FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – FATECS
CURSO: COMUNICAÇÃO SOCIAL
HABILITAÇÃO: JORNALISMO
JULIANA LOURENÇO DA SILVA MACEDO CARVALHO
2080637/9
O REFLEXO DA MÍDIA TELEVISIVA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA EM FASE PRÉ-ESCOLAR
Brasília
2011
JULIANA LOURENÇO DA SILVA MACEDO CARVALHO
O REFLEXO DA MÍDIA TELEVISIVA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA EM FASE PRÉ-ESCOLAR
Monografia apresentada como um dos requisitos
para conclusão do Curso de Comunicação Social,
habilitação em Jornalismo, do Centro Universitário
de Brasília.
Orientador(a): Prof.ª Gláucia Magalhães.
Brasília
2011
JULIANA LOURENÇO DA SILVA MACEDO CARVALHO
O REFLEXO DA MÍDIA TELEVISIVA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA EM FASE PRÉ-ESCOLAR
Monografia apresentada como um dos requisitos
para conclusão do Curso de Comunicação Social,
habilitação em Jornalismo, do Centro Universitário
de Brasília.
Orientador(a): Prof.ª Gláucia Magalhães.
Brasília, junho de 2011
Banca examinadora:
______________________________
Prof.ª Gláucia Magalhães
Orientadora
______________________________
Prof.ª Cláudia Busato
Examinadora
______________________________
Prof.º Luiz Cláudio Ferreira
Examinador
Dedico este trabalho aos meus pais, principais
responsáveis por tudo o que sou. Ao meu irmão,
grande incentivador para as minhas conquistas. Aos
familiares e amigos, pelo apoio nas minhas decisões
e por compartilharem momentos especiais. Aos
professores, grandes mestres que me deram toda a
base para começar a construir minha carreira, de
forma digna e profissional.
AGRADECIMENTO
Pelo apoio integral, agradeço aos meus pais e ao
meu irmão. À família e aos amigos, pela
compreensão e incentivo durante os momentos
dedicados ao desenvolvimento dessa etapa. À
professora Gláucia Magalhães, pelo constante
aprendizado e orientação.
RESUMO
A mídia televisiva é o meio de comunicação que atrai mais pessoas. No século atual, mesmo com os avanços tecnológicos, principalmente da internet, a televisão ainda ocupa lugar significativo no cotidiano da sociedade. Em relação ao público infantil, a televisão, junto com a família, a escola e o meio social, é considerada responsável por influenciar em suas falas e atitudes. Os personagens dos desenhos animados são vistos como exemplos para as crianças, que tendem a imitar a linguagem e as ações transmitidas por aqueles que elas mais se identificam. Nesse contexto, a educação infantil passou a considerar a mídia televisiva como instrumento de influência no desenvolvimento psicológico e social das crianças em fase pré-escolar (de três a sete anos). Educadores, pais e responsáveis buscam uma programação mais educativa, de modo que a criança possa ser direcionada a assistir programas com conteúdos adequados à faixa etária delas e isso se torne reflexo em seu processo de aprendizagem.
Palavras-chaves: educação, televisão, criança.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7
1.1 Tema .................................................................................................................... 7
1.2 Justificativa ......................................................................................................... 7
1.3 Hipóteses ............................................................................................................ 8
1.4 Objetivo Geral ..................................................................................................... 9
1.5 Objetivos Específicos ........................................................................................ 9
1.6 Abordagem Metodológica .................................................................................. 9
1.7 Estrutura do Trabalho ....................................................................................... 10
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 11
2.1 Televisão: mídia de maior audiência social .................................................... 11
2.1.1 TV por assinatura ............................................................................................. 12
2.2 Criança e Educação: a formação e desenvolvimento da infância ................ 13
2.3 Televisão e Educação: o que o meio oferece ................................................ 15
2.3.1 Programa educativo infantil: a participação da criança na televisão ................ 18
2.3.2 Televisão e o imaginário da criança: o lúdico na evolução da personalidade .. 19
3 METODOLOGIA ................................................................................................... 21
4 OBSERVAÇÃO E ANÁLISE .................................................................................. 22
4.1 O canal Discovery Kids .................................................................................... 22
4.1.1 Desenhos ........................................................................................................ 23
4.2 Observação de crianças ................................................................................... 33
4.3 Entrevistas com mães....................................................................................... 36
4.4 Síntese da análise ............................................................................................. 38
5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 40
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 41
APÊNDICES ............................................................................................................ 44
ANEXOS .................................................................................................................. 50
7
1. INTRODUÇÃO
Apesar dos avanços tecnológicos da internet, a TV ainda é o meio de
comunicação com maior alcance na sociedade e com o qual a criança mais se
identifica. Quanto mais ausentes os pais na rotina diária e, quanto maior o
isolamento, maior pode ser a influência da mídia sobre ela.
Os programas infantis, filmes e desenhos, por mais simples que sejam,
passam informações que chamam a atenção da criança. Ela grava na memória as
atitudes vistas e, provavelmente, irá repeti-las em alguma situação.
O Discovery Kids é um canal por assinatura de televisão. Com o foco na fase
pré- escolar, a programação enfatiza a cultura popular infantil. Dentre diversas
atrações está a definição de palavras, o ensino da língua inglesa (como palavras
comuns ao cotidiano da criança é falada em inglês) e como lidar com o meio social
(convívio dos personagens, relação de amizade). Desde os desenhos até os
comerciais interativos, o foco é na compreensão da criança.
1.1 Tema
Com o intuito de verificar o reflexo da mídia televisiva no desenvolvimento da
criança em fase pré-escolar, este trabalho busca analisar a influência da
programação do canal Discovery Kids ao público infantil.
1.2 Justificativa
Conforme estudiosos, o desenvolvimento psicológico e social da criança é
baseado, entre outros fatores, no que é visto na mídia, que, a cada dia, está mais
presente no cotidiano infantil. Diante disso, a programação do canal Discovery Kids
traz como objetivo o auxílio no processo educacional.
A pesquisa referente a essa influência na fase de alfabetização se faz
relevante, especialmente, aos pais, professores e psicólogos. Mesmo cada um com
o seu papel na educação e formação infantil, todos necessitam saber até que ponto
os desenhos assistidos causam transformações nas atitudes, pensamentos e
aprendizados da criança. É inevitável que ela não demonstre qualquer reação
baseada no que viu de algum personagem que se identifica, por exemplo.
Devido ao fato de muitos pais trabalharem durante boa parte do dia, muitas
vezes as crianças passam mais tempo em frente à televisão. Assim, há a
8
necessidade de selecionar o que deve ou não ser assistido pela criança. As atitudes
dos filhos devem ser observadas, de forma que a mídia não seja o principal exemplo
para eles.
Da mesma forma, os professores e psicólogos devem ficar atentos para que
os desenhos e personagens de histórias não se tornem as referências de
aprendizado e desenvolvimento para as crianças. Muitas vezes, a programação vista
é refletida nas atitudes entre as crianças. As formas de falar e vestir são grandes
exemplos da influência dos desenhos.
Por mais que nos programas sejam mostrados bons exemplos e assuntos
educativos, é relevante que a criança não tenha total dependência do que assiste
para se desenvolver psicologicamente e socialmente. No entanto, o contato com as
atrações traz, de forma descontraída, a necessidade de se aprender, além de
palavras e suas interpretações, o significado de atitudes do cotidiano da sociedade,
como o modo de conviver bem com pessoas de diferentes culturas e
personalidades.
A mediação daqueles que convivem diretamente com a criança é fundamental
no contato com a mídia. A ênfase na importância de uma programação voltada ao
ensino e não ao consumismo desenfreado, por exemplo, é o que torna a pesquisa
relevante para quem lida com o universo infantil e suas peculiaridades,
principalmente referente à educação.
1.3 Hipóteses
Pelo fato do Discovery Kids ser um canal voltado para crianças,
principalmente na fase pré-escolar, a abordagem utilizada pelos programas é
educativa e voltada ao que elas presenciam em casa e na escola. Com isso, a
identificação do público infantil com os desenhos faz com que ela internalize o que é
visto e, provavelmente, repita em algumas ocasiões. Como está em construção de
personalidade, além dos brinquedos e roupas semelhantes, a criança costuma
repetir a linguagem utilizada nos desenhos, o que pode auxiliar ou prejudicar no
processo de alfabetização.
Além disso, algumas atrações trazem o ensino de letras e palavras. Esses
programas ajudam no desenvolvimento da aprendizagem, visto que complementam
o que é ensinado na escola e introduzem algo que possa ser desconhecido. Por
9
meio dos desenhos animados, a criança pode aprender de forma descontraída, sem
perceber.
1.4 Objetivo Geral
O objetivo desta pesquisa é verificar a influência da programação do canal
Discovery Kids no desenvolvimento psicossocial de crianças em fase pré-escolar.
1.5 Objetivos Específicos
Observar a forma como os desenhos animados mais assistidos abordam
temas referentes ao cotidiano da criança, como relação familiar, preconceito
sociocultural e, principalmente, educação;
Verificar a opinião dos pais sobre a programação televisiva em relação ao
público infantil (especificamente do canal Discovery Kids) e, por consequência,
de que forma a mídia influência na educação;
Analisar a forma como a criança assimila o que está assistindo e retransmite
aos familiares e amigos, por exemplo;
Conferir a importância e o papel da televisão na rotina das crianças.
1.6 Abordagem metodológica
O objeto de análise são desenhos animados do canal televisivo Discovery
Kids, que possui ênfase na educação pré-escolar. O principal aspecto para observar
foi a influência da mídia no desenvolvimento psicossocial infantil.
Além da análise da programação do Discovery Kids, o procedimento
metodológico teve como base a observação de crianças em fase pré-escolar (três a
sete anos). A convivência com as crianças poderá mostrar atitudes que, de alguma
forma, são reflexo daquilo que assistem nos desenhos. A linguagem e os gestos
utilizados pelos personagens dos desenhos serão considerados para comparar com
as falas e atitudes das crianças observadas.
No entanto, devido à necessidade de saber como a programação de um canal
infantil influência nas crianças em processo de alfabetização, foi preciso, também,
entrevistar pais ou responsáveis. Dessa forma, foi possível observar até que ponto a
televisão é benéfica durante a educação infantil e como as crianças demonstram
assimilar aquilo que assistem à realidade.
10
Como base para a formulação teórica, foram utilizados artigos científicos,
reportagens e registros de especialistas na área educacional ou midiática. Esses
documentos auxiliaram para compreender como a mídia mexe com o psicológico da
criança, ao ponto de influenciar em atitudes relevantes da realidade infantil.
1.7 Estrutura do trabalho
Em um primeiro plano, apresenta-se o referencial teórico, onde os conceitos
de televisão, criança e educação são explorados de forma individual e, depois,
relacionados entre si. Após a apresentação do desenvolvimento do trabalho,
descreve-se a metodologia com os critérios utilizados para fazer a apreciação do
material pesquisado. No capítulo quarto, são feitas observações com base na
apreciação dos desenhos, nas entrevistas realizadas com mães e nas crianças pré-
escolares. Por fim apresenta-se a conclusão sobre o conteúdo analisado.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Televisão: mídia de maior audiência social
Bucci (1997, p. 9), ao falar da influência da televisão na sociedade, afirma que
os espaços públicos são definidos pelos limites colocados por esse meio de
comunicação. É ela que delimita os critérios de noticiabilidade e faz com que o
público identifique a “realidade” naquilo que assiste. Conforme Bucci:
A televisão é muito mais do que um aglomerado de produtos descartáveis destinados ao entretenimento de massa. No Brasil, ela consiste num sistema complexo que fornece o código pelo qual os brasileiros se reconhecem brasileiros. Ela domina o espaço público (ou a esfera pública) de tal forma, que sem ela ou sem a representação que ela propõe do país, torna-se quase impraticável a comunicação – e quase impossível o entendimento nacional (BUCCI, 1997, p. 9).
