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CURSO ON-LINE NOES DE MICROECONOMIA EM EXERCCIOSAGENTE DA POLCIA FEDERAL
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA TRS
Ol, Pessoal!
E a, como esto os estudos? Tudo tranquilo? Espero que sim. Por
oportuno gostaria lembrar a vocs que estou disposio por meio do frum
de dvidas.
Nesta aula trs abordaremos os seguintes itens do contedo
programtico:
Impostos, tarifas, subsdios, eficincia econmica e distribuio da renda
parte 2. Quotas e preos mximos e mnimos.
Nesta aula, apresentaremos teorias e questes relacionadas aos
impactos de impostos, tarifas, subsdios, alm de quotas e preos mximos e
mnimos sobre a atividade econmica. Com relao incidncia da tributao
sobre consumidores e produtores, todas as questes cobradas em prova pelo
CESPE versam sobre os dois principais mercados estudos na economia:
concorrencial e monoplio.
Por fim, cabe destacar que previamente resoluo de qualquer
questo, apresentarei a vocs alguns conceitos fundamentais associados
chamada oferta e demanda por bens e servios.
Vamos em frente!
Um grande abrao,
Mariotti
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Pontos do Contedo Programtico: Impostos, tarifas, subsdios,
eficincia econmica e distribuio da renda parte 2
Incidncia Tributria
A anlise dos impactos da tributao sobre consumidores e produtores
pode ser evidenciada por meio da ferramenta microeconmica utilizada para
demonstrar a reao destes as variaes nos preos dos bens e servios.
Trata-se, pois, da relao existente entre oferta e demanda. Vejamos os
principais conceitos que embasam esta anlise.
Curva de Demanda Funo Demanda
A demanda, ou tambm chamada de procura, pode ser definida como
as vrias quantidades de um determinado bem ou servio que os
consumidores esto dispostos e aptos a adquirir, em funo dos vrios
nveis de preos possveis, em determinado perodo de tempo. Ou seja, a
demanda a correlao entre as diversas quantidades procuradas de um
bem, com os diversos nveis de preos apresentados.
A demanda dependente de uma srie de variveis, dentre as quais o
preo do bem X (PX), a renda dos consumidores (R), o preo dos outros
bens (PY), assim como os gostos dos consumidores (G).
DX = f (PX, R, PY, G), sendo a demanda dada em funo dos
parmetros anteriores.
A Lei da Demanda1diz que h uma correlao inversa entre preos e
quantidades demandadas, coeteris paribus (expresso latina que significa
tudo o mais constante, como a renda do consumidor, os preos de outros
bens e as preferncias dos consumidores). Quanto maior for o preo, menor
1No se trata de uma lei em sentido explcito, mas sim se uma mxima da economia.
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ser a quantidade demandada do bem que o consumidor estar disposto a
adquirir e vice-versa.
Perceba o grfico que se segue:
Sendo assim, corroboramos a informao de que existe uma relao
inversa entre o preo e quantidade demandada, o que nos leva a
interpretar, conforme o grfico acima, que a curva apresenta uma
declividade (inclinao) negativa.
A curva de demanda negativamente inclinada devido ao efeito
conjunto de trs fatores: o efeito substituio, o efeito renda e a utilidade
marginal do produto:
Efeito substituio: se um bem X possui um substituto Y, ou seja,
outro bem similar que satisfaa a mesma necessidade, quando seu preo
aumenta, coeteris paribus, o consumidor passa a adquirir o bem substituto Y,
reduzindo assim a demanda pelo bem X. Exemplo: se o preo do fsforo subir
demasiadamente, os consumidores passam a consumir isqueiro, reduzindo a
demanda por fsforo;
Efeito renda: quando aumenta o preo de um bem, tudo o mais
constante (renda do consumidor e preos de outros bens constantes), o
consumidor perde poder aquisitivo e a demanda pelo produto cai;
P
Q
10
5
20 40
A
B
Quanto maior o preo,menor a quantidadedemandada (coeterisparibus).
