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8/17/2019 o Verbo Ser Grego Einai
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Renato Matoso R. G. Brandão,
Mestrando Puc-Rio.
O Verbo Ser Grego: einai
1.2 O ASPECTO VERITATIVO
A am!a es"uisa rea!i#ada or $a%n e outros &i!'!ogos, com base em te(tos
gregos antigos, registrou a ocorr)ncia de um grande n*mero de casos onde o +a!or do
+erbo ser ” est !igado no/ão de +erdade dos &atos ou de roosi/0es. (ress0es
idiomticas r-&i!os'&icas, como o uso crista!i#ado do artic3io no dati+o t^ onti” ,
e(istente no dia!eto tico ara di#er +erdadeiramente, rea!mente4, são bastante comuns
em grego antigo. O uso destas e(ress0es 5 era bastante documentado, a edi/ão de
1666 do 7idde!! 8 Scott9s registra as ocorr)ncias de ser4 em oosi/ão arecer4,
citando to/n e/(onta lo/gon, a verdadeira história de er'doto, a!m da e(ressão no
dati+o do artic3io. S' em er'doto, o !(ico de Po;e!! !ista de# ocorr)ncias da
e(ressão idiomtica. Por e(em!o, "uando
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Dma bre+e re&!e(ão nos !e+a a constata/ão de "ue este uso +eritati+o do +erbo
ser4 comum tambm em ortugu)s. O mais c!aro e(em!o surge "uando, usando uma
constru/ão na &orma abso!uta e com su5eito subentendido, erguntamos ou não E4
ara "ue a!gum con&irme a +eracidade da"ui!o "ue estamos di#endo. m grego, os
casos aradigmticos, e desde semre con%ecidos, tambm aarecem na &orma abso!uta,
isto : sem com!emento ara o +erbo.
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@este uso inega+e!mente +eritati+o do +erbo, o "ue "ueremos saber se acaso o
conte*do de uma a!ega/ão ou não 4 +erdadeiro. Ora, este conte*do
necessariamente roosiciona!, ois +erdade e &a!sidade são a!ic+eis a roosi/0es e
não a indi+3duos ou ob5etos. uando di#emos "ue a!gum ou a!gum ob5eto &a!so,
estamos "uerendo di#er "ue e!e não con&i+e!, or"ue ode nos !e+ar ao engano, ou
não o "ue arece, or"ue não ossui todas as roriedades "ue um +erdadeiro ob5eto
deste tio de+eria ossuir. m todo caso, no+amente, somos !e+ados a considerar um
conte*do roosiciona!, mesmo "ue este conte*do este5a subentendido. Ysto signi&ica
"ue, mesmo "uando usado em uma constru/ão abso!uta, o uso +eritati+o do +erbo ser4,
ossui uma redica/ão a e!e re!acionada. $an% +ai a!m, ao a&irmar "ue a &un/ão bsica
e rimordia! do +erbo ser4 a &un/ão cou!ati+a e "ue, at mesmo o sentido +eritati+o,
deri+a do uso do +erbo na &orma redicati+a.
$a%n ro0e uma com!eta mudan/a de ersecti+a ao roor "ue este asecto
+eritati+o, e a &orma redicati+a a e!e +incu!ada, de+am ser tomados como
&undamentais. Ysto or"ue, anteriormente, a constru/ão abso!uta e o asecto e(istencia!
eram tomados como rimordiais, e o uso do +erbo &inito na &orma redicati+a era +isto
como um mero reseito norma. O sentido e(istencia! reresenta+a, a bem di#er, o
*nico sentido do +erbo, tendo em +ista "ue em seu uso cou!ati+o o +erbo não ossui
signi&icado, ser+indo aenas ara re!acionar dois conceitos =su5eito e redicati+o>.
Pes"uisas rea!i#adas or !ingistas mostraram "ue o asecto +eritati+o est
resente não s' no +erbo grego como tambm na r'ria rai# *es do indo-euroeu.
