N´SALAMBI FRANCISCO
A morte não é nada se não for
o reconhecimento da sofrida
marcha…
N´SALAMBI FRANCISCO
O OUTRO LADO DA VIDA
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
1
``O OUTRO LADO DA VIDA´´
N´SALAMBI FRANCISCO
2016
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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DEDICATÓRIA
Em especial dedico a presente obra a família Airosa. Posto lá no acto fúnebre do
passamento físico de seu Pai de família, Sr. Edgar Airosa, penetrando no triste olhar da
família que deixou em vida, percebi que é preciso saber perder para aprender a encarar os
obstáculos e consequentemente com eles ganhar.
À minha avó paternal Ana Fidel Salambi e ao meu Pai-Tio Rafael António que seus
passamentos físicos acabaram por me ensinar a enfrentar as saudades e sonhos
esmoronados pelas suas ausências físicas.
A todos aqueles que enfrentam a vida firmemente lidando com as circunstâncias menos
agradáveis, sem tentativas de suicidar-se e de afogar as suas magoas no álcool tão pouco
em substâncias químicas que alteram o funcionamento normal das suas mentes.
Viver é uma arte, morrer é trivial...
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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ÍNDICE
PREFÁCIO____________________________________________________________05
Outra incarnação________________________________________________________06
A vida que eu não vivi___________________________________________________08
Vida sem vida__________________________________________________________10
Renuncio esta vida______________________________________________________12
Lágrimas de esperança___________________________________________________14
Lágrimas d´um inocente__________________________________________________16
Último verso___________________________________________________________18
O que em mim não morre_________________________________________________20
A voz calada pela covardia________________________________________________22
A incerteza da única certeza_______________________________________________24
Pêsames_______________________________________________________________26
Sol da vida____________________________________________________________27
Uma singela homenagem_________________________________________________29
Solidão_______________________________________________________________31
Deixa-me cantar________________________________________________________33
Onde quer que estejas____________________________________________________35
Onde nunca vais morrer__________________________________________________36
Hora das condolências___________________________________________________38
Lembra-te de mim_______________________________________________________39
Juízo final_____________________________________________________________41
Primeira parte do jogo da vida_____________________________________________43
Paragem obrigatória_____________________________________________________45
Para onde vou meus Deus?________________________________________________47
Nunca é um adeus_______________________________________________________49
Meus últimos passos_____________________________________________________51
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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Chuva de Benguela______________________________________________________52
Soldado tombado_______________________________________________________53
Não posso crer__________________________________________________________54
Meu amor malogrado____________________________________________________55
Carta para a morte_______________________________________________________57
DEMOSTRAÇÃO DE AGRADECIMENTOS ________________________________59
BIBLIOGRAFÍA_______________________________________________________60
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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PREFÁCIO Em um dado momento todo ser humano perde alguém que tenha sido muito significativo
para o mesmo enquanto vivo…
A vida é uma moeda de dois lados súper divergentes. Um lado é a existência e o outro
lado é a inexistência, pois, não se fala da vida sem pensar na morte e nem se fala da morte
sem antes conhecer a própria vida. Talvez nascer sem pedir e morrer sem querer seja uma
autêntica ironia por parte do Autor da existência, mas é a lei da vida. Todavia, se não
fores actor primordial da sua vida serás um mero assistente da novela da existência.
A dor, o sofrimento e a morte são os fenómenos mais democráticos da existência
humana, pois nestes fenómenos todo organismo se identifica em um dado momento…
Os homens procuram incansavelmente uma tranquilidade plena entre guerras provocadas
pelos mesmos, mas o único lugar que há tranquilidade completa nenhum homem quer lá
estar, no túmulo. A morte não é o final da vida, mas sim, o começo de uma nova etapa da
existência, longe de todos efeitos ruins que a humanidade produz dia pós dia.
Em uma singela homenagem procurei dar a fala numa voz calada pela
covardia que nega lutar contra a maldita solidão expressada por lágrimas de
esperança que torce a favor de uma vida sem vida.
Pois o que em mim não morre é a incerteza da única certeza que reside
n´outra incarnação, em seguida da primeira parte do jogo da vida acelera
os meus passos rumo a uma paragem obrigatória na estrada onde nasce o sol da
vida.
