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PÓS-GRADUAÇÃO EM
FISCALIDADE
MÓDULO 1 – LEI GERAL TRIBUTÁRIA
IERU - Instituto de Estudos Regionais e Urbanos da Universidade de Coimbra
APOTEC - Associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade
Docente: Jesuíno Alcântara Martins [email protected] 2014
PÓS-GRADUAÇÃO EM FISCALIDADE – LGT - Lei Geral Tributária
Conteúdo programático:
1.Normas tributárias e sua interpretação
2. Aplicação da lei tributária no tempo e no espaço
3. Personalidade tributária
4. Responsabilidade tributária: a responsabilidade dos
gerentes e dos TOC
5. Caducidade e prescrição
6. Regras gerais do procedimento tributário
7. Acesso a informações financeiras, bancárias e contas
bancárias afectas a actividades empresariais
2 Jesuíno Alcântara Martins
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Art.º 36.º - da LGT
Regras gerais
1. A relação jurídica tributária constitui-se com o facto tributário.
2. Os elementos essenciais da relação jurídica tributária não podem ser alterados por vontade das
partes.
3. A administração tributária não pode conceder moratórias no pagamento das obrigações
tributárias, salvo nos casos expressamente previstos na lei.
4. A qualificação do negócio jurídico efectuada pelas partes, mesmo em documento autêntico, não
vincula a administração tributária.
5. A administração tributária pode subordinar a atribuição de benefícios fiscais ou a aplicação de
regimes fiscais de natureza especial, que não sejam de concessão inteiramente vinculada, ao
cumprimento de condições por parte do sujeito passivo, inclusivamente, nos casos previstos na
lei, por meio de contratos fiscais.
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PÓS-GRADUAÇÃO EM FISCALIDADE – LGT - Lei Geral Tributária
Jesuíno Alcântara Martins
Artigo 30.º da LGT
Objecto da relação jurídica tributária
1. Integram a relação jurídica tributária:
a) O crédito e a dívida tributários;
b) O direito a prestações acessórias de qualquer natureza e o correspondente
dever ou sujeição;
c) O direito à dedução, reembolso ou restituição do imposto;
d) O direito a juros compensatórios;
e) O direito a juros indemnizatórios.
2. O crédito tributário é indisponível, só podendo fixar-se condições para a sua
redução ou extinção com respeito pelo princípio da igualdade e da legalidade tributária.
3 - O disposto no número anterior prevalece sobre qualquer legislação especial. (Aditado
pela Lei n.º55-A/2010, de 31 de Dezembro)
4 Jesuíno Alcântara Martins
PÓS-GRADUAÇÃO EM FISCALIDADE – LGT - Lei Geral Tributária
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Extracção de Certidão de Dívida
Avaliação Indirecta
FACTO TRIBUTÁRIO
Acto Tributário
Liquidação
Procedimento de
Inspecção Tributária
Liquidação
Oficiosa
Autoliquidação
Declaração
Retenção na Fonte
Prazo de Pagamento de
Voluntário
Reclamação graciosa
Impugnação Judicial
Recurso Hierárquico
DECISÃO Não Decisão
Impugnação Judicial
Acção Administrativa Especial
Avaliação Directa
Fixação Matéria Tributável
Pedido de Revisão
Extinção da
Relação Jurídica Tributária
Pagamento
Anulação
Não Pagamento
Processo de Execução Fiscal
Revisão do Acto Tributário
Jesuíno Alcântara Martins
Infracções Tributárias
Crimes Contra-ordenação
PÓS-GRADUAÇÃO EM FISCALIDADE – LGT - Lei Geral Tributária
Normas tributárias - Artigo 11.º - Interpretação
1. Na determinação do sentido das normas fiscais e na qualificação dos factos a que
as mesmas se aplicam são observadas as regras e princípios gerais de interpretação
e aplicação das leis.
2. Sempre que, nas normas fiscais, se empreguem termos próprios de outros ramos
de direito, devem os mesmos ser interpretados no mesmo sentido daquele que aí
têm, salvo se outro decorrer directamente da lei.
3. Persistindo a dúvida sobre o sentido das normas de incidência a aplicar, deve
atender-se à substância económica dos factos tributários.
4. As lacunas resultantes de normas tributárias abrangidas na reserva de lei da
Assembleia da República não são susceptíveis de integração analógica.
6 Jesuíno Alcântara Martins
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PÓS-GRADUAÇÃO EM FISCALIDADE – LGT - Lei Geral Tributária
Artigo 12.º - Aplicação da lei tributária no tempo
1. As normas tributárias aplicam-se aos factos posteriores à sua entrada em vigor, não podendo ser
criados quaisquer impostos retroactivos.
2. Se o facto tributário for de formação sucessiva, a lei nova só se aplica ao período decorrido a partir da
sua entrada em vigor.
3. As normas sobre procedimento e processo são de aplicação imediata, sem prejuízo das garantias,
direitos e interesses legítimos anteriormente constituídos dos contribuintes.
4. Não são abrangidas pelo disposto no número anterior as normas que, embora integradas no processo
de determinação da matéria tributável, tenham por função o desenvolvimento das normas de
incidência tributária
7 Jesuíno Alcântara Martins
PÓS-GRADUAÇÃO EM FISCALIDADE – LGT - Lei Geral Tributária
Natureza das normas tributárias
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Normas substantivas Normas adjectivas ou processuais
Aplicam a factos ocorridos após a sua entrada em vigor
São de aplicação imediata
Só dispõem para o futuro
Aplicam aos processo e procedimentos pendentes, sem prejuízo dos direitos e garantias anteriormente constituídos
Jesuíno Alcântara Martins
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• Estrutura da Relação Jurídica
• A relação jurídica tributária constitui-se com o facto tributário.
• Os elementos essenciais da relação jurídica tributária não podem ser alterados por vontade das partes.
Sujeito
Activo
FACTO
TRIBUTÁRIO
Sujeito
Passivo
Art.º 36.º da LGT Art.º 18.º da LGT
PÓS-GRADUAÇÃO EM FISCALIDADE – LGT - Lei Geral Tributária
Jesuíno Alcântara Martins
Art.º 13.º - Aplicação da lei tributária no espaço
1. Sem prejuízo de convenções internacionais de que Portugal seja
parte e salvo disposição legal em sentido contrário, as normas
tributárias aplicam-se aos factos que ocorram no território
nacional.
2. A tributação pessoal abrange ainda todos os rendimentos obtidos
pelo sujeito passivo com domicílio, sede ou direcção efectiva em
território português, independentemente do local onde sejam
obtidos.
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PÓS-GRADUAÇÃO EM FISCALIDADE – LGT - Lei Geral Tributária
Jesuíno Alcântara Martins
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PÓS-GRADUAÇÃO EM FISCALIDADE – LGT - Lei Geral Tributária
Art.º15.º - Personalidade tributária
• A personalidade tributária consiste na susceptibilidade de ser sujeito de relações
jurídicas tributárias
Artigo 16.º - Capacidade tributária
• Salvo disposição legal em contrário, tem capacidade tributária quem tiver
personalidade tributária.
• Qualquer dos cônjuges pode praticar todos os actos relativos à situação tributária
do agregado familiar e ainda os relativos aos bens ou interesses de outro cônjuge,
desde que este os conheça e não se lhes tenha expressamente oposto.
• O conhecimento e a ausência de oposição expressa referidas no número anterior
presumem-se, até prova em contrário.
11 Jesuíno Alcântara Martins
• A responsabilidade Tributária
• A responsabilidade tributária abrange, nos termos fixados na lei, a totalidade da dívida
tributária, os juros e demais encargos legais.
• Para além dos sujeitos passivos originários, a responsabilidade tributária pode abranger
solidária ou subsidiariamente outras pessoas .
• A responsabilidade tributária por dívidas de outrém é, salvo determinação em contrário,
apenas subsidiária.
• As pessoas solidária ou subsidiariamente responsáveis poderão reclamar ou impugnar a
dívida cuja responsabilidade lhes for atribuída nos mesmos termos do devedor principal,
devendo, para o efeito, a notificação ou citação conter os elementos essenciais da sua
liquidação, incluindo a fundamentação nos termos legais.
Art.º 22.º da LGT
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PÓS-GRADUAÇÃO EM FISCALIDADE – LGT - Lei Geral Tributária
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A responsabilidade subsidiária
A responsabilidade subsidiária efectiva-se por reversão do processo de execução fiscal.
A reversão contra o responsável subsidiário depende da fundada insuficiência dos bens
penhoráveis do devedor principal e dos responsáveis solidários, sem prejuízo do benefício
da excussão.
A reversão, mesmo nos casos de presunção legal de culpa, é precedida de audição do
responsável subsidiário nos termos da presente lei e da declaração fundamentada dos
seus pressupostos e extensão, a incluir na citação.
O responsável subsidiário fica isento de juros de mora e de custas se, citado para cumprir
a dívida tributária principal, efectuar o respectivo pagamento no prazo de oposição.