(ress0es simi!ares são encontradas em grande arte das !3nguas indo-euroias. Wa
mesma &orma, o uso cou!ati+o do +erbo ser4 e(ressi+amente redominante em
te(tos antigos. m omero, or e(em!o, reresenta oitenta or cento dos usos do
+erbo.=$A@1:> A teoria em !ing3stica tradiciona! de "ue o uso e(istencia!
surgiu rimeiro e "ue a c'u!a &oi introdu#ida osteriormente, ara +eicu!ar certasin&orma/0es !igadas ao +erbo =como temo, essoa, modo>, ou mesmo ara reseitar a
regra de "ue toda &rase de+e ossuir um +erbo, mostra-se &a!sa. Sua +eracidade deende
da idia, aarentemente absurda, de uma !3ngua indo-euroia sem +erbo cou!ati+o.
A introdu/ão destas ino+a/0es na comreensão dos usos do +erbo ser4 grego
tem sido de enorme +a!or ara os e(egetas de te(tos &i!os'&icos. A artir de então, &oram
re+istos &ragmentos e assagens onde a antiga an!ise do +erbo, sim!i&icada e!a
dicotomia de Mi!!, não mais ser+ia como suorte ara interreta/ão.
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“O homem é a medida de todas as coisas, do que é, que é, do que não é, que não
é.”
fK hQK ^KT ἐJK* - ]T, K. ὲ / K 0 (JKI,K. _ὲ TὐN / K 0 TὐN (JKI.
A interreta/ão tradiciona!, "ue inc!ui grandes %e!enistas como Burnet, je!!er,
Gomer# e
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)n&ase no su5eito da redica/ão, como na !eitura consagrada e!a !'gica dos redicados:
e(iste a, ta! "ue Z de a. A"ui o e(istencia! oderia ser omitido sem re5u3#o: considere a
di&eren/a entre poão anda4 e poão e(iste e poão anda4. Dma )n&ase no su5eito,
contudo, !e+aria a no/ão de "ue se a!guma roosi/ão +erdadeira sobre este su5eito,
então este su5eito e(iste. Dm redicati+o en&tico tambm ode ser usado ara e(ressar
identidade4 "ue ode ser entendida como um caso esecia! de redica/ão, a saber: o
caso em "ue todos os atributos ertencentes "ui!o "ue est antes do +erbo tambm
ertencem "ui!o "ue est a's o +erbo.
, ainda, outro &ato gramatica! "ue se re!aciona com o uso +eritati+o e "ue
arece ter in&!uenciado o surgimento do +ocabu!rio &i!os'&ico grego. . O radica! do er&eito reresenta uma a/ão com!eta ou o resu!tado
resente de uma a/ão assada, como o estado a!can/ado ao trmino da a/ão.
=c&:SMl?,16:12> A maioria dos +erbos gregos ossuem todos os tr)s radicais. @o
entanto, a!guns +erbos, de+ido ao seu +a!or semntico, odem não ossuir a!guns destes
radicais. ste o caso do +erbo F & HI "ue s' ossui o radica! resente-imer&eito, a"ue!e
"ue reresenta a a/ão como durati+a, ersistindo no temo. ?odos os temos do +erbo
ser4 grego =resente, imer&eito e &uturo> deri+am deste mesmo radica!. Ysto o&erece
uma carga semntica !igada no/ão de dura/ão e estabi!idade ao +erbo ser4. @o
ortugu)s, esta no/ão de estabi!idade ressa!tada, sobretudo, no contraste entre ser-
estar4. ntretanto, o nosso +erbo ser4 somou &ormas deri+adas de outro radica! = fui,
futurum> ao radica! esse. Assim, mantemos as &ormas do radica! durati+o nos temos
resente, e retrito-imer&eito =, era>, e(atamente como no grego, mas acrescentamos
as &ormas do er&eito e mais-"ue-er&eito =&oi, &ora> ara com!etar a !acuna dei(ada
Outro dos sentidos bsicos do +erbo ser4. ste sentido &oi recon%ecido e destacado or Zrege e Russe!!"ue, aarentemente, tambm aderem tese de "ue a &a!ta destas distin/0es !e+ou a tradi/ão meta&3sicas aenganos e argumentos &a!aciosos.