Aos meus entiqueridos peço que deixa-me cantar neste meu último verso para
fazer nascer uma nova vida, onde quer que estejas saiba que nunca é um
adeus ainda que na hora das condolências as pessoas apresentem seus
pêsames. Pois, no meu coração é o único lugar onde nunca vais morrer…
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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OUTRA INCARNAÇÃO
A minha raça é imortalidade
Nesta vida o meu nome é certeza
Aqui tudo é diferente da humanidade
Porque aqui não há incerteza
Tenho cem mil anos de existência
Nunca tive alguma doença
Não conheço o que é carência
Porque não há falsos profetas nesta crença
Não sinto mais dor
Nem sei o que é sofrer
Não há descriminação da cor
Nem há garantias que eu possa morrer
Meu único trabalho é viver
Por isso eu vivo livremente
E tudo que eu consigo ver
Me pertence inteiramente
Não preciso de vestuário
Para cobrir a minha pessoa
Sei perfeitamente que nunca serei vítima de um velório
Nem que seja por uma causa boa
Aqui viver é uma bela arte
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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Que eternamente preciso praticar
Para não lembrar da morte
Porque viverei sempre neste lugar
Aqui toda gente se conhece
Pois não há nenhuma classe social
Não existe o disfarce
Nesta vida não há preconceito racial
Tenho mil e novecentos filhos
Dou amor a todos eles de forma igual
Todos cresceram aos meus olhos
E educados pelo nosso ritual
Aqui não há noite nem dia
Não há chuvas
Não há clima quente nem fria
Nem mar com ondas bravas
Não renunciei a minha morte
Na primeira incarnação
Morrer foi a minha grande sorte
Para conhecer a vida em nova versão
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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A VIDA QUE EU NÃO VIVI
Deixei a tristeza
Ocupar o espaço da alegria
A minha maldita fraqueza
Excluío os momentos que eu sorria
O meu trabalho destruío
O meu prazer de viver
A minha prepotência engoliu
A minha vontade de aprender
Construi uma grande fortuna
Mas não aproveitei-la
Com a minha família linda e pequena
A esperança dos meus filhos destrui-la
Comprei belas camas para eles
Mas não ensinei-lhes a sonhar
Paguei o colégio deles
Mas não pude os deveres lhes auxiliar
Com eles não brinquei
Não conheci os sonhos dos meus filhos
Porque com eles eu não sonhei
Por causa dos meus longos trabalhos
Choraram sem mim
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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Numa madrugada infinita
Lamentaram do princípio ao fim
Pela minha ausência maldita
Espero que me perdoam
Pela minha constante ausência
Espero que me entendam
Por ter sido escravo da ignorância
A mulher que não beijei
Antes e depois de acordar
Os filhos que não abracei
Antes de ir trabalhar
Se desse para o tempo recuar
Faria desse último dia ser eterno
Poderia com vocês brincar
Aproveitando cada abraço fraterno
Descansam em paz
Mais…
Me respondam
Se por acaso vocês me perdoam
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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VIDA SEM VIDA
A morte em mim vive
Como um prazer insaciável
A ausência de vida em mim sobrevive
Em cada amanhecer inexplicável
Vivo longe da vida
Gritando mortalmente
Pela existente ferida
Que fere-me interiormente
As lágrimas tentam
Relatar o que as palavras
Negam
Cultivar nestas humildes lavras
Não sou eu quem vive em mim
Pois
Há um enorme vazio sem fim
Que faz-me ser um em dois
Quero dar vida
Nesta minha vida sem fôlego
Quero curar essa ferida
Dentro do meu superego
Hoje a moeda inverteu
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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Mostrando o seu outro rosto
E a vida em mim morreu
Num dia incerto
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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RENUNCÍO ESTA VIDA
Nego viver
Renuncio-me para não sofrer
Se a pobre vida que em mim habita
Não for a razão para mim ser amado
Então
Prefiro viver no interior de um caixão
Nego viver
Renuncio-me para não sofrer
Em que adiante um sobrenome
Longe do verdadeiro amor
A minha alma tem uma insaciável fome
Do mais precioso alimento sem dor
Nego viver
Renuncio-me para não sofrer
Prefiro ser feliz na inexistência
Do que ser um condenado
Nesta maldita existência
Pois o meu coração está carcerado
Nego viver
Renuncio-me para não sofrer
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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Sofri sem querer
Fui feliz no meu sofrimento sem saber
E estou condenado sem entender
A essência deste triste sofrer
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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LÁGRIMAS DE ESPERANÇA
No palco da existência
O seu tempo acabou
Na melodia da intolerância
Mais uma voz se calou
Um Pai se foi
Levando consigo a humanidade
Hoje é mais um herói
Que decidiu conhecer a eternidade
Foi um homem grande
Engolido pelo pequeno túmulo
Mas em ti vive a sua bondade
E levarás ao trigésimo século
Com a plateia consumida pela dor
Desesperada lacrimejando
Com a linguagem de amor
Os olhos expressam seu passado
Em ti vive
E no teu coração não lhe enterrarás
Porque aí ele é eterno e livre
Para onde vai? Não serás…
Deseja-lhe um novo começo
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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No outro lado da vida
A paz que a ti eu peço
Que preencha essa sua ferida
Essa vida que nasceu em si
Longe de ti
Que te lembre do que por ele você viveu
Antes do mundo dizer que ele faleceu
Dedicada extremamente a toda família Airosa, pelo passamento físico do Prezado Sr.