Art.º 23.º da LGT
Jesuíno Alcântara Martins 13
PÓS-GRADUAÇÃO EM FISCALIDADE – LGT - Lei Geral Tributária
RESPONSABILIDADE DOS CORPOS SOCIAIS E RESPONSÁVEIS TÉCNICOS
ENTIDADES:
SOCIEDADES
COOPERATIVAS
EMPRESAS PÚBLICAS
ADMINISTRADORES
DIRECTORES
GERENTES
Outras pessoas com funções de
administração ou gestão
Responsabilidade
Tributária solidária
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA SUBSIDIÁRIA
DÍVIDAS
TRIBUTÁRIAS
1. Quando o facto tributário tenha ocorrido no período
do exercício do cargo
2. Quando o prazo de pagamento ou entrega tenha
terminado depois do exercício do cargo
3. Quando o prazo de pagamento ou entrega tenha
terminado no período do exercício do cargo
Tem que existir culpa pela
insuficiência do património social -
Ónus da Administração Fiscal
Tem que provar não lhe ser
imputável a falta de pagamento –
Ónus do Revertido
Art.º 24.º da LGT
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OUTROS RESPONSÁVEIS
SUBSIDIÁRIOS
• Membros dos Órgãos de
Fiscalização
• Revisores Oficiais de
Contas
INCUMPRIMENTO DAS
FUNÇÕES DE FISCALIZAÇÃO
Violação dos deveres
de regularização
técnica
A RESPONSABILIDADE
SUBSIDIÁRIA EFECTIVA-SE
ATRAVÉS DA REVERSÃO
• Art.º 23.º, n.º 2 da LGT
• Art.º 153.º n.º2 e Art.º
160.º do CPPT
• DÍVIDAS TRIBUTÁRIAS:
Art.º 24.º da LGT
• DÍVIDAS POR COIMAS:
Art.º 8.º do RGIT
Art.º 24.º da LGT
• Técnicos Oficias de Contas
RESPONSABILIDADE DOS CORPOS SOCIAIS E RESPONSÁVEIS TÉCNICOS
Devem fazer comunicação à AT
n.º 3 do art.º 8.º do RGIT
Relevante para efeitos:
• Exercício de direito de audição
• Produção de prova na oposição judicial
O Processo de Execução Fiscal na Administração Fiscal e na Segurança Social 15
Acórdão do Tribunal Central Administrativo NorteProcesso:02707/06.0BEPRT Secção:2ª Secção -
Contencioso Tributário Data do Acordão:08-03-2012 Tribunal: TAF do Porto Relator: Fernanda Esteves
Descritores: RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA
PRESSUPOSTOS DA REVERSÃO GERÊNCIA DE FACTO ÓNUS DA PROVA
Sumário:
I. A determinação da responsabilidade subsidiária por dívidas tributárias afere-se à luz do
regime legal em vigor à data em que as dívidas se constituíram (cfr. artigos 12º do
Código Civil e 12º da Lei Geral Tributária).
II. Tanto no âmbito do CPT como no da LGT, para se afirmar a responsabilidade subsidiária
dos gerentes por dívidas tributárias exige-se a demonstração de que os mesmos
exerceram tal gerência de modo efectivo ou de facto.
III. É sobre quem pretende efectivar a responsabilidade subsidiária dos gerentes através
da reversão da execução que recai o ónus de alegar e provar os factos integradores do
efectivo exercício da gerência.
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Acórdão do Tribunal Central Administrativo NorteProcesso:00866/06.0BEVIS Secção:2ª Secção - Contencioso Tributário Data do Acordão:20-12-2011 Tribunal: TAF de
Viseu Relator: Irene Isabel Gomes das Neves Descritores: RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA - ARTIGO 24º, Nº 1, ALÍNEA B) DA LGT
CULPA PELO NÃO PAGAMENTO DE IMPOSTO
FALTA DE NOTIFICAÇÃO DENTRO DO PRAZO DE CADUCIDADE
Sumário:
1.Nos termos do artigo 24º, nº 1, alínea b) da LGT, o que releva para afastar a responsabilidade subsidiária pelas
dívidas de impostos cujo termo do prazo para pagamento ou entrega terminou durante o período da sua
administração é a demonstração de que não é imputável aos gerentes ou administradores da sociedade a
falta de pagamento ou de entrega do imposto.
II. Assim, o gerente que exercia funções na data em que deveria ter sido entregue o imposto tem que
demonstrar, em sede de oposição à execução fiscal, que a falta desse pagamento não lhe é imputável.
III. A prova de que a falta de do pagamento do imposto não lhe é imputável passa pela demonstração da falta de
fundos da sociedade originária devedora para efectuar o pagamento e que tal falta se não deve a qualquer
omissão ou comportamento censuráveis do gerente.
IV. O prazo de caducidade do direito à liquidação previsto no artigo 45.º, n.º 5, da Lei Geral Tributária (na
redacção dada pela Lei 15/2001, de 5 de Junho), antecedida de procedimento de inspecção tributária, é de
seis meses, contados a partir do termo do prazo de seis meses estabelecido no artigo 36.º, n.º 2, do Regime
Complementar do Procedimento de Inspecção Tributária.
Jesuíno Alcântara Martins 17
INSTAURAÇÃO
CITAÇÃO
DILIGÊNCIAS PARA
PENHORA
PENHORA DE BENS
Inexistência ou
insuficiência
de Bens
REVERSÃO
do PEF
EXECUTADO
(Devedor Originário)
n.º 2 do Art.º 23.º da LGT
n.º 2 do Art.º 153.º do CPPT
Jesuíno Alcântara Martins 18
PÓS-GRADUAÇÃO EM FISCALIDADE – LGT - Lei Geral Tributária
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REVERSÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO FISCAL
A reversão contra o responsável subsidiário
depende da fundada insuficiência dos bens
penhoráveis do devedor principal e dos responsáveis
solidários, sem prejuízo do benefício da excussão.
O chamamento à execução dos responsáveis
subsidiários depende da verificação de qualquer das
seguintes circunstâncias:
a) Inexistência de bens penhoráveis do devedor e seus
sucessores,
b) Fundada insuficiência, de acordo com os elementos
constantes do auto de penhora e outros de que o
órgão da execução fiscal disponha, do património do
devedor para a satisfação da dívida exequenda e
acrescido.
Caso, no momento da reversão, não seja possível
determinar a suficiência dos bens penhorados por não
estar definido com precisão o montante a pagar pelo
responsável subsidiário, o processo de execução fiscal
fica suspenso desde o termo do prazo de oposição até
à completa excussão do património do executado,
sem prejuízo da possibilidade de adopção das
medidas cautelares adequadas nos termos da lei.
Jesuíno Alcântara Martins
n.º 2 do Art.º 153.º do CPPT n.º 2 do Art.º 23 da LGT
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PÓS-GRADUAÇÃO EM FISCALIDADE – LGT - Lei Geral Tributária
Responsabilidade Subsidiária Reversão da Execução Fiscal
Processo de
Execução Fiscal
Requisitos da
Reversão
• Inexistência de bens
• Insuficiência de bens
Reversão contra os
Responsáveis subsidiários
Identificação dos
responsáveis
subsidiários
Em função de:
• Data da ocorrência do facto constitutivo
• Termo do prazo de pagamento ou entrega da
prestação tributária
• Período do exercício do cargo (funções)
Deve de imediato ser ponderada a
possibilidade de accionar o Arresto art.º
136.º do CPPT
Bens do Responsável Subsidiário
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Responsabilidade Subsidiária Reversão da Execução Fiscal
Processo de
Execução Fiscal
Reversão contra os
Responsáveis subsidiários
Identificação dos
responsáveis
subsidiários
Em função de:
• Data da ocorrência do facto constitutivo
• Termo do prazo de pagamento ou entrega da
prestação tributária
• Período do exercício do cargo (funções)
Preparação do processo
para Reversão
DESPACHO DO ÓRGÂO DA EXECUÇÃO
FISCAL A DETERMINAR A NOTIFICAÇÃO
DOS “potenciais” RESPONSÁVEIS
SUBSIDIÁRIOS PARA O EXERCÍCIO DO
DIREITO DE AUDIÇÃO
Jesuíno Alcântara Martins 21
Responsabilidade Subsidiária Reversão da Execução Fiscal
Processo de
Execução Fiscal
Preparação do processo
para Reversão
DESPACHO DO ÓRGÂO DA EXECUÇÃO
FISCAL A DETERMINAR A NOTIFICAÇÃO
DOS “potenciais” RESPONSÁVEIS
SUBSIDIÁRIOS PARA O EXERCÍCIO DO
DIREITO DE AUDIÇÃO
NOTIFICAÇÃO PARA EXERCÍCIO
DO DIREITO DE AUDIÇÃO
Prazo: 15 dias
CARTA REGISTADA
Art.º 60.º da LGT
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Responsabilidade Subsidiária Reversão da Execução Fiscal
Processo de
Execução Fiscal
REVERSÃO
NOTIFICAÇÃO PARA EXERCÍCIO
DO DIREITO DE AUDIÇÃO
Prazo: 15 dias
CARTA REGISTADA
NOTIFICAÇÃO – Identificar:
• Pressupostos da reversão
• Devedor originário
• Tributo(s)
• Período(s) de tributação
• prazo para o exercício do direito de
audição
• forma: escrita ou verbal
Jesuíno Alcântara Martins 23
Responsabilidade Subsidiária Reversão da Execução Fiscal
Processo de
Execução Fiscal
REVERSÃO
NOTIFICAÇÃO PARA
EXERCÍCIO DO DIREITO
DE AUDIÇÃO
CITAÇÃO
DO REVERTIDO OU
REVERTIDOS
Não exercício do direito
de audição
• Carta Registada C/AR
•Transmissão Electrónica de dados
• Contacto Directo por Funcionário
CITAÇÃO PESSOAL
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Responsabilidade Subsidiária Reversão da Execução Fiscal
Processo de
Execução Fiscal
REVERSÃO
NOTIFICAÇÃO PARA
EXERCÍCIO DO DIREITO DE
AUDIÇÃO
Exercício do direito
de audição
MEIOS DE PROVA
• Documentos idóneos
• indicação de testemunhas
• Escritura pública
• Certidão da Conservatória do
Registo Comercial
DEVEM SER OUVIDAS pelo órgão
da Execução Fiscal
Jesuíno Alcântara Martins 25
Responsabilidade Subsidiária Reversão da Execução Fiscal
Processo de
Execução Fiscal
REVERSÃO
NOTIFICAÇÃO PARA
EXERCÍCIO DO DIREITO DE
AUDIÇÃO
Exercício do direito
de audição
MEIOS DE PROVA
PROVAS PROCENTES
NÃO
CITAÇÃO DO
REVERTIDO
SIM
Notificação para
exercício de direito de
audição do(s) novo(s)
potenciais responsáveis
subsidiários
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Responsabilidade Subsidiária Reversão da Execução Fiscal
Processo de Execução
Fiscal - REVERSÃO
CITAÇÃO
DO REVERTIDO OU
REVERTIDOS
• Carta Registada C/AR
• Transmissão electrónica
• Contacto directo por Funcionário
CITAÇÃO PESSOAL
A citação tem de incluir:
• todos os elementos referidos nos artigos 163.º
e 190.º do CPPT
• Declaração fundamentada dos pressupostos e
extensão da reversão
• Indicação de dispensa de juros mora e de custas
– n.º 5 do Art.º 23.º da LGT
• Os elementos essenciais da liquidação,
incluindo a fundamentação
• Referência aos meios de defesa previstos no n.º
4 do art.º 22.º da LGT
Jesuíno Alcântara Martins 27
Responsabilidade Subsidiária Reversão da Execução Fiscal
Processo de
Execução Fiscal
REVERSÃO