Durante a abordagem sobre a importância da televisão, Maria Aparecida
Baccega (2000, p. 102) traz o pensamento de Bechelloni que, relacionado ao tempo
e dinheiro, afirma existir três tipos de mídia.
As velhas mídias (livro, periódico, filme), que custavam aos fruidores tanto tempo como dinheiro; as novas mídias (o rádio e a televisão), que custam aos fruidores apenas tempo, pois o acesso a elas é gratuito; e as novíssimas mídias (o videocassete, a TV a cabo, o pay per view, o computador), que trazem também para o fruidor um custo em tempo e dinheiro.
Segundo Baccega (2000, p. 102), diante da linguagem utilizada e do acesso
gratuito, os meios de comunicação como o rádio e a televisão têm a capacidade de
atingir todas as classes sociais. Esse fator, de acordo com a autora, fez com que
esses veículos de comunicação se tornassem fontes de referência e, talvez, o
recurso mais importante para o consumo cultural, visto que são neles que os fatos
se tornam públicos.
Devido ao poder estabelecido com o público e de acordo com o artigo 221 da
Constituição brasileira de 1988 (ANEXO A), a televisão precisa exercer o seu papel
social dando “preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e
informativas”. Além disso, como princípios básicos, as emissoras devem promover a
12
cultura nacional e regional; regionalizar a produção cultural, artística e jornalística,
conforme percentuais estabelecidos em lei; respeitar os valores éticos e sociais da
pessoa e da família.
No entanto, Wagner Bezerra (1999, p. 24) afirma que, apesar de citados nos
princípios constitucionais, os programas direcionados à educação são minorias
quando comparados as atrações voltadas ao entretenimento. Ele diz que a
qualidade é o principal aspecto ao avaliar o papel social da televisão.
No mesmo contexto, de mostrar a influência da televisão na rotina das
pessoas, Arlindo Machado (2000, p. 10) defende a existência de uma televisão de
qualidade que, segundo ele, para isso é preciso pensar também em uma recepção
de qualidade.
Pode-se amar a televisão sem necessariamente precisar fazer concessões a qualquer espécie de banalidade e sem correr o risco de se passar por ignorante. Tudo é uma questão de mudança de enfoque. Em lugar de prestar atenção apenas às formas mais baixas de televisão, a ideia é deslocar o foco para a diferença iluminadora, aquela que faz expandir as possibilidades expressivas desse meio.
Em artigo publicado no site Observatório da Imprensa, Bezerra (2006)
compara a relação da televisão com seus telespectadores a um casamento com
acordo de mútua fidelidade.
O problema deste tipo de matrimônio é a indissolubilidade da relação, pois, na prática, mesmo quando a gente desliga a TV ela continua "passando em nossa vida". Este fenômeno ocorre com todas as TVs, com toda a programação. Se a gente parar para pensar vai perceber que, por algum motivo, depois de desligados os aparelhos receptores, os conteúdos de fato ficam com a gente.
2.1.1 TV por assinatura
Na década de 40, a televisão por assinatura surgiu nos Estados Unidos. De
acordo com Duarte (1996, p. 99), “a origem da TV a cabo americana está ligada à
criação de sistemas de Antena de Televisão Comunitária (CATV, na sigla em inglês)
para resolver problemas de má recepção de sinais”.
O conceito do cabo, como uma fonte de programação multicanal e, portanto, como um competidor das redes de TV tradicionais, foi
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desenvolvido nos anos 70, por meio de muitas batalhas de opinião pública (DUARTE, 1996, p. 101).
Conforme Duarte (1996, p. 102), “a vitória de mercado veio com a introdução
dos canais exclusivos do cabo, distribuídos nacionalmente via satélite,
transformando o cabo numa fonte alternativa de televisão”. Filmes, documentários,
notícias, desenhos animados, dentre outros, passaram a ter programações
exclusivas em canais de 24 horas. O uso da TV a cabo é a possibilidade dos
telespectadores escolherem as emissoras que desejam assistir.
No Brasil, as primeiras transmissões de televisão por assinatura surgiram no
final da década de 80. Após a publicação da portaria nº 250 do Ministério das
Comunicações, em 13 de dezembro de 1989, a TV a cabo foi introduzida no país.
Dentre as primeiras programações estavam a CNN, com notícias 24 horas por dia, e
a MTV, com videoclipes musicais.
Em 6 de janeiro de 1995, foi promulgada a Lei nº 8.977, que dispõe sobre o
serviço de TV a cabo. De acordo com o artigo 3º da lei, a televisão por assinatura
destina seus serviços a: “promover a cultura universal e nacional, a diversidade de
fontes de informação, o lazer e o entretenimento, a pluralidade política e o
desenvolvimento social e econômico do país”.
2.2 Criança e Educação: a formação e o desenvolvimento da infância
A psicopedagoga Martha Senfft (apud NUNES, 2003, p. 13) traz a mudança
de opinião sobre a criança e seu papel na sociedade.
O conceito a respeito da criança e a da infância mudou muito durante a história. Ela já foi considerada um ser inferior; uma tabula rasa; um peso para a família; importante para a família como força de trabalho; submissa ao estado; símbolo da maldade e do pecado e, portanto, devendo ser punida para ter um crescimento adequado e uma boa personalidade, postura esta que justificaria o castigo físico como método educativo, etc.
No entanto, de acordo com Martha, a visão da infância começou a mudar a
partir do século XIX, com a criação de estudos e sociedades voltadas à prevenção
da criança. Exemplo disso é a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (ANEXO B), que
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dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e determina outras
providências acerca da proteção integral de pessoas até os 18 anos de idade.
A respeito da aprendizagem infantil, Nunes (2003) diz que, devido à atenção
voltada para tudo que acontece, as crianças precisam ser incentivadas por fatos
atrativos saudáveis e educativos. Segundo ela:
As crianças, em geral, aprendem com muita facilidade. Têm olhos e ouvidos que registram tudo, armazenando conhecimentos, assimilando fatos, aprimorando suas experiências ao longo de seu desenvolvimento (NUNES, 2003, p. 23).
Nunes afirma, também, que o entendimento da criança parte dos sentidos. “A
criança, mesmo sem saber compreender frases inteiras ou sequer ler, utiliza os
sentidos para explorar o que existe a seu redor” (2003, p. 80). Ela diz que a
descoberta do mundo real parte de acontecimentos bons e ruins que a criança
presencia. Os conhecimentos sociais são construídos por meio de interações
significativas com diferentes pessoas e instituições.
Cicília Peruzzo (1998, p. 3) analisa a educação por meio da comunicação.
Para ela, “educação significa educar para a sociedade”.
É a socialização do patrimônio de conhecimento acumulado, o saber sobre os meios de obter o conhecimento e as formas da convivência social. É também educar para a convivência social e a cidadania, para a tomada de consciência e o exercício dos direitos e deveres do cidadão (PERUZZO, 1998, p.3).
Em consonância com Peruzzo, Maria Aparecida Baccega (2000, p. 95) afirma
que a formação do cidadão crítico, atribuída à educação, torna-se cada vez mais
necessária.
A educação é um processo social, no qual imergimos ao nascer. É no processo de educação, sobretudo por meio da palavra, que 'recebemos' as análises da realidade feitas pelas gerações anteriores, os comportamentos, os estereótipos, os modos de ver e pensar.
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2.3 Televisão e Educação: o que o meio oferece
“Junto com a família e a escola, a televisão pública, instruindo as crianças
fora da escola, vem a ser a terceira instituição educacional” (SPRING apud HILTY,
2001, p. 110).
Eduardo Elias (2002, p. 47) questiona as necessidades da criança, com base
na opinião de quem cria a programação infantil das emissoras televisivas. “Criança
precisa de natureza, de espaço para correr, brincar e deixar a imaginação à solta.
Não pode ficar tempo demais diante da TV”.
Enfatizando a preocupação de pais e educadores, Bucci (2000) destaca que a
televisão é a responsável por monopolizar a informação. Segundo ele, o
telespectador é comparado a um prisioneiro, visto que é influenciado pelo imaginário
que a TV coloca em circulação.
Há cerca de 40 milhões de lares com televisão no Brasil, o que corresponde a quase 90% do total. Isso, para uma população que lê pouco, dá à TV uma condição de monopólio da informação, ou seja, a TV monologa sem que outros meios lhe façam contraponto. (…) De acordo com Grupo de Mídia de São Paulo, com base em pesquisa do Instituto Marplan Brasil, 98% da população entre 10 e 65 anos vêem TV pelo menos uma vez por semana e, sozinha, a TV atrai duas vezes mais público do que todos os meios impressos, aí computados também os livros, além de jornais e revistas (BUCCI, 2000, p. 9).
Bucci (2000, p. 10) afirma, também, que "a importância da TV no Brasil é
desproporcional em relação aos outros meios". Ele questiona o fato de que, se as
crianças passam mais horas diante da TV do que em sala de aula, como seria
possível pensar em um processo educacional sem considerar a influência dos meios
de comunicação.
A partir disso, Baccega (2000, p. 95) diz que "a televisão, com meio século de
presença entre nós, compartilha com a escola e a família o processo educacional,
tendo-se tornado um importante agente de formação". A autora destaca que o meio
de comunicação leva vantagem diante dos demais agentes, visto que a linguagem
televisiva é mais rápida e está diretamente voltada ao cotidiano. Ela justifica o fato,
por exemplo, do tempo de exposição das crianças diante da televisão ser,
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geralmente, maior do que aquele voltado para a escola ou convivência com
familiares.
Para Baccega (2000, p. 98), os meios de comunicação (televisão, rádio,
jornais, revistas, internet, entre outros), aliados à escola, família e outros agentes de
socialização, ocupam lugar privilegiado no processo educacional. Retratam a
realidade por meio de fatos editados, que selecionam o que deve ser visto, ouvido
ou lido pelo respectivo público. No entanto, a autora relata a necessidade do público
ter conhecimento da realidade a que pertence, de forma que não a confunda com os
fatos transmitidos e saiba selecionar informações e “interrelacionar conhecimentos”.
Bezerra (1999), em consonância com a reflexão de Maria Aparecida Baccega,
aborda a educação nas emissoras televisivas. Ele afirma que os programas das
emissoras ditas educativas, assim como os demais programas de outras emissoras,
interferem na educação dos telespectadores.
Todas as TVs, toda a programação, todas as emissoras, educam sim. Sem distinção, todas são educativas. O que pode e deve variar é o conteúdo de cada proposta, de cada programa, de cada emissora. Ou seja, uns preferem os estereótipos multicoloridos, e felizmente outros optam pela história, cultura, tradições, arte (BEZERRA, 1999, p. 114).
