Download - mudanças no perfil do biólogo graduado
B457q Beltrão, Kaizô I. (Kaizô Iwakami)
Evidências do ENADE e de outras fontes – mudanças no perfil do biólogo graduado /
Kaizô Iwakami Beltrão ; Mônica Cerbella Freire Mandarino ; Moema de Poli Teixeira ; Ricardo Servare Megahos. _
Rio de Janeiro : Fundação Cesgranrio, 2015.
84 p. : il.
Inclui bibliografia.
ISBN: 978-85-85768-62-1
1. Educação – Brasil. 2. Ensino superior – Brasil. 3. Exames educacionais nacionais. 4. ENADE – Brasil. 4. Biologia – Ensino Superior.. I. Mandarino, Mônica Cerbella Freire. II. Teixeira, Moema de Poli. III. Megahos, Ricardo Servare.
CDD 370.050981
CDU 373.3(81)
Kaizô Iwakami Beltrão Doutor em Estatística. Professor da EBAPE/FGV e Consultor Estatístico da Fundação Cesgranrio.
Mônica Cerbella Freire Mandarino Doutora em Educação. Especialista em medidas educacionais da Fundação Cesgranrio.
Moema De Poli Teixeira Doutora em Antropologia. Assessora plena do Departamento Acadêmico da Fundação Cesgranrio.
Ricardo Servare Megahós Bacharel em Estatística. Estatístico Júnior na Fundação Cesgranrio.
Projeto Gráfico: Denise Cordovil
Impressão: Gráfica Stamppa
Conselho Diretor
Carlos Alberto Serpa de Oliveira - Presidente - Pontifícia Universidade Católica – PUC/RJ
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do Rio de Janeiro – CEFET
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Departamento de Concursos
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Centro de Avaliação
Coordenadora de Avaliação em Larga Escala - Nilma Fontanive
Consultor em Avaliação Escolar - Ruben Klein
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Administrativo
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Gerente Financeiro - Antônio Luiz Maia dos Santos
Gerente de Contabilidade – Paulo Creset
Gerente de Pessoal - Haroldo Sant´Anna Santini
Mensagem do presidente
A Fundação Cesgranrio entende que a Educação é um bem público essencial e
prioritário, envolvendo a pessoa em suas relações individuais, civis e sociais. A
Educação é um processo complexo que se inicia no nascimento, a partir da interação
social, com objetos e fatos, articulando múltiplos agentes e instituições e perdurando
por toda a vida do indivíduo. Há mais de quarenta anos atuando no universo da
Educação - entre outras áreas - a Fundação Cesgranrio quis reforçar essa atuação e
lançou uma série de Relatórios Técnicos. O objetivo é que esses Relatórios possam
documentar nossa produção de pesquisa de forma detalhada, permitindo a utilização
dos resultados e que outros estudiosos repliquem ou deem continuidade aos estudos
publicados. Não restam dúvidas de que cada um desses Relatórios poderá dar origem
a mais de um artigo a ser publicado em revistas científicas. E mais: poderá servir de
elemento motivador para a criação de dissertações e teses. Aliás, é importante ressaltar
que a publicação desses Relatórios vem somar-se ao vasto acervo de obras produzidas
pela Fundação Cesgranrio, o qual abrange, além de livros, publicações periódicas: as
revistas Meta: avaliação, Cesgranrio e Ensaio.
A presente série de Relatórios Técnicos, em sintonia com a filosofia da Fundação
Cesgranrio de difundir seus estudos e facilitar o acesso de seu conteúdo a todos, terá
não apenas editada uma tiragem impressa. Será possível, também, acessá-la online no
nosso site. Esses Relatórios darão ensejo a um espaço aberto às diferentes atividades
postas em prática por esta Fundação nas áreas de Educação, de Ensino, de Avaliação,
de Certificação, de Cultura, de Projetos Sociais e de Logística de aplicação de um sem-
número de concursos e vestibulares. Independentemente da área, será sempre um
espaço de fomento à difusão do conhecimento e facilitação do processo educacional.
Em um cenário mundial globalizado, onde somos desafiados constantemente a nos
apropriarmos de novos conhecimentos, a capacitação das pessoas envolvidas no
processo avaliativo, independentemente da posição que ocupem, passa a ser
estrategicamente crucial para a exploração e o aproveitamento de dados e,
consequentemente, para a excelência da avaliação.
O presente Relatório Técnico é o segundo de uma série que, em sintonia com a
filosofia da Fundação Cesgranrio, divulga resultados dos estudos que estão sendo
desenvolvidos a respeito dos egressos do Ensino Superior brasileiro. No primeiro
Relatório da série, foi publicada uma análise do perfil socioeconômico dos concluintes
de todas as carreiras participantes do ENADE, considerando-se sua evolução no
período de 2004 a 2012. Tal estudo motivou o debate de novas questões de pesquisa
relativas às especificidades de cada Área. O Relatório ora publicado dirige o foco para
a Área de Biologia, inaugurando, assim, uma sequência de estudos a serem
posteriormente publicados, em que se analisam, de modo detalhado, as Áreas que
formam professores para a Educação Básica, ou seja, que possuem habilitação em
Bacharelado e Licenciatura.
Este estudo amplia e aprofunda as análises sobre o nível socioeconômico dos
concluintes da Área de Biologia e avança na direção de descrever as ocupações dos
biólogos no mercado de trabalho, constituindo um importante subsídio para a
formulação de políticas educacionais mais ajustadas à realidade dos agentes
envolvidos.
Quanto à oferta de cursos, buscou-se investigar se houve ampliação do quantitativo
de cursos e de formados na Área de Biologia. Observou-se que o aumento da oferta de
cursos não foi acompanhado pela procura de formação na Área, resultando numa baixa
razão entre o número de matrículas e de concluintes no período analisado. Constatou-
se, também, que a ampliação da autorização de cursos na modalidade a distância foi
significativa na Área e causou impacto na ampliação da formação de professores de
Biologia.
Quanto ao perfil socioeconômico, como já indicado no primeiro Relatório, os
concluintes da Área de Biologia possuem, em média, menor afluência socioeconômica
dentre aqueles das Áreas avaliadas pelo ENADE, e, além disso, os graduados em
Licenciatura são ainda menos afluentes do que os dos cursos de Bacharelado em
Biologia.
Quanto ao posicionamento dos biólogos no mercado de trabalho, a pesquisa
amostral do Censo Demográfico do IBGE de 2010 mostra que o magistério é a carreira
da maioria dos biólogos, principalmente os do sexo feminino. No entanto, observou-se,
ainda, que são muitos aqueles que não exercem atividades afins com a formação obtida,
e os que atuam em profissões típicas de nível médio.
A Fundação Cesgranrio, consciente de sua missão ao longo de mais de quatro
décadas de atuação na área da educação, sempre buscou se posicionar
democraticamente ante diferentes focos de interesse, abordagens e metodologias. Tal
posicionamento é consoante ao entendimento intrínseco do papel da avaliação como
ferramenta básica na discussão de alternativas para eficazes ações educacionais e
sociais.
Almejamos que os procedimentos e resultados apresentados e eventuais iniciativas
decorrentes dessa série de Relatórios Técnicos sejam de valiosa contribuição para o
universo da educação e da avaliação.
E é preciso, sobretudo, educar para construir uma nação.
Carlos Alberto Serpa de Oliveira
Presidente de Fundação Cesgranrio
Sumário
Mensagem do presidente ............................................................................................................. v
Sumário ........................................................................................................................................ vii
Resumo ........................................................................................................................................ viii
Abstract ......................................................................................................................................... ix
Resumen ........................................................................................................................................ x
1 - Introdução ......................................................................................................................... 11
2 - Metodologia ...................................................................................................................... 12
3 - Evolução na oferta de cursos de Biologia ......................................................................... 13
3.1 - Evolução na oferta de cursos de Bacharelado .......................................................... 19
3.2 - Evolução na oferta de cursos de Licenciatura ........................................................... 34
4 - O perfil dos concluintes ..................................................................................................... 51
5 - A atuação profissional dos graduados, mestres e doutores em Biologia ......................... 64
6 - Rendimento Médio dos formados em Biologia ocupados por categorias ........................ 73
7 - Considerações Finais ......................................................................................................... 80
8 - Agradecimentos ................................................................................................................ 82
9 - Referências ........................................................................................................................ 83
Resumo
Este estudo tem como objetivo contribuir para as reflexões sobre políticas públicas
referentes aos cursos de graduação em Biologia com um diagnóstico sobre: evolução
da oferta, perfil dos concluintes e sua colocação no mercado de trabalho. Para isso,
recorreu-se aos dados do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira) e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Observou-se que o aumento da oferta não foi acompanhado pela procura de formação
na Área, além de a razão entre número de matrículas e de concluintes ser baixa. Para
descrição do perfil socioeconômico dos concluintes, recorreu-se à Análise de
Componentes Principais, com dados de todos os concluintes das Áreas que realizaram
o ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes do Ensino Superior) de
2004 a 2012. Com os fatores obtidos, mostrou-se que os concluintes de Biologia estão
entre os que possuem afluência socioeconômica média ligeiramente inferior à média do
conjunto dos graduandos de todas as Áreas de conhecimento avaliadas pelo ENADE.
Existe também uma diferença entre os graduados em Bacharelado e em Licenciatura,
esses últimos menos afluentes ainda e os primeiros acima da média do conjunto de
graduandos. Por fim, a pesquisa amostral do Censo Demográfico 2010 permitiu detectar
que o magistério é a carreira da maioria dos biólogos, principalmente os do sexo
feminino, mas também mostra que muitos atuam em atividades de nível médio ou não
afins com a Área. Os salários médios das diferentes ocupações dos biólogos, também
analisados, mostram as discrepâncias que caracterizam os diferentes tipos de inserção
no mercado de trabalho.
Palavras-chave: Ensino Superior; Biologia; Perfil Socioeconômico; Mercado de
trabalho.
Abstract
This study aims to contribute to the discussions on public policies concerning
graduate courses in Biology with a diagnosis of: evolution of the supply, the profile of
graduates and their placement in the labor market. For this, we used data from the INEP
(National Institute of Educational Studies Anísio Teixeira) and IBGE (Brazilian Institute
of Geography and Statistics). It was observed that the increase in supply was not
accompanied by the interest in the Area of Biology, and the ratio between the number of
enrollments and graduates is low. To describe the socioeconomic profile of students who
complete the course we appealed to Principal Component Analysis, with data from all
Areas of the graduates who took the ENADE (National Exam of Students of Higher
Education) 2004-2012. The factors obtained show that, on average, Biology graduates
are among those socioeconomically less affluent among the Areas evaluated by ENADE.
One can also note a difference among those with a BA and those with a License (in
Brazil, a BA in Biology does not entitle a person to teach, a License is needed. Students
with BA go on to get MSc and PhD), the latter even less affluent and the former slightly
more affluent than the average graduating student. Finally, the sample of the 2010
Census allowed to detect that teaching is the career of most biologists, especially
females, but also showed that many work in clerical activities or activities not related to
the Area. Average wages of different occupations of Biologists are also analyzed and
show discrepancies which characterize the different types of insertion in the job market.
Keywords: Higher Education; Biology; Socioeconomic Profile, Labor Market.
Resumen
Este estudio tiene como objetivo contribuir a los debates sobre políticas publicas
acerca de los cursos de Biología con diagnóstico de: tendencias en la oferta, el perfil de
los graduados y su colocación en el mercado laboral. Para ello, hemos utilizado los datos
de INEP (Instituto Nacional de Estudios de la Educación Anísio Teixeira) y de IBGE
(Instituto Brasileño de Geografía y Estadística). Se observó que el aumento de la oferta
no ha sido acompañada por la demanda de formación en el Área de las biologias y la
proporción entre la matrícula y los graduados es bajo. Para la descripción del perfil
socioeconómico de los estudiantes que completen el curso se utilizó el Análisis de
Componentes Principales, con los datos de todas las Áreas de los graduados que
tomaron el ENADE (Encuesta nacional sobre el Rendimiento de los alumnos de la
Educación Superior) 2004-2012. Los factores obtenidos muestran que los graduados de
la Biología, en promedio, se encuentran entre aquellos con menor riqueza
socioeconómica dentro los graduandos de las Áreas evaluadas por el INEP. Hay aún
una diferencia entre los alumnos de Bachillerato y Licenciatura, los últimos con menor
grado de riqueza y los primeros con un grado ligeramente superior al promedio de todos
los alumnos. Por último, la muestra del Censo 2010 permitió detectar que la docencia
es la carrera de la mayoría de los biólogos, especialmente para las mujeres, pero
también muestra que muchos operan en actividades de nivel medio o no relacionadas
con el Área. También se analizan los salarios medios de las diferentes ocupaciones de
biólogos y aparecen discrepancias que caracterizan a los diferentes tipos de inserción
en el mercado laboral.
Palabras Clave: Educación Superior, Biología, Perfil socioeconómico, Mercado de
Trabajo
11
1 - Introdução
No Brasil, a década de 1990 foi marcada pela implantação de levantamentos de dados
educacionais por meio de censos e avaliações nacionais. A continuidade e o investimento
para a coleta de dados só faz sentido se, de alguma forma, eles forem usados em políticas
para melhoria da educação. Afinal, ninguém coleta dados apenas para exibi-los. Os resultados
da avaliação, por exemplo, devem possibilitar a melhoria dos processos de ensino e de
aprendizagem. Para isso, é preciso que os dados e suas análises sejam entendidos pelos
usuários em potencial. Em sintonia com Patton (1997), a utilização de resultados se refere a
como pessoas reais, no seu contexto real, aplicam os resultados e vivenciam o processo
avaliativo.
O Brasil possui uma característica peculiar que é o fato de o Governo Federal implantar
levantamentos de dados educacionais a nível nacional, gerar e disponibilizar grandes bases
de dados como os Censos Educacionais (desde 1980) e avaliações nacionais da educação
básica (desde 1990 - primeira edição do Saeb). A partir do final da década de 19901, esses
tipos de levantamento foram sendo ampliados para todos os níveis e modalidades de ensino,
além de terem ocorrido levantamentos especiais como o Censo do Professor (1997 e 2003),
o Censo da Educação Profissional (1999) e o Censo Escolar Indígena (1999). Existe hoje uma
vasta gama de dados, que podem ser utilizados para fins que extrapolam o desenho inicial do
processo. O próprio governo tem incentivado, por meio do Observatório da Educação (Decreto
nº 5.803, de 8 de junho de 2006), a utilização desses dados e resultados em estudos e
pesquisas, além de disponibilizar para a população em geral os microdados referentes a
diferentes coletas de dados que vem conduzindo.
Neste estudo apresenta-se uma possibilidade de utilização dos dados do Censo da
Educação Superior (de 2000 a 2012), do ENADE (de 2004 a 2012) e da pesquisa amostral do
Censo Demográfico 2010 para compreender a evolução dos cursos de graduação em
Biologia, caracterizar o perfil dos concluintes e a posição dos biólogos no mercado de trabalho,
por sexo e faixa etária. Além disso, as informações do ENADE e dos Censos do Ensino
Superior possibilitaram a diferenciação entre Bacharelado e Licenciatura, o que, no entanto,
não foi possível com os dados do Censo Demográfico. A parte referente à caracterização
socioeconômica dos concluintes do Ensino Superior é uma continuação de pesquisa realizada
pelos autores englobando todas as carreiras participantes do ENADE (Beltrão & Mandarino,
2014a), porém focando a Área de Biologia. Estudo semelhante poderia ser realizado para
outras Áreas de formação. Um sobre Matemática (Beltrão & Mandarino, 2014b) já foi realizado
pelos autores.
Por meio dessas informações, buscou-se responder às questões: Houve evolução na
oferta de profissionais na Área de Biologia? De que forma? Esta trajetória foi diferente para
os concluintes de Licenciatura e de Bacharelado? A ampliação da autorização de cursos na
1 A partir de 1997, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) foi reestruturado e transformado no órgão responsável pelos levantamentos censitários e de avaliação da educação brasileira.
12
modalidade a distância foi significativa na Área? Tais cursos alteraram significativamente o
quantitativo de concluintes de Biologia? Como evoluiu o perfil dos que terminaram o curso em
2005, 2008 e 2011? Quais as ocupações principais dos biólogos no mercado de trabalho em
2010, por sexo e faixa etária, e os respectivos rendimentos?
2 - Metodologia
Para responder à maioria das questões de pesquisa, recorreu-se aos dados
disponibilizados pelo MEC/INEP2 dos Censos da Educação Superior, de 2000 a 2012, e do
ENADE, de 2005, 2008 e 2011, anos nos quais a Área de Biologia foi avaliada. Já para
responder à última das questões, recorreu-se à base de dados da pesquisa amostral do Censo
Demográfico 20103. As bases de dados dos Censos da Educação Superior e do ENADE foram
tratadas usando o SPSS (Statistical Package for Social Sciences) versão 22 para Windows.
Para os Censos da Educação Superior, foram filtrados os cursos de Biologia e buscou-se
descrever a evolução, ao longo de uma parte do período para o qual os dados estavam
disponíveis (2000 a 2012), das variáveis: número de cursos, número de matrículas do
respectivo ano e de concluintes, estratificadas por habilitação (Licenciatura e Bacharelado) e
por modalidade (presencial e a distância). As sinopses, também disponibilizadas pelo INEP,
contribuíram para a conferência dos valores encontrados. Os resultados desse estudo estão
discutidos na seção 3 deste artigo.