Preparação do
processo para reversão
Os procedimentos
antes descritos devem
ser observados em
relação a todos os
revertidos
Art.º 160.º do CPPT
É fundamental estar ciente de
que, em termos de direito
substantivo, se aplicam as
normas seguintes: Na determinação da
norma a aplicar tem
de se atender ao
factor tempo
DÍVIDAS TRIBUTÁRIAS:
Art.º 24.º da LGT
DÍVIDAS POR
COIMAS:
Art.º 8.º do RGIT
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Meios de reacção do executado e outros interessados
• Executado
• Terceiro Embargos de terceiro
• Interessado Reclamação do Art.º 276.º do CPPT
Oposição judicial
Reclamação do Art.º 276.º do CPPT
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Reversão do Processo de Execução Fiscal
PEF
Contra a
Devedora
originária
Verificação dos
Pressupostos da
Reversão
Pressupostos
Objectivos
Pressupostos
Subjectivos
Inexistência de bens
Insuficiência de bens
Culpa na insuficiência
do património
Culpa na falta de
pagamento
Identificação
dos
Responsáveis
Subsidiários
Notificação
Para
Direito de
Audição
Exercício
do direito
de audição
Não
Exercício
do direito
de audição
Citação
Pagamento
Dedução
de
Oposição
Judicial
Apresentação:
• Reclamação
• Impugnação
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Acto de Liquidação com origem na Inspecção Tributária Síntese dos meios processuais ao dispor do devedor originário e do responsável subsidiário
Início Nota de diligência
Actos de inspecção
Projecto de relatório
Direito de audição
Relatório Final
Conclusão do Procedimento com a notificação do Relatório Final
DC- Único Liquidação
Notificação
P. Pag. Voluntário
Cobrança Coerciva P.E.F
Instauração
Citação
PENHORA DE BENS
Procedimento de Inspecção tributária
Termo do prazo
de pagamento
voluntário • Sujeito passivo da RJT
• Devedor originário • Reclamação graciosa
• Pedido de revisão oficiosa
• impugnação judicial
120 dias
3 meses
4 anos
A todo o tempo
Responsabilidade Subsidiária - Reversão
• Insuficiência de bens
• Inexistência de bens
Responsável
Subsidiário
CITAÇÃO Jesuino Alcântara Martins
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Acórdão do Supremo Tribunal AdministrativoProcesso:0123/08 Data do Acórdão: 25-06-2008 Tribunal: 2 SECÇÃO Relator: PIMENTA DO VALE
Descritores: EXECUÇÃO FISCAL
REVERSÃO DA EXECUÇÃO
OPOSIÇÃO À EXECUÇÃO
IMPUGNAÇÃO JUDICIAL
ERRO NA FORMA DE PROCESSO
CONVOLAÇÃO
Sumário:
I. É a oposição à execução fiscal e não o processo de impugnação judicial ou a
reclamação prevista no art.º 276.º do CPPT o meio processual adequado para o
revertido impugnar contenciosamente o despacho que ordena a reversão, com
fundamento no não exercício da gerência de facto ou de direito da sociedade
originária devedora, na inexistência de culpa na insuficiência do património
desta e não lhe ser imputável a falta de pagamento da obrigação tributária,
fundamento este que se enquadra na al. a) do n.º 1 do art.º 204.º do CPPT.
II. Tendo o contribuinte utilizado o processo de impugnação, só é possível a
convolação se a petição inicial tiver sido apresentada no prazo da oposição.
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Oposição Judicial
• A oposição judicial é dirigida ao juiz do Tribunal Administrativo e Fiscal,
mas é apresentada no Serviço de Finanças onde pender a execução
• Na oposição só podem ser invocados os fundamentos previstos no n.º
1 do art.º 204.º do CPPT
• A oposição suspende a execução se existir garantia ou for concedida a
sua dispensa
• Em caso de pagamento da dívida o órgão da execução tem de
comunicar o mesmo ao tribunal
Art.º 203.º a 213.º do CPPT
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Fundamentos da Oposição Judicial
1. A oposição só poderá ter algum dos seguintes fundamentos:
a) Inexistência do imposto, taxa ou contribuição nas leis em vigor à data dos factos a que
respeita a obrigação ou, se for o caso, não estar autorizada a sua cobrança à data em
que tiver ocorrido a respectiva liquidação;
b) Ilegitimidade da pessoa citada por esta não ser o próprio devedor que figura no título
ou seu sucessor ou, sendo o que nele figura, não ter sido, durante o período a que
respeita a dívida exequenda, o possuidor dos bens que a originaram, ou por não
figurar no título e não ser responsável pelo pagamento da dívida;
c) Falsidade do título executivo, quando possa influir nos termos da execução;
d) Prescrição da dívida exequenda;
e) Falta da notificação da liquidação do tributo no prazo de caducidade;
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Fundamentos da Oposição Judicial
f) Pagamento ou anulação da dívida exequenda;
g) Duplicação de colecta;
h) Ilegalidade da liquidação da dívida exequenda, sempre que a lei não assegure meio
judicial de impugnação ou recurso contra o acto de liquidação;
i) Quaisquer fundamentos não referidos nas alíneas anteriores, a provar apenas por
documento, desde que não envolvam apreciação da legalidade da liquidação da
dívida exequenda, nem representem interferência em matéria de exclusiva
competência da entidade que houver extraído o título.
2. A oposição nos termos da alínea h), que não seja baseada em mera questão de direito,
reger-se-á pelas disposições relativas ao processo de impugnação.
Jesuíno Alcântara Martins 35
A oposição Judicial
Dirigida ao Juiz do Tribunal
Administrativo e Fiscal
Entregue no Serviço de
Finanças onde correr termos
a execução fiscal
Notificação do
RFP
Contestação
PRODUÇÃO DE PROVA NO
TRIBUNAL
DECISÃO:
(JUIZ)
• PROCEDENTE
• IMPROCEDENTE RECURSO: TCA ou STA
Enviada a
tribunal
Rejeição liminar
Art.º 203.º e Art.º 204.º do CPPT
Art.º 279.º do CPPT
PETIÇÃO FUNDAMENTOS PRAZOS
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OPOSIÇÃO JUDICIAL
PETIÇÃO DIRIGIDA AO
JUIZ DO TRIBUNAL
ADMINISTRATIVO E
FISCAL
Entregue no Serviço
de Finanças onde
estiver pendente o
Processo de
Execução Fiscal
Pode, também, ser
entregue no Serviço
de Finanças
deprecado, no caso
de existir Carta
Precatória extraída
O oponente com a
petição tem de
apresentar o
comprovativo do
pagamento da taxa de
justiça inicial
O pagamento da taxa de
justiça inicial é feito nos
termos do Regulamento das
Custas Judiciais - Art.º 11.º e
seguintes
A falta de pagamento
da taxa de justiça
inicial implica recusa
da petição pelo
tribunal - al. f) do Art.º
558.º do CPC
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Procedimento de Liquidação
• Princípio do declarativo
• Presumem-se verdadeiras e de boa fé as declarações dos contribuintes apresentadas nos
termos previstos na lei, bem como os dados e apuramentos inscritos na sua contabilidade ou
escrita, quando estas estiverem organizadas de acordo com a legislação comercial e fiscal,
sem prejuízo dos demais requisitos de que depende a dedutibilidade dos gastos.
• O procedimento de liquidação instaura-se com as declarações dos contribuintes, ou, na falta
ou vício destas, com base em todos os elementos de que disponha ou venha a obter a
entidade competente
• O apuramento da matéria tributável far-se-á com base nas declarações dos contribuintes,
desde que estes as apresentem nos termos previstos na lei e forneçam à administração
tributária os elementos indispensáveis à verificação da sua situação tributária.
Art.º 75.º da LGT Art.º 59.º do CPPT
Jesuíno Alcântara Martins
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Artigo 45.º da LGT Caducidade do direito à liquidação
1. O direito de liquidar os tributos caduca se a liquidação não for validamente notificada ao contribuinte
no prazo de quatro anos, quando a lei não fixar outro.
2. Nos casos de erro evidenciado na declaração do sujeito passivo ou de utilização de métodos
indirectos por motivo da aplicação à situação tributária do sujeito passivo dos indicadores objectivos
da actividade previstos na presente lei, o prazo de caducidade referido no número anterior é de três
anos.
3. Em caso de ter sido efectuada qualquer dedução ou crédito de imposto, o prazo de caducidade é o do
exercício desse direito.
4. O prazo de caducidade conta-se, nos impostos periódicos, a partir do termo do ano em que se
verificou o facto tributário e, nos impostos de obrigação única, a partir da data em que o facto
tributário ocorreu, excepto no imposto sobre o valor acrescentado e nos impostos sobre o
rendimento quando a tributação seja efectuada por retenção na fonte a título definitivo, caso em que
aquele prazo se conta a partir do início do ano civil seguinte àquele em que se verificou,
respectivamente, a exigibilidade do imposto ou o facto tributário.
Jesuíno Alcântara Martins
40
Artigo 45.º da LGT Caducidade do direito à liquidação
5. Sempre que o direito à liquidação respeite a factos relativamente aos quais foi instaurado inquérito
criminal, o prazo a que se refere o n.º 1 é alargado até ao arquivamento ou trânsito em julgado da
sentença, acrescido de um ano.
6. Para efeitos de contagem do prazo referido no n.º 1, as notificações sob registo consideram-se validamente
efectuadas no 3.º dia posterior ao do registo ou no 1.º dia útil seguinte a esse, quando esse dia não seja
útil.
7. O prazo referido no n.º 1 é de 12 anos sempre que o direito à liquidação respeite a factos tributários
conexos com:
a) País, território ou região sujeito a um regime fiscal claramente mais favorável, constante de lista
aprovada por portaria do Ministro das Finanças, que devendo ser declarados à administração
tributária o não sejam; ou
b) Contas de depósito ou de títulos abertas em instituições financeiras não residentes em Estados
membros da União Europeia, ou em sucursais localizadas fora da União Europeia de instituições
financeiras residentes, cuja existência e identificação não seja mencionada pelos sujeitos passivos de
IRS na correspondente declaração de rendimentos do ano em que ocorram os factos tributários.
