Download - Operação reconstrução
Os Estados de Pernambuco e Alagoas vivenciaram no último dia
17 de junho um fenômeno climático chamado “Onda de Leste”,
que foi intensificado pelo aquecimento anômalo da temperatura
do Oceano Atlântico juntamente com a intensificação dos ventos
alísios, que provocou, em curto espaço de tempo, uma grande
quantidade de chuva concentrada nas proximidades das
cabeceiras de vários rios, gerando uma enorme enxurrada que
atingiu cidades ribeirinhas desses dois Estados.
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Ao contrário dos períodos invernosos típicos, quando o nível dos
rios eleva-se em um ritmo relativamente lento, essas
chuvas, pela sua magnitude, causaram um verdadeiro
“tsunami”, com elevação muito rápida do nível dos rios e
geração de ondas de grande velocidade. Somente em
Pernambuco, na madrugada do dia 17 para o dia 18, choveu na
região afetada o equivalente a 180 mm (o que significa 180
litros de água por m²), o que representa aproximadamente 70%
do esperado para os 30 dias do mês de junho. O volume de água
que normalmente precipitaria em 20 dias ocorreu em algumas
horas
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Às 16:00 h do dia 17, o Laboratório de Meteorologia de
Pernambuco – LAMEPE, percebendo a gravidade do fenômeno
que se avizinhava, alertou o Gabinete do Governador. Às 18:00
h, foi realizada uma reunião emergencial com prefeitos da RMR
e representantes de outros órgãos no Palácio do
Governo, disparando-se um alerta urgente às Defesas Civis
Municipais, solicitando a desocupação imediata das áreas de
risco.
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Ao mesmo tempo, foi montado um Gabinete de Crise, com
rápida articulação dos órgãos estaduais e municipais
responsáveis pelo atendimento à população, para a prestação
dos primeiros socorros e orientação das ações de remoção e
salvamento. Em todos os municípios que seriam afetados foram
dados alertas utilizando os recursos disponíveis naquele
momento.
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Em Barreiros, por exemplo, a população chegou a ser alertada
até pelo toque do sino da igreja. As chuvas começaram a cair
por volta das 20:00 h. Se o Governo do Estado não tivesse
providenciado o alerta urgente, poderiam ter ocorrido centenas
de mortes. Matéria veiculada em jornal local nesta data, dá
conta que no ano de 1969, na cidade São José da Laje, em
Alagoas ocorreram quase 1.500 óbitos em fenômeno
semelhante.
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Para atendimento emergencial foi mobilizada pelo Governo do
Estado uma força-tarefa composta por 19 embarcações, 09
helicópteros, 39 carros de resgate, 15 equipes do SAMU, 51
carros-pipa, 11 ambulâncias, 15 retroescavadeiras, inúmeros
tratores e outras máquinas pesadas, além do reforço das equipes
do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Defesa Civil Estadual.
Foram resgatas, apenas por via aérea, mais de 1.100 pessoas, na
maior movimentação de salvamento já registrada no país. Além
disto, a CODECIPE enviou equipes especializada e
mantimentos, tais como: colchões, cestas básicas, água
potável, agasalhos e cobertores.
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Resgate em Palmares – 18.06
Um conjunto de obras hídricas realizadas pelo Governo do
Estado impediu que a tragédia assumisse proporções ainda
maiores. Foram investidos, em 2009 e 2010, nove milhões de
reais nas comportas e outros dispositivos das barragens de
Carpina e Goitá, que não funcionavam há dez anos. A realização
desses serviços evitou que fosse repetida em Recife a triste
situação vivenciada em 1975. Assim, as barragens puderam
operar no seu limite, contendo 250 milhões de metros cúbicos
de água que alcançariam os municípios a jusante, quase toda a
Região Metropolitana do Recife.
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Da mesma forma, as obras de construção da Barragem de
Garanhuns foram concluídas dias antes do desastre. Em poucas
horas, a barragem, que estava completamente vazia, acumulou
12 milhões de m³, evitando que esse volume escoasse em
direção as cidades a jusante, a maior parte delas em Alagoas.