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e!a aus)ncia deste radica! no sistema do esse. C .
ternamente dur+e! e sendo desde semre o mesmo, este conceito suera o aradigma
grego de dura/ão reresentado e!os deuses. A&ina!, aesar de imortais, os deuses
ti+eram um surgimento, como conta a Teoonia. sta )n&ase na estabi!idade e
eternidade surge ao Parm)nides contrastar F & HI com gi/gnesqai, o +erbo "ue &ornece
um aoristo ara F & HI e "ue norma!mente tradu#ido or torna-se4. ste +erbo t)m seu
sentido !igado no/ão de atingir um no+o estado, ao nascimento de a!guma coisa ou ao
surgimento de um no+o e+ento. @este contraste, o +erbo F & HI carrega a no/ão de
estabi!idade duradoura em oosi/ão ao surgimento e a mudan/a. Ora, "ua!"uer um "ue
ten%a assado or uma au!a de introdu/ão &i!oso&ia sabe o "uão caras são as no/0es de
+erdade atemora! e estabi!idade, ara &i!'so&os como P!atão, Parm)nides e Arist'te!es.
1. A QUESTÃO DO SENTIDO EXISTENCIAL
Outra tese igua!mente ino+adora desen+o!+ida or $an%, re!aciona-se com
imortantes "uest0es &i!os'&icas e tem sido matria de debate entre os comentadores de
te(tos da tradi/ão grega. ?rata-se da teoria segundo a "ua! o conceito de e(ist)ncia, ta!
como n's o comreendemos, não emerge como um t'ico distinto nas discuss0es dos
&i!'so&os gregos da antiguidade.
Para comreendermos esta a&irma/ão de+emos, rimeiramente, esc!arecer o "ue
entendemos or o conceito de e(ist)ncia ta! como n's comreendemos4. Sem
entrarmos no con&uso tema acerca do conte*do reciso da a!a+ra e(ist)ncia, odemos
entender or e(ist)ncia4, a idia e(ressa or senten/as do tio Ser "ue e(istem
C A!m disso, acrescentamos as &ormas deri+adas de sedere "ue, em !atim signi&ica sentar-se, estarsentado, e "ue tambm ossui um carter de erman)ncia em oosi/ão aos +erbos de mo+imento.=c&:Gramtica ist'rica>
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&antasmasE4, Paai @oe! não e(iste.4, (iste +ida em Marte4. ?rata-se da no/ão,
muito bsica e ta!+e# or isso di&3ci! de de&inir, de a&irmar ou negar "ue a!gum ou
a!gum ob5eto rea!, e&eti+amente e(istente. sta no/ão est c!aramente resente na
d*+ida cartesiana acerca da e(ist)ncia do mundo e(terior, assim como na certe#a do
!oito ero sum Penso, !ogo e(isto4. Pois e(atamente este tio de e(istencia! uro,
"ue sim!esmente a&irma ou nega a e(ist)ncia de a!gum termo =singu!ar ou gera!>, "ue
$a%n a&irma ser um desen+o!+imento tardio, ausente dos te(tos mais antigos da tradi/ão
grega. st a&irma/ão est de acordo com os resu!tados de sua es"uisa com re!a/ão aos
usos do +erbo ser4 e com sua caracteri#a/ão do asecto +eritati+o como rimordia!
ara comreensão dos usos deste +erbo.
A&irmar "ue o conceito de e(ist)ncia não ossu3a ae! reonderante no
ensamento grego não signi&ica di#er "ue os gregos não ossu3am uma maneira de
e(ressar e(ist)ncia, "ue não odiam se erguntar se e(istem ou não deuses ou
unic'rnios. A "uestão "ue, nos te(tos mais antigos, e isso inc!ui &iguras como omero
er'doto e, muito ro+a+e!mente, Parm)nides, não aarece este tio de e(istencia!
uro4. Os e(istenciais uros mais antigos são da oca dos so&istas e e!es "uase semre
di#em reseito e(ist)ncia de deuses.4 O rimeiro caso indubit+e! de e(istencia!
