixados à região frontal do examinador
(Head light, model 8720. Trilhas & Rumos)
CO-VARIÁVEIS
Características demográficas, antropométricas, sócio-econômicas e
ocupacionais.
Ansiedade, depressão, satisfação com a gravidez, uso de métodos de
contraceptivos para evitar a gravidez, satisfação da mãe e do pai em
relação à gravidez atual.
Tipo de parto, proporção peso/idade gestacional, número de partos
anteriores, história de prematuridade, BPN prévio, intervalo entre o último
parto e o atual.
Cuidados pré-natais, doenças ocorridas durante a gestação, consumo
de bebidas alcoólicas, hábito de fumar antes e durante a gestação e uso
drogas ilícitas, atividades físicas e violência durante a gravidez.
Control(n=393)
Low Birth Weight (n = 96)
P* Preterm(n = 110)
P* Preterm and Low
Birth Weight (n = 63)
P*
N of teeth 23.4 ± 3.7 23.2 ± 4.0 0.907
22.8 ± 4.2 0.243 23.2 ± 4.0 0.788
VPI Mean ± SD
50.2 ± 39.4 42.6 ± 40.6
0.103
42.4 ± 41.2
0.042 41.0 ± 40.5
0.064
% 54.9 ± 42.1 46.6 ± 43.6
0.131
46.9 ± 44.3
0.081 45.4 ± 4.3 0.119
BOP Mean ± SD
17.5 ± 24.1 18.3 ± 27.6
0.835
20.1 ± 27.5
0.718 20.4 ± 29.9
0.792
% 19.7 ± 27.5 20.0 ± 29.1
0.878
22.6 ± 30.4
0.638 22.4 ± 31.6
0.740
Calculus
Mean ± SD
8.7 ± 18.5 9.2 ± 17.8 0.476
8.8 ± 18.2 0.872 10.7 ± 19.4
0.291
% 10.4 ± 22.8 0.9 ± 22.6 0.494
10.5 ± 21.7
0.839 12.2 ± 23.5
0.301
PPD Mean ± SD
2.5 ± 0.5 2.3 ± 0.5 0.001
2.3 ± 0.6 0.030
2.3 ± 0.5 0.006
≥ 4 mm
Mean ± SD
16.8 ±17.6
11.7 ± 13.8
0.006
16.2 ± 20.9
0.223 12.5 ± 14.9
0.051
% 12.3 ± 13.2
8.4 ± 9.7 0.008
12.1 ± 15.7
0.273 9.0 ± 10.3 0.059
≥ 5 mm
Mean ± SD
3.8 ± 8.0 2.7 ± 4.8 0.975
6.0 ± 14.6 0.127 2.9 ± 4.9 0.717
% 2.8 ± 6.1 1.9 ± 3.3 0.939
4.6 ± 11.0 0.116 2.1 ± 3.6 0.739
≥ 6 mm
Mean ± SD
0.6 ± 1.9 0.2 ± 0.7 0.384
1.0 ± 3.6 0.244 0.2 ± 0.7 0.275
% 0.4 ± 1.5 0.2 ± 0.5 0.373
0.7 ± 2.6 0.221 0.2 ± 0.5 0.275
RESULTADOS
Control(n=393)
Low Birth Weight (n = 96)
P* Preterm(n = 110)
P* Preterm and Low
Birth Weight (n = 63)
P*
N of teeth 23.4 ± 3.7 23.2 ± 4.0 0.907
22.8 ± 4.2 0.243
23.2 ± 4.0 0.788
CAL Mean ± SD
2.6 ± 0.6 2.4 ± 0.6 0.006
2.4 ± 0.7 0.076
2.4 ± 0.6 0.034
≥ 3 mm
Mean ± SD
69.1 ± 35.3
56.9 ± 36.8
0.002
59.5 ± 35.0
0.010
57.6 ± 36.2
0.012
% 50.1 ± 25.6
41.5 ± 26.4
0.004
43.7 ± 25.2
0.025
41.8 ± 25.4
0.021
≥ 4 mm Mean ± SD
20.5 ± 21.8 16.5 ± 18.3
0.055
19.9 ± 22.7
0.397
17.2 ± 18.3
0.210
% 15.2 ± 16.7 12.5 ± 15.1
0.062
15.1 ± 17.7
0.488
12.9 ± 14.6
0.220
≥ 5 mm Mean ± SD
5.9 ± 13.4 4.7 ± 8.2 0.598
7.6 ± 16.1 0.157
5.0 ± 8.9 0.761
% 4.5 ± 10.2 3.7 ±7.2 0.573
5.9 ± 12.4 0.135
4.0 ± 7.8 0.754
≥ 6 mm Mean ± SD
1.7 ± 6.8 0.8 ± 2.4 0.391
1.9 ± 8.2 0.251
1.0 ± 2.8 0.375
% 1.3 ± 5.2 0.6 ± 1.7 0.375
1.4 ± 5.9 0.238
0.7 ± 2.0 0.387
PPD ≥ 4 mm
and CAL ≥ 3 mm
Mean ± SD
16.7 ± 17.6
8.4 ± 9.7 0.006
16.2 ± 20.9
0.223
12.5 ± 14.8
0.051
% 12.2 ± 13.1
2.4 ± 0.6 0.008
12.1 ± 15.7