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Utilidade Marginal: quanto maior a quantidade de um produto que o
consumidor pode adquirir, menor ser a utilidade ou satisfao adicional
(marginal) com cada unidade adicional consumida, o que o levar a reduzir a
quantidade demandada do bem. Exemplo: o primeiro copo de gua, para quemest com muita sede, proporciona uma certa satisfao (utilidade); o segundo
copo proporcionar uma satisfao adicional, mas com uma utilidade marginal
inferior ao primeiro copo e assim sucessivamente. Pense se isso no
verdadeiro?!
Curva de Demanda: Deslocamento da curva e ao longo da curva -
distino entre demanda e quantidade demandada
Embora tais termos tendam a serem utilizados como sinnimos, estes
possuem interpretaes diferentes. Por demanda entendemos toda a escala
ou curva que relaciona os diferentes preos e quantidades dos bens
transacionados na economia. Por quantidade demandada devemos entender
um ponto da curva que relaciona o preo e a quantidade demandada de umdeterminado bem.
No grfico a seguir, a curva de demanda esta indicada pela letra D,
sendo que a quantidade demandada Q0 relacionada ao preo P0. Caso o
preo aumentasse para P1, haveria uma diminuio na quantidade
demandada e no na demanda. Ou seja, as alteraes da quantidade
demandada ocorrem ao longo da mesma curva de demanda.
P
Q
P0
Q0 Q1
D
P1
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No grfico abaixo a curva da demanda inicial est indicada por D 0.
Caso ocorresse um aumento na renda dos consumidores, coeteris paribus,
a demanda ir se deslocar para a direita D1, indicando que o consumidorestaria disposto a adquirir maiores quantidades de bens e servios.
Verificamos que movimentos da quantidade demandada ocorrem
ao longo da mesma curva de demanda (D0), devido somente a mudanas
no preo do bem. Quando a curva de demanda se desloca (devido a
variaes da renda ou de outras variveis, que no o preo do bem),temos um deslocamento da demanda (e no da quantidade
demandada).
Curva de Oferta - Funo de Oferta
Pode-se conceituar a curva de oferta como as vrias quantidades de
bens e servios que produtores esto dispostos a oferecer no mercado aos
mais variados nveis de preos. Ao contrrio da funo demanda, a funo
oferta representa a correlao positiva (direta) entre quantidade ofertada e
nvel de preos.
P
Q
P0
Q1 Q0
D0
P1
D1
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Distino entre oferta e quantidade ofertada
A oferta representa o total de bens e servios oferecidos por
determinada empresa. Esta mesma oferta dependente de uma srie de
variveis, tais como o preo do bem a ser vendido (PX), preo dos insumos
(produtos utilizados na produo) (PINS), a tecnologia empregada no
processo produtivo (T), bem como o preo dos demais bens (PY).
Podemos demonstrar a funo oferta da seguinte maneira:
OX = f (PX, PINS., T, PY), sendo a oferta dada em funo dos
parmetros anteriores.
Assim como ocorre na anlise da demanda, as variaes na quantidade
ofertada so derivadas to somente de alteraes no preo do produto,
conforme exposto pelo mesmo grfico acima.
J as variaes na oferta de bens e servios so devidas a outros
fatores que no a mudana de preos. Um bom exemplo pode ser derivado,
por exemplo, da descoberta de nova bacia exploratria de petrleo em
guas profundas brasileiras. Neste caso ocorrer o deslocamento da curva
de oferta para baixo e para direita, de acordo com o grfico seguinte.
P
Q
10
5
20 40
O0
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Equilbrio entre demanda e oferta o mercado de concorrncia
perfeita
OBS: Nesta parte da anlise trataremos as curvas de oferta e demanda
como se fossem retas, ok? Faremos isto pelo fato de estarmos utilizando
uma aproximao, o que torna mais fcil a anlise da dinmica entre preos
e quantidades na relao existente entre a demanda e a oferta de bens e
servios.
Outra questo a ser considerada a partir de agora a que se refere
definio do mercado no qual ocorrem as trocas entre consumidores e
produtores. Para fins de anlise, estas se realizaro dentro do chamado
mercado de concorrncia perfeita2, mercado que melhor representa as
negociaes existentes entre consumidores e produtores.
Determinao do Preo de Equilbrio de Mercado
A interao entre a demanda e a oferta por bens e servios determina
o preo e a quantidade de equilbrio no mercado.