Com as bases do ENADE, buscou-se caracterizar o perfil socioeconômico dos concluintes
dos diversos cursos de graduação e de formação de tecnólogos que têm participado das
edições do ENADE, desde 2004 (Beltrão & Mandarino, 2014a). Para isso, recorreu-se ao
questionário socioeconômico do estudante que, apesar de ter sofrido algumas alterações
desde a primeira edição do ENADE, boa parte das 54 questões que compõem os
questionários atuais (a partir de 2008) já estavam presentes nos anos anteriores. Foram
escolhidas e testadas algumas dessas questões, uniformizando as categorias de resposta,
quando necessário, e transformando-as de variáveis ordinais em numéricas por meio da
técnica conhecida como Escalamento Ótimo (Optimal Scaling), disponível no SPSS. A seguir,
utilizando-se as bases de dados de todas as Áreas, de todas as edições do ENADE, aplicou-
se a Análise de Componentes Principais (ACP) do SPSS às variáveis já uniformizadas e
quantificadas. O objetivo foi obter fatores determinantes do perfil do aluno, usando um número
menor de variáveis, os quais se constituem como combinação linear das variáveis iniciais e
explicam a maior parte da variância4. As variáveis do questionário utilizadas para o ACP
foram: escolaridade da mãe e do pai, renda familiar, jornada de trabalho, independência
econômica, número de corresidentes e tipo de escola onde o concluinte cursou o Ensino
2 Disponível em: <portal.inep.gov.br/basica-levantamentos-acessar>. Acesso em 10/03/2013. 3 Microdados da amostra do Censo Demográfico 2010. 4 Mais detalhes podem ser obtidos no Relatório Técnico “Escolha de carreiras em função do nível socioeconômico: Enade 2004 a 2012” (Beltrão & Mandarino, 2014a).
13
Médio. Assim, foram identificados três fatores de caracterização do perfil dos alunos: fator 1,
afluência socioeconômica, composto por escolaridade dos pais, escola onde o concluinte
cursou o Ensino Médio e renda familiar; fator 2, autonomia financeira, com maior carga de
jornada de trabalho e independência econômica; e, por último, o fator 3 que é explicado
principalmente pelo número de familiares corresidentes, apesar de ser também influenciado
pela renda familiar. Na seção 4, discute-se o perfil dos graduandos em Biologia em função
desses fatores e compara-se com os valores médios dos concluintes de outras Áreas.
Finalmente, recorreu-se à base de dados da pesquisa amostral do Censo Demográfico
2010 para investigar a ocupação principal dos recenseados que declararam ter a formação
de mais alto nível na Área de Biologia: graduação, mestrado ou doutorado. Para esses,
levantaram-se sexo, idade, trabalho principal e ocupação. Para o IBGE, trabalho principal é
considerado como:
o único trabalho que a pessoa tinha na semana de referência. Para a pessoa que
tinha mais de um trabalho na semana de referência, ou seja, para a pessoa ocupada
em mais de um empreendimento nessa semana, adotaram-se os seguintes critérios,
na ordem enumerada, para definir o principal: 1º) O trabalho principal era aquele ao
qual a pessoa habitualmente dedicava maior número de horas por semana; 2º) No caso
de igualdade no número de horas trabalhadas, o trabalho principal era aquele que
proporcionava habitualmente o maior rendimento mensal; e 3º) No caso de igualdade,
também, no rendimento, o trabalho principal era aquele com mais tempo de
permanência no empreendimento, contado até o último dia da semana de referência.
(IBGE, 2012, p.36)
Já a ocupação é referenciada ao trabalho principal e considera-se como ocupação a
função, cargo, profissão ou ofício exercido pela pessoa. Para a classificação das ocupações,
utilizou-se a Classificação de Ocupações para Pesquisas Domiciliares - COD, que foi
desenvolvida pelo IBGE, tendo como referência a International Standard Classification of
Occupations - ISCO-08, da Organização Internacional do Trabalho – OIT (IBGE, 2012, p.37).
A análise da colocação dos graduados, mestres e doutores em Biologia, por sexo e faixa, é
discutida na seção 5.
3 - Evolução na oferta de cursos de
Biologia
Com o estímulo do governo federal ao aumento da oferta de cursos de formação de
professores, em todas as Áreas, o número de cursos de Biologia, dentre outros que oferecem
habilitação tanto em Licenciatura quanto em Bacharelado, vem se expandindo nos últimos 20
anos. A Tabela 1 apresenta o número de cursos, de matrículas e de concluintes de graduação
em Biologia, presenciais e a distância, segundo rede de ensino, de 2000 a 2012. Nessa tabela,
14
pode-se observar que o número de cursos de Biologia presenciais cresceu 238,5% em doze
anos, indo de um total de 296 cursos em 2000 a 1.002 em 2012. A expansão no número de
cursos de Biologia presenciais no país se deu de forma semelhante para as redes pública e
privada. Na Tabela 1, pode-se observar que de 2000 a 2012 a quantidade de cursos
presenciais oferecidos pela rede pública aumentou em 248,6%, com as maiores taxas de
crescimento nos intervalos 2000/2001 e 2005/2006. Já na rede privada, o aumento do número
de cursos presenciais foi de 228,7%, atingindo o quantitativo máximo de 493 cursos em 2012.
Na Área de Biologia, os primeiros dois cursos, oferecidos na modalidade a distância, são
do ano de 2002. O número de cursos a distância cresce para 54 até 2012, sendo a maioria
deles ofertada pela rede pública (44 cursos). Em 2012, das 126.712 matrículas em cursos de
Biologia, 87,3% são de alunos de cursos presenciais (51,3% da rede pública e 35,9% da rede
privada), enquanto 12,7% são de alunos de cursos a distância (7,1% da rede pública e 5,6%
da rede privada). Nota-se que apesar de a maioria dos cursos a distância ser ofertada por
instituições públicas, os cursos a distância da rede privada ofertam, proporcionalmente, um
número maior de matrículas.
Como se observa na Tabela 1, em relação aos cursos presenciais, a razão entre número
de concluintes e de matriculados, que apresentava valores próximos para Instituições de
Ensino Superior (IES) públicas e privadas até 2008, diverge, a partir daí, chegando a
patamares de valores distintos segundo a rede de ensino: acima de 0,20 concluintes por
matrícula para a rede privada e abaixo de 0,15 para a rede pública, indicando, possivelmente,
níveis diferenciados de evasão. A melhor razão de aproveitamento (indicado pela razão entre
número de concluintes e o número de matrículas) na modalidade a distância também ocorre
na rede privada, chegando a 35,8% em 2009. Na rede pública, a razão em 2012 é de 13,4%
no presencial e cai para 7,2% nos cursos a distância. Destaca-se que a razão dos que
concluem o curso em relação ao número de matrículas na modalidade a distância, de 2002 a
2012 na rede pública, foi sempre bem baixa, registrando valor diferente de zero em 2006,
mantendo-se em torno de 1% nos três anos seguintes, e chegando a 7,2% em 2012. Já na
rede privada, na modalidade a distância, a razão concluintes/matrículas atinge 15,5% em
2008, quatro anos depois de ser criado o primeiro curso dessa modalidade na rede privada,
e, no final do período estudado (2012) é de 19,9%. De modo geral, pode-se concluir que a
rede privada apresenta uma melhor performance, com valores mais próximos da razão
esperada de 0,25 (=1 formando /4 anos) num fluxo ideal, considerando-se um curso de quatro
anos.
15
Tabela 1 – Quantidade de cursos, matrículas e concluintes de cursos de graduação
presencial (linhas de fundo branco) e a distância (linhas de fundo cinza) em
Biologia no Brasil, segundo rede de ensino - 2000 a 2012
Ano Nº de cursos Nº de matrículas Nº de concluintes
Razão entre nº de concluintes e nº de
matrículas
Público Privado Total Público Privado Total Público Privado Total Público Privado
2000 146 150 296 26.092 29.297 55.389 3.362 4.254 7.616 0,129 0,145
0 0 0 0 0 0 0 0 0 - -
2001 183 175 358 27.498 35.879 63.377 4.593 4.623 9.216 0,167 0,129
0 0 0 0 0 0 0 0 0 - -
2002 223 215 438 31.594 46.614 78.208 5.071 6.464 11.535 0,161 0,139
2 0 2 193 0 193 43 0 43 0,223 -
2003 225 232 457 34.171 48.255 82.426 5.238 6.830 12.068 0,153 0,142
2 0 2 153 0 153 0 0 0 0,000 -
2004 241 259 500 36.652 52.653 89.305 6.315 8.369 14.684 0,172 0,159
2 1 3 838 0 838 0 0 0 0,000 -
2005 245 306 551 38.830 58.664 97.494 7.034 10.283 17.317 0,181 0,175
2 6 8 1.104 1.413 2.517 0 0 0 0,000 0,000
2006 305 338 643 40.483 62.902 103.385 7.551 11.812 19.363 0,187 0,188
10 4 14 1.938 5.436 7.374 10 35 45 0,005 0,006
2007 292 358 650 42.558 83.163 125.721 7.336 10.703 18.039 0,172 0,129
14 6 20 5.831 1.700 7.531 91 13 104 0,016 0,008
2008 301 381 682 45.978 62.367 108.345 7.473 11.963 19.436 0,163 0,192
29 9 38 5.915 5.868 11.783 60 912 972 0,010 0,155
2009 371 389 760 50.875 55.428 106.303 7.562 15.008 22.570 0,149 0,271
40 7 47 7.889 11.737 19.626 111 4.199 4.310 0,014 0,358
2010 436 460 896 56.970 54.364 111.334 7.929 11.638 19.567 0,139 0,214
41 8 49 8.612 10.475 19.087 305 2.554 2.859 0,035 0,244
2011 453 483 936 62.134 51.906 114.040 8.383 11.133 19.516 0,135 0,214
45 9 54 8.343 7.569 15.912 452 1.045 1.497 0,054 0,138
2012 509 493 1.002 65.069 45.601 110.670 8.708 9.583 18.291 0,134 0,210
44 10 54 8.986 7.056 16.042 643 1.401 2.044 0,072 0,199
Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
Na Tabela 1, pode-se observar, também, que os totais de matrículas e de concluintes
seguiram uma trajetória um pouco diferente da evolução da oferta de cursos, atingindo um
máximo de matrículas em 2007 e um máximo de concluintes em 2009. No entanto, ao se
estratificar estes dados por rede, observa-se que, dado o maior quantitativo na rede privada
em grande parte do período, os máximos dessa rede coincidem com os máximos do total. As
matrículas na rede pública apresentam uma trajetória crescente no período, contrariamente
ao observado para a rede privada e para o total. Apesar disso, ao longo do período em estudo
(2000 a 2012), houve aumento no número total de matrículas (7,1% a.a.) e de concluintes
(8,5% a.a.).
16
Conclui-se que, na rede pública, a expansão na oferta tem sido acompanhada por uma
expansão do número total de matrículas e de concluintes. Já na rede privada, apesar de um
permanente aumento na oferta de cursos, a partir de 2007, o número de matrículas vem
caindo e, a partir de 2009, começa a diminuir também o número de concluintes.
Na Tabela 2, apresentam-se os quantitativos de cursos, matrículas e concluintes no mesmo
período, desagregados por tipo de habilitação: Licenciatura e Bacharelado. A informação dos
cursos presenciais e a distância aparece em linhas alternadas. Tal desagregação evidencia
que de 2000 a 2007 o número de matrículas na Licenciatura era menor do que no
Bacharelado. O período se estende até 2009 se somente os cursos presenciais forem
considerados. Em 2008, tal situação se inverte, e as matrículas na Licenciatura chegam a
mais do que o dobro das efetivadas no Bacharelado a partir de 2010. Também é a partir de
2010 que os cursos de Biologia passam a formar mais licenciados do que bacharéis.
Nota-se na Tabela 2 que os cursos de Biologia a distância têm se incumbido da formação
de professores, já que, apesar de haver registro de matrículas no Bacharelado, só há, para
todos os efeitos, concluintes de Licenciatura nesta modalidade. A maior taxa de
aproveitamento (razão entre concluintes e matrículas) dos cursos a distância,
desconsiderando o valor atípico em 2002 (100%), ocorreu no ano de 2009, quando chegou a
22,7% quase alcançando a razão ideal de 25%. Em relação aos cursos presenciais, as razões
entre número de concluintes e matrícula eram maiores para o Bacharelado do que para a
Licenciatura até o ano de 2009, e nos anos seguintes, a situação se inverteu.
Ainda na Tabela 2, pode-se observar que até 2008 a razão entre número de matrículas e
quantidade de cursos existentes era maior no Bacharelado do que na Licenciatura. Essas
razões aparecem mais ou menos estáveis até 2007, quando apresentam uma queda maior
para o Bacharelado que atinge, a partir de 2010, valores menores do que os da Licenciatura.
Destaca-se, também, que essa taxa é muito mais elevada no caso dos cursos a distância,
chegando a 575,7 para os cursos de Licenciatura a distância no ano de 2009.
17
Tabela 2 – Quantidade de cursos, matrículas e concluintes de cursos de graduação
presencial (linhas de fundo branco) e a distância (linhas de fundo cinza) em
Biologia no Brasil, segundo habilitação - 2000 a 2012
Ano
Nº de cursos Nº de matrículas Nº de concluintes Razão entre nº de concluintes e nº
de matrículas
Razão entre nº de matrículas e
nº de curso
Lice
nci
atu
ra
Bac
har
ela
do
Total
Lice
nci
atu
ra
Bac
har
ela
do
Total
Lice
nci
atu
ra
Bac
har
ela
do
Total
Lice
nci
atu
ra
Bac
har
ela
do
Lice
nci
atu
ra
Bac
har
ela
do
2000 158 138 296 23.428 31.961 55.389 2.575 5.041 7.616 0,110 0,158 148,3 231,6
0 0 0 0 0 0 0 0 0 - - - -
2001 196 162 358 26.151 37.226 63.377 3.526 5.690 9.216 0,135 0,153 133,4 229,8
0 0 0 0 0 0 0 0 0 - - - -
2002 227 211 438 29.686 48.522 78.208 4.235 7.300 11.535 0,143 0,150 130,8 230,0
1 1 2 43 150 193 43 0 43 1,000 0,000 43,0 150,0
2003 260 197 457 36.062 46.364 82.426 4.826 7.242 12.068 0,134 0,156 138,7 235,4
0 2 2 0 153 153 0 0 0 - 0,000 - 76,5
2004 268 232 500 35.044 54.261 89.305 5.426 9.258 14.684 0,155 0,171 130,8 233,9
2 1 3 349 489 838 0 0 0 0,000 0,000 174,5 489,0
2005 316 235 551 42.591 54.903 97.494 6.482 10.835 17.317 0,152 0,197 134,8 233,6
8 0 8 2.517 0 2.517 0 0 0 0,000 - 314,6 -
2006 377 266 643 47.200 56.185 103.385 7.713 11.650 19.363 0,163 0,207 125,2 211,2
14 0 14 7.374 0 7.374 45 0 45 0,006 - 526,7 -
2007 366 284 650 55.948 69.773 125.721 7.674 10.365 18.039 0,137 0,149 152,9 245,7
20 0 20 7.531 0 7.531 104 0 104 0,014 - 376,6 -
2008 384 298 682 51.480 56.865 108.345 8.717 10.719 19.436 0,169 0,188 134,1 190,8
34 4 38 11.647 136 11.783 972 0 972 0,083 0,000 342,6 34,0
2009 399 361 760 49.992 56.311 106.303 9.089 13.481 22.570 0,182 0,239 125,3 156,0
33 14 47 18.998 628 19.626 4.310 0 4.310 0,227 0,000 575,7 44,9
2010 597 299 896 77.818 33.516 111.334 13.822 5.745 19.567 0,178 0,171 130,3 112,1
49 0 49 19.087 0 19.087 2.859 0 2.859 0,150 - 389,5 -
2011 617 319 936 76.045 37.995 114.040 13.513 6.003 19.516 0,178 0,158 123,2 119,1
54 0 54 15.912 0 15.912 1.497 0 1.497 0,094 - 294,7 -
2012 653 349 1.002 71.673 38.997 110.670 12.011 6.280 18.291 0,168 0,161 109,8 111,7
54 0 54 16.042 0 16.042 2.044 0 2.044 0,127 - 297,1 -
Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
A expansão da quantidade de cursos e de alunos em diversas Áreas do conhecimento,
como seria de se esperar, tem sido acompanhada pela amplificação dos problemas do Ensino
Universitário, e que sempre resultam, por exemplo, numa alta evasão. Como no caso da
estratificação por rede, a razão entre número de concluintes e de matriculados analisada por
habilitação também apresenta especificidades. Como se observa na Tabela 2, essa razão
varia de 0,110 para os alunos de Licenciatura, em 2000, a 0,239 para o Bacharelado, em
18
2009, bem próxima da razão ideal de 0,25. Esse ano se apresenta como um máximo para
todas as desagregações: Licenciatura e Bacharelado presenciais e Licenciatura a distância.