Edgar Airosa…
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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LÁGRIMAS D´UM INOCENTE
Que culpa eu tive
Para merecer este maldito isolamento
Onde eu sempre estive
Não pedi o meu suposto surgimento
Para que me matar?
Porque me rejeitar?
Deixa-me conhecer a vida
Deixa-me aprender a caminhar, ó mãe querida…
Sou apenas o efeito das suas ilusões
Que culpa tenho eu!
Por ser fruto das suas loucas paixões
Deixa-me construir um mundo só meu
Porque me negar o oxigénio?
Deixa-me nascer para ser o que der
Lutarei para ser um génio
Se uma oportunidade você me aceder
Quero seu sobrenome
Quero amamentar no seu leito
Saciando a minha desconhecida fome
Pela carência da existência
Serei companheiro, primo e filho
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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Serei amigo, colega e pai
Serei compadre, sobrinho e tio
Serei neto, avô e irei onde a vida vai…
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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ÚLTIMO VERSO
Este é o meu último verso
Antes da minha decomposição
Neste pequeno universo
Fez de mim um refém sem acções
Neste vocábulo perverso
Que condena-me nesta encarnação
Sem sucesso
Num corpo que abdica a imperfeição
Por medo do fracasso
A minha vida sugere-me esta rejeição
Com um andar sem passo
Escrevendo este verso em contracção
Tento com isso fazer tudo que posso
Ó pobre coração…
Que vive amando o inverso
Nesta minha condenação
Não sei se um dia regresso
Neste show da existência com própria acção
Mas este desejo tornou-se grosso
Diante do disfarce e ambição
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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Eu vou sem rumo nem acesso
Neste espectáculo sem canção
Da alma sem carne e osso
Esperando caminhar sem direcção
Com a maldita hora me apresso
Para chegar numa vida de outra versão
Ficando preso dentro do meu ego em gesso
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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O QUE EM MIM NÃO MORRE
O teu belo sorriso
Esconde-se debaixo da terra
Pois eu agilizo
Que a tua alegria a morte não encerra
Os pássaros soam
Com a tua bela voz
Enquanto os peixes nadam
Nesta infinita foz
As estelas imitam os seus gestos
Rindo atrás das nuvens
E a lua dança ritmos dos seus gostos
Demonstrando como vais e vens
A esperança torna-se impaciente
Presenciando sua demora
Que magoa intensamente
O meu coração a toda hora
Vejo o Titanic renascendo no mar
Enquanto tu entras debaixo do solo
Quando o teu longo discurso prefere se calar
Como um recém-nascido no colo
Falas silenciosamente
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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Como um pobre mudo
Inocente
Neste ruidoso mundo
Em vez de abraço
Me deixaste um enigma saudade
Enquanto caminhas no outro universo
Numa jaula longe da maldade
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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A VOZ CALADA PELA COVARDIA
Hoje digo que amo
Amo esta liberdade proibida
Proibida pelas vozes que clamo
Clamo arriscando a minha pobre vida
Vida sem sorte
Sorte que alimenta a esperança
Esperança de viver longe da morte
Morte que nutre a desgraça
Desgraça que persegue o meu povo
Povo que nada merece
Merece tudo mais nada de novo
Novo que inova o que a vida não oferece
Oferece aos ricos órfãos
Órfãos que vivem na eterna solidão
Solidão que povoa os seus principais órgãos
Órgãos mortas na insaciável ambição
Ambição que homens adoram
Adoram para dominar outros seres
Seres que a eles se prostram
Prostram a estes malfeitores
Malfeitores fantasiados
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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Fantasiados com fatos e gravatas