Jesuíno Alcântara Martins
07-09-2014
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Do Procedimento de Liquidação
Prazos de caducidade
• O prazo de caducidade é o prazo durante o qual a Administração
Fiscal pode exercer o direito à liquidação do imposto.
• PRAZOS:
o 4 anos
o 3 anos
o 6 anos
o 8 anos
o 12 anos
Art.ºs 45.º e 46.º da LGT
• O prazo de caducidade não é de
conhecimento oficioso
• A caducidade tem de ser invocada pelo
contribuinte em meio processual idóneo
Jesuíno Alcântara Martins
42
Do Procedimento de Liquidação
Artigo 46.º da LGT
O prazo de caducidade suspende-se com a notificação ao contribuinte, nos
termos legais, da ordem de serviço ou despacho no inicio da acção de inspecção
externa, cessando, no entanto, esse efeito, contando-se o prazo desde o seu
inicio, caso a duração da inspecção externa tenha ultrapassado o prazo de seis
meses após a notificação.
Prazo de caducidade: 4 anos = A + C
Início A B C
Termo
Suspensão
SUSPENSÃO: Lapso temporal em que o prazo não corre, não podendo,
em consequência, ser considerado no cômputo do prazo de caducidade
Jesuíno Alcântara Martins
07-09-2014
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43
Do Procedimento de Liquidação
• Prazo de caducidade
• IMPOSTO PERIÓDICO IRC/IRS/IMI
• ANO 2010
• Facto Tributário ocorre: 31.12.10
• Início do prazo: 01.01.11
31.12.14
4 Anos
01.01.11
Art.º 45.º da LGT
Início
Jesuíno Alcântara Martins
44
Do Procedimento de Liquidação
• Prazo de caducidade
• IMPOSTO PERIÓDICO
01.01.11 31.12.14
Início do procedimento de inspecção em 31.10.14
SUSPENSÃO DO PRAZO CADUCIDADE
Prazo de suspensão:
70 dias
O procedimento poderá terminar até
30.04.15 (6 meses)
O imposto poderá ser liquidado e notificado
até 11.03.15
Art.º 46.º n.º 1
da LGT
Jesuíno Alcântara Martins
07-09-2014
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Inspecção Tributária
• IMPOSTO PERIÓDICO – Prazo de Caducidade
01.01.11 31.12.14
Início do procedimento de inspecção em 01.10.14
SUSPENSÃO DO PRAZO CADUCIDADE
Prazo máximo de suspensão: 6 meses
O procedimento terá de terminar em 31.03.15 Prazo do PIT: 6 meses
O imposto poderá ser liquidado e notificado até 30.06.15
Art.º 46.º n.º 1 da LGT
Conclusão do PIT 31.03.15
Termo do prazo de caducidade
30.06.15
Ano/ Exercício de 2010
Jesuíno Alcântara Martins
46
Inspecção Tributária
• IMPOSTO PERIÓDICO - Prazo de Caducidade
01.01.10 31.12.13
Início do procedimento de inspecção em 01.10.13
SUSPENSÃO DO PRAZO CADUCIDADE
Prazo máximo de suspensão: 6 meses
O procedimento terá de terminar em 31.03.14 Prazo do PIT: 6 meses
O imposto poderá ser liquidado e notificado até 30.06.14
Art.º 46.º n.º 1 da LGT
Conclusão do PIT 31.03.14
Termo do prazo de caducidade
30.06.14
Ano/ Exercício de 2009
Jesuíno Alcântara Martins
07-09-2014
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Inspecção Tributária
• IMPOSTO PERIÓDICO – Prazo de Caducidade
01.01.10 31.12.13
Início do procedimento de inspecção tributária em 01.04.13
SUSPENSÃO DO PRAZO CADUCIDADE
Prazo máximo de suspensão: 6 meses
O procedimento terminou em 30.09.13 Prazo do PIT: 6 meses
O imposto poderá ser liquidado e notificado até 30.06.14
Art.º 46º n.º 1 da LGT
Jesuino Alcântara Martins
Conclusão do PIT 30.09.13
Termo do prazo de caducidade
30.06.14
Ano/ Exercício de 2009
47
Inspecção Tributária
• IMPOSTO PERIÓDICO – Prazo de Caducidade
01.01.10 31.12.13
Início do procedimento de inspecção em 11.12.13
SUSPENSÃO DO PRAZO CADUCIDADE
Prazo de suspensão: 5 meses
O procedimento terminará em 10.05.14, data anterior ao termo do prazo máximo de suspensão (6 meses). Prazo do PIT: 5 meses
O imposto poderá ser liquidado e notificado até 30.05.14
Art.º 46º n.º 1 da LGT
Conclusão do PIT 10.05.14
Termo do prazo de caducidade
30.05.14
Ano/ Exercício de 2009
Esta situação é de evitar dado que após o termo do
PIT apenas teríamos 20 dias para liquidar e notificar o
imposto
Jesuino Alcântara Martins
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07-09-2014
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Marcha do Procedimento de Inspecção tributária
Início Nota de diligência
Actos de inspecção
Projecto de relatório
Direito de audição
Relatório Final
Conclusão do Procedimento com a notificação do Relatório Final
DC- Único Liquidação
Notificação
P. Pag. Voluntário
Cobrança Coerciva P.E.F
As fases do Procedimento de Inspecção tributária
Durante o Procedimento de Inspecção Tributária o contribuinte deve colaborar com o Inspector/Auditor Tributário com vista ao apuramento da verdade sobre a sua situação tributária
Planeamento
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Carta- aviso
Jesuíno Alcântara Martins
DA PRESCRIÇÃO
Após a entrada em
vigor da Lei Geral
Tributária - LGT
A partir de 01.01.1999
Art.º 48.º da LGT
Prazo 8 anos
Em relação às obrigações de
impostos cujo facto tributário tenha
ocorrido após o dia 01.01.99, o início
do prazo de prescrição conta-se da
forma seguinte: ( facto tributário não é
o acto de liquidação, é o facto gerador
Impostos de Obrigação Periódica
O início do prazo de prescrição conta-
se a partir do termo do ano em que se
verificou o facto tributário
Impostos de Obrigação Única
O início do prazo de prescrição
conta-se a partir da data em que
ocorreu o facto tributário
ATENÇÃO ÀS EXCEPÇÕES: IVA e IR (retido na fonte a
título definitivo)
50 O Processo de Execução Fiscal na Administração Fiscal e na Segurança Social
07-09-2014
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Art.º 48.º da LGT - Prescrição
1. As dívidas tributárias prescrevem, salvo o disposto em lei especial, no prazo de oito anos contados, nos
impostos periódicos, a partir do termo do ano em que se verificou o facto tributário e, nos impostos de
obrigação única, a partir da data em que o facto tributário ocorreu, excepto no imposto sobre o valor
acrescentado e nos impostos sobre o rendimento quando a tributação seja efectuada por retenção na fonte
a título definitivo, caso em que aquele prazo se conta a partir do início do ano civil seguinte àquele em que
se verificou, respectivamente, a exigibilidade do imposto ou o facto tributário.
2. As causas de suspensão ou interrupção da prescrição aproveitam igualmente ao devedor principal e aos
responsáveis solidários ou subsidiários.
3. A interrupção da prescrição relativamente ao devedor principal não produz efeitos quanto ao responsável
subsidiário se a citação deste, em processo de execução fiscal, for efectuada após o 5.º ano posterior ao da
liquidação.
4. No caso de dívidas tributárias em que o respectivo direito à liquidação esteja abrangido pelo disposto no n.º
7 do artigo 45.º, o prazo referido no n.º 1 é alargado para 15 anos.
Jesuíno Alcântara Martins
PÓS-GRADUAÇÃO EM FISCALIDADE – LGT - Lei Geral Tributária
Artigo 49.º - Interrupção e suspensão da prescrição
1. A citação, a reclamação, o recurso hierárquico, a impugnação e o pedido de revisão oficiosa da
liquidação do tributo interrompem a prescrição.
2. Revogado pelo artigo 90º da Lei n.º 53-A/2006, de 29/12
3. Sem prejuízo do disposto no número seguinte, a interrupção tem lugar uma única vez, com o facto
que se verificar em primeiro lugar.
4. O prazo de prescrição legal suspende-se em virtude de pagamento de prestações legalmente
autorizadas, ou enquanto não houver decisão definitiva ou passada em julgado, que puser termo ao
processo, nos casos de reclamação, impugnação, recurso ou oposição, quando determinem a
suspensão da cobrança da dívida.
5. O prazo de prescrição legal suspende-se, ainda, desde a instauração de inquérito criminal até ao
arquivamento ou trânsito em julgado da sentença.
52
07-09-2014
27
PRESCRIÇÃO
Para determinação efectiva da prescrição é
necessário atender à norma constante do n.º 1
do Art.º 297.º do Código Civil
É ainda essencial analisar e ponderar
sobre a ocorrência de motivos
determinantes da interrupção e/ou da
suspensão do prazo de prescrição.
Para cada tributo é ainda necessário
verificar se a lei estipula um prazo
especial para o decurso da prescrição
Facto tributário
8 Anos
Prescrição
CITAÇÃO
8 Anos
53 O Processo de Execução Fiscal na Administração Fiscal e na Segurança Social
A lei que estabelecer, para qualquer efeito, um prazo mais
curto do que o fixado na lei anterior é também aplicável
aos prazos que já estiverem em curso, mas o prazo só se
conta a partir da entrada em vigor da nova lei, a não ser
que, segundo a lei antiga, falte menos tempo para o prazo
se completar.
Interrupção e Suspensão da Prescrição
• A CITAÇÃO
• A Reclamação Graciosa
• O Recurso Hierárquico
• A Impugnação Judicial
• O Pedido de Revisão Oficiosa
• Oposição judicial
Interrompem o prazo
de prescrição
SUSPENSÃO
5 anos - Coimas Acto Interruptivo
Art.º 49.º da LGT LGT
8 anos - Tributos
Segurança Social - Qualquer diligência administrativa tendente à liquidação ou
cobrança da dívida e a apresentação do requerimento do PEC (SIREVE)
54 O Processo de Execução Fiscal na Administração Fiscal e na Segurança Social
Prescrição - 5 anos
Suspensão
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55
DA PRESCRIÇÃO
• Imposto do ano de 2007 (IRC,IRS, IMI)
• Ocorrência do facto tributário - 31.12.07
• Início do prazo de prescrição – 01.01.08
01.01.08
8 Anos
31.12.15
Jesuíno Alcântara Martins
PRESCRIÇÃO
• Quando vai prescrever este imposto ou será que já está
prescrito ?