Conforme pesquisas realizadas pelo Ibope em 2003, as crianças assistem
não só aos programas infantis. Devido a esse fator, Flávio Ferrari, diretor executivo
do Ibope Mídia, alerta aos pais, professores e responsáveis pelas programações
televisivas quanto à necessidade de regular o que o público infantil pode ou não
assistir. “As crianças assistem praticamente tudo e, de alguma forma, estão
elaborando o que assistem. Compete aos responsáveis decidir o que fazer com essa
informação” (FERRARI apud BEZERRA, 1999, p. 116).
No entanto, segundo o artigo 76 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que
trata do Estatuto da Criança e do Adolescente, a responsabilidade pelo que o
público infantil assiste também está nas emissoras. “As emissoras de rádio e
televisão somente exibirão, no horário recomendado para o público infanto-juvenil,
programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas”. Dessa
forma, o artigo estipula também que “nenhum espetáculo será apresentado ou
anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua transmissão, apresentação
ou exibição”.
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Além disso, de acordo com a Constituição Federal de 1988, o papel social da
televisão deve dar “preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e
informativas”. As emissoras, como princípios básicos devem promover a cultura
nacional e regional; respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família;
entre outros.
A partir da discussão sobre o que deve ou não ser transmitido ao público
infantil, Bezerra (1999) traz a orientação da ambientalista Célia Dias para que as
crianças tenham contato apenas com programas voltados para a faixa etária
pertencente.
O primeiro contato que as crianças têm com a imagem é fundamental, pois elas fixam determinados padrões. O que você apresenta para os seus filhos é muito importante. Os pais são na verdade os grandes formadores de opinião (DIAS apud BEZZERA, 1999, p. 119).
De acordo com Célia Dias, se os responsáveis selecionam atrações de
qualidade e educativas nos primeiros contatos da criança com a imagem, eles
estarão contribuindo para formar um telespectador crítico, que sabe distinguir as
programações e escolher o que deseja assistir. Caso contrário, se a televisão for
compreendida como mero entretenimento, eles estariam se omitindo do dever de
educar e transferindo esse papel para os personagens televisivos.
Assim como Célia, a educadora Rosa Crescente (2002) acredita que a
escolha dos programas aliada à relação do divertimento com a educação é
favorável. Segundo ela, “criança não vê desenho como assiste a um filme: eles
sabem que se trata de uma fantasia e não se deixam influenciar por isso”
(CRESCENTE apud ELIAS, 2002, p. 49).
Arnaldo (2002, p. 439) comenta que, às vezes, “tem-se a sensação de que há
uma oposição entre mídia e educação; que a mídia não é o meio mais apropriado
para educar, que ela não desempenha nenhum papel na educação”. Segundo ele,
muitas pessoas não compreendem que as crianças passam mais tempo diante da
TV do que fazendo exercícios escolares ou qualquer outra atividade diária.
Entretanto, Arnaldo alerta para a necessidade das crianças serem orientadas
a respeito do que sabem sobre a mídia e como elas podem desenvolver a
consciência crítica própria do que é transmitido pelos meios de comunicação.
Conforme o autor, a maioria dos estudos realizados por ele enfatiza que a criança
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tem uma abordagem ativa da mídia. “Elas abordam a mídia com sua 'história
pessoal', com as 'construções sociais' que cultivaram na família, na comunidade e
em seu ambiente jovem” (2002, p. 448).
2.3.1 Programa educativo infantil: a participação da criança na televisão
Em 1967, a Comissão Carnegie sobre a Televisão Educativa recomendou o
uso da programação infantil na TV como um “meio de reforma social” (SPRING apud
HILTY, 2001, p. 112).
Os programas de televisão pública deveriam dar grande atenção às necessidades educacionais informais das crianças da pré-escola, particularmente para interessar e auxiliar crianças cujo preparo cultural e intelectual poderia ser, caso contrário, menos que adequado.
No entanto, Beth Carmona (2002, p. 331), ex-diretora de programação da TV
Cultura, critica que as crianças brasileiras sempre foram vistas como consumidoras
pela televisão. “Os programas produzidos para elas estavam, invariavelmente, mais
preocupados com os interesses comerciais do que os aspectos sociais ou
educacionais”. Carmona, contudo, explica que a televisão também atraiu
experiências mais conscientes e educativas. Segundo ela, a participação real das
crianças na televisão é vista quando a busca pela qualidade prevalece durante as
produções.
Programas que combinem criatividade, educação e entretenimento e que respeitem a inteligência das crianças são desafiadores e, consequentemente, agradáveis. Tal participação vai até onde criadores e produtores conseguirem entrar no universo infantil, contribuindo para maior aprendizagem e estímulo da curiosidade (CARMONA, 2002, p. 333).
Assim como Carmona, Hilty (2001, p. 113) diz que, com a primeira produção
de Vila Sésamo em novembro de 1969, ocorreu “o nascimento de uma programação
infantil que marcou o início de uma revolução nessa área”. A identificação com os
personagens dos programas educativos infantis definia as interações sociais e os
assuntos a seres abordados.
19
O teórico J. Healy, dentro da discussão de Hilty, discorda da vantagem de os
programas mais populares serem os favoritos tanto de crianças quanto de adultos.
Segundo ele, pais com boas intenções absorvem seriamente o ditado de que
determinado programa ajuda as crianças a aprender.
Os pais acreditam que esses programas são educativos e, por essa razão, preferíveis a outros programas infantis, e as crianças normalmente parecem gostar da extensa fila de personagens e experiências que elas encontram nesses programas, mas a pergunta essencial permanece sem resposta: o que as crianças realmente captam desses programas? (HILTY, 2001, p. 113).
Como exemplo de programa infantil que atrai a atenção das crianças, Hilty
cita Barney e seus amigos, exibido no canal Discovery Kids. Por meio do formato
educativo, a série “inclui elementos que são potencialmente relevantes para um
programa geral de preparo de pré-escolares para uma efetiva disponibilidade
escolar” (SINGER e SINGER apud Hilty, 2001, p. 114). Segundo Hilty, crianças
pequenas são atraídas pelo que o personagem principal do desenho representa: a
fantasia junto a características relacionadas ao afeto com o próximo, por meio de
uma linguagem simples e direcionada ao público infantil.
2.3.2 Televisão e o imaginário da criança: o lúdico na evolução da personalidade
Pacheco (1998) enfatiza que a produção cultural para a infância requer a
compreensão do que seja uma criança. Ou seja, a forma de pensar, sentir, perceber
e representar o que acontece no cotidiano.
Conhecer a criança é pensá-la não apenas numa perspectiva evolutiva e etária. Conhecer a criança é pensá-la como um ser social determinado historicamente. Conhecer a criança é pensá-la interagindo dinamicamente, influenciando e sendo influenciada. Conhecer a criança é pensá-la como um ser de relações que ocorrem na família, na sociedade, na comunidade. É conhecê-la em casa, na escola, na igreja, na rua, no clube, em seus grupos sociais, nas “peladas”, enfim, em todas as suas atividades (PACHECO, 1998, p. 32).
20
Márcia Leite (1998) questiona a passividade do telespectador diante da
televisão. Ela afirma que tal fator incomoda professores, psicólogos e psicanalistas
quando abordados sobre a influência da TV na educação.
A mídia afeta os sentidos? O que é concreto e abstrato na vida das crianças, considerando aquilo que assistem na TV? A televisão propicia uma zona de desenvolvimento proximal? E a imaginação e o imaginário, como ficam? (LEITE, 1998, p. 104).
Arthur Távola (1998, p. 48) diz que “as crianças usam a TV como uma das
fontes de onde extraem material para organizar e interpretar suas experiências
vividas”. Segundo ele, “as crianças se prendem a cenas que descrevam processos
nos quais podem participar”. Ou seja, as vontades das crianças são transmitidas por
meio das imagens que assistem. Távola alerta, ainda, para a relevância de uma
análise sobre os conteúdos televisivos:
Deixo a todos a reflexão sobre a importância de uma leitura crítica e uma ação sobre realizadores de televisão, no sentido de que eles possam compreender o quanto a TV pode fazer nessa área. Infelizmente temos assistido a um processo de adulteração dos horários da TV, em que os próprios programas infantis hoje existentes nada buscam a não ser formar consumidores infantis, posto que seus apresentadores estão envolvidos na industria do consumo, sem a mínima preocupação com a cultura do país (TÁVOLA, 1998, p. 49).
Assim como Távola, Ulla Carlsson e Cecilia V. Feilitzen (2002) analisam como
ocorre o acesso da criança à mídia. Segundo elas, a forma como jovens e crianças
se relacionam com a mídia de massa é um fenômeno cultural, que atrai pessoas de
todos os lugares diante de um mesmo objetivo: assistir determinado conteúdo
televisivo.
No entanto, para delimitar a programação ideal ao público infantil, Anna Home
(apud CARLSSON; FEILITZEN, 2002, p. 463), diretora de programas destinados às
crianças, traz uma carta sobre a televisão infantil (ANEXO C). Dentre os aspectos
citados pelo documento, "as crianças devem ter programas de alta qualidade, feitos
especialmente para elas e que não as explorem".
21
3. METODOLOGIA
A pesquisa, devido ao assunto abordado e às observações necessárias, foi
de caráter qualitativo. Esse formato é definido, dentre outros conceitos, pela
necessidade de compreensão de um grupo de pessoas, no caso deste estudo, as
crianças em fase pré-escolar. O método teve, como um dos objetivos, que justificar o
motivo pelo qual a mídia atrai tanto a atenção das crianças.
Os dados qualitativos consistem em descrições detalhadas de situações com o objetivo de compreender os indivíduos em seus próprios termos. Estes dados não são padronizáveis como os dados quantitativos, obrigando o pesquisador a ter flexibilidade e criatividade no momento de coletá-los e analisá-los. Não existindo regras precisas e passos a serem seguidos, o bom resultado da pesquisa depende da sensibilidade, intuição e experiência do pesquisador (GOLDENBERG, 2001, p. 53).
Para a eficácia na realização deste trabalho, foram feitas pesquisas
documentais de artigos, reportagens e registros de especialistas ou estudiosos na
área de comunicação e educação, como Bia Rosenberg (2008), Elza Dias Pacheco
(1998), Cecilia Von Feilitzen e Ulla Carlsson (2002).
Com a finalidade de verificar o que a programação traz para atrair o público
infantil, como utilizam a linguagem e quais os temas explorados, foi realizada uma
observação acerca da programação do canal Discovery Kids. Com ênfase em quatro
desenhos animados (Word World; Sid, o cientista; Lazytown; Meu Amigãozão), a
análise ocorreu diariamente, durante o período de uma semana, de 4 a 8 de abril, às
8h30, 9h30, 10h30 e 22h30, respectivamente.
Para verificar a forma como percebem a influência da mídia, especificamente
dos desenhos animados, na criança, como ela assimila o que assiste à realidade e
até que ponto a televisão é benéfica no processo de educação, foram realizadas
também entrevistas semi-estruturadas com quatro mães de crianças em fase pré-
escolar. Por fim, três crianças, com idades de 3, 4 e 5 anos, foram observadas a fim
de analisar como elas reagem enquanto assistem aos desenhos. A linguagem e os
gestos utilizados pelos personagens foram considerados para comparar com as
falas e atitudes das crianças.
22
4. OBSERVAÇÃO E ANÁLISE
4.1 O canal Discovery Kids
Conforme dados do Ibope acerca dos canais por assinatura mais vistos por
todos os públicos e só pelos adultos em 2010, o Discovery Kids ocupou a primeira e
a segunda posição, respectivamente. A audiência média por minuto atingiu 22.463
pessoas com mais de 18 anos e 36.330 pessoas de todas as idades, a partir de
quatro anos. A relevante audiência do canal pode estar relacionada ao fato de pais e
responsáveis assistirem à programação junto às crianças, com o objetivo de
contextualizá-las com programas educativos e adequados à faixa etária delas.
