O Passe
Segundo Jabob Melo
3 Encontro
As Técnicas mais comuns:
Não iremos analisar todas as técnicas usadas no passe,
apenas aquelas mais comuns e que se aplicam
sem maiores problemas na Casa Espírita;
Imposição:
Trata-se de uma técnica essencialmente
concentradora de fluidos. A depender da distancia da
aplicação, será concentradora de ativantes (perto) ou calmantes (longe)
A maneira de executá-la é a mais simples: repousa-se as mãos sobre o ponto onde se deseja fazer a aplicação fluídica sem
movimentos
As mãos devem ficar abertas, com os dedos levemente afastados.
Os passistas digitais tenderão a deixar os dedos arquearem em direção ao
ponto que se está fluidificando; os palmares
centrarão melhor as palmas das mãos, com os dedos
sem qualquer arqueadura.
Observações:
1- as imposições, quando tratando de inflamações, infecções e cânceres,
requerem a aplicação de dispersivos localizados nos mesmos pontos onde foram feitas as imposições, por dois
bons motivos: acelerar a absorção dos fluidos pelo foco atendido e evitar que
algumas emanações fluídicas desarmonizadas do foco impregnem as
mãos do passista.
2- por serem concentradoras, as imposições muito prolongadas sobre o
coronário podem provocar tonturas e dores de cabeça no paciente; os dispersivos,
intercalados com as imposições, evitam essas
sensações.
Longitudinal:
Ao contrário das imposições, os longitudinais são feitos
com movimentos. Sua aplicabilidade é das mais
ricas entre todas as técnicas.
Dependendo da velocidade e da distancia com que são aplicados, os
longitudinais atendem todos os quatro padrões estabelecidos pelas
combinações destes fatores. Assim, um longitudinal lento e próximo terá características concentradora de
ativante; se lento e distante, funcionará como concentrador calmante. Se for
rápido próximo, dispersivo de ativante. Se rápido e longe, dispersivo de
calmante.
O fato dos longitudinais serem tão versáteis também tem suas
desvantagens. Eles não são tão concentradores quanto as
imposições, nem tão dispersivos quanto os transversais. São pouco
eficientes quando aplicados em regiões pequenas, sendo por isso indicados para grandes regiões.
A maneira de executar os longitudinais é bastante variada. A idéia básica desta técnica é passar as mãos ao longo do corpo ou da
região que se queira fluidificar.
A distancia e a velocidade dependerão dos propósitos a serem atendidos pelo passe.
Observações:
1- os longitudinais, quando usados como dispersivos gerais são excelentes
para promover a distribuição e introjeção de fluidos concentrados para
absorção pelo paciente, mas para resolver problemas de transe mediúnico, hipnótico ou sonambúlico, seu efeito é
lento e requer muita movimentação.
2- outra grande vantagem dos longitudinais é que, por sua
versatilidade, podemos fazer uso dessa técnica para atender a praticamente todos os casos de fluidificação, ressalvadas as
especialidades que solicitam técnicas mais objetivas.
Transversal:
Essa técnica é essencialmente dispersiva e
por isso muito eficiente quando aplicada com
conhecimento
Basicamente funciona com os braços distendidos paralelamente e as mãos voltadas em direção ao ponto que se
deseja dispersar, abrindo-os em seguida, com rapidez e vigor. É de se
notar que os passistas digitais estarão com os dedos apontados para o local onde haverá a dispersão, enquanto os
palmares naturalmente voltarão as palmas de suas mãos, retornando-as ao
ponto onde se deseje fazer nova dispersão.
Sua ação é muito efetiva quando se requer uma
dispersão muito intensa, tanto no sentido de introjetar fluidos
concentrados quanto para desfazer o estado de transe do
paciente.
Uma variação interessante desta técnica eh a conhecida como Transversal
Cruzado. Basicamente tem o mesmo procedimento, so que em vez dos braços ficarem estendidos paralelamente, eles são cruzados à frente do paciente, em
direção ao ponto que se deseja dispersar. A vantagem dessa variante é
que assim se tem potencializado seu efeito dispersivo.