0.270
8.9 ± 10.3 0.058
RESULTADOS
Odds ratios não ajustadas entre doença periodontal e prematuridade
Odds ratio.1 1 5
Combined
1) ≥1sítio PB≥5mm em cada quadrante
2) ≥1sítio PB≥4mm e ≥50%SS
3) ≥4sítios PB≥3,5mm
4) Média PB, IP e SS > mediana
5) >3sítios NI≥3mm
6) ≥5sítios NI≥3mm
7) ≥60%sítios NI≥3mm
8) ≥4sítios NI≥3mm e PB≥4mm
9) ≥4dentes ≥1sítio NCI≥3mm e PB≥4mm
10) >5%sítios PB≥5mm e NI≥3mm
11) ≥sítio PB≥5mm e ≥2sítios NI>6mm e
SS>5%
12a) ≥1sítio PB>3mm ou NI>2mm
12b) ≥4sítios PB≥5mm e NI≥2mm
13a) ≥3sítios NI≥3mm
13b) ≥90%sítios NI≥3mm
14a) 2-10sítios PD≥4mm
14b) 11-23sítios PD≥4mm
14c) ≥24sítios PD≥4mm
15a) PIL 8-46mm
15b) PIL 47-99mm
15c) PIL ≥100mm
Odds ratios não ajustadas entre doença periodontal e baixo peso ao nascer
Odds ratio.09 1 5
Combined
1) ≥1sítio PB≥5mm em cada quadrante
2) ≥1sítio PB≥4mm e ≥50%SS
3) ≥4sítios PB≥3,5mm
4) Média PB, IP e SS > mediana
5) >3sítios NI≥3mm
6) ≥5sítios NI≥3mm
7) ≥60%sítios NI≥3mm
8) ≥4sítios NI≥3mm e PB≥4mm
9) ≥4dentes ≥1sítio NCI≥3mm e PB≥4mm
10) >5%sítios PB≥5mm e NI≥3mm
11) ≥sítio PB≥5mm e ≥2sítios NI>6mm e
SS>5%
12a) ≥1sítio PB>3mm ou NI>2mm
12b) ≥4sítios PB≥5mm e NI≥2mm
13a) ≥3sítios NI≥3mm
13b) ≥90%sítios NI≥3mm
14a) 2-10sítios PD≥4mm
14b) 11-23sítios PD≥4mm
14c) ≥24sítios PD≥4mm
15a) PIL 8-46mm
15b) PIL 47-99mm
15c) PIL ≥100mm
Odds ratio não ajustadas entre doença periodontal e prematuridade e/oubaixo peso ao nascer
Odds ratio.06 1 4
Combined
1) ≥1sítio PB≥5mm em cada quadrante
2) ≥1sítio PB≥4mm e ≥50%SS
3) ≥4sítios PB≥3,5mm
4) Média PB, IP e SS > mediana
5) >3sítios NI≥3mm
6) ≥5sítios NI≥3mm
7) ≥60%sítios NI≥3mm
8) ≥4sítios NI≥3mm e PB≥4mm
9) ≥4dentes ≥1sítio NCI≥3mm e PB≥4mm
10) >5%sítios PB≥5mm e NI≥3mm
11) ≥sítio PB≥5mm e ≥2sítios NI>6mm e
SS>5%
12a) ≥1sítio PB>3mm ou NI>2mm
12b) ≥4sítios PB≥5mm e NI≥2mm
13a) ≥3sítios NI≥3mm
13b) ≥90%sítios NI≥3mm
14a) 2-10sítios PD≥4mm
14b) 11-23sítios PD≥4mm
14c) ≥24sítios PD≥4mm
15a) PIL 8-46mm
15b) PIL 47-99mm
15c) PIL ≥100mm
Odds ratio não ajustadas entre doença periodontal e prematuridade e
baixo peso ao nascer
Odds ratio.1 1 14
Combined
1) ≥1sítio PB≥5mm em cada quadrante
2) ≥1sítio PB≥4mm e ≥50%SS
3) ≥4sítios PB≥3,5mm
4) Média PB, IP e SS > mediana
5) >3sítios NI≥3mm
6) ≥5sítios NI≥3mm
7) ≥60%sítios NI≥3mm
8) ≥4sítios NI≥3mm e PB≥4mm
9) ≥4dentes ≥1sítio NCI≥3mm e PB≥4mm
10) >5%sítios PB≥5mm e NI≥3mm
11) ≥sítio PB≥5mm e ≥2sítios NI>6mm e
SS>5%
12a) ≥1sítio PB>3mm ou NI>2mm
12b) ≥4sítios PB≥5mm e NI≥2mm
13a) ≥3sítios NI≥3mm
13b) ≥90%sítios NI≥3mm
14a) 2-10sítios PD≥4mm
14b) 11-23sítios PD≥4mm
14c) ≥24sítios PD≥4mm
15a) PIL 8-46mm
15b) PIL 47-99mm
15c) PIL ≥100mm
Medidas clínicas da doença periodontal destrutiva observadas em
uma amostra de 542 mulheres não foram mais graves nos grupos de
puérperas que tiveram bebês prematuros, com baixo peso ao nascer,