uro4 encontra-se, ro+a+e!mente, em Protgoras. Segundo Wi'genes 7arcio,
Protgoras a&irma+a não ter con%ecimento acerca dos deuses, se e(istem ou não = ,ε4σ*ν
οὐ5 ε4σ*ν>, ou "ue asecto t)m. Segundo $a%n, este tio de e(istencia! sem nen%uma
re&er)ncia e(!3cita a um conte(to redicati+o, não ode ser encontrado em omero e
suas rimeiras aari/0es encontram-se em esecu!a/0es so&3sticas da segunda metade do
scu!o V. =$A@,1&:1>
Os casos de e(istenciais "ue aarecem em omero e er'doto, no entanto, estão
!igados a conte(tos redicati+os onde a a&irma/ão da e(ist)ncia de um su5eito
com!ementada or uma redica/ão acerca deste su5eito. stes casos são aresentados
em a!gumas oucas &ormas de&inidas. A rimeira de!as trata-se de uma senten/a sem
su5eito e(!3cito, com!ementada or uma ora/ão re!ati+a: a!gum "ue &a# ta! e ta!
coisa, @ão % a!gum "ue ...4 =)ou)k> e)/sti o(/j tij ora/ão re!ati+a. $a%n conta
aenas usos deste tio entre os C2 usos do +erbo ser4 nos do#e rimeiro !i+ros da
"#$ada. @este uso mais antigo, a"ui!o "ue tendemos a considerar como um e(istencia!
tem como ob5eti+o, não a&irmar ou negar a e(ist)ncia de a!guma coisa e nada mais, mas
, ' 'περ* μὲν θε.ν οὐ5 (χω ε4δέναι ο6θ 0ς ε4σ*ν ο6θ 0ς 'οὐ5 ε4σ*ν ο6θ 7πο%ο8 τινες 4δέαν =&rag.>
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aresentar um su5eito ara uma redica/ão osterior. Westa &orma, este tio de
e(istencia! est subordinado ao conte(to de uma redica/ão, como em a!gum que
me traiu4 ou @ão % a!gum que %ossa #utar contra os deuses4. @ote "ue o e(istencia!,
nestes casos, "uase sur&!uo odendo ser substitu3do or um su5eito inde&inido como
em A!gum me traiu4.
ste tio de e(istencia! !igado, submetido a um conte(to redicati+o, est em
e+idente ana!ogia com a &'rmu!a atua!mente emregada =a>Za, e(iste um a ta! "ue: Zde a4. @esta &'rmu!a, a a&irma/ão da e(ist)ncia de a aarece como uma arte de uma
redica/ão com!eta onde a!go a&irmado acerca deste a. Wi&ici!mente &aria sentido
a&irmar a e(ist)ncia de a sem a atribui/ão de a!guma roriedade.
ainda um outro uso do +erbo ser4, e(ressi+amente mais comum nos te(tosmais antigos, "ue tender3amos a considerar como um uso e(istencia!. ?rata-se de casos
como:
=a> uma cidade k&iro =( στι πόλις 9:ύρη>, em um recanto de
Argos, nutridora de ca+a!os.4
=b> um certo S'crates, =( στιν τις Σω5ράτης > um %omem sbio
=...> "ue torna mais &orte o argumento mais &raco.4
< ( στιν τις Σω5ράτης σο:) ς ἀ , (...)ν>ρ 5α* τ) ν ? ττω λόγον
5ρε8ττω ποι. .>ν =Ao. 16b>
@estes e(em!os, +emos o +erbo ser4 ser+indo, no+amente, ara a&irmar ae(ist)ncia de a!gum ou a!guma coisa da "ua! =de "uem> a&irmaremos a!go. O +erbo
ser4 co!ocado na osi/ão en&tica inicia!, como nestes casos, ser+e ara atrair a aten/ão
ara o su5eito da &rase, um ro++e! moti+o ara isto o &ato de "ue o +erbo indo-
euroeu concorda =em n*mero e g)nero> com o su5eito da ora/ão. Assim, ao emregar o
+erbo ser4 no rinc3io da ora/ão estamos en&ati#ando o su5eito ara dei(armos c!aro
"ue a &un/ão roosiciona! "ue se segue = & um %omem sbio "ue torna o argumento
mais &raco ...> , de &ato, satis&eita or este su5eito.