Observações:
1- No caso de dispersão em paciente que acabou de incorporar ou que esteve sob efeito de hipnose ou sonambulismo e está sentindo dificuldade de retornar ao domínio da própria consciência, o transversal deve ser aplicado sobre o
frontal, com bastante rigor. Normalmente o efeito é muito rápido.
2- por motivo do espaço restrito das cabines de passe, os passistas usam
reduzir a abertura de braços, dobrando-os parcialmente, diminuindo
a amplitude de movimento. Se bem que estética e fisicamente possa
parecer uma boa solução, a eficiência da técnica fica comprometida. A
experiência mostra que um transversal com amplitude total perde mais da
metade de seu efeito quando executado com essa medida.
Perpendicular:
Praticamente usada para dispersar, onde seu poder é
mais consistente, pode também ser útil em
concentrações fluídicas em grandes regiões.
Seu funcionamento solicita que o paciente esteja em ângulo reto com
o passista. Este deve passar as mãos simultaneamente, uma pela
frente outra pelas costas, perpendicularmente, sempre no sentido da cabeça aos pés, com rapidez, para alcançar os efeitos
dispersivos e em velocidade muito lenta para concentrações fluídicas.
Dentre os inconvenientes desta técnica, dois se destacam: a
necessidade do passista girar em torno do paciente para formar o ângulo adequado à aplicação e a
pouco aplicabilidade em pacientes que não estejam de pé. Apesar
disso, como o fator dispersivo é muito elevado, apesar dos
inconvenientes, a técnica indica o seu uso em muitos casos.
Observações:1- o fato do perpendicular usar uma das
mãos passando pelas costas do paciente, potencializa o efeito do longitudinal. Nas
costas deve haver centros secundários de relevância ou extensões captadoras dos centros localizados à frente, justificando
assim este fato. Neste raciocínio, justificamos o atendimento de passes, em reuniões mediúnicas, nos companheiros feito pelas costas, sobre a região umeral,
quando não sobre o coronário, para ajudar nas manifestações mediúnicas.
2- normalmente os perpendiculares tem sido aplicados com o paciente em
pé, todavia, isso não impede que sejam aplicados com pacientes
deitados ou sentados, se bem que os inconvenientes naturais serão muito
maiores.
Circulares:
Como se pode deduzir, é a técnica que usa de
movimentos circulares. Sua aplicabilidade é definida por característica concentradora,
mesmo quando feita com giros rápidos.
É de se perguntar porque? Simples. Como os centro vitais giram no
sentido horário e as mãos, quando operando circulares, giram no
mesmo sentido, o diferencial dessas velocidades (dos centros versos as
mãos) contribuem para um resultado de menor valor, facilitando aos centros vitais maior tempo de
captação.
No que tange à maneira de aplicar, cumpre dividi-la em dois grupos os circulares propriamente dito e as
aflorações.
Os Circulares propriamente ditos são executados com as mãos, sem movimento de
braços. Como este passe é além de concentrador, muito ativante, normalmente são
aplicados muito próximos ao ponto que se deseja realizá-los. Os dedos ficam levemente arqueados em direção a esse ponto, com a palma girando, sempre no sentido horário. Quando a mão realiza um giro, retorna-se a
mesma fechando-a, suspendendo-a na amplitude da munheca, já que em tese, o braço
não deverá se mover e reinicia-se o circulo outra vez, repetindo o processo até que a
fluidificação esteja concluída.
As Aflorações solicitam movimento de braço e antebraço. Normalmente as mãos ficam espalmadas ou com os dedos levemente
arqueados. Como se destina a atendimento a grandes regiões, age-se fazendo girar o braço
sobre a região a ser tratada, sempre no sentido horário e a pequena distancia. Normalmente, o giro é feito de forma contínua, mas se houver interrupções, as mãos deverão ser afastadas,
fechadas e depois, no reinicio do passe, repousadas no mesmo ponto em que a
afloração será reiniciada.
Observações:1- por interpretação equivocada da maneira
que os magnetizadores sugerem o afastamento das mãos do corpo do paciente nesta técnica, os passistas começam a fazer
círculos com braços e mãos e acreditam estar fazendo circulares, quando na maioria das vezes, estão realizando longitudinais,
com mãos voltando por fora.