Com foco na fase pré-escolar, o Discovery Kids foi fundado em 1996. Uma
das estratégias para atrair o público infantil é o cachorro Doki, mascote do canal. Ele
apresenta a programação do dia, ensina as horas, narra histórias e participa de
todos os intervalos. Este, assim como os demais personagens dos desenhos, tem a
função de criar vínculo com as crianças, de forma que elas se identifiquem com suas
falas e atitudes. Outra estratégia para chamar a atenção das crianças é o toque de
um som comum, que destaca o começo de uma nova atração.
A ênfase em programações educativas, valorizando a cultura infantil e
considerando o desenvolvimento psicológico e social, é, talvez, o maior objetivo do
canal. Dentre diversas atrações, traz a definição de palavras, ensino da língua
inglesa, cores, números, sons, consciência ambiental e como conviver com outras
pessoas. A exibição de acontecimentos reais em forma de desenhos animados, a
descoberta do que ocorre no mundo acontece de forma proporcional à necessidade
de conhecimento das crianças.
Dividida em três blocos, cada atração dura 30 minutos. Além de algumas
propagandas de roupas e sabonetes, por exemplo, os intervalos contam com a
programação do canal, definição dos próximos desenhos, campanhas educativas
(como o dia da Terra, em que todas as atrações dos dias 18 a 22 de abril de 2011
foram voltadas para a preservação do meio-ambiente), dentre outros.
23
4.1.1 Desenhos
A) Word World
O desenho estreou no Brasil em meados de 2010. Ganhador de três Emmy,
premiação atribuída aos melhores programas televisivos mundiais, em 2008 como
melhor concepção de título principal e em 2009 como melhor programa infantil
animado e melhor argumento de animação, o desenho tem como objetivo ensinar
inglês de forma descontraída. Além do estímulo à leitura e construção das palavras,
a atração familiariza as crianças com uma segunda língua e faz com que elas
conheçam o que as palavras representam no mundo concreto.
A cada episódio, duas palavras são ensinadas ao público infantil. Os
personagens são formados pelas letras dos seus nomes em inglês. Duck, o pato;
Sheep, a ovelha; Frog, o sapo; Pig, o porco; e Bear, a ursa. Eles enfrentam novos
desafios e aprendem a resolvê-los por meio das letras, que formam as palavras e
estas se transformam nos objetos desejados.
Data Descrição
04 de abril
No episódio "Duck e a festa do pijama", o desenho ensina a palavra
"cama" em inglês (bed). O sapo tenta convencer o pato de que a cama
é tão confortável quanto o ninho. Durante uma festa organizada pelo
cachorro, o pato percebe que o ninho, "apesar de macio e fofinho", não
tem as mesmas características da cama, como poder pular em cima
dela.
No segundo episódio, "um chapéu para todos", a palavra ensinada é
"chapéu" (hat). Durante o episódio, o chapéu é de mágico para a
ovelha, cozinheiro para o porco e helicóptero para o pato. A ovelha diz
que todo chapéu é formado pelas letras H, A e T e, portanto, pode se
transformar no chapéu que desejarem.
05 de abril
Em “a dança do dog”, os personagens se preparam para tocar em um
concerto. Todos os instrumentos são criados juntando as letras que
formam seu nome em inglês. A abelha e o zangão criam um violão, a
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ursa tem uma corneta, a ovelha monta uma guitarra e a formiga constrói
uma tuba, mas o cachorro não consegue tocar nenhum instrumento. No
entanto, pelo ritmo dele, a ursa tem a ideia de montar um tambor para
ele, que consegue tocar dançando em cima.
No segundo episódio, “banquete ao luar”, o porco prepara a comida
para o banquete, mas não consegue continuar por estar resfriado. O
pato, no meio do preparo, monta uma corneta e percebe que tem o
mesmo som de outras palavras. O narrador explica que isso se chama
rima e o pato, junto com a formiga, brinca em combinar palavras
enquanto montam o banquete.
06 de abril
No episódio "Frog e a banda", o sapo ouve no rádio que haverá
concurso de bandas e sonha em ter a sua. Ele vê que as abelhas
ensaiam, criam melodias, mas precisam de ajuda com as letras. O sapo,
então, ensina sobre as rimas e canta alguns exemplos. As abelhas
percebem que está na hora da apresentação e vão para a rádio. Lá, o
grupo "Dog e os uivadores" cantam e, em seguida, o grupo das abelhas.
Elas convidam o sapo para tocar com elas, criam o sino (bell) para ele e
todos tocam, realizando o sonho de Frog.
No segundo episódio, "forma-palavra", eles brincam de criar palavras
com as letras (boné = hat; buraco = pit). No meio da brincadeira, o porco
e a formiga se desentendem e a ovelha tenta fazer com que eles peçam
desculpas. Eles não conseguem mais criar palavras, pois a formiga só
tinha vogais e o porco, consoantes. O narrador explica que, para formar
uma palavra, é preciso vogal e consoante. A ovelha tem uma ideia: ela
informa no rádio sobre uma competição de formar palavras. Na disputa,
eles percebem que precisam se unir para vencer e a ovelha diz que só
falta uma palavra, "desculpe". Eles reconhecem o erro e fazem as
pazes.
07 de abril
No episódio "a seca de W", o dia está quente e todos querem água. A
ovelha rega as plantas, o cachorro mata a sede e a ursa toma banho. A
água acaba e o sapo acha que eles estão enfrentando uma seca. Eles
percebem que está faltando a letra W para formar a palavra water
25
(água, em inglês) e, assim, voltar a ter água. Os amigos vão até a
montanha para saber aonde a água nasce e descobrem que o pato
estava retirando todos os Ws da palavra water que descia pela
cachoeira. Eles jogam os Ws na cachoeira, completam as palavras e a
água volta, para todos se refrescarem novamente.
Em "a princesa Sheep", a ovelha e a ursa brincam de serem princesas.
A ursa cria a palavra crouwn, coroa em inglês. A ovelha diz que falta o
vestido de princesa e a ursa o faz formando a palavra gown. No entanto,
a ovelha, que está sendo a princesa, esquece que a ursa também quer
brincar e está esperando sua vez. A ovelha diz que, se a ursa construir
a torre da princesa, ela poderá usar a coroa. A ursa forma a palavra
tower, mas a ovelha que sobre na torre. A ursa desiste de brincar e a
ovelha percebe que não foi generosa com ela, pede desculpas à Bear e
a entrega a coroa para brincar. A ovelha pergunta qual o pedido dela e a
ursa ordena que elas e o cachorro brinquem o dia todo juntos.
08 de abril
No episódio “o dia da rádio leitura”, a formiga encerra seu programa de
rádio e lembra que no dia seguinte haverá a rádio leitura. O sapo ouve e
diz que precisa se preparar para ler bem na rádio. O pato pede para o
sapo ler um livro e eles formam a palavra book, livro em inglês. Duck
pede que o sapo leia esse livro, que é o seu favorito, no rádio e Frog
aceita. No dia seguinte, cada um lê o seu livro favorito no rádio. No
entanto, o pato pressiona tanto o sapo para ler bem, que ele acaba
enrolando a língua. Eles pedem ajuda à ursa, que sugere que o pato
substitua o Frog. Os amigos o encorajam, dizendo que não precisa ler
para olhar as figuras e contar a história e Duck corre para a rádio. Lá, o
livro cai e ele não sabe formar a palavra, mas a formiga e o cachorro o
ajudam. O pato, então, conta sua história preferida, de acordo com as
figuras do livro.
Em “robôs ao resgate”, o sapo recebe uma encomenda. Ele junta as
letras e forma a palavra robot, robô em inglês. Frog pergunta ao robô se
ele pode ajudar a limpar a casa e, rapidamente o robô limpa tudo. O
sapo vai com o robô até a casa da ursa. Lá, eles acham uma letra S e
percebem o poder dela ao juntá-la com a palavra bed, formando duas
26
camas. Os amigos seguem para a casa do porco e criam várias pizzas,
colocando o S no final da palavra. No entanto, eles não conseguem
controlar a quantidade feita e os amigos ficam presos em cima da pilha
de pizzas. Frog diz que precisaria de mais robôs para resgatar os
amigos e tem a ideia de colocar a letra S no final da palavra robot tendo,
assim, vários robôs para salvar seus amigos. Depois de resolver todos
os problemas com a letra S, o sapo conseguiu descansar.
B) Sid, o cientista
Com o objetivo de estimular a fala e o pensamento de crianças com idade
pré-escolar, o desenho utiliza música e humor para atrair a curiosidade sobre a
ciência. O personagem principal, Sid, é um menino de cinco anos conhecido pelo
seu jeito observador e curioso, "um menino que quer saber tudo sobre tudo que
existe". Ele inicia cada episódio com um questionamento e, a partir disso, os
personagens buscam formas de investigar e desvendar o assunto, a fim de
encontrar a resposta correta e uma lição de aprendizagem.
A frase que caracteriza o desenho é "observe, compare e contraste". Os
personagens buscam a compreensão de coisas relacionadas à ciência, até então
desconhecidas. Além disso, mostram a importância de fazer as coisas corretas,
como cuidar da natureza, usar cadeirinha de segurança no carro, entre outras.
Data Descrição
04 de abril
Sid quer um robô "mega chip com superturbo", mas só ganhará se
completar sua tabela de atividades. Ele quer saber para que serve a
tabela e pergunta aos seus amigos e à professora, que utiliza a lista de
presença para explicar o que são as tabelas e os leva ao laboratório
para desenharem o lanche que levaram para montar a "ficha de
lanches". Ela explica que a lista de presença e os lanches podem ser
informações para uma tabela, que também é uma ferramenta dos
cientistas. A professora canta uma música que resume o que é tabela.
27
05 de abril
No episódio, Sid percebe que os seus tatus são bem pequenos e quer
saber como eles conseguem andar. Durante o café da manhã, o pai de
Sid explica sobre os insetos e a mãe entra no computador para ver
como os outros insetos se locomovem. O pai dá uma missão para Sid:
observar como os tatus andam e depois contar para eles.
Na escola, Sid pergunta aos seus amigos sobre os animais bem
pequenos. Ao perguntar à professora sobre como os tatus fazem para
andar, ela lhe mostra uma lupa, "instrumento científico que faz as coisas
parecerem maiores". De volta para casa, Sid conta o que aprendeu e
explica como os tatus andam.
06 de abril
Sid começa o episódio querendo descobrir quantas conchas do mar tem
em seu pote. Ele pergunta a sua mãe porque ela não conta quantos
cereais coloca no prato no café da manhã. Ela explica que coloca uma
quantidade que acha necessária.
Na escola, ele pergunta aos amigos quantas conchas tem no pote. Sid
faz uma tabela sobre os palpites dos amigos. Na sala de aula, a
professora pede que cada um pegue seu pote para fazerem
adivinhação. Ela explica que tentar adivinhar a quantidade de alguma
coisa, chama-se estimativa, o que os cientistas costumam fazer. A
professora pede que cada um pegue 10 objetos e some com o que resta
no pote. Em seguida, pegam todos os objetos para somá-los. A
estimativa de cada um se aproximou com a quantidade real de objetos
no pote. A professora sugere, então, que cada um faça novas
experiências brincando de estimativas e canta uma música que estima a
quantidade de coisas da natureza. Ao voltar para casa, Sid brinca de
estimar a quantidade de coisas, das almôndegas servidas no almoço às
estrelas no céu.
