Transcript
Page 1: O colecionador de latinhas

Débora Anício

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Aimensa coleçãoestá exposta nacasa de seu irmão,Marco Caetano,

no Bairro Bom Retiro, emIpatinga. "Nosso acervoainda não é catalogado, masacredito que a gente possuaao menos uma lata de cadapaís que produz cerveja nomundo", afirmou o indus-triário, que busca seus obje-tos de desejo em clubes decolecionadores. "Muitomaterial foi adquirido destaforma, principalmente pormeio da internet. A genteencontra colecionadores ecompra as latas", contouMário, que acredita já tergasto cerca de R$ 12 mil emsua coleção. "Não tenhocerteza se esse é o númeroexato, mas deve ser mais oumenos isso. Entretanto, ovalor da coleção é inestimá-vel para nós", falou o apai-xonado colecionador de lati-nhas, que também arrecadaos objetos por doações deamigos e familiares.

A paixão pela cerveja étão grande que a área dechurrasco da casa, localonde a coleção está expos-ta, é completamente custo-mizada. As mais de 6 millatinhas estão espalhadas,de forma criteriosa, porimensas prateleiras demadeira que cercam prati-camente todo o local. "Nósorganizamos as latas por

seu país de origem. Aquitem material do Brasil,Estados Unidos, Alema-nha, Inglaterra, países daÁfrica e de vários outroslocais", contou.

Ainda existem espaçosvagos em algumas pratelei-ras, e quando o colecionadoré questionado para onde irãoas futuras latinhas quandoestes espaços forem preen-chidos, a mãe dos coleciona-dores responde: "Depois queas prateleiras forem todasocupadas é hora de parar.Não tem mais lugar paraguardar", ordenou ÉdilaCaetano. Mas apesar do

conselho da mãe, o colecio-nador vê outro meio de con-tinuar com seu hobby: "Temum quartinho nos fundos, láseria um bom lugar paraguardar as latas", brincou.

BAR DENTRO DE CASAAlém das latas, que dão

à casa um jeito de bar, aárea é cercada por objetosrelacionados à cerveja. Asmesas estão repletas derótulos por baixo dosvidros, o refrigerador tam-bém é completamente adesi-vado por rótulos, a porta doquarto dos fundos é tomadapor tampinhas, o teto do

banheiro é revestido porbolachas e até o vaso sani-tário é customizado. "Meuirmão resolveu colocar tam-pinhas de cerveja na tampado vaso. Ficou bem curio-so", contou Mário, lem-brando que a lixeira dobanheiro tem o formato deum barril de cerveja.

Quem participa de umchurrasco na casa do irmãode Mário fica encantadocom a decoração peculiar."Todo mundo adora. Oshomens ficam super interes-sados na coleção e asmulheres sempre perguntamcomo mantemos tudo

limpo", se diverte o indus-triário, contando que a cadaseis meses uma faxineiralimpa cuidadosamente todosos objetos. "Esse trabalhotem que ser feito com muitozelo, por isso sempre traze-mos a mesma pessoa, umasenhora que limpa tudo cui-dadosamente".

OBJETOS RAROSEntre a extensa coleção,

os irmãos Mário e MarcoCaetano possuem objetoscuriosos, como uma garrafade bronze que pesa 1,5 Kg,latas de aço, latas que sãousadas como telefone, um

pequeno refrigerador ondecabe apenas uma latinha,uma lata presa a um qua-drado de vidro (que ilustraum cubo de gelo), latas quecompõem a coleção safáriproduzida na África, umaantiga coleção fechada delatas de times ingleses,objetos de edições limita-das, entre outras curiosida-des. O objeto mais antigoda coleção é uma lata dacerveja americana Krueger,de 1937. "Temos muitosobjetos e eu gosto de todos,mas os meus preferidos sãoas latas nacionais, que sãoas mais difíceis de seencontrar".

Embora tenha uma cole-ção invejável, os irmãosainda procuram por seuobjeto de desejo: um modeloda cerveja Alterosa, a pri-meira produzida em lata noBrasil. "Temos todas asmarcas nacionais, menosessa. O valor dessa latinhahoje está cerca de R$ 5 mil,por isso vamos esperar maisum pouco para consegui-la".

MAIS DO QUE LATINHASApesar da coleção conta-

bilizar "apenas" 6 mil latas,o acervo também conta comdiversos outros produtosrelacionados ao universo dacervejaria. "Nós temos tam-pinhas, bolachas (portacopo), garrafas long neck,miniaturas de latas, cooler,barris, rótulos, refrigerador,abridores de garrafa, portalatas e garrafas, cofre emforma de garrafa entreoutros objetos", lembrouMário.

COLEÇÃO SEM FIMEmbora os irmãos

tenham quase todos osobjetos relacionados à cer-veja e embora esteja cadavez mais difícil encontrarum local para guardar acoleção, Mário afirma quenunca irá se desfazer daslatinhas. "Isso nunca. Euadoro colecionar, isso estáno meu sangue. Meu paisempre teve este hábito epassou isso para a gente.Eu já colecionei chavei-ros, calendários, e aindahoje tenho minha coleçãode 600 canetas". Apesarde não gostar da ideia deexpandir ainda mais acoleção, a mãe apóia ohobby dos filhos. "Émelhor ocupar tempo coma coleção do que fazercoisas erradas", falouÉdila.

"Nunca vou abandonarminhas latas, pois isso é pravida toda, é pra passar prafrente. Quem sabe a minhafilha continue com essa pai-xão...", disse o entusiasma-do colecionador.

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O industriário Mário Caetano possui uma coleção de mais de 6 mil latinhas, exposta no Bairro Bom Retiro, em Ipatinga

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1-A

MÁRIO CAETANO, o apaixonado colecionador, diz que nunca irá se desfazer de suas latinhas de cerveja

ATÉ O BANHEIRO da casaé customizado com

objetos relacionados à cerveja. A tampa do

vaso é cravada de tampinhas e o teto

do banheiro é revestido por porta copos

FOTOS: DÉBORA ANÍCIO

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