Gravatas que os tornam respeitados
Respeitados por serem pessoas ingratas
Ingratas como os seus luxuosos sapatos
Sapatos que pisam a nossa dignidade
Dignidade perdida por sermos pretos
Pretos condenados na infelicidade
Infelicidade que pintam suas vidas belas
Belas pelos seus maus costumes
Costumes que apagam as nossas velas
Velas que choram pelo aroma de seus luxuosos perfumes
Perfumes do ódio e ignorância
Ignorância de resolverem nossos atritos
Atritos que levam nossos irmãos na arrogância
Arrogância que preenchem nossos pratos
Pratos dos escravos vivos
Vivos nesta mascarada democracia
Democracia de alguns servos
Servos que agradam esta triste pátria…
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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A INCERTEZA DA ÚNICA CERTEZA
A incerteza de viver
Nessa melancólica vivencia
Conduz-me na certeza de morrer
Numa morte sem sobrevivência
O prazer da minha caminhada
Condenou-me numa infinita incerteza
Que cresce nesta viagem ensurdecida
De conhecer a famosa certeza
Talvez o reconhecimento
Desta marcha enigma
Honre o meu desejado desaparecimento
Nesta vida mascarada pelo sistema
O amanha talvez não exista
Para a nossa sobrevivência como maltrapilhos
Por isso a morte em mim excita
Quando sinto o fechar dos meus olhos
Mudo a minha alma de lugar
Para com ela encontrar a outra parte de mim
Que a tempo tento encontrar
Quando a incerteza tornou-lha ruim
Mas eu prometo
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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Que amanha será muito melhor
Longe do jogo da incerteza que arde no peito
Bem próximo da certeza do amor
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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PÊSAMES
Hoje sinto
Sinto a tua ausência
Ausência que arde em meu peito
Peito que chora pela tua inexistência
Inexistência que não te renunciou
Renunciou a preciosa vida
Vida a gente mal iniciou
Iniciou caminhando juntos sem ida
Ida que nos conduz ao abismo
Abismo que separa as nossas almas
Almas exaltadas pelo espiritualismo
Espiritualismo que separou-nos nas calmas
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SOL DA VIDA
Quero despir-me
Dos pesados agasalhos
E elevar-me
Junto aos seus olhos
Hora quero um viver quente
Outrora um viver morno
Hora quero brilhar intensamente
Outrora transformar-me um inferno
Solzinho
Nasça comigo no ocidente
Mas sozinho
Deixa-me morrer no oriente
Em cada manhã marcharei
Junto a ti nos caminhos do dia
Em cada estação amarei
A tua magnífica magia
Como tu não quero ter abrigo
Eternamente serei um mero caminhante
Que marcha sem perigo
Do maldito frio arrepiante
Nas manhãs frias
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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Me deitarei no teu colo tropical
Nas tardes cruas
Transmitiremos a luz universal
Se eu não puder
Contigo me aliar
Aceitarei pelo menos ter
A oportunidade de viver só para te olhar
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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UMA SINGÊLA HOMENAGEM
No silêncio do meu ego
O ódio toma posse de mim
Arrancando o meu fôlego
Levando a minha vida ao fim
As recordações ferem-me a consciência
Os meus passos já não têm resistência
A minha alma decompôs-se
A vida já não prevalece…
Choro numa madrugada triste
Indignado porque cedo partiste
Queria ser o teu último suspiro de vida
Para entender que já estavas de partida
Não quero nem acreditar
Que hoje me estais a deixar
Apenas almejo gritar
Chorar… e lamentar
O rancor apoderou-se de mim
Não tinha que ser assim…
Pelo menos tinhas que me avisar
Que hoje não poderias estar
São fortes as sensações
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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Das insuportáveis recordações
Por que?
Pra que!