01.01.06
8 Anos
Início do prazo
8 Anos
02.12.07
Efeito da interrupção do
prazo de prescrição - Art.º
326.º do C. Civil Causa de interrupção: Apresentação da reclamação graciosa
Citação do Executado
15.02.08
31.12.05 (Facto Tributário)
Apresentação
reclamação graciosa
56 O Processo de Execução Fiscal na Administração Fiscal e na Segurança Social
07-09-2014
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PRESCRIÇÃO – Art.º 48.º da LGT
• Cômputo do tempo para a prescrição:
01.01.06
CITAÇÃO
8 Anos
Interrupção - n.º 1 do
Art.º 49.º da LGT
Suspensão n.º
4 art.º 49º da
LGT Ex: 1 ano e
7 meses
A C D
PRESCRIÇÃO = B + C + D
Do (novo) início do
prazo de prescrição até
ao seu termo Decorrem
9 Anos e 7 meses
30.02.07
Prazo inutilizado
B
57 O Processo de Execução Fiscal na Administração Fiscal e na Segurança Social
ADMINISTRAÇÃO FISCAL
PRESCRIÇÃO – Art.º 187.º do Código Contributivo
• Cômputo do tempo para a prescrição:
21.01.11
CITAÇÃO
5 Anos
Interrupção - n.º 2 do
Art.º 187.º do C. Cont.
e n.º 1 do Art.º 49.º da
LGT
Suspensão n.ºs
4 e 5 art.º 49.º
da LGT Ex: 1
ano e 7 meses
A C D
PRESCRIÇÃO = B + C + D
Do (novo) início do
prazo de prescrição até
ao seu termo Decorrem
6 Anos e 7 meses
30.05.11
Prazo inutilizado
B
58 O Processo de Execução Fiscal na Administração Fiscal e na Segurança Social
SEGURANÇA SOCIAL
Notificação da penhora
Notificação da venda
07-09-2014
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DA PRESCRIÇÃO
ÓRGÃO DA EXECUÇÃO FISCAL
CONHECIMENTO
OFICIOSO
Art.º 175.º do CPPT
PRESCRIÇÃO
DUPLICAÇÃO
DE COLECTA
O não
conhecimento
oficioso destas
circunstâncias
é perverso para
a Fazenda
Pública
Quando o executado
deduzir oposição e
esta for procedente
Implica a condenação
da Entidade
Exequente no
pagamento das
Custas Processuais,
dado que foi ela que
deu causa à acção
Art.º 527.º do CPC
Jesuíno Alcântara Martins
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Procedimento Tributário
PROCEDIMENTO
TRIBUTÁRIO
Jesuíno Alcântara Martins
07-09-2014
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Procedimento Tributário
Entende-se por procedimento a sucessão ordenada de actos e formalidades
tendentes à formação e manifestação da vontade da Administração Tributária ou à sua
execução.
Conjunto de actos, provenientes de órgãos administrativos tributários distintos,
relativamente autónomos e organizados sequencialmente, direccionados à produção
de um determinado resultado, do qual são instrumentais.
• Fases do procedimento:
• Fase da iniciativa
• Fase instrutória
• Fase da decisão
• Fase integrativa de eficácia
Jesuíno Alcântara Martins
62
Procedimento Tributário
Formas do Procedimento Tributário
a) As acções preparatórias ou complementares de informação e fiscalização
tributária;
b) As acções preparatórias ou complementares da liquidação dos tributos,
incluindo parafiscais, ou de confirmação dos factos tributários declarados
pelos sujeitos passivos ou outros obrigados tributários;
c) A liquidação dos tributos quando efectuada pela administração tributária;
Art.º 54.º LGT
Art.º 44.º CPPT
Jesuíno Alcântara Martins
07-09-2014
32
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Procedimento Tributário
Formas do Procedimento Tributário
d) A revisão, oficiosa ou por iniciativa dos interessados, dos actos tributários;
e) O reconhecimento ou revogação dos benefícios fiscais;
f) A emissão ou revogação de outros actos administrativos em matéria
tributária;
g) As reclamações e os recursos hierárquicos;
Art.º 54.º da LGT Art.º 44.º do CPPT
Jesuíno Alcântara Martins
64
Procedimento Tributário
Formas do Procedimento Tributário
h) A avaliação directa ou indirecta dos rendimentos ou valores patrimoniais;
i) A cobrança das obrigações tributárias, na parte que não tiver natureza
judicial;
j) Todos os demais actos dirigidos à declaração dos direitos tributários.
Art.º 54.º da LGT
Art.º 44.º do CPPT
Jesuíno Alcântara Martins
07-09-2014
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Artigo 57.º da LGT - Prazos
1. O procedimento tributário deve ser concluído no prazo de quatro meses, devendo a
administração tributária e os contribuintes abster-se da prática de actos inúteis ou dilatórios.
2. Os actos do procedimento tributário devem ser praticados no prazo de oito dias, salvo
disposição legal em sentido contrário
3. No procedimento tributário, os prazos são contínuos e contam-se nos termos do Código Civil.
4. Os prazos referidos no presente artigo suspendem-se no caso de a dilação do procedimento
ser imputável ao sujeito passivo por incumprimento dos seus deveres de cooperação.
5. Sem prejuízo do princípio da celeridade e diligência, o incumprimento do prazo referido no n.º
1, contado a partir da entrada da petição do contribuinte no serviço competente da
administração tributária, faz presumir o seu indeferimento para efeitos de recurso
hierárquico, recurso contencioso ou impugnação judicial.
Jesuíno Alcântara Martins
Procedimento Tributário
Procedimento tributário
Fundamentação e notificação dos actos tributários
66 Jesuíno Alcântara Martins
07-09-2014
34
Procedimento Tributário
Art.º 77.º da LGT- Fundamentação e eficácia
1. A decisão de procedimento é sempre fundamentada por meio de sucinta
exposição das razões de facto e de direito que a motivaram, podendo a
fundamentação consistir em mera declaração de concordância com os
fundamentos de anteriores pareceres, informações ou propostas,
incluindo os que integrem o relatório da fiscalização tributária.
2. A fundamentação dos actos tributários pode ser efectuada de forma
sumária, devendo sempre conter as disposições legais aplicáveis, a
qualificação e quantificação dos factos tributários e as operações de
apuramento da matéria tributável e do tributo.
Jesuino Alcântara Martins 67
Procedimento Tributário
4. A decisão da tributação pelos métodos indirectos nos casos e com os fundamentos previstos
na presente lei especificará os motivos da impossibilidade da comprovação e quantificação
directas e exacta da matéria tributável, ou descreverá o afastamento da matéria tributável
do sujeito passivo dos indicadores objectivos da actividade de base científica ou fará a
descrição dos bens cuja propriedade ou fruição a lei considerar manifestações de fortuna
relevantes, ou indicará a sequência de prejuízos fiscais relevantes, e indicará os critérios
utilizados na avaliação da matéria tributável.
5. Em caso de aplicação de métodos indirectos por afastamento dos indicadores objectivos de
actividade de base científica a fundamentação deverá também incluir as razões da não
aceitação das justificações apresentadas pelo contribuinte nos termos da presente lei.
6. A eficácia da decisão depende da notificação.
Jesuino Alcântara Martins
Art.º 77.º da LGT
68
07-09-2014
35
FACTO
DIREITO
Actos Tributários
FACTO
DIREITO
Decisões dos órgãos da AT
FUNDAMENTAÇÃO E EFICÁCIA
Matéria de: Matéria de:
A decisão do procedimento é sempre fundamentada por meio de sucinta exposição das
razões de facto e de direito que a motivaram, podendo a fundamentação consistir em mera
declaração de concordância com os fundamentos de anteriores pareceres, informações ou
propostas, incluindo os que integrem o relatório da fiscalização tributária – Art.º 77.º da LGT.
A fundamentação dos actos tributários pode ser efectuada de forma sumária, devendo
sempre conter as disposições legais aplicáveis, a qualificação e quantificação dos factos
tributários e as operações de apuramento da matéria tributável e do tributo.
69 Procedimento Tributário
Jesuino Alcântara Martins
69
A fundamentação deve ser:
• Expressa - trata-se de uma exigência legal que tem de ser entendida de acordo com a
funcionalidade e objectivos prosseguidos pelo próprio instituto;
• Clara – as razões de facto e de direito, embora enunciadas de forma sucinta, não podem
ser confusas, dubitativas, ambíguas ou obscuras, sob pena de não se dar a entender ou a
conhecer o que determinou o agente a praticar o acto ou a escolher o seu conteúdo;
• Congruente - o conteúdo do acto tem de ter uma relação lógica com os fundamentos
invocados;
• Suficiente – trata-se de um conceito qualitativo e não quantitativo, pois não está em
causa o carácter pormenorizado dos fundamentos, importando sim tornar claro quais os
pressupostos tidos em conta pelo autor do acto.
70 Procedimento Tributário
Jesuino Alcântara Martins 70
07-09-2014
36
Art.º 74.º da LGT - Ónus da prova
1. O ónus da prova dos factos constitutivos dos direitos da administração
tributária ou dos contribuintes recai sobre quem os invoque.
2. Quando os elementos de prova dos factos estiverem em poder da
administração tributária, o ónus previsto no número anterior considera-se
satisfeito caso o interessado tenha procedido à sua correcta identificação
junto da administração tributária.
3. Em caso de determinação da matéria tributável por métodos indirectos,
compete à administração tributária o ónus da prova da verificação dos
pressupostos da sua aplicação, cabendo ao sujeito passivo o ónus da prova
do excesso na respectiva quantificação .
Jesuino Alcântara Martins
71
72
Procedimento Tributário
PROCEDIMENTO
DE NOTIFICAÇÃO
Jesuíno Alcântara Martins
07-09-2014
37
73
Art.º 35.º do CPPT - Notificações e citações
1. Diz-se notificação o acto pelo qual se leva um facto ao
conhecimento de uma pessoa ou se chama alguém a juízo.
2. A citação é o acto destinado a dar conhecimento ao executado
de que foi proposta contra ele determinada execução ou a
chamar a esta, pela primeira vez, pessoa interessada.