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Barragem Cajueiro - Garanhuns – 18.06
O fenômeno deixou em Pernambuco um quadro de grande
destruição: após o desastre, o Governo do Estado já decretou
situação de emergência em 27 municípios e estado de
calamidade em 12 municípios. Nas localidades
afetadas, contabilizou-se um saldo de 20 óbitos, 26.966
desabrigados, 55.643 desalojados, 14.136 habitações destruídas
ou danificadas, 07 escolas destruídas e outras 43 danificadas, 09
municípios isolados (sem acesso viário), 4.478 km de estradas
comprometidas, 142 pontes/pontos críticos danificadas, 01
hospital estadual completamente destruído, 22 postos de saúde
e 04 hospitais municipais danificados
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O Governo do Estado destinou equipes de várias
secretarias, coordenadas pela CODECIPE, para viabilizar
abrigamento, alimentação, água e assistência médica para a
população atingida. Já foram entregues, até 28.06, mais de 156
mil litros de água potável, 26 mil cestas básicas, 11 mil
colchões, 16 mil kits agasalho (lençol, travesseiro, fronhas e
toalhas), além do recebimento e distribuição de toneladas de
donativos entregues pela população.
O cadastramento familiar já foi iniciado e orientará os
benefícios de alimentação e moradia, além da construção ou
recuperação de casas
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A limpeza dos entulhos e da lama está em plena operação, com
o emprego de mais de 186 máquinas e caminhões, além de
centenas de equipes realizando limpeza manual. As ruas das
áreas mais afetadas precisam ser limpas várias vezes, pois a
população, na limpeza de suas residências e prédios comerciais,
gera entulho, que é depositado na rua.
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Limpeza ruas – Palmares – 20.06
Equipes de obras e de supervisão, com profissionais de
engenharia, encontram-se em plena atividade gerenciando a
limpeza e cuidando das ações de infraestrutura das cidades e
dos abrigos. A energia foi restaurada em todas as sedes dos
municípios e em boa parte das áreas rurais, através de
geradores, enquanto não se processa a restauração dos sistemas
elétricos danificados. A Compesa pôs em operação todos os 44
sistemas de abastecimento de água que haviam sido
interrompidos.
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Todos os municípios já tiveram as rodovias que dão acesso às
suas Sedes desobstruídas, e naqueles onde o acesso é feito
através de pontes, rotas alternativas já foram abertas, ou
pontes metálicas foram instaladas, com a colaboração das Forças
Armadas. O acesso por via terrestre já está reaberto em todos
os municípios
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Em algumas áreas rurais dos municípios afetados, ainda existem
dificuldades de acesso devido ao comprometimento de estradas
vicinais e pontos críticos (pontes, passagens molhadas, etc.).
Pontes de madeira estão sendo emergencialmente construídas e
máquinas do DER estão trabalhando na religação dessas
comunidades aos municípios. As vilas ainda isoladas estão
recebendo assistência por via aérea (helicópteros).
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Abertura de acesso às Áreas Rurais – Xexéu – 23.06
Já foram iniciadas ações específicas de reconstrução das áreas
afetadas em cada município. Estão sendo identificados
terrenos, em áreas não propensas ao risco, para a construção de
habitações para os desabrigados, através do Programa Minha
Casa Minha Vida, com o aproveitamento de mão de obra local. O
Governo já desapropriou um terreno em Água Preta e um em
Palmares, através do Decreto 35.230, de 25/06/2010. Outras
áreas já estão em estudo nos municípios afetados e serão
desapropriados nos próximos dias.
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Os abrigos apropriados para manutenção das famílias, em
condições dignas de habitabilidade e cidadania, no prazo
necessário à construção das casas e da infraestrutura
urbana, também já estão sendo providenciados.