Essas razões apresentam uma trajetória descendente após 2009. Zaidan (2014),
considerando dados da UFMG, afirma,
temos convivido com fenômenos de diminuição da procura das Licenciaturas e altos
índices de evasão, sem falar nos índices de reprovação dos cursos da área de ciências
exatas. Assim, o número de formandos vem caindo e, ainda, a inserção no sistema de
ensino como professor não se mostra natural para aqueles que concluem, o que vem
deixando grande lacuna nas demandas de professores nas escolas, especialmente nas
áreas das ciências exatas e biológicas. (ZAIDAN, 2014).
Como em diversos outros fenômenos educacionais, o aumento total da quantidade de
cursos, com maior contribuição dos públicos, tem várias razões. É possível que uma delas
seja o crescimento do número de candidatos em potencial para o Ensino Superior; outra pode
estar associada ao aumento da necessidade de professores de Biologia para a Educação
Básica e uma terceira, diretamente ligada às políticas de expansão das IES Públicas, desde
o início dos anos 2000, inclusive com a implementação de cursos a distância. Em menor
escala, ainda é possível supor que tal aumento esteja relacionado com o aumento de mercado
de trabalho para o biólogo, ultrapassando os muros da escola e se firmando em Áreas ligadas
à pesquisa farmacêutica, ao estudo de impactos ambientais, a análises clínicas laboratoriais,
etc.
De qualquer forma, no momento atual do país, é difícil imaginar crescimento social e
industrial sem que haja melhoria na formação de profissionais, o que inclui a formação de
professores e aqueles da Área de biologia aplicada. Já o descompasso de tal crescimento em
relação à quantidade de formandos precisa ser analisado tendo outros parâmetros, um deles,
sem dúvida, é o perfil dos alunos. Como ficou patente na Tabela 2, Licenciatura e Bacharelado
têm seguido trajetórias diferenciadas. Parte dessa diferenciação está ligada às perspectivas
futuras dos licenciados e bacharéis.
Além disso, ao longo destes anos, as dificuldades dos alunos na transição do Ensino Médio
para o Superior também aumentaram, devido à crise na Educação Básica (ver, por exemplo,
CURY, 2010; HADDAD, 2005; MACHADO, 2007). Este quadro tem exigido muita reflexão e
mudanças curriculares e pedagógicas.
Quando da promulgação da Lei nº 6684/79, os cursos de Bacharelado e de Licenciatura
em História Natural e ou Ciências Biológicas tinham o mesmo conteúdo e carga horária quanto
aos componentes curriculares/disciplinas da Área biológica. O ingresso se dava direto ao
Curso de Ciências Biológicas, ocorrendo primeiro a diplomação no Bacharelado e após, para
quem assim o desejasse, em Licenciatura integralizada através de disciplinas e atividades da
Área didático-pedagógica. (Parecer CFBIO nº1/2010)
As Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Ciências Biológicas (Parecer
CNE/CES nº 1301/2001) separaram a capacitação dos bacharéis e licenciados, direcionando
os formandos para atividades específicas. Nas Diretrizes, o perfil dos formandos é restrito ao
19
Bacharel em Ciências Biológicas (item 1). Já o item 4.2 (Conteúdos Específicos) informa que
“Os conteúdos específicos deverão atender ás modalidades Licenciatura e Bacharelado” e
que “A modalidade Bacharelado deverá possibilitar orientações diferenciadas, nas várias
subáreas das Ciências Biológicas, segundo o potencial vocacional das IES e as demandas
regionais. ” E para Licenciatura estabelece que:
A modalidade Licenciatura deverá contemplar, além dos conteúdos próprios das
Ciências Biológicas, conteúdos nas Áreas de Química, Física e da Saúde, para atender
aos Ensinos Fundamental e Médio. A formação pedagógica, além de suas
especificidades, deverá contemplar uma visão geral da educação e dos processos
formativos dos educandos. Deverá também enfatizar a instrumentação para o ensino
de Ciências no nível fundamental e para o ensino da Biologia, no nível médio. (Parecer
CNE/CES nº 1301/2001)
Com a separação na formação e a ênfase dada pelos últimos governos à formação do
Licenciado, as trajetórias dos cursos e concluintes das duas habilitações seguiram caminhos
distintos. A análise que se segue enfocará primeiramente os cursos de Bacharelado e, depois,
os de Licenciatura.
3.1 - Evolução na oferta de cursos de Bacharelado
A Tabela 3 apresenta o número de cursos, de matrículas e de concluintes de graduação
em Biologia (Bacharelado), presenciais e a distância, segundo rede de ensino, de 2000 a
2012. Nessa tabela, pode-se observar que o número de cursos de Biologia (Bacharelado)
presenciais cresceu 152,9% em doze anos, indo de um total de 138 cursos em 2000 a 349
em 2012. Na rede pública, os números correspondentes foram 135,8%, 67 e 158, e na rede
privada, 169,0%, 71 e 191. Cursos a distância estão circunscritos a um triênio (2002/04) e a
um biênio (2008/09), só em instituições públicas e com valores bem incipientes. Cursos em
instituições públicas crescem, grosso modo, até 2008, e apresentam uma descontinuidade
com um salto para cima em 2009, com um retorno ao nível e tendência anteriores em 2010.
Já os cursos em instituições privadas apresentam um crescimento até 2008, um decréscimo
a partir daí e uma retomada do crescimento em 2010.
20
Tabela 3 – Quantidade de cursos, matrículas e concluintes de cursos de graduação
presencial (linhas de fundo branco) e a distância (linhas de fundo cinza) em
Biologia (Bacharelado) no Brasil, segundo rede de ensino - 2000 a 2012
Ano Nº de cursos Nº de matrículas Nº de concluintes
Razão entre nº de concluintes e nº
de matrículas
Público Privado Total Público Privado Total Público Privado Total Público Privado
2000 67 71 138 14.628 17.333 31.961 2.133 2.908 5.041 0,146 0,168
0 0 0 0 0 0 0 0 0 - -
2001 73 89 162 16.078 21.148 37.226 2.520 3.170 5.690 0,157 0,150
0 0 0 0 0 0 0 0 0 - -
2002 91 120 211 18.592 29.930 48.522 3.144 4.156 7.300 0,169 0,139
1 0 1 150 0 150 0 0 0 0,000 -
2003 86 111 197 19.624 26.740 46.364 3.498 3.744 7.242 0,178 0,140
2 0 2 153 0 153 0 0 0 0,000 -
2004 90 142 232 21.434 32.827 54.261 3.760 5.498 9.258 0,175 0,167
1 0 1 489 0 489 0 0 0 0,000 -
2005 83 152 235 20.296 34.607 54.903 4.234 6.601 10.835 0,209 0,191
0 0 0 0 0 0 0 0 0 - -
2006 95 171 266 20.717 35.468 56.185 4.402 7.248 11.650 0,212 0,204
0 0 0 0 0 0 0 0 0 - -
2007 103 181 284 21.230 48.543 69.773 4.193 6.172 10.365 0,198 0,127
0 0 0 0 0 0 0 0 0 - -
2008 107 191 298 22.008 34.857 56.865 4.148 6.571 10.719 0,188 0,189
4 0 4 136 0 136 0 0 0 0,000 -
2009 170 191 361 25.652 30.659 56.311 4.455 9.026 13.481 0,174 0,294
14 0 14 628 0 628 0 0 0 0,000 -
2010 135 164 299 16.582 16.934 33.516 2.545 3.200 5.745 0,153 0,189
0 0 0 0 0 0 0 0 0 - -
2011 143 176 319 18.768 19.227 37.995 2.560 3.443 6.003 0,136 0,179
0 0 0 0 0 0 0 0 0 - -
2012 158 191 349 20.441 18.556 38.997 2.813 3.467 6.280 0,138 0,187
0 0 0 0 0 0 0 0 0 - -
Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
Como na Tabela 1, para o total de cursos, independentemente da habilitação, pode-se
observar na Tabela 3 que os totais de matrículas e de concluintes seguiram uma trajetória um
pouco diferente da evolução da oferta de cursos, atingindo um máximo de matrículas em 2007
e um máximo de concluintes em 2009, coincidindo com os máximos da rede privada, dado
seu maior quantitativo. As matrículas e o número de concluintes na rede pública apresentam
trajetórias crescentes até 2009, queda em 2010 com uma retomada no crescimento a partir
desse ano, porém não alcançando o máximo de 2009. Ao longo do período em estudo (2000
a 2012), houve aumento no número total de matrículas (1,7% a.a.) e de concluintes (1,5%
a.a.).
21
Ao longo do período considerado, houve uma retração do número médio de matrículas e
de concluintes por curso tanto para as redes pública como para a privada. Já o número de
concluintes por matrícula apresenta uma subida seguida por uma queda voltando ao nível
inicial para a rede pública e uma subida seguida de uma estabilização para a rede privada,
com valores mais próximos do desejado, 0,25, considerando-se um curso de quatro anos.
A Tabela 4 apresenta a quantidade de cursos presenciais e a distância de graduação em
Biologia (Bacharelado) no Brasil, segundo rede de ensino e Organização Acadêmica no
período entre 2000 e 2012. O Gráfico 1 apresenta a informação de cursos presenciais para
IES Públicas e o Gráfico 2, para IES Privadas. Devido ao contingente exíguo de cursos a
distância, esses não estão representados nos gráficos. Entre as IES Públicas, os cursos de
Bacharelado presencial em Biologia estão inseridos praticamente só em Universidades. Já na
rede privada, esta concentração em Universidades é bem menor. No período em análise,
2000/2012, o número de cursos vem apresentando um crescimento, cerca de 7% a.a. para os
cursos em IES Públicas e de 9% para aqueles em IES Privadas. Para os cursos em IES
Públicas, o ano de 2009 aparece como um ponto fora da curva e para os cursos em IES
Privadas, 2010 apresenta uma descontinuidade com um degrau para baixo.
22
Tabela 4 – Quantidade de cursos de graduação presencial (linhas de fundo branco)
e a distância (linhas de fundo cinza) em Biologia (Bacharelado) no Brasil, segundo
rede de ensino e Organização Acadêmica5 - 2000 a 2012
Ano
Pública Privada Total
Un
ive
rsid
ade
s
Ce
ntr
os
Un
ive
rsit
ário
s
Facu
ldad
es
e
Ou
tro
s Total
Un
ive
rsid
ade
s
Ce
ntr
os
Un
ive
rsit
ário
s
Facu
ldad
es
e
Ou
tro
s
Total
Un
ive
rsid
ade
s
Ce
ntr
os
Un
ive
rsit
ário
s
Facu
ldad
es
e
Ou
tro
s
Total
2000 65 0 2 67 40 19 12 71 105 19 14 138
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2001 68 1 4 73 51 23 15 89 119 24 19 162
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2002 85 2 4 91 59 35 26 120 144 37 30 211
1 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 1
2003 81 2 3 86 60 29 22 111 141 31 25 197
2 0 0 2 0 0 0 0 2 0 0 2
2004 85 2 3 90 82 35 25 142 167 37 28 232
1 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 1
2005 79 1 3 83 88 37 27 152 167 38 30 235
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2006 91 1 3 95 98 38 35 171 189 39 38 266
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2007 99 1 3 103 109 36 36 181 208 37 39 284
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2008 102 1 4 107 114 39 38 191 216 40 42 298
4 0 0 4 0 0 0 0 4 0 0 4
2009 156 2 12 170 104 49 38 191 260 51 50 361
13 0 1 14 0 0 0 0 13 0 1 14
2010 130 2 3 135 91 39 34 164 221 41 37 299
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2011 138 2 3 143 95 43 38 176 233 45 41 319
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2012 152 2 4 158 99 49 43 191 251 51 47 349
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
5 A categoria Faculdades e Outros engloba os seguintes tipos de Organizações Acadêmicas: “Faculdades”; “Faculdades
Integradas”; “Faculdades, Escolas e Institutos”; “Centros de Educação Tecnológica”; “Faculdades de Tecnologia”; “Centro Federal de Educação Tecnológica”; e “Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia”.
23
Gráfico 1 - Número de cursos de graduação presenciais em Biologia (Bacharelado) no Brasil por ano em IES Públicas, segundo a Organização Acadêmica Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
Gráfico 2 - Número de cursos de graduação presenciais em Biologia (Bacharelado) no Brasil por ano em IES Privadas, segundo a Organização Acadêmica Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
24
A Tabela 5 apresenta a quantidade de matrículas em cursos presenciais e a distância de
graduação em Biologia (Bacharelado) no Brasil, segundo rede de ensino e Organização
Acadêmica, no período entre 2000 e 2012. O Gráfico 3 apresenta a informação para cursos
presenciais de IES Públicas e o Gráfico 4, para cursos presenciais de IES Privadas.
Acompanhando a distribuição dos cursos, entre as IES Públicas, as matrículas em cursos de
Bacharelado presencial em Biologia estão inseridas praticamente só em Universidades. Já na
rede privada, a concentração em Universidades é bem menor. O número de matrículas na
rede pública vem apresentando um crescimento, porém menor do que o do número de cursos,
cerca de 3%, e com uma descontinuidade, degrau para baixo, em 2010. As matrículas nos
cursos presenciais em IES Privadas apresentam um crescimento até 2007 e uma queda após
esse ano, também com uma descontinuidade para baixo em 2010 e com uma possível
modesta recuperação nos últimos anos.
25
Tabela 5 – Quantidade de matrículas de graduação presencial (linhas de fundo
branco) e a distância (linhas de fundo cinza) em Biologia (Bacharelado) no Brasil,
segundo rede de ensino e Organização Acadêmica - 2000 a 2012
Ano
Pública Privada Total
Un
ive
rsid
ade
s
Ce
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os
Un
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ário
s
Facu
ldad
es
e
Ou
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s Total
Un
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ário
s
Facu
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es
e
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Total
Un
ive
rsid
ade
s
Ce
ntr
os
Un
ive
rsit
ário
s
Facu
ldad
es
e
Ou
tro
s
Total
2000 14.589 0 39 14.628 13.377 2.371 1.585 17.333 27.966 2.371 1.624 31.961
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2001 15.839 41 198 16.078 15.485 3.949 1.714 21.148 31.324 3.990 1.912 37.226
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2002 17.672 539 381 18.592 19.404 7.458 3.068 29.930 37.076 7.997 3.449 48.522
150 0 0 150 0 0 0 0 150 0 0 150
2003 18.534 598 492 19.624 16.201 7.305 3.234 26.740 34.735 7.903 3.726 46.364
153 0 0 153 0 0 0 0 153 0 0 153
2004 20.173 680 581 21.434 21.099 8.055 3.673 32.827 41.272 8.735 4.254 54.261
489 0 0 489 0 0 0 0 489 0 0 489
2005 19.411 560 325 20.296 22.579 8.222 3.806 34.607 41.990 8.782 4.131 54.903
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2006 19.752 556 409 20.717 22.279 8.718 4.471 35.468 42.031 9.274 4.880 56.185
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2007 20.441 392 397 21.230 21.679 21.679 5.185 48.543 42.120 22.071 5.582 69.773
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2008 21.248 267 493 22.008 21.764 7.657 5.436 34.857 43.012 7.924 5.929 56.865
136 0 0 136 0 0 0 0 136 0 0 136
2009 24.770 205 677 25.652 18.698 6.931 5.030 30.659 43.468 7.136 5.707 56.311
593 0 35 628 0 0 0 0 593 0 35 628
2010 16.193 225 164 16.582 10.432 3.571 2.931 16.934 26.625 3.796 3.095 33.516
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2011 18.180 329 259 18.768 11.961 4.080 3.186 19.227 30.141 4.409 3.445 37.995
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2012 19.800 328 313 20.441 11.454 3.800 3.302 18.556 31.254 4.128 3.615 38.997
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
26
Gráfico 3 - Número de matrículas em cursos de graduação presenciais em Biologia (Bacharelado) no Brasil por ano em IES Públicas, segundo a Organização Acadêmica Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
Gráfico 4 - Número de matrículas em cursos de graduação presenciais em Biologia (Bacharelado) no Brasil por ano em IES Privadas, segundo a Organização Acadêmica Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
27
A Tabela 6 apresenta a quantidade de concluintes em cursos presenciais e a distância de
graduação em Biologia (Bacharelado) no Brasil, segundo rede de ensino e Organização
Acadêmica no período entre 2000 e 2012. O Gráfico 5 apresenta a informação para cursos
presenciais em IES Públicas e o Gráfico 6, para cursos presenciais em IES Privadas.
Acompanhando a distribuição dos cursos e de matrículas, entre as IES Públicas, os
concluintes de cursos de Bacharelado em Biologia estão inseridos praticamente só em
Universidades. Já na rede privada, a concentração em Universidades é menor, mas ainda
representando o maior quantitativo em relação às demais Organizações Acadêmicas. O
número de concluintes na rede pública apresenta um crescimento até 2006, mantendo-se
num platô, acima de 4.000 concluintes, até 2009 e com uma descontinuidade em 2010, com
um degrau para baixo. O número de concluintes nos cursos em IES Privadas apresenta um
crescimento até 2009, com leves quedas em 2003 e em 2007, e uma grande descontinuidade
para baixo em 2010 e com uma modesta recuperação nos últimos anos.