3. Os despachos a ordenar citações ou notificações podem ser
impressos e assinados por chancela.
Jesuíno Alcântara Martins
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Art.º 36.º do CPPT
Notificações em geral
1. Os actos em matéria tributária que afectem os direitos e interesses
legítimos dos contribuintes só produzem efeitos em relação a estes
quando lhes sejam validamente notificados.
2. As notificações conterão sempre a decisão, os seus fundamentos e meios
de defesa e prazo para reagir contra o acto notificado, bem como a
indicação da entidade que o praticou e se o fez no uso de delegação ou
subdelegação de competências.
3. Constitui notificação o recebimento pelo interessado de cópia de acta ou
assento do acto a que assista.
Jesuíno Alcântara Martins
07-09-2014
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Forma da Notificação
Por Via
Postal
CARTA SIMPLES
CARTA REGISTADA
CARTA REGISTA
COM AVIISO
RECEPÇÃO
Via Postal
Transmissão Electrónica
de Dados
Pessoal Contacto
Directo
Jesuíno Alcântara Martins
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Notificação dos Actos Tributários
Formas de Notificação
As notificações são efectuadas obrigatoriamente por carta registada com aviso de recepção, sempre que
tenham por objecto actos ou decisões susceptíveis de alterarem a situação tributária dos contribuintes ou
a convocação para estes assistirem ou participarem em actos ou diligências.
As liquidações de impostos periódicos feitas nos prazos previstos na lei serão comunicadas por simples via
postal.
As notificações não abrangidas pelos pontos anteriores, bem como as relativas às liquidações de tributos que
resultem de declarações dos contribuintes ou de correcções à matéria tributável que tenha sido objecto de
notificação para efeitos do direito de audição, são efectuadas por carta registada.
As notificações serão pessoais nos casos previstos na lei ou quando a entidade que a elas proceder o
entender necessário.
Às notificações pessoais aplicam-se as regras sobre a citação pessoal.
Art.º 38.º do CPPT
Jesuíno Alcântara Martins
07-09-2014
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Art.º 39.º do CPPT
Perfeição das notificações
1. As notificações efectuadas nos termos do n.º 3 do artigo anterior presumem-se feitas no 3º
dia posterior ao do registo ou no 1º dia útil seguinte a esse, quando esse dia não seja útil.
2. A presunção do número anterior, só pode ser ilidida pelo notificado quando não lhe seja
imputável o facto de a notificação ocorrer em data posterior à presumida, devendo para o
efeito a administração tributária ou o tribunal, com base em requerimento do interessado,
requerer aos correios informação sobre a data efectiva da recepção.
3. Havendo aviso de recepção, a notificação considera-se efectuada na data em que ele for
assinado e tem-se por efectuada na própria pessoa do notificando, mesmo quando o aviso de
recepção haja sido assinado por terceiro presente no domicílio do contribuinte,
presumindo-se neste caso que a carta foi oportunamente entregue ao destinatário.
Jesuíno Alcântara Martins
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Art.º 39.º do CPPT
Perfeição das notificações
4. O distribuidor do serviço postal procederá à notificação das pessoas referidas no
número anterior por anotação do bilhete de identidade ou de outro documento
oficial.
5. Em caso de o aviso de recepção ser devolvido ou não vier assinado por o
destinatário se ter recusado a recebê-lo ou não o ter levantado no prazo previsto
no regulamento dos serviços postais e não se comprovar que entretanto o
contribuinte comunicou a alteração do seu domicílio fiscal, a notificação será
efectuada nos 15 dias seguintes à devolução por nova carta registada com aviso de
recepção, presumindo-se a notificação se a carta não tiver sido recebida ou
levantada, sem prejuízo de o notificando poder provar justo impedimento ou a
impossibilidade de comunicação da mudança de residência no prazo legal.
Jesuíno Alcântara Martins
07-09-2014
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Art.º 39.º do CPPT
Perfeição das notificações
(…)
6. No caso da recusa de recebimento ou não levantamento da carta, previstos no número
anterior, a notificação presume-se feita no 3.º dia posterior ao do registo ou no 1.º dia útil
seguinte a esse, quando esse dia não seja útil.
7. Quando a notificação for efectuada por telefax ou via Internet, presume-se que foi feita na
data de emissão, servindo de prova, respectivamente, a cópia do aviso de onde conste a
menção de que a mensagem foi enviada com sucesso, bem como a data, hora e número de
telefax do receptor ou o extracto da mensagem efectuado pelo funcionário, o qual será
incluído no processo.
8. A presunção referida no número anterior poderá ser ilidida por informação do operador sobre
o conteúdo e data da emissão.
Jesuíno Alcântara Martins
80
Art.º 39.º do CPPT
Perfeição das notificações
9. As notificações efectuadas por transmissão electrónica de dados consideram-se feitas no momento em que
o destinatário aceda à caixa postal electrónica.
10. A notificação considera-se efectuada no 25.º dia posterior ao seu envio, caso o contribuinte não aceda à
caixa postal electrónica em data anterior.
11. A presunção do número anterior só pode ser ilidida pelo notificado quando, por facto que não lhe seja
imputável, a notificação ocorrer em data posterior à presumida e nos casos em que se comprove que o
contribuinte comunicou a alteração daquela nos termos do artigo 43.º.
12. O acto de notificação será nulo no caso de falta de indicação do autor do acto e, no caso de este o ter
praticado no uso de delegação ou subdelegação de competências, da qualidade em que decidiu, do seu
sentido e da sua data.
13. O presente artigo não prejudica a aplicação do disposto no n.º 6 do artigo 45.º da Lei Geral Tributária.
Jesuíno Alcântara Martins
07-09-2014
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Notificação dos Actos Tributários
Notificação ou citação das pessoas colectivas ou sociedades
As pessoas colectivas e sociedades são citadas ou notificadas na sua caixa postal electrónica ou
na pessoa de um dos seus administradores ou gerentes, na sua sede, na residência destes ou
em qualquer lugar onde se encontrem.
Não podendo efectuar-se na pessoa do representante por este não ser encontrado pelo
funcionário, a citação ou notificação realiza-se na pessoa de qualquer empregado, capaz de
transmitir os termos do acto, que se encontre no local onde normalmente funcione a
administração da pessoa colectiva ou sociedade.
Se a pessoa colectiva ou sociedade se encontrar em fase de liquidação ou falência, caso em que a
diligência será efectuada na pessoa do liquidatário.
Art.º 41.º do CPPT
Jesuíno Alcântara Martins
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Notificação dos Actos Tributários
Art.º 37.º do CPPT
Comunicação ou notificação insuficiente
• Se a notificação de um acto ou decisão em matéria tributária não contiver a sua
fundamentação legal, bem como outros requisitos exigidos pelas leis tributárias,
pode o interessado, dentro de 30 dias ou dentro do prazo para reclamação,
recurso ou impugnação, que da decisão couber, se inferior, requerer a notificação
dos fundamentos que tenham sido omitidos ou a passagem de certidão que os
contenha – art.º 37.º do CPPT.
• Quanto à sua finalidade as notificações distinguem-se entre notificações para
conhecimento e notificações para comparência ou convocatória.
Jesuíno Alcântara Martins
07-09-2014
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Art.º 40.º do CPPT
Notificações aos mandatários
1. As notificações aos interessados que tenham constituído mandatário serão
feitas na pessoa deste e no seu escritório.
2. Quando a notificação tenha em vista a prática pelo interessado de acto
pessoal, além da notificação ao mandatário, será enviada carta ao próprio
interessado, indicando a data, o local e o motivo da comparência
3. As notificações serão feitas por carta ou aviso registados, dirigidos para o
domicílio ou escritório dos notificados, podendo estes ser notificados pelo
funcionário competente quando encontrados no edifício do serviço ou
tribunal.
Jesuíno Alcântara Martins
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Art.º 19.º da LGT - Domicílio fiscal
1. O domicílio fiscal do sujeito passivo é, salvo disposição em contrário :
a) Para as pessoas singulares, o local da residência habitual;
b) Para as pessoas colectivas, o local da sede ou direcção efectiva ou, na falta destas, do seu estabelecimento estável
em Portugal.
2. O domicílio fiscal integra ainda a caixa postal electrónica, nos termos previstos no serviço público de caixa postal electrónica.
3. É obrigatória, nos termos da lei, a comunicação do domicílio do sujeito passivo à administração tributária.
4. É ineficaz a mudança de domicílio enquanto não for comunicada à administração tributária.
5. Os sujeitos passivos residentes no estrangeiro, bem como os que, embora residentes no território nacional, se ausentem deste
por período superior a seis meses, bem como as pessoas colectivas e outras entidades legalmente equiparadas que cessem a
actividade, devem, para efeitos tributários, designar um representante com residência em território nacional.
6. Independentemente das sanções aplicáveis, depende da designação de representante nos termos do número anterior o exercício
dos direitos dos sujeitos passivos nele referidos perante a administração tributária, incluindo os de reclamação, recurso ou
impugnação.
Jesuíno Alcântara Martins
07-09-2014
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85
Art.º 19.º da LGT - Domicílio fiscal
7. O disposto no número anterior não é aplicável, sendo a designação de representante meramente facultativa,
em relação a não residentes de, ou a residentes que se ausentem para, Estados membros da União Europeia
ou do Espaço Económico Europeu, neste último caso desde que esse Estado membro esteja vinculado a
cooperação administrativa no domínio da fiscalidade equivalente à estabelecida no âmbito da União
Europeia.
8. A administração tributária poderá rectificar oficiosamente o domicílio fiscal dos sujeitos passivos se tal decorrer
dos elementos ao seu dispor.
9. Os sujeitos passivos do imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas com sede ou direcção efectiva em
território português e os estabelecimentos estáveis de sociedades e outras entidades não residentes, bem
como os sujeitos passivos residentes enquadrados no regime normal do imposto sobre o valor acrescentado,
são obrigados a possuir caixa postal electrónica, nos termos do n.º 2, e a comunicá-la à administração
tributária no prazo de 30 dias a contar da data do início de actividade ou da data do início do
enquadramento no regime normal do imposto sobre o valor acrescentado, quando o mesmo ocorra por
alteração.