07 de abril
No episódio, Sid quer saber como medir uma baleia com sua régua. No
café da manhã, ele fala sobre a regra e o pai explica que ela mede em
centímetros. A mãe vai até o computador e mostra os vários tipos de
réguas, com diferentes tamanhos.
Na escola, Sid pergunta aos amigos o que eles gostariam de medir com
28
uma régua. Ele fala para a professora sobre o objeto e ela diz que é um
dos instrumentos científicos preferidos dela. As crianças querem saber
se é possível medir coisas grandes com a régua e a professora os leva
até o laboratório. Já que não tem uma trena nem uma régua maior, ela
mostra que é possível medir a sala de aula com outras coisas, como o
próprio corpo de uma das crianças. Ela explica que isso se chama
unidade de medida não padronizada e pede que eles desenhem o
tamanho da sala de aula, de acordo com a medida de Geraldo. As
crianças saem para brincar de medir as coisas.
A professora explica que, para medir uma baleia, os cientistas usam
grande régua. Sid, ao voltar para casa, diz que aprendeu a medir com
precisão mesmo sem ter uma régua e brinca de medir as coisas do seu
quarto.
08 de abril
O episódio resume tudo o que aprenderam na semana. Sid quer saber o
que é melhor para explorar o mundo: lupa, régua, pote de estimativa ou
tabela. Na escola, ele pergunta aos amigos e à professora qual
instrumento científico é melhor e eles começam observando pela lupa. A
professora pede que eles desenhem como as coisas ficam maiores com
a lupa e mostra a importância da ferramenta. As crianças se lembram
do pote de estimativa e eles observam bem os objetos e a professora
relembra como fazer estimativas da quantidade de coisas. Sid fala
também da régua, eles lembram que usaram o amigo Geraldo para
medir o tamanho da sala de aula e a professora explica sobre a unidade
de medida não padronizada. Por fim, eles falam da tabela, que ajuda a
lembrar das coisas. A professora diz que adora as tabelas porque
ajudam a checar as informações. Todos dizem que gostaram de rever o
que anotaram no caderno e a professora diz que também é uma
excelente ferramenta científica. Já em casa, Sid percebe que todos os
instrumentos são incríveis e pensa em usá-los para descobrir várias
coisas.
29
C) Lazytown
O desenho, exibido em mais de 100 países, tem como objetivo incentivar as
crianças quanto à prática de esportes, alimentação saudável e uma rotina mais
ativa. A brincadeira ao ar livre no lugar de videogames, por exemplo, é uma das
estratégias para incentivar o hábito de um estilo de vida mais saudável. A atração
também mostra que, apesar da influência negativa de algumas pessoas ou fatos, é
possível reverter as situações por meio de atitudes corretas.
As músicas, as falas e os movimentos são utilizados para atrair as crianças
de forma descontraída. A aprendizagem ocorre por meio do entretenimento. O meio
escolhido para motivar as crianças está nos personagens e nas histórias que
estimulam a boa convivência e o equilíbrio nas brincadeiras e aventuras.
Data Descrição
04 de abril
No episódio "rápidos como foguete", o prefeito da cidade coloca
anúncios sobre a corrida de Lazytown, onde os carros devem ser
construídos de forma própria e sem motor. Todos se preparam para
competir, mas Robbie trapaceia, jogando alimentos nos competidores e
utilizando um motor turbo. A ideia do personagem não dá certo e ele
causa um acidente, mas Sportacus o salva. A equipe "Lazyfoguete"
ganha a corrida e mostra que é possível vencer sem trapacear.
05 de abril
Em "o pequeno Sportacus", o vilão Robbie observa Sportacus ajudando
os amigos e fica com inveja. Robbie monta um aparelho que reduz o
tamanho das coisas e planeja para transformar Sportacus em uma
criança. Apesar de conseguir que ele seja um menino de 10 anos, a
personagem Sthefanie reconhece Sportacus e, com a ajuda dos outros
amigos, descobre a armadilha e desfaz o plano de Robbie. Eles
descobrem que nunca é tarde para aprender e juntos conseguem
vencer os desafios.
No episódio, "o gênio preguiçoso", os personagens desejam que
aconteça algo e, após ver que deu certo com uma das crianças, o
invejoso Robbie acredita que os desejos se transformam em realidade.
30
06 de abril
Sthefanie diz que não se pode fazer desejos por qualquer coisa, é
preciso trabalhar para que eles se realizem. Robbie tenta, sem sucesso,
fazer seus desejos se tornarem realidade, mas tem a ideia de conseguir
um gênio para realizar seus pedidos. O gênio faz desaparecer todas as
frutas e verduras da cidade, os equipamentos esportivos e Stingy pensa
que foi ele e sente-se culpado. No entanto, o gênio fez o pedido só para
o momento e tudo volta a aparecer. Assim, Stingy acredita que ele tem
o poder de desejar as coisas. Robbie pede que desapareça com
Sportacus, mas o gênio acaba desaparecendo com o próprio Robbie,
que deixa cair a lâmpada, mas Sportacus a salva. O gênio, então, dá a
oportunidade dos amigos fazerem um desejo e eles pedem que o vilão
de volte, pois a cidade não é a mesma sem ele.
07 de abril
No episódio “a televisão de Pixel”, os amigos resolvem apresentar
programas em uma emissora de televisão. O vilão Robbie assiste ao
programa e pensa em um plano para ter o próprio programa e acabar
com o outro. Robbie se disfarça de apresentador, convidado e
cozinheiro para atrapalhar a atração. Fantasiado de gorila, Robbie
ainda tenta quebrar a antena de televisão, mas Sportacus consegue
salvá-lo de uma queda. Todos descobrem que era Robbie quem queria
acabar com os programas. Pixel, o editor da televisão, tem uma ideia e
cria novas programações.
08 de abril
Em “livro da energia”, os amigos querem ser igual ao herói Sportacus,
mas Sthefanie alerta que, para isso, além de praticar esportes, eles
precisam comer coisas saudáveis. Enquanto isso, o vilão Robbie
prepara batatas fritas e observa Ziggy tentando imitar Sportacus. Ziggy
e os amigos tentam pegar uma fruta na árvore e Sportacus aparece
para ajudá-los. Ele conta que tem um livro que mostra como acumular
energias, controlando a quantidade de doces e água que ingerem, o
quanto fazem de exercícios, se escovam os dentes, entre outros. No
final do dia, eles somam todos os adesivos de energia que tem no livro.
Robbie tenta sabotar, fantasiando-se para entregar adesivos de maus
hábitos. Sportacus e Sthefanie descobrem que Robbie armou tudo, mas
31
dizem que Robbie conseguiu pontos de energia por fazer tudo que os
outros fariam para ganhar adesivos. Sportacus explica que todos podem
ganhar pontos de energia com coisas saudáveis.
D) Meu Amigãozão
A série, lançada em 2009, traz a reflexão, por meio da brincadeira e
imaginação, da necessidade da criança em conhecer situações que envolvam a
cultura e o convívio social. O foco da atração está no fato da maioria das crianças
terem amigos imaginários.
Conforme a psicóloga Ana Rita Monteiro, cerca de 65% das crianças em fase
pré-escolar possuem amigos invisíveis, criados a partir da imaginação. Dessa forma,
a atração busca retratar esse público e destacar o uso da criatividade e do
imaginário infantil nos personagens.
Cada personagem principal do desenho (Yuri, Lili e Matt) possui seus amigos
imaginários: o elefante azul Golias, a girafa rosa Nessa e o canguru verde Bongo.
Todos têm o objetivo de mostrar que é possível superar medos e desafios.
Data Descrição
04 de abril
No episódio “espinafrada”, Matt joga futebol com seu amigo imaginário,
o canguru Bongo. No jantar, Matt não quer experimentar espinafre. No
mundo de imaginação, Matt se vê em uma selva de espinafres com
Bongo, onde só conseguem sair se comerem todo o espinafre. De volta
à realidade, Matt percebe que comeu tudo e volta a jogar bola.
Em “cara de palhaço”, a mãe de Lili maqueia a filha de palhaça e ela sai
para brincar com a amiga, a girafa Nessa. Elas se encontram com os
amigos para brincarem de pintar o rosto. Lili empresta os lápis de cor
para os amigos brincarem, mas não gosta de ver que eles os
destruíram. Lili os desculpa depois de ver que eles criaram um circo e
todos brincam.
Yuri tenta empinar a sua pipa por conta própria, sem aceitar ajuda ou
32
05 de abril
sugestão de ninguém. Ele, então, resolve brincar de avião sem deixar,
novamente, que o amigo imaginário Golias mexa em algum
equipamento. No entanto, ao tentar pousar o avião, Yuri assume que
precisa da ajuda dos amigos e sugere que todos brinquem com a pipa.
Em “espiãs do bem”, Lili se prepara para uma apresentação de dança.
No ensaio, ela e a “amiga” Nessa quebram um vaso de flores da mãe de
Lili. Elas tentam colar o pedaço quebrado com um adesivo, mas a ideia
não dá certo. Na imaginação, Lili e Nessa resolvem invadir um museu
para substituir o vaso. De volta à realidade, Lili percebe que, para ser
espiã do bem, precisa contar a verdade e fala para o pai sobre o vaso.
06 de abril
No episódio “o melhor da praia”, os amigos disputam quem é o melhor
nas brincadeiras, como cavar buraco e desenhar na areia. Matt, que
estava sendo o melhor, não vai bem em jogar pedrinhas no mar. Ele
inventa outra brincadeira e percebe que não é preciso ser o melhor para
se divertir.
Em “longe de casa”, Lili descobre que irá se mudar, com os pais e
irmãos, para longe. Triste, ela diz que precisa aprender a brincar
sozinha e se esconde em uma ilha deserta. A girafa Nessa, amiga
imaginária de Lili, conta para os amigos e eles vão atrás dela. Lili sente
a falta de Nessa, mas encontra uma baleia para brincar com ela. Os
amigos conseguem tirar Lili da ilha. Eles se despedem dela, mas dizem
que serão sempre amigos. Quando a mãe de Lili chega para buscá-la,
ela descobre que irá apenas passar o final de semana na casa da sua
avó e todos comemoram.
07 de abril
No episódio “um desenho só meu”, Matt, Lili e Yuri levam um quadro
para apresentar. Yuri fica com medo de apresentar seu quadro para a
turma, diz que não sabe o que falar e pergunta se pode apenas mostrar
o desenho. Eles brincam de pique-esconde e Yuri explica que pintou
tudo de azul para que o elefante Golias, seu amigo imaginário, possa se
esconder. Ele continua explicando o seu desenho, justificando cada
detalhe em homenagem ao seu amigo. Quando percebe, Yuri já tinha
apresentado seu quadro para toda a turma, superando o medo.
33
No segundo episódio, as crianças se preparam para a festa à fantasia
de Lili, que se veste de princesa. Ela e Nessa desejam encontrar um
príncipe na festa, mas Lili se incomoda com seus óculos e desce sem
usá-los. No entanto, Lili não consegue enxergar direito os príncipes para
ver com quem dançará e escolhe a mesa de bolos, achando que seria
um deles. Lili se desequilibra, percebe que precisa dos óculos para ver
melhor e não deve ser diferente do que é para conseguir alguma coisa.