28
Tabela 6 – Quantidade de concluintes de graduação presencial (linhas de fundo
branco) e a distância (linhas de fundo cinza) em Biologia (Bacharelado) no Brasil,
segundo rede de ensino e Organização Acadêmica - 2000 a 2012
Ano
Pública Privada Total
Un
ive
rsid
ade
s
Ce
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os
Un
ive
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ário
s
Facu
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e
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s Total
Un
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Ce
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ário
s
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es
e
Ou
tro
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Total
Un
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rsid
ade
s
Ce
ntr
os
Un
ive
rsit
ário
s
Facu
ldad
es
e
Ou
tro
s
Total
2000 2.133 0 0 2.133 2.275 517 116 2.908 4.408 517 116 5.041
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2001 2.520 0 0 2.520 2.523 504 143 3.170 5.043 504 143 5.690
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2002 3.046 98 0 3.144 3.159 764 233 4.156 6.205 862 233 7.300
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2003 3.380 87 31 3.498 2.704 663 377 3.744 6.084 750 408 7.242
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2004 3.543 131 86 3.760 3.707 1.349 442 5.498 7.250 1.480 528 9.258
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2005 4.057 104 73 4.234 4.303 1.761 537 6.601 8.360 1.865 610 10.835
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2006 3.945 356 101 4.402 4.803 1.685 760 7.248 8.748 2.041 861 11.650
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2007 3.979 117 97 4.193 3.943 1.448 781 6.172 7.922 1.565 878 10.365
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2008 3.918 122 108 4.148 4.444 1.371 756 6.571 8.362 1.493 864 10.719
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2009 4.350 4 101 4.455 5.038 2.586 1.402 9.026 9.388 2.590 1.503 13.481
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2010 2.495 18 32 2.545 1.993 886 321 3.200 4.488 904 353 5.745
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2011 2.489 55 16 2.560 2.116 821 506 3.443 4.605 876 522 6.003
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2012 2.735 41 37 2.813 2.208 752 507 3.467 4.943 793 544 6.280
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
29
Gráfico 5 – Número de concluintes nos cursos de graduação presenciais em Biologia (Bacharelado) no Brasil por ano em IES Públicas, segundo a Organização Acadêmica Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
Gráfico 6 – Número de concluintes nos cursos de graduação presenciais em Biologia (Bacharelado) no Brasil por ano em IES Privadas, segundo a Organização Acadêmica Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
30
Como se observa no Gráfico 7, que apresenta o número médio de matrículas por curso
presencial em IES Públicas desagregando por Organização Acadêmica, essa razão para as
Universidades (o tipo de Organização Acadêmica predominante para o Bacharelado
presencial em Biologia) parte de um platô um pouco acima de 200 matrículas por curso para
outro platô com valores cerca de metade dos do patamar inicial, indicando uma queda no
tamanho médio dos cursos, possivelmente pela criação de cursos menores. Em média, cursos
oferecidos por Centros Universitários apresentam, tipicamente, mais matrículas e os
oferecidos em Faculdades e Outros, menos.
Gráfico 7 - Razão entre o número de matrículas e o número de cursos de graduação presenciais em Biologia (Bacharelado) no Brasil em IES Públicas, segundo a Organização Acadêmica Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
O Gráfico 8 apresenta o número médio de matrículas por curso presencial em IES Privadas
também desagregando por Organização Acadêmica. O tamanho médio dos cursos para
Universidades e Faculdades e Outros apresenta uma trajetória decrescente. Já para os
Centros Universitários, essa razão apresenta um crescimento até 2003 com uma suave queda
após, ainda que com um valor bem discrepante em 2007.
31
Gráfico 8 - Razão entre o número de matrículas e o número de cursos de graduação presenciais em Biologia (Bacharelado) no Brasil em IES Privadas, segundo a Organização Acadêmica Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
A Tabela 7 apresenta a razão de concluintes e matrículas em cursos presenciais e a
distância de graduação em Biologia (Bacharelado) no Brasil, segundo rede de ensino e
Organização Acadêmica no período entre 2000 e 2012. O Gráfico 9 apresenta a informação
para cursos presenciais em IES Públicas e o Gráfico 10, para cursos presenciais em IES
Privadas. Essa razão apresenta, grosso modo, uma trajetória côncava, com valores mais
baixos nos extremos do período, em análise tanto para IES Públicas quanto para as privadas
e para todos os três tipos de Organização Acadêmica.
32
Tabela 7 – Razão entre o número de concluintes e o número de matrículas de
graduação presencial (linhas de fundo branco) e a distância (linhas de fundo cinza)
em Biologia (Bacharelado) no Brasil, segundo rede de ensino e Organização
Acadêmica - 2000 a 2012
Ano
Pública Privada Total
Un
ive
rsid
ade
s
Ce
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Un
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ário
s
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Ou
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s Total
Un
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ade
s
Ce
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Un
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rsit
ário
s
Facu
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es
e
Ou
tro
s
Total
Un
ive
rsid
ade
s
Ce
ntr
os
Un
ive
rsit
ário
s
Facu
ldad
es
e
Ou
tro
s
Total
2000 0,146 - - 0,146 0,170 0,218 0,073 0,168 0,158 0,218 0,071 0,158
- - - - - - - - - - - -
2001 0,159 - - 0,157 0,163 0,128 0,083 0,150 0,161 0,126 0,075 0,153
- - - - - - - - - - - -
2002 0,172 0,182 - 0,169 0,163 0,102 0,076 0,139 0,167 0,108 0,068 0,150
- - - 0,000 - - - - 0,000 - - 0,000
2003 0,182 0,145 0,063 0,178 0,167 0,091 0,117 0,140 0,175 0,095 0,110 0,156
- - - 0,000 - - - - 0,000 - - 0,000
2004 0,176 0,193 0,148 0,175 0,176 0,167 0,120 0,167 0,176 0,169 0,124 0,171
- - - 0,000 - - - - 0,000 - - 0,000
2005 0,209 0,186 0,225 0,209 0,191 0,214 0,141 0,191 0,199 0,212 0,148 0,197
- - - - - - - - - - - -
2006 0,200 0,640 0,247 0,212 0,216 0,193 0,170 0,204 0,208 0,220 0,176 0,207
- - - - - - - - - - - -
2007 0,195 0,298 0,244 0,198 0,182 0,067 0,151 0,127 0,188 0,071 0,157 0,149
- - - - - - - - - - - -
2008 0,184 0,457 0,219 0,188 0,204 0,179 0,139 0,189 0,194 0,188 0,146 0,188
- - - 0,000 - - - - 0,000 - - 0,000
2009 0,176 0,020 0,149 0,174 0,269 0,373 0,279 0,294 0,216 0,363 0,263 0,239
- - - 0,000 - - - - 0,000 - 0,000 0,000
2010 0,154 0,080 0,195 0,153 0,191 0,248 0,110 0,189 0,169 0,238 0,114 0,171
- - - - - - - - - - - -
2011 0,137 0,167 0,062 0,136 0,177 0,201 0,159 0,179 0,153 0,199 0,152 0,158
- - - - - - - - - - - -
2012 0,138 0,125 0,118 0,138 0,193 0,198 0,154 0,187 0,158 0,192 0,150 0,161
- - - - - - - - - - - -
Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
33
Gráfico 9 - Razão entre o número de concluintes e o número de matrículas em cursos de graduação presenciais em Biologia (Bacharelado) no Brasil por ano em IES Públicas, segundo a Organização Acadêmica Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
Gráfico 10 - Razão entre o número de concluintes e o número de matrículas em cursos de graduação presenciais em Biologia (Bacharelado) no Brasil por ano em IES Privadas, segundo a Organização Acadêmica Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
34
3.2 - Evolução na oferta de cursos de Licenciatura
Na Tabela 8, pode-se observar que o número de cursos de Licenciatura presenciais em
Biologia cresceu cerca de 313% em doze anos, ou seja, quase 13% a.a., indo de um total de
158 cursos em 2000 a 653 em 2012. Essa expansão não se deu de forma igual para as redes
pública e privada: no período, a quantidade de cursos da rede pública aumentou em 344,3%,
com a maior taxa de crescimento de 2009 para 2010. Já na rede privada, o aumento do
número de cursos foi de 282,2%, mas esse quantitativo apresenta um pequeno decréscimo
depois de atingir o máximo de 307 cursos em 2011. O primeiro curso a distância foi criado em
2002 numa IES Pública chegando a um total de 54 cursos em 2012, sendo 44 em IES
Públicas.
Na Tabela 8 e no Gráfico 11, no Gráfico 12 e no Gráfico 13 pode-se observar, também,
que os totais de matrículas e de concluintes em cursos presenciais seguiram uma trajetória
parecida, mas não idêntica, com a evolução da oferta de cursos presenciais de Licenciatura
em Biologia. As três séries apresentam uma descontinuidade, com um salto para cima entre
2009 e 2010, porém, tanto o número de concluintes quanto o número total de matrículas
atingem um máximo em 2010, enquanto a oferta de cursos continua a trajetória ascendente
e atinge um máximo em 2012. Ao estratificar estes quantitativos por rede, percebemos
algumas diferenças no comportamento do número de matrículas e do número de concluintes,
enquanto o comportamento do número de cursos é praticamente o mesmo independente da
rede de ensino. Ao longo do período em estudo (2000 a 2012), houve aumento no número
total de matrículas (205,9%) e de concluintes (366,4%). Conclui-se que a expansão na oferta
tem sido acompanhada, também, por uma expansão do número de matrículas e de
concluintes, mais modesta no que diz respeito às matrículas e mais acelerada no que diz
respeito aos concluintes. O número médio de matrículas por curso apresenta uma trajetória
decrescente nos últimos anos (ver Gráfico 14). A razão de concluintes por matrículas também
sofre uma descontinuidade para cima, indo de valores no entorno de 0,150 concluintes por
matrícula para um outro platô, depois de 2009, no entorno de 0,180 (ver Gráfico 15).
A expansão da quantidade de cursos e de alunos, como seria de se esperar, tem sido
acompanhada pela amplificação dos problemas do Ensino Universitário de Biologia,
conhecidos desde muito tempo, e que sempre resultam, por exemplo, numa certa evasão.
Como se observa na Tabela 8 e no Gráfico 15, a razão entre número de concluintes e de
matriculados em cursos presenciais varia entre 0,107, em 2000, na rede pública e 0,242, em
2009, na rede privada, quando a razão esperada seria 0,25 num fluxo ideal, considerando-se
um curso de quatro anos. Aparentemente, o problema parece ser maior nas IES Públicas.
No caso da habilitação em Licenciatura na Área de Biologia, os números para cursos a
distância são mais expressivos, traduzem uma maior concentração de alunos: 297 matrículas
por curso, por oposição aos 110 no caso dos cursos presenciais. O número médio de
concluintes por curso é também superior: 37,8 para os cursos a distância e 18,4 para os
presenciais. A evasão média no período em análise, por outro lado, parece ser maior nos
35
cursos a distância, já que a razão concluintes/matrículas é 0,119 nos cursos a distância e
0,160 nos cursos presenciais.
Tabela 8 – Quantidade de cursos, matrículas e concluintes de cursos de graduação
presencial (linhas de fundo branco) e a distância (linhas de fundo cinza) em
Biologia (Licenciatura) no Brasil, segundo rede de ensino - 2000 a 2012
Ano Nº de cursos Nº de matrículas Nº de concluintes
Razão entre nº de concluintes e nº de
matrículas
Público Privado Total Público Privado Total Público Privado Total Público Privado
2000 79 79 158 11.464 11.964 23.428 1.229 1.346 2.575 0,107 0,113
0 0 0 0 0 0 0 0 0 - -
2001 110 86 196 11.420 14.731 26.151 2.073 1.453 3.526 0,182 0,099
0 0 0 0 0 0 0 0 0 - -
2002 132 95 227 13.002 16.684 29.686 1.927 2.308 4.235 0,148 0,138
1 0 1 43 0 43 43 0 43 1,000 -
2003 139 121 260 14.547 21.515 36.062 1.740 3.086 4.826 0,120 0,143
0 0 0 0 0 0 0 0 0 - -
2004 151 117 268 15.218 19.826 35.044 2.555 2.871 5.426 0,168 0,145
1 1 2 349 0 349 0 0 0 0,000 -
2005 162 154 316 18.534 24.057 42.591 2.800 3.682 6.482 0,151 0,153
2 6 8 1.104 1.413 2.517 0 0 0 0,000 0,000
2006 210 167 377 19.766 27.434 47.200 3.149 4.564 7.713 0,159 0,166
10 4 14 1.938 5.436 7.374 10 35 45 0,005 0,006
2007 189 177 366 21.328 34.620 55.948 3.143 4.531 7.674 0,147 0,131
14 6 20 5.831 1.700 7.531 91 13 104 0,016 0,008
2008 194 190 384 23.970 27.510 51.480 3.325 5.392 8.717 0,139 0,196
25 9 34 5.779 5.868 11.647 60 912 972 0,010 0,155
2009 201 198 399 25.223 24.769 49.992 3.107 5.982 9.089 0,123 0,242
26 7 33 7.261 11.737 18.998 111 4.199 4.310 0,015 0,358
2010 301 296 597 40.388 37.430 77.818 5.384 8.438 13.822 0,133 0,225
41 8 49 8.612 10.475 19.087 305 2.554 2.859 0,035 0,244
2011 310 307 617 43.366 32.679 76.045 5.823 7.690 13.513 0,134 0,235
45 9 54 8.343 7.569 15.912 452 1.045 1.497 0,054 0,138
2012 351 302 653 44.628 27.045 71.673 5.895 6.116 12.011 0,132 0,226
44 10 54 8.986 7.056 16.042 643 1.401 2.044 0,072 0,199
Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
36
Gráfico 11 – Número de cursos de graduação presenciais em Biologia (Licenciatura) no Brasil por ano, segundo a Categoria Administrativa Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
Gráfico 12 – Número de matrículas em cursos de graduação presenciais em Biologia (Licenciatura) no Brasil por ano, segundo a Categoria Administrativa Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
37
Gráfico 13 – Número de concluintes nos cursos de graduação presenciais em Biologia (Licenciatura) no Brasil por ano, segundo a Categoria Administrativa Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
Gráfico 14 – Razão entre o número de matrículas e o número de cursos de graduação presenciais em Biologia (Licenciatura) no Brasil por ano, segundo a Categoria Administrativa Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
38
Gráfico 15 – Razão entre o número de concluintes e o número de matrículas em cursos de graduação presenciais em Biologia (Licenciatura) no Brasil por ano, segundo a Categoria Administrativa Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
A Tabela 9 apresenta a informação de cursos de graduação presencial e a distância em
Licenciatura de Biologia, desagregada por rede de ensino e tipo de Organização Acadêmica.
O Gráfico 16 apresenta a informação para cursos presenciais em IES Públicas e o Gráfico 17,
para cursos presenciais em IES Privadas. Entre as IES Públicas, os cursos de Licenciatura
em Biologia estão inseridos praticamente só em Universidades. Já na rede privada, a
concentração em Universidades é bem menor. No período em análise, 2000/2012, o número
de cursos vem apresentando crescimento, cerca de 13% a.a. para os cursos em IES Públicas
e 11% para aqueles em IES Privadas. Nota-se uma descontinuidade com um salto para cima
entre 2009 e 2010, para ambas as categorias administrativas.
39
Tabela 9 – Quantidade de cursos de graduação presencial (linhas de fundo branco)
e a distância (linhas de fundo cinza) em Biologia (Licenciatura) no Brasil, segundo
rede de ensino e Organização Acadêmica - 2000 a 2012
Ano
Pública Privada Total
Un
ive
rsid
ade
s
Ce
ntr
os
Un
ive
rsit
ário
s
Facu
ldad
es
e
Ou
tro
s Total
Un
ive
rsid
ade
s
Ce
ntr
os
Un
ive
rsit
ário
s
Facu
ldad
es
e
Ou
tro
s
Total
Un
ive
rsid
ade
s
Ce
ntr
os
Un
ive
rsit
ário
s
Facu
ldad
es
e
Ou
tro
s
Total
2000 74 0 5 79 48 7 24 79 122 7 29 158
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2001 105 0 5 110 48 11 27 86 153 11 32 196
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2002 118 1 13 132 43 14 38 95 161 15 51 227
1 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 1
2003 123 1 15 139 48 20 53 121 171 21 68 260
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2004 132 0 19 151 44 25 48 117 176 25 67 268
1 0 0 1 0 0 1 1 1 0 1 2
2005 139 0 23 162 60 32 62 154 199 32 85 316
2 0 0 2 0 0 6 6 2 0 6 8
2006 182 0 28 210 66 35 66 167 248 35 94 377
10 0 0 10 1 1 2 4 11 1 2 14
2007 165 0 24 189 69 36 72 177 234 36 96 366
13 0 1 14 3 2 1 6 16 2 2 20
2008 170 0 24 194 78 40 72 190 248 40 96 384
24 0 1 25 3 2 4 9 27 2 5 34
2009 176 0 25 201 70 47 81 198 246 47 106 399
25 0 1 26 4 2 1 7 29 2 2 33
2010 254 0 47 301 121 68 107 296 375 68 154 597
39 0 2 41 4 2 2 8 43 2 4 49
2011 255 0 55 310 130 70 107 307 385 70 162 617
43 0 2 45 5 2 2 9 48 2 4 54
2012 286 0 65 351 124 71 107 302 410 71 172 653
42 0 2 44 5 3 2 10 47 3 4 54
Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
40
Gráfico 16 - Número de cursos de graduação presenciais em Biologia (Licenciatura) no Brasil por ano em IES Públicas, segundo a Organização Acadêmica Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
Gráfico 17 - Número de cursos de graduação presenciais em Biologia (Licenciatura) no Brasil por ano em IES Privadas, segundo a Organização Acadêmica Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
41
A Tabela 10 apresenta a quantidade de matrículas em cursos presenciais e a distância de
Licenciatura em Biologia, segundo rede de ensino e Organização Acadêmica no período entre
2000 e 2012. O Gráfico 18 apresenta a informação para cursos presenciais em IES Públicas
e o Gráfico 19, para cursos presenciais em IES Privadas. Acompanhando a distribuição dos
cursos, entre as IES Públicas, as matrículas em cursos de Licenciatura em Biologia estão
inseridas praticamente só em Universidades. Já na rede privada, a concentração em
Universidades é bem menor, chegando a menos da metade das matrículas em 2012. O
número de matrículas na rede pública vem apresentando um crescimento, porém menor do
que o do número de cursos, cerca de 12% a.a., e com uma descontinuidade, degrau para
cima entre 2009 e 2010. As matrículas nos cursos em IES Privadas apresentam um
crescimento até 2007 e uma queda após esse ano, também com uma descontinuidade para
cima entre 2009 e 2010 e outra queda nos últimos anos.