10. O Ministro das Finanças regula, por portaria, o regime de obrigatoriedade do domicílio fiscal electrónico dos
sujeitos passivos não referidos no n.º 9
Jesuíno Alcântara Martins
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Art.º 43.º do CPPT Obrigação de participação de domicilio
1. Os interessados que intervenham ou possam intervir em quaisquer procedimentos ou
processos nos serviços da administração tributária ou nos tribunais tributários comunicam,
no prazo de 15 dias, qualquer alteração do seu domicílio, sede ou caixa postal electrónica.
2. A falta de recebimento de qualquer aviso ou comunicação expedidos nos termos dos artigos
anteriores, devido ao não cumprimento do disposto no n.º 1, não é oponível à administração
tributária, sem prejuízo do que a lei dispõe quanto à obrigatoriedade da citação e da
notificação e dos termos por que devem ser efectuadas.
3. A comunicação referida no n.º 1 só produzirá efeitos, sem prejuízo da possibilidade legal de a
administração tributária proceder oficiosamente à sua rectificação se o interessado fizer a
prova de já ter solicitado ou obtido a actualização fiscal do domicílio, sede ou caixa postal
electrónica.
Jesuíno Alcântara Martins
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Procedimento Tributário
Direito à Informação
[Orientações Genéricas e Informações Vinculativas]
Jesuíno Alcântara Martins
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DIREITO À INFORMAÇÃO
• Os contribuintes têm direitos à informação sobre os aspectos seguintes:
Fase em que se encontra o
procedimento e tempo previsível de
conclusão
Art.º 67.º, n.º 1, alínea a), da LGT
Existência, teor e autor de denúncias
dolosas não confirmadas
Art.ºs 67.º, n.º 1, al. b) e 70.º, n.º 3
da LGT
Concreta situação tributária Artºs 67.º, n.º 1, al. c) e 59.º, n.º 3
alíneas g) e j), da LGT
Início, âmbito e extensão da
inspecção à escrita
Art.º 59.º, n.º 3, al. l), da LGT e art.ºs
49.º e 50.º do RCPIT
Jesuíno Alcântara Martins
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DIREITO DE INFORMAÇÃO
• O contribuinte em requerimento dirigido ao Director-Geral pode solicitar informação vinculativa sobre a
sua situação tributária e os pressupostos ainda não concretizados dos benefícios fiscais. Este pedido tem
de ser acompanhado da identificação dos factos cuja qualificação jurídico-tributária se pretende.
Informações vinculativas:
Normal
Urgente
Art.ºs 68.º e 59.º, n.º 3, al. e) da LGT e
57.º do CPPT
- 150 dias
- 90 dias
Informações escritas
s/cumprimento de obrigações
acessórias
Art.º 59.º, n.º 3, al. c) da LGT
Orientações genéricas s/normas
em vigor no momento do facto
tributário
Art.ºs 68.º- A e 59.º, n.º 3, al. b), da
LGT e art.ºs 55.º e 58.º do CPPT
Jesuíno Alcântara Martins
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Art.º 57.º do CPPT Informações vinculativas
1. O despacho que recair sobre pedido de informação vinculativa sobre a concreta situação
tributária dos contribuintes ou os pressupostos de quaisquer benefícios fiscais será notificado
aos interessados, vinculando os serviços a partir da notificação que, verificados os factos
previstos na lei, não poderão proceder de forma diversa, salvo em, cumprimento de decisão
judicial.
2. Os interessados não ficam dispensados quando o despacho for sobre os pressupostos de
qualquer benefício fiscal dependente de reconhecimento, de o requerer autonomamente
nos termos da lei.
3. Apresentado o pedido de reconhecimento que tenha sido precedido do pedido de informação
vinculativa, este ser-lhe-á apensado a requerimento do interessado, devendo a entidade
competente para a decisão conformar-se com o anterior despacho, na medida em que a
situação hipotética objecto do pedido de informação vinculativa coincida com a situação de
facto objecto do pedido de reconhecimento, sem prejuízo das medidas de controlo do
benefício fiscal exigidas por lei.
Art.º 68.º da LGT
Jesuíno Alcântara Martins
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DIREITO DE INFORMAÇÃO
• O direito à informação em geral encontra expressiva regulamentação no art.º
59.º da LGT, ao dispor que a colaboração da administração tributária com os
contribuintes e demais obrigados tributários compreende:
Informação pública, regular e
sistemática de direitos e obrigações
Art.º 59.º, n.º 3, al. a), da LGT
Informação regular e atempada das
dúvidas sobre normas tributárias
Art.º 59.º, n.º 3, al. f), da LGT
Informações da concessão de benefícios ou
outras vantagens fiscais
Art.º 59.º, n.º 3, al. i), da LGT
Disponibilização dos códigos tributários
actualizados (versão electrónica)
Art.º 59.º, n.º 6, da LGT
Jesuíno Alcântara Martins
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Art.º 24.º do CPPT - Passagem de certidões e cumprimento de cartas precatórias. Prazos
1. As certidões de actos e termos do procedimento tributário e do processo judicial, bem como
os comprovativos de cadastros ou outros elementos em arquivo na administração tributária,
sempre que informatizados, são passados, no prazo máximo de três dias, por via electrónica
através da Internet ou mediante impressão nos serviços da administração tributária.
2. Nos procedimentos e processos não informatizados, as certidões e termos são passados
mediante a apresentação de pedido escrito ou oral, no prazo máximo de cinco dias.
3. As certidões poderão ser passadas no prazo de 48 horas caso a administração tributária
disponha dos elementos necessários e o contribuinte invoque fundamentadamente urgência
na sua obtenção.
Decreto-Lei n.º 236/95, de 13 de Setembro
Jesuíno Alcântara Martins
07-09-2014
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Art.º 24.º do CPPT - Passagem de certidões e cumprimento de cartas precatórias. Prazos
4 - Salvo o disposto em lei especial, a validade das certidões passadas pela administração
tributária é de um ano, excepto as certidões comprovativas de situação tributária
regularizada, que têm a validade de três meses.
5 – A validade de certidões passadas pela administração tributária que estejam sujeitas a prazo
de caducidade pode ser prorrogada, a pedido dos interessados, por períodos sucessivos de
um ano, que não pode ultrapassar três anos, desde que não haja alteração dos elementos
anteriormente certificados, excepto as respeitantes à situação tributária regularizada, cujo
prazo de validade nunca pode ser prorrogado.
6 - A certidão comprovativa de situação tributária regularizada não constitui documento de
quitação.
7 - …
8 - …
9 - …
Jesuíno Alcântara Martins
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• O direito à informação abrange, nos termos previstos no Art.º 68.º
da LGT, a possibilidade de solicitar, por via electrónica, ao Director
Geral da AT, informação vinculativa:
• A informação vinculativa pode ser geral ou ter carácter urgente.
• A primeira é gratuita, a segunda está sujeita ao pagamento de uma
taxa (entre 25 a 250 unidades de conta).
CO
NTEN
CISO
TRIB
UTÁ
RIO
Sobre a situação tributária dos sujeitos passivos, ou
Sobre os pressupostos dos benefícios fiscais.
DO DIREITO À INFORMAÇÃO
Jesuíno Alcântara Martins
07-09-2014
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DIREITO À INFORMAÇÃO
• A informação vinculativa regra é prestada no prazo de 150 dias.
• A informação vinculativa urgente tem de ser prestada no prazo de 90 dias.
• Ambos os prazos se contam a partir da apresentação do pedido, e, caso o
pedido de urgência seja aceite pela Administração Tributária, o não
cumprimento do prazo de 90 dias implica o deferimento tácito do
enquadramento jurídico apresentado pelo requerente.
• A formação do deferimento tácito é de grande relevância jurídica, visto que
a Administração Tributária só pode proceder em sentido diverso da
informação vinculativa prestada, em caso de cumprimento de decisão
judicial
Jesuíno Alcântara Martins
Direito à Informação
DIREITO À INFORMAÇÃO
Informação Geral Informação Vinculativa
Regra Urgente PEDIDO
ESCRITO ORAL PEDIDO
VIA ELECTRÓNICA PRAZO DE RESPOSTA: 10 Dias
PRAZO DE RESPOSTA
150 Dias
90 Dias
Omissão Indeferimento
INTIMAÇÃO para Consulta de Documentos e passagem de
certidões (art. 146.º do CPPT)
INCUMPRIMENTO DO PRAZO
Sancionamento Tácito da Proposta de Enquadramento
Tributário
Limitação da Responsabili
dade à dívida de Imposto
Jesuíno Alcântara Martins
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07-09-2014
49
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Art.º 30.º do CPPT - Consulta dos processos administrativos/judiciais
1. Os documentos dos processos administrativos e judiciais
pendentes ou arquivados podem ser consultados pelos
interessados ou seus representantes.
2. Os mandatários judiciais constituídos podem requerer que os
processos pendentes ou arquivados nos tribunais lhes sejam
confiados para exame fora da secretaria, com observância
das normas do Código de Processo Civil.
Jesuíno Alcântara Martins
07-09-2014
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Procedimento e Processo Tributário
Procedimento de acesso a Informações Bancárias
Jesuíno Alcântara Martins
Derrogação do Sigilo Bancário
Jesuíno Alcântara Martins 100
Informação Bancária
Antes da LGT
Decisão Judicial Tribunal de Comarca
Entrada em
vigor da LGT
O acesso à informação protegida pelo sigilo profissional, bancário ou qualquer outro dever de sigilo legalmente regulado depende de autorização judicial, nos termos da legislação aplicável.
n.º 2 do art.º 63.º da LGT
Alterações Legislativas
Lei n.º 30-G/2000, 29 de Dezembro
Lei n.º 64-A/2008, 31 de Dezembro
Lei n.º 94/2009, 1 de Setembro
ACESSO DIRECTO
DECISÃO ADMINISTRATIVA
LGT
07-09-2014
51
Derrogação do Sigilo Bancário
Jesuíno Alcântara Martins 101
Art.º 63.º-B
Art.º 63.º-A
Art.º 63.º-C
Informação Geral
Informação Directa
Informação Directa
Informações relativas a operações financeiras
Contas bancárias exclusivamente afectas à actividade empresarial
Acesso a informações e documentos bancários
102
A Administração Tributária tem o poder de aceder a todas as informações ou
documentos bancários sem dependência do consentimento do titular dos
elementos protegidos (Art.º 63.º-B da LGT):
a) Quando existam indícios da prática de crime em matéria tributária;
b) Quando se verifiquem indícios da falta de veracidade do declarado ou
esteja em falta declaração legalmente exigível;
c) Quando se verifiquem indícios da existência de acréscimos de
património não justificados, nos termos da alínea f) do n.º 1 do Art.º 87.º da
LGT; d) Quando se trate da verificação de conformidade de documentos de suporte
de registos contabilísticos dos sujeitos passivos de IRS e IRC que se encontrem
sujeitos a contabilidade organizada;
PER
02
11
Procedimento de acesso a Informação Bancária
Jesuíno Alcântara Martins
07-09-2014
52
103
A Administração Tributária tem o poder de aceder a todas as informações ou
documentos bancários sem dependência do consentimento do titular dos elementos
protegidos (Art.º 63.º-B da LGT):
e) Quando exista a necessidade de controlar os pressupostos de regimes fiscais
privilegiados de que o contribuinte usufrua;
f) Quando se verifique a impossibilidade de comprovação e quantificação directa
e exacta da matéria tributável, nos termos do Art.º 88.º da LGT, e, em geral,
quando estejam verificados os pressupostos para o recurso a uma avaliação
indirecta;
g) Quando se verifique a existência comprovada de dívidas à administração fiscal
ou à segurança social.