As nossas almas se afastam
Os meus olhos lacrimejam
Com um coração repleto de dor
Deixando o meu triste mundo sem cor
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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SOLIDÃO
Deixem-me só
Vou caminhar pelas ruas solitárias
Não interessa-me quem eu sou
A solidão me manterá vivo nas pequenas memórias
Pois a filantropia em mim jamais faltou
E viverá comigo até o fim das longas histórias
Vou escalar a montanha da minha angústia
Com a minha personalidade modéstia
Navego na costa litoral da minha tristeza
Contemplando o inconsciente da natureza
Nas curvas estreitas da gigantesca beleza
Que cobre a artimanha da minha fortaleza
Em mim simpatiza
A felicidade oculta
Que no ego enfatiza
Numa solidão perversa e curta
Vou desnorteado
De norte a este
Por todo lado
Como no sul a oeste
Conversando
Com as inconformadas almas alienadas
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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Que vão desabitando
Nas silenciosas calçadas
Quero ficar sozinho
Marchar pela falta de socialização
Neste monstruoso caminho
Repleto de sorrisos da grande solidão
Não quero fixar-me num abrigo
Não quero alimentar-me de trigo
Não quero distanciar-me do perigo
Quero encontrar apenas o meu superego
Abraça-me! ó solidão...
Manipule o meu coração
Com ameaças de não-aproximação
Ainda que eu diga que não
Saiba como fazer de mim a sua habitação
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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DEIXA-ME CANTAR
Deixa-me cantar
Ainda que seja por um segundo
Com essa tremenda voz
Que ensurdece o mundo
Debaixo dos lençóis
Deixa-me cantar
Ainda que seja por um minuto
Para tentar resgatar
O fôlego ausente em meu peito
Que nega em mim voltar
Deixa-me cantar
Ainda que seja por uma hora
Na ausência das letras
Que noutrora
Foram-se com as mestras
Deixa.me cantar
Ainda que seja por um dia
De sol ou chuva
No ritmo da alegria
Que aos nossos olhos se curva
Deixa-me cantar
Ainda que seja por um mês
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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Para povos moribundos
Sem pensar em uma outra vez
Nos olhares vagabundos
Deixa-me cantar
Ainda que seja por um ano
Com a velha guitarra
Comprada custo zero no oceano
Numa desconhecida feira da garra
Deixa-me cantar
Ainda que seja por um século
Neste inesquecível espaço
Deste inédito espectáculo
Que arranha-me o melaço
Deixa-me cantar
Ainda que seja por um milénio
Na presença do condenado a morte
Antes de um manicómio velório
Que desorienta a bendita sorte
Deixa-me cantar
Ainda que seja para nunca mais
Sentir o aroma de viver
Antes de olhar atrás
Direi que valeu apenas cantar sem saber
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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ONDE QUERR QUE ESTEJAS
Seja feliz
Viva a vida que eu não pude dar-te
Tudo que fiz
Foi para demonstrar que tentei amar-te
Agora o abismo
Nos separa em dois lados divergentes
Esse pessimismo
Faz-nos sermos transparentes
Com os sonhos inibidores
Que asfixiam a minha existência
Rechiou-me de dores
Terminando com a minha paciência
Ontem fui humano apaixonado
Mas hoje transformei-me um anjo
Ontem pelo sofrimento fui escravizado
Mas hoje pela Paz alcancei o meu bendito desejo
Ainda longe cuidarei de você
Como nunca pude cuidar
Ainda pela imortal fé
Espero ansiosamente te encontrar
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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ONDE NUNCA VAIS MORRER
Como queres que eu te enterre?
Se nas minhas ricas recordações
És firmemente imortal
Se nas minhas pobres sensações
És o sujeito fenomenal
Como queres que eu te enterre?
Se nas minhas tristes emoções
És crucial
Se nas minhas loucas ilusões
És radical
Como queres que eu te enterre?
Se nas minhas grandes acções
És a razão principal
Se nas minhas pequenas invenções
És a inspiração total
Como queres que eu te enterre?
Se nas minhas vastas funções
És a peça incondicional
Se nas minhas gigantescas ocupações
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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És o tempo racional
Como queres que eu te enterre?
Se nas minhas melancólicas canções
És instrumental
Se nas minhas enigmas inquietações
És a resposta fundamental
Diz-me
Como queres que eu te enterre?
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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HORA DAS CONDOLÊNCIAS
Longe do sofrimento a alma libertar-se
Nas batidas de um coração alienado
Quando persiste o desejo de abdicar-se
Da vida que se cala por medo
Nesta hora!
A dor transparece mediante um triste olhar
De tudo aquilo que o coração lamenta
Quando as palavras negam explicar
O que a outra vida liberta
Nesta hora!