2
Uma considerao importante a de que o mercado de concorrncia perfeita uma abstrao terica, ou seja, este pouco factvel, existindo na economia apenas aproximaes deste tipo de mercado, como por exemplo o mercado de
produtos hortifrutigranjeiros.
P
Q
105
20 40
O0
O1
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As negociaes entre consumidores e produtores funcionam da
seguinte maneira: quando ocorre um excesso de oferta de bens frente
demanda, existe uma tendncia natural a que ocorra uma sobra de produtos
no mercado. Esta sobra tende a puxar os preos dos produtos para baixo.
De forma inversa, quando ocorre um excesso de demanda frente a
uma mesma oferta existe a tendncia de que os preos negociados dos
produtos subam. o que chamaramos de escassez de bens.
Em algumas questes de concursos a definio das curvas de demanda
e de oferta feita a partir de uma formatao matemtica. Como grande
parte das vezes consideramos as curvas de oferta e de demanda como
sendo retas, a sua formatao propriamente a equao de uma reta (todosse lembram como a formatao matemtica de uma reta?). Seno
vejamos:
Demanda = QD= 120 4PX
Sendo:
QD= quantidade demandada e PXo preo do bem X;
Oferta = Qo= -20 + 3PX
P
QPEQUIL.
O
D
QEQUIL.
Equilbrio entre a oferta e ademanda por bens.
Excesso de oferta
Excesso de demanda
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Sendo:
Qo= quantidade ofertada e PXo preo do bem X.
No equilbrio, como a oferta deve ser igual demanda, temos os
seguintes nveis de preo e quantidades:
QD= 120 4PX= Qo= -20 + 3PX;
120 4PX= -20 + 3PX
-7 PX= -140
PX = 20
Substituindo PX = 20 em qualquer uma das duas equaes, temos a
quantidade de equilbrio exatamente igual a 40.
A incidncia tributria e os impostos especficos (ad-rem) e ad-
valorem (alquota)
A tributao realizada pelo governo impacta no somente os
consumidores, mas tambm os produtores de bens e servios. A mera
incidncia do tributo tende a aumentar o preo dos bens, levando os
consumidores a diminurem suas compras. No obstante, destaca-se, a
priori, que os preos elevados no representam ganhos extras paraprodutores, mas, to somente, repasse do nus tributrio e, conseqente,
aumento da arrecadao governamental.
Ao analisarmos os impactos dos impostos sobre a oferta e a demanda
por bens e servios, temos que distinguir a forma de incidncia destes na
formao dos preos dos produtos.
2.1 O imposto especfico
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Este imposto representado por um valor fixo em unidades
monetrias, incidente sobre cada unidade de produto vendido, independente
do valor da mercadoria. Um imposto especfico de R$ 100,00 agrega-se aovalor do produto vendido (R$ 1000,00), gerando um preo final de R$
1.100,00. Trata-se assim de um imposto sobre a quantidade.
De forma grfica, anteriormente incidncia do imposto, teramos o
seguinte equilbrio entre a oferta (empresas) e a demanda (consumidores),
com os preos em P0e Q0sendo transacionados.
Com a incidncia do imposto especfico ocorre um deslocamento da
curva de oferta para cima, especialmente porque a imposio do imposto
feita pelo governo s empresas, mesmo em situaes em que estas ltimas
repassem parte da majorao tributria aos consumidores.
Podemos compor o novo preo do produto vendido da seguinte forma:
P1= P2+ T; ou
P2= P1- T
Vejamos o novo equilbrio entre preos e quantidades conforme o
grfico abaixo:
D0
O0
P0
Q
P
Q0
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Perceba que o novo equilbrio entre consumidores e as empresas
ocorre em P1e Q1. P1 o preo pelo qual o produto foi vendido (adquirido
pelo consumidor), mas no o preo recebido pela indstria. O preo recebido
pelo produtor foi, na verdade, P2, abaixo do preo de equilbrio P0. Para
entendermos o porqu desse resultado, com um nvel maior de preo do
produto sendo cobrado (P1> P0), mas com uma menor oferta de bens (Q1