prematuros e/ou com BPN, e prematuros e com BPN, em relação ao
grupo controle.
A doença periodontal não esteve associada à P/BPN utilizando 15
diferentes pontos de corte para a definição de periodontite.
CONCLUSÕESCONCLUSÕES
Estudo Caso-controle
Objetivo: Investigar a relação entre parâmetros clínicos e microbiológicos
periodontais e prematuridade/baixo peso ao nascer
Casuística: N = 116 puérperas
Grupo controle = 66
Grupos de Casos: Puérperas de recém-natos prematuros = 40
Puérperas de recém-natos com BPN = 35
Puérperas de recém-natos prematuros e BPN = 25
Puérperas de RN prematuros e/ou BPN = 50
The relationship between periodontitis and preterm low birth weight
Vettore, M.V.; Leal, M.do C.; Leão, A.; Feres, M.; Sheiham, A.
Coleta de Amostras de Biofilme
Amostras de biofilmes bacterianos subgengivais
Obtidas de 2 sítios/pacientes de puérperas
Ocorreu sempre anteriormente às medições clínicas
periodontais.
Nas pacientes com doença periodontal: 2 sítios com
maior PBS em diferentes quadrantes.
Nas pacientes sem PBS ≥ 3mm: 2 sítios aleatórios
localizados em diferentes quadrantes.
Determinação microbiológica do biofilme
bacteriano subgengival
Técnica de “Checkerboard DNA-DNA hybridization”
Foram usadas sondas de DNA específicas para 39
espécies
Essas espécies foram selecionadas devido a sua
associação com diferentes tipos de doenças e saúde
periodontais
Comparação das médias de proporções de cada complexo microbiano nas amostras de placa subgengival entre os grupos
Comparação das médias de proporções de cada complexo microbiano nas amostras de placa subgengival entre os grupos
Estudo MicrobiológicoEstudo Microbiológico
Os resultados microbiológicos corroboraram com os
achados clínicos.
Não se encontrou associação entre os níveis e
proporções de patógenos periodontais identificados em
áreas subgengivais das puérperas com os desfechos de
prematuridade, baixo peso ao nascer (BPN),
prematuridade e/ou BPN, e prematuridade e/ou BPN.
Os grupos de casos e controles não diferiram em
relação à média de proporções dos complexos
microbianos.
Os níveis de Treponema Socranskii estiveram
menores nas puérperas com prematuridade, e com
prematuridade e BPN.
CONCLUSÕESCONCLUSÕES
Medicina Periodontal: o que podemos concluir
até o momento?
• Falta de padrão metodológico entre os estudos.
• Dificuldade de comparação dos resultados.
• Carência de evidências científicas de um real efeito
da doença periodontal sobre condições sistêmicas.
Medicina Periodontal e a Saúde Pública
Do ponto de vista da saúde pública, importantes questões advém de
resultados de pesquisas que concluem pela associação:
Devemos alertar as gestantes ou as mulheres que pretendem engravidar
a procurar tratamento periodontal para evitar bebês prematuros e com
baixo peso ao nascer?