Escolas, hospitais, delegacias, postos de saúde e demais
equipamentos urbanos também serão recuperados. A Secretária
de Educação já garantiu R$35 milhões, em reunião realizada no
dia 24 último, para reconstrução e recuperação das escolas
estaduais
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O Governo Estadual montou, ainda no dia 18, uma sala de
monitoramento no Palácio do Campo das Princesas, onde passou
a funcionar o GABINETE DE GESTÃO DE CRISE, coordenado
diretamente pelo Governador e integrado por 15 secretarias
estaduais, que diuturnamente articulam providências e
acompanham a execução das ações de recuperação,
reconstrução e assistência. Já foram instalados 22 Escritórios
Locais do Governo Estadual nos municípios mais afetados, que
centralizam e coordenam as ações em curso. As equipes
viabilizam e supervisionam in loco todas as ações emergenciais
e da Operação Reconstrução.
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6SECRETARIA CIDADES
GABINETE ÁGUA PRETA
SDEC BARREIROS
SEPLAG PALMARES/XEXÉU
SETUR CORRENTES
SECTMA CORTÊS/RIBEIRÃO/GAMELEIRA
SEDAR ESCADA/AMARAJI/PRIMAVERA
SEFAZ QUIPAPÁ/SÃO BENEDITO DO SUL
SEJE CATENDE/JAQUEIRA/MARAIAL
SCGE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
SEMUL VICÊNCIA/NAZARÉ DA MATA
SEE BARRA DE GUABIRABA/BELÉM DE MARIA
SEAS ALTINHO
Escritórios Locais do Governo Estadual
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Gabinete de Gestão da Crise – 27.06
A articulação do Governo do Estado com outros atores
importantes da sociedade tem contribuído para amenizar o
sofrimento dos atingidos. Em parceria com o Ministério Público
Estadual, o Tribunal de Contas do Estado e o Poder
Judiciário, foram definidas medidas imediatas para a
formatação, de forma rápida e transparente, dos processos de
aplicação dos recursos necessários à reconstrução.
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Através do Projeto de Lei 1.649, de 22 de junho de 2010, o
Governo do Estado criou o Fundo Especial de Combate às
Situações de Emergência e Calamidade Pública para dar mais
agilidade ao emprego dos recursos recebidos do Tesouro
Estadual e os recebidos da União. O Governo
articulou, também, cooperação com o Tribunal
Solidário, instituição sem fins lucrativos formada por servidores
do Tribunal de Contas do Estado, para recebimento de doações
financeiras que serão aplicados pela Instituição no atendimento
das demandas da população atingida.
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O Governo Federal, desde o início da tragédia, esteve ao lado do
Governo de Pernambuco, tendo sido mobilizados, desde o dia
19, muitos Ministros de Estado e o próprio Presidente da
República que visitaram os municípios com o Governador do
Estado para avaliar a extensão dos danos e quantificar a ajuda
necessária. Foram liberados, de forma imediata, 275 milhões de
reais para o enfrentamento da emergência e reconstrução dos
municípios. Além disto, as Forças Armadas integram o Gabinete
de Gestão da Crise e estão atuando com
pessoal, equipamentos, aeronaves e hospitais diretamente no
terreno.
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O Governo do Estado, ao mesmo tempo em que agradece a
contínua demonstração de solidariedade que vem sendo dada
pelos pernambucanos, brasileiros e até por pessoas de outras
nacionalidades à população afetada por essa tragédia, continua
conclamando a todos a continuarem ajudando a dar socorro e
esperança a essa população
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DONATIVOS PREFERENCIAISÁgua MineralMaterial de Higiene PessoalMaterial de limpezaAlimentos para pronto consumoRoupas, agasalhos, cobertoresColchões
LOCAIS DE COLETA DE DONATIVOSQuartel do Comando da Polícia Militar, no DerbyQuartel de Comando do Corpo de Bombeiros
DOAÇÕES EM DINHEIROTribunal SolidárioBANCO REAL – Ag. 1016 / C.C 6.023076-2CNPJ 07.730.717/0001-38