42
Tabela 10 – Quantidade de matrículas de graduação presencial (linhas de fundo
branco) e a distância (linhas de fundo cinza) em Biologia (Licenciatura) no Brasil,
segundo rede de ensino e Organização Acadêmica - 2000 a 2012
Ano
Pública Privada Total
Un
ive
rsid
ade
s
Ce
ntr
os
Un
ive
rsit
ário
s
Facu
ldad
es
e
Ou
tro
s Total
Un
ive
rsid
ade
s
Ce
ntr
os
Un
ive
rsit
ário
s
Facu
ldad
es
e
Ou
tro
s
Total
Un
ive
rsid
ade
s
Ce
ntr
os
Un
ive
rsit
ário
s
Facu
ldad
es
e
Ou
tro
s
Total
2000 10.493 0 971 11.464 7.383 1.042 3.539 11.964 17.876 1.042 4.510 23.428
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2001 10.071 0 1.349 11.420 9.309 1.920 3.502 14.731 19.380 1.920 4.851 26.151
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2002 11.226 0 1.776 13.002 9.351 2.768 4.565 16.684 20.577 2.768 6.341 29.686
43 0 0 43 0 0 0 0 43 0 0 43
2003 12.469 18 2.060 14.547 11.132 3.825 6.558 21.515 23.601 3.843 8.618 36.062
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2004 12.632 0 2.586 15.218 8.330 4.668 6.828 19.826 20.962 4.668 9.414 35.044
349 0 0 349 0 0 0 0 349 0 0 349
2005 14.515 0 4.019 18.534 9.530 5.870 8.657 24.057 24.045 5.870 12.676 42.591
1.104 0 0 1.104 0 0 1.413 1.413 1.104 0 1.413 2.517
2006 15.483 0 4.283 19.766 11.351 6.268 9.815 27.434 26.834 6.268 14.098 47.200
1.938 0 0 1.938 0 0 5.436 5.436 1.938 0 5.436 7.374
2007 17.076 0 4.252 21.328 12.151 12.151 10.318 34.620 29.227 12.151 14.570 55.948
3.984 0 1.847 5.831 1.230 461 9 1.700 5.214 461 1.856 7.531
2008 19.797 0 4.173 23.970 11.385 6.225 9.900 27.510 31.182 6.225 14.073 51.480
5.585 0 194 5.779 1.236 780 3.852 5.868 6.821 780 4.046 11.647
2009 21.591 0 3.632 25.223 8.765 6.488 9.516 24.769 30.356 6.488 13.148 49.992
6.812 0 449 7.261 1.743 4.455 5.539 11.737 8.555 4.455 5.988 18.998
2010 35.479 0 4.909 40.388 16.400 9.393 11.637 37.430 51.879 9.393 16.546 77.818
8.073 0 539 8.612 1.921 3.466 5.088 10.475 9.994 3.466 5.627 19.087
2011 37.249 0 6.117 43.366 14.197 7.835 10.647 32.679 51.446 7.835 16.764 76.045
7.800 0 543 8.343 2.070 3.121 2.378 7.569 9.870 3.121 2.921 15.912
2012 37.538 0 7.090 44.628 11.210 6.582 9.253 27.045 48.748 6.582 16.343 71.673
8.401 0 585 8.986 2.139 3.277 1.640 7.056 10.540 3.277 2.225 16.042
Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
43
Gráfico 18 - Número de matrículas em cursos de graduação presenciais em Biologia (Licenciatura) no Brasil por ano em IES Públicas, segundo a Organização Acadêmica Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
Gráfico 19 - Número de matrículas em cursos de graduação presenciais em Biologia (Licenciatura) no Brasil por ano em IES Privadas, segundo a Organização Acadêmica Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
44
Já o número médio de matrículas é diferenciado também por rede de ensino:
razoavelmente estável em torno de 100 alunos por curso na rede pública e com um máximo
em 2003 na rede particular, com uma queda depois desse ano.
Gráfico 20 - Razão entre o número de matrículas e o número de cursos de graduação presenciais em Biologia (Licenciatura) no Brasil em IES Públicas, segundo a Organização Acadêmica Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
45
Gráfico 21 - Razão entre o número de matrículas e o número de cursos de graduação presenciais em Biologia (Licenciatura) no Brasil em IES Privadas, segundo a Organização Acadêmica Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
A Tabela 11 apresenta a quantidade de concluintes em cursos presenciais e a distância de
Licenciatura em Biologia, segundo rede de ensino e Organização Acadêmica no período entre
2000 e 2012. O Gráfico 22 apresenta a informação para cursos presenciais em IES Públicas
e o Gráfico 23, para cursos presenciais em IES Privadas. Acompanhando a distribuição dos
cursos e de matrículas, entre as IES Públicas, os concluintes de cursos de Licenciatura em
Biologia estão inseridos praticamente só em Universidades, não havendo registro de
concluintes em Centros Universitários. Já na rede privada, a concentração em Universidades
é menor, e, ao longo do período, se reveza com as demais Organizações Acadêmicas o posto
do maior quantitativo de concluintes. O número de concluintes na rede pública apresenta um
crescimento até 2008 e com uma descontinuidade entre 2009 e 2010, com um degrau para
cima. O número de concluintes nos cursos em IES Privadas apresenta um crescimento até
2010 com uma grande descontinuidade para cima entre 2009 e 2010 e com uma queda nos
últimos anos.
46
Tabela 11 – Quantidade de concluintes de graduação presencial (linhas de fundo
branco) e a distância (linhas de fundo cinza) em Biologia (Licenciatura) no Brasil,
segundo rede de ensino e Organização Acadêmica - 2000 a 2012
Ano
Pública Privada Total
Un
ive
rsid
ade
s
Ce
ntr
os
Un
ive
rsit
ário
s
Facu
ldad
es
e
Ou
tro
s Total
Un
ive
rsid
ade
s
Ce
ntr
os
Un
ive
rsit
ário
s
Facu
ldad
es
e
Ou
tro
s
Total
Un
ive
rsid
ade
s
Ce
ntr
os
Un
ive
rsit
ário
s
Facu
ldad
es
e
Ou
tro
s
Total
2000 1.033 0 196 1.229 705 153 488 1.346 1.738 153 684 2.575
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2001 1.834 0 239 2.073 884 179 390 1.453 2.718 179 629 3.526
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2002 1.634 0 293 1.927 1.204 428 676 2.308 2.838 428 969 4.235
43 0 0 43 0 0 0 0 43 0 0 43
2003 1.413 0 327 1.740 1.621 647 818 3.086 3.034 647 1.145 4.826
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2004 2.105 0 450 2.555 1.112 919 840 2.871 3.217 919 1.290 5.426
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2005 2.217 0 583 2.800 1.678 900 1.104 3.682 3.895 900 1.687 6.482
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2006 2.520 0 629 3.149 1.411 1.449 1.704 4.564 3.931 1.449 2.333 7.713
10 0 0 10 0 0 35 35 10 0 35 45
2007 2.337 0 806 3.143 1.549 1.158 1.824 4.531 3.886 1.158 2.630 7.674
45 0 46 91 0 0 13 13 45 0 59 104
2008 2.435 0 890 3.325 2.300 1.313 1.779 5.392 4.735 1.313 2.669 8.717
60 0 0 60 0 0 912 912 60 0 912 972
2009 2.461 0 646 3.107 2.159 1.718 2.105 5.982 4.620 1.718 2.751 9.089
111 0 0 111 308 1.965 1.926 4.199 419 1.965 1.926 4.310
2010 4.718 0 666 5.384 3.671 2.238 2.529 8.438 8.389 2.238 3.195 13.822
303 0 2 305 496 1.191 867 2.554 799 1.191 869 2.859
2011 5.173 0 650 5.823 3.343 1.818 2.529 7.690 8.516 1.818 3.179 13.513
452 0 0 452 405 582 58 1.045 857 582 58 1.497
2012 5.107 0 788 5.895 2.703 1.404 2.009 6.116 7.810 1.404 2.797 12.011
639 0 4 643 548 442 411 1.401 1.187 442 415 2.044
Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
47
Gráfico 22 – Número de concluintes nos cursos de graduação presenciais em Biologia (Licenciatura) no Brasil por ano em IES Públicas, segundo a Organização Acadêmica Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
Gráfico 23 – Número de concluintes nos cursos de graduação presenciais em Biologia (Licenciatura) no Brasil por ano em IES Privadas, segundo a Organização Acadêmica Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
48
A Tabela 12 apresenta a razão entre número de concluintes e de matriculados em cursos
presenciais e a distância de Licenciatura em Biologia no Brasil, segundo rede de ensino e
Organização Acadêmica. Os padrões são semelhantes aos observados para as Licenciaturas
como um todo: valores semelhantes para IES Públicas e privadas até 2007, salvo o ano de
2001, divergência a partir de então levando a patamares distintos, acima de 0,20 para a rede
privada e abaixo de 0,15 para a rede pública. De modo geral, pode-se concluir que a rede
privada apresenta uma melhor performance, com valores mais próximos da razão esperada
de 0,25 num fluxo ideal, considerando-se um curso de quatro anos para todos os três tipos de
Organizações Acadêmicas.
49
Tabela 12 – Razão entre o número de concluintes e o número de matrículas de
graduação presencial (linhas de fundo branco) e a distância (linhas de fundo cinza)
em Biologia (Licenciatura) no Brasil, segundo rede de ensino e Organização
Acadêmica - 2000 a 2012
Ano
Pública Privada Total
Un
ive
rsid
ade
s
Ce
ntr
os
Un
ive
rsit
ário
s
Facu
ldad
es
e
Ou
tro
s Total
Un
ive
rsid
ade
s
Ce
ntr
os
Un
ive
rsit
ário
s
Facu
ldad
es
e
Ou
tro
s
Total
Un
ive
rsid
ade
s
Ce
ntr
os
Un
ive
rsit
ário
s
Facu
ldad
es
e
Ou
tro
s
Total
2000 0,098 - 0,202 0,107 0,095 0,147 0,138 0,113 0,097 0,147 0,152 0,110
- - - - - - - - - - - -
2001 0,182 - 0,177 0,182 0,095 0,093 0,111 0,099 0,140 0,093 0,130 0,135
- - - - - - - - - - - -
2002 0,146 - 0,165 0,148 0,129 0,155 0,148 0,138 0,138 0,155 0,153 0,143
1,000 - - 1,000 - - - - 1,000 - - 1,000
2003 0,113 0,000 0,159 0,120 0,146 0,169 0,125 0,143 0,129 0,168 0,133 0,134
- - - - - - - - - - - -
2004 0,167 - 0,174 0,168 0,133 0,197 0,123 0,145 0,153 0,197 0,137 0,155
0,000 - - 0,000 - - - - 0,000 - - 0,000
2005 0,153 - 0,145 0,151 0,176 0,153 0,128 0,153 0,162 0,153 0,133 0,152
0,000 - - 0,000 - - 0,000 0,000 0,000 - 0,000 0,000
2006 0,163 - 0,147 0,159 0,124 0,231 0,174 0,166 0,146 0,231 0,165 0,163
0,005 - - 0,005 - - 0,006 0,006 0,005 - 0,006 0,006
2007 0,137 - 0,190 0,147 0,127 0,095 0,177 0,131 0,133 0,095 0,181 0,137
0,011 - 0,025 0,016 0,000 0,000 1,444 0,008 0,009 0,000 0,032 0,014
2008 0,123 - 0,213 0,139 0,202 0,211 0,180 0,196 0,152 0,211 0,190 0,169
0,011 - 0,000 0,010 0,000 0,000 0,237 0,155 0,009 0,000 0,225 0,083
2009 0,114 - 0,178 0,123 0,246 0,265 0,221 0,242 0,152 0,265 0,209 0,182
0,016 - 0,000 0,015 0,177 0,441 0,348 0,358 0,049 0,441 0,322 0,227
2010 0,133 - 0,136 0,133 0,224 0,238 0,217 0,225 0,162 0,238 0,193 0,178
0,038 - 0,004 0,035 0,258 0,344 0,170 0,244 0,080 0,344 0,154 0,150
2011 0,139 - 0,106 0,134 0,235 0,232 0,238 0,235 0,166 0,232 0,190 0,178
0,058 - 0,000 0,054 0,196 0,186 0,024 0,138 0,087 0,186 0,020 0,094
2012 0,136 - 0,111 0,132 0,241 0,213 0,217 0,226 0,160 0,213 0,171 0,168
0,076 - 0,007 0,072 0,256 0,135 0,251 0,199 0,113 0,135 0,187 0,127
Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
50
Gráfico 24 - Razão entre o número de concluintes e o número de matrículas em cursos de graduação presenciais em Biologia (Licenciatura) no Brasil por ano em IES Públicas, segundo a Organização Acadêmica Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
Gráfico 25 - Razão entre o número de concluintes e o número de matrículas em cursos de graduação presenciais em Biologia (Licenciatura) no Brasil por ano em IES Privada, segundo a Organização Acadêmica Fonte: INEP - Sinopses Estatísticas da Educação Superior (2000/12) e Microdados do Censo da Educação Superior (2000/01)
51
4 - O perfil dos concluintes
O Ensino Superior começa a ser avaliado em 1996 pelo Exame Nacional de Cursos (ENC),
também conhecido como PROVÃO. Em 2004, o PROVÃO foi substituído pelo ENADE, e a
avaliação do Ensino Superior passa também a incluir a Análise das Condições de Oferta e a
Análise das Condições de Ensino. O ENADE surge com uma nova concepção, mas mantém
o propósito de avaliar Instituições de Ensino Superior a partir do desempenho de seus
estudantes.
O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE), como parte
integrante do SINAES, foi definido pela [Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004], conforme
a perspectiva da avaliação dinâmica que está subjacente ao SINAES. O ENADE tem
por objetivo geral aferir o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos
programáticos previstos nas diretrizes curriculares da respectiva Área de graduação,
suas habilidades para ajustamento às exigências decorrentes da evolução do
conhecimento e suas competências para compreender temas exteriores ao âmbito
específico de sua profissão, ligados à realidade brasileira e mundial e a outras Áreas
do conhecimento. (Inep, 2002)
Atualmente, é consenso que a educação é uma necessidade e um direito de todo ser
humano (UNESCO, art.26, 1998). Com essa perspectiva, o acesso às salas de aula aumentou
significativamente no Brasil. No entanto, permanece o desafio de oferecer educação de
qualidade, e a avaliação tem sido utilizada para gerar subsídios para a tomada de decisões
na busca da melhoria. A avaliação é uma Área do conhecimento ainda em desenvolvimento
e, em uma de suas concepções contemporâneas (JOINT COMMITTEE, 1994), ela deve
levantar informações pertinentes à qualidade de algo em mais do que uma dimensão. Scriven
(1981) aponta duas: o mérito (qualidade intrínseca) e o valor ou relevância (qualidade
extrínseca). No caso do Ensino Superior, é importante avaliar um curso em termos, por
exemplo, de recursos humanos qualificados, instalações físicas adequadas e biblioteca
devidamente equipada. Além disso, é preciso considerar até que ponto um curso tem
relevância, principalmente, em termos da formação que os seus alunos adquirem, levando em
conta as possibilidades de sua colocação no mercado de trabalho. É fundamental, ainda, ter
um bom diagnóstico dos alunos, não apenas do ponto de vista cognitivo, já que o mérito em
termos de recursos, por exemplo, só faz sentido se todos tirarem o melhor proveito deles.