Procedimento de acesso a Informação Bancária
Jesuíno Alcântara Martins
104
A Administração Tributária tem, ainda, o poder de aceder directamente aos
documentos bancários, nas situações de recusa da sua exibição ou de autorização
para a sua consulta, quando se trate de familiares ou terceiros que se encontrem
numa relação especial com o contribuinte.
• Os órgãos com competência para derrogar o sigilo bancário são:
• o Director-Geral da DGCI ou o seu substituto legal;
• o Director-Geral da DGAIEC; ou seu substituto legal;
• o Conselho Directivo do IGFSS.
• Esta competência não pode ser delegada – n.º 4 do Art.º 63.º-B da LGT.
Procedimento de acesso a Informação Bancária
Jesuíno Alcântara Martins
Director-Geral da AT
07-09-2014
53
105
• As entidades que se encontrem em relação de domínio com o contribuinte,
também ficam sujeitas ao regime de derrogação de sigilo bancário previsto no
Art.º 63.º-B da LGT.
• Se a decisão de derrogação do sigilo bancário visar as contas do sujeito passivo da
relação jurídica tributária, o recurso judicial tem efeito meramente devolutivo.
• Se a decisão de derrogação do sigilo bancário tiver por objecto as contas bancárias
de familiar ou de terceiro o recurso judicial tem efeito suspensivo.
• Este recurso judicial é tramitado como processo urgente pelo que deve estar
decidido no prazo de 90 dias a contar da data da apresentação da petição – n.º 2
do Art.º 146.º-D do CPPT.
PER
02
11
Procedimento de acesso a Informação Bancária
Jesuíno Alcântara Martins
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Procedimento de acesso a Informação Bancária
Art.º 63.º da LGT (…)
2. O acesso à informação protegida pelo segredo profissional ou
qualquer outro dever de sigilo legalmente regulado depende
de autorização judicial, nos termos da legislação aplicável.
3. Sem prejuízo do número anterior, o acesso à informação
protegida pelo sigilo bancário faz-se nos termos previstos nos
art.ºs 63.º-A, 63.º-B e 63.º-C.
Jesuíno Alcântara Martins
07-09-2014
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Acesso a informação e documentos bancários Art.º 63.º - B da LGT
1. A administração tributária tem o poder de aceder a todas as informações ou documentos
bancários sem dependência do consentimento do titular dos elementos protegidos:
a)Quando existam indícios da prática de crime em matéria tributária;
b)Quando se verifiquem indícios da falta de veracidade do declarado ou esteja em falta
declaração legalmente exigível;
c) Quando se verifiquem indícios da existência de acréscimos de património não
justificados, nos termos da alínea f) do n.º 1 do artigo 87.º;
d) Quando se trate da verificação de conformidade de documentos de suporte de registos
contabilísticos dos sujeitos passivos de IRS e IRC que se encontrem sujeitos a
contabilidade organizada.
Jesuíno Alcântara Martins
Derrogação do Sigilo Bancário
DECISÃO
RECURSO JUDICIAL
EFEITO SUSPENSIVO
EFEITO DEVOLUTIVO
Jesuíno Alcântara Martins 108
Os actos praticados ao abrigo da competência
definida no n.º 1 do Art.º 63.º-B da LGT
Os actos praticados ao abrigo da competência
definida no n.º 2 do Art.º 63.º-B da LGT
Sujeito Passivo
Familiar Terceiro
Direito de Audição
07-09-2014
55
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Processo especial de derrogação do dever de sigilo bancário Art.º 146.º-A do CPPT
1. O processo especial de derrogação do dever de sigilo bancário aplica-se às
situações legalmente previstas de acesso da administração tributária à
informação bancária para fins fiscais.
2. O processo especial previsto no número anterior reveste as seguintes
formas:
a) Recurso interposto pelo contribuinte;
b) Pedido de autorização da administração tributária.
Jesuíno Alcântara Martins
Tramitação do recurso interposto pelo contribuinte Art.º 146.º-B do CPPT
1. O contribuinte que pretenda recorrer da decisão da administração
tributária que determina o acesso directo à informação bancária que lhe
diga respeito deve justificar sumariamente as razões da sua discordância
em requerimento apresentado no tribunal tributário de 1.ª instância da
área do seu domicílio fiscal.
2. A petição referida no número anterior deve ser apresentada no prazo de
10 dias a contar da data em que foi notificado da decisão,
independentemente da lei atribuir à mesma efeito suspensivo ou
devolutivo.
Jesuíno Alcântara Martins 110
07-09-2014
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Tramitação do recurso interposto pelo contribuinte Art.º 146.º-B do CPPT
3. A petição referida no número anterior não obedece a formalidade especial, não
tem de ser subscrita por advogado e deve ser acompanhada dos respectivos
elementos de prova, que devem revestir natureza exclusivamente documental.
4. O director-geral dos Impostos ou o director-geral das Alfândegas e dos Impostos
Especiais sobre o Consumo são notificados para, querendo, deduzirem oposição
no prazo de 10 dias, a qual deve ser acompanhada dos respectivos elementos de
prova.
5. As regras dos números precedentes aplicam-se, com as necessárias adaptações, ao
recurso previsto no artigo 89.º-A da Lei Geral Tributária.
Jesuíno Alcântara Martins 111
Tramitação do pedido de autorização da administração tributária Art.º 146.º-C do CPPT
1. Quando a administração tributária pretenda aceder à informação bancária
referente a familiares do contribuinte ou de terceiros com ele
relacionados, pode requerer ao tribunal tributário de 1.ª instância da área
do domicílio fiscal do visado a respectiva autorização.
2. O pedido de autorização não obedece a formalidade especial e deve ser
acompanhado pelos respectivos elementos de prova.
3. O visado é notificado para, querendo, deduzir oposição no prazo de 10
dias, a qual deve ser acompanhada dos respectivos elementos de prova.
Jesuíno Alcântara Martins 112
07-09-2014
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Processo urgente Art.º 146.º-D do CPPT
1. Os processos referidos nos artigos 146.º-B e 146.º-C
são tramitados como processos urgentes.
2. A decisão judicial deve ser proferida no prazo de 90
dias a contar da data de apresentação do
requerimento inicial.
Jesuíno Alcântara Martins
113
Procedimento de Inspecção Tributária - Recurso judicial
REQUERIMENTO
JUIZ DO TRIBUNAL TRIBUTÁRIO da área domicílio/sede
PRAZO
10 DIAS
DECISÃO DE DERROGAÇÃO SIGILO BANCÁRIO ART.º 63.º-B DA LGT
Sujeito passivo da Relação JurídicaTributária
NOTIFICAÇÃO Apresentar as razões da discordância
Não obedece a forma solene e não carece da constituição da
mandatário judicial
Tramita como processo urgente
Decisão em 90 DIAS
RECURSO JUDICIAL
SEM EFEITO SUSPENSIVO
Jesuíno Alcântara Martins 114
07-09-2014
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Procedimento de Inspecção Tributária - Recurso judicial
REQUERIMENTO
JUIZ DO TRIBUNAL TRIBUTÁRIO da área domicílio/sede
PRAZO
10 DIAS
DECISÃO DE DERROGAÇÃO SIGILO BANCÁRIO ART.º 63.º-B DA LGT
TERCEIRO ou FAMILIAR do Sujeito passivo da Relação
JurídicaTributária
NOTIFICAÇÃO Apresentar as razões da discordância
Não obedece a forma solene e não carece da constituição da
mandatário judicial
Tramita como processo urgente
Decisão em 90 DIAS
RECURSO JUDICIAL
TEM EFEITO SUSPENSIVO
Jesuíno Alcântara Martins 115
PÓS-GRADUAÇÃO EM FISCALIDADE – LGT - Lei Geral Tributária
Artigo 63.º-C - Contas bancárias exclusivamente afectas à actividade empresarial
1. Os sujeitos passivos de IRC, bem como os sujeitos passivos de IRS que disponham ou devam dispor de contabilidade
organizada, estão obrigados a possuir, pelo menos, uma conta bancária através da qual devem ser, exclusivamente,
movimentados os pagamentos e recebimentos respeitantes à actividade empresarial desenvolvida.
2. Devem, ainda, ser efectuados através da conta ou contas referidas no n.º 1 todos os movimentos relativos a
suprimentos, outras formas de empréstimos e adiantamentos de sócios, bem como quaisquer outros movimentos
de ou a favor dos sujeitos passivos.
3. Os pagamentos respeitantes a facturas ou documentos equivalentes de valor igual ou superior a (euro) 1000 devem
ser efectuados através de meio de pagamento que permita a identificação do respectivo destinatário,
designadamente transferência bancária, cheque nominativo ou débito directo.
4. A administração tributária pode aceder a todas as informações ou documentos bancários relativos à conta ou
contas referidas no n.º 1 sem dependência do consentimento dos respectivos titulares.
5. A possibilidade prevista no número anterior é estabelecida nos mesmos termos e circunstâncias do artigo 63.º-B.
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PÓS-GRADUAÇÃO EM FISCALIDADE – LGT - Lei Geral Tributária
MUITO OBRIGADO
PELA VOSSA ATENÇÃO
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Jesuíno Alcântara Martins [email protected]