Um simples olhar revela saudade
Que esconde-se por de trás das lágrimas
Da incondicional vontade
De tranquilizar as traumas
Nesta hora!
Paulatinamente o coração pára de pulsar
Enquanto o espírito rejeita a alma
Porque a vida está na beira de esgotar
A existência humana
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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LEMBRA-TE DE MIM
Ainda que passe mil anos
Após a minha existência
Ainda que os seus planos
Não encontrem razões para persistência
Quando te lembrares de mim
A minha pobre vida nunca conhecerá o seu fim
Ainda que os pássaros não cantarem
Em cada amanhecer
Ainda se as formigas não se unirem
Antes de anoitecer
Faça-me o favor de lembrar
Que junto a ti sempre vou estar
Ainda que os peixes consigam voar
O mais alto do que imaginado
Ainda que a natureza encegar
O que sempre foi observado
Neste lado da vida estarei aplaudindo
Pelos momentos que tens vivido
Ainda que a gente não se encontre
No intervalo desta vida
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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Ainda que para sempre
Tenhas que lembrar da minha enigma partida
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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JUIZO FINAL
Em que adiantou
Ganhar o mundo
Quando a tua intolerância te enterrou
Numa infracção de segundo
Tiveste muitos namorados
Tiveste muito dinheiro
Tiveste bons momentos vividos
Agora estais preza neste inevitável cativeiro
Negaste a vida numa pobre criança
Por causa dos seus vícios
Não soubeste cultivar a esperança
Agora caíste nos malditos edifícios
Ignoraste seus próprios parentes
Por serem muito nobres
Impediste-lhes de estarem presentes
Na sua vida por serem pobres
Sorriste a morte de muitos
Pensando que cá não estarias
A tua riqueza não livrou-te destes momentos
E hoje estais onde não querias
Sem sorrisos irónicos
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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Estais longe da vida e incapaz
De viver momentos estáticos
Tão pouco poderás descansar em Paz
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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PRIMEIRA PARTE DO JOGO DA VIDA
O árbitro apitou
Pelo seu descanso de vida
O seu primeiro tempo terminou
Nesta fase da partida
Jogaste dignamente
Na tua primeira oportunidade
Brilhaste firmemente
Enquanto parte da humanidade
Lutaste até ao fim
Do tempo em que lhe foi concebido
Soubeste voar como um querubim
Neste jogo de viver desmerecido
Deixaste uma bela lição
Aos que apreciam o jogo de viver
Enquanto parte desta criação
Um verdadeiro jogador sempre vais ser
A primeira parte foi muito difícil
Mas tiveste uma óptima prestação
Agora nesta terra fértil
Aguardas a sua premiação
Da mesma forma que nesta fase jogaste
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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Espero que entres
Na esperada segunda parte
Deste jogo da vida, e torço para que ganhes
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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PARAGEM OBRIGATÓRIA
Nesta longa viagem
Todos passageiros da vida
Fazem uma obrigatória paragem
Como reconhecimento da marcha sofrida
Nesta paragem!
O ônibus da eternidade
Descarrega toda bagagem
Que carregou na vida da humanidade
Quando o coração solta-se de vertigem
Nesta paragem!
Sou motorista
Do veículo da minha própria felicidade
Sou artista
Da minha própria obra de tranquilidade
Nesta paragem!
Com este longo percurso
Não sei quando vou chegar ao destino
Ao deixar este universo
Entregarei aos homens a Paz em primeiro plano
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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Nesta paragem!
Levo apenas o necessário
Como a minha alma e os meus sonhos
Não deixarei que este cemitério
Ofusque os nossos risonhos
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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PARA ONDE VOU MEU DEUS?
Vivi a vida que eu não quis
Sem livre arbítrio
Condenaram-me para ser infeliz
Neste imprescindível mistério
Nasci chorando
Por conhecer um mundo estranho
Vivi lamentando
Tentando conquistar o que não tenho
A minha pobre vida será silenciada
Num pequeno hotel solitário
Quando a sentença da morte for apresentada
Dentro de um cemitério
Onde irei?
Se eu não sei caminhar
O que farei?