Neste trabalho, trazemos um diagnóstico socioeconômico dos alunos dos cursos de
Biologia construído a partir de alguns itens do questionário socioeconômico respondido pelos
concluintes nos anos de aplicação do ENADE (2005, 2008, 2011). Segundo o Manual do
ENADE, “a participação na pesquisa desenvolvida por meio do Questionário do Estudante é
de grande relevância para o conhecimento do perfil do estudante avaliado pelo Sinaes.” (Inep,
2012, p.16)
Conforme já apresentado, obtivemos três fatores para caracterizar o perfil socioeconômico
dos concluintes dos cursos superiores participantes do ENADE de 2004 a 2012. Para cada
52
Área de graduação, foi obtido o escore médio das três dimensões (fatores) com respeito a
todos os alunos concluintes. Usamos estes valores para representar graficamente todas as
Áreas nas dimensões já citadas (Gráfico 26 e Gráfico 27), a saber: fator 1- afluência
socioeconômica, fator 2- autonomia financeira, fator 3- corresidência.
No Gráfico 26, foram assinaladas em vermelho as Áreas que, além de oferecerem, na
maioria dos casos, habilitações como o Bacharelado, formam professores das tradicionais
disciplinas da Educação Básica. Dentre elas destacamos a Biologia. As demais Áreas
classificadas em uma mesma grande Área pelo Inep estão apresentadas com uma mesma
cor. As linhas pontilhadas (x+y = ±0,8) delimitam a nuvem de pontos e ajudam a evidenciar
que cada acréscimo do fator 1 (afluência socioeconômica) corresponde a um decréscimo no
fator 2 (autonomia financeira) de aproximadamente mesma magnitude, ainda que a faixa
possível de variação seja ampla. As origens dos eixos correspondem à média dos fatores na
população.
Observa-se que para todos os concluintes das Áreas fortemente marcadas pela formação
de professores, o fator 1 (afluência socioeconômica) está abaixo da média: Normal Superior,
Pedagogia, Matemática, Letras, Geografia, História, Filosofia, Química, Biologia e Física, em
ordem crescente desse fator. Logo, a afluência socioeconômica dos concluintes de Biologia é
a segunda mais alta, atrás apenas dos graduandos em Física. Do ponto de vista da autonomia
financeira, os concluintes de Biologia são os menos independentes dentre as Áreas de
formação de professores, com fator 2 abaixo da média e abaixo dos demais pontos da Área.
Comparando-se a Biologia com outras Áreas das Ciências Exatas e Tecnológicas, observa-
se que os concluintes de Biologia possuem, em média, menos autonomia financeira do que
os dos cursos que formam tecnólogos e afluência socioeconômica média menor do que a dos
concluintes das Engenharias. Destacamos, ainda, que as três Áreas com concluintes de maior
afluência socioeconômica são, em ordem crescente desse fator, Arquitetura e Urbanismo,
Relações Internacionais e Medicina. Já a Área com concluintes que possuem maior
autonomia financeira média é Tecnologia em Gestão da Produção Industrial. Outras análises
podem ser encontradas em (Beltrão & Mandarino, 2014a).
53
Gráfico 26 – Valores médios dos fatores 1 e 2 segundo Área – ENADE 2004-2012 Fonte: BRASIL/INEP, ENADE 2004-2012
No Gráfico 27, estão representados somente os valores médios de alunos concluintes da
Área de Biologia (fator 1 no eixo das abcissas e fator 2 no eixo das ordenadas), mas
desagregados por ano calendário e por habilitação Licenciatura/Bacharelado. Tipicamente, os
pontos relativos ao Bacharelado estão localizados mais à direita e mais abaixo (todos no
quarto quadrante), indicando maior afluência socioeconômica e menor autonomia financeira
desses quando comparados com os alunos formandos de Licenciatura (todos no terceiro
quadrante). O movimento temporal foi de aumento do distanciamento com respeito à afluência
socioeconômica entre os alunos de Licenciatura e de Bacharelado (ainda que possa existir
uma intersecção entre eles): valores médios do fator 1 vão aumentando no tempo para os
alunos de Bacharelado e diminuindo para os alunos de Licenciatura. Os alunos de
Bacharelado apresentam em 2011 um valor muito menor de autonomia financeira.
Concomitante com esse movimento temporal de aumento da afluência socioeconômica e
diminuição da autonomia financeira, os alunos de Bacharelado passaram a apresentar um
perfil etário mais jovem, na contramão da inclusão universitária que passou a incorporar
contingentes mais velhos. Esse foi o caso dos alunos de Licenciatura, com um perfil etário
mais velho com o passar do tempo.
54
Gráfico 27 – Valores médios dos fatores 1 e 2 para Biologia segundo ano e indicação de Bacharelado/Licenciatura – ENADE 2004-2012 Fonte: BRASIL/INEP, ENADE 2004-2012
O Gráfico 28 apresenta a mesma informação, porém desagregada por Organização
Acadêmica. Universidades apresentam alunos, em média, mais afluentes, seguidas por
Centros Universitários e Faculdades. Os de Universidades apresentam uma menor autonomia
financeira do que os demais. O movimento temporal é de uma diminuição da afluência
socioeconômica, maior entre os alunos de Faculdades, e uma subida seguida de uma queda
com respeito à autonomia financeira.
55
Gráfico 28 – Valores médios dos fatores 1 e 2 para Biologia segundo ano e Organização Acadêmica – ENADE 2004-2012 Fonte: BRASIL/INEP, ENADE 2004-2012
O Gráfico 29 apresenta a mesma informação, porém desagregada por Categoria
Administrativa. IES Públicas apresentam alunos, em média, mais afluentes e com menor
autonomia financeira do que os de IES Privadas. O movimento temporal é de diminuição da
afluência socioeconômica, maior entre os alunos de IES Públicas e uma subida seguida de
uma queda com respeito à autonomia financeira.
56
Gráfico 29 – Valores médios dos fatores 1 e 2 para Biologia segundo ano e Categoria Administrativa – ENADE 2004-2012 Fonte: BRASIL/INEP, ENADE 2004-2012
Já quando se inclui também as informações de habilitação, a situação se mostra mais
complexa: grande diferença entre os bacharéis de IES Públicas e privadas (ver Gráfico 30) e
pouca diferença entre os licenciados. Tipicamente, os de IES Públicas são mais afluentes e
com menor autonomia financeira. As trajetórias temporais com respeito à afluência
socioeconômica são divergentes para bacharéis e licenciados, mas sincrônicas para ambas
as categorias administrativas: crescem para bacharéis e decrescem para licenciados. Já o
movimento temporal é de uma subida seguida de uma queda com respeito à autonomia
financeira.
57
Gráfico 30 – Valores médios dos fatores 1 e 2 para Biologia segundo ano, Categoria Administrativa e indicação de Bacharelado/Licenciatura – ENADE 2004-2012 Fonte: BRASIL/INEP, ENADE 2004-2012
Por outro lado, os efeitos da combinação de Organização Acadêmica e habilitação
parecem mais aditivos (ver Gráfico 31). Para ambas as habilitações, os alunos de
Universidades apresentam afluência socioeconômica média mais alta do que os de Centros
Universitários e esses, por sua vez, maiores do que as de Faculdades. Conversamente, para
os três tipos de Organização Acadêmica, bacharéis são, em média, mais afluentes do que os
licenciados. Bacharéis apresentam melhora na afluência socioeconômica e licenciados
apresentam uma queda. Os bacharéis de Universidades se apresentam com a maior afluência
socioeconômica e a menor autonomia financeira, por oposição aos licenciados de Faculdades
com a menor afluência socioeconômica e a maior autonomia financeira.
58
Gráfico 31 – Valores médios dos fatores 1 e 2 para Biologia segundo ano, Organização Acadêmica e indicação de Bacharelado/Licenciatura – ENADE 2004-2012 Fonte: BRASIL/INEP, ENADE 2004-2012
No Gráfico 32, a abscissa é a mesma da do Gráfico 26, fator 1 – afluência socioeconômica
média dos concluintes da Área. A ordenada mostra as médias dos concluintes das diferentes
Áreas em relação ao fator 3 (corresidência familiar), fator com carga do tamanho da família
corresidindo com o concluinte e, em menor grau, da renda familiar. Nota-se que o fator 3 dos
concluintes de Biologia está um pouco abaixo da média de todos os cursos, abaixo das médias
dos graduandos em Pedagogia, Normal Superior, Matemática e Letras, dentre as demais
Áreas assinaladas em vermelho. As Áreas com médias do fator 3 mais baixas são Filosofia,
no 3º quadrante, e, no 4º quadrante, Zootecnia, Teatro e Medicina, em ordem crescente do
fator 1. Já os concluintes com média do fator 3 mais alta são os dos cursos de Tecnologia em
alguma das modalidades de Gestão (Recursos Humanos, Hospitalar, Produção Industrial,
Processos Gerenciais, Financeira), no 2º quadrante, e Tecnologia em Gastronomia no 1º
quadrante.
59
Gráfico 32 – Valores médios dos fatores 1 e 3 segundo Área – ENADE 2004-2012 Fonte: BRASIL/INEP, ENADE 2004-2012
No Gráfico 33, estão representados somente os valores médios de alunos concluintes da
Área de Biologia (fator 1 – afluência socioeconômica – no eixo das abscissas e fator 3 –
corresidência – no eixo das ordenadas), mas desagregados por ano calendário e por
habilitação (Licenciatura/Bacharelado). Tipicamente, os pontos relativos ao Bacharelado
estão localizados mais à direita e mais abaixo, indicando uma maior afluência socioeconômica
e um menor fator de corresidência. O movimento temporal para o fator 3 foi de queda seguido
de aumento.
60
Gráfico 33 – Valores médios dos fatores 1 e 3 para Biologia segundo ano e indicação de Bacharelado/Licenciatura – ENADE 2004-2012 Fonte: BRASIL/INEP, ENADE 2004-2012
O Gráfico 34 apresenta a mesma informação, porém desagregada por Organização
Acadêmica. Universidades apresentam alunos, em média, corresidindo em famílias menores.
A diferença entre Centros Universitários e Faculdades não parece significativa. O movimento
temporal para essa desagregação é também de uma diminuição do tamanho da família,
seguida de uma subida.
61
Gráfico 34 – Valores médios dos fatores 1 e 3 para Biologia segundo ano e Organização Acadêmica – ENADE 2004-2012 Fonte: BRASIL/INEP, ENADE 2004-2012
O Gráfico 35 apresenta a informação desagregada por Categoria Administrativa. Alunos
de IES Públicas estão residindo com famílias, em média, menores. Para essa desagregação,
o movimento temporal é igualmente de uma diminuição do tamanho da família, seguida de
uma subida.
62
Gráfico 35 – Valores médios dos fatores 1 e 3 para Biologia segundo ano e Categoria Administrativa – ENADE 2004-2012 Fonte: BRASIL/INEP, ENADE 2004-2012
Já quando se incluem também as informações de habilitação, a situação se mostra mais
complexa: grande diferença entre os bacharéis de IES Públicas e privadas (ver Gráfico 36) e
pouca diferença entre os licenciados (como quando se consideravam os fatores 1 e 2 – ver
Gráfico 30). Tipicamente, os de IES Públicas são mais afluentes e residindo em famílias
menores. Como já comentado, as trajetórias temporais com respeito à afluência
socioeconômica são divergentes para bacharéis e licenciados, mas sincrônicas para ambas
as categorias administrativas: crescem para bacharéis e decrescem para licenciados. Já o
movimento temporal para o fator 3 é de uma queda seguida de uma subida.
63
Gráfico 36 – Valores médios dos fatores 1 e 3 para Biologia segundo ano, Categoria Administrativa e indicação de Bacharelado/Licenciatura – ENADE 2004-2012 Fonte: BRASIL/INEP, ENADE 2004-2012
Como já visto no Gráfico 31, os efeitos da combinação de Organização Acadêmica e
habilitação parecem aditivos. Para todas as combinações de Organização Acadêmica e
Habilitação, o ano intermediário corresponde a famílias menores. Grosso modo, para uma
dada Organização Acadêmica, bacharelandos são em média oriundos de famílias
ligeiramente menores e mais afluentes. Para ambas as habilitações, os alunos de
Universidades são tipicamente inseridos em famílias menores do que os demais tipos.
64
Gráfico 37 – Valores médios dos fatores 1 e 3 para Biologia segundo ano, Organização Acadêmica e indicação de Bacharelado (linhas pontilhadas)/Licenciatura (linhas cheias) – ENADE 2004-2012 Fonte: BRASIL/INEP, ENADE 2004-2012
Pode-se concluir que os alunos de Licenciatura em Biologia, no final de sua formação, em
média, já estão colocados no mercado de trabalho, vêm de famílias não muito grandes, com
pouca escolaridade e renda familiar abaixo da média dos estudantes de cursos superiores.
Nota-se uma queda na afluência socioeconômica com o tempo. Os graduados de
Bacharelado em Biologia são, em média, mais afluentes que as suas contrapartes de
Licenciatura e têm apresentado uma melhora no tempo, principalmente no último triênio
analisado.
5 - A atuação profissional dos graduados,
mestres e doutores em Biologia
Usando dados da amostra do Censo Demográfico 2010 sobre ocupação no trabalho
principal, conforme definido na metodologia, traçamos o perfil profissional dos que declararam
ter a Biologia como Área de maior formação (graduação6, mestrado ou doutorado).
Inicialmente, detectamos uma grande diversidade de categorias de ocupação no trabalho
6 Na base de dados do Censo Demográfico, não há diferenciação entre Bacharelado e Licenciatura.
65
principal, especialmente para os graduados, e uma categoria “Não aplicável”. O “Não
aplicável” foi usado pelo IBGE quando a pessoa não era economicamente ativa na semana
de referência: pessoa que não era ocupada e nem desocupada (sem trabalho, mas que estava
disponível para assumir um trabalho e que tomou alguma providência efetiva para conseguir
trabalho) (IBGE, 2012, p.35). A categoria “Não aplicável” inclui as pessoas que não estão
trabalhando nem procurando trabalho. Também são computados nessa categoria os
aposentados e os estudantes.
Foram criadas as categorias “Outras – Ensino Superior”, “Outras – Ensino Médio” e “Outras
– Sem Escolaridade Definida” para os diversos tipos de ocupação no trabalho principal que
não exigem formação em Biologia mas exigem, respectivamente, escolaridade de nível
superior, de nível médio ou não exigem uma escolaridade específica. Dentre os graduados,
havia um grande número de ocupações que classificamos como “Outras”, por exemplo, 3,60%
dos 182.385 biólogos graduados da amostra estavam atuando no comércio em 2010
(balconistas, vendedores, demonstradores, frentistas, etc.) e foram classificados em “Outras
– Sem Escolaridade Definida”. Em “Outras – Ensino Superior” havia, também, graduados com
ocupação no trabalho principal que exigem alguma outra formação de nível superior, por
exemplo, advogados ou juristas (0,22%) e engenheiros (0,42%), sugerindo uma dupla
graduação. Já em “Outras – Ensino Médio”, 3,66% e 3,13% dos biólogos graduados da
amostra estavam atuando, respectivamente, em secretarias e recepções, e em cargos
técnicos de nível médio.
O Censo Demográfico 2010 considera uma categoria de ocupações que exigem nível
superior e que têm alguma afinidade com a formação em Biologia, categoria denominada
“Biólogos, Botânicos, Zoólogos e Afins”. Além da própria Área de “Biólogos, Botânicos,
Zoólogos e Afins”, também foram levadas em conta grandes Áreas do mercado de trabalho:
“Área Militar”, “Área de Gestão em Serviços”, “Área Financeira/Atuarial”, “Área de Tecnologia
da Informação” e “Área de Educação”, essa congregando os que exercem atividades não
docentes em Instituições de Ensino. Por fim, decidiu-se não agrupar as categorias dos que
atuam diretamente na docência (“Professores de Formação Profissional”, “Professores do
Ensino Superior”, “Professores do Ensino Fundamental”, “Professores do Ensino Médio” e
“Professores do Ensino Pré-Escolar”), já que essas contêm a maioria dos biólogos que eram
economicamente ativos na semana de referência em 2010.
Os gráficos a seguir mostram que, proporcionalmente, em 2010 havia mais homens
(Gráfico 38) ocupados em atividades classificadas como “Outras – Sem Escolaridade
Definida” do que mulheres (Gráfico 39) e que essas estavam bem mais envolvidas com o
magistério ou outras atividades da Área educacional. Na Área de “Biólogos, Botânicos,
Zoólogos e Afins”, a participação de homens e mulheres é próxima, mas com homens tendo
maior representatividade, 10,58% e 9,08% respectivamente. Destaca-se que na “Área
Financeira/Atuarial”, a participação de graduados em Biologia dos dois sexos era semelhante,
mas que os homens estavam mais presentes na “Área Militar”. Chama atenção, ainda, que a
proporção de mulheres não economicamente ativas (categoria “Não aplicável”) é maior que a
66
dos homens, além de aumentar mais rapidamente com a idade, a partir do grupo etário 40-44
anos.