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stes usos, no entanto, di&erem do tio acima = a!gum "ue ...>. Aesar de
casos como @ão % a!gum "ue ossa !utar contra os deuses.4 tambm estarem !igados
a um conte(to redicati+o, o +erbo ser4, nestas senten/as, não est e(ercendo sua
&un/ão rimria cou!ati+a. p nos e(em!os =a> e =b> acima, o +erbo ser4, mesmo com
sua osi/ão en&tica, est c!aramente ser+indo como c'u!a. We &ato, as tradu/0es
S'crates um certo %omem sbio "ue...4 e k&iro uma cidade, em um recanto de
Argos, nutridora de ca+a!os.4 estão em er&eito acordo com sinta(e e o sentido das
&rases em grego. Podemos +er, inc!usi+e, uma re!a/ão de crescente abstra/ão entre estas
assagens. m =a> encontramos uma c'u!a !ocati+a, isto : o +erbo ser4 !iga o su5eito
a uma e(ressão de !ugar, ser+indo não s' ara ressa!tar o su5eito, mais o ad5unto
adnomina! de !ugar a e!e +incu!ado: uma cidade #', num recanto de Argos ... @estes
casos, o +erbo ser4 aresenta tanto o su5eito "uanto o onto de re&er)ncia !oca! ara a
narrati+a "ue se segue. $a%n a&irma "ue estes usos com c'u!a !ocati+a são maioria, se
comarados com os casos do tio =b> onde não % re&er)ncia !ocati+a.
=$A@,1&:11>. Ora, odemos &aci!mente conceber o surgimento de &rases do tio
=b> a artir de &rases do tio =a>. Zrases do tio =b> são &rases do tio =a> onde o ad5unto
adnomina! de !ugar &oi omitido. We maneira seme!%ante, odemos conceber "ue &rases
do tio a!gum "ue me traiu4 surgem a artir da abstra/ão de &rases do tio um
certo S'crates, em Atenas, "ue me traiu4. a!gum "ue me traiu.4 ode ser encarada
como uma constru/ão surgida a artir de &rases tio =a> com a omissão do su5eito
=su5eito inde&inido>, e a omissão do !ugar onde est este su5eito: (iste a!gum =eu não
sei "uem, nem onde> "ue me traiu.4
Se seguirmos nesta !in%a de racioc3nio, +eremos "ue e(istenciais uros do tio
@ão e(istem deuses4 surgem como a&irmando ou negando um su5eito ara uma
redica/ão, como nos casos acima, orm uma redica/ão omitida de+ido a sua
genera!idade. Assim, senten/as do tio @ão e(istem deuses4 são obtidas a artir desenten/as como @ão e(istem deuses "ue são imortais e %abitam o O!imo.4 A
suressão da ora/ão re!ati+a nos e(istenciais uros !e+a a um grau de genera!idade onde
o su5eito aresentado ou negado ara toda redica/ão osterior, não eseci&icada.
Aesar de $a%n não o&erecer este tio de deri+a/ão de uma senten/a a artir de
outra como uma teoria em !ing3stica e+o!uti+a, e!a o&erece sentido a uma srie de
dados ob5eti+os or e!e aresentados. sta re!a/ão de crescente abstra/ão do conte*do
redicati+o de uma senten/a onde o +erbo ser4 aresente um sentido e(istencia!=+incu!ado a uma e(ressão de !ugar em =a> e tota!mente genera!i#ado nos e(istenciais
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uros>, re!aciona coerentemente os usos do +erbo e re+e!a uma caracter3stica dos
e(istenciais "ue assou desercebida durante grande arte da %ist'ria da &i!oso&ia: o &ato
de "ue e(ist)ncia4 não um redicado ordinrio, de rimeira ordem. se essa a/ão de qr, genera!i#adamente, um su5eito como frea! o "ue "ueremosdi#er or e(ist)ncia, então estaria inc!inado a negar "ue ta! no/ão ossa ser tomada
como certa como uma base ara entender o signi&icado do +erbo grego.4
=$A@,1:>