08 de abril
Em “contando em blungablum”, a professora pergunta se eles sabem
contar em inglês. Todos contam, mas Yuri não consegue. No intervalo,
Yuri diz para Golias, seu amigo imaginário, que falar em inglês é chato.
Ele pergunta qual o motivo de ter que contar de forma diferente. Matt,
Bongo, Lili e Nessa querem brincar de esconde-esconde, mas Yuri não
quer falar em outro idioma. Eles então inventam a brincadeira de falar
em “blungablum”, língua criada por eles mesmos. O elefante Golias
ganha a brincadeira e, quando eles voltam para a sala de aula, Yuri
aprende a contar em inglês.
No segundo episódio, Matt brinca de bola com o canguru Bongo e sua
mãe o chama para ir cortar o cabelo. Matt e Bongo fingem que são
“homens das cavernas”, deixando o cabelo crescer. No entanto, Bongo
fica prende o cabelo em uma árvore e Matt precisa cortar seu cabelo. O
menino também não gosta de ficar com o cabelo comprido. De volta à
realidade, Matt corre ao encontro da mãe quando ela diz que está na
hora de ir para o barbeiro.
4.2 Observação de crianças
A) Thiago – Três anos.
Bem ativo e comunicador, o menino imita tudo que o irmão faz e fala. Thiago
gosta de assistir os desenhos do canal Discovery Kids e diz que os seus preferidos
são Sid, o cientista; Angelina Bailarina; George, o curioso; Noddy no país dos
brinquedos. Durante os intervalos, ele presta atenção no seriado “O esconderijo
34
secreto” e copia a fala dos personagens, como “vamos lá”, antes de começar uma
nova aventura. O menino corre pela sala de casa, imitando os personagens que
saem para desvendar um novo mistério.
Ao assistir o desenho Sid, o cientista, Thiago repete, várias vezes durante o
episódio, o nome do que está passando. Ele imita quando os personagens cantam
as músicas e conta o que eles estão descobrindo em cada brincadeira. Thiago ri do
que os bonecos falam e, ao assistir o episódio em que os personagens vão para um
parque de diversões, ele observa que os brinquedos são voltados para pessoas
maiores e não pode ir porque ainda é pequeno. O menino diz que no parque de
diversões tem muitos brinquedos e que já foi em um deles. No final, quando os
personagens saem para brincar, Thiago comenta que eles vão “brincar com as
ideias”, ou seja, sobre tudo o que aprenderam na escola.
Durante o desenho Lazytown, o menino pega sua guitarra de brinquedo para
tocar as músicas que passam e tenta imitar, cantando igual aos bonecos. Ele copia
as falas e os passos de cada personagem, tenta dar cambalhotas e fazer
malabarismos com objetos.
B) Cauã – Quatro anos.
Filho único, o menino adora assistir desenhos. Observador, Cauã repara
todos os detalhes dos personagens e conta tudo sobre o que acontece em cada
episódio.
Em relação ao desenho Word World, ele fala que é um dos seus preferidos.
Diz que gosta mais dos personagens Duck e Dog. “Eu gosto deles porque o
cachorrinho brinca e o pato também. E eu só gosto de animal pequeno”. Cauã
observa que o cachorro gosta de doce, porque a casa dele é feita de doces, e que a
casa formada pela palavra “Farm” é a do Pig, o porquinho do desenho.
O menino vê a bola sendo formada pelas letras B, A, L e L, em inglês, e
repete, da mesma forma que o narrador fala. Ele fica com pena do cachorro, porque
ele só acha a letra B e ninguém entende que ele quer as outras letras para formar
uma bola. No final, Cauã diz que gostou do desenho, porque o cachorrinho
conseguiu a bola e não brincou sozinho. Ele se lembra do dia em que assistiu o
episódio em que os personagens viram um tubarão que não tinha amigos, mas
todos se tornaram amigos dele.
35
Sobre o desenho Sid, o cientista, Cauã comenta que não gosta muito.
“Quando eu tinha três anos eu adorava, mas agora eu enjoei um pouco”. A criança
diz que o desenho tem quatro amigos e que a personagem Gabriela, às vezes, vai
para a casa do Sid brincar com ele.
Cauã vê o episódio do aniversário do personagem principal. Sid quer saber
por que não pode comer bolo todos os dias. A personagem Mei diz que não gosta
muito de bolos, mas adora queijo grelhado. O menino diz que os ratos também
gostam de queijo. No final, ele comenta que temos que comer um pouco de cada
coisa e diz que come banana e feijão para ficar forte.
Ao assistir o desenho Lazytown, Cauã começa a imitar o personagem
Sportacus, que faz coreografias. Ele diz que Robbie é do mal, que não gosta de
frutas e quer acabar com todas da cidade, mas o Sportacus não deixa.
Sobre o desenho Meu Amigãozão, o menino diz que adora e conta que os
seus preferidos são o elefante Golias, o canguru Bongo e o garoto Yuri. Ele
compara o seu cabelo com o do Yuri, mas observa que não tem um fio arrepiado no
meio da cabeça como o personagem. Cauã canta a música de abertura, imita a
risada dos personagens e diz que a menina Lili tem medo de altura.
C) Paulo Henrique – Cinco anos.
Paulo Henrique prefere assistir os desenhos do canal Cartoon Network, mas
ainda vê alguns do canal Discovery Kids para acompanhar o irmão, de três anos.
Mais tímido, o menino se solta quando a brincadeira é mais ativa, que requer
movimentos corporais. Durante os desenhos, ele inventa alguma brincadeira e utiliza
a linguagem falada nos programas para representar algum personagem.
Ao assistir o desenho Sid, o cientista, Paulo Henrique observa que os
personagens brincam em um parque de diversões e comenta que adora brincar no
escorregador do Nicolândia, parque de Brasília. No final do desenho, ele observa
que Sid, o personagem principal, já está de pijama, sinal de que o episódio está
chegando ao fim. Quando o boneco brinca de montar uma “máquina de cheirar”, o
menino diz que não é de verdade: “o Sid está só imaginando como seria”.
Sobre o desenho Lazytown, Paulo Henrique comenta que Robbie é o vilão e
ele se veste de monstro para assustar as pessoas da cidade. Em relação ao
personagem Sportacus, ele diz que é o herói que “só faz coisas legais para ajudar
36
os amigos”. O menino comenta que também gosta de ajudar seus coleguinhas da
escola.
Ao descer para brincar com as demais crianças do seu prédio, Paulo
Henrique diz que estava assistindo desenho e conta, com a ajuda do irmão mais
novo, sobre o que passou nos episódios.
4.3 Entrevistas com mães
No período de 12 a 15 de abril de 2011, foram realizadas entrevistas com
quatro mães de crianças na faixa etária de três a sete anos. Com o objetivo de
observar a forma como percebem a influência da mídia na educação infantil, as
mães foram questionadas acerca dos desenhos preferidos dos filhos, do canal
Discovery Kids e da programação televisiva em geral.
A estudante Caroline Nascimento é mãe de Cauã, uma das crianças
observadas para a pesquisa. Caroline diz que o seu filho, que está no primeiro
período escolar, está em contato com a televisão todos os dias, porém ela procura
direcionar o que pode ser visto e mostra o que é certo ou errado. Segundo ela, “a
imagem passada na televisão atrai a atenção das crianças e elas tendem a copiar o
que assiste, tanto de forma positiva quanto negativa”.
Assim como Caroline, a servidora pública Danielle Moura, mãe de duas
crianças, um menino de dez anos e uma menina de sete anos, acredita que, na
televisão, faltam programas com matérias mais educativas. De acordo com ela, as
atrações devem trazer novos ensinamentos, “sem subestimar a inteligência das
crianças ou tratá-las como pequenos adultos”.
Em relação à forma como a criança demonstra seguir o que transmitido pela
mídia, Renata Abdala, também servidora pública e mãe de duas crianças, um
menino de seis anos e uma menina de nove meses, comenta sobre as propagandas
veiculadas nos intervalos dos desenhos. Segundo ela, o estímulo ao consumo
muitas vezes se torna excessivo para o público infantil. No entanto, Renata diz,
também, que o seu filho utiliza-se do que assiste nas brincadeiras. “Ele representa
histórias e personagens que ele conhece por meio dos desenhos”.
Assim como Renata, a jornalista Indiara Oliveira, mãe de dois dos meninos
observados, Paulo Henrique, de cinco anos, e Thiago, de três anos, afirma que a
37
mídia influencia, mas acredita que não de maneira definitiva. “As crianças repetem
alguns modelos do pai, da mãe, das pessoas próximas e também da mídia.
Costumo observar, de maneira mais clara, no vocabulário, nas brincadeiras e
também no comportamento de consumo dos meus filhos”, diz.
Também citado nas entrevistas, o canal Discovery Kids foi considerado, por
unanimidade entre as mães, como o melhor em relação à aprendizagem infantil.
Para Renata, “os desenhos do Discovery Kids possuem um formato interessante,
que estimulam, por exemplo, a higiene, a independência das crianças e o cuidado
com a natureza”.
Caroline, em consonância com Renata, comenta que as crianças possuem
atitudes semelhantes às dos personagens que mais se identificam e, no caso do
canal Discovery Kids, os desenhos ensinam novas palavras, formas de agir e como
ter hábitos saudáveis. “Tento fazer com que o meu filho prefira a programação desse
canal, ao invés dos outros que, muitas vezes, trazem exemplos de maus
comportamentos”, diz.
Com filhos de idades distintas, Indiara também tenta priorizar o canal
Discovery Kids, mas diz que alguns desenhos não atraem mais o filho mais velho.
“Observo, por exemplo, que os desenhos do Discovery Kids são bem mais
educativos, mas não prendem tanto a atenção do Paulo Henrique, que prefere os
desenhos mais movimentados”, afirma.
Apesar de concordar com Renata, Caroline e Indiara na preferência pelo
canal Discovery Kids, Danielle acredita que a televisão fixa as crianças. “Antes da
TV, elas precisam se divertir, interagir e inventar suas próprias brincadeiras”. Ela
comenta que as crianças acabam se atendo aos programas televisivos, o que pode
atrapalhar no desenvolvimento da criatividade própria.
Acerca dos desenhos analisados, Caroline e Indiara conhecem todos e
afirmam que são recomendáveis, por acrescentar no desenvolvimento da criança.
“Meus filhos gostam de todos. O Word World atrai pelas palavras em inglês,
inclusive repetem em casa. Quando assistem Lazytown eles vibram com as
aventuras”, diz Indiara. Caroline acrescenta sobre os demais desenhos: “No Sid, o
cientista, as crianças são estimuladas a descobrir novos objetos científicos e, em
Meu Amigãozão, as crianças desenvolvem a criatividade durante as brincadeiras”.
Renata concorda sobre os desenhos Word World e Sid, o cientista. Segundo
ela, o primeiro é bem educativo, apresentando vocabulário e pronúncia adequados
38
para a faixa etária do seu filho. No entanto, devido ao horário (o desenho é
transmitido de segunda a sexta-feira, às 8h30), eles não podem assistir com
frequência, visto que o filho estuda no período da manhã e ela está no trabalho.
Com filhos mais velhos do que os de Renata e Caroline, Danielle comenta
sobre o desenho Lazytown. Ela afirma ser interessante, mas alerta quanto à divisão
entre o bem e o mal, o certo e o errado. “É necessário incentivar, desde novos, a
união e fazer com que as crianças tenham consciência do que está acontecendo”.