Gráfico 38 - Distribuição da ocupação no trabalho principal entre graduados do sexo masculino em Biologia segundo faixa etária – Censo Demográfico 2010 Fonte: BRASIL/IBGE, Censo Demográfico 2010
67
Gráfico 39 - Distribuição da ocupação no trabalho principal entre graduados do sexo feminino em Biologia segundo faixa etária – Censo Demográfico 2010 Fonte: BRASIL/IBGE, Censo Demográfico 2010
Diferentemente da distribuição ocupacional dos graduados (Gráfico 38 e Gráfico 39), no
Gráfico 40 e no Gráfico 41, a distribuição ocupacional de homens e mulheres com mestrado
em Biologia em 2010 é menos parecida. Para ambos os sexos, o magistério é a principal
ocupação, sendo que existem mais homens na docência do Ensino Superior do que mulheres,
essas mais presentes na Educação Básica (fundamental e médio). Talvez, por isso,
observam-se mais mulheres na categoria “Não aplicável” do que homens nas faixas de idade
mais elevadas, já que professores da Educação Básica se aposentam com 5 anos a menos
do que outros profissionais. Entre os jovens mestres até 29 anos, a proporção também
significativa de “Não aplicável” pode estar associada aos que seguem estudando para o
doutorado. As proporções de homens e mulheres com mestrado em Biologia, trabalhando em
ocupações de “Biólogos, Botânicos, Zoólogos e Afins”, são mais próximas entre si do que para
os simplesmente graduados. No caso do mestrado, porém, as mulheres têm
representatividade levemente maior, 10,53% contra aos 10,15% dos homens. Comparando-
se as demais Áreas agrupadas, observa-se que dentre os mestres havia mais homens na
“Área de Tecnologia da Informação” e mais mulheres na “Área Financeira/Atuarial”.
68
Gráfico 40 - Distribuição da ocupação no trabalho principal entre mestres do sexo masculino em Biologia segundo faixa etária – Censo Demográfico 2010 Fonte: BRASIL/IBGE, Censo Demográfico 2010
Gráfico 41 - Distribuição da ocupação no trabalho principal entre mestres do sexo feminino em Biologia segundo faixa etária – Censo Demográfico 2010 Fonte: BRASIL/IBGE, Censo Demográfico 2010
69
O Gráfico 42 e o Gráfico 43 mostram que os doutores em Biologia, homens ou mulheres,
eram majoritariamente professores, preferencialmente atuando no Ensino Superior. Assim
como nos casos anteriores, dentre os doutores, a proporção de homens trabalhando no
Ensino Superior era maior do que a de mulheres e a proporção de mulheres era maior nos
Ensinos Médio, Fundamental e Pré-Escolar. As mulheres doutoras estão mais presentes nas
Áreas de “Biólogos, Botânicos, Zoólogos e Afins” do que os homens, principalmente nas faixas
até 50 anos. Nota-se, ainda, que entre os doutores havia uma proporção menor de pessoas
atuando em atividades “Outras” ou na categoria “Não aplicável” do que dos mestres e
graduados.
Gráfico 42 - Distribuição da ocupação no trabalho principal entre doutores do sexo masculino em Biologia segundo faixa etária – Censo Demográfico 2010 Fonte: BRASIL/IBGE, Censo Demográfico 2010
70
Gráfico 43 - Distribuição da ocupação no trabalho principal entre doutores do sexo feminino em Biologia segundo faixa etária – Censo Demográfico 2010 Fonte: BRASIL/IBGE, Censo Demográfico 2010
A Tabela 13 apresenta a distribuição percentual dos biólogos por maior escolaridade
concluída e sexo, segundo Áreas de Ocupação. Constata-se que quase 25% dos graduados
em Biologia encontravam-se no mercado de trabalho em ocupações que não exigem
escolaridade ou que não possuem escolaridade definida. Em segundo lugar, com 17,25%,
aparecem os que não estão ocupados (categoria denominada “Não aplicável”), enquanto
17,16% são professores, a maior parte do Ensino Médio (8,25%) e do Ensino Fundamental
(6,88%). Outros 13,73% encontravam-se em ocupações de nível médio e 10,58%
trabalhavam como “Biólogos, Botânicos, Zoólogos e Afins”. Verifica-se que, de fato, dentre os
que exercem a docência, a categoria “Professores do Ensino Superior” abriga a maior parcela
dos ocupados que realizaram Doutorado: 42,94% e 35,19%, respectivamente, para os
homens e as mulheres. Interessante observar que o segundo percentual mais significativo se
situa na Área dos que trabalham em “Outras - Sem escolaridade definida”: 15,25% e 15,13%,
respectivamente, para homens e mulheres que fizeram o mestrado, e 13,00% e 13,85%,
respectivamente, para os que realizaram o doutorado. No caso dos que exercem atividades
consideradas na categoria “Biólogos, Botânicos, Zoólogos e Afins”, percebe-se que entre as
mulheres, o percentual daquelas que fizeram mestrado e doutorado é mais significativo do
que para os homens.
71
Tabela 13 – Distribuição percentual dos Biólogos por maior escolaridade concluída
e sexo, segundo Áreas de Ocupação – Censo Demográfico 2010 – Brasil
Áreas de Ocupação
Masculino Feminino
Gra
du
ação
Me
stra
do
Do
uto
rad
o
Gra
du
ação
Me
stra
do
Do
uto
rad
o
Professores de Formação Profissional 0,30% 0,49% 0,00% 0,10% 0,28% 0,68% Professores do Ensino Superior 1,73% 11,20% 42,94% 1,19% 9,45% 35,19% Professores do Ensino Fundamental 6,88% 5,14% 2,84% 13,32% 6,66% 2,92% Professores do Ensino Médio 8,25% 8,52% 2,07% 8,37% 8,90% 6,22% Professores do Ensino Pré-Escolar 1,17% 1,85% 0,94% 2,78% 1,91% 1,61% Área de Educação 1,57% 1,59% 0,33% 1,98% 1,01% 0,80% Área de Tecnologia da Informação 0,24% 0,99% 0,00% 0,23% 0,18% 0,08% Área Financeira/Atuarial 1,58% 0,32% 0,35% 1,38% 0,69% 0,32% Área de Gestão em Serviços 1,89% 1,30% 0,41% 1,23% 0,35% 0,33% Área Militar 1,38% 0,83% 0,86% 0,09% 0,00% 0,35% Biólogos, Botânicos, Zoólogos e Afins 10,58% 10,15% 7,50% 9,08% 10,74% 8,45% Diretores e Gerentes (exceto Área de educação, serviços e financeira)
3,70% 3,09% 2,42% 2,52% 2,39% 1,52%
Outras - Ensino Superior 5,05% 11,09% 9,07% 3,52% 8,19% 7,45% Outras – Ensino Médio 13,73% 7,20% 3,00% 13,70% 7,03% 3,12% Outras – Sem Escolaridade Definida 24,71% 15,25% 13,00% 16,19% 15,13% 13,85% Não aplicável 17,25% 21,00% 14,27% 24,30% 27,09% 16,24% Total 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%
Fonte: BRASIL/IBGE, Censo Demográfico 2010
O Gráfico 44 e o Gráfico 45 apresentam a distribuição das ocupações de homens e
mulheres formados em Biologia por grupos ocupacionais segundo níveis de escolaridade.
Nota-se que “Professores do Ensino Superior” é a ocupação que concentra os maiores
percentuais relativos de pós-graduados com mestrado ou doutorado, tanto entre os homens
como entre as mulheres. A “Área de Tecnologia da Informação” para os homens é a que
apresenta, a seguir, o percentual mais elevado de ocupados com mestrado. A categoria que
congrega outras ocupações que exigem escolaridade de nível superior (“Outras – Ensino
Superior”) também congregou, relativamente, percentagem significativa de pós-graduados,
tanto com mestrado quanto com doutorado, tanto entre os homens como entre as mulheres.
72
Gráfico 44 - Distribuição das ocupações dos homens formados em Biologia por categorias de trabalho principal segundo nível de escolaridade – Censo Demográfico 2010 Fonte: BRASIL/IBGE, Censo Demográfico 2010
Gráfico 45 - Distribuição das ocupações das mulheres formadas em Biologia por categorias de trabalho principal segundo nível de escolaridade – Censo Demográfico 2010 Fonte: BRASIL/IBGE, Censo Demográfico 2010
73
6 - Rendimento Médio dos formados em
Biologia ocupados por categorias
A Tabela 14 e o Gráfico 46 apresentam o rendimento médio dos graduados em Biologia
por Áreas de Ocupação e sexo. Entre os homens, o rendimento médio mais elevado foi
encontrado nas seguintes categorias: “Área de Tecnologia da Informação”, seguida das
ocupações da “Área de Gestão em Serviços”, “Área Financeira/Atuarial” e de “Professores do
Ensino Superior”. Já, entre as mulheres, os rendimentos médios mais elevados das
graduadas em Biologia foram registrados nas ocupações da “Área de Gestão em Serviços”
seguida das ocupações de “Diretores e Gerentes (exceto os que exercem direção e/ou
gerência em Educação, Serviços e Financeira) ”.
Interessante observar que todas as categorias do magistério, com exceção apenas dos
“Professores do Ensino Superior”, apresentam rendimentos inferiores à média total dos
ocupados. Já os que possuem ocupações classificadas na categoria “Biólogos, Botânicos,
Zoólogos e Afins”, apresentam rendimento acima da média total. Esse comportamento
acontece tanto entre os homens como entre as mulheres.
Nota-se que as diferenças de remuneração entre homens e mulheres estão presentes em
todas as categorias de ocupação. Na média, as mulheres graduadas em Biologia recebem
70% dos rendimentos dos homens graduados em uma mesma ocupação. A categoria de
“Área de Gestão em Serviços” é a única em que as mulheres alcançaram rendimentos mais
elevados que os dos homens. As menores diferenças podem ser encontradas nas categorias
de Professores dos diferentes níveis de ensino, “Área de Educação” e “Área Militar”, enquanto
as maiores diferenças foram percebidas nas ocupações classificadas na categoria de “Área
de Tecnologia da Informação”, justamente aquela na qual os homens obtiveram os maiores
rendimentos. Graduados em Biologia que exercem ocupação de “Biólogos, Botânicos,
Zoólogos e Afins” apresentam diferença (24%) entre homens e mulheres menor que a média
(30%).
74
Tabela 14 - Rendimento Médio dos Graduados em Biologia por categoria de
ocupação e sexo – Censo Demográfico 2010
Áreas de Ocupação Masculino Feminino Renda
Fem/Masc (%) População Renda Média População Renda Média
Professores de Formação Profissional 153 R$ 1.904,12 137 R$ 1.860,00 97,68 Professores do Ensino Superior 886 R$ 4.089,16 1.556 R$ 2.911,81 71,21 Professores do Ensino Fundamental 3.535 R$ 1.660,83 17.458 R$ 1.527,86 91,99 Professores do Ensino Médio 4.236 R$ 1.847,84 10.971 R$ 1.712,97 92,70 Professores do Ensino Pré-Escolar 600 R$ 1.780,48 3.647 R$ 1.516,28 85,16 Área de Educação 804 R$ 2.397,86 2.590 R$ 2.009,93 83,82 Área de Tecnologia da Informação 123 R$ 4.820,18 307 R$ 1.549,92 32,15 Área Financeira/Atuarial 811 R$ 4.238,78 1.811 R$ 2.775,68 65,48 Área de Gestão em Serviços 969 R$ 3.146,50 1.607 R$ 3.999,43 127,11 Área Militar 708 R$ 2.800,83 115 R$ 2.395,49 85,53 Biólogos, Botânicos, Zoólogos e Afins 5.431 R$ 3.057,78 11.904 R$ 2.330,22 76,21 Diretores e Gerentes (exceto Área de educação, serviços e financeira)
1.902 R$ 4.587,23 3.307 R$ 3.272,24 71,33
Outras - Ensino Superior 2.591 R$ 3.670,26 4.611 R$ 2.415,25 65,81 Outras – Ensino Médio 7.052 R$ 2.479,98 17.953 R$ 1.492,58 60,19 Outras – Sem Escolaridade Definida 12.689 R$ 2.373,46 21.219 R$ 1.682,87 70,90 Total 42.490 R$ 2.638,70 99.193 R$ 1.869,03 70,83
Fonte: BRASIL/IBGE, Censo Demográfico 2010
Gráfico 46 - Rendimento Médio dos Graduados em Biologia por categoria de ocupação e sexo – Censo Demográfico 2010 Fonte: BRASIL/IBGE, Censo Demográfico 2010
A Tabela 15 apresenta a razão do rendimento dos graduados em Biologia para cada Área
de Ocupação e do rendimento médio do agregado de todas as categorias. Valores acima de
100% indicam que aquela categoria de ocupação apresenta um rendimento acima da média
75
do agregado; valores abaixo, indicam a situação oposta: rendimentos mais baixos. Os que
trabalham na Área de Ensino, exceto como “Professores do Ensino Superior”, receberam
menos que a média. O mesmo acontece para “Outras – Ensino Médio” ou “Outras - Sem
Escolaridade Definida”, com os homens que trabalham na “Área de Educação” e as mulheres
que trabalham na “Área de Tecnologia da Informação”. Todos os demais apresentaram
rendimentos acima da média do agregado. Comparando os rendimentos dos graduados em
Biologia que estão inseridos no mercado de trabalho como “Biólogos, Botânicos, Zoólogos e
Afins” com os daqueles que estão inseridos em outras ocupações diferentes, percebe-se que
os salários desses, ainda que sejam mais altos do que a média do agregado, são mais
elevados apenas que os daqueles que estão inseridos em ocupações de Ensino/Educação
(exceto como “Professores do Ensino Superior”) ou “Outras - Ensino Médio” e “Outras - Sem
Escolaridade Definida”. Entre as mulheres, além dessas Áreas, o rendimento das biólogas
também é mais elevado que o daquelas que trabalham na “Área de Tecnologia da
Informação”. E entre os homens, os biólogos também possuem rendimentos mais elevados
que os que estão em ocupações da “Área Militar”.
Tabela 15 – Razão entre os Rendimentos dos Graduados em Biologia segundo
categorias de Ocupação e a média do agregado por sexo– Censo Demográfico 2010
Áreas de Ocupação Masculino Feminino
Professores de Formação Profissional 72,16 99,52 Professores do Ensino Superior 154,97 155,79 Professores do Ensino Fundamental 62,94 81,75 Professores do Ensino Médio 70,03 91,65 Professores do Ensino Pré-Escolar 67,48 81,13 Área de Educação 90,87 107,54 Área de Tecnologia da Informação 182,67 82,93 Área Financeira/Atuarial 160,64 148,51 Área de Gestão em Serviços 119,24 213,98 Área Militar 106,14 128,17 Biólogos, Botânicos, Zoólogos e Afins 115,88 124,68 Diretores e Gerentes (exceto Área de educação, serviços e financeira) 173,84 175,08 Outras - Ensino Superior 139,09 129,22 Outras – Ensino Médio 93,98 79,86 Outras – Sem Escolaridade Definida 89,95 90,04 Total 100,00 100,00
Fonte: BRASIL/IBGE, Censo Demográfico 2010
A Tabela 16 e o Gráfico 47 apresentam o rendimento médio dos ocupados que possuem
Mestrado em Biologia por Área de Ocupação e sexo. Constata-se que entre os homens os
rendimentos mais elevados podem ser encontrados entre aqueles ocupados na “Área de
Gestão em Serviços”, categoria que apresenta uma das maiores diferenças encontradas em
relação ao rendimento percebido pelas mulheres nas mesmas atividades e com a mesma
escolaridade. Concentrando a análise nas categorias de maior representatividade (categorias
ligadas ao magistério e “Biólogos, Botânicos, Zoólogos e Afins”) na comparação com a média
do agregado observa-se que tanto os homens, “Professores de Formação Profissional”,
“Biólogos, Botânicos, Zoólogos e Afins” e “Outras – Ensino Superior” quanto as mulheres, das
76
mesmas categorias ocupacionais acrescidas de “Professores do Ensino Superior” e de
“Outras - Ensino Médio” recebem acima da média. Verifica-se que os rendimentos são mais
elevados, no caso dos homens, entre os “Outras – Ensino Superior” e entre os que atuam na
“Área de Gestão em Serviços”, que recebem em média, mais que o dobro das mulheres na
mesma situação.
O diferencial de remuneração entre os Biólogos, homens e mulheres, que possuem
mestrado varia de acordo com as categorias ocupacionais, mais do que no caso daqueles
que só possuem graduação, analisados anteriormente. Em três categorias ocupacionais, as
mulheres com mestrado possuem rendimentos bem próximos e até um pouco mais elevados
que os homens: “Área de Tecnologia da Informação”, “Diretores e Gerentes (exceto Área de
educação, serviços e financeira” e “Outras – Ensino Médio”, ocupações que exigem apenas
escolaridade de nível médio. Para os que possuem mestrado, o percentual da razão dos
rendimentos Mulheres/Homens na “Área de Gestão em Serviços” é muito diferente do que
acontece no caso dos graduados. No caso anterior, a média dos rendimentos das mulheres
supera a dos homens (Percentual = 127%) e para os que possuem mestrado e atuam na
“Área de Gestão em Serviços”, o diferencial entre homens e mulheres se inverte, com
mulheres recebendo, em média, apenas 27% do que recebem os homens. Os diferenciais
entre homens e mulheres com mestrado que trabalham em atividades classificadas na
categoria “Biólogos, Botânicos, Zoólogos e Afins” são maiores que a média do agregado.