2- esses passes são muito eficientes em processos de inflamação em
pequenas regiões, além dos problemas digestivos e dos males
em geral do baixo ventre.
3- quem pretenda fazer aflorações com as duas mãos simultaneamente deve estar muito atento ao sentido do giro para que uma não trabalhe
no sentido anti-horário. Em caso de duvida, inicie com uma mão apenas e, logo em seguida, adicione a outra. Assim é mais difícil errar. Lembre-se que o movimento anti-horário causa
congestões fluídicas no paciente, provocando mal estares.
Insuflação:
Técnica também conhecida como sopro, pode ter características bem divergentes dependendo apenas da modalidade usada. As insuflações
podem ser frias ou quentes caracterizando assim sua divisão em
dois grupos.
As insuflações frias são muito usadas como dispersivos, especialmente como
calmante. São aplicados soprando, normalmente a uma distancia maior que 40 cm a região que se deseja dispersar, como se ali estivesse uma vela a ser apagada. O sopro é dado com os pulmões cheios de
ar, liberando-o lentamente quando se quiser provocar calma, tranquilidade,
relaxamento no paciente; ou rapidamente e com vigor, quando se quiser dispersar ou acordar o paciente de um sono magnético,
sonambúlico ou mediúnico.
Bem se vê que não se trata de um simples sopro, é
necessário que o passista disponha de sopro
magnético (normalmente seus possuidores são
grandes usinadores fluídicos no centro laríngeo).
Observações:
1- Os magnetizadores clássicos usavam largamente a insuflação fria para debelar febres
em crianças. Neste caso, elas eram feitas no sentido longitudinal, da cabeça para os pés, a
uma distancia nunca menor que 50 cm do corpo da criança e com sopros firmes, mas suaves. O ar dos pulmões era totalmente esvaziado numa
passagem completa, num padrão de expelimento constante. Para uma nova passagem o passista
deverá respirar umas duas ou três vezes e depois encher os pulmões com uma nova provisão de ar e repetir o procedimento.
2- As insuflações frias também vem sendo largamente utilizadas para
acalmar crises de histeria e epilepsia.
As insuflações quentes ao contrario das frias, são extremamente concentradoras de ativantes. São aplicadas soprando a região que se deseja fluidificar o mais próximo possível, como se ali
estivesse uma lamina que quiséssemos embaçar. O sopro é dado com os pulmões cheios de ar, liberando-se lentamente, até
esgotar toda a provisão de ar. Finda a provisão, afastar-se a boca do local, respira-se
normalmente umas quatro ou mais vezes e depois repete-se a insuflação, com os pulmões
novamente cheios. Esta modalidade de insuflação é extremamente desgastante para o passista e violentamente concentradora para o
paciente.
Observações:
1- Evite aplicá-la diretamente sobre os centros vitais principais. Após um
Maximo de duas insuflações quentes, faça uma serie de dispersivos
localizados antes de repetir a aplicação. Salvo exceções, nunca faça mais de
cinco insuflações quentes por sessão por causa da perda fluídica, que no caso
é muito grande.
2- Além de uma boca sadia, tenha um hálito mental equilibrado. Antes dos passes evite alimentos de odor pesado. Evite fazer insuflações se
tiver problemas gástricos e de esôfago. Não use a palavra para
acusar, falar mal, condenar, fofocar ou levantar falso.
3- Apesar dos inconvenientes de sua pratica cabe as insuflações quentes o
maior grau de eficiência em tratamentos de inflamações e infecções em pequenas regiões (tumores localizados, feridas de difícil cicatrização, etc.) Entretanto, pelo
seu poder muito concentrador de ativantes, sempre há riscos de retorno de cargas fluídicas densas à fonte de onde promana a concentração. Assim é muito
conveniente a intercalação com dispersões localizadas.
Imposição com longitudinais:
A conjugação destas duas técnicas tem apresentado
resultados muito prometedores. Trata-se da união da imposição
com o longitudinal.
Normalmente, em situações em que o paciente esteja passando por graves desarmonias fluídicas gerais; quando se detecta que o transito fluídico entre os centros vitais dele esta intermitente
ou travado, paralisado. Ou quando sofre de crises epilépticas,
convulsivas, perda de domínio das funções nervosas ou tenha passado por longos períodos de desarmonias devido a problemas no coronário ou
no frontal.