4.4 Síntese da análise
Com base na análise dos desenhos Word World; Sid, o Cientista; Lazytown;
Meu Amigãozão, nas observações realizadas com Thiago (três anos), Cauã (quatro
anos) e Paulo Henrique (cinco anos) e nas entrevistas com quatro mães de crianças
com idades entre três e sete anos, além da pesquisa bibliográfica, foi possível
verificar que a televisão é uma das maiores influências para o público infantil. A
linguagem e as atitudes de cada personagem dos desenhos são memorizadas e, em
determinado momento, repetidas pelas crianças.
As mães entrevistadas foram unânimes em considerar que o que mais falta
na televisão são programas educativos, com faixa etária adequada para o público
infantil. Elas destacaram o fato de haver muita violência e incentivo ao consumo nas
programações e publicidades dos canais, o que influencia as crianças a terem
atitudes não condizentes com a idade delas.
O canal Discovery Kids, comparado com outros canais voltados ao público
infanto-juvenil, foi considerado a melhor opção para as crianças que assistem
televisão. Os desenhos do canal foram priorizados no que se refere à influência no
desenvolvimento e aprendizagem infantil, visto que a programação faz com que as
crianças sejam direcionadas a conteúdos menos violentos e mais educativos.
Conforme análise, observação das crianças e entrevistas com as mães, o
desenho Word World atrai pela forma como utiliza a linguagem. O ensino de uma
segunda língua, a inglesa, é fator de destaque no programa. As crianças repetem as
palavras em inglês mesmo quando não assistem o desenho, mas se deparam com o
objeto ou animal ensinado na atração. As atitudes dos personagens também são
39
evidenciadas pelas crianças que notam quando um deles é mais carinhoso ou
desastrado, por exemplo.
Em relação ao Sid, o cientista, as crianças demonstram interesse pelas novas
descobertas dos personagens. Por ter conteúdos parecidos durante os episódios de
uma mesma semana, as crianças costumam assimilar o que foi passado em cada
atração. A curiosidade é posta em destaque, de modo que as crianças queiram
saber o significado de certos objetos.
Sobre Lazytown, as mães destacaram o fato de atrair pela busca por novas
aventuras. Os personagens são ativos. Correm, brincam, descobrem novas coisas.
O incentivo por hábitos saudáveis, como alimentação e prática de esportes, e o foco
no bom e mau também são ressaltados pelas mães. Elas acreditam que as crianças
precisam ter consciência do que é certo e errado.
O desenho Meu Amigãozão, foi observado que o foco na criatividade infantil
em ter um amigo imaginário pode auxiliar no desenvolvimento das crianças,
principalmente aquelas mais retraídas. As inseguranças dos personagens, como
medo de altura e timidez em se apresentar em público, são identificadas pelas
crianças. Com as formas como os personagens conseguem superar seus receios, as
crianças percebem que não devem desistir fácil do que querem aprender.
Dessa forma, com base nas quatro fontes de pesquisa (referências
bibliográficas, análise dos desenhos, observação das crianças e entrevista com
mães), foi possível verificar que o desenvolvimento das crianças, está relacionado,
dentre outras fatores influentes, como a escola, família e meio social, ao que ela
assiste na televisão. Os personagens que mais se identificam são refletidos, de
alguma forma, na linguagem e atitudes demonstradas.
40
5. CONCLUSÃO
Mesmo com os avanços tecnológicos e o surgimento de novas mídias, a
mídia televisiva ainda é a que mais atrai as pessoas. O alcance da televisão, devido
ao fácil acessibilidade por todas as culturas, classes sociais e idades, faz com que
ela tenha grande influência na construção de ideias e conceitos seguidos pela
sociedade.
O trabalho, devido à importância e às consequências da televisão no
cotidiano das pessoas, teve como objetivo verificar a forma como o meio de
comunicação influencia no desenvolvimento psicológico e social de crianças em fase
pré-escolar (três a sete anos). Para isso, foram analisados quatro desenhos do canal
infantil Discovery Kids (Word World; Sid, o cientista; Lazytown; Meu Amigãozão),
além de observações com três crianças de faixas etárias distintas (três, quatro e
cinco anos) e entrevistas com quatro mães de crianças em fase pré-escolar.
Ao analisar a programação do canal Discovery Kids e observar as crianças,
foi possível perceber que, por mais simples que sejam, os desenhos transmitem
informações que atraem a atenção do público infantil. A identificação com a
linguagem e as ações dos personagens faz com que a criança as grave na memória
e, provavelmente, repita-as em determinadas situações.
Nesse contexto, com base nas entrevistas realizadas com mães de crianças
com faixa etária de três a sete anos e na nítida influência dos programas para o
público infantil, coube ressaltar a relevância de haver conteúdos mais educativos. A
programação televisiva, principalmente dos canais direcionados ao público infantil,
precisa se aliar à educação, de forma que auxilie no desenvolvimento da criança.
A televisão, portanto, junto com a escola, a família e o meio social, tornou-se
fonte de aprendizado e influência para as crianças, que tendem a repetir o que
presenciam. Nesse sentido, com base nas pesquisas realizadas, os educadores,
pais e responsáveis devem contextualizar o que é visto, de modo que a criança não
seja atraída por programações que não sejam voltadas para a faixa etária adequada.
41
6. REFERÊNCIAS
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CARMONA, Beth. A participação da criança na televisão brasileira. In: CARLSSON, Ulla; FEILITZEN, Cecilia V. (orgs.) A criança e a mídia: imagem, educação, participação. São Paulo: Cortez; Brasília: Unesco, 2002. CASTRO, Daniel. Discovery Kids é o segundo canal mais visto por adultos. Disponível em: http://noticias.r7.com/blogs/daniel-castro/2011/01/30/discovery-kids-e-o-
segundo-canal-mais-visto-por-adultos/. Acesso em: 11/03/11. DISCOVERY Kids Brasil. Disponível em: www.discoverykidsbrasil.com. Acesso em: 05/03/11. DUARTE, Luiz G. É pagar para ver: a TV por assinatura em foco. São Paulo: Summus, 1996. ELIAS, Eduardo. Quem cria infantis evita a TV. In: JUNIOR, Luiz C. P. (org.). A vida com a TV: o poder da televisão no cotidiano. São Paulo: Senac, 2002. FUSARI, Maria F. R. O educador e o desenho animado que a criança vê na televisão. São Paulo: Loyola, 1985. GOLDENBERG, Mirian. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Record, 2001. GÓMEZ, Guilhermo O. O telespectador frente à televisão: uma exploração do processo de recepção televisiva. São Paulo: Communicare, 2005.
HILTY, Eleanor B. De Vila Sésamo a Barney e seus amigos: a televisão como professora. In: STEINBERG, Shirley R.; KINCHELOE, Joe L. (orgs.). Cultura infantil: a construção corporativa da infância. Tradução George Eduardo Japiassú Bricio. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
LEITE, Márcia. TV e realidade: Produção social e apropriação pedagógica. In: PACHECO, Elza D. (orgs.). Televisão, Criança, Imaginário e Educação: dilemas e diálogos. Campinas, São Paulo: Papirus, 1998. MACHADO, Arlindo. A televisão levada a sério. São Paulo: Senac, 2000. MONTEIRO, Ana Rita. O amigo imaginário. Disponível em: http://sociedadepediatrica.blogspot.com/2010/04/o-amigo-imaginario.html. Acesso em: 04/04/11. NUNES, Vera. Pra gente grande entender melhor a criança. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.
43
PACHECO, Elza D. Televisão, Criança, Imaginário e Educação. São Paulo: Papirus, 1998. PATERNOSTRO, Vera Íris. O texto na TV: manual de telejornalismo. Rio de Janeiro: Campus, 1999. PERUZZO, Cicília K. Comunicação nos movimentos populares: a participação na construção da cidadania. Rio de Janeiro: Vozes, 1998. ROSENBERG, Bia. A TV que seu filho vê: como usar a televisão no desenvolvimento da criança. São Paulo: Panda Books, 2008. TÁVOLA, Arthur. TV, Criança e Imaginário. In: PACHECO, Elza D. (org.). Televisão, Criança, Imaginário e Educação: dilemas e diálogos. Campinas, São Paulo: Papirus, 1998. TV por assinatura. Disponível em: www.tvporassinatura.org.br. Acesso em: 22/03/11.
44
APÊNDICES
APÊNDICE A – ENTREVISTA COM A ESTUDANTE CAROLINE NASCIMENTO
- Quantos filhos você tem? Qual a idade deles? Em que série estão na escola?
Tenho um filho de quatro anos, que está no primeiro período escolar, antigo jardim
um.
- Ele costuma assistir televisão com qual frequência? Você orienta na seleção dos
programas que podem ser vistos?
Ele gosta de assistir desenhos todos os dias. Quando estou em casa, procuro
acompanhar o que ele está vendo e mostro o que é certo e errado.
- Você acredita que a mídia influência no desenvolvimento da criança? De que
forma?
Sim. A imagem passada na televisão atrai a atenção das crianças e elas tendem a
copiar o que assistem, tanto de forma positiva quanto negativa.
- O que você acha que falta na televisão ou nos programas infantis para influenciar,
positivamente, na educação das crianças?
Desenhos com mensagens educativas, como alertar sobre as consequências do
comportamento dos personagens, para que as crianças possam assimilar o que é
certo ou errado. Os desenhos do Pica-Pau, por exemplo, ensinam a trapacear para
se dar bem. Meu filho já sabe que o personagem se comporta erroneamente.
- O canal Discovery Kids é voltado para crianças em fase pré-escolar (3 a 7 anos). O
que acha da programação do canal? Os desenhos influenciam de forma positiva ou
negativa no desenvolvimento e nas atitudes das crianças?
O Discovery Kids traz uma programação voltada para a aprendizagem infantil e isso
faz com que as crianças tenham atitudes semelhantes as dos personagens que mais
se identificam. Os desenhos ensinam novas palavras, algumas formas de agir em
determinadas situações e como ter uma rotina saudável, fazendo atividades e se
alimentando de forma adequada. Tento fazer com que o meu filho continue
45
assistindo à programação desse canal, ao invés dos outros que, muitas vezes,
trazem exemplos de maus comportamentos.
- Quais desenhos seu filho gosta de assistir?
Do canal Discovery Kids meu filho gosta de vários desenhos, dentre eles: Word
World; Lazytown; George, o curioso; Backyardigans; Meu Amigãozão; Martha Fala;
Milly e Molly.
- O que você acha dos desenhos Word World; Sid, o cientista; Lazytown; Meu
Amigãozão?
Todos esses são recomendáveis, pois acrescenta muito no desenvolvimento da
criança. O Word World ensina o alfabeto, utilizando as letras para formar as palavras
que se transformam no objeto desejado. O desenho apresenta outra língua, por
meio das palavras que são formadas em inglês. No Sid, o cientista, as crianças são
estimuladas a descobrir novos objetos científicos. Em Lazytown, o personagem
principal incentiva a ter bons hábitos e, no desenho Meu Amigãozão, as crianças
desenvolvem a criatividade durante as brincadeiras.
APÊNDICE B – ENTREVISTA COM A SERVIDORA PÚBLICA DANIELLE MOURA
- Quantos filhos você tem? Qual a idade deles? Em que série estão na escola?