Tabela 16 - Rendimento Médio dos Ocupados que possuem Mestrado em Biologia
por grupos de ocupação e sexo – Censo Demográfico 2010 - Brasil
Áreas de Ocupação Masculino Feminino Renda
Fem/Masc (%) População Renda Média População Renda Média
Professores de Formação Profissional 41 R$ 6.349,64 40 R$ 3.505,00 55,20 Professores do Ensino Superior 932 R$ 4.353,10 1362 R$ 3.779,15 86,82 Professores do Ensino Fundamental 428 R$ 2.591,91 961 R$ 1.994,23 76,94 Professores do Ensino Médio 709 R$ 2.607,95 1284 R$ 2.216,63 85,00 Professores do Ensino Pré-Escolar 154 R$ 2.750,79 275 R$ 1.985,73 72,19 Área de Educação 132 R$ 4.925,91 146 R$ 2.687,67 54,56 Área de Tecnologia da Informação 82 R$ 5.936,59 26 R$ 6.000,00 101,07 Área Financeira/Atuarial 27 R$ 3.129,63 99 R$ 1.606,77 51,34 Área de Gestão em Serviços 108 R$ 8.215,08 50 R$ 2.259,02 27,50 Área Militar 69 R$ 4.072,38 0 R$ 0,00 - Biólogos, Botânicos, Zoólogos e Afins 845 R$ 5.497,39 1.549 R$ 3.430,93 62,41 Diretores e Gerentes (exceto Área de educação, serviços e financeira)
257 R$ 4.815,17 344 R$ 5.281,96 109,69
Outras - Ensino Superior 923 R$ 7.593,48 1.181 R$ 3.641,08 47,95 Outras – Ensino Médio 599 R$ 3.144,92 1.014 R$ 3.408,57 108,38 Outras – Sem Escolaridade Definida 1.269 R$ 3.734,43 2.182 R$ 2.329,34 62,37 Total 6.575 R$ 4.502,44 10.513 R$ 2.985,54 66,31
Fonte: BRASIL/IBGE, Censo Demográfico 2010
77
Gráfico 47 - Rendimento Médio dos Mestres em Biologia por grupos de ocupação e sexo – Censo Demográfico 2010 Fonte: BRASIL/IBGE, Censo Demográfico 2010
A Tabela 17 e o Gráfico 48 apresentam os mesmos dados para os Biólogos que concluíram
o doutorado. Nota-se que, ainda que um percentual mais expressivo de mulheres do que de
homens tenham alcançado esse patamar de escolaridade trabalhando em ocupações
classificadas como de “Biólogos, Botânicos, Zoólogos e Afins”, os homens recebem mais do
que o dobro do rendimento médio delas na mesma categoria. O rendimento deles também é
bem maior do que o da média total masculina, enquanto o rendimento delas é menor do que
a da média total feminina. Nas categorias ligadas ao magistério, que reúne mais da metade
dos ocupados com doutorado, as mulheres recebem cerca de 80% do rendimento dos
homens, caso também das ocupações classificadas como outras que exigem escolaridade de
nível médio (“Outras – Ensino Médio”) e daquelas sem escolaridade definida (Outras – Sem
Escolaridade Definida”). No caso de “Outras – Ensino Superior”, outras ocupações que
exigem escolaridade de nível superior, as mulheres alcançam pouco mais da metade dos
rendimentos dos homens, enquanto como “Professores do Ensino Médio” acima de 1/3.
78
Tabela 17 - Rendimento Médio dos Ocupados que possuem Doutorado em Biologia
por grupos de ocupação e sexo – Censo Demográfico 2010 - Brasil
Áreas de Ocupação Masculino Feminino Renda
Fem/Masc (%)
População Renda Média População Renda Média
Professores de Formação Profissional 0 R$ 0,00 65 R$ 4.966,15 - Professores do Ensino Superior 2735 R$ 7.829,25 3341 R$ 6.524,62 83,34 Professores do Ensino Fundamental 181 R$ 6.794,16 277 R$ 4.468,08 65,76 Professores do Ensino Médio 132 R$ 3.332,90 591 R$ 4.548,48 136,47 Professores do Ensino Pré-Escolar 60 R$ 7.519,10 153 R$ 3.786,76 50,36 Área de Educação 21 R$ 6.595,24 106 R$ 3.921,90 59,47 Área de Tecnologia da Informação 0 R$ 0,00 13 R$ 10.500,00 - Área Financeira/Atuarial 22 R$ 7.000,00 29 R$ 1.904,83 27,21 Área de Gestão em Serviços 26 R$ 4.253,85 26 R$ 3.273,08 76,94 Área Militar 55 R$ 8.699,93 0 R$ 0,00 0,00 Biólogos, Botânicos, Zoólogos e Afins 478 R$ 10.366,01 862 R$ 4.976,73 48,01 Diretores e Gerentes (exceto Área de educação, serviços e financeira)
154 R$ 9.999,30 87 R$ 5.954,02 59,54
Outras - Ensino Superior 578 R$ 10.734,92 604 R$ 6.077,71 56,62 Outras – Ensino Médio 191 R$ 5.511,35 304 R$ 4.535,63 82,30 Outras – Sem Escolaridade Definida 828 R$ 5.299,63 1.370 R$ 4.694,70 88,59 Total 5.461 R$ 7.792,68 7.828 R$ 5.570,87 71,49
Fonte: BRASIL/IBGE, Censo Demográfico 2010
Gráfico 48 - Rendimento Médio dos Doutores em Biologia por grupos de ocupação e sexo – Censo Demográfico 2010 Fonte: BRASIL/IBGE, Censo Demográfico 2010
O Gráfico 49 apresenta o Rendimento Médio dos formados em Biologia por maior
escolaridade concluída e sexo, segundo Áreas de Ocupação e a Tabela 18, os diferenciais de
rendimento entre os níveis de escolaridade (Graduação/Mestrado/Doutorado). Analisando os
79
diferenciais de rendimento entre os ocupados que possuem graduação, mestrado e
doutorado, percebe-se que, para a maior parte das categorias, os rendimentos aumentam
junto com o nível de escolaridade. Ou seja, em linhas gerais, aqueles que obtêm o mestrado
possuem rendimentos mais elevados do que os que possuem apenas a graduação, assim
como os que têm doutorado recebem mais do que os que têm apenas o mestrado. As
exceções ocorrem na categoria “Área Financeira/Atuarial” para o mestrado em relação à
graduação, tanto para homens quanto para mulheres, e na categoria “Área de Gestão em
Serviços”, no caso dos homens para a diferença entre mestrado e doutorado e para as
mulheres entre a graduação e o mestrado. No agregado, em média, graduados receberam
pouco mais de 60% do rendimento médio daqueles que possuíam mestrado e estes cerca de
50% do rendimento médio dos que possuíam o doutorado, em ocupações da mesma
categoria.
Tabela 18 – Razão entre os rendimentos dos níveis de escolaridade
(Graduação/Mestrado/Doutorado) dos formados em Biologia por sexo segundo
Áreas de Ocupação – Censo Demográfico 2010
Áreas de Ocupação Masculino Feminino
% Grad/Mest % Mest/Dout % Grad/Mest % Mest/Dout
Professores de Formação Profissional 29,99 - 53,07 70,58 Professores do Ensino Superior 93,94 55,60 77,05 57,92 Professores do Ensino Fundamental 64,08 38,15 76,61 44,63 Professores do Ensino Médio 70,85 78,25 77,28 48,73 Professores do Ensino Pré-Escolar 64,73 36,58 76,36 52,44 Área de Educação 48,68 74,69 74,78 68,53 Área de Tecnologia da Informação 81,19 - 25,83 57,14 Área Financeira/Atuarial 135,44 44,71 172,75 84,35 Área de Gestão em Serviços 38,30 193,12 177,04 69,02 Área Militar 68,78 46,81 - - Biólogos, Botânicos, Zoólogos e Afins 55,62 53,03 67,92 68,94 Diretores e Gerentes (exceto Área de educação, serviços e financeira)
95,27 48,16 61,95 88,71
Outras - Ensino Superior 48,33 70,74 66,33 59,91 Outras – Ensino Médio 78,86 57,06 43,79 75,15 Outras – Sem Escolaridade Definida 63,56 70,47 72,25 49,62 Total 58,61 57,78 62,60 53,59
Fonte: BRASIL/IBGE, Censo Demográfico 2010
80
Gráfico 49 - Rendimento Médio dos formados em Biologia por maior escolaridade concluída e sexo, segundo Áreas de Ocupação – Censo Demográfico 2010 Fonte: BRASIL/IBGE, Censo Demográfico 2010
7 - Considerações Finais
Dentro do limite deste Relatório, trazemos um diagnóstico da evolução da oferta de cursos
superiores de Biologia, presenciais e a distância, do perfil socioeconômico dos concluintes do
Bacharelado e da Licenciatura e da colocação dos biólogos, participantes da amostra do
Censo Demográfico 2010, no mercado de trabalho (nesse caso, sem diferenciação entre
Licenciatura ou Bacharelado). Acreditamos que diagnósticos, como o aqui apresentado,
podem contribuir para reflexões sobre políticas públicas associadas à oferta de cursos de
graduação. Para os estudos na área de currículo, é preciso considerar o contexto social e
cultural no qual um sistema educacional está inserido, e os grupos sociais que dele se utilizam
(SILVA, 1999). Esse diagnóstico pode também contribuir para a definição do perfil do
profissional que se deseja formar, o que impacta outras definições curriculares. Segundo
Sacristán (2000), o currículo se configura como “um território político” e constitui-se, também,
num ponto central de referência na melhora da qualidade do ensino, na mudança das
condições da prática, no aperfeiçoamento dos professores, na renovação da instituição
escolar em geral e nos projetos de inovação dos centros escolares (idem, p. 32).
Conclui-se que, na rede pública, a expansão na oferta de cursos de Biologia tem sido
acompanhada por uma expansão do número total de matrículas e de concluintes. Já na rede
privada, apesar de um permanente aumento na oferta de cursos, a partir de 2007, o número
81
de matrículas vem caindo e, a partir de 2009, começa a diminuir também o número de
concluintes. Licenciatura e Bacharelado têm seguido trajetórias diferenciadas. Parte dessa
diferenciação está ligada às perspectivas futuras dos licenciados e bacharéis. Observou-se
que o aumento da oferta de cursos não foi acompanhado pela procura de formação na Área,
resultando numa baixa razão entre o número de matrículas e de concluintes no período
analisado.
Observa-se que o número de cursos de presenciais de Bacharelado em Biologia cresceu
152,9% em doze anos, indo de um total de 138 cursos em 2000 a 349 em 2012. Na rede
pública, os números correspondentes foram 135,8%, 67 e 158, e na rede privada, 169,0%, 71
e 191. Cursos a distância estão circunscritos a um triênio (2002/04) e a um biênio (2008/09),
só em instituições públicas e com valores bem incipientes. Cursos em instituições públicas
crescem, grosso modo, até 2008, e apresentam uma descontinuidade com um salto para cima
em 2009, com um retorno ao nível e tendência anteriores em 2010. Já os cursos em
instituições privadas apresentam crescimento até 2008, decréscimo a partir daí e uma
retomada do crescimento em 2010.
Com respeito ao número de cursos de Licenciatura presenciais em Biologia, este cresceu
cerca de 313% em doze anos, ou seja, quase 13% a.a., indo de um total de 158 cursos em
2000 a 653 em 2012. Essa expansão não se deu de forma igual para as redes pública e
privada, no período, a quantidade de cursos da rede pública aumentou em 344,3%, com a
maior taxa de crescimento de 2009 para 2010. Já na rede privada, o aumento do número de
cursos foi de 282,2%, mas esse quantitativo apresenta um pequeno decréscimo depois de
atingir o máximo de 307 cursos em 2011. O primeiro curso de Licenciatura em Biologia a
distância foi criado em 2002 numa IES Pública chegando a um total de 54 cursos em 2012,
sendo 44 em IES Públicas.
Comparando-se Bacharelado e Licenciatura, observa-se que os cursos a distância estão
concentrados na Licenciatura. Constatou-se, também, que a ampliação da autorização de
cursos na modalidade a distância foi significativa na Área e causou impacto na ampliação da
formação de professores de Biologia.
Sem poder fazer uma diferenciação entre bacharéis e licenciados nos dados do Censo
2010, vimos que a ocupação no trabalho principal mais recorrente é o magistério,
principalmente para os do sexo feminino, alterando-se o nível de ensino onde atuam,
conforme aumenta seu grau de formação. Assim, supõe-se que muitos dos bacharéis também
atuam como professores, possivelmente no Ensino Superior. Se por um lado os bacharéis
são formados para atuar na pesquisa, por outro, numa visão mais atual do campo da
Educação, qualquer professor deveria ter formação para adotar uma postura investigativa,
sendo pesquisador da própria prática. Ao mesmo tempo, se o bacharel acaba atuando como
professor, seguindo para a carreira de Ensino Superior, seria preciso incorporar à sua
formação competências ligadas à formação do professor.
Com respeito aos rendimentos, observa-se que todas as categorias do magistério, com
exceção apenas dos “Professores do Ensino Superior”, apresentam rendimentos inferiores à
média total dos ocupados. Já os que possuem ocupações classificadas na categoria
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“Biólogos, Botânicos, Zoólogos e Afins” apresentam rendimento acima da média total. Esse
comportamento acontece tanto entre os homens como entre as mulheres. Além disso, nota-
se que o hiato de gênero na remuneração está presente em todas as categorias de ocupação.
Na média, em uma mesma ocupação, as mulheres graduadas em Biologia recebem 70% dos
rendimentos dos homens graduados. Observou-se, ainda, que são muitos aqueles que não
exercem atividades afins com a formação obtida, e os que atuam em profissões típicas de
nível médio, indicando a situação de subemprego para uma parcela dos Biólogos.
Comparando os rendimentos dos graduados em Biologia que estão inseridos no mercado
de trabalho como “Biólogos, Botânicos, Zoólogos e Afins” com os daqueles que estão
inseridos em outras ocupações diferentes, percebe-se que os salários desses, ainda que
sejam mais altos do que a média do agregado, são mais elevados apenas que os daqueles
que estão inseridos em ocupações de Ensino/Educação (exceto como “Professores do Ensino
Superior”) ou “Outras - Ensino Médio” e “Outras - Sem Escolaridade Definida”.
Os concluintes da Área de Biologia possuem, em média, menor afluência socioeconômica
dentre aqueles das Áreas avaliadas pelo ENADE como visto em Beltrão & Mandarino (2014a).
Além disso, os graduados em Licenciatura são ainda menos afluentes do que os dos cursos
de Bacharelado em Biologia, este com valores ligeiramente acima da média de todos os
graduandos. De alguma forma, os alunos parecem diferenciar entre as escolhas de
Bacharelado e Licenciatura, já que os perfis socioeconômicos dos graduados mostram um
hiato que está se alargando: bacharéis estão tipicamente se tornando mais afluentes
socioeconomicamente, ao passo que licenciados, em média, estão se tornando mais pobres.
Concomitante com esse movimento temporal de aumento da afluência socioeconômica e
diminuição da autonomia financeira, os alunos de Bacharelado passaram a apresentar um
perfil etário mais jovem, na contramão da inclusão universitária que passou a incorporar
contingentes mais velhos. Esse foi o caso dos alunos de Licenciatura, com um perfil etário
mais velho com o passar do tempo.
Por fim, o diagnóstico do perfil socioeconômico dos concluintes aponta para a necessidade
de o projeto pedagógico da formação profissional, que deve ser elaborado pelos cursos de
Biologia (Resolução CNE/CES, nº 7 de 2002), garantir condições para que as competências
e habilidades previstas nas Diretrizes Curriculares Nacionais sejam desenvolvidas de forma
equânime por todos os alunos, independente das condições socioeconômicas prévias.
8 - Agradecimentos
Agradecemos aos estagiários Fernando José de Paula Rocha, Jose Leonardo Maia Pereira
e Vitor Cardoso da Gama, estagiários da Fundação Cesgranrio e alunos da ENCE (Escola
Nacional de Estatística) do IBGE, pela contribuição no tratamento das bases de dados e
interlocução nas discussões para análise dos resultados.
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9 - Referências
BELTRÃO, Kaizô; MANDARINO, Mônica C. F. Escolha de carreiras em função do nível
socioeconômico: Enade 2004 a 2012. Rio de Janeiro: Fundação Cesgranrio, 2014a.
BELTRÃO, Kaizô; MANDARINO, Mônica C. F. Evidências do Enade – mudanças no
perfil do matemático graduado. Rio de Janeiro: Revista Ensaio: Avaliação e Políticas
Públicas em Educação, v.22, n.84, p. 733-753, jul/set. 2014b.
BRASIL, CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Parecer CNE/CES n. 1301/2001.
Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Biologia, Bacharelado e Licenciatura.
Distrito Federal, 2001.
BRASIL, CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Resolução CNE/CES, n. 7/2002.
Institui Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Biologia. Distrito
Federal, 2002.
BRASIL. DECRETO Nº 5.803, 8 de junho de 2006. Dispõe sobre o Observatório da
Educação, e dá outras providências. Disponível em:
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fev. 2013.
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