É ético despertar ansiedade e medo entre as mulheres quando não existe
uma correta evidência sobre a relação entre a doença periodontal e
desfechos da gestação?
Qual o impacto de tais afirmações na imprensa leiga e no âmbito dos
serviços de saúde? Principalmente em países, como o Brasil, onde o
acesso aos serviços odontológicos é limitado afirmações categóricas
acerca desta associação podem criar uma demanda artificial e
desnecessária por serviços de saúde comprometendo ainda mais a
cobertura e resolutividade de tais serviços.
Vettore MV, Sheiham A, Peres MA. Low birth weight and periodontal diseases association. Rev Saúde Pública 2006 40(1):184-6
Proposta de método para a definição de “caso” de infecção periodontal para estudos em medicina periodontal.
• Dado clínico empírico que se correlacione com uma medida
que reproduza os efeitos deletérios da doença periodontal.
• A lógica é ter uma medida clínica da doença periodontal que
reproduza a “lesão” ou “ferida”, considerando a carga bacteriana
e a produção local dos mediadores inflamatórios.
• Factível para estudos epidemiológicos devido ao alto custo de
análises laboratoriais.
Descrição do MétodoPara mensurar a PIL, os sítios com PBS 4 mm e NCI 4 mm
são somados fornecendo uma medida contínua de carga de doença periodontal.
O vetor [d i] é gerado:d i = xi se xi 4 mmx i : medida de PBS em mm de sítios com NCI 4 mm
A PIL é expressa pela soma de todas as PBS 4 mm em sítios NCI 4 mm.
PIL =
ValidaçãoForam testadas associações entre a PIL e medidas clínicas
periodontais, e microorganismos associados à saúde e doença periodontais.
din
i1
Descrição e validação do Periodontal Inflammatory Load
Parâmetros
Clínicos
Complex
o Azul
Complexo
Roxo
Complexo
Amarelo
Complexo
Verde
Complexo
Laranja
Complex
o
Vermelho
Outras espécies e
novas sondas de
DNA
PIL -0,094 0,035 -0,009 -0,038 -0,038 0,289* -0,019
Média de
PBS0,048 0,233 * 0,240* 0,074 0,178 0,161 0,072
% PBS
≥4mm-0,064 0,072 0,027 -0,016 0,175 0,308* 0,010
% PBS
≥5mm-0,214* -0,178 -0,333* -0,240* -0,047 0,147 -0,256*
Média de
NCI0,070 0,218* 0,190* 0,105 0,190* 0,166 0,076
% NCI
≥3mm0,145 0,291* 0,284* 0,164 0,239* 0,181 0,147
% PBS
≥4mm e NCI
≥4mm
- 0,113 0,006 -0,008 0,013 0,165 0,252* -0,002
Correlação entre parâmetros clínicos periodontais e as médias de contagens dos complexos microbianos.
Parâmetros clínicos P. gingivalis T. denticola T. forsythia
PIL 0,242* 0,237* 0,294*
Média de PBS 0,100 0,059 0,178
% PBS ≥ 4 mm 0,255* 0,250* 0,312*
% PBS ≥ 5 mm 0,085 0,106 0,159
Média de NCI 0,113 0,075 0,169
% NCI ≥ 3 mm 0,092 0,107 0,183*
% PBS ≥ 4mm e 0,238* 0,161 0,259*
NCI ≥ 4 mm
Correlação entre parâmetros clínicos da doença periodontal e as médias de contagens de patógenos periodontais
Contagem x 106
Média de contagens dos complexos bacterianos entre os 4
grupos formados pela distribuição dos quartis da medida PIL.
Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4
Distribuição em quartis da medida PIL
Nível 1: 0 to 7 mm Nível 3: 45 to 100 mm
Nível 2: 8 to 45 mm Nível 4: 101 mm ou mais
As cores das barras representam os complexos microbianos descritos por Socransky et al 1988.
Média de proporções dos complexos bacterianos entre os 4
grupos formados pela distribuição dos quartis da PIL.
Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4
Distribuição em quartis da medida PIL
Nível 1: 0 to 7 mm Nível 3: 45 to 100 mm
Nível 2: 8 to 45 mm Nível 4: 101 mm ou mais
As cores dos gráficos representam os complexos microbianos descritos por Socransky et al 1988.
Apesar de se correlacionar
diretamente com os patógenos
periodontais, e inversamente com os
microorganismos associados à saúde,
estas associações não foram fortes.
CONCLUSÕESCONCLUSÕES