Também quando precisa de um reforço fluídico para maior harmonização entre os centro vitais, seja em nível profundo,
seja no nível da psi sensibilidade, procedemos da
seguinte maneira:
Com uma das mãos fazemos uma imposição sobre o frontal (ou sobre o centro que esteja acima do centro em
desarmonia) e com a outra mão fazemos dispersivos gerais (sempre a partir do centro onde se está fazendo
a imposição) até o genésico. Ressaltamos ainda que ao final dessa conjugação de técnicas, deveremos
fazer dispersivos localizados sobre os centros em desarmonias, seguido de
dispersivos gerais.
As funções dos dispersivos:
Já falamos muito em dispersivos mas gostaríamos de dar alguns destaques às suas funções e a sua importância nos passes.
No dicionário “dispersar” significa espalhar, fazer sair. No sentido fluídico
magnético seu sentido é muito mais amplo do que desfazer.
Tomando as derivações do Aurélio em primeiro plano, poderemos afirmar que
os dispersivos “fazem ir para locais diferentes” os concentrados fluídico;
promovem a saída de agregados perniciosos e desviam para outros pontos e centros vitais, os fluidos
concentrados.
Mas não se limitam a isso. Os dispersivos também:
- “filtram” os fluidos, refinando-os para atendimentos e alcances diversos.
- “compactam” os fluidos para processos de ruminação fluídica, aonde
os fluidos ficam armazenados nas periferias dos centros vitais para
consumo gradual do paciente.
-“catalizam” fluidos, aumentando seu poder e velocidade de penetração,
alcance e transferência entre centros vitais.
-“decantam” fluidos, retirando as impurezas e refinando a textura dos
mesmos.
-“esparge” as camadas fluídicas superficiais deixando mais visíveis e sensíveis os focos de desarmonia do
paciente.
-“elimina” os excessos de concentrados fluídicos por ocasião do passe, assim
favorecendo ao paciente uma sensação de equilíbrio e ao passista uma
recompensarão fluídica que dificulta a possibilidade de uma fadiga fluídica.
-“resolve” desarmonias provocadas por fadigas fluídicas, principalmente quando
acompanhada de ingestão de água fluidificada.
-“corrige” eventuais equívocos no uso de técnicas.
-“redireciona” cargas fluídicas entre os centros vitais.
Alem de muitas outras funções que temos a certeza nem sequer
percebemos.
Uma nota interessante a fazer é que é certo dizer que os dispersivos “extraem”
excessos fluídicos, mas não arrancam os fluidos que já foram aplicados, nem muito
menos joga-os fora. Quando doamos fluidos através do passe, o organismo vital
do paciente os absorve e retém, por um processo de afinidade, não permitindo que
os fluidos já “casados” ou “arquivados” retornem com os dispersivos. Os excessos
é que são extraídos, exatamente porque não estão casados ou arquivados pelos
centros vitais.
É com muito pesar que vemos pessoas, imbuídas da melhor boa vontade e
portadoras de muita fé fazerem longas imposições, com visíveis transferências
fluídicas anímicas, sem perceberem o mal estar que provocam em seus pacientes. Com certeza o mundo espiritual trabalha enormemente para sanar ou ao menos
diminuir os efeitos nocivos destas longas concentrações fluídicas e é graças a
atuação deles que o mal é menor, temos a certeza.
Mediante tão rico conjunto de possibilidade parece incrível que
muitas casas espíritas ainda teimem em não fazer uso dos dispersivos
alegando riscos de ritualismo. Mas podemos afirmar que não há risco de ritualismo quando se age com
conhecimento e consciência do que se faz.
A importância do dispersivo vem provada e demonstrada pela
natureza, em todos os tempos. O vento é uma de suas mais cabais
demonstrações: movimentando ele saneia o ar, traz chuvas, permite que
respiremos com renovação.
Outro gesto dispersivo é a movimentação brusca que fazemos
quando batemos ou queimamos alguma parte do corpo...
A sabedoria dos simples, fazendo as benzedeiras usarem gestos rápidos,
nitidamente dispersivos, quando “benzem” crianças...