No lugar onde me vão condenar
Ser infeliz foi a minha única opção
Por onde saio sem destino
Criar um mundo dentro do meu próprio caixão
Será a minha obrigação com o Divino
Se não podes nem me dizer
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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Por onde eu vou
Então deixa-me escolher
Em que período embarco neste Vôo
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
49
NUNCA É UM ADEUS
Para duas almas imperfeitas
Que encaixam-se perfeitamente
Para duas vidas restritas
Que libertam-se incondicionalmente
Nunca é um adeus…
Para um filho e Pai
Separados por um passamento físico
Para uma filha e mãe
Destinadas a um isolamento desértico
Nunca é um adeus…
Para dois corações
Perdidamente apaixonados
Para duas vidas sem ilusões
Que construíram futuros inesperados
Nunca é um adeus…
Para duas mãos separadas
Por duas vidas completamente distintas
Para um abraço de duas pessoas
Engolidas por separações infinitas
Nunca é um adeus…
Para dois companheiros solitários
Que marcharam pelo caminho da dignidade
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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Para dois heróis verdadeiros
Que lutam em prol da própria humanidade
Nunca é um adeus…
Para os que despedem-se
Rumo a outras vidas
Para os que despem-se
Das tristes circunstâncias vividas
Nunca é um adeus…
Para os que choram
Desesperadamente por aqueles que somem
Para os que gritam
Perdidamente para os que não respondem
Nunca é um adeus…
Para os que negam insistir
Porque perderam a persistência
Para os que pensam em desistir
Pela cede da inexistência
Nunca é um adeus…
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
51
MEUS ÚLTIMOS PASSOS
Pequenos passos
Com grandes tropeços
Ó andar…
Deixa-me caminhar
Nos corta matas
Das vias mais curtas
Apenas quero chegar
Chegar e me hospedar
Nos casotes
Bem próximo dos montes
Sem
Tudo que a vida tem
Longe
De ontem e hoje
Próximo do amanha
Com a eternidade como talismã
A minha insaciável cede
Domina o deserto da mina saúde
A urgência da minha fome
Renuncia alimentos que a minha vida come
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
52
CHUVA DE BENGUELA
Pelas vítimas
De Benguela
Que as suas almas
Se transformaram em estrelas
Pela grande devastação
Das cinzas
De inundações
Das humildes casas
Ó chuva Benguelense
Para que chorar!
Quando a ti pertence
A rejeição e o ódio para não salvar
Entre aqueles
Que por ti se foram
Nos cárceres
Por onde jamais voltarão
Vidas das pobres crianças
Nas correntezas
Destas malditas chuvas
Foram arrastadas
Em homenagem as vítimas da chuva devastadora de Benguela…
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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SOLDADO TOMBADO
Tombado!
Mas, ignorado…
Num melancólico passado
Passado mal contado
Mal contado aos seus filhos
Que pelo campo cultivam milhos
Um herói esquecido
Com um nome proibido
De ser pronunciado
Mas por nós é querido
Por ser um passado duro
E um melhor futuro…
Um bom ex-marido
Um pai respeitado
Um filho amado
Hoje mais um soldado tombado
Tombado nos nossos corações
Eternamente viverá nas recordações
Daqueles
Que por eles
Renunciou a vida…
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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NÃO POSSO CRER
Não creio neste momento
Não existe
Não quero viver
Não quero morrer
Quero ver-te
Salvar-te
De elevadas pontes
Não deixar-te despedaçar
Sobre a terra que te quero arrancar
Reduzir a pó o teu ser
Fazer-te reaparecer
Através do vestígio deixado
Na passagem pelo mundo
Este teu suposto fim
Apoderou-se de mim
Agora será que podes me aparecer?