Tenho dois filhos, uma menina de sete anos, que está no 2º ano, e um menino de
dez, que está no 6º ano.
- Eles costumam assistir televisão com qual frequência? Você orienta na seleção
dos programas que podem ser vistos?
O meu filho assiste muito pouco. Já a menina adora TV, preciso limitar o tempo todo.
Ela assiste, mais ou menos, umas duas horas por dia, o que acho muito tempo. Não
deixo que assistam novelas e programas para adolescentes ou adultos.
- Você acredita que a mídia influência no desenvolvimento da criança? De que
forma?
Acredito. Além dos vários comerciais voltados para as crianças, com incentivo ao
consumo, os programas de hoje, em sua maioria, não são nem um pouco
46
educativos. Ao contrário, incentivam brigas, maneiras desrespeitosas de tratar o
próximo e estimulam a sexualidade precoce.
- O que você acha que falta na televisão ou nos programas infantis para influenciar,
positivamente, na educação das crianças?
Faltam matérias educativas, programas que verdadeiramente ensinem, sem
subestimar a inteligência das crianças ou tratá-las como pequenos adultos.
- O canal Discovery Kids é voltado para crianças em fase pré-escolar (3 a 7 anos). O
que acha da programação do canal? Os desenhos influenciam de forma positiva ou
negativa no desenvolvimento e nas atitudes das crianças?
Dos canais infantis, é o melhor. De toda forma, a televisão fixa a criança, sem que
ela interaja com o que está sendo passado. Penso que as crianças ficam presas e
que eles atrapalham a criatividade das crianças. Antes da televisão, elas precisam
se divertir, interagir com outras crianças e inventar suas próprias brincadeiras.
- Quais tipos de programas seus filhos gostam de assistir?
O menino não gosta muito de desenhos. Ele prefere jogos esportivos, assiste shows
e gosta de noticiários, apesar de eu ainda tentar limitá-los. Já a menina ainda assiste
alguns, mas não gosta mais do Discovery Kids. Já a vi assistindo I Carly e fiquei
horrorizada com o programa. Quando estou por perto, tento orientá-la, afinal, todas
as amiguinhas comentam sobre esses programas.
- Você conhece ou seus filhos assistem os desenhos Word World; Sid, o cientista;
Lazytown; Meu Amigãozão? O que acham de cada um eles?
Conheço o Lazytown. É interessante, mas continua com a divisão entre o bem e o
mal, entre o certo e o errado. É necessário incentivar, desde novos, a união e fazer
com que as crianças tenham consciência do que está acontecendo.
APÊNDICE C – ENTREVISTA COM A JORNALISTA INDIARA OLIVEIRA
- Quantos filhos você tem? Qual a idade deles? Em que série estão na escola?
Tenho dois filhos. O Paulo Henrique, de cinco anos, está no Infantil II e o Thiago, de
três anos, no Maternal II.
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- Eles costumam assistir televisão com qual frequência? Você orienta na seleção
dos programas que podem ser vistos?
Eles assistem todos os dias e, sempre que possível, procuro orientar quanto a
seleção dos programas. Dois canais são os mais vistos por eles: Discovery kids e
Cartoon Network. A orientação geral é para que eles assistam somente canais de
desenhos, nada de novelas ou telejornais.
- Você acredita que a mídia influência no desenvolvimento da criança? De que
forma?
Sim, mas não de maneira definitiva. As crianças repetem alguns modelos do pai, da
mãe, das pessoas próximas e também da mídia. Costumo observar, de maneira
mais clara, no vocabulário, nas brincadeiras e também no comportamento de
consumo dos meus filhos. Por isso, incentivamos sempre os desenhos mais
educativos. Existe um estímulo muito grande em relação ao consumo infantil, com
os personagens e brinquedos ditos “da moda”.
- O que você acha que falta na televisão ou nos programas infantis para influenciar,
positivamente, na educação das crianças?
Programas mais educativos. Tenho filhos em idades diferentes e observo, por
exemplo, que os desenhos do Discovery Kids são bem mais educativos, mas não
prendem tanto a atenção do meu filho mais velho, que prefere os desenhos mais
movimentados – segundo a sua própria observação. E vejo que os programas do
Cartoon não são nada educativos, seguem o modelo da luta do bem contra o mal, a
linguagem é mais pesada, assim como as histórias.
- O canal Discovery Kids é voltado para crianças em fase pré-escolar (3 a 7 anos). O
que acha da programação do canal? Os desenhos influenciam de forma positiva ou
negativa no desenvolvimento e nas atitudes das crianças?
Acho a programação muito boa. No entanto, vejo que apenas o meu filho de três
anos se interessa mais pelos desenhos do Discovery. O mais velho, de cinco anos,
prefere o Cartoon. Até preferiria que ele assistisse aos programas do Discovery, que
julgo mais interessantes. Em meio ao impasse, tentamos negociar e mesclar os
programas e desenhos.
48
- Quais desenhos seus filhos gostam de assistir?
O mais novo, de 3 anos: Lazytown, George, o curioso, Backiardigans, Thomas, Mr.
Maker, Meu Amigãozão, Word World. O mais velho, de 5 anos, também gosta de
Ben 10, Naruto, Power Ranger.
- Você conhece ou seus filhos assistem os desenhos Word World / Sid, o cientista /
Lazytown / Meu Amigãozão? Se sim, o que acham de cada um eles?
Conheço todos. O Word World eles gostam e se interessam pelas palavras em
inglês, inclusive repetem em casa. Sid, o cientista eles gostam, mas não assistem
frequentemente. Lazytown, gostam e vibram com as aventuras. Meu Amigãozão, o
mais novo gosta muito e assiste com frequência.
APÊNDICE D – ENTREVISTA COM A SERVIDORA PÚBLICA RENATA ABDALA
- Quantos filhos você tem? Qual a idade deles? Em que série estão na escola?
Tenho dois filhos, um menino de seis anos e uma menina de nove meses. O menino
está no primeiro ano.
- Ele costuma assistir televisão com qual frequência? Você orienta na seleção dos
programas que podem ser vistos?
Ele vê todos os dias, desde que não tenha alguma outra atividade, como natação e
inglês. Mas ele só se interessa por assistir a televisão se não estiver acompanhado
de outra criança. Ele gosta mais dos desenhos do canal Cartoon Network. Os
desenhos do Discovery Kids ele não tem mais tanto interesse. Não deixamos que
assista novelas e jornais com notícias de violência nem programas com apelo
sexual. Se estivermos assistindo algum programa com conteúdos desse tipo e ele
estiver junto, mudamos o canal.
- Você acredita que a mídia influência no desenvolvimento da criança? De que
forma?
A preferência do meu filho é por desenhos de luta, mas nem por isso ele é uma
criança agressiva. Pelo contrário, é muito carinhoso. Ele também gosta de filmes de
qualquer tipo. Acredito que a principal influência nele vem das propagandas
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veiculadas nos intervalos dos desenhos, pois sempre pede os brinquedos que são
mostrados. Ele também demonstra a influência nas brincadeiras, representando
histórias e personagens que ele conhece por meio dos desenhos.
- O que você acha que falta na televisão ou nos programas infantis para influenciar,
positivamente, na educação das crianças?
Os desenhos do Discovery Kids possuem um formato interessante, que estimulam,
por exemplo, a higiene, a independência das crianças e o cuidado com a natureza.
No entanto, os canais deveriam ter menos propagandas estimulando o comércio de
produtos relacionados com os desenhos. Acho que a televisão influencia de forma
negativa a criança que não convive com os pais e não desenvolve nenhuma outra
atividade, passando horas na frente da televisão, sem nenhum estímulo para outras
atividades. Mas a luta e a competição eu não vejo problema, desde que os pais
orientem sobre quando a brincadeira pode ser assim, qual a intensidade e o cuidado
com outras crianças. No meu filho, a influência está sendo até agora equilibrada. O
excesso eu vejo apenas no estímulo ao consumo.
- O canal Discovery Kids é voltado para crianças em fase pré-escolar (3 a 7 anos). O
que acha da programação do canal? Os desenhos influenciam de forma positiva ou
negativa no desenvolvimento e nas atitudes das crianças?
Alguns desenhos influenciam de forma positiva. Há algum tempo o meu filho prefere
outro canal com desenhos para crianças maiores, que contenham lutas e disputas. A
programação do Discovery Kids é bem interessante, com muitos programas
educativos, mas acredito que o canal é voltado para crianças menores e meninas.
Os meninos maiores acham o Cartoon Network mais interessante.
- Quais desenhos seu filho gosta de assistir?
Qualquer um do Cartoon Network.
- Você conhece ou seu filho assiste os desenhos Word World / Sid, o cientista /
Lazytown / Meu Amigãozão? Se sim, o que acham de cada um eles?
Conheço o Word World. Gosto do programa, mas, às vezes por causa do horário,
não assistimos. Acho que é um desenho bem educativo, apresentando um
vocabulário e pronúncia adequados para a idade dele. Sid, o cientista,
eventualmente nós assistimos. Também acho interessante e o meu filho gosta.
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ANEXOS
ANEXO A – Artigo 221 da Constituição Federal de 1988
CAPÍTULO V
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos
seguintes princípios:
I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;
II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que
objetive sua divulgação;
III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais
estabelecidos em lei;
IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.
ANEXO B – ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - Artigos 74, 75 e
76 da Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990.
TÍTULO III
Da Prevenção
CAPÍTULO II
Da Prevenção Especial
SEÇÃO I
Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetáculos
Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regulará as diversões e
espetáculos públicos, informando sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se
recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada.
51
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos públicos deverão
afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação
destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de
classificação.
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e espetáculos públicos
classificados como adequados à sua faixa etária.
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente poderão ingressar e
permanecer nos locais de apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou
responsável.
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, no horário recomendado
para o público infanto juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e
informativas.
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou anunciado sem aviso de
sua classificação, antes de sua transmissão, apresentação ou exibição.
ANEXO C – CARTA SOBRE A TELEVISÃO INFANTIL
CARLSSON, Ulla; FEILITZEN, Cecilia V. (orgs.). A criança e a mídia: imagem,
educação, participação. SP: Cortez; Brasília: Unesco, 2002. p. 463.
Carta sobre a televisão infantil
1. As crianças devem ter programas de alta qualidade, feitos especialmente para elas e que não as explorem. Esses programas, além de entreterem, devem permitir que as crianças se desenvolvam física, mental e socialmente ao máximo de seu potencial.
2. As crianças devem ouvir, ver e expressar elas mesmas sua cultura, sua linguagem e suas experiências de vida, através de programas de televisão que afirmem seu senso de identidade pessoal, comunal e nacional.
3. Os programas para crianças devem promover a conscientização e apreço por outras culturas cm paralelo com a própria cultura da criança.
4. Os programas para crianças devem ser amplos em termos de gênero e conteúdo, mas não devem incluir cenas gratuitas de violência e sexo.
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5. Os programas para crianças devem ser transmitidos em horários regulares nas horas em que as crianças estiverem disponíveis para ver, e/ou devem ser distribuídos através de outras mídias ou tecnologias de fácil acesso.
6. Deve haver disponibilidade de fundos suficientes para que esses programas sejam feitos de acordo com os mais elevados padrões possíveis.
7. Os governos e organizações de produção, distribuição e financiamento devem reconhecer tanto a importância quanto a vulnerabilidade das crianças de um país à televisão, e devem adotar medidas para apoiá-la e protegê-la.