Para elevarmo-nos até não poder
Mais do que um simples ser forte
Quero que esta sua morte
Seja uma autêntica novidade
Na história da humanidade
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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MEU AMOR MALOGRADO
Numa madrugada fria
Olhando para o outro lado da janela
Vi uma linda jovem que corria
Mas Ela
Era tão linda que parecia
Eu estar sonhando n´Ela
Ela é esbelta de raça negra
E tinha uma pele de acácia
Magra
E uma invejável aparência
Ela passava diariamente
Enquanto eu me encantava
Olhando intensamente
No seu gingar enquanto Ela caminhava
Quis conhecer esta bela Mulher
Mas de tanta ansiedade
Não tinha coragem enquanto o tempo estava a correr
Sem dar-me a oportunidade
De me aproximar e dar-lha a conhecer
Do Amor que embriagou a minha personalidade
Cansado de tanto esperar
Decidi segui-la e pude descobri a sua morada
Mas preferi regressar
Para surpreender esta menina amada
Três dias se passaram
Ela não voltou a passar como de costume
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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Com isso os meus sentimentos intensificaram
E os meus olhos sentiam fome
Pois n´Ela já não contemplavam
Enquanto a minha alma ferve e treme
Indo na morada em que a vi entrando
Fui acolhido por um senhor
Firmemente olhando
Para mim com um olhar cheio de pudor
Vi uma senhora parecida a Ela entrando
Na sala lacrimejando repleta de dor
As rosas
Em minhas mãos murcharam
Sem forças
Quase caí porque os meus pés enfraqueceram
Silenciosamente percebi que Ela sumiu
Sem saber o que n´Ela quis contar
O ódio me consumiu
Deitei as rosas que comprei para a ofertar
Porque a terra a quer engolir
Antes de dizer-lha que sempre vou a amar
Apenas resta-me desejar-lha Luz
E Paz
Espere por mim na próxima incarnação
Pois dar-te-ei todo o meu coração
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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CARTA PARA A MORTE
Morte
Espero que estejas bem de saúde
Mas
Sem grande sorte
A sua saborosa maldade
Um dia deixará os homens em Paz
Não tenho rancor
Do sangue inocente que derramaste
Espero que saibas que estas condenado
E vais pagar pela dor
Que aos homens causaste
Mediante o sofrimento que por ti foi alimentado
Brevemente
Os homens não mais te temerão
E não terão piedade de destruir-te
Francamente
Te enfrentarão
Até conheceres a sua própria morte
A sua alma está enlutada
Antecipadamente
E carcerada
Pela vida desgraçada
Que espera-te
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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Assim que abraçares a finalidade merecida
Estaremos unidos olhando firmemente a terra
Para desejar-te o descanso em Guerra…
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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DEMOSTRAÇÃO DE AGRADECIMENTOS A ti, ó Jeová. Vão os meus eternos sentimentos de gratidão, por tudo aquilo que
hoje eu sou; o Senhor tem sustentado a minha vida, implementando sabedoria em todos
os meus afazeres…
As minhas mães: Luzailadio Cecília, Lídia Marcelina e a Maria Floriana; Por
serem as minhas fontes de inspiração. Quando eu tiver uma filha quero que sinta por mim
o mesmo carinho e admiração que tenho por vocês.
Aos meus companheiros. Luzoladio João, Delton Paulo, Ricardo Kialanda,
Bidger de Almeida, Emerson Correía, Josemauro Teixeira, José Rui, Mota Sumbo e o
Edmilson Silva. Pela influência que cada um de vocês tem na minha vida pessoal e
artística.
Aos movimentos filantrópicos: Lev´Arte e (UBS) Unidos a Busca do Saber,
pelo desenvolvimento que têm impulsionado na minha carreira artística e não só.
Aos meus irmãos espirituais da comunidade IPEFA e da igreja ``Fonte da
Palavra`´. Pela confiança que têm depositado em mim, face as actividades internas da
congregação.
Aos admiradores dos meus textos, tanto quanto aos meus admiradores; serei
eternamente grato pelos elogios, carinhos, críticas e auxílios que me têm oferecido.
Jamais esqueceria de agradecer os meus mestres; Sr. Silva Dala e ao Sr. Pedro
N´kosy, por serem eles as pessoas que ajudaram-me a construir uma carreira artística
saudável.
N´SALAMBI FRANCISCO O OUTRO LADO DA VIDA
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BIBLIOGRAFIA
Nsalambi Francisco, natural do Mbaza Congo província do Zaire, é finalista do ensino
médio pela opção de Ciências sociais.
Frequentou o curso de noções básicas de literatura pela luz editora. E pertence ao
movimento filantrópico Lev´Arte Angola.
Desenvolve actividades literárias desde o ensino de base. Compõe, além de textos de
investigação social ligados à crónica, outros géneros literários, como poesia, prosa, fabula
e contos.
Actualmente exerce algumas actividades ligadas a palestras, debates académicos,
workshops, Como também declamações poéticas.
ENTRE EM CONTACTO COM AUTOR AO ACESSAR: [email protected]
e/ou +244936799832, ou ainda pelo Facebook/N